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COMO ESTUDAR PARA PROVAS, CONCURSOS E VESTIBULARES Aprenda a Estudar de Forma Eficiente Utilizando um Método de Estudo Autodirigido com Estratégias Simples e Eficazes © ISMAR SOUZA Todos os Direitos Reservados São Paulo - Brasil - 2019 AVISO LEGAL Como Estudar para Provas, Concursos e Vestibulares Copyright © Ismar Souza. Todos os direitos reservados e protegidos pela Lei 9.610/98 do Brasil, bem como demais leis sobre direitos autorais dos países em que esta obra for adquirida. Nenhuma parte do conteúdo deste livro poderá ser utilizada ou reproduzida em qualquer meio ou forma, seja ele impresso, digital, áudio ou visual sem a expressa autorização por escrito do autor. A não observância destas condições pode incorrer em penas criminais e ações civis. Para solicitar permissões de reprodução, escreva para ebooks@academiaideia.com mailto:ebooks@academiaideia.com Aproveite e adquira a versão em CURSO ONLINE COMPLETO Curso online com 30 aulas e mais de 3 horas de aulas em vídeo. 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Bom, e para começar, eu quero que você responda a uma pergunta: Qual foi o seu interesse ao adquirir esse curso? Pode ser que daqui há pouco tempo você vá enfrentar uma série de provas e testes para os quais você precisa se preparar bem? Ou então, você tem pensado em prestar Concurso Público e agora surgiu a oportunidade de realizar esse desejo? Ou ainda, você está próximo de prestar o Vestibular e gostaria de aprender melhor as matérias, otimizar os estudos e fazer render os seus esforços? Bem, geralmente quem começa a se preparar para provas, sejam elas de Concurso Público, Vestibulares ou testes profissionais, enfrenta um ou mais desses problemas: Pouco tempo para estudar - Você trabalha ou tem tarefas que comprometem sua disponibilidade e o seu tempo é muito pequeno para se dedicar aos estudos como deveria? - Tudo bem, você vai descobrir como aproveitar melhor seu tempo de estudo. Desorientação - Você não sabe por onde começar ou sequer sabe o que é importante estudar? Não sabe como organizar seu projeto de estudo? Aliás, você nem fazia ideia de que para ter sucesso na sua preparação era necessário ter e seguir um planejamento? - Não se preocupe, nós vamos te ajudar a criar um plano claro e objetivo de estudos. Desmotivação - Você se assustou com a quantidade de conteúdos que precisa estudar para a prova? Acha que não vai dar conta? Pensou em desistir, antes mesmo de começar? - Nós sabemos como é se sentir assim, por isso preparamos alguns capítulos para te ajudar com a questão da motivação para enfrentar um projeto de estudo. Falta de concentração - Você se distrai facilmente durante os estudos? Qualquer coisa tira a sua atenção e foco? Você até começa bem no estudo, mas em poucos minutos já nem sabe mais o que estava estudando ou lendo? - Esse é um dos problemas mais comuns, e por isso preparamos dezenas de dicas que você pode aplicar rapidamente para aumentar sua atenção e concentração nos estudos. Baixo rendimento - Você já começou a estudar, mas tem a sensação de que aprende pouco? Tem a impressão de que todas as outras pessoas aprendem mais e mais rápido do que você? - Pode ficar tranquilo, pois você vai descobrir algumas das melhores técnicas de estudo desenvolvidas e aprimoradas por psicólogos e cientistas da educação. Bem, o nosso objetivo é mostrar a você que é possível estudar para Concursos Públicos, Vestibulares ou outras provas, com qualquer quantidade de tempo disponível; usando as suas capacidades mentais ao máximo; fazendo as escolhas certas de conteúdo; com foco e atenção; usando as técnicas certas de estudo e de memorização; e aprendendo mais rápido e preparando-se de forma competitiva. Mas aqui vai um aviso: Não espere ver truques mágicos e mirabolantes por aqui. Isso não existe. O objetivo desse curso é ajudar você a mudar sua forma de pensar sobre os estudos para preparar sua mente da maneira certa. Acredite, preparar sua mente para estudar é de longe muito mais importante do que aprender um monte de técnicas engraçadinhas para decorar fórmulas e regras. É claro que as técnicas têm o seu valor, mas se você não estiver preparado para tirar o maior proveito delas, vai acabar perdendo muito em seus resultados. Nós vamos mostrar a você como usar a sua inteligência do jeito certo. O seu cérebro, assim como o seu corpo, tem configurações e funcionamento próprios. É importante que você conheça e desenvolva a sua inteligência da forma correta, para só a partir daí, conseguir extrair o máximo proveito dela. Outro ponto importante que vamos abordar aqui é sobre como se tornar autodidata. Então, você vai aprender a se preparar e a estudar de verdade, de forma produtiva, com o apoio de várias técnicas e estratégias desenvolvidas e propostas pelos maiores especialistas na área de preparação para provas, concursos e vestibulares. Você vai aprender a criar AUTONOMIA para se preparar e chegar onde planejou. Bom, estamos ansiosos para começar. Se você estiver pronto, nos vemos no próximo capítulo! SUMÁRIO Como estudar para provas e concursos Mudanças necessárias e o gosto pela leitura Escolhendo o local e organizando os materiais Rede de Apoio de amigos e familiares Organizando e administrando seu tempo Planejando os Estudos Como aumentar seu tempo de estudo Definindo o seu objetivo e aumentando a motivação Alimentação e bebidas estimulantes Cuidados com o sono Exercícios físicos e cuidados com o corpo O cérebro e os sistemas de aprendizagem Atenção e concentração Memória e memorização Técnicas de memorização Estratégias para iniciar os estudos Técnicas de estudo A Prática espaçada Leitura eficiente Algumas orientações importantes Redação para provas e concursos A semana e os dias de prova Qual vai ser o tema da redação? Após os resultados Conclusão Sobre o Autor Outros livros do autor COMO ESTUDAR PARA PROVAS E CONCURSOS Neste livro você vai conhecer algumas teorias e vai colocar em prática uma série de técnicas para criar hábitos de estudo e uma rotina que vai levar você aos resultados que determinou para o seu futuro. Este livro é o resultado de uma minuciosa pesquisa, onde analisamos o que os melhores e mais reconhecidos autores já apresentaram e estão apresentando atualmente sobre preparação para concursos e vestibulares. Neste capítulo, vou apresentar a você o Professor Pierluigi Piazzi, que escreveu o clássico Inteligência em Concursos: Manual de instruções do cérebro para concurseiros e vestibulandos ??. Nesse livro, o Professor Pier apresenta um conceito da Neurociência que muda tudo o que sabíamos a respeito da inteligência humana. Segundo ele “A INTELIGÊNCIA É UMA QUALIDADE APRENDIDA”. Como assim? Sempre acreditamos que a inteligência se tratava de um fator genético, como a cor da pele ou dos olhos. Porém, inúmeros testes têm sido feitos e provaram que a inteligência pode ser desenvolvida mediante exercícios para o cérebro. Então grave isso, pois esse vai ser o nosso ponto de partida neste curso: a inteligência é uma qualidade aprendida. Isso significa que você pode se tornar maisinteligente usando as técnicas certas para estudar, aprender e se preparar. A sua tarefa, ao longo deste curso, será aprender a se tornar cada vez mais inteligente. Essa é única maneira de garantir o seu sucesso. Um segundo ponto fundamental apresentado pelo Professor Pier é ainda mais polêmico: “quem tem mais chance de se sair bem em um concurso nem sempre é o candidato que sabe mais, mas aquele que conseguiu se tornar mais inteligente”. Bem, para desenvolver a sua inteligência e aplicá-la aos seus estudos, talvez precise jogar fora alguns conceitos que você já conheça e os aceite como verdadeiros. Por exemplo, de acordo com o Professor Pier, você deve deixar de ser aluno para se tornar um estudante. Mas o que isso significa, afinal de contas? De acordo com o professor Pier, aluno é sempre alguém dependente. O aluno precisa que alguém lhe explique os conteúdos, diga o que estudar e como estudar. Como pensar a respeito dos problemas e como responder às questões. Já o estudante é autônomo. Ele sabe qual é a melhor forma de estudar cada área e como pode aprender mais conteúdo em menos tempo. Portanto, se você se acostumou a estudar apenas lendo os livros ou anotando o que os professores ensinam nas aulas e relendo os apontamentos do seu caderno, vai precisar dar uma guinada na sua vida. Mas não se assuste! Você vai receber todas as orientações necessárias e vai descobrir os passos certos para se tornar um estudante autônomo e inteligente! Você vai descobrir que estudar é muito mais que apenas ler ou rabiscar algumas anotações, e que aprender pode ser muito prazeroso. Espero que tenhamos conseguido aguçar a sua curiosidade e despertado a sua vontade de https://amzn.to/2Jg5vsH se preparar para as suas provas com inteligência e de forma autônoma, criando seus próprios processos de estudo. Afinal, a curiosidade e a determinação de responder suas próprias questões são os pontos fundamentais para ter sucesso no seu projeto de estudos. MUDANÇAS NECESSÁRIAS E O GOSTO PELA LEITURA Vamos iniciar nosso curso falando sobre dois tipos de mudança que são necessários na vida de quem se dispõe a enfrentar um Concurso Público, um Vestibular ou uma série de provas. A primeira mudança é externa e é fácil providenciar. É preciso apenas: criar um espaço e um horário de estudos que sejam adequados, ter uma agenda e um plano de estudos, e adotar as melhores estratégias de estudo. Nós vamos tratar desses pontos externos em vários momentos do curso, e também veremos várias dicas para conseguir organizar isso. Porém, a principal mudança, aquela que você realmente precisa realizar é pessoal e interna. Para isso você vai aprender como funciona a sua inteligência e como é possível treiná-la e aumentá-la para chegar ao sucesso na sua empreitada. Para isso, nós vamos discutir