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COMO ESTUDAR PARA PROVAS,
CONCURSOS E VESTIBULARES
Aprenda a Estudar de Forma Eficiente Utilizando um Método de
Estudo Autodirigido com Estratégias Simples e Eficazes
 
© ISMAR SOUZA
Todos os Direitos Reservados
São Paulo - Brasil - 2019
 
 
 
 
 
 
AVISO LEGAL
 
Como Estudar para Provas,
Concursos e Vestibulares
 
Copyright © Ismar Souza. Todos os direitos reservados e protegidos pela Lei 9.610/98 do Brasil,
bem como demais leis sobre direitos autorais dos países em que esta obra for adquirida.
Nenhuma parte do conteúdo deste livro poderá ser utilizada ou reproduzida em qualquer meio ou
forma, seja ele impresso, digital, áudio ou visual sem a expressa autorização por escrito do autor.
A não observância destas condições pode incorrer em penas criminais e ações civis.
Para solicitar permissões de reprodução, escreva para ebooks@academiaideia.com
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INTRODUÇÃO
“A alegria que se tem em pensar e aprender faz-nos pensar e aprender
ainda mais.”
Aristóteles
Seja muito bem-vindo!
Eu sou Ismar Souza. Sou Coach de Aprendizagem e especialista em e-learning, com mais
de 10 cursos publicados e mais de 10 mil alunos. E junto com meu amigo e parceiro de negócios,
Vitor Corecha, vamos te apresentar uma série de dicas e estratégias para você planejar todo o seu
projeto de estudos e se preparar para qualquer prova, concurso ou vestibular.
Bom, e para começar, eu quero que você responda a uma pergunta: Qual foi o seu
interesse ao adquirir esse curso?
Pode ser que daqui há pouco tempo você vá enfrentar uma série de provas e testes para os
quais você precisa se preparar bem?
Ou então, você tem pensado em prestar Concurso Público e agora surgiu a oportunidade
de realizar esse desejo?
Ou ainda, você está próximo de prestar o Vestibular e gostaria de aprender melhor as
matérias, otimizar os estudos e fazer render os seus esforços?
Bem, geralmente quem começa a se preparar para provas, sejam elas de Concurso
Público, Vestibulares ou testes profissionais, enfrenta um ou mais desses problemas:
Pouco tempo para estudar - Você trabalha ou tem tarefas que comprometem sua
disponibilidade e o seu tempo é muito pequeno para se dedicar aos estudos como deveria?
- Tudo bem, você vai descobrir como aproveitar melhor seu tempo de estudo.
Desorientação - Você não sabe por onde começar ou sequer sabe o que é importante
estudar? Não sabe como organizar seu projeto de estudo? Aliás, você nem fazia ideia de que para
ter sucesso na sua preparação era necessário ter e seguir um planejamento?
- Não se preocupe, nós vamos te ajudar a criar um plano claro e objetivo de estudos.
Desmotivação - Você se assustou com a quantidade de conteúdos que precisa estudar
para a prova? Acha que não vai dar conta? Pensou em desistir, antes mesmo de começar?
- Nós sabemos como é se sentir assim, por isso preparamos alguns capítulos para te
ajudar com a questão da motivação para enfrentar um projeto de estudo.
Falta de concentração - Você se distrai facilmente durante os estudos? Qualquer coisa
tira a sua atenção e foco? Você até começa bem no estudo, mas em poucos minutos já nem sabe
mais o que estava estudando ou lendo?
- Esse é um dos problemas mais comuns, e por isso preparamos dezenas de dicas que
você pode aplicar rapidamente para aumentar sua atenção e concentração nos estudos.
Baixo rendimento - Você já começou a estudar, mas tem a sensação de que aprende
pouco? Tem a impressão de que todas as outras pessoas aprendem mais e mais rápido do que
você?
- Pode ficar tranquilo, pois você vai descobrir algumas das melhores técnicas de estudo
desenvolvidas e aprimoradas por psicólogos e cientistas da educação.
Bem, o nosso objetivo é mostrar a você que é possível estudar para Concursos Públicos,
Vestibulares ou outras provas,
com qualquer quantidade de tempo disponível;
usando as suas capacidades mentais ao máximo;
fazendo as escolhas certas de conteúdo;
com foco e atenção;
usando as técnicas certas de estudo e de memorização;
e aprendendo mais rápido e preparando-se de forma competitiva.
Mas aqui vai um aviso: Não espere ver truques mágicos e mirabolantes por aqui. Isso não
existe. O objetivo desse curso é ajudar você a mudar sua forma de pensar sobre os estudos para
preparar sua mente da maneira certa.
Acredite, preparar sua mente para estudar é de longe muito mais importante do que
aprender um monte de técnicas engraçadinhas para decorar fórmulas e regras. É claro que as
técnicas têm o seu valor, mas se você não estiver preparado para tirar o maior proveito delas, vai
acabar perdendo muito em seus resultados.
Nós vamos mostrar a você como usar a sua inteligência do jeito certo. O seu cérebro,
assim como o seu corpo, tem configurações e funcionamento próprios. É importante que você
conheça e desenvolva a sua inteligência da forma correta, para só a partir daí, conseguir extrair o
máximo proveito dela.
Outro ponto importante que vamos abordar aqui é sobre como se tornar autodidata.
Então, você vai aprender a se preparar e a estudar de verdade, de forma produtiva, com o apoio
de várias técnicas e estratégias desenvolvidas e propostas pelos maiores especialistas na área de
preparação para provas, concursos e vestibulares. Você vai aprender a criar AUTONOMIA para
se preparar e chegar onde planejou.
Bom, estamos ansiosos para começar. Se você estiver pronto, nos vemos no próximo
capítulo!
SUMÁRIO
Como estudar para provas e concursos
Mudanças necessárias e o gosto pela leitura
Escolhendo o local e organizando os materiais
Rede de Apoio de amigos e familiares
Organizando e administrando seu tempo
Planejando os Estudos
Como aumentar seu tempo de estudo
Definindo o seu objetivo e aumentando a motivação
Alimentação e bebidas estimulantes
Cuidados com o sono
Exercícios físicos e cuidados com o corpo
O cérebro e os sistemas de aprendizagem
Atenção e concentração
Memória e memorização
Técnicas de memorização
Estratégias para iniciar os estudos
Técnicas de estudo
A Prática espaçada
Leitura eficiente
Algumas orientações importantes
Redação para provas e concursos
A semana e os dias de prova
Qual vai ser o tema da redação?
Após os resultados
Conclusão
Sobre o Autor
Outros livros do autor
COMO ESTUDAR PARA PROVAS E CONCURSOS
Neste livro você vai conhecer algumas teorias e vai colocar em prática uma série de
técnicas para criar hábitos de estudo e uma rotina que vai levar você aos resultados que
determinou para o seu futuro.
Este livro é o resultado de uma minuciosa pesquisa, onde analisamos o que os melhores e
mais reconhecidos autores já apresentaram e estão apresentando atualmente sobre preparação
para concursos e vestibulares.
Neste capítulo, vou apresentar a você o Professor Pierluigi Piazzi, que escreveu o clássico
Inteligência em Concursos: Manual de instruções do cérebro para concurseiros e
vestibulandos ??.
Nesse livro, o Professor Pier apresenta um conceito da Neurociência que muda tudo o
que sabíamos a respeito da inteligência humana. Segundo ele “A INTELIGÊNCIA É UMA
QUALIDADE APRENDIDA”.
Como assim?
Sempre acreditamos que a inteligência se tratava de um fator genético, como a cor da
pele ou dos olhos. Porém, inúmeros testes têm sido feitos e provaram que a inteligência pode ser
desenvolvida mediante exercícios para o cérebro. Então grave isso, pois esse vai ser o nosso
ponto de partida neste curso: a inteligência é uma qualidade aprendida.
Isso significa que você pode se tornar maisinteligente usando as técnicas certas para
estudar, aprender e se preparar. A sua tarefa, ao longo deste curso, será aprender a se tornar cada
vez mais inteligente. Essa é única maneira de garantir o seu sucesso.
Um segundo ponto fundamental apresentado pelo Professor Pier é ainda mais polêmico:
“quem tem mais chance de se sair bem em um concurso nem sempre é o candidato que sabe
mais, mas aquele que conseguiu se tornar mais inteligente”.
Bem, para desenvolver a sua inteligência e aplicá-la aos seus estudos, talvez precise jogar
fora alguns conceitos que você já conheça e os aceite como verdadeiros. Por exemplo, de acordo
com o Professor Pier, você deve deixar de ser aluno para se tornar um estudante.
Mas o que isso significa, afinal de contas?
De acordo com o professor Pier, aluno é sempre alguém dependente. O aluno precisa que
alguém lhe explique os conteúdos, diga o que estudar e como estudar. Como pensar a respeito
dos problemas e como responder às questões.
Já o estudante é autônomo. Ele sabe qual é a melhor forma de estudar cada área e como
pode aprender mais conteúdo em menos tempo. Portanto, se você se acostumou a estudar apenas
lendo os livros ou anotando o que os professores ensinam nas aulas e relendo os apontamentos
do seu caderno, vai precisar dar uma guinada na sua vida.
Mas não se assuste! Você vai receber todas as orientações necessárias e vai descobrir os
