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3 - Comparato

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Victória Thalita do Nascimento Pereira, acadêmica de Direito. 
 
 
COMPARATO, Fábio Konder. “Prefácio à 1ª edição. Friedrich Muller: o autor e 
sua obra. ”. In: MULLER, Friedrich. Quem é o povo: a questão fundamental da 
democracia. (p.9-22) 
Palavras-chave: Exegese Literal Francesa; Jurisprudência Conceitual Alemã; Código de 
Napoleão; Friedrich Muller; Gadamer; Direito como Vigência; Crítica ao Positivismo 
Jurídico; 
Resumo 
O autor se preocupa, principalmente, em mostrar as interpretações e decisões 
jurídicas a partir de duas grandes escolas, duas grandes perspectivas principais, a francesa 
e a alemã. Ele irá fazer uma diferenciação da exegese literal francesa da jurisprudência 
conceitual alemã. 
Na Alemanha, ele apresenta toda uma tradição contrária à exegese literal, 
inclusive uma crítica ao positivismo jurídico que estaria centrado justamente no 
pensamento francês. Em contrapartida, ele apresenta a partir de Friedrich Muller, a 
jurisprudência conceitual alemã. 
Primeira Parte 
A eficiência dos códigos causa, paradoxalmente, um problema no que diz respeito 
às interpretações. 
Na tradição francesa, Comparato chama atenção para o Código de Napoleão que 
apresenta uma influência gigantesca no que diz respeito ao Código Civil para 
praticamente todos os países, mas ele vai chamar atenção que o êxodo do Código 
Napoleônico, pelo menos para os franceses, acabou, justamente, dando muita força à 
exegese literal, ou seja, o que os juristas da França faziam, desde 1804, era uma leitura 
literal da lei, do Código, fazendo com que essa perspectiva sirva como precursor para o 
Positivismo Jurídico. 
Comparato defende que esse ponto de vista causou vários problemas tanto do 
ponto de vista pessoal, quanto do ponto de vista material. 
 Tanto é que os juristas franceses logo em seguida, para resolver esses danos 
causados, criaram uma série de possibilidades de interpretação jurídica baseada numa 
Victória Thalita do Nascimento Pereira, acadêmica de Direito. 
 
 
série de Princípios, elaborando uma outra possibilidade de leitura que não fosse uma 
exegese literal do Código tal como ele se apresenta. 
Segunda Parte 
O autor ressalta que a teoria política na Alemanha se desenvolveu por um caminho 
completamente diferente da tradição francesa. A Alemã se baseou no que ele chama de 
pandestica (faz referência à segunda parte do Corpus Jurídico de Justiniano, as 
Pandéticas, seriam os comentários das normas de Direito Civil por jurisconsultos), 
fundada da inspiração no Direito Romano. 
Terceira Parte 
Comparato chama atenção para o fato de que na Alemanha também ocorreu o 
mesmo fenômeno francês no que diz respeito à tentativa de se produzir uma interpretação 
jurídica aos modos da exegese literal. 
Com a criação da Lei Fundamental, os juristas estiveram prestes a se transformar 
em simples glosadores e o pensamento jurídico na Alemanha esteve prestes a se 
transformar em mera ilustração dos textos constitucionais (mera interpretação literal). 
Porém, essa tentativa que foi frutífera na França (e teve, inclusive, todo seu 
respaldo nela), foi completamente infrutífera na Alemanha. O Tribunal Constitucional 
Federal na Alemanha não tem o mesmo significado que, por exemplo, a Suprema Corte 
tem nos EUA, o sistema Commow Law não é fértil no território alemão. 
Essa tentativa de uma leitura ou interpretação jurídica que englobasse todo o 
território alemão foram sempre ferreamente combatidas. Mascaro aponta que Friedrich 
Muller foi um dos que principalmente combateu essas tentativas com suas obras, que se 
tornaram, inclusive, um instituto na Alemanha a partir das ideias dele. 
Quarta Parte 
Esta parte tratará das críticas e do posicionamento de Friedrich Muller quanto a 
exegese da interpretação literal das normas, inclusive a tentativa de se construir essa 
tradição na Alemanha. 
Muller desenvolve uma teoria, com uma filiação muito forte da perspectiva 
hermenêutica de Hans-Georg Gadamer, que dá origem a um método de compreensão 
jurídica, em que ele vai entender o Direito como vigência (o Direito é aquilo que 
Victória Thalita do Nascimento Pereira, acadêmica de Direito. 
 
