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VT DIREITO AMBIENTAL - QUESTÕES E RESUMO DO FILME: 1) IDENTIFIQUE TRÊS PRINCÍPIOS DO DIREITO AMBIENTAL QUE PODEM SER EXTRAÍDOS DO ART. 225, “CAPUT”, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL: Resposta: Três princípios identificáveis no artigo 225, caput da Constituição de 1988 são: princípio da solidariedade intergeracional, princípio do desenvolvimento sustentável e princípio da natureza pública da proteção ambiental. 2) DISSERTE, OBJETIVAMENTE, SOBRE AS COMPETÊNCIAS ADMINISTRATIVAS EM MATÉRIA AMBIENTAL, SEUS CONFLITOS, CRITÉRIOS DOUTRINÁRIOS E LEGAIS PARA RESOLVÊ-LOS. Resposta: A Constituição Federal em seu artigo 225 assegurou a todos o direito a um meio ambiente saudável e equilibrado, de uso comum do povo, fundamental para uma melhor qualidade de vida, sendo dever do poder público e da coletividade a sua tutela e preservação para atuais e futuras gerações. Por ser um bem fundamental, a Constituição Federal de 1988, em seu art. 23, incisos III, VI e VII, atribuiu competência comum a União, Estados, Distrito Federal e Municípios, a sua proteção a fim de garantir um meio ambiente ecologicamente equilibrado e essencial à sadia qualidade de vida. A distribuição de competência dos entes federados suscitou por muitos anos, duvidas atinentes à competência constitucional comum material, ocasionando conflito de competência entre os órgãos ambientais. Tinha-se como premissa que a ausência de lei complementar regulamentadora da competência comum material acarretava conflitos entre os órgãos ambientais. Desta forma, em 08 de dezembro de 2011, foi instituída a Lei Complementar 140/2011, que tem como objetivo regulamentar a competência comum material prevista no art. 23 da Constituição Federal e fixar normas de cooperação entre os entes federados, a evitar sobreposição das atuações. Contudo, os critérios adotados pela referida lei afrontam normas constitucionais. A referida lei, ainda levantará inúmeras discussões e dúvidas acerca de sua eficácia e constitucionalidade, vez que não atende ao disposto no parágrafo único do art. 23 da Constituição Federal, pois devia criar instrumentos de cooperação entre os entes da federação, e não atribuição de competências exclusivas. 3) JOÃO LUIZ DA SILVA, AOS 80 ANOS DE IDADE, POSSUIDOR HÁ MAIS DE 50 ANOS DE GRANDE ÁREA DE TERRAS QUE ABRANGEM RIOS, MATAS E ENCOSTAS MONTANHOSAS, GOSTARIA DE PRESERVAR AS MATAS QUE RESTARAM EM SUAS TERRAS, PARTE DELAS CONTIDAS EM ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE E DE RESERVA LEGAL, E RECUPERAR A VEGETAÇÃO FLORESTAL QUE DESTRUIU AO LONGO DOS ANOS DE EXPLORAÇÃO ECONÔMICA DA ÁREA. PARA ISSO PRETENDE LIMITAR O USO DE PARTE DO IMÓVEL. À LUZ DA LEI DA PNMA (LEI 6.938/1981), QUE DISPÕE SOBRE A POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE, COM AS MODIFICAÇÕES INTRODUZIDAS PELA LEI 12.651/2012 (CÓDIGO FLORESTAL): INDIQUE O INSTRUMENTO LEGAL À DISPOSIÇÃO DE JOÃO LUIZ DA SILVA PARA PRESERVAR, CONSERVAR OU RECUPERAR OS RECURSOS NATURAIS EXISTENTES EM SUAS TERRAS; APRESENTE, SE HOUVER, O MODO DE INSTITUIÇÃO E SEUS LIMITES LEGAIS. Resposta: Ele poderá limitar o uso de toda sua propriedade ou de parte dela para preservar, conservar ou recuperar os recursos ambientais existentes, instituindo servidão ambiental, nos termos do artigo 9º -A da Lei de Política Nacional do Meio Ambiente (Lei 6.938/1981). Institui-se a servidão , portanto, sobre o excedente de áreas protegidas no imóvel rural (ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE E ÁREAS DE RESERVA LEGAL), que poderá ser negociado com os proprietários ou possuidores das terras deficitárias. A instituição desse instrumento econômico de proteção ambiental, previsto no art. 9º, Xlll da Lei 6.938/1981, deve ser realizada por instrumento público ou particular ou por termo administrativo firmado perante órgão que integra o Sistema Nacional do Meio Ambiente-SISNAMA. Para efeito de