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gabriela vieira 2/2021- MedFipGbi SOI- APG Início é quando há secreção pulsátil de GnRH. Estimula em paralelo a secreção pulsátil de FSH e LH. Um dos eventos mais precoces da puberdade é o aparecimento de grande pulso noturno de LH durante o sono. Secreção pulsátil de FSH e LH estimula a secreção dos hormônios esteroides gonádicos, testosterona e estradiol. O aumento dos níveis circulantes dos hormônios esteroides sexuais é responsável pelo surgimento das características sexuais secundárias na puberdade. Características da puberdade A atividade pulsátil estimula testículos e ovários a secretarem seus respectivos hormônios sexuais, testosterona e estrogênio, que são responsáveis pelo desenvolvimento de características sexuais secundárias. A pulsatilidade do eixo hipotálamo-hipófise é necessária para a função reprodutiva normal, como ilustrado pelo tratamento de indivíduos com atraso de puberdade causado pela deficiência de GnRH. Se um análogo de GnRH é administrado em pulsos intermitentes para reproduzir o padrão normal de pulsatilidade, a puberdade é iniciada e a função reprodutiva estabelecida. Meninos: a puberdade é associada à ativação do eixo hipotálamo-hipófise, proliferação das células de Leydig nos testículos, e síntese e secreção de testosterona pelas células de Leydig. Ocorre crescimento dos testículos, pois ocorre aumento do número de túbulos seminíferos. Ocorre crescimento dos órgãos sexuais acessórios, como da próstata. Existe pronunciado estirão puberal do crescimento, e as epífises se fecham quando a altura adulta é atingida. Os níveis plasmáticos de testosterona se elevam, os pelos pubianos faciais e axilares aparecem e ocorre crescimento do pênis, mudança de voz, e início da espermatogênese (espermarca). Meninas: a puberdade também se inicia com a ativação do eixo hipotálamo-hipófise, que conduz a síntese de estradiol pelos ovários. O primeiro sinal da puberdade, observado nas meninas, é o brotamento mamário, que é seguido, em cerca de 2 anos, pela menarca, a primeira menstruação. gabriela vieira 2/2021- MedFipGbi O estirão de crescimento e o fechamento das epífises, tipicamente, se iniciam e terminam antes nas meninas do que nos meninos. O surgimento dos pelos pubianos e axilares precede a menarca e é dependente do aumento da secreção de androgênios suprarrenais, chamado adrenarca. Fisiologia reprodutiva masculina A espermatogênese ocorre, continuamente, durante a vida reprodutiva dos homens, desde a puberdade até a senescência. A espermatogênese ocorre ao longo da parede dos túbulos seminíferos, sendo este processo dividido em três fases: divisões mitóticas das espermatogônias geram os espermatócitos, que são destinados a se transformar nos espermatozoides maduros; divisões meióticas dos espermatócitos, que reduzem o número de cromossomas e produzem espermátides haploides; e espermiogênese, na qual as espermátides são transformadas em espermatozoides maduros pela perda do citoplasma e desenvolvimento de flagelo. Um ciclo completo de espermatogênese dura, aproximadamente, 64 dias. Existe organização temporal do ciclo espermatogenético, conhecido por onda espermatogênica, que garante que os espermatozoides maduros sejam continuamente produzidos. Dois milhões de espermatogônias iniciam esse processo diariamente e, uma vez que cada espermatogônia origina 64 espermatozoides, 128 milhões de espermatozoides são produzidos diariamente. Os espermatozoides deixam os testículos para o epidídimo, que é o primeiro local para maturação e estocagem dos espermatozoides. Eles permanecem viáveis, no epidídimo, por vários meses. Durante a excitação sexual, contrações da musculatura lisa, ao redor dos ductos empurram o esperma do epidídimo. Na ejaculação, os espermas são expelidos para o ducto deferente, depois uretra. As glândulas seminais secretam fluido rico em