passos certos para se tornar um estudante autônomo e inteligente!
Você vai descobrir que estudar é muito mais que apenas ler ou rabiscar algumas
anotações, e que aprender pode ser muito prazeroso.
Espero que tenhamos conseguido aguçar a sua curiosidade e despertado a sua vontade de
https://amzn.to/2Jg5vsH
se preparar para as suas provas com inteligência e de forma autônoma, criando seus próprios
processos de estudo. Afinal, a curiosidade e a determinação de responder suas próprias questões
são os pontos fundamentais para ter sucesso no seu projeto de estudos.
MUDANÇAS NECESSÁRIAS E O GOSTO PELA LEITURA
Vamos iniciar nosso curso falando sobre dois tipos de mudança que são necessários na
vida de quem se dispõe a enfrentar um Concurso Público, um Vestibular ou uma série de provas.
A primeira mudança é externa e é fácil providenciar. É preciso apenas:
criar um espaço e um horário de estudos que sejam adequados,
ter uma agenda e um plano de estudos,
e adotar as melhores estratégias de estudo.
Nós vamos tratar desses pontos externos em vários momentos do curso, e também
veremos várias dicas para conseguir organizar isso. Porém, a principal mudança, aquela que você
realmente precisa realizar é pessoal e interna.
Para isso você vai aprender como funciona a sua inteligência e como é possível treiná-la
e aumentá-la para chegar ao sucesso na sua empreitada. Para isso, nós vamos discutir sobre:
como adquirir gosto e prazer pela leitura e pelos estudos,
quais os cuidados que você precisa ter com você mesmo, mental e fisicamente,
como usar a estratégia certa para estudar, em cada fase,
como ter segurança de estar fazendo a coisa certa.
COMO GOSTAR DE LER
Pode ser que você tenha aprendido a gostar de ler, desde a sua infância. Isso acontece
com quem teve bons professores ou foi influenciado pela família no caminho da boa leitura. Há
crianças e adolescentes que, desde cedo, adoram ir à biblioteca, escolhem seus livros, devoram
histórias escritas e se divertem. Porém, uma grande parcela das pessoas simplesmente declara
não gostar de ler e têm grande dificuldade para estudar. Para elas, o simples fato de ter que ler
alguma coisa já é um sacrifício.
Então, vamos ao fato número 1: Só consegue fazer seu nível de inteligência aumentar
quem for um leitor
E ser leitor não é apenas ser alfabetizado ou ir à escola. A maioria dos bons leitores são
aqueles que gostam de ler livros que não são indicados pela escola. Ser leitor é diferente de
simplesmente ser bom aluno. A diferença entre ler porque a escola exige e ler porque gosta está
no prazer e na diversão. Pessoas que leem porque gostam, se divertem da forma mais útil e
prazerosa. Aprendendo.
Isso nos leva ao fato número 2: Na realidade, ninguém odeia ler
O que acontece na verdade, é que as pessoas odeiam a obrigação de ler, ainda mais de
ler livros chatos indicados pelo sistema escolar. É muito comum que crianças gostem de ler
alguns dos livros indicados por professores que conseguem aliar a leitura de bons autores
infanto-juvenis com a diversão da leitura.
Porém, quando se toma a lista de livros para o vestibular, o que se vê é uma sequência
dificílima e cansativa para quem não adquiriu o hábito da leitura. O problema é que essas
pessoas não foram apresentadas aos livros divertidos que as preparariam para ler esses clássicos
mais complexos.
Ler é como ouvir música. Dificilmente, alguém começa a gostar de música ouvindo
música dodecafônica de Schoenberg. Esse é um tipo de audição para ouvidos treinados e
estudiosos da música. Da mesma forma, é difícil começar a gostar de ler a partir de um livro de
José de Alencar ou de Camões, embora eles sejam autores geniais.
Normalmente, esse gosto é adquirido através da leitura de algo envolvente, como uma
história, que pode ser uma ficção, uma biografia ou um relato histórico. Existem centenas, senão
milhares, de livros que são tão fascinantes, a ponto de prender o leitor por horas ou dias.
Muitos desses livros tornaram-se filmes e é comum as pessoas dizerem: “vi o filme, mas
o livro é muito melhor!”. Essa é a frase típica de bons leitores. Eu tive a sorte de iniciar meu
caminho como leitor lendo por prazer, e não por obrigação. Lembro até hoje o primeiro livro que
li inteirinho por pura e sincera vontade: A História sem Fim, de Michael Ende.
Um livro que conta a História de Bastian, um menino solitário que começa a ler um livro
e é enviado para o reino da fantasia. Esse livro mexeu com a minha imaginação e me fez querer
encontrar outras histórias fantásticas. E as histórias fantásticas me fizeram perceber que através
dos livros eu poderia conhecer muito do mundo mesmo sem sair da minha cadeira.
As pessoas que conheceram a experiência de encontrar o fascínio de um livro precisam
continuar a fazê-la, encadeando uma leitura na outra e criando a rotina da leitura. Com o tempo,
ler torna-se um prazer irresistível. Repito: ler é a melhor maneira de desenvolver e aumentar a
inteligência. E nós vamos entender as causas fisiológicas disso mais adiante.
Pode ser que você tenha perdido o hábito de ler jornais, revistas e livros impressos. Eu
sei, esse é um fenômeno da atualidade. As pessoas, quando leem, estão usando, cada vez mais,
seus celulares, notebooks, tablets e computadores. Eu inclusive leio boa parte dos meus livros em
formato digital. Porém, preciso informar você sobre uma coisa importante. Estudos têm
mostrado que ler em uma tela que emite luz reduz em 30% a compreensão do conteúdo.
A Neurociência mostra que os mecanismos neurais usados na leitura e uma tela luminosa
são diferentes dos mecanismos neurais utilizados na leitura em papel. O Que causo um nível
menor de engajamento na leitura em dispositivos eletrônicos.
Por isso, as grandes distribuidoras estão colocando no mercado dispositivos de leitura
com displays display de electronic paper (“papel eletrônico”), que simula uma folha de papel e
exige claridade no ambiente para ser lido, como se fosse um livro impresso. E é justamente em
dispositivos com telas de papel eletrônico, como o Kindle, que faço minhas leituras de ebooks.
Portanto, sempre que possível, dê preferência por ter o livro ou o texto impresso para
estudar. Isso não significa que você não pode nunca utilizar a tela. Essa recomendação é para os
textos mais longos e complexos, especialmente as leis e teorias, nos quais é possível e até mesmo
aconselhável, que você possa fazer marcações e anotações.
ESCOLHENDO O LOCAL E ORGANIZANDO OS MATERIAIS
Vamos falar agora sobre um aspecto fundamental da sua preparação para um Concurso
Público, para o Vestibular ou qualquer tipo de provas às quais você pretende sesubmeter no
futuro: o seu local de estudo.
Escolher um lugar de estudo adequado é um dos passos mais importantes da sua
preparação.
Primeiramente, é essencial encontrar um lugar tranquilo e bem iluminado, no qual você
não se distraia e possa estar totalmente focado nos estudos. Portanto, esse local deve ser o mais
silencioso e sem interferências externas possível.
A distração pode fazer você perder muito tempo. Vários estudos têm mostrado que,
quando alguém se distrai de uma atividade, pode demorar até 20 minutos para voltar a se
concentrar no que estava fazendo antes. Porém, leva apenas 11 minutos para se distrair após o
começo de uma tarefa. E uma das principais causas da distração costuma ser justamente o
ambiente em que a pessoa está. Por isso, escolher o ambiente para as horas de estudo é tão
importante quanto o conteúdo que você vai estudar.
Esse é um ponto fundamental, mas que geralmente não recebe a devida atenção. Não seja
uma dessas pessoas que cometem erros básicos por desconsiderar detalhes importantes.
Pode ser que você pretenda estudar em sua própria casa. Essa é a escolha da maioria das
pessoas. Para quem estuda em casa, existem algumas sugestões que podem ser bastante úteis:
Mantenha a TV desligada ou fique bem longe dela.
Não estude deitado na cama ou no sofá, pois a tendência a ter sono é muito grande.
Deixe o celular no modo silencioso, bem distante de você ou se possível em outro
cômodo.
Evite sentar-se voltado para uma porta ou janela, a melhor opção seria sentar-se virado
para uma parede e longe da entrada.
Uma biblioteca também pode ser um excelente local de estudo. Seja ela pública, do
colégio, da faculdade ou em um centro cultural. As bibliotecas costumam ter uma energia que
atrai ao estudo. Afinal, são locais construídos para isso. Você pode se motivar ao ver outras
pessoas também se dedicando aos estudos. Nesses espaços sempre existem mesas mais
reservadas que são ótimas para quem precisa se concentrar.
Até mesmo uma cafeteria pode ser o seu local de estudo, se não for um ambiente muito
movimentado e barulhento. Evite sentar-se próximo das portas de entrada ou saída, e se possível
avise para os atendentes que você vai passar um tempinho ali e que gostaria de não ser
incomodado.
 