comprovação de servidão ambiental devem ser averbados na matrícula do imóvel no registro de imóveis competente. A servidão ambiental pode ser estabelecida por prazo determinado ou não. No caso da servidão ambiental temporária, o prazo mínimo de sua vigência é de 15 anos. 4) Discorra sobre o Licenciamento Ambiental, abordando sua natureza jurídica, características, competência e normatização. Resposta: Licenciamento ambiental é uma ação típica e indelegável do Poder Executivo, sendo um importante instrumento de gestão ambiental, uma vez que, por meio dele, a Administração Pública exerce o controle das ações humanas que interferem no Meio Ambiente, compatibilizando o desenvolvimento econômico com a preservação ecológica. O Licenciamento ambiental é diferente dos licenciamentos tradicionais, pois possui um caráter complexo, formado por várias etapas, nas quais intervêm vários agentes públicos. Essas várias etapas compõem o procedimento administrativo, o qual visa a concessão de licença ambiental. A natureza jurídica do Licenciamento ambiental é instrumento de caráter preventivo de tutela do meio ambiente. O licenciamento ambiental não é um ato administrativo simples, mas um encadeamento de atos administrativos, o que lhe atribui a condição de procedimento administrativo. As etapas do Licenciamento ambiental (art. 8º da Resolução Conama n° 237/97) são: Licença Prévia (LP), Licença de Instalação (LI) e Licença de Operação (LO). Os prazos se distribuem da seguinte maneira: Prazo para análise das licenças (6 meses a contar do ato de protocolar o requerimento até seu deferimento ou indeferimento, ressalvados os casos em que houver EIA/RIMA e/ou audiência pública, quando o prazo será de até 12 meses); Prazo de validade das licenças ambientais ( licença prévia deverá ser, no mínimo, pelo prazo estabelecido pelo cronograma de elaboração dos planos, programas e projetos relativos ao empreendimento ou atividade, não podendo ser superior a 5 anos; a licença de instalação deverá ter, no mínimo, o prazo estabelecido pelo cronograma de instalação do empreendimento ou atividade, não podendo ser superior a 6 anos; a licença de operação deverá considerar os planos de controle ambiental e será de, no mínimo, 4 anos e, no máximo, 10 anos.). A licença ambiental possui uma estabilidade meramente temporal. Sendo assim, se o empreendedor obedecer todas as condicionantes constantes nas licenças recebidas, o Poder Público lhe garante que durante o prazo de vigência da mesma, nada mais será exigido a título de proteção ambiental. Porém, havendo violação ou inadequação de quaisquer condicionantes ou normas legais; omissão ou falsa descrição de informações relevantes que subsidiaram a expedição da licença; ou superveniência de graves riscos ambientais e de saúde; o órgão ambiental competente, mediante decisão motivada, poderá modificar, suspender ou cancelar uma licença expedida. Para assegurar a participação democrática no processo de decisão do licenciamento, nosso ordenamento jurídico exige a publicidade de todo o procedimento licitatório para que o público interessado tenha pleno conhecimento e possa intervir no processo. 5) Discorra acerca das Reservas de Desenvolvimento Sustentável (RDS), especialmente no que se refere aos seus objetivos. Resposta: Uma Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) é uma área natural que abriga populações tradicionais que vivem em sistemas de exploração sustentável dos recursos naturais. Ao proteger o uso do ambiente desenvolvido ao longo de gerações e adaptado às condições ecológicas locais, esta categoria de unidade de conservação de uso sustentável contribui para a proteção da natureza e para a manutenção da diversidade biológica. São objetivos da RDS assegurar as condições para a reprodução e a melhoria dos modos de vida das populações tradicionais que nela habitam, inclusive na exploração de recursos naturais. Além disso, visa valorizar, conservar e aperfeiçoar