frutose, citrato, prostaglandinas e fibrinogênio. Como o ducto deferente lança o esperma para o ducto ejaculatório, cada vesícula seminal contribui com suas secreções que, também, serão nutritivas para o esperma ejaculado. As prostaglandinas, presentes no fluido seminal, podem auxiliar na fertilização de duas maneiras: As prostaglandinas reagem com o muco cervical para torná-lo mais penetrável aos espermatozoides; As prostaglandinas induzem as contrações peristálticas no trato reprodutivo feminino (i.e., no útero e na tuba uterina) para gabriela vieira 2/2021- MedFipGbi impulsionar os espermatozoides pelo trato acima. A próstata adiciona sua secreção ao ejaculado, solução aquosa e leitosa rica em citrato, cálcio e enzimas. A secreção prostática é ligeiramente alcalina, o que aumenta a mobilidade dos espermatozoides e auxilia na fertilização, por neutralizar as secreções ácidas do ducto deferente e da vagina. Os espermatozoides ejaculados não podem imediatamente fertilizar o óvulo: eles precisam residir no trato reprodutivo feminino por 4 a 6 horas para que ocorra a capacitação. A capacitação é o processo em que os fatores inibitórios do fluido seminal são eliminados, o colesterol é removido da membrana do espermatozoide e as proteínas da superfície são redistribuídas. O influxo de cálcio, para os espermatozoides, aumenta a sua motilidade, e a locomoção dos espermatozoides passa a ser do “tipo chicote”. A capacitação resulta na reação acrossômica, na qual a membrana acrossômica se funde com a membrana externa do espermatozoide. Essa fusão cria poros pelos quais enzimas hidrolíticas e proteolíticas podem escapar do acrossoma, criando via para os espermatozoides penetrarem nas camadas protetoras do óvulo. A testosterona é sintetizada e secretada pelas células de leydig dos testículos. As vias esteroidogênicas nos testículos, são semelhantes às no córtex suprarrenal, com duas diferenças: A ausência testicular das enzimas 21β- hidroxilase e 11β-hidroxilase, portanto, esse tecido não pode sintetizar glicocorticoides ou mineralocorticoides. Os testículos têm enzima adicional, a 17β- hidroxiesteroide desidrogenase, que converte a androstenediona em testosterona. Assim, o produto final androgênico dos testículos é a testosterona, em vez de deidroepiandrosterona (DHEA) e androstenediona (produtos androgênicos finais da esteroidogênese no córtex suprarrenal). A testosterona não é ativa em todos os tecidos-alvo androgênicos. Em alguns tecidos, a di-hidrotestosterona é o androgênio ativo. Nesses tecidos, a testosterona é convertida a di-hidrotestosterona pela enzima 5α- redutase. O hormônio hipotalâmico é o hormônio liberador de GnRH, e os hormônios da adeno- hipófise são o hormônio foliculo-estimulante (FSH) e o hormônio luteinizante (LH). gabriela vieira 2/2021- MedFipGbi GnRH O GnRH é decapeptídeo secretado pelos neurônios hipotalâmicos do núcleo arqueado. É secretado para o sangue do sistema porta hipotálamo-hipofisário e, então, entregue, em alta concentração, diretamente à adeno- hipófise. Durante o período reprodutivo a secreção de GnRH é pulsátil e conduz em paralelo o padrão secretório pulsátil de FSH e LH a partir da adeno-hipófise. Se GnRH é administrado continuamente, este inibe a secreção de FSH e LH. FSH e LH São hormônios da adeno-hipófise (gonadotrofinas) que estimulam os testículos a realizar suas funções espermatogenética e endócrina. FSH e LH são membros da família do hormônio glicoproteína, que inclui TSH e HCG; todos os membros da família têm subunidades α idênticas, mas subunidades β únicas que conferem atividade biológica. FSH estimula a espermatogênese e a função da célula de Sertoli. LH estimula as células de Leydig a sintetizarem testosterona pelo aumento da atividadeda enzima desmolase. Assim, a função do LH, nos testículos, é paralela à função do ACTH no córtex suprarrenal: ambos estimulam a primeira etapa da via