sobre: como adquirir gosto e prazer pela leitura e pelos estudos, quais os cuidados que você precisa ter com você mesmo, mental e fisicamente, como usar a estratégia certa para estudar, em cada fase, como ter segurança de estar fazendo a coisa certa. COMO GOSTAR DE LER Pode ser que você tenha aprendido a gostar de ler, desde a sua infância. Isso acontece com quem teve bons professores ou foi influenciado pela família no caminho da boa leitura. Há crianças e adolescentes que, desde cedo, adoram ir à biblioteca, escolhem seus livros, devoram histórias escritas e se divertem. Porém, uma grande parcela das pessoas simplesmente declara não gostar de ler e têm grande dificuldade para estudar. Para elas, o simples fato de ter que ler alguma coisa já é um sacrifício. Então, vamos ao fato número 1: Só consegue fazer seu nível de inteligência aumentar quem for um leitor E ser leitor não é apenas ser alfabetizado ou ir à escola. A maioria dos bons leitores são aqueles que gostam de ler livros que não são indicados pela escola. Ser leitor é diferente de simplesmente ser bom aluno. A diferença entre ler porque a escola exige e ler porque gosta está no prazer e na diversão. Pessoas que leem porque gostam, se divertem da forma mais útil e prazerosa. Aprendendo. Isso nos leva ao fato número 2: Na realidade, ninguém odeia ler O que acontece na verdade, é que as pessoas odeiam a obrigação de ler, ainda mais de ler livros chatos indicados pelo sistema escolar. É muito comum que crianças gostem de ler alguns dos livros indicados por professores que conseguem aliar a leitura de bons autores infanto-juvenis com a diversão da leitura. Porém, quando se toma a lista de livros para o vestibular, o que se vê é uma sequência dificílima e cansativa para quem não adquiriu o hábito da leitura. O problema é que essas pessoas não foram apresentadas aos livros divertidos que as preparariam para ler esses clássicos mais complexos. Ler é como ouvir música. Dificilmente, alguém começa a gostar de música ouvindo música dodecafônica de Schoenberg. Esse é um tipo de audição para ouvidos treinados e estudiosos da música. Da mesma forma, é difícil começar a gostar de ler a partir de um livro de José de Alencar ou de Camões, embora eles sejam autores geniais. Normalmente, esse gosto é adquirido através da leitura de algo envolvente, como uma história, que pode ser uma ficção, uma biografia ou um relato histórico. Existem centenas, senão milhares, de livros que são tão fascinantes, a ponto de prender o leitor por horas ou dias. Muitos desses livros tornaram-se filmes e é comum as pessoas dizerem: “vi o filme, mas o livro é muito melhor!”. Essa é a frase típica de bons leitores. Eu tive a sorte de iniciar meu caminho como leitor lendo por prazer, e não por obrigação. Lembro até hoje o primeiro livro que li inteirinho por pura e sincera vontade: A História sem Fim, de Michael Ende. Um livro que conta a História de Bastian, um menino solitário que começa a ler um livro e é enviado para o reino da fantasia. Esse livro mexeu com a minha imaginação e me fez querer encontrar outras histórias fantásticas. E as histórias fantásticas me fizeram perceber que através dos livros eu poderia conhecer muito do mundo mesmo sem sair da minha cadeira. As pessoas que conheceram a experiência de encontrar o fascínio de um livro precisam continuar a fazê-la, encadeando uma leitura na outra e criando a rotina da leitura. Com o tempo, ler torna-se um prazer irresistível. Repito: ler é a melhor maneira de desenvolver e aumentar a inteligência. E nós vamos entender as causas fisiológicas disso mais adiante. Pode ser que você tenha perdido o hábito de ler jornais, revistas e livros impressos. Eu sei, esse é um fenômeno da atualidade. As pessoas, quando leem, estão usando, cada vez mais, seus celulares, notebooks, tablets e computadores. Eu inclusive leio boa parte dos meus livros em formato digital. Porém, preciso informar você sobre uma coisa importante. Estudos têm mostrado que ler em uma tela que emite luz reduz em 30% a compreensão do conteúdo. A Neurociência mostra que os mecanismos neurais usados na leitura e uma tela luminosa são diferentes dos mecanismos neurais utilizados na leitura em papel. O Que causo um nível menor de engajamento na leitura em dispositivos eletrônicos. Por isso, as grandes distribuidoras estão colocando no mercado dispositivos de leitura com displays display de electronic paper (“papel eletrônico”), que simula uma folha de papel e exige claridade no ambiente para ser lido, como se fosse um livro impresso. E é justamente em dispositivos com telas de papel eletrônico, como o Kindle, que faço minhas leituras de ebooks. Portanto, sempre que possível, dê preferência por ter o livro ou o texto impresso para estudar. Isso não significa que você não pode nunca utilizar a tela. Essa recomendação é para os textos mais longos e complexos, especialmente as leis e teorias, nos quais é possível e até mesmo aconselhável, que você possa fazer marcações e anotações. ESCOLHENDO O LOCAL E ORGANIZANDO OS MATERIAIS Vamos falar agora sobre um aspecto fundamental da sua preparação para um Concurso Público, para o Vestibular ou qualquer tipo de provas às quais você pretende sesubmeter no futuro: o seu local de estudo. Escolher um lugar de estudo adequado é um dos passos mais importantes da sua preparação. Primeiramente, é essencial encontrar um lugar tranquilo e bem iluminado, no qual você não se distraia e possa estar totalmente focado nos estudos. Portanto, esse local deve ser o mais silencioso e sem interferências externas possível. A distração pode fazer você perder muito tempo. Vários estudos têm mostrado que, quando alguém se distrai de uma atividade, pode demorar até 20 minutos para voltar a se concentrar no que estava fazendo antes. Porém, leva apenas 11 minutos para se distrair após o começo de uma tarefa. E uma das principais causas da distração costuma ser justamente o ambiente em que a pessoa está. Por isso, escolher o ambiente para as horas de estudo é tão importante quanto o conteúdo que você vai estudar. Esse é um ponto fundamental, mas que geralmente não recebe a devida atenção. Não seja uma dessas pessoas que cometem erros básicos por desconsiderar detalhes importantes. Pode ser que você pretenda estudar em sua própria casa. Essa é a escolha da maioria das pessoas. Para quem estuda em casa, existem algumas sugestões que podem ser bastante úteis: Mantenha a TV desligada ou fique bem longe dela. Não estude deitado na cama ou no sofá, pois a tendência a ter sono é muito grande. Deixe o celular no modo silencioso, bem distante de você ou se possível em outro cômodo. Evite sentar-se voltado para uma porta ou janela, a melhor opção seria sentar-se virado para uma parede e longe da entrada. Uma biblioteca também pode ser um excelente local de estudo. Seja ela pública, do colégio, da faculdade ou em um centro cultural. As bibliotecas costumam ter uma energia que atrai ao estudo. Afinal, são locais construídos para isso. Você pode se motivar ao ver outras pessoas também se dedicando aos estudos. Nesses espaços sempre existem mesas mais reservadas que são ótimas para quem precisa se concentrar. Até mesmo uma cafeteria pode ser o seu local de estudo, se não for um ambiente muito movimentado e barulhento. Evite sentar-se próximo das portas de entrada ou saída, e se possível avise para os atendentes que você vai passar um tempinho ali e que gostaria de não ser incomodado. Há pessoas que preferem ambientes mais abertos para estudar, como uma praça, um parque, ou até mesmo a praia, embora esses lugares possam favorecer a distração. Esses locais podem ser interessantes, especialmente para fazer revisões, ler resumos ou algo mais leve. Há várias pessoas, por exemplo, que estudam também conteúdos mais exigentes e se sentem até mais inspiradas. O importante é você avaliar a sua capacidade de concentração nesses espaços. Aliás, todas as dicas que você vai ver aqui devem sempre ser encaradas como sugestões que precisam ser testadas. Nenhuma dica ou estratégia é 100% garantida. Faça testes e adaptações até conseguir os resultados que você deseja. Algumas pessoas perguntam: é possível estudar estando no ônibus ou metrô? Bom, se você gasta algumas horas do seu dia se locomovendo no transporte público, poderia aproveitar também esses momentos para estudar. Por exemplo, se você passa duas horas por dia se locomovendo e não aproveita esse tempo, somando todo esse período, no final de um ano você terá 700 horas a menos de estudo. Porém, esse não deve ser o seu principal horário de estudo, pois é muito difícil escrever ou anotar alguma coisa, estando em movimento. Você pode, por exemplo, ouvir a gravação de aulas, memorizar algumas coisas, repassar textos e exercícios já estudados e ler alguns textos mais simples. Enfim, o tempo que você passa em transportes públicos é perfeito para fazer revisões. Com relação à iluminação, sempre que possível, dê preferência à luz natural. No entanto, é importante que essa luz não incida diretamente sobre o texto. A luz indireta ou difusa é sempre melhor, pois o papel branco reflete muita luz e seus olhos se cansam mais rapidamente. Caso você sinta seus olhos ardendo ou cansados, não os esfregue diretamente. Experimente esfregar as mãos até aquecê-las bem e coloque-as sobre os olhos por uns 30 segundos. Isso vai ajudar a relaxá-los. Além do seu local de estudo, é importante escolher os melhores horários para estudar. Se for possível escolher os seus momentos de estudo, preste atenção aos horários em que você é mais produtivo. Há pessoas que tem muito gás para estudar pela manhã, outras preferem no fim da tarde, à noite ou até mesmo de madrugada. Mais adiante vamos falar sobre o ciclo circadiano e então você vai entender a importância de descobrir o seu horário de maior rendimento. Seja qual for o local escolhido, não se esqueça de que os seus