Há pessoas que preferem ambientes mais abertos para estudar, como uma praça, um
parque, ou até mesmo a praia, embora esses lugares possam favorecer a distração. Esses locais
podem ser interessantes, especialmente para fazer revisões, ler resumos ou algo mais leve. Há
várias pessoas, por exemplo, que estudam também conteúdos mais exigentes e se sentem até
mais inspiradas. O importante é você avaliar a sua capacidade de concentração nesses espaços.
Aliás, todas as dicas que você vai ver aqui devem sempre ser encaradas como sugestões
que precisam ser testadas. Nenhuma dica ou estratégia é 100% garantida. Faça testes e
adaptações até conseguir os resultados que você deseja.
Algumas pessoas perguntam: é possível estudar estando no ônibus ou metrô?
Bom, se você gasta algumas horas do seu dia se locomovendo no transporte público,
poderia aproveitar também esses momentos para estudar. Por exemplo, se você passa duas horas
por dia se locomovendo e não aproveita esse tempo, somando todo esse período, no final de um
ano você terá 700 horas a menos de estudo.
Porém, esse não deve ser o seu principal horário de estudo, pois é muito difícil escrever
ou anotar alguma coisa, estando em movimento. Você pode, por exemplo, ouvir a gravação de
aulas, memorizar algumas coisas, repassar textos e exercícios já estudados e ler alguns textos
mais simples. Enfim, o tempo que você passa em transportes públicos é perfeito para fazer
revisões.
Com relação à iluminação, sempre que possível, dê preferência à luz natural.
No entanto, é importante que essa luz não incida diretamente sobre o texto. A luz indireta
ou difusa é sempre melhor, pois o papel branco reflete muita luz e seus olhos se cansam mais
rapidamente.
Caso você sinta seus olhos ardendo ou cansados, não os esfregue diretamente.
Experimente esfregar as mãos até aquecê-las bem e coloque-as sobre os olhos por uns 30
segundos. Isso vai ajudar a relaxá-los.
Além do seu local de estudo, é importante escolher os melhores horários para estudar. Se
for possível escolher os seus momentos de estudo, preste atenção aos horários em que você é
mais produtivo. Há pessoas que tem muito gás para estudar pela manhã, outras preferem no fim
da tarde, à noite ou até mesmo de madrugada. Mais adiante vamos falar sobre o ciclo circadiano
e então você vai entender a importância de descobrir o seu horário de maior rendimento.
Seja qual for o local escolhido, não se esqueça de que os seus materiais devem estar
organizados. Perde-se muito tempo colocando em ordem os materiais antes de começar a
estudar. Então:
Organize seu material por disciplina. Além dos livros, os materiais impressos devem ser
separados em diferentes pastas. Se possível, use pastas de diferentes cores para distinguir
uma disciplina da outra.
 
Organize tudo em subpastas. Além das pastas de cada disciplina, você pode separar as
apostilas, editais, leis, exercícios, resumos, provas etc.
Só tenha diante de si o que vai usar no seu estudo. Não junte vários livros nem fique com
várias pastas abertas. É importante segmentar seus períodos de estudo para matérias
específicas.
 
Não deixe seu ambiente de estudos desorganizado para o dia seguinte. A desordem pode
fazer você perder tempo para se concentrar e recomeçar.
 