esteroidogênica. A testosterona, secretada pelas células de Leydig, age localmente dentro dos testículos (efeito parácrino) e também atua em outros órgãos-alvo (efeito endócrino). Nos testículos, a testosterona se difunde das células de Leydig para as células de Sertoli, onde reforça a ação espermatogenética do FSH. Fora do testículo, a testosterona é secretada para a circulação sistêmica e atinge os outros tecidos. Retroalimentação negativa: Na primeira, a própria testosterona atua sobre ambos, hipotálamo e adeno-hipófise, inibindo a secreção de GnRH e LH. Em nível hipotalâmico, a testosterona reduz tanto a frequência como a amplitude dos pulsos de GnRH. Na segunda via, as células de Sertoli secretam a substância, chamada inibina. A inibina é glicoproteína que atua por retroalimentação negativa sobre a secreção de FSH pela adeno-hipófise. Assim, as células de Sertoli, que colaboram na formação dos espermatozoides, sintetizam seu próprio inibidor que serve como um “indicador” da atividade espermatogênica dos testículos. Fisiologia reprodutiva feminina As gônadas femininas são os ovários, que junto com o útero e as tubas uterinas constituem o trato reprodutivo feminino. gabriela vieira 2/2021- MedFipGbi Os ovários, têm duas funções: ovogênese e secreção de hormônios esteroides sexuais femininos, progesterona e estrogênio. Cada ovário adulto está preso ao útero por ligamentos. O ovário tem três zonas. O córtex é zona mais externa e, também, a maior. É recoberto pelas células epiteliais germinativas e contém todos os ovócitos, cada um deles dentro do seu folículo individual. Os folículos ovarianos são, também, responsáveis pela produção dos hormônios esteroides. A medula é a zona média e é mistura de tipos celulares. O hilo é a zona mais interna, pela qual os vasos sanguíneos e linfáticos passam. Os hormônios esteroides ovarianos têm ambas as funções parácrina e endócrina. Localmente, nos ovários, os hormônios esteroides ovarianos agem para dar sustentação ao desenvolvimento do óvulo. A unidade funcional dos ovários é o folículo ovariano único, que compreende uma célula germinativa, circundada por células endócrinas. Quando completamente desenvolvido, o folículo ovariano apresenta diversos papéis críticos: ele fornece nutrientes para o desenvolvimento do ovócito; libera o ovócito no momento apropriado (ovulação); prepara a vagina e a tuba uterina para auxiliar a fertilização do óvulo pelo espermatozoide; prepara o revestimento interno do útero para a implantação do ovo fertilizado e, no evento da fertilização, mantém a produção de hormônios esteroides para o feto até a placenta assumir esse papel. Durante o desenvolvimento ovariano, as células germinativas primordiais produzem as ovogônias, por divisão mitótica, até a idade gestacional de 20 a 24 semanas. No início, da 8ª a 9ª semana gestacional, algumas dessas ovogônias entram na prófase da meiose e tornam-se ovócitos primários. O processo meiótico continua até cerca de 6 meses após o nascimento, ponto no qual todas as ovogônias passaram a ser ovócitos. Os ovócitos permanecem no estado de prófase suspensa, a primeira divisão meiótica não será completada até a ovulação ocorrer muitos anos mais tarde. Simultaneamente, ocorre atrição da maioria dos ovócitos. Ao nascimento, somente 2 milhões de ovócitos sobrevivem; na puberdade, só restam 400.000 ovócitos; na menopausa (que marca o fim do período reprodutivo) poucos, se algum, ovócitos ainda existem. Enquanto os homens continuamente produzem espermatogônias e espermatócitos, as mulheres não produzem novas ovogônias e funcionam com o número de ovócitos em declínio constante. Desenvolvimento do ovócito, a partir do folículo primordial. Se ocorrer a fertilização, o corpo lúteo secreta hormônios esteroides e dá sustentação do desenvolvimento do zigoto. Se não ocorrer a fertilização, o corpo lúteo regride e passa a ser corpo albicans. 