materiais devem estar organizados. Perde-se muito tempo colocando em ordem os materiais antes de começar a estudar. Então: Organize seu material por disciplina. Além dos livros, os materiais impressos devem ser separados em diferentes pastas. Se possível, use pastas de diferentes cores para distinguir uma disciplina da outra. Organize tudo em subpastas. Além das pastas de cada disciplina, você pode separar as apostilas, editais, leis, exercícios, resumos, provas etc. Só tenha diante de si o que vai usar no seu estudo. Não junte vários livros nem fique com várias pastas abertas. É importante segmentar seus períodos de estudo para matérias específicas. Não deixe seu ambiente de estudos desorganizado para o dia seguinte. A desordem pode fazer você perder tempo para se concentrar e recomeçar. Termine o que começou ou marque onde deve recomeçar. Caso você esteja no meio de mais de um tópico, de diferentes disciplinas, deixe-as encadeadas para o dia seguinte. REDE DE APOIO DE AMIGOS E FAMILIARES Há pessoas que recebem muita ajuda da família e incentivo dos amigos, quando decidem enfrentar o desafio de um Concurso ou um Vestibular. E isso é ótimo! Infelizmente, em alguns casos, pode ser difícil manter uma boa relação com algumas pessoas próximas. Ocorrem muitas cobranças e algumas pessoas podem torcer contra e até tentar atrapalhar o processo. Eu sei que isso pode ser um pouco difícil de aceitar, mas nesses casos, não há muito o que fazer: se você não puder conquistar essas pessoas para o seu lado, é melhor afastar-se o quanto possível. Você está entrando em um período que pode durar meses ou alguns anos. Tudo por um objetivo que vai melhorar não só a sua vida, mas também a de seus familiares. Pensando nisso, é importante estabelecer um clima de paz e de colaboração, criando o que eu chamo de REDE DE APOIO. Algumas atitudes serão necessárias para que você se cerque de uma Rede de Apoio. 1. Comece conversando com cuidado com os seus familiares e amigos Explique a eles que você vai enfrentar uma missão difícil, e que vai precisar de todo o apoio que eles puderem dar. Há pessoas, dentro de nossa própria casa, que são negativistas e tentam nos “jogar pra baixo”. São os destruidores de sonhos alheios. Eles desdenham da sua capacidade de vencer, afirmam que você vai jogar dinheiro fora e que, para os que prestarão concurso público, que nessa área “é tudo marmelada”. Não perca o seu tempo discutindo com essas pessoas! Não gaste a sua energia! A melhor forma de confrontá-las é se empenhar no processo de estudos, dar todos os passos necessários e ir em direção ao sucesso. Utilize a crítica como desafio e combustível! 2. Prepare a família para os seus altos e baixos Em todo processo que exige esforço por muito tempo há momentos em que a pessoa fica mal-humorada, chata, triste, frustrada ou desanimada. Esperamos que não, mas existe uma grande probabilidade de você ter momentos assim e pensar em desistir. Converse com as pessoas próximas e que gostam de você para que elas sejam suas aliadas e compreendam esses momentos. Elas podem ser uma grande fonte de incentivos. Quando se sentir assim, lembre-se de não descarregar tudo em cima da família. Fique sozinho um pouco para pensar melhor, saia para dar um passeio, vá a um parque, cinema ou praia, pratique um esporte e recupere a energiapara recomeçar. 3. Converse com quem já passou pelo mesmo processo Uma boa ajuda para os seus estudos pode ser conversar com quem já passou por isso. É sempre bom procurar a ajuda de alguém que já aprendeu. Uma pessoa que passou pelo mesmo processo anteriormente é quase sempre um bom modelo. Você não precisa fazer as mesmas coisas, mas pode se aproveitar de algumas informações que demoraria mais tempo para descobrir sozinho. Se você puder encontrar alguém que já foi aprovado no concurso ou prova pela qual você vai passar, melhor ainda! Você poderá ter muitas dicas. Mas, atenção! Aproveite as dicas, não as anotações de estudo de outra pessoa. Anotações são pessoais. Pegue as dicas de estudo, mas não se baseie totalmente nas anotações, a não ser para comparar com as suas. 4. Se possível, tenha com quem estudar Algumas pessoas se dão muito bem trabalhando em equipes. Grupos de Estudo podem ser um complemento válido para os seus estudos. A sua aprendizagem é solitária. O aprendizado é seu. Porém, se você puder ter feedbacks de outras pessoas, isso pode ajudar imensamente nos seus estudos. Caso você esteja fazendo algum curso preparatório, aproveite muito dos professores, a fim de esclarecer as suas dúvidas. Se estiver fazendo um curso online, use sempre as áreas de perguntas e respostas, fóruns e chats. É muito importante não deixar as dúvidas se acumularem. Se puder, tenha um parceiro de estudos, que esteja no mesmo barco ou um amigo que se disponha a ajudar, repetindo questões, corrigindo suas falas, tomando as lições. Tenha amigos ou familiares para quem contar sobre o seu progresso. Uma boa torcida sincera também incentiva. Você também pode procurar por grupos de desafio e apoio na internet. Uma ótima sugestão é o site mude.vc ??, onde pessoas participam de desafios, compartilham suas experiências e ajudam outras pessoas a conseguirem atingir um objetivo específico, como ser aprovado em um concurso, passar no vestibular, ler mais, perder peso ou se tornar mais produtivo. Além disso no mude.vc, você vai encontrar uma grande quantidade de artigos e materiais de apoio cuidadosamente escritos que podem ajudar e dar várias dicas importantes para você atingir seus objetivos. Vale a pena dar uma olhada. https://mude.vc/ ORGANIZANDO E ADMINISTRANDO SEU TEMPO A administração do tempo abrange todas e cada uma das atividades do dia-a-dia. Você sabe o quanto o seu tempo é limitado. Portanto, você precisa aprender a dividi-lo harmoniosamente entre todas as suas atividades. Uma vez que você decidiu que o estudo é uma prioridade para os próximos meses ou anos, é importante harmonizar os estudos com as outras atividades que você desenvolve. Não há uma receita de horário, pois a sua vida não é a mesma de outras pessoas. Existem muitas coisas que influenciam na escolha dos seus horários. Você sabe que os horários de uma pessoa que trabalha são diferentes de uma que tem mais tempo livre para estudar. O fato de você ser casado ou solteiro determina parte do uso do seu tempo. Quem tem filhos sabe que precisa dedicar parte do seu tempo a eles. Será necessário conciliar os estudos com essa responsabilidade. Quem costuma praticar esportes ou fazer exercício físico não precisa (e nem deve) abrir mão dessa prática. Pode ser que você esteja acostumado a ir à igreja ou a fazer compras semanais, ou ainda precisa visitar com regularidade um parente. Todas essas atividades regulares devem ser levadas em consideração na organização do seu horário de estudo. Considerando tudo isso, é importante saber que o número ideal de horas para estudar é o maior número de horas que você puder, desde que você harmonize os seus horários, mantenha a sua qualidade de vida e faça render o estudo. Isso é importante para que você não vá estudar com a angústia de estar deixando de fazer algo importante. Nós vamos ver no decorrer do curso que o mais importante não é o tempo que você dedica ao estudo, mas sim a qualidade do seu estudo, o quanto você consegue aproveitar do tempo que passa estudando. Saber estudar é muito mais do que definir horas de estudo. Estudar é definir a qualidade do estudo e o equilíbrio adequado entre as atividades de estudo, lazer, descanso, trabalho... Obviamente, não é possível ter sucesso dedicando apenas poucas horas aleatórias ao seu estudo. Porém, a quantidade de horas de estudo é menos importante que a qualidade desse estudo como acabamos de ver. Quanto menos qualidade houver nas suas horas de estudo, maior será o retrabalho, isto é, as horas que você precisará repetir o estudo mal feito. É melhor estudar duas horas com qualidade do que quatro horas com distrações e preocupações. Melhor ainda é estudar quatro horas com qualidade. Existe uma fórmula, criada pelo Professor William Douglas, que é muito interessante e que é utilizada para entender como podemos obter melhores resultados com o tempo de estudo. A fórmula é a seguinte: TRE = HE x NC x QE TRE é o Tempo Real de Estudo. HE é o Horário de Estudo (Ou seja, o número de horas que você dedica aos estudos). NC é o Nível de Concentração. QE é a Qualidade do Estudo. Em resumo, o seu Tempo Real de Estudo é resultante da quantidade de tempo que você vai se dedicar, vezes o nível de concentração que você tiver e da qualidade do seu estudo. Esses são os três elementos que formam a base de todas as recomendações do nosso curso. Posto isto, vamos conversar com mais detalhes sobre o Horário de Estudo! É muito comum ouvirmos as pessoas reclamarem de falta de tempo para se dedicar aos estudos. Com exceção dos casos em que a pessoa tem tarefas imensas a realizar com trabalho exaustivo, filhos, pessoas doentes na família... a falta de tempo da grande maioria das pessoas costuma decorrer de dois fatores: FALTA DE PRIORIDADE Ou seja, o estudo ainda não é a prioridade dessa pessoa. Ela ainda não se comprometeu de verdade a criar e pôr em prática seu projeto de estudo e preparação. FALTA DE ORGANIZAÇÃO A pessoa quer estudar, mas não se organiza corretamente: não tem um horário ou não o cumpre, não buscou um local adequado ou nem tem os materiais necessários. Talvez ela até tenha um plano de estudos estruturado, mas ainda não aplicou a disciplina necessária para realizar seu projeto de estudo. Se você decidiu apostar a sua vida numa jornada séria de preparação, é preciso ter claro qual é o seu objetivo, para que os seus estudos sejam um instrumento para chegar ao sucesso. Vamos falar mais sobre isso num próximo capítulo. Para organizar a questão do horário de estudo, vamos ver duas afirmações que podem parecer contraditórias a princípio, mas não são. Na verdade, elas são complementares. 