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SISTEMA REPRODUTOR Ana Júlia Marques Oliveira / FIP-GBI ● DIFERENCIAÇÃO SEXUAL A diferenciação sexual inclui o desenvolvimento das gônadas, do trato genital interno e da genitália externa. (1) sexo genético, se os cromossomas sexuais são XX ou XY; (2) sexo gonádico, se as gônadas são testículos ou ovários; e (3) sexo fenotípico ou genital, , se o indivíduo parece homem ou mulher SEXO GENÉTICO - é determinado pelos cromossomas sexuais — XY, em homens; e XX, em mulheres. Durante as primeiras 5 semanas de vida gestacional, as gônadas são indiferenciadas. Da 6 a para a 7 a semana de gestação, em indivíduos geneticamente masculinos, os testículos começam a se desenvolver; na 9 a semana gestacional, de indivíduos geneticamente femininos, os ovários começam a se desenvolver. SEXO GONÁDICO - definido pela presença de gônadas masculinas ou femininas, denominadas testículos ou ovários. Gônadas masculinas- As células germinativas produzem espermatogônia, as células de Sertoli sintetizam um hormônio glicoproteico, chamado de hormônio antimülleriano e após a puberdade, inibina, e as células de Leydig sintetizam a testosterona. Gônadas femininas - As células germinativas produzem as ovogônias. As ovogônias, em meiose, são cercadas pelas células da granulosa e do estroma, e nessa configuração elas são chamadas ovócitos. Eles permanecem na prófase da meiose até que ocorra a ovulação. As células da teca sintetizam progesterona e, juntamente com as células da granulosa, sintetizam estradiol. (1) os testículos sintetizam o hormônio antimülleriano, e os ovários não; (2) os testículos sintetizam a testosterona, e os ovários não. SEXO FENOTÍPICO - características físicas do trato genital interno e da genitália externa. Como observado antes, o sexo fenotípico é determinado pela produção hormonal das gônadas, como a seguir: FENÓTIPO MASCULINO - Os machos gonádicos têm os testículos que sintetizam e secretam hormônio antimülleriano e a testosterona. Embriológicamente, os ductos de Wolff originam o epidídimo, o ducto deferente, a glândula seminal e os ductos ejaculatórios. A testosterona, presente nos machos gonádicos, estimula o crescimento e a diferenciação dos ductos de Wolff. Ao mesmo tempo, o hormônio antimülleriano, produzido pelas células de Sertoli, causam atrofia do segundo conjunto de ductos, os ductos müllerianos. Os órgãos genitais externos masculinos, o pênis e o escroto, se diferenciam entre a 9 a e a 10 a semana gestacional e dependem da conversão da testosterona em dihidrotestosterona e de receptores de androgênios nos tecidos. *Síndrome da insensibilidade androgênica FENÓTIPO FEMININO - As fêmeas gonádicas têm ovários que secretam estrógeno; entretanto, eles não secretam hormônio antimülleriano ou testosterona. Consequentemente, os ductos de Müller se desenvolvem no trato genital feminino (tuba uterina, útero e terço superior da vagina). *Hiperplasia Suprarrenal Congênita ● PUBERDADE SECREÇÃO DE GONADOTROFINA AO LONGO DA VIDA Nos homens e nas mulheres, a função gonádica é regulada pelo eixo hipotálamo hipófise. A secreção do hormônio liberador de gonadotrofinas (GnRH), hormônio hipotalâmico, começa na 4ª semana gestacional, mas seus níveis permanecem baixos até a puberdade. A secreção do hormônio foliculoestimulante (FSH) e do hormônio luteinizante (LH), hormônios adeno-hipofisários, se inicia entre a 10ª e a 12ª semana. Na infância, FSH é mais alto que o LH. Na puberdade e durante todos os anos reprodutivos a secreção de GnRH, FSH e LH aumenta e se torna pulsátil. LH e FSH inversos, LH maior que FSH. Ciclo menstrual para a secreção de gonadotrofinas. Na senescência a secreção de gonadotrofinas se eleva e os níveis de FSH ficam mais altos que os de LH. SECREÇÃO PULSÁTIL DE GnRH, FSH e LH - O evento primário da puberdade é o início da secreção pulsátil de GnRH que estimula em paralelo a secreção pulsátil de FSH e LH pelo lobo anterior da hipófise. Grande pulso noturno de LH durante o sono REM. Além disso, há aumento da sensibilidade do receptor de GnRH na adeno-hipófise. Assim, na puberdade, o GnRH regula para cima (aumenta) seu próprio receptor na adeno-hipófise e, devido à maior concentração de GnRH, ocorre grande estimulação para a produção e secreção de FSH e LH. A secreção pulsátil de FSH e LH