Termine o que começou ou marque onde deve recomeçar. Caso você esteja no meio de
mais de um tópico, de diferentes disciplinas, deixe-as encadeadas para o dia seguinte.
REDE DE APOIO DE AMIGOS E FAMILIARES
Há pessoas que recebem muita ajuda da família e incentivo dos amigos, quando decidem
enfrentar o desafio de um Concurso ou um Vestibular. E isso é ótimo!
Infelizmente, em alguns casos, pode ser difícil manter uma boa relação com algumas
pessoas próximas. Ocorrem muitas cobranças e algumas pessoas podem torcer contra e até tentar
atrapalhar o processo. Eu sei que isso pode ser um pouco difícil de aceitar, mas nesses casos, não
há muito o que fazer: se você não puder conquistar essas pessoas para o seu lado, é melhor
afastar-se o quanto possível.
Você está entrando em um período que pode durar meses ou alguns anos. Tudo por um
objetivo que vai melhorar não só a sua vida, mas também a de seus familiares. Pensando nisso, é
importante estabelecer um clima de paz e de colaboração, criando o que eu chamo de REDE DE
APOIO.
Algumas atitudes serão necessárias para que você se cerque de uma Rede de Apoio.
1. Comece conversando com cuidado com os seus familiares e amigos
Explique a eles que você vai enfrentar uma missão difícil, e que vai precisar de todo o
apoio que eles puderem dar. Há pessoas, dentro de nossa própria casa, que são negativistas e
tentam nos “jogar pra baixo”. São os destruidores de sonhos alheios. Eles desdenham da sua
capacidade de vencer, afirmam que você vai jogar dinheiro fora e que, para os que prestarão
concurso público, que nessa área “é tudo marmelada”.
Não perca o seu tempo discutindo com essas pessoas! Não gaste a sua energia! A melhor
forma de confrontá-las é se empenhar no processo de estudos, dar todos os passos necessários e
ir em direção ao sucesso. Utilize a crítica como desafio e combustível!
2. Prepare a família para os seus altos e baixos
Em todo processo que exige esforço por muito tempo há momentos em que a pessoa fica
mal-humorada, chata, triste, frustrada ou desanimada. Esperamos que não, mas existe uma
grande probabilidade de você ter momentos assim e pensar em desistir. Converse com as pessoas
próximas e que gostam de você para que elas sejam suas aliadas e compreendam esses
momentos. Elas podem ser uma grande fonte de incentivos.
Quando se sentir assim, lembre-se de não descarregar tudo em cima da família. Fique
sozinho um pouco para pensar melhor, saia para dar um passeio, vá a um parque, cinema ou
praia, pratique um esporte e recupere a energiapara recomeçar.
3. Converse com quem já passou pelo mesmo processo
Uma boa ajuda para os seus estudos pode ser conversar com quem já passou por isso. É
sempre bom procurar a ajuda de alguém que já aprendeu. Uma pessoa que passou pelo mesmo
processo anteriormente é quase sempre um bom modelo. Você não precisa fazer as mesmas
coisas, mas pode se aproveitar de algumas informações que demoraria mais tempo para descobrir
sozinho.
Se você puder encontrar alguém que já foi aprovado no concurso ou prova pela qual você
vai passar, melhor ainda! Você poderá ter muitas dicas. Mas, atenção! Aproveite as dicas, não as
anotações de estudo de outra pessoa. Anotações são pessoais. Pegue as dicas de estudo, mas não
se baseie totalmente nas anotações, a não ser para comparar com as suas.
4. Se possível, tenha com quem estudar
Algumas pessoas se dão muito bem trabalhando em equipes. Grupos de Estudo podem
ser um complemento válido para os seus estudos. A sua aprendizagem é solitária. O aprendizado
é seu. Porém, se você puder ter feedbacks de outras pessoas, isso pode ajudar imensamente nos
seus estudos.
Caso você esteja fazendo algum curso preparatório, aproveite muito dos professores, a
fim de esclarecer as suas dúvidas. Se estiver fazendo um curso online, use sempre as áreas de
perguntas e respostas, fóruns e chats. É muito importante não deixar as dúvidas se acumularem.
Se puder, tenha um parceiro de estudos, que esteja no mesmo barco ou um amigo que se
disponha a ajudar, repetindo questões, corrigindo suas falas, tomando as lições. Tenha amigos ou
familiares para quem contar sobre o seu progresso. Uma boa torcida sincera também incentiva.
Você também pode procurar por grupos de desafio e apoio na internet. Uma ótima
sugestão é o site mude.vc ??, onde pessoas participam de desafios, compartilham suas
experiências e ajudam outras pessoas a conseguirem atingir um objetivo específico, como ser
aprovado em um concurso, passar no vestibular, ler mais, perder peso ou se tornar mais
produtivo.
Além disso no mude.vc, você vai encontrar uma grande quantidade de artigos e materiais
de apoio cuidadosamente escritos que podem ajudar e dar várias dicas importantes para você
atingir seus objetivos. Vale a pena dar uma olhada.
https://mude.vc/
ORGANIZANDO E ADMINISTRANDO SEU TEMPO
A administração do tempo abrange todas e cada uma das atividades do dia-a-dia. Você
sabe o quanto o seu tempo é limitado. Portanto, você precisa aprender a dividi-lo
harmoniosamente entre todas as suas atividades.
Uma vez que você decidiu que o estudo é uma prioridade para os próximos meses ou
anos, é importante harmonizar os estudos com as outras atividades que você desenvolve.
Não há uma receita de horário, pois a sua vida não é a mesma de outras pessoas. Existem
muitas coisas que influenciam na escolha dos seus horários. Você sabe que os horários de uma
pessoa que trabalha são diferentes de uma que tem mais tempo livre para estudar.
O fato de você ser casado ou solteiro determina parte do uso do seu tempo. Quem tem
filhos sabe que precisa dedicar parte do seu tempo a eles. Será necessário conciliar os estudos
com essa responsabilidade. Quem costuma praticar esportes ou fazer exercício físico não precisa
(e nem deve) abrir mão dessa prática.
Pode ser que você esteja acostumado a ir à igreja ou a fazer compras semanais, ou ainda
precisa visitar com regularidade um parente. Todas essas atividades regulares devem ser levadas
em consideração na organização do seu horário de estudo.
Considerando tudo isso, é importante saber que o número ideal de horas para estudar é o
maior número de horas que você puder, desde que você harmonize os seus horários, mantenha a
sua qualidade de vida e faça render o estudo.
Isso é importante para que você não vá estudar com a angústia de estar deixando de fazer
algo importante. Nós vamos ver no decorrer do curso que o mais importante não é o tempo que
você dedica ao estudo, mas sim a qualidade do seu estudo, o quanto você consegue aproveitar do
tempo que passa estudando.
Saber estudar é muito mais do que definir horas de estudo. Estudar é definir a
qualidade do estudo e o equilíbrio adequado entre as atividades de estudo, lazer, descanso,
trabalho...
Obviamente, não é possível ter sucesso dedicando apenas poucas horas aleatórias ao seu
estudo. Porém, a quantidade de horas de estudo é menos importante que a qualidade desse estudo
como acabamos de ver. Quanto menos qualidade houver nas suas horas de estudo, maior será o
retrabalho, isto é, as horas que você precisará repetir o estudo mal feito.
É melhor estudar duas horas com qualidade do que quatro horas com distrações e
preocupações. Melhor ainda é estudar quatro horas com qualidade.
Existe uma fórmula, criada pelo Professor William Douglas, que é muito interessante e
que é utilizada para entender como podemos obter melhores resultados com o tempo de estudo.
A fórmula é a seguinte:
TRE = HE x NC x QE
TRE é o Tempo Real de Estudo.
HE é o Horário de Estudo (Ou seja, o número de horas que você dedica aos estudos).
NC é o Nível de Concentração.
QE é a Qualidade do Estudo.
Em resumo, o seu Tempo Real de Estudo é resultante da quantidade de tempo que você
vai se dedicar, vezes o nível de concentração que você tiver e da qualidade do seu estudo. Esses
são os três elementos que formam a base de todas as recomendações do nosso curso.
Posto isto, vamos conversar com mais detalhes sobre o Horário de Estudo!
É muito comum ouvirmos as pessoas reclamarem de falta de tempo para se dedicar aos
estudos. Com exceção dos casos em que a pessoa tem tarefas imensas a realizar com trabalho
exaustivo, filhos, pessoas doentes na família... a falta de tempo da grande maioria das pessoas
costuma decorrer de dois fatores:
FALTA DE PRIORIDADE
Ou seja, o estudo ainda não é a prioridade dessa pessoa. Ela ainda não se comprometeu
de verdade a criar e pôr em prática seu projeto de estudo e preparação.
FALTA DE ORGANIZAÇÃO
A pessoa quer estudar, mas não se organiza corretamente: não tem um horário ou não o
cumpre, não buscou um local adequado ou nem tem os materiais necessários. Talvez ela até
tenha um plano de estudos estruturado, mas ainda não aplicou a disciplina necessária para
realizar seu projeto de estudo.
Se você decidiu apostar a sua vida numa jornada séria de preparação, é preciso ter claro
qual é o seu objetivo, para que os seus estudos sejam um instrumento para chegar ao sucesso.
Vamos falar mais sobre isso num próximo capítulo.
Para organizar a questão do horário de estudo, vamos ver duas afirmações que podem
parecer contraditórias a princípio, mas não são. Na verdade, elas são complementares.
1. O seu horário de estudo deve ser sagrado
Você deve ter um compromisso consigo mesmo. Ao estabelecer os seus horários de
estudo, você fará um grande investimento no seu futuro.
Por isso, não crie um horário que será impossível de cumprir. Tome uma decisão que vá
fortalecer e não frustrar você.
Porém, uma vez estabelecido, cumpra-o! Essa é a Regra Número 1.
2. O seu horário deve ser flexível
Parece contraditório, mas a Regra Número 2 significa usar de bom senso. A disciplina é
fundamental, mas o resultado é mais importante. Por isso, se acontecer de, no horário de estudar,
você estiver com muito sono, o melhor a fazer é tirar alguns minutos para dormir, e voltar a
estudar depois mais descansado e concentrado.
É melhor fazer render duas horas de estudo do que estudar cansado e
desconcentrado por três horas. Lembre-se de que um dos fatores da equação que vimos há
pouco era justamente a Qualidade do Estudo. Da mesma forma, pode haver um dia em que é
importante deixar de estudar para participar de alguma ocasião especial. Não há nada de mal em
fazer isso.
Eu já vi muitas pessoas abandonarem sua vida social durante o período de estudo. Essa
pode até ser uma opção, mas não é a melhor. A pessoa que age assim não se dá conta que estar
bem emocionalmente, se sentir confiante e relaxado é fundamental para o bom rendimento do
estudo.
Então, de acordo com a Regra Número1, é preciso respeitar os seus horários. Eles só
devem ser alterados em poucas ocasiões, e é nessa hora que devemos usar a Regra Número 2 e
flexibilizar nosso horário. Esse processo de organização do horário de estudo é baseado em um
princípio básico: Equilíbrio.
Seu objetivo deve ser equilibrar o seu esforço em busca do aprendizado com as suas
outras atividades importantes da sua vida pessoal.
Enquanto estou falando, você deve ter pensado nos horários que vai usar para estudar e
que se encaixem com a sua rotina atual. Então, no próximo capítulo veremos detalhadamente
como organizar e aproveitar melhor seu tempo de estudo.
PLANEJANDO OS ESTUDOS
Falamos anteriormente sobre o Horário de Estudo, onde vimos que o seu estudo deve ter
prioridade neste período de preparação. Então, chegou a hora de fazer um PLANEJAMENTO
dos estudos.
E por que fazer um planejamento?
Simplesmente porque o planejamento faz parte do sucesso, em qualquer atividade. Para
você utilizar bem o seu tempo, você precisa fazer um planejamento dos passos e etapas da sua
preparação. Isso é o que chamamos de Método.
Eu sugiro a você que crie um quadro e relacione todas as disciplinas e os conteúdos
que você precisa estudar. Além disso, dê uma olhada na quantidade de páginas de cada tópico
para ter uma ideia de quanto tempo de leitura você precisará dedicar a cada tópico e tente dividir
as suas horas de forma equilibrada.
Temos a tendência a ampliar o tempo das atividades mais fáceis e deixar as difíceis para
depois ou dedicar a elas menos tempo, justamente por serem mais difíceis ou menos agradáveis.
Isso é um tiro no pé. A divisão equilibrada do seu tempo de estudo é um dos pontos
essenciais do seu sucesso.
Você vai ver que esse planejamento e organização vão diminuir a tensão, o stress e
aumentará imensamente a sua concentração. Você finalmente vai sentir o prazer de estar fazendo
a coisa certa. É óbvio que o seu planejamento pode sofrer alterações. Pode ser que você descubra
que um determinado tópico vai exigir mais tempo de estudos do que você havia planejado, ou
que um determinado exercício precisa ser complementado para fixar melhor.
Todas essas variações são normais e esperadas. O importante é que você adeque o seu
horário às suas necessidades e mantenha o seu plano. E a melhor maneira de se conseguir isso é
criando um Cronograma de Estudo.
Para criar seu cronograma desenhe uma tabela com 6 dias da semana, e divida cada dia
em três períodos, manhã, tarde e noite. Determine também os horários de início e fim de cada
período do seu dia.
Por exemplo, você pode determinar que seu período da manhã de segunda, quarta e sexta
iniciam às 10:00 e terminam às 12:00, já que nesses dias você vai para a academia. Já o período
da manhã dos outros dias do seu cronograma, iniciam às 8:00 e finalizam as 12:00, normalmente.
Feito isso, relacione todos os temas que você precisa estudar e os distribua entre os
períodos que você acabou de criar. E para que o seu cronograma funcione corretamente, existem
alguns pontos que você deve levar em consideração:
Neste cronograma você deve utilizar apenas os períodos em que não tiver nenhuma tarefa
agendada. Se desejar, marque também as atividades pessoais que você tiver, assim, você
terá todas suas atividades, tanto pessoais quanto de estudo, relacionadas em um único
lugar. Isso vai facilitar a visualização do seu tempo útil disponível para o estudo.
 
O tempo de estudo dentro desses períodos pode variar entre 2 e 4 horas, dependendo da
sua disponibilidade e disposição. É claro que você não precisa (e nem deve) estudar por
longos períodos de uma vez só. E sempre que estiver estudando, reserve intervalos de,
pelo menos, 15 minutos para descanso a cada hora de estudo.
 
Você pode separar um tempo maior para matérias mais complexas, se for necessário.
 
Não estude toda a matéria de uma vez, separe o estudo em partes e os distribua entre
outros dias. Isso vai te dar um tempo para fixar melhor o que estudou. Vamos ver mais
detalhes sobre isso no capítulo sobre memorização.
 
Deixe seu cronograma em um local visível, e que você possa consultar rapidamente. Pode
ser na porta da geladeira o do seu guarda-roupa, ou ao lado do seu computador.
 