o conhecimento e as técnicas de manejo do ambiente desenvolvidas por estas populações. As RDS sãoáreas de domínio público que permitem o convívio com populações tradicionais, no entanto, as áreas particulares incluídas em seus limites devem ser, quando necessário, desapropriadas. O uso das áreas ocupadas pelas populações tradicionais é regulado por um contrato de concessão e um termo de compromisso, que devem estar de acordo com o Plano de Manejo da unidade. Além da exploração sustentável dos recursos, a visitação e a pesquisa cientifica também são permitidas e até incentivadas na área, desde que autorizadas pelo órgão gestor. Elas são geridas por um Conselho Deliberativo que é presidido pelo órgão governamental responsável (órgão estaduais, no caso das RDS criadas pelos estados, e o ICMBio, na RDS federal) e constituído por representantes de órgãos públicos, de organizações da sociedade civil e das populações tradicionais residentes na área. As Reservas de Desenvolvimento Sustentável foram criadas pela Lei 9.985/00, o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC), que, por sua vez, é regulado pelo Decreto no 4.340/02. De acordo com o Cadastro Nacional de Unidades de Conservação (CNUC), até o início de julho de 2015, existem 36 RDS no país: 2 nacionais, 29 estaduais e 5 municipais. São exemplos: a Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá (AM), a Reserva de Desenvolvimento Sustentável Veredas do Acari (MG), a Reserva de Desenvolvimento Sustentável Estadual Ponta do Tubarão (RN) e a Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Rio Negro (AM). 6) Em se tratando de Responsabilidade de Direito Ambiental, pode-se impor ao adquirente de área já desmatada a obrigação de reparar o dano ambiental? Explique. Resposta: O dever de reparação dos danos ambientais é extraído do próprio texto constitucional. Conforme estabelece o artigo 225, parágrafo 2º da Carta Magna, aquele que “explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente degradado, de acordo com solução técnica exigida pelo órgão público competente, na forma da lei”. Na forma do parágrafo 3º, as condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados. Resta consagrada, repise-se, a tríplice responsabilidade penal, administrativa e civil, todas independentes, embora com influências recíprocas. O artigo 14, parágrafo 1º da Lei 6.938/81 consagrou o regime da responsabilidade objetiva para reparação e indenização de danos causados ao meio ambiente e a terceiros afetados. 7) Fale sobre a “Alocação negociada de água”: Resposta: O processo de Alocação Negociada de Águas é parte da política nacional de Recursos Hídricos, que estimula a participação da sociedade civil e dos usuários de água no processo de co-gestão da água. O acesso a água em quantidade e qualidade é um direito de todos. E um país grande como o Brasil, garantir esse direito é também um grande desafio. Isso porque ela deve servir a mais de 202 milhões de pessoas, suprindo as necessidades prioritárias do consumo humano e dessedentação animal, e ainda atender a produção de alimentos, produção de energia, atividade industrial e muito mais, até mesmo para diluir e transportar efluentes. Mas muitas vezes o conjunto das demandas dessa multiplicidade de usos acaba sendo maior que a água disponível em uma determinada região ou período. Nesses cenários em que a demanda é maior o risco de desabastecimento é alto… e quando um uso começa a prejudicar, ou até a inviabilizar outros usos, surgem os conflitos pelo uso da água, complicando ainda mais o processo de alocação entre os usuários. Por isso surge a necessidade de um planejamento especial: a Alocação Negociada de Água. Nele são realizadas reuniões presenciais nos próprios locais dos conflitos. Os usuários diretamente envolvidos podem decidir sobre a divisão da água disponível, atendendo da melhor forma possível cada tipo de usos. São levantadas as mais precisas informações técnicas