 
acontece, que está acontecendo, pode ser ligado também conceito de vivência). O que 
uma interpretação jurídica faz é pensar os aspectos dentro dessa vigência/ vivência. 
Dentro da vigência, uma leitura literal das normas acaba se tornando ineficiente. 
A vivência em sociedade está sempre acontecendo, caminhando e em movimento e o 
método interpretativo das relações jurídicas deve estar próximo dessa perspectiva 
hermenêutica interpretativa. 
Muller faz uma crítica ao Positivismo Jurídico fundada em três elementos: o 
primeiro, é que é uma crítica à tautologia normativa legalista, ou seja, à repetição. O 
segundo, é uma crítica ao nacionalismo jurídico. E o terceiro, é que ele propõe a 
substituição nacionalismo jurídico por universalismo jurídico, tendo em vista que se se 
trata de uma teoria jurídica, ela não pode estar restrita a um nacionalismo. 
Assim, vem-se o questionamento “Qual seria forma dos embates ao Positivismo 
Jurídico? ”. Mascaro afirma que Muller elabora uma série de problemas e questões 
justamente para se opor ao Positivismo Jurídico e, dentro dessas questões, ele apresenta 
o problema-chave da obra que aqui está sendo tratada: “Quem é o povo? ”, onde vão 
decorrer inúmeras reflexões. 
Quinta Parte 
Essa parte vai tratar de pensar os desdobramentos da questão “Quem é o povo? ” 
O conceito de povo não é apenas descritivo, mas também operacional, uma vez 
que existe consequências em torno da sua definição. Este debate vai implicar em uma 
afirmativa e em um questionamento. 
A afirmativa consiste no entendimento de que nos modernos Estados 
Democráticos, o povo é tomado como titular da soberania política. E o questionamento 
que é criado a partir dessa afirmativa é que “Como posso definir o conceito de povo de 
modo que o conceito seja operacional e ao mesmo tempo que eu evite a usurpação do 
poder? ”. 
Os danos materiais e pessoas apresentados estão ligados à questão da usurpação 
do poder. Ao definir o conceito de povo nos deparamos com a problemática de evitar a 
usurpação do poder. 
Assim, surgem novos questionamentos: 
Victória Thalita do Nascimento Pereira, acadêmica de Direito. 
 
 
“O povo, enquanto sujeito da soberania democrática, seria de fato titular do poder 
ou seria simplesmente aquele que exerce o poder? ” 
 “A soberania popular se caracteriza como poder absoluto? ” 
Sexta Parte 
Povo é um conceito plurívoco, ou seja, ele adquire vários significados a depender 
do lugar e a depender do momento histórico. 
Nos Estados Unidos, por exemplo, o conceito de povo sofreu variações, porém 
ainda é possível pensar em uma definição mínima: “O povo é o detentor da soberania”. 
Tal definição foi rapidamente aceita, uma vez que não havia nenhuma fundamentação 
aristocrática nos EUA. (Os escravos não foram inseridos nessa conceituação de povo). 
Já a França, por se apresentar em um quadro diferente, com uma tradição 
aristocrática muito forte, define o povo como “Lavradores e operários, os não nobres 
e os não pertencentes ao Clero”. A soberania aqui não estaria depositada no povo, mas 
sim ligada ao conceito de nação, onde acabou repousando os mais variados regimes 
antidemocráticos, que dariam origem a graves problemas como a usurpação, a instalação 
da tirania. 
A tentativa de conceituar povo implica na elaboração de duas questões: “O poder 
supremo é/deve ser encontrado no povo ou na sua fração dominante? ” e “A soberania 
popular na democracia seria tão absoluta quanto a soberania na monarquia, por exemplo, 
no Antigo Regime? ”. 
O autor chama atenção que nenhum grupo (seja o povo, a nação, a classe operária, 
as pessoas de bem, ou de maioria) deveria possuir a Soberania Absoluta, uma vez que não 
existe uma soberania inocente e isso resultaria em uma tirania.

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