Sempre que for estudar, organize seu espaço antes, e deixe todos os materiais que vai usar
ao alcance das mãos.
 
Se for possível, prefira estudar sozinho, isso ajuda a evitar distrações e conversas
paralelas que tiram o foco do seu estudo.
 
Mantenha seu cronograma atualizado, sempre que concluir um período de estudo, anote
isso no cronograma. Da mesma forma, se não for possível estudar o que estava
programado, ou no dia programado, atualize para um novo dia e horário.
Planejando com antecedência, você terá mais liberdade e segurança para fazer as
alterações necessárias.
COMO AUMENTAR SEU TEMPO DE ESTUDO
Você pode estar pensando “Como posso aumentar o tempo, se o dia tem apenas 24 horas
para todos?”
Bom, em primeiro lugar é óbvio que o objetivo não é aumentar o tempo existente no seu
dia. Isso não é possível. O que queremos fazer é ajudar você a aumentar seu tempo útil
disponível para o estudo. Veja, nos dias de hoje, com todas as tarefas e atividades que temos,
ninguém parece ter tempo. Por isso, você precisa adaptar o seu tempo!
Cada pessoa gasta o seu tempo com as coisas nas quais tem interesse e compromisso.
Parece incrível, mas boa parte do seu dia é gasta com atividades menos importantes ou até
mesmo inúteis. É só refletir um pouco e você vai perceber que desperdiça boa parte do seu
tempo com atividades que poderiam ser totalmente eliminadas da sua rotina sem causar nenhum
prejuízo.
Se você sinceramente optou por dedicar o tempo necessário a se preparar para uma nova
fase de sua vida, vou dar a você uma série de dicas eficientes para aumentar seu tempo útil para o
estudo.
Aproveite seu tempo no trânsito.
Você tem ideia de quanto tempo você gasta dirigindo o seu carro ou dentro de um ônibus
ou metrô, todos os dias?
O que você faz nesses momentos? A maioria das pessoas, se estiver sozinha, costuma
ouvir música, ver as redes sociais, ler alguma coisa aleatória ou simplesmente ficar distraídas em
seus próprios pensamentos. Se estiverem acompanhadas, quase sempre vão conversar sobre os
assuntos e as fofocas do dia. Mas como você já deve ter se dado conta nesse momento, esses
minutos ou horas podem ser aproveitadas para o seu estudo.
Obviamente, esse não é o ambiente mais propício para realizar atividades que exigem
uma maior concentração, nem adequado para fazer anotações e exercícios escritos. Porém,
existem várias atividades que você pode realizar e ajudarão muito na compreensão dos conteúdos
a serem estudados ou que já foram estudados.
Nós já falamos sobre isso quando conversamos sobre os ambientes de leitura, mas não
custa nada reforçar.
Se você anda de ônibus ou metrô e consegue ler em movimento sem ficar enjoado ou
com dor de cabeça, você pode rever os conteúdos, especialmente os mais difíceis, retomar os
resumos feitos no dia anterior ou fixar na memória (decorar) alguns números, nomes, leis e
sequências de textos.
Se não consegue ler em movimento, a melhor opção é ouvir conteúdo. Existem pessoas
que aproveitam esse momento para ouvir podcasts com aulas ou gravações de si mesmo lendo
algumas leis ou textos difíceis. Você pode começar a gravar notas de áudio no seu celular sobre
os temas que estudar. Essa é uma excelente maneira de revisar suas notas e observações.
Se você viaja sempre com outras pessoas que são suas amigas e se disponham a ajudar
você, pode envolvê-las no seu estudo, pedindo que façam as perguntas de um questionário, por
exemplo, repetindo e pedindo para que confiram os conteúdos ou até mesmo “dando aulas” a
elas. Explicar aos outros é a melhor maneira de fixar o conhecimento sobre um assunto que
estiver estudando.
Aproveite o tempo das atividades diárias
As atividades diárias também podem ser usadas para o seu estudo. Se você costuma
correr, fazer caminhadas ou frequenta a academia, essas também podem ser excelentesoportunidades de ouvir conteúdos gravados.
Pense nas coisas que você repete diariamente: arrumar a cama, lavar a louça, colocar as
roupas na máquina, molhar as plantas, levar o lixo para fora, colocar combustível no carro etc.
Todos esses momentos nos quais seu cérebro está funcionando quase que no modo automático,
podem ser aproveitados para memorizar e relembrar conteúdos. O mesmo vale para filas de
banco, salas de espera de dentistas e médicos, intervalos entre reuniões etc.
É interessante notar que você poderá associar alguns conteúdos que você memorizar com
a atividade que você estiver realizando, no momento. Por exemplo:
- Ah, essa é a fórmula que eu decorei quando estava colocando comida para o cachorro!
- Essa é a lei que eu decorei na fila do banco.
Mais adiante, vamos falar sobre técnicas de memorização e você vai ver que uma delas é
justamente a de associação com lugares e situações.
Outra maneira de aumentar o seu tempo é acabar com o desperdício de tempo. Você pode
ganhar preciosos minutos e até mesmo algumas horas diárias de estudo se seguir algumas dessas
dicas.
Carregue sempre com você algum material de estudo, aproveitando todas as brechas para
estudar. Não se preocupe se você tiver que repetir uma ou mais vezes a mesma página de
estudos por não conseguir se concentrar nesses poucos minutos. Lembre-se de que você
está aproveitando minutos que não utilizava antes, então você vai estar no lucro de uma
forma ou de outra.
 
Controle o tempo que você fica no celular ou em redes sociais, estabelecendo um horário
fixo curto para fazer isso.
 
Aproveite o horário do banho, da escolha das roupas ou da lavagem do carro para
memorizar alguns conteúdos.
 
Diminua o tempo de TV, escolha de antemão os programas que você quer assistir, ao
invés de sentar-se diante da TV e deixar o tempo correr.
 
Se você tiver reuniões de estudo com colegas, aproveite cada minuto de dessa reunião,
deixando as conversas e fofocas para outro horário. Se for necessário você precisa chamar
a atenção do pessoal para focar no estudo. Não se deixe levar pala empolgação do grupo,
e nem se preocupe em ser o “chato” do grupo, afinal estamos falando do seu projeto de
estudo que vai interferir diretamente nos seus resultados e no seu futuro. Pense sobre isso.
 
Aproveite todo tempo ocioso do trabalho para fazer pequenos estudos (fazer um exercício
ou memorizar um parágrafo de uma lei, por exemplo).
 