1) O primeiro estágio do desenvolvimento folicular é paralelo à prófase do ovócito, dura por muitos anos. A menor duração para o primeiro estágio é de 13 anos (a idade aproximada da primeira ovulação); a maior duração é de cerca de 50 anos (idade da menopausa). Como os ovócitos primários crescem, as células da granulosa proliferam gabriela vieira 2/2021- MedFipGbi e nutrem os ovócitos com nutrientes e hormônios esteroides. Durante essa fase, o folículo primordial se desenvolve e origina o folículo primário, as células da teca interna se desenvolvem e as células da granulosa começam a secretar fluidos. Nenhum folículo progride, além desse primeiro estágio, nos ovários prépúberes. 2) O segundo estágio do desenvolvimento folicular ocorre muito mais rapidamente do que o primeiro. Esse estágio ocorre em um período de 70 a 85 dias, presente, apenas, durante o período reprodutivo. Durante cada ciclo menstrual, uns poucos folículos entram nessa sequência. Fluido contendo hormônios esteroides, mucopolissacarídeos, proteínas e FSH acumula-se na área central dos folículos, chamada antro. Os hormônios esteroides atingem o antro por secreção direta das células granulosas. As células das camadas da granulosa e da teca continuam a crescer. Ao final do segundo estágio, o folículo é chamado folículo de Graaf e tem diâmetro médio de 2 a 5mm. 3) O terceiro e último estágio do desenvolvimento folicular é o mais rápido, ocorrendo em 5 a 7 dias, após a menstruação (a menstruação marca o final do ciclo anterior). Um só folículo de Graaf assume a dominância sobre essa coorte, e os outros regridem. Dentro de 48 horas, o folículo dominante cresce para 20mm de diâmetro. No dia 14 do ciclo menstrual de 28 dias, ocorre a ovulação; o folículo dominante se rompe e libera seu ovócito para a cavidade peritoneal. Nesse momento, a primeira divisão meiótica é terminada e resulta no ovócito secundário que entra na tuba uterina, onde se inicia a segunda divisão meiótica. Na tuba uterina, se ocorrer a fertilização pelo espermatozoide, a segunda divisão meiótica é terminada, produzindo óvulo haploide com 23 cromossomas. Os elementos residuais, gerados pela ruptura do folículo primário, formam o corpo lúteo. O corpo lúteo é composto, primariamente, por células da granulosa, mas também por células da teca, capilares e fibroblastos. O corpo lúteo sintetiza e secreta hormônios esteroides, que são necessários para a implantação e manutenção do zigoto, caso ocorra a fertilização. Se a fertilização ocorrer, o corpo lúteo secretará esteroides sexuais até a placenta assumir esse papel, mais tarde na gestação. Caso a fertilização não ocorra, o corpo lúteo regride durante os próximos 14 dias (a segunda metade do ciclo menstrual) resultando em cicatriz chamada corpo albicans. Os hormônios esteroides ovarianos, progesterona e 17β-estradiol, são sintetizados pelos folículos ovarianos pelas funções combinadas das células da granulosa e das células da teca. O Córtex suprarrenal produz todos os intermediários da via até o nível da androstenediona, mas, como não possui a enzima 17β-hidroxisteroide desidrogenase, não há produção de testosterona. Nos ovários, todos os passos da via de biossíntese estão presentes, incluindo a aromatase, que converte testosterona a 17β- estradiol, o principal estrógeno ovariano. gabriela vieira 2/2021- MedFipGbi Progesterona e o 17β-estradiol são sintetizados como se segue: as células da teca sintetizam e secretam progesterona. As células da teca também sintetizam androstenediona; essa androstenediona se difunde a partir das célulasda teca para as células da granulosa, que contêm a enzima 17β-hidroxisteroide desidrogenase e aromatase. Nas células da granulosa, a androstenediona é convertida a testosterona, e a testosterona é convertida a 17β-estradiol. Ambos FSH e LH têm papel no processo de biossíntese. O LH estimula a enzima colesterol desmolase, nas