1. O seu horário de estudo deve ser sagrado Você deve ter um compromisso consigo mesmo. Ao estabelecer os seus horários de estudo, você fará um grande investimento no seu futuro. Por isso, não crie um horário que será impossível de cumprir. Tome uma decisão que vá fortalecer e não frustrar você. Porém, uma vez estabelecido, cumpra-o! Essa é a Regra Número 1. 2. O seu horário deve ser flexível Parece contraditório, mas a Regra Número 2 significa usar de bom senso. A disciplina é fundamental, mas o resultado é mais importante. Por isso, se acontecer de, no horário de estudar, você estiver com muito sono, o melhor a fazer é tirar alguns minutos para dormir, e voltar a estudar depois mais descansado e concentrado. É melhor fazer render duas horas de estudo do que estudar cansado e desconcentrado por três horas. Lembre-se de que um dos fatores da equação que vimos há pouco era justamente a Qualidade do Estudo. Da mesma forma, pode haver um dia em que é importante deixar de estudar para participar de alguma ocasião especial. Não há nada de mal em fazer isso. Eu já vi muitas pessoas abandonarem sua vida social durante o período de estudo. Essa pode até ser uma opção, mas não é a melhor. A pessoa que age assim não se dá conta que estar bem emocionalmente, se sentir confiante e relaxado é fundamental para o bom rendimento do estudo. Então, de acordo com a Regra Número1, é preciso respeitar os seus horários. Eles só devem ser alterados em poucas ocasiões, e é nessa hora que devemos usar a Regra Número 2 e flexibilizar nosso horário. Esse processo de organização do horário de estudo é baseado em um princípio básico: Equilíbrio. Seu objetivo deve ser equilibrar o seu esforço em busca do aprendizado com as suas outras atividades importantes da sua vida pessoal. Enquanto estou falando, você deve ter pensado nos horários que vai usar para estudar e que se encaixem com a sua rotina atual. Então, no próximo capítulo veremos detalhadamente como organizar e aproveitar melhor seu tempo de estudo. PLANEJANDO OS ESTUDOS Falamos anteriormente sobre o Horário de Estudo, onde vimos que o seu estudo deve ter prioridade neste período de preparação. Então, chegou a hora de fazer um PLANEJAMENTO dos estudos. E por que fazer um planejamento? Simplesmente porque o planejamento faz parte do sucesso, em qualquer atividade. Para você utilizar bem o seu tempo, você precisa fazer um planejamento dos passos e etapas da sua preparação. Isso é o que chamamos de Método. Eu sugiro a você que crie um quadro e relacione todas as disciplinas e os conteúdos que você precisa estudar. Além disso, dê uma olhada na quantidade de páginas de cada tópico para ter uma ideia de quanto tempo de leitura você precisará dedicar a cada tópico e tente dividir as suas horas de forma equilibrada. Temos a tendência a ampliar o tempo das atividades mais fáceis e deixar as difíceis para depois ou dedicar a elas menos tempo, justamente por serem mais difíceis ou menos agradáveis. Isso é um tiro no pé. A divisão equilibrada do seu tempo de estudo é um dos pontos essenciais do seu sucesso. Você vai ver que esse planejamento e organização vão diminuir a tensão, o stress e aumentará imensamente a sua concentração. Você finalmente vai sentir o prazer de estar fazendo a coisa certa. É óbvio que o seu planejamento pode sofrer alterações. Pode ser que você descubra que um determinado tópico vai exigir mais tempo de estudos do que você havia planejado, ou que um determinado exercício precisa ser complementado para fixar melhor. Todas essas variações são normais e esperadas. O importante é que você adeque o seu horário às suas necessidades e mantenha o seu plano. E a melhor maneira de se conseguir isso é criando um Cronograma de Estudo. Para criar seu cronograma desenhe uma tabela com 6 dias da semana, e divida cada dia em três períodos, manhã, tarde e noite. Determine também os horários de início e fim de cada período do seu dia. Por exemplo, você pode determinar que seu período da manhã de segunda, quarta e sexta iniciam às 10:00 e terminam às 12:00, já que nesses dias você vai para a academia. Já o período da manhã dos outros dias do seu cronograma, iniciam às 8:00 e finalizam as 12:00, normalmente. Feito isso, relacione todos os temas que você precisa estudar e os distribua entre os períodos que você acabou de criar. E para que o seu cronograma funcione corretamente, existem alguns pontos que você deve levar em consideração: Neste cronograma você deve utilizar apenas os períodos em que não tiver nenhuma tarefa agendada. Se desejar, marque também as atividades pessoais que você tiver, assim, você terá todas suas atividades, tanto pessoais quanto de estudo, relacionadas em um único lugar. Isso vai facilitar a visualização do seu tempo útil disponível para o estudo. O tempo de estudo dentro desses períodos pode variar entre 2 e 4 horas, dependendo da sua disponibilidade e disposição. É claro que você não precisa (e nem deve) estudar por longos períodos de uma vez só. E sempre que estiver estudando, reserve intervalos de, pelo menos, 15 minutos para descanso a cada hora de estudo. Você pode separar um tempo maior para matérias mais complexas, se for necessário. Não estude toda a matéria de uma vez, separe o estudo em partes e os distribua entre outros dias. Isso vai te dar um tempo para fixar melhor o que estudou. Vamos ver mais detalhes sobre isso no capítulo sobre memorização. Deixe seu cronograma em um local visível, e que você possa consultar rapidamente. Pode ser na porta da geladeira o do seu guarda-roupa, ou ao lado do seu computador. Sempre que for estudar, organize seu espaço antes, e deixe todos os materiais que vai usar ao alcance das mãos. Se for possível, prefira estudar sozinho, isso ajuda a evitar distrações e conversas paralelas que tiram o foco do seu estudo. Mantenha seu cronograma atualizado, sempre que concluir um período de estudo, anote isso no cronograma. Da mesma forma, se não for possível estudar o que estava programado, ou no dia programado, atualize para um novo dia e horário. Planejando com antecedência, você terá mais liberdade e segurança para fazer as alterações necessárias. COMO AUMENTAR SEU TEMPO DE ESTUDO Você pode estar pensando “Como posso aumentar o tempo, se o dia tem apenas 24 horas para todos?” Bom, em primeiro lugar é óbvio que o objetivo não é aumentar o tempo existente no seu dia. Isso não é possível. O que queremos fazer é ajudar você a aumentar seu tempo útil disponível para o estudo. Veja, nos dias de hoje, com todas as tarefas e atividades que temos, ninguém parece ter tempo. Por isso, você precisa adaptar o seu tempo! Cada pessoa gasta o seu tempo com as coisas nas quais tem interesse e compromisso. Parece incrível, mas boa parte do seu dia é gasta com atividades menos importantes ou até mesmo inúteis. É só refletir um pouco e você vai perceber que desperdiça boa parte do seu tempo com atividades que poderiam ser totalmente eliminadas da sua rotina sem causar nenhum prejuízo. Se você sinceramente optou por dedicar o tempo necessário a se preparar para uma nova fase de sua vida, vou dar a você uma série de dicas eficientes para aumentar seu tempo útil para o estudo. Aproveite seu tempo no trânsito. Você tem ideia de quanto tempo você gasta dirigindo o seu carro ou dentro de um ônibus ou metrô, todos os dias? O que você faz nesses momentos? A maioria das pessoas, se estiver sozinha, costuma ouvir música, ver as redes sociais, ler alguma coisa aleatória ou simplesmente ficar distraídas em seus próprios pensamentos. Se estiverem acompanhadas, quase sempre vão conversar sobre os assuntos e as fofocas do dia. Mas como você já deve ter se dado conta nesse momento, esses minutos ou horas podem ser aproveitadas para o seu estudo. Obviamente, esse não é o ambiente mais propício para realizar atividades que exigem uma maior concentração, nem adequado para fazer anotações e exercícios escritos. Porém, existem várias atividades que você pode realizar e ajudarão muito na compreensão dos conteúdos a serem estudados ou que já foram estudados. Nós já falamos sobre isso quando conversamos sobre os ambientes de leitura, mas não custa nada reforçar. Se você anda de ônibus ou metrô e consegue ler em movimento sem ficar enjoado ou com dor de cabeça, você pode rever os conteúdos, especialmente os mais difíceis, retomar os resumos feitos no dia anterior ou fixar na memória (decorar) alguns números, nomes, leis e sequências de textos. Se não consegue ler em movimento, a melhor opção é ouvir conteúdo. Existem pessoas que aproveitam esse momento para ouvir podcasts com aulas ou gravações de si mesmo lendo algumas leis ou textos difíceis. Você pode começar a gravar notas de áudio no seu celular sobre os temas que estudar. Essa é uma excelente maneira de revisar suas notas e observações. Se você viaja sempre com outras pessoas que são suas amigas e se disponham a ajudar você, pode envolvê-las no seu estudo, pedindo que façam as perguntas de um questionário, por exemplo, repetindo e pedindo para que confiram os conteúdos ou até mesmo “dando aulas” a elas. Explicar aos outros é a melhor maneira de fixar o conhecimento sobre um assunto que estiver estudando. Aproveite o tempo das atividades diárias As atividades diárias também podem ser usadas para o seu estudo. Se você costuma correr, fazer caminhadas ou frequenta a academia, essas também podem ser excelentesoportunidades de ouvir conteúdos gravados. Pense nas coisas que você repete diariamente: arrumar a cama, lavar a louça, colocar as roupas na máquina, molhar as plantas, levar o lixo para fora, colocar combustível no carro etc. Todos esses momentos nos quais seu cérebro está funcionando quase que no modo automático, podem ser aproveitados para memorizar e relembrar conteúdos. O mesmo vale para filas de banco, salas de espera de dentistas e médicos, intervalos entre reuniões