Não leve os problemas de trabalho para casa e muito menos para os horários de estudo.
Essas são apenas algumas dicas que individualmente podem não parecer tão
significativas ou importantes. Mas o que você precisa entender é que nenhuma dica ou estratégia
que você vai ver aqui ou em qualquer outro lugar vai conseguir sozinha garantir o seu sucesso.
É tudo uma questão de aproveitar cada minuto, ter claro em mente que cada detalhe é
importante e que é no final de todos os passos que você chega ao seu objetivo.
DEFININDO O SEU OBJETIVO E AUMENTANDO A
MOTIVAÇÃO
Eu disse a você anteriormente que, nesse seu processo de preparação, que existem
mudanças tanto internas quanto externas que são necessárias. Vimos, inclusive, alguns exemplos
de mudanças externas, que podem ajudar nos seus estudos.
Gostaria de fazer você refletir um pouco sobre a sua opção por fazer um concurso
público, vestibular ou essas provas a que você vai se submeter. Então responda a si mesmo:
Qual é o seu objetivo?
Aonde você quer chegar com isso?
Como os resultados dessas provas ou concursos vão impactar sua vida?
Quanto a isto, é importante ter clareza, pois ela dará a você maior motivação e
autodisciplina.
Faça o seguinte exercício mental: imagine-se no futuro, com o objetivo alcançado, no dia
da sua aprovação ou até mesmo exercendo o cargo ou fazendo a faculdade para a qual você está
concorrendo.
Vamos lá! Dê uma pausa na leitura e faça esse exercício de imaginação. Tente ver o seu
futuro com o máximo de imagens.
Pronto! Essa imagem que você projetou será um poderoso estímulo para você manter-se
focado em seu objetivo.
Essa imagem que você imaginou de si mesmo faz parte de um exercício de PNL chamado
de visualização. Para o nosso cérebro não existe diferença entre uma imagem criada, ou uma
imagem de lembrança. Para ele, ambas as imagens são reais.
Dessa maneira, ao se concentrar em uma imagem que você projetou de si mesmo
alcançando o objetivo que você determinou, o seu cérebro é capaz de gerar uma sensação de
satisfação idêntica à sensação gerada pela lembrança de uma vivência positiva e marcante.
Então, toda vez que você se sentir desmotivado, cansado ou meio deprimido, lembre-se
do PORQUÊ você está se esforçando tanto. Traga à sua mente essa imagem de si mesmo
atingindo seus objetivos, sendo aprovado no concurso ou no vestibular.
Além da visualização, você pode usar de várias outras estratégias. Se você estuda em
casa, pode colocar um tampo de vidro sobre a mesa de estudos e, embaixo dele, algumas frases
que lembrem o seu objetivo.
Você pode colocar postites coloridos com frases de apoio do tipo “Eu sei aonde quero
chegar!”, “Minha motivação para estudar hoje é ...”
Há pessoas que colocam um papel em lugar visível com o salário que pretendem
alcançar. Também é válido colocar à vista fotos de lugares que você quer conhecer e viagens que
você pretende realizar no futuro, depois de aprovado.
Você pode deixar visível uma foto de situação que lembre o que você quer para o seu
futuro: uma casa, uma faculdade, um carro, os seus filhos felizes, um profissional bem-sucedido
etc.
Essas pequenas estratégias darão um gás a mais nos momentos de desânimo que podem
(e irão) ocorrer, durante os estudos. Outra coisa importante: nunca considere os estudos como um
grande obstáculo ou, pior ainda, como um inimigo a ser vencido. Estudar será o maior
investimento em você mesmo e seu maior aliado para que você realize seus objetivos de vida.
Às vezes, quando bate o desânimo, nos sentimos como se estivéssemos em uma corrida
de obstáculos para a qual não temos preparo suficiente. Nessas horas, a tentação de desistir é
grande. Por isso, é interessante sempre pensar na reta de chegada da corrida. É lá que está o
cargo que você pretende, a faculdade, a profissão, o salário e a felicidade que são os seus
objetivos de vida.
Quando você sabe qual é o seu destino, você consegue reunir forças e prosseguir. Todas
essas estratégias são pequenos motivos para você agir e seguir em frente. É o que chamamos de
MOTIVAÇÃO!
Você sabe que uma pessoa motivada desempenha melhor suas funções e rende mais. A
motivação é uma disposição para agir, um motivo para a ação.
Mas a questão fundamental é: É possível aumentar a motivação?
Eu posso responder: “Sim, é possível trabalhar-se interiormente para gerar maior
motivação”.
A motivação é pessoal, vem de dentro de você. Por mais que uma ordem militar ou de um
personal trainer possa ser incentivadora, a motivação é algo muito mais forte e que deve partir de
cada um de nós.
Outras pessoas podem ajudar na motivação, mas a motivação depende de decisões
pessoais. Se você não tem o cérebro comprometido por alguma doença mental, física ou
emocional, é possível, sim, gerar motivação a partir de atitudes simples, como algumas dessas
que acabamos de ver.
E aqui voltamos novamente a um ponto que já discutimos antes, o sucesso é alcançado
apenas depois de executarmos pequenas ações, de cuidarmos de pequenos detalhes.
E é aí que mora o maior desafio para a maioria das pessoas. No geral elas esperam
descobrir um grande segredo que vai transformá-las em super-humanos do dia para noite, e
começarem a atingir todos os seus objetivos. Mas não é assim que funciona.
Todo sucesso é resultado de muito tempo de trabalho. Depois de ler e estudar a biografia
de vários empresários e personalidades de sucesso, você acaba se dando conta que não existe
milagre. Todas as pessoas que admiramos por terem sucesso, conseguiram isso depois de
trabalharem muito, se esforçarem, darem atenção e cuidarem de detalhes que a maioria das
pessoas não leva asério.
Mas adiante nós vamos conversar um pouco sobre o autocuidado. Você vai ver que os
cuidados com o físico, o sono, a alimentação e as relações com outras pessoas são fundamentais
para gerar mais disposição, motivação para a vida e para os estudos.
Agora que você entendeu que a motivação também é parte essencial do seu sucesso como
estudante, quero que você se pergunte: O que me motiva a ter esse objetivo? Ou seja, por que
quero conseguir isso?
Parece fácil, mas responder essas perguntas exige pensar sobre si mesmo. Exige analisar
seus pensamentos e motivos mais básicos.
Então, de onde vem sua motivação?
do desejo de dar à sua família melhores condições de vida?
do amor e interesse que você tem por uma determinada profissão?
do exemplo de alguma pessoa que você conheceu e que admira muito?
da percepção de que é capaz de subir alguns degraus na carreira?
do desejo de ganhar mais dinheiro, pura e simplesmente?
do desejo de sair de casa dos seus pais ou da sua cidade?
do seu desejo de fugir de uma situação opressora e de dependência de seus pais ou outra
pessoa?
pelo desafio de se mostrar capaz para alguém que não acredita em você?
pelo desejo de enfrentar uma situação de pobreza que você já viveu e não quer mais
vivenciar?
Não importam quais sejam os seus motivos. Qualquer um deles é válido, se impulsionar
você a conquistar o seu objetivo. Como disse Zig Ziglar: “As pessoas costumam dizer que a
motivação não dura muito tempo. Bem, o efeito do banho também não, por isso recomenda-se
que ambos sejam diários”.
A motivação deve ser trabalhada diariamente. Todos os dias você pode e deve se lembrar
dos motivos que fazem você estudar e persistir. Você pode até mesmo ter de parar ou alterar o
seu ritmo. Se isso acontecer, retorne, o mais rápido possível, ao seu objetivo e estabeleça
novamente as suas metas imediatas, exigindo de você o que você pode dar e conquistar. Assim,
você vai recuperar a motivação e com certeza vai se sentir mais disposto a superar os obstáculos.
Antes de terminar esse capítulo, quero sugerir a você um exercício.
1º Pegue uma folha de papel e escreva quais são os seus objetivos de curto, médio e
longo prazos. Identifique a sua motivação: por que esses objetivos são importantes para você?
2º De zero a dez, que nota você dá, no dia de hoje ao seu compromisso, à sua
autodisciplina, à sua organização para atingir esses objetivos?
3º O que você precisa e pode mudar ou melhorar?
É isso aí. Espero que essas perguntas ajudem você a ter uma visão mais clara dos
verdadeiros motivos que o faz seguir em frente.
ALIMENTAÇÃO E BEBIDAS ESTIMULANTES
Você já deve ter ouvido falar de histórias de pessoas que, para se prepararem para um
concurso ou vestibular, passaram a estudar de forma obsessiva.
Às vezes, vemos casos de pessoas que abriram mão de toda a sua vida social: não iam
mais a festas, não saiam com amigos, comiam fora de hora e deixaram de praticar esportes, além
de estudarem muitas horas por dia e tomarem muito energético, café e Coca-Cola numa tentativa
de se manterem mais “ligados”.
Bem, o que eu posso dizer a você é que a maioria dessas pessoas não teve sucesso. Não
há nada pior do que o desequilíbrio, mesmo que seja em favor dos estudos.
Se você escolheu priorizar os seus estudos porque pretende enfrentar um grande desafio,
a melhor forma de fazer isso é cuidando bem de si mesmo, dando atenção ao seu corpo e seu
cérebro. O bom funcionamento do nosso cérebro é o segredo do sucesso em qualquer
projeto de estudos.
O cérebro humano pesa entre um quilo e cinquenta (1,050 kg) e um quilo e duzentos
gramas (1,2 kg). Isso corresponde a menos de 2% da nossa massa corporal. Porém, esse pequeno
órgão consome de 20 a 25% das calorias diárias que ingerimos; 1/3 do oxigênio que respiramos;
120g de glicose diária e cerca de 750 ml de sangue circulando por ele, por minuto.
Em outros vídeos, vou mostrar a você exercícios e técnicas que desenvolvem o seu
cérebro e sua inteligência. Mas o que eu quero agora é salientar a necessidade do
AUTOCUIDADO. Podemos dizer que Autocuidado é uma espécie de “carinho consigo mesmo”.