células da teca, primeiro passo da via da biossíntese. O FSH estimula a enzima aromatase na célula da granulosa, a última etapa na síntese de 17β-estradiol. Como notado, os ovários apresentam duas funções: ovogênese e secreção doshormônios esteroides sexuais femininos. GnRH É regulada pela atividade pulsátil do eixo hipotálamo-hipófise. O GnRH é diretamente liberado em altas concentrações, na adeno-hipófise, onde causa estímulo pulsátil sobre a secreção de FSH e LH. Então, FSH e LH agem nos ovários para estimular o desenvolvimento folicular e a ovulação, bem como a produção e a liberação de hormônios esteroides sexuais femininos. FSH e LH Comportamento cíclico. A cada 28 dias, a sequência do desenvolvimento folicular, ovulação, formação e degeneração do corpo lúteo se repetem durante o ciclo menstrual. Os primeiros 14 dias do ciclo menstrual envolvem o desenvolvimento folicular e formam a fase folicular. Os últimos 14 dias do ciclo menstrual são dominados pelo corpo lúteo, formando a fase lútea. No meio deste ciclo, ocorre a ovulação. Desenvolvimento folicular: FSH: As células da granulosa são as únicas células dos ovários com receptores de FSH. As ações iniciais do FSH envolvem o estímulo do crescimento das células da granulosa, em folículos primários, e estímulo à produção de estradiol. Essa produção local de estradiol, então, sustenta o efeito trófico do FSH sobre as células da granulosa. Assim, os dois efeitos do FSH, sobre a granulosa, são mutuamente reforçados: mais células, mais estradiol, mais células. LH: A ovulação é iniciada pelo LH. Imediatamente antes da ovulação, a concentração circulante de LH aumenta rapidamente e induz a ruptura do folículo dominante, com liberação do ovócito. O LH também estimula a formação do corpo lúteo, processo denominado luteinização, e mantém a produção de hormônios esteroides pelo corpo lúteo durante a fase lútea do ciclo menstrual. Retroalimentação negativa e positiva: gabriela vieira 2/2021- MedFipGbi As fases folicular e lútea são caracterizadas pela retroalimentação negativa do estradiol e da progesterona, respectivamente, sobre a adeno-hipófise. O meio do ciclo é caracterizado pela retroalimentação positiva do estradiol sobre a adenohipófise. GnRH, Hormônio liberador de gonadotrofinas. Fase folicular: O FSH e o LH estimulam a síntese e secreção de estradiol pelas células foliculares. Uma das ações do estradiol é a retroalimentação negativa nas células da adeno-hipófise para inibir a futura secreção de FSH e LH. Meio do ciclo: Os níveis de estradiol aumentam rapidamente, como resultado da proliferação das células e estimulação da síntese de estradiol que ocorreram durante a fase folicular. Quando um nível crítico de estradiol é alcançado, o estradiol exerce efeito de retroalimentação positiva na adeno-hipófise, por aumentar os receptores de GnRH, nas células da adeno-hipófise, levando, assim, à secreção posterior de FSH e LH. Essa explosão de secreção hormonal, pela adeno- hipófise, chamada de surgimento do pico ovulatório de FSH e LH, dispara então a ovulação do ovócito maduro. Fase lútea: O principal hormônio secretado pelos ovários é a progesterona. Uma das ações da progesterona é a retroalimentação negativa da adeno-hipófise, para inibir a secreção de FSH e LH. Inibina é produzida por células granulosas do ovário. Como nos testículos, inibe a secreção de FSH da adeno-hipófise. Activina é também produzida pelas células granulosas do ovário e estimula a secreção de FSH. Geralmente, estrogênio e progesterona complementam ou aumentam a ação um do outro no trato reprodutor feminino. Durante o curso do ciclo menstrual, a secreção de estrogênios pelos ovários precede a secreção de progesterona, preparando os tecidos-alvo para responder à progesterona. Exemplo dessa “preparação” é vista na regulação para cima dos receptores de progesterona, pelo estrogênio, em vários tecidos-alvo. Sem