etc. É interessante notar que você poderá associar alguns conteúdos que você memorizar com a atividade que você estiver realizando, no momento. Por exemplo: - Ah, essa é a fórmula que eu decorei quando estava colocando comida para o cachorro! - Essa é a lei que eu decorei na fila do banco. Mais adiante, vamos falar sobre técnicas de memorização e você vai ver que uma delas é justamente a de associação com lugares e situações. Outra maneira de aumentar o seu tempo é acabar com o desperdício de tempo. Você pode ganhar preciosos minutos e até mesmo algumas horas diárias de estudo se seguir algumas dessas dicas. Carregue sempre com você algum material de estudo, aproveitando todas as brechas para estudar. Não se preocupe se você tiver que repetir uma ou mais vezes a mesma página de estudos por não conseguir se concentrar nesses poucos minutos. Lembre-se de que você está aproveitando minutos que não utilizava antes, então você vai estar no lucro de uma forma ou de outra. Controle o tempo que você fica no celular ou em redes sociais, estabelecendo um horário fixo curto para fazer isso. Aproveite o horário do banho, da escolha das roupas ou da lavagem do carro para memorizar alguns conteúdos. Diminua o tempo de TV, escolha de antemão os programas que você quer assistir, ao invés de sentar-se diante da TV e deixar o tempo correr. Se você tiver reuniões de estudo com colegas, aproveite cada minuto de dessa reunião, deixando as conversas e fofocas para outro horário. Se for necessário você precisa chamar a atenção do pessoal para focar no estudo. Não se deixe levar pala empolgação do grupo, e nem se preocupe em ser o “chato” do grupo, afinal estamos falando do seu projeto de estudo que vai interferir diretamente nos seus resultados e no seu futuro. Pense sobre isso. Aproveite todo tempo ocioso do trabalho para fazer pequenos estudos (fazer um exercício ou memorizar um parágrafo de uma lei, por exemplo). Não leve os problemas de trabalho para casa e muito menos para os horários de estudo. Essas são apenas algumas dicas que individualmente podem não parecer tão significativas ou importantes. Mas o que você precisa entender é que nenhuma dica ou estratégia que você vai ver aqui ou em qualquer outro lugar vai conseguir sozinha garantir o seu sucesso. É tudo uma questão de aproveitar cada minuto, ter claro em mente que cada detalhe é importante e que é no final de todos os passos que você chega ao seu objetivo. DEFININDO O SEU OBJETIVO E AUMENTANDO A MOTIVAÇÃO Eu disse a você anteriormente que, nesse seu processo de preparação, que existem mudanças tanto internas quanto externas que são necessárias. Vimos, inclusive, alguns exemplos de mudanças externas, que podem ajudar nos seus estudos. Gostaria de fazer você refletir um pouco sobre a sua opção por fazer um concurso público, vestibular ou essas provas a que você vai se submeter. Então responda a si mesmo: Qual é o seu objetivo? Aonde você quer chegar com isso? Como os resultados dessas provas ou concursos vão impactar sua vida? Quanto a isto, é importante ter clareza, pois ela dará a você maior motivação e autodisciplina. Faça o seguinte exercício mental: imagine-se no futuro, com o objetivo alcançado, no dia da sua aprovação ou até mesmo exercendo o cargo ou fazendo a faculdade para a qual você está concorrendo. Vamos lá! Dê uma pausa na leitura e faça esse exercício de imaginação. Tente ver o seu futuro com o máximo de imagens. Pronto! Essa imagem que você projetou será um poderoso estímulo para você manter-se focado em seu objetivo. Essa imagem que você imaginou de si mesmo faz parte de um exercício de PNL chamado de visualização. Para o nosso cérebro não existe diferença entre uma imagem criada, ou uma imagem de lembrança. Para ele, ambas as imagens são reais. Dessa maneira, ao se concentrar em uma imagem que você projetou de si mesmo alcançando o objetivo que você determinou, o seu cérebro é capaz de gerar uma sensação de satisfação idêntica à sensação gerada pela lembrança de uma vivência positiva e marcante. Então, toda vez que você se sentir desmotivado, cansado ou meio deprimido, lembre-se do PORQUÊ você está se esforçando tanto. Traga à sua mente essa imagem de si mesmo atingindo seus objetivos, sendo aprovado no concurso ou no vestibular. Além da visualização, você pode usar de várias outras estratégias. Se você estuda em casa, pode colocar um tampo de vidro sobre a mesa de estudos e, embaixo dele, algumas frases que lembrem o seu objetivo. Você pode colocar postites coloridos com frases de apoio do tipo “Eu sei aonde quero chegar!”, “Minha motivação para estudar hoje é ...” Há pessoas que colocam um papel em lugar visível com o salário que pretendem alcançar. Também é válido colocar à vista fotos de lugares que você quer conhecer e viagens que você pretende realizar no futuro, depois de aprovado. Você pode deixar visível uma foto de situação que lembre o que você quer para o seu futuro: uma casa, uma faculdade, um carro, os seus filhos felizes, um profissional bem-sucedido etc. Essas pequenas estratégias darão um gás a mais nos momentos de desânimo que podem (e irão) ocorrer, durante os estudos. Outra coisa importante: nunca considere os estudos como um grande obstáculo ou, pior ainda, como um inimigo a ser vencido. Estudar será o maior investimento em você mesmo e seu maior aliado para que você realize seus objetivos de vida. Às vezes, quando bate o desânimo, nos sentimos como se estivéssemos em uma corrida de obstáculos para a qual não temos preparo suficiente. Nessas horas, a tentação de desistir é grande. Por isso, é interessante sempre pensar na reta de chegada da corrida. É lá que está o cargo que você pretende, a faculdade, a profissão, o salário e a felicidade que são os seus objetivos de vida. Quando você sabe qual é o seu destino, você consegue reunir forças e prosseguir. Todas essas estratégias são pequenos motivos para você agir e seguir em frente. É o que chamamos de MOTIVAÇÃO! Você sabe que uma pessoa motivada desempenha melhor suas funções e rende mais. A motivação é uma disposição para agir, um motivo para a ação. Mas a questão fundamental é: É possível aumentar a motivação? Eu posso responder: “Sim, é possível trabalhar-se interiormente para gerar maior motivação”. A motivação é pessoal, vem de dentro de você. Por mais que uma ordem militar ou de um personal trainer possa ser incentivadora, a motivação é algo muito mais forte e que deve partir de cada um de nós. Outras pessoas podem ajudar na motivação, mas a motivação depende de decisões pessoais. Se você não tem o cérebro comprometido por alguma doença mental, física ou emocional, é possível, sim, gerar motivação a partir de atitudes simples, como algumas dessas que acabamos de ver. E aqui voltamos novamente a um ponto que já discutimos antes, o sucesso é alcançado apenas depois de executarmos pequenas ações, de cuidarmos de pequenos detalhes. E é aí que mora o maior desafio para a maioria das pessoas. No geral elas esperam descobrir um grande segredo que vai transformá-las em super-humanos do dia para noite, e começarem a atingir todos os seus objetivos. Mas não é assim que funciona. Todo sucesso é resultado de muito tempo de trabalho. Depois de ler e estudar a biografia de vários empresários e personalidades de sucesso, você acaba se dando conta que não existe milagre. Todas as pessoas que admiramos por terem sucesso, conseguiram isso depois de trabalharem muito, se esforçarem, darem atenção e cuidarem de detalhes que a maioria das pessoas não leva asério. Mas adiante nós vamos conversar um pouco sobre o autocuidado. Você vai ver que os cuidados com o físico, o sono, a alimentação e as relações com outras pessoas são fundamentais para gerar mais disposição, motivação para a vida e para os estudos. Agora que você entendeu que a motivação também é parte essencial do seu sucesso como estudante, quero que você se pergunte: O que me motiva a ter esse objetivo? Ou seja, por que quero conseguir isso? Parece fácil, mas responder essas perguntas exige pensar sobre si mesmo. Exige analisar seus pensamentos e motivos mais básicos. Então, de onde vem sua motivação? do desejo de dar à sua família melhores condições de vida? do amor e interesse que você tem por uma determinada profissão? do exemplo de alguma pessoa que você conheceu e que admira muito? da percepção de que é capaz de subir alguns degraus na carreira? do desejo de ganhar mais dinheiro, pura e simplesmente? do desejo de sair de casa dos seus pais ou da sua cidade? do seu desejo de fugir de uma situação opressora e de dependência de seus pais ou outra pessoa? pelo desafio de se mostrar capaz para alguém que não acredita em você? pelo desejo de enfrentar uma situação de pobreza que você já viveu e não quer mais vivenciar? Não importam quais sejam os seus motivos. Qualquer um deles é válido, se impulsionar você a conquistar o seu objetivo. Como disse Zig Ziglar: “As pessoas costumam dizer que a motivação não dura muito tempo. Bem, o efeito do banho também não, por isso recomenda-se que ambos sejam diários”. A motivação deve ser trabalhada diariamente. Todos os dias você pode e deve se lembrar dos motivos que fazem você estudar e persistir. Você pode até mesmo ter de parar ou alterar o seu ritmo. Se isso acontecer, retorne, o mais rápido possível, ao seu objetivo e estabeleça novamente as suas metas imediatas, exigindo de você o que você pode dar e conquistar. Assim, você vai recuperar a motivação e com certeza vai se sentir mais disposto a superar os obstáculos. Antes de terminar esse capítulo, quero sugerir a você um exercício. 1º Pegue uma folha de papel e escreva quais são os seus objetivos de curto, médio e longo prazos. Identifique a sua motivação: por que esses objetivos são importantes para você? 2º De zero a dez, que nota você dá, no dia de hoje ao seu compromisso, à sua autodisciplina, à sua organização para atingir esses objetivos? 