Você se cuida porque se gosta e para que o seu corpo e a sua mente correspondam aos seus
objetivos de vida.
Vou lhe passar uma pequena lista de cuidados que aparentemente são óbvios, mas que,
muitas vezes, deixamos de lado. São eles:
Beber bastante água,
Fazer exercícios físicos,
Dormir bem,
Alimentar-se corretamente,
Manter-se limpo e arrumado,
Manter o seu ambiente organizado,
Planejar o dia,
Meditar, orar, descansar a mente ou ouvir música, durante alguns minutos diários.
Esses são hábitos que nos fazem bem e ajudam muito a manter o corpo e o cérebro
saudáveis.
Neste capítulo vamos falar de maneira especial sobre a alimentação. Sempre é bom
lembrar que é importante tomar um bom café da manhã e fazer refeições leves, ao longo do dia,
evitando permanecer longos períodos sem se alimentar ou comer demais e ficar com sono.
Ingerindo os alimentos corretos, você vai aumentar a sua capacidade de raciocínio,
aprendizado e memória. O seu organismo (e o seu cérebro em especial) precisam de nutrientes
em quantidade e qualidade adequadas. Então, que alimentos são os mais indicados para melhorar
a disposição mental?
Bem, existe uma infinidade deles, e cada alimento possui uma função diferente para o
bom funcionamento do seu cérebro. Essas são algumas sugestões campeãs:
cereais integrais,
legumes e verduras, em geral,
ovo,
frango,
banana, maçã e frutas vermelhas,
castanha-do-pará, nozes e amêndoas,
azeite de oliva,
cacau,
alimentos que possuem Ômega Três (salmão, atum, sardinha e óleo de linhaça),
Outros alimentos podem ser ingeridos, mas existem aqueles que você deve evitar:
Açúcar em excesso (doces, refrigerantes e sucos de caixinha),
Sal em excesso (especialmente salgadinhos),
Álcool,
Frituras,
Carnes vermelhas gordas.
Algumas pessoas pensam, erradamente, que o açúcar ajuda nos estudos e na hora das
provas. É verdade que a ingestão de açúcar faz subir rapidamente o nível de glicose no sangue.
Porém, o seu efeito é de curta duração e, em curto espaço de tempo (cerca de 20 minutos), piora
o estado mental da pessoa. O açúcar dá um pico de glicose, mas em contrapartida também dá um
pico de queda quando é processado pelo organismo.
É mais interessante ter ao lado alimentos ricos em amido e fibras (como pães e biscoitos
integrais), castanhas, nozes, frutas ressecadas e até mesmo pequenas porções de legumes. Esses
alimentos promovem o aumento moderado, e com maior duração de glicose.
Agora quero falar com você sobre o consumo das bebidas mais comum entre os
candidatos a concursos e provas. Trata-se do café, do chá preto e dos energéticos.
Essas bebidas são muito usadas por serem estimulantes, graças à presença de cafeína na
sua composição.
O café é uma das bebidas mais consumida do mundo. Para se ter uma ideia, o efeito de
uma pequena xícara de café é sentido por volta de 15 minutos após seu consumo. Seu efeito dura
aproximadamente 45 minutos. A ingestão de uma quantidade maior de café pode estender o
efeito da cafeína por até algumas horas.
No chá preto, o efeito da cafeína no cérebro é mais lento, porém, mais duradouro.
O uso moderado de café e de chá preto pode ajudar na concentração e na vitalidade
cerebral. Sim, isso é verdade. Porém, em grandes quantidades, pode produzir irritação, ansiedade
e desconcentração, além de irritação do estômago. Como já vimos antes, na alimentação também,
tudo é uma questão de equilíbrio.
Para os que não gostam de café ou de chá, as chamadas bebidas energéticas podem ser
uma opção. Deve-se, no entanto, tomar cuidado com a quantidade, pois a concentração de
cafeína nesses produtos é muito maior.
Refrigerantes do tipo Coca-Cola devem ser evitados, pois possuem grande quantidade de
açúcar e sódio, além de serem gaseificados, o que prejudica a digestão e a própria concentração.
Uma ótima opção é o guaraná em pó, que contém cerca de cinco vezes mais cafeína que o
café. Ele pode ser encontrado in natura e misturado a outras bebidasou consumido em cápsulas.
Porém, o seu uso prolongado pode trazer efeitos colaterais, como dor de cabeça, insônia,
taquicardia e ânsia de vômito.
Como bem disse Paracelso, médico e físico que viveu no século XVI “a diferença entre o
remédio e o veneno está na quantidade ingerida”. Portanto, procure ingerir doses saudáveis de
qualquer alimento ou bebida. Não é o que você come, mas o quanto você come que é o
verdadeiro problema.
Ah, e não esqueça que nenhuma dessas bebidas estimulantes deve ser ingerida à noite,
pois com certeza vão atrapalhar o seu sono, que é tão importante quanto sua alimentação. E é
justamente sobre a importância do sono que vamos conversar no próximo capítulo.
CUIDADOS COM O SONO
No capítulo anterior, começamos a discutir sobre a importância do Autocuidado e
especialmente da sua alimentação, nesse período em que você se prepara para enfrentar testes
que podem definir seu futuro. Agora vamos falar de um aspecto que muitos candidatos e
concurseiros às vezes esquecem: DORMIR BEM.
Todos sabemos que uma noite mal dormida não favorece a concentração e o desempenho
no dia seguinte. Quando dormimos menos do que o necessário ou temos uma noite agitada,
ficamos mais propensos a erros, com menor capacidade de concentração, mais frágeis
emocionalmente e até mesmo mais vulneráveis a acidentes, doenças e infecções.
Dormir um sono de qualidade e com um mínimo de horas é fundamental para que você
tenha condições de atuar no seu dia a dia. Isso vale para os seus estudos, o seu trabalho ou
qualquer outra atividade que você deva desempenhar.
Algumas pessoas já experimentaram passar a noite em claro, à base de café e
estimulantes, ou dormir muito pouco, a fim de estudar para realizar uma prova pela manhã. Isso
pode até funcionar em alguns casos que exijam memória de curto prazo, conteúdos que são
fixados e serão descartados depois. Porém isso não é aconselhável, muito menos é saudável, para
se preparar para um ciclo mais longo de estudos.
Pesquisas mostram que o sono é responsável por alguns aspectos da consolidação dos
conteúdos na nossa memória. Por isso, todo nosso esforço de estudar ao longo do dia deve ser
coroado com uma boa dose de sono. Se você estudar muitas horas, mas não dormir
adequadamente, grande parte do conteúdo estudado será descartada pelo seu cérebro.
Os neurocientistas costumam dizer que temos cinco ciclos de sono ao longo de uma
noite. Cada um desses ciclos dura cerca de 90 minutos. Daí o tempo recomendado de sono ser de
7 a 8 horas diárias, pois esse período compreende 5 ciclos de 90 minutos. O percentual de
memorização de quem dorme cerca de quatro horas é de 25% a 30%, enquanto sobe para 60% a
65% para quem dorme de sete a oito horas.
Por isso, posso dizer com tranquilidade: É preferível estudar oito horas e dormir outras
oito do que estudar doze horas e dormir só quatro horas à base de estimulantes.
O sono tem uma dupla função:
Dar suporte para que o cérebro possa armazenar as informações estudadas, na memória de
longo prazo.
Preparar o cérebro para receber novas informações no dia seguinte.
Penso sobre o sono como se fosse a hora da faxina no cérebro. Quando tudo é
organizado, limpo e colocado no seu devido lugar. Além do sono regular, outra maneira
interessante de aumentar a retenção dos estudos e melhorar sua disposição física e mental são os
cochilos.
Alguns estudos demonstraram que, para boa parte das pessoas, pode ser estimulante para
a memória tirar um cochilo de menos de uma hora, após o almoço. Pode também acontecer de,
mesmo tendo dormido o tempo adequado, bater um sono no meio dos estudos. Nesse caso, não
tenha medo de dar um pequeno cochilo de quinze minutos!
Essas pequenas paradas ajudam a diminuir o cansaço e melhoram o desempenho
cognitivo. Você deve experimentar como funciona em você, pois há pessoas que, ao pararem
para um cochilo, se sentem mais cansadas e demoram mais tempo para engrenar nos estudos.
Faça o teste por uma semana e avalie os resultados. Caso precise alterar um pouco a sua
rotina, veja a que melhor gera rendimento. Apenas não deixe de dormir de sete a horas diárias!
Pode ser também que você tenha algum distúrbio do sono. Nesse caso, seria interessante
procurar ajuda especializada.
O Instituto do Sono da Unifesp fez uma pesquisa que demonstrou que mais de 70% dos
moradores da cidade de São Paulo possuem algum problema relacionado ao sono, sendo que
15% sofrem de insônia crônica e tomam remédio para dormir. É um problema cada vez mais
comum, especialmente nas grandes cidades.
Enfim, para conseguir desfrutar de uma noite de sono que seja realmente revigorante,
considere aplicar os 10 Mandamentos do Bom Sono.
1. Criar uma rotina diária de sono e um ambiente adequado.
2. Não ir dormir com fome.
3. Fazer refeições leves à noite, evitando alimentos pesados e gordurosos muito próximos
da hora de dormir.
4. Desligar a TV, o som, o computador e o celular uma hora antes de dormir.
5. Não assistir a filmes de ação ou violentos à noite.
6. Não ingerir café, chocolate, refrigerantes ou energéticos à noite.
7. Ouvir apenas música leve.
8. Não fazer exercícios físicos intensos antes de dormir.
9. Não comer e/ou trabalhar na cama.
10. Fazer um pequeno relaxamento, oração ou meditação antes de dormir.
Quero fazer apenas uma última observação sobre o horário de dormir. Existem no
mercado alguns cursos que prometem aprendizado durante esse horário. Bastaria, segundo eles,
escutar alguns podcasts e aulas gravadas para que o conteúdo seja memorizado, durante o sono.
Não acredite nisso!
Já existem estudos suficientes para garantir que, além de não fazer nenhum efeito, essa
prática pode perturbar e embaralhar as etapas do sono, prejudicando o aprendizado do que você
estudou ao longo do dia.