o estrogênio e essa ação de “regulação para cima”, a progesterona teria poucos efeitos biológicos. De forma oposta, a progesterona faz “regulação para baixo” nos receptores de estrogênio, em alguns tecidos- alvo, reduzindo sua atividade ao estrogênio. Desenvolvimento do Trato Reprodutivo Feminino Na puberdade, os ovários, regulados pela secreção pulsátil de FSH e LH, começam a gabriela vieira 2/2021- MedFipGbi secretar estrogênio. Por sua vez, o estrogênio promove o crescimento e o desenvolvimento do trato reprodutivo feminino: útero, tubas uterinas, colo uterino e vagina. A progesterona é também ativa nestes tecidos, geralmente aumentando suas atividades secretórias. Assim, no útero, o estrogênio causa proliferação celular, crescimento celular e aumento da contratilidade; a progesterona aumenta a atividade secretória e reduz a contratilidade. Nas tubas uterinas, o estrogênio estimula o batimento ciliar e a contratilidade, auxiliando na movimentação do espermatozoide, em direção ao útero; a progesterona aumenta a atividade secretória e diminui a contratilidade. Na vagina, o estrogênio estimula a proliferação das células epiteliais; a progesterona estimula a diferenciação, porém inibe a proliferação das células epiteliais. Ciclo Menstrual O estrogênio e a progesterona são responsáveis pelas alterações que ocorrem no endométrio, no colo uterino e na vagina, além de serem responsáveis pela retroalimentação do FSH e do LH na adeno- hipófise. Um ciclo menstrual “típico” de 28 dias, a fase folicular é o período de 14 dias que precede a ovulação, é dominada pelo estrogênio. O 17β- -estradiol, cuja secreção aumenta acentuadamente durante essa fase, tem efeitos significativos sobre as células endometriais do útero, preparando-o para a possibilidade de receber o ovo fertilizado: o estradiol estimula o crescimento do endométrio, crescimento das glândulas e do estroma e alongamento das artérias espiraladas que suprem o endométrio. O estradiol também torna o muco cervical copioso, aquoso e elástico. A fase lútea do ciclo menstrual de 28 dias corresponde aos outros 14 dias após a ovulação. Essa fase também é chamada fase secretora e é dominada pela progesterona. A proliferação do endométrio se reduz, e sua espessura diminui. As glândulas uterinas ficam mais tortuosas, acumulam glicogênio em vacúolos e aumentam sua produção de muco. O estroma e o endométrio ficam edematosos. As artérias espiraladas alongam- se e ficam mais enroladas. A secreção de progesterona diminui a quantidade de muco cervical, que, então, passa a ser grosso e não elástico. Mamas O desenvolvimento da mama dependente de estrogênio. Na puberdade, com o início da secreção de estrogênio, os ductos lobulares crescem, e a área ao redor dos mamilos, a aréola, aumenta. O estrogênio também aumenta a quantidade de tecido adiposo, dando às mamas sua forma feminina característica. A progesterona colabora com o estrogênio para o estímulo da atividade secretória nos ductos mamários. Gestação Altos níveis de estrogênio e progesterona são sintetizados precocemente na gestação pelo corpo lúteo e, do meio até o final da gestação, pela placenta. Estrogênio estimula o crescimento do endométrio, crescimento do sistema de ductos das mamas, secreção de prolactina e aumento da genitália externa. Progesterona mantém revestimento endometrial do útero e aumenta o limiar uterinopara o estímulo contrátil, preservando, desse modo, a gestação, até que o feto esteja pronto para o processo do parto. Menopausa A menopausa é a cessação dos ciclos menstruais nas mulheres, e isso ocorre, geralmente, aos 50 anos de idade. De fato, a secreção de estrogênio declina e, eventualmente, cessa. Devido à redução dos níveis de estrogênio, ocorre a redução da retroalimentação negativa da adeno-hipófise e, consequentemente, ocorre aumento da secreção e da pulsatilidade de FSH e LH, na menopausa. Os sintomas