3º O que você precisa e pode mudar ou melhorar? É isso aí. Espero que essas perguntas ajudem você a ter uma visão mais clara dos verdadeiros motivos que o faz seguir em frente. ALIMENTAÇÃO E BEBIDAS ESTIMULANTES Você já deve ter ouvido falar de histórias de pessoas que, para se prepararem para um concurso ou vestibular, passaram a estudar de forma obsessiva. Às vezes, vemos casos de pessoas que abriram mão de toda a sua vida social: não iam mais a festas, não saiam com amigos, comiam fora de hora e deixaram de praticar esportes, além de estudarem muitas horas por dia e tomarem muito energético, café e Coca-Cola numa tentativa de se manterem mais “ligados”. Bem, o que eu posso dizer a você é que a maioria dessas pessoas não teve sucesso. Não há nada pior do que o desequilíbrio, mesmo que seja em favor dos estudos. Se você escolheu priorizar os seus estudos porque pretende enfrentar um grande desafio, a melhor forma de fazer isso é cuidando bem de si mesmo, dando atenção ao seu corpo e seu cérebro. O bom funcionamento do nosso cérebro é o segredo do sucesso em qualquer projeto de estudos. O cérebro humano pesa entre um quilo e cinquenta (1,050 kg) e um quilo e duzentos gramas (1,2 kg). Isso corresponde a menos de 2% da nossa massa corporal. Porém, esse pequeno órgão consome de 20 a 25% das calorias diárias que ingerimos; 1/3 do oxigênio que respiramos; 120g de glicose diária e cerca de 750 ml de sangue circulando por ele, por minuto. Em outros vídeos, vou mostrar a você exercícios e técnicas que desenvolvem o seu cérebro e sua inteligência. Mas o que eu quero agora é salientar a necessidade do AUTOCUIDADO. Podemos dizer que Autocuidado é uma espécie de “carinho consigo mesmo”. Você se cuida porque se gosta e para que o seu corpo e a sua mente correspondam aos seus objetivos de vida. Vou lhe passar uma pequena lista de cuidados que aparentemente são óbvios, mas que, muitas vezes, deixamos de lado. São eles: Beber bastante água, Fazer exercícios físicos, Dormir bem, Alimentar-se corretamente, Manter-se limpo e arrumado, Manter o seu ambiente organizado, Planejar o dia, Meditar, orar, descansar a mente ou ouvir música, durante alguns minutos diários. Esses são hábitos que nos fazem bem e ajudam muito a manter o corpo e o cérebro saudáveis. Neste capítulo vamos falar de maneira especial sobre a alimentação. Sempre é bom lembrar que é importante tomar um bom café da manhã e fazer refeições leves, ao longo do dia, evitando permanecer longos períodos sem se alimentar ou comer demais e ficar com sono. Ingerindo os alimentos corretos, você vai aumentar a sua capacidade de raciocínio, aprendizado e memória. O seu organismo (e o seu cérebro em especial) precisam de nutrientes em quantidade e qualidade adequadas. Então, que alimentos são os mais indicados para melhorar a disposição mental? Bem, existe uma infinidade deles, e cada alimento possui uma função diferente para o bom funcionamento do seu cérebro. Essas são algumas sugestões campeãs: cereais integrais, legumes e verduras, em geral, ovo, frango, banana, maçã e frutas vermelhas, castanha-do-pará, nozes e amêndoas, azeite de oliva, cacau, alimentos que possuem Ômega Três (salmão, atum, sardinha e óleo de linhaça), Outros alimentos podem ser ingeridos, mas existem aqueles que você deve evitar: Açúcar em excesso (doces, refrigerantes e sucos de caixinha), Sal em excesso (especialmente salgadinhos), Álcool, Frituras, Carnes vermelhas gordas. Algumas pessoas pensam, erradamente, que o açúcar ajuda nos estudos e na hora das provas. É verdade que a ingestão de açúcar faz subir rapidamente o nível de glicose no sangue. Porém, o seu efeito é de curta duração e, em curto espaço de tempo (cerca de 20 minutos), piora o estado mental da pessoa. O açúcar dá um pico de glicose, mas em contrapartida também dá um pico de queda quando é processado pelo organismo. É mais interessante ter ao lado alimentos ricos em amido e fibras (como pães e biscoitos integrais), castanhas, nozes, frutas ressecadas e até mesmo pequenas porções de legumes. Esses alimentos promovem o aumento moderado, e com maior duração de glicose. Agora quero falar com você sobre o consumo das bebidas mais comum entre os candidatos a concursos e provas. Trata-se do café, do chá preto e dos energéticos. Essas bebidas são muito usadas por serem estimulantes, graças à presença de cafeína na sua composição. O café é uma das bebidas mais consumida do mundo. Para se ter uma ideia, o efeito de uma pequena xícara de café é sentido por volta de 15 minutos após seu consumo. Seu efeito dura aproximadamente 45 minutos. A ingestão de uma quantidade maior de café pode estender o efeito da cafeína por até algumas horas. No chá preto, o efeito da cafeína no cérebro é mais lento, porém, mais duradouro. O uso moderado de café e de chá preto pode ajudar na concentração e na vitalidade cerebral. Sim, isso é verdade. Porém, em grandes quantidades, pode produzir irritação, ansiedade e desconcentração, além de irritação do estômago. Como já vimos antes, na alimentação também, tudo é uma questão de equilíbrio. Para os que não gostam de café ou de chá, as chamadas bebidas energéticas podem ser uma opção. Deve-se, no entanto, tomar cuidado com a quantidade, pois a concentração de cafeína nesses produtos é muito maior. Refrigerantes do tipo Coca-Cola devem ser evitados, pois possuem grande quantidade de açúcar e sódio, além de serem gaseificados, o que prejudica a digestão e a própria concentração. Uma ótima opção é o guaraná em pó, que contém cerca de cinco vezes mais cafeína que o café. Ele pode ser encontrado in natura e misturado a outras bebidasou consumido em cápsulas. Porém, o seu uso prolongado pode trazer efeitos colaterais, como dor de cabeça, insônia, taquicardia e ânsia de vômito. Como bem disse Paracelso, médico e físico que viveu no século XVI “a diferença entre o remédio e o veneno está na quantidade ingerida”. Portanto, procure ingerir doses saudáveis de qualquer alimento ou bebida. Não é o que você come, mas o quanto você come que é o verdadeiro problema. Ah, e não esqueça que nenhuma dessas bebidas estimulantes deve ser ingerida à noite, pois com certeza vão atrapalhar o seu sono, que é tão importante quanto sua alimentação. E é justamente sobre a importância do sono que vamos conversar no próximo capítulo. CUIDADOS COM O SONO No capítulo anterior, começamos a discutir sobre a importância do Autocuidado e especialmente da sua alimentação, nesse período em que você se prepara para enfrentar testes que podem definir seu futuro. Agora vamos falar de um aspecto que muitos candidatos e concurseiros às vezes esquecem: DORMIR BEM. Todos sabemos que uma noite mal dormida não favorece a concentração e o desempenho no dia seguinte. Quando dormimos menos do que o necessário ou temos uma noite agitada, ficamos mais propensos a erros, com menor capacidade de concentração, mais frágeis emocionalmente e até mesmo mais vulneráveis a acidentes, doenças e infecções. Dormir um sono de qualidade e com um mínimo de horas é fundamental para que você tenha condições de atuar no seu dia a dia. Isso vale para os seus estudos, o seu trabalho ou qualquer outra atividade que você deva desempenhar. Algumas pessoas já experimentaram passar a noite em claro, à base de café e estimulantes, ou dormir muito pouco, a fim de estudar para realizar uma prova pela manhã. Isso pode até funcionar em alguns casos que exijam memória de curto prazo, conteúdos que são fixados e serão descartados depois. Porém isso não é aconselhável, muito menos é saudável, para se preparar para um ciclo mais longo de estudos. Pesquisas mostram que o sono é responsável por alguns aspectos da consolidação dos conteúdos na nossa memória. Por isso, todo nosso esforço de estudar ao longo do dia deve ser coroado com uma boa dose de sono. Se você estudar muitas horas, mas não dormir adequadamente, grande parte do conteúdo estudado será descartada pelo seu cérebro. Os neurocientistas costumam dizer que temos cinco ciclos de sono ao longo de uma noite. Cada um desses ciclos dura cerca de 90 minutos. Daí o tempo recomendado de sono ser de 7 a 8 horas diárias, pois esse período compreende 5 ciclos de 90 minutos. O percentual de memorização de quem dorme cerca de quatro horas é de 25% a 30%, enquanto sobe para 60% a 65% para quem dorme de sete a oito horas. Por isso, posso dizer com tranquilidade: É preferível estudar oito horas e dormir outras oito do que estudar doze horas e dormir só quatro horas à base de estimulantes. O sono tem uma dupla função: Dar suporte para que o cérebro possa armazenar as informações estudadas, na memória de longo prazo. Preparar o cérebro para receber novas informações no dia seguinte. Penso sobre o sono como se fosse a hora da faxina no cérebro. Quando tudo é organizado, limpo e colocado no seu devido lugar. Além do sono regular, outra maneira interessante de aumentar a retenção dos estudos e melhorar sua disposição física e mental são os cochilos. Alguns estudos demonstraram que, para boa parte das pessoas, pode ser estimulante para a memória tirar um cochilo de menos de uma hora, após o almoço. Pode também acontecer de, mesmo tendo dormido o tempo adequado, bater um sono no meio dos estudos. Nesse caso, não tenha medo de dar um pequeno cochilo de quinze minutos! Essas pequenas paradas ajudam a diminuir o cansaço e melhoram o desempenho cognitivo. Você deve experimentar como funciona em você, pois há pessoas que, ao pararem para um cochilo, se sentem mais cansadas e demoram mais tempo para engrenar nos estudos. Faça o teste por uma semana e avalie os resultados. Caso precise alterar um pouco a sua rotina, veja a que melhor gera rendimento. Apenas não deixe de dormir de sete a horas diárias! Pode ser também que você tenha algum distúrbio do sono. Nesse caso, seria interessante procurar ajuda especializada. O Instituto do Sono da Unifesp fez uma pesquisa que demonstrou que mais de 70% dos moradores da cidade de São Paulo possuem algum problema relacionado ao sono, sendo que 15% sofrem de insônia crônica e tomam remédio para dormir. É um problema cada vez mais comum, especialmente nas grandes cidades. Enfim, para conseguir desfrutar de uma noite de sono que seja realmente revigorante, considere aplicar os 10 Mandamentos do Bom Sono. 1. Criar uma rotina diária de sono e um ambiente adequado. 