sobre a disponibilidade da água para a região e comparadas com as demandas de diversos usos, normalmente para os períodos de estiagem anual. As alternativas para cada um dos usos de água são discutidas, buscando o consenso entre os presentes quanto à melhor forma de usar a água disponível atendendo minimamente os usos para que não ocorra desabastecimento completo. O importante é que haja um acordo social e este seja respeitado por todos. A ANA – Agência Nacional das Águas tem importante papel nesse processo como interlocutora entre os usuários, os diversos órgãos e entidades envolvidos na gestão das águas da bacia, mananciais, trechos de rio, açudes e reservatórios. RESUMO DO FILME: AMAZÔNIA EM CHAMAS O filme fala da maior reserva florestal do planeta, que cobre vasto território da América do Sul, principalmente do Brasil. Espaço pródigo em riquezas minerais, em madeira, cortado por rios portentosos, possuidores de enorme variedade de peixes. Somente os rios pareciam interromper as árvores. Um fator impressionante é o encontro das águas escuras e caudalosas do rio Negro com o rio Amazonas segue por uma longa distância sem que nenhum dos dois pareça querer se misturar com o outro. O que há de biodiversidade numa região como a Amazônia ou como o Pantanal poderia salvar a humanidade de doenças para as quais ainda não foram encontrados os medicamentos adequados, seria capaz de fornecer novos alimentos, geraria o surgimento de perfumes e cosméticos. As espécies de animais e vegetais que existem naquela área são únicas, exclusivas em muitos casos. Outras possibilidades, já mapeadas algumas delas, se encontram no subsolo, com grandes jazidas de minérios. Os olhos dos investidores brilham quando pensam em tão grandes possibilidades de investimentos e lucros. Partiram, especialmente a partir dos anos 1980, para uma exploração tão grandiosa da região que pode ser qualificada como predatória. Seguindo num ritmo alucinante de corte das árvores, parcelas significativas da mata começaram a desaparecer. Criadores de gado, seguindo a esteira dos madeireiros, começaram a se instalar na região, transformando em pasto, regiões cobertas por flora nativa. Exterminando algumas espécies de animais e de plantas através das queimadas utilizadas para "limpar" a área reservada ao gado. Mas, uma das maiores riquezas da região ainda não havia aparecido para o mundo. Ela surge como decorrência da ação predatória de empresários inescrupulosos na região, como reação de contragolpe a vilania desses usurpadores. Trata-se da voz dos povos da floresta, encarnada na figura emblemática de Chico Mendes. Seringueiro de profissão. Homem que conhecia desde menino os atalhos da floresta e os encantos da mesma. Trabalhador de um ofício caracterizado pelo fato de não devastar os recursos da mata. Chico viu minguar o meio do qual vivia. Presenciou a chegada de fazendeiros e madeireiros e percebeu que a ação dos mesmos acabaria destruindo a região. Pouco sabia a respeito das fraquezas do solo e das possibilidades de que aquela imensa cobertura vegetal poderia se tornar um deserto com a exploração desmedida. O esclarecimento veio com o tempo. A bravura e a valentia estavam com ele desde o início. Presenciou o desaparecimento de algumas lideranças envolvidas na luta pela preservação da floresta e, mesmo assim, esteve sempre pronto para continuar na briga. Sabia do poder econômico dos concorrentes, os quais tentaram inclusive corrompê-lo, ainda assim não se deu por vencido. Prosseguiu e, com o passar do tempo, viu um grande número de pessoas se aproximando dele, querendo acompanhar sua batalha, mostrando-se sinceramente favoráveis a causa de todos nós. O filme nos possibilita entrar em contato com a questão ambiental, o estudo de um ecossistema complexo como o amazônico, a caracterização geográfica daquela região e a biografia de umlíder carismático do movimento ecológico.
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