da menopausa são causados pela perda do suprimento ovariano de gabriela vieira 2/2021- MedFipGbi estrogênio e incluem desgaste do epitélio vaginal, diminuição da secreção vaginal, diminuição da massa das mamas, aceleração da perda óssea, instabilidade vascular (“ ondas de calor”) e labilidade emocional (devido ao fato de o estrogênio poder ser gerado a partir de precursores androgênicos, no tecido adiposo, mulheres obesas tendem a ter menos sintomas da menopausa comparadas a mulheres não obesas). A terapia de reposição estrogênica tem como objetivo repor o suprimento ovariano de estrogênio, e, portanto, minimizando ou prevenindo os sintomas da menopausa. Masculinidade ou feminilidade ode ser caracterizada de três formas: sexo genético, se os cromossomas sexuais são XX ou XY; sexo gonádico. Se as gônadas são testículos ou ovários; sexo fenotípico ou genital, se o indivíduo parece homem ou mulher. Determinado pelos cronogramas sexuais, XX ou XY. Durante 5 semanas de vida gestacional, as gônadas não possuem diferenciação. A partir da 6ª semana para a 7ª de gestação, indivíduos geneticamente masculinos, os testículos começam a se desenvolver; Na 9ª semana, os indivíduos geneticamente femininos, se diferenciam os ovários; O sexo genético normalmente determina o sexo gonádico, e as gônadas aparecem nos homens primeiro que surgem nas mulheres. Presença de gônadas masculinas e femininas. Testículos: possuem 3 tipos celulares: Células germinativas: produtoras de espermatogônia. Células de Sertoli: sintetizam um hormônio glicoproteico, Antimulleriano e após a puberdade, inibina. Células de Leydig: sintetizam a testosterona; Ovários: 3 tipos celulares: Células germinativas: produzem as ovogônias. As ovogônias, em meiose, são cercadas pelas células da granulosa e do estroma, e nessa configuração elas são chamadas de ovócitos. Elas permanecem na prófase da meiose até ocorrer a ovulação. Células da teca: sintetizam progesterona Células da granulosa: sintetizam estradiol. Existem duas diferenças cruciais entre as gônadas masculina e feminina do feto que influenciam o sexo fenotípico: Os testículos sintetizam o hormônio antimülleriano, e os ovários não; Os testículos sintetizam a testosterona, e os ovários não. O hormônio antimülleriano e a testosterona são decisivos para determinar que o feto seja fenotipicamente masculino. No caso de não existirem os testículos, e, portanto, sem hormônio antimülleriano e testosterona, “a rigor”, o feto será fenotipicamente feminino. Caracteristicas físicas do trato genital interno e da genitália externa Masculino: gabriela vieira 2/2021- MedFipGbi Interno: inclui a próstata, glândula seminal, ducto deferente e epidídimo. Externo: escroto e pelo pênis. Feminino: Interna: tuba uterina, útero e o terço superior da vagina. Externa: clitóris, grandes lábios, pequenos lábios e os dois terços inferiores da vagina. Sexo fenotípico é determinado pela produção hormonal das gônadas, como a seguir: Fenótipo masculino: os machos gonádicos têm os testículos que sintetizam e secretam hormônio antimülleriano e a testosterona, ambos são necessários para o desenvolvimento do fenótipo masculino. Embriologicamente, os ductos de Wolff originam o epidídimo, o ducto deferente, a glândula seminal e os ductos ejaculatórios. A testosterona, presente nos machos gonádicos, estimula o crescimento e a diferenciação dos ductos de Wolff. A testosterona, de cada testículo, atua ipsilateralmente (do mesmo lado) sobre seu próprio ducto de Wolff. Para essa ação sobre os ductos de Wolff, a testosterona não precisa ser convertida em di-hidrotestosterona (discutido adiante neste capítulo). Ao mesmo tempo, o hormônio antimülleriano, produzido pelas células de Sertoli, causam atrofia do segundo conjunto de ductos, os ductos müllerianos (os ductos de Müller teriam originado o trato genital feminino, caso não tivessem sido suprimidos pelo hormônio