estimula a secreção dos hormônios esteróides gonádicos, testosterona e estradiol. O aumento dos níveis circulantes dos hormônios esteróides sexuais é responsável pelo surgimento das características sexuais secundárias na puberdade. CARACTERÍSTICAS DA PUBERDADE - A pulsatilidade do eixo hipotálamo-hipófise é necessária para a função reprodutiva normal, como ilustrado pelo tratamento de indivíduos com atraso de puberdade causado pela deficiência de GnRH. Nos meninos, a puberdade é associada à ativação do eixo hipotálamo-hipófise, proliferação das células de Leydig nos testículos, e síntese e secreção de testosterona pelas células de Leydig. Ocorre crescimento dos testículos, crescimento dos órgãos sexuais acessórios, estirão puberal, pelos pubianos, faciais e axilares, crescimento do pênis, mudança da voz e início da espermatogênese. Nas meninas, a puberdade também se inicia com a ativação do eixo hipotálamo hipófise, que conduz a síntese de estradiol pelos ovários. O primeiro sinal é brotamento mamário, 2 anos após a menarca. Estirão de crescimento e fechamento das epífises terminam nas meninas primeiro. Pelos pubianos e axilares precedem a menarca (aumento da secreção de androgênios supra renais). ● SÍNTESE E SECREÇÃO DE TESTOSTERONA A testosterona, o principal hormônio androgênico, é sintetizada e secretada pelas células de Leydig dos testículos. É produzida também no córtex da suprarrenal, mas tem 2 diferenças importantes das produzidas nos testículos. A ausência das enzimas 21B- hidroxilase e 11B- hidroxilase (não sintetiza glicocorticoide nem mineralocorticoide) e possuem uma enzima adicional 17B-hidroxiesteroide desidrogenase, que converte a androstenediona em testosterona. Em alguns tecidos, a dihidrotestosterona é o androgênio ativo. Nesses tecidos, a testosterona é convertida a di-hidrotestosterona pela enzima 5α-redutase. 98% é ligado a proteínas transportadoras, como globulina ligadora de esteróides sexuais e a albumina. A síntese de globulina ligadora de esteróides sexuais ocorre no fígado, sendo estimulada pelo estrogênio e inibida pelo androgênio. REGULAÇÃO DOS TESTÍCULOS - As duas funções dos testículos, espermatogênese e secreção de testosterona, são controladas pelo eixo hipotálamo-hipófise. ● GnRH O GnRH é decapeptídeo secretado pelos neurônios hipotalâmicos do núcleo arqueado. É secretado para o sangue do sistema porta hipotálamo-hipofisário e, então, entregue, em alta concentração, diretamente à adeno-hipófise. Pulsátil. ● FSH e LH São hormônios da adeno-hipófise (gonadotrofinas) que estimulam os testículos a realizar suas funções espermatogênica e endócrina. São glicoproteínas. O FSH estimula a espermatogênese e a função da célula de Sertoli. O LH estimula as células de Leydig a sintetizarem testosterona pelo aumento da atividade da enzima desmolase, a testosterona tem ação parácrina nos testículos e ação endócrina. RETROALIMENTAÇÃO NEGATIVA - 2 VIAS- Na primeira, a própria testosterona atua sobre ambos, hipotálamo e adeno-hipófise, inibindo a secreção de GnRH e LH. Em nível hipotalâmico, a testosterona reduz tanto a frequência como a amplitude dos pulsos de GnRH. Na segunda via, as células de Sertoli secretam a substância, chamada inibina. A inibina é glicoproteína que atua por retroalimentação negativa sobre a secreção de FSH pela adeno-hipófise. AÇÃO DOS ANDROGÊNIOS - *Inibidores da 5α-redutase, como a finasterida, bloqueiam a conversão de testosterona em dihidrotestosterona e, assim, impedem a produção de androgênios ativos em alguns tecidos-alvo. Como o crescimento da próstata e o padrão masculino de calvície dependemda di-hidrotestosterona, em vez da testosterona, os inibidores da 5α-redutase podem ser utilizados para o tratamento da hipertrofia prostática benigna e perda de cabelos em homens. MECANISMO DE AÇÃO - O mecanismo de ação dos androgênios começa com a ligação da testosterona ou da di-hidrotestosterona à proteína receptora de androgênios nos tecidos-alvo. O complexo androgênio-receptor se desloca para o núcleo, onde inicia a transcrição gênica. Novos RNAm são gerados e traduzidos em novas proteínas, responsáveis pelas várias ações fisiológicas dos androgênios. referências: COSTANZO, Linda S. Fisiologia. 5. ed. trad. americana Rio de Janeiro, RJ: Elsevier, 2014.
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