2. Não ir dormir com fome. 3. Fazer refeições leves à noite, evitando alimentos pesados e gordurosos muito próximos da hora de dormir. 4. Desligar a TV, o som, o computador e o celular uma hora antes de dormir. 5. Não assistir a filmes de ação ou violentos à noite. 6. Não ingerir café, chocolate, refrigerantes ou energéticos à noite. 7. Ouvir apenas música leve. 8. Não fazer exercícios físicos intensos antes de dormir. 9. Não comer e/ou trabalhar na cama. 10. Fazer um pequeno relaxamento, oração ou meditação antes de dormir. Quero fazer apenas uma última observação sobre o horário de dormir. Existem no mercado alguns cursos que prometem aprendizado durante esse horário. Bastaria, segundo eles, escutar alguns podcasts e aulas gravadas para que o conteúdo seja memorizado, durante o sono. Não acredite nisso! Já existem estudos suficientes para garantir que, além de não fazer nenhum efeito, essa prática pode perturbar e embaralhar as etapas do sono, prejudicando o aprendizado do que você estudou ao longo do dia. Então o melhor a se fazer é se preparar para dormir desacelerando suas atividades e sua mente. O período de sono deve ser um momento de relaxamento para sua mente e seu corpo. Aproveite o seu período de sono para realmente relaxar e permitir que seu cérebro coloque todas as informações em ordem. EXERCÍCIOS FÍSICOS E CUIDADOS COM O CORPO Vimos anteriormente sobre os cuidados que você deve ter com a alimentação e com o sono. Com esse capítulo sobre exercícios físicos, completamos a sequência sobre o Autocuidado em Preparação para Provas e Concursos. Pode ser que você tenha o hábito de fazer exercícios, praticar esportes, frequentar a academia ou o clube. Se já estiver habituado, não precisa fazer grandes alterações, a não ser que essa atividade ocupe mais de uma hora diária. Nessa época em que você entra em um longo período de preparação para provas, essa área da sua vida não deve ser subestimada. Se você não tem nenhum hábito de prática física, talvez seja interessante pensar no que conversar aqui. Várias pesquisas acadêmicas já demonstraram que a prática de exercícios físicos ao menos três vezes por semana, durante 30 minutos a uma hora, aumenta a capacidade de concentração e de aprendizado, melhora a memória e ativa o hipocampo cerebral, sobre o qual eu vou falar num próximo capítulo. A atividade aeróbica (especialmente as caminhadas, corridas, pedaladas e natação) é importante para a oxigenação do cérebro. Como eu já disse antes, o nosso cérebro consome um terço do oxigênio do corpo. Daí a importância da oxigenação cerebral. Porém, se você não curte fazer exercícios aeróbicos desse tipo, há outras maneiras de fazer isso. Por exemplo, você pode dançar, pular corda (minha opção favorita), praticar Artes Marciais, yoga etc. Praticar exercícios ajuda não só na oxigenação, mas também na melhora da química dos neurônios. Os exercícios aumentam a produção de uma proteína chamada BDNF (Fator Neurotrófico Derivado do Cérebro). Essa proteína é responsável por manter os neurônios saudáveis, ajudando no processo de transmissão e estimulando o nascimento de novas células cerebrais (chamado de neurogênese). A prática de exercícios também fortalece os músculos das costas. E isto é especialmente importante nessa época em que você passará muito temposentado. Uma pessoa que pratica exercícios físicos regularmente tem mais disposição porque tem maior aptidão cardiorrespiratória e muscular. Consequentemente, é alguém que prepara melhor o corpo para qualquer outra atividade. Além disso, a pessoa ainda correrá menor risco de doenças que possam atrapalhar o processo de estudo e aprendizagem. Não esqueça de que também é importante alongar-se de tempos em tempos, enquanto estiver estudando. Isso ajuda não só a evitar dores, mas também na circulação do sangue e no combate ao stress. Você pode por exemplo rotacionar o pescoço e a cabeça, encolhendo e soltando os ombros para distensionar, fazendo caretas, abaixando até tocar o chão com os dedos da mão etc. Bastam alguns poucos minutos de alongamento e ele pode ser feito várias vezes ao dia. Se você quiser implementar uma prática mais completa de alongamento em sua rotina, eu sugiro que você dê uma olhada no site liangongbrasil.com.br. O Lian Gong (pronuncia-se Lian Kum) é uma prática corporal de exercícios preventivos http://liangongbrasil.com.br/ e curativos, que foi criada na década de 70 pelo Dr. Zhuang Yuan Ming, médico ortopedista da Medicina Tradicional Chinesa. O objetivo principal do Lian Gong é a de tratar e prevenir dores no corpo, inúmeros problemas osteomusculares e nas articulações. Também ajuda na circulação do sangue, dissolve aderências e inflamações dos tendões, e restaura a movimentação natural, melhorando a resistência e a vitalidade do organismo. Eu pratico o Lian Gong diariamente há cerca de dois anos, e posso garantir que é uma atividade simples, mas altamente benéfica. E o mais interessante é que com apenas 15 minutos diários você pode conseguir ótimos resultados e se sentir muito mais disposto durante o dia. Além do ganho em disposição, existe outro ganho importante da prática de exercícios físicos. Há inúmeras pesquisas que mostram a relação deles com a melhora na AUTOESTIMA. A autoestima se refere à percepção e juízo que você tem de si mesmo. Fazer exercícios pode, então, despertar um olhar mais positivo para o seu próprio ser. Um corpo saudável contribui fortemente para a crença nas próprias capacidades de superação e de autocontrole. Já se sabe que a atividade física, além de melhorar a condição física geral, também melhora o humor, a imagem e a aceitação corporal, o senso de autonomia e controle pessoal sobre o corpo, sua aparência e a vida em geral. Já são clássicos os estudos que demonstram o aumento dos níveis de serotonina no organismo, graças à prática de exercícios físicos. A serotonina é o neurotransmissor responsável pela sensação de bem-estar e prazer. Seu aumento favorece a vontade de enfrentar desafios. Por isso, as atividades físicas são um recurso importante para manter o equilíbrio emocional, aliviar o stress, diminuir a insegurança e a ansiedade, aumentar a sensação de bem-estar, aumentar a capacidade de lidar com a insônia. Como em tudo o mais, também nessa área é importante o equilíbrio. Os exercícios físicos não são a sua prioridade nesse momento da sua vida. Eles são poderosos aliados para que você atinja o seu objetivo, mas não são o seu objetivo em si. Por isso, não se culpe se tiver dificuldade em praticá-los com regularidade. Você não deve se tornar escravo e dependente da sua prática física. Ela deve ser um elemento de estímulo aos seus estudos e à sua preparação para as provas que virão. Se a sua rotina e inclinação pessoal não permitirem a inclusão de exercícios regulares, tente praticá-los esporadicamente. Apenas não deixe que a falta de tônus muscular, o cansaço físico e a falta de energia atrapalhem o seu sucesso. O CÉREBRO E OS SISTEMAS DE APRENDIZAGEM Você já deve ter ouvido algum exemplo no qual é feita uma comparação entre o cérebro humano e um computador. Essa é uma boa metáfora, pois o seu cérebro funciona mediante programação e reprogramação, assim como um computador. Aliás, existe um ramo da ciência chamado Neurocomputação, que tenta simular equipamentos de modo semelhante ao funcionamento do nosso cérebro. É a partir dessas pesquisas que tem avançado os estudos sobre Inteligência Artificial, por exemplo. Todas essas pesquisas visam conseguir que os computadores cheguem a realizar operações que só o cérebro humano é capaz de fazer. Entre essas operações estão aprender, fazer comparações, transformar os arquivos armazenados em novos conhecimentos, relacionar, criar e testar novas alternativas, adaptar e não apenas armazenar e reproduzir. Não dá para simplesmente compararmos o cérebro com o computador, pois a “arquitetura” do nosso órgão é muito mais complexa do que a de uma CPU. Para ter uma ideia, basta dizer que para alcançar a capacidade de processamento do cérebro, precisaríamos de ao menos 1000 computadores de última geração. Além disso, a lógica do cérebro não é hermética como a lógica matemática ou mecânica. A nossa capacidade cerebral não é infinita, porém, apesar de o nosso cérebro possuir, provavelmente, um limite de armazenamento, ele é grande o suficiente para não termos que nos preocupar com isso. O nosso cérebro armazena não apenas arquivos conscientes. Não aprendemos apenas o que queremos aprender. Ele tem a capacidade de captar uma quantidade assombrosa de sensações e informações que serão depositadas no nosso inconsciente. Nossos sentidos recebem milhares de informações ao mesmo tempo. Algumas informações são armazenadas, mesmo que não tenhamos interesse nelas. Enquanto você olha, ouve ou sente alguma coisa, milhares de outras coisas são vistas, ouvidas e sentidas, sem que você perceba. Para o nosso tema, que é a preparação para estudar melhor, é preciso estabelecer a relação entre o funcionamento do cérebro é a nossa concentração. Por isso, as técnicas de estudo e desenvolvimento da capacidade de concentração se relacionam com o funcionamento cerebral. Sabemos que, se realizamos uma quantidade muito grande de atividades, nos concentramos um pouco em cada uma delas. Nosso cérebro possui a capacidade de multiprocessamento, isto é, de se fixar em mais de uma coisa ao mesmo tempo. Porém, essas informações podem competir entre si pela concentração, e quanto maior o número de