antimülleriano). Os órgãos genitais externos masculinos, o pênis e o escroto, se diferenciam entre a 9ª e a 10ª semana gestacional, e o desenvolvimento da genitália externa masculina é dependente da conversão de testosterona a di-hidrotestosterona e da presença de receptores de androgênios, nos tecidos-alvo. Fenótipo feminino: as fêmeas gonádicas têm ovários que secretam estrogênio; mas, eles não secretam hormônio antimülleriano ou testosterona. Assim, no sexo feminino, sem testosterona disponível para estimular o crescimento e diferenciação do ducto de Wolff na genitália interna masculina, e sem hormônio antimülleriano disponível para suprimir a diferenciação dos ductos de Müller. Consequentemente, os ductos de Müller se desenvolvem no trato genital feminino (tuba uterina, útero e terço superior da vagina). Como no trato genital interno, o desenvolvimento da genitália externa feminina (clitóris, grandes lábios, pequenos lábios e os dois terços inferiores da vagina) não requer qualquer hormônio, embora o crescimento dessas estruturas, até seu tamanho normal, dependa da presença de estrogênio. Se a fêmea gonádica é exposta a altos níveis de androgênios enquanto no útero (p. ex., por excesso de produção pelo córtex suprarrenal) quando a genitália externa está se diferenciando, isso produz fenótipo masculino. Se tal exposição ocorrer após a diferenciação da genitália externa, o fenótipo feminino é mantido, porém talvez ocorra hipertrofia do clitóris Identidade de gênero É considerada a percepção que a pessoa possui de si, em relação ao gênero feminino, masculino ou ambos, e até nenhum dos dois. Independe do sexo biológico. É a compreensão da pessoa sobre ela mesma, como ela se vê e deseja ser reconhecida. Pode ou não concordar com o gênero que lhe foi atribuído no nascimento. Cisgênero: A Identificação do gênero de acordo com o determinado em seu nascimento; Transgênero: Não se identifica com comportamentos convencional do gênero de seu nascimento; Queer: Não se enquadra em nenhuma identidade ou expressão de gênero. gabriela vieira 2/2021- MedFipGbi Mulheres Transexuais e Homens Trans: São aquelas pessoas que possuem identidade de gênero diferente do sexo biológico. Se afastam do sexo biológico se identificando psíquicamente pelo sexo oposto. Podem realizar modificações corporais por meio de terapias hormonais ou cirurgias, em busca do atributo físico que as fazem felizes. Intersexual: Quando há variação na pessoa do padrão de masculino ou feminino culturalmente estabelecido, nas condições fisiológicas. Orientação sexual Trata-se da direção ou inclinação do desejo afetivo e erótico do indivíduo em relação às outras pessoas. É importante ressaltar que essa orientação se dá a partir do gênero representado pelo outro, o que independe do modo como o indivíduo se identifica. Nesse campo temos as seguintes orientações: Heterossexual: pessoa que se sente atraída pela representação de gênero diferente da sua, não se limitando ao sexo biológico; Homossexual: pessoa que se sente atraída pela representação de gênero igual à sua, não se limitando ao sexo biológico; Bissexual: pessoas que se sentem atraídas pelas duas representaçõesclássicas de gênero: homem e mulher; Pansexual: pessoas que se sentem atraídas por qualquer representação de gênero. Aqui a pessoa não se limita a representações de masculino ou feminino, gosta de pessoas no geral; Assexual: pessoas que não sentem atração sexual por outras pessoas. Sexo biológico Diz respeito às características biológicas do indivíduo ao nascer (cromossomos, genitália, composição hormonal etc.). Tais características determinam os sexos macho e fêmea, que são mais comuns. Vale salientar que, existem certos indivíduos identificados como intersex, pois nascem com características físicas e hormonais que não correspondem a um sexo em específico.
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