processos em andamento em nosso cérebro, menor é a capacidade de se concentrar e obter bons resultados em cada um deles. Por exemplo, é difícil concentrar-se no estudo se estivermos com dor nas costas. Por isso é que falei anteriormente da importância da atividade física. Ela fortalece direta e indiretamente a atividade cerebral. Você também já deve ter ouvido ou estudado que o nosso cérebro é formado por dois hemisférios: direito e esquerdo. Segundo os neurocientistas, o lado esquerdo do cérebro estaria ligado à fala, à lógica, às análises sequenciais, às operações matemáticas e ao cálculo. O lado direito seria o responsável pelas atividades ligadas à imaginação, à poesia, à música e à harmonia. Cada um desses hemisférios foi mais ou menos estimulado em você, desde a infância. Costuma-se dizer que o lado esquerdo é mais “racional” e o lado direito mais “artístico”. Na verdade, há momentos em que um dos lados é mais exigido do que o outro. Porém, ambos são importantes. Por isso, é importante aprender a desenvolver cada um deles. Nem sempre percebemos a atividade cerebral com clareza, pois ela funciona no “piloto automático”. Porém, a partir do momento em que você decidiu estabelecer novos objetivos para a sua vida, ser produtivo nos estudos passou a ser uma necessidade. É importante saber que a forma de aprender varia de pessoa para pessoa. Isso acontece porque, segundo a Neuropedagogia, existem quatro formas diferentes de captar as informações: Visual Auditiva Sinestésica Digital Essas formas de aprendizagem são também chamadas de Sistemas Representacionais. A pessoa predominantemente visual precisa ver para compreender. Essa pessoa costuma, por exemplo, mentalizar a lousa escrita, a página do livro, as cores que usa para destacar um enunciado. Os mapas mentais são muito interessantes para quem é predominantementevisual. Falaremos deles mais à frente. A pessoa auditiva responde melhor aos estímulos sonoros. Para aprender melhor pode, por exemplo, repetir a matéria em voz alta, ouvir podcasts, gravar trechos do livro ou das aulas. Para os estudantes predominantemente sinestésicos não basta apenas ler ou ouvir explicações. Os sinestésicos geralmente conseguem apreender os conteúdos na prática, através de alguma ação que envolva todos os sentidos. Aprendem mais através de experimentos do que de leituras. Precisa de exemplos práticos para entender conteúdos teóricos. O termo digital se refere às pessoas mais analíticas, que naturalmente buscam a lógica interna e o sentido de cada assunto estudado. Essa pessoa realiza um diálogo interno, organizando mentalmente as informações. Costuma ser um bom teórico. É importante que você conheça qual é a forma predominante no seu aprendizado. Isso ajudará a escolher a sua melhor técnica de estudo. Mas aqui cabe uma observação muito importante. Apesar de cada pessoa possuir uma preferência pessoal por um canal específico de aprendizagem, isso não significa que essa pessoa só consiga aprender por esse canal. Aliás, é extremamente recomendado que, independentemente do canal preferencial, que cada pessoa trabalhe sua aprendizagem de forma mista. Ou seja, utilizando todos os sistemas representacionais. Como veremos mais adiante, quanto mais sentidos são envolvidos na aquisição de uma informação, maior é a probabilidade dessa informação ser gravada na memória permanente e dela ser facilmente recuperada posteriormente. Isso significa que, se ao estudar um determinado assunto, você praticar a leitura, testes, ouvir gravações, realizar atividades relacionadas e trabalhar ativamente com esse tema, sua compreensão será muito maior do que apenas lendo sobre o assunto, mesmo que você tenha uma preferência pessoal pelo canal visual. Então, mesmo que você perceba a predominância ou preferência de uma forma de aprendizagem, é interessante também desenvolver as outras, pois há conteúdos mais ligados a cada uma delas. É diferente estudar Matemática e estudar fatos históricos ou leis, por exemplo. Cada assunto pode ser mais ligado a um sistema representacional do que outro. Seja qual for o seu sistema representacional, uma estratégia que funciona para a maioria das pessoas é dar aula sobre o conteúdo estudado. Essa técnica usa praticamente todas as formas de aprendizagem, pois você utiliza não só o próprio sistema, mas também se esforça para ensinar outra pessoa e acaba percebendo a forma do outro aprender. Essa é sem sombra de dúvida uma das mais práticas e eficientes formas de reforçar sua aprendizagem e aumentar sua retenção de qualquer assunto. Mas fique tranquilo, veremos com detalhes essa e outras técnicas de aprendizagem mais adiante. ATENÇÃO E CONCENTRAÇÃO No capítulo anterior, vimos sobre a capacidade espantosa que o nosso cérebro tem para armazenar e programar as informações que recebemos durante toda a nossa vida. Mostrei como o nosso cérebro registra milhões de informações, além daquelas que temos consciência de estar recebendo. Bem, se o nosso cérebro registra tudo o que estudamos, vemos, ouvimos e sentimos, por que é que nem sempre conseguimos recuperar as informações importantes, nos momentos em que mais precisamos, como uma prova, por exemplo? Para poder entender isso e, principalmente, para que você possa desenvolver melhor a sua capacidade de reter os conteúdos importantes, precisamos entender um pouco mais sobre como nosso cérebro funciona. O cérebro humano é constituído por várias partes e cada uma tem uma função específica. Não vou falar sobre cada uma delas. Porém, algumas informações são importantes para podermos seguir em frente. Primeiramente, vou falar brevemente sobre o córtex cerebral, que é a região externa do nosso cérebro. Ao contrário do que a maioria das pessoas pensam, o cérebro não é constituído por aquela massa cinzenta que parecem gomos e que vemos em fotos e ilustrações. Na verdade, essa camada externa do cérebro é apenas uma casca. A propósito, a palavra córtex vem do latim e significa “casca”. Ele é justamente como uma casca cinzenta em várias camadas, que recobre todo cérebro. O córtex cerebral abriga cerca de 20 bilhões de neurônios e é o responsável por toda a nossa vida racional. Sem ele, não haveria conhecimento, percepção das coisas, linguagem, emoção ou memória. Outra parte importante do cérebro é o hipocampo que é uma estrutura cerebral de apenas 4cm que tem a forma curva que lembra um cavalo marinho Aliás, essa sua forma é que deu origem ao seu nome: “hipo” em grego é cavalo e “kampos” é mar. Bem, o hipocampo é o principal local de armazenamento temporário da memória, é ele que armazena as lembranças de curto prazo e, durante o sono, transmite as informações a serem gravadas na memória de longo prazo no córtex cerebral. Agora tudo o que falamos anteriormente sobre relaxamento e dormir o suficiente começa a se encaixar e fazer sentido, não é mesmo? Bem, conforme nós “enchemos” o hipocampo de informações, a nossa mente e o nosso corpo vão se sentindo cansados. Por isso, sentimos sono depois de um dia cheio de trabalho ou de estudo. O sono é o responsável por “esvaziar” o cérebro das memórias de curto prazo desnecessárias. Saber sobre essas partes do cérebro nos ajuda a entender dois pilares da aprendizagem: a atenção e a concentração. Primeiramente, vamos diferenciar esses dois termos. Concentração é a capacidade de manter o foco naquilo que você está fazendo, sem se deixar distrair por estímulos externos. Atenção é perceber os detalhes e nuances que acontecem enquanto você está concentrado em algo. Vou te dar um exemplo: você pode estar estudando um item de uma disciplina e totalmente concentrado nesse conteúdo. Pode ser que uma palavra esteja escrita de forma errada no texto que você está lendo. Provavelmente, você nem vai reparar, pois esse não é o foco da sua atenção, nesse caso sua atenção está em entender a ideia geral que o texto está apresentando. Algumas pessoas estão desabituadas de estudar. Há muitos anos, não se sentam e se concentram em conteúdos escolares ou nunca tiveram esse hábito, mesmo quando estava numa escola ou faculdade. Quando se veem diante do desafio de terem que estudar para um concurso ou um vestibular podem ficar preocupadas ou até mesmo desmotivadas. Outras dizem serem muito distraídas. Qualquer coisa lhes tira a atenção do que consideram importante: um som, um cheiro, a sensação de fome, sede, frio, calor, vontade de ir ao banheiro etc. A primeira boa notícia é que o seu cérebro pode ser treinado para aumentar a concentração e a sua capacidade de aprender. A segunda boa notícia é que ninguém é totalmente desatento, salvo nos casos diagnosticados de Transtorno de Déficit de Atenção (TDA). O que acontece é que a atenção pode se voltar para outro objeto. Por exemplo, se você está estudando e acontece um acidente perto de você, é natural que você desvie o seu foco. Da mesma forma, é normal perder a atenção de uma matéria que você está lendo quando soa o aviso de uma nova mensagem no celular, por exemplo. Ninguém nasce com maior ou menor capacidade de concentração. Por vezes, o temperamento e a estrutura social e familiar da pessoa podem colaborar para adquirir hábitos que facilitam a concentração. Algumas atitudes podem ajudar na sua concentração e atenção. Algumas das orientações que vamos ver agora eu até já falei para você, mas sempre é bom lembrar e reforçar, pois elas realmente podem fazer uma grande diferença nos resultados. Respeite o seu planejamento de horários e a sua rotina de estudo diária. Não interrompa uma tarefa apenas porque está se distraindo muito. Estabeleça um limite de tempo e afirme a si mesmo que poderá dar atenção ao assunto que tira a sua atenção depois de terminar o estudo. Alimente-se bem e tenha uma garrafinha de água ao seu lado para que nem fome nem sede distraiam você. O mesmo vale para o calor ou frio. Agasalhe-se bem no frio ou escolha um
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