Então o melhor a se fazer é se preparar para dormir desacelerando suas atividades e sua
mente. O período de sono deve ser um momento de relaxamento para sua mente e seu corpo.
Aproveite o seu período de sono para realmente relaxar e permitir que seu cérebro
coloque todas as informações em ordem.
EXERCÍCIOS FÍSICOS E CUIDADOS COM O CORPO
Vimos anteriormente sobre os cuidados que você deve ter com a alimentação e com o
sono. Com esse capítulo sobre exercícios físicos, completamos a sequência sobre o Autocuidado
em Preparação para Provas e Concursos.
Pode ser que você tenha o hábito de fazer exercícios, praticar esportes, frequentar a
academia ou o clube. Se já estiver habituado, não precisa fazer grandes alterações, a não ser que
essa atividade ocupe mais de uma hora diária.
Nessa época em que você entra em um longo período de preparação para provas, essa
área da sua vida não deve ser subestimada. Se você não tem nenhum hábito de prática física,
talvez seja interessante pensar no que conversar aqui.
Várias pesquisas acadêmicas já demonstraram que a prática de exercícios físicos ao
menos três vezes por semana, durante 30 minutos a uma hora, aumenta a capacidade de
concentração e de aprendizado, melhora a memória e ativa o hipocampo cerebral, sobre o qual eu
vou falar num próximo capítulo.
A atividade aeróbica (especialmente as caminhadas, corridas, pedaladas e natação) é
importante para a oxigenação do cérebro. Como eu já disse antes, o nosso cérebro consome um
terço do oxigênio do corpo. Daí a importância da oxigenação cerebral.
Porém, se você não curte fazer exercícios aeróbicos desse tipo, há outras maneiras de
fazer isso. Por exemplo, você pode dançar, pular corda (minha opção favorita), praticar Artes
Marciais, yoga etc.
Praticar exercícios ajuda não só na oxigenação, mas também na melhora da química dos
neurônios. Os exercícios aumentam a produção de uma proteína chamada BDNF (Fator
Neurotrófico Derivado do Cérebro). Essa proteína é responsável por manter os neurônios
saudáveis, ajudando no processo de transmissão e estimulando o nascimento de novas células
cerebrais (chamado de neurogênese).
A prática de exercícios também fortalece os músculos das costas. E isto é especialmente
importante nessa época em que você passará muito temposentado. 
Uma pessoa que pratica exercícios físicos regularmente tem mais disposição porque tem
maior aptidão cardiorrespiratória e muscular. Consequentemente, é alguém que prepara melhor o
corpo para qualquer outra atividade. Além disso, a pessoa ainda correrá menor risco de doenças
que possam atrapalhar o processo de estudo e aprendizagem.
Não esqueça de que também é importante alongar-se de tempos em tempos, enquanto
estiver estudando. Isso ajuda não só a evitar dores, mas também na circulação do sangue e no
combate ao stress.
Você pode por exemplo rotacionar o pescoço e a cabeça, encolhendo e soltando os
ombros para distensionar, fazendo caretas, abaixando até tocar o chão com os dedos da mão etc.
Bastam alguns poucos minutos de alongamento e ele pode ser feito várias vezes ao dia.
Se você quiser implementar uma prática mais completa de alongamento em sua rotina, eu
sugiro que você dê uma olhada no site liangongbrasil.com.br.
O Lian Gong (pronuncia-se Lian Kum) é uma prática corporal de exercícios preventivos
http://liangongbrasil.com.br/
e curativos, que foi criada na década de 70 pelo Dr. Zhuang Yuan Ming, médico ortopedista da
Medicina Tradicional Chinesa.
O objetivo principal do Lian Gong é a de tratar e prevenir dores no corpo, inúmeros
problemas osteomusculares e nas articulações. Também ajuda na circulação do sangue, dissolve
aderências e inflamações dos tendões, e restaura a movimentação natural, melhorando a
resistência e a vitalidade do organismo.
Eu pratico o Lian Gong diariamente há cerca de dois anos, e posso garantir que é uma
atividade simples, mas altamente benéfica. E o mais interessante é que com apenas 15 minutos
diários você pode conseguir ótimos resultados e se sentir muito mais disposto durante o dia.
Além do ganho em disposição, existe outro ganho importante da prática de exercícios
físicos. Há inúmeras pesquisas que mostram a relação deles com a melhora na AUTOESTIMA.
A autoestima se refere à percepção e juízo que você tem de si mesmo. Fazer exercícios
pode, então, despertar um olhar mais positivo para o seu próprio ser. Um corpo saudável
contribui fortemente para a crença nas próprias capacidades de superação e de autocontrole.
Já se sabe que a atividade física, além de melhorar a condição física geral, também
melhora o humor, a imagem e a aceitação corporal, o senso de autonomia e controle pessoal
sobre o corpo, sua aparência e a vida em geral.
Já são clássicos os estudos que demonstram o aumento dos níveis de serotonina no
organismo, graças à prática de exercícios físicos. A serotonina é o neurotransmissor responsável
pela sensação de bem-estar e prazer. Seu aumento favorece a vontade de enfrentar desafios.
Por isso, as atividades físicas são um recurso importante para
manter o equilíbrio emocional,
aliviar o stress,
diminuir a insegurança e a ansiedade,
aumentar a sensação de bem-estar,
aumentar a capacidade de lidar com a insônia.
Como em tudo o mais, também nessa área é importante o equilíbrio.
Os exercícios físicos não são a sua prioridade nesse momento da sua vida. Eles são
poderosos aliados para que você atinja o seu objetivo, mas não são o seu objetivo em si.
Por isso, não se culpe se tiver dificuldade em praticá-los com regularidade. Você não
deve se tornar escravo e dependente da sua prática física. Ela deve ser um elemento de estímulo
aos seus estudos e à sua preparação para as provas que virão.
Se a sua rotina e inclinação pessoal não permitirem a inclusão de exercícios regulares,
tente praticá-los esporadicamente. Apenas não deixe que a falta de tônus muscular, o cansaço
físico e a falta de energia atrapalhem o seu sucesso.
O CÉREBRO E OS SISTEMAS DE APRENDIZAGEM
Você já deve ter ouvido algum exemplo no qual é feita uma comparação entre o cérebro
humano e um computador. Essa é uma boa metáfora, pois o seu cérebro funciona mediante
programação e reprogramação, assim como um computador.
Aliás, existe um ramo da ciência chamado Neurocomputação, que tenta simular
equipamentos de modo semelhante ao funcionamento do nosso cérebro. É a partir dessas
pesquisas que tem avançado os estudos sobre Inteligência Artificial, por exemplo.
Todas essas pesquisas visam conseguir que os computadores cheguem a realizar
operações que só o cérebro humano é capaz de fazer. Entre essas operações estão aprender, fazer
comparações, transformar os arquivos armazenados em novos conhecimentos, relacionar, criar e
testar novas alternativas, adaptar e não apenas armazenar e reproduzir.
Não dá para simplesmente compararmos o cérebro com o computador, pois a
“arquitetura” do nosso órgão é muito mais complexa do que a de uma CPU. Para ter uma ideia,
basta dizer que para alcançar a capacidade de processamento do cérebro, precisaríamos de ao
menos 1000 computadores de última geração. Além disso, a lógica do cérebro não é hermética
como a lógica matemática ou mecânica.
A nossa capacidade cerebral não é infinita, porém, apesar de o nosso cérebro possuir,
provavelmente, um limite de armazenamento, ele é grande o suficiente para não termos que nos
preocupar com isso. O nosso cérebro armazena não apenas arquivos conscientes. Não
aprendemos apenas o que queremos aprender. Ele tem a capacidade de captar uma quantidade
assombrosa de sensações e informações que serão depositadas no nosso inconsciente.
Nossos sentidos recebem milhares de informações ao mesmo tempo. Algumas
informações são armazenadas, mesmo que não tenhamos interesse nelas. Enquanto você olha,
ouve ou sente alguma coisa, milhares de outras coisas são vistas, ouvidas e sentidas, sem que
você perceba.
Para o nosso tema, que é a preparação para estudar melhor, é preciso estabelecer a relação
entre o funcionamento do cérebro é a nossa concentração. Por isso, as técnicas de estudo e
desenvolvimento da capacidade de concentração se relacionam com o funcionamento cerebral.
Sabemos que, se realizamos uma quantidade muito grande de atividades, nos
concentramos um pouco em cada uma delas. Nosso cérebro possui a capacidade de
multiprocessamento, isto é, de se fixar em mais de uma coisa ao mesmo tempo. Porém, essas
informações podem competir entre si pela concentração, e quanto maior o número de processos
em andamento em nosso cérebro, menor é a capacidade de se concentrar e obter bons resultados
em cada um deles.
Por exemplo, é difícil concentrar-se no estudo se estivermos com dor nas costas. Por isso
é que falei anteriormente da importância da atividade física. Ela fortalece direta e indiretamente a
atividade cerebral. Você também já deve ter ouvido ou estudado que o nosso cérebro é formado
por dois hemisférios: direito e esquerdo.
Segundo os neurocientistas, o lado esquerdo do cérebro estaria ligado à fala, à lógica, às
análises sequenciais, às operações matemáticas e ao cálculo. O lado direito seria o responsável
pelas atividades ligadas à imaginação, à poesia, à música e à harmonia. Cada um desses
hemisférios foi mais ou menos estimulado em você, desde a infância.
Costuma-se dizer que o lado esquerdo é mais “racional” e o lado direito mais “artístico”.
Na verdade, há momentos em que um dos lados é mais exigido do que o outro. Porém, ambos
são importantes. Por isso, é importante aprender a desenvolver cada um deles.
Nem sempre percebemos a atividade cerebral com clareza, pois ela funciona no “piloto
automático”. Porém, a partir do momento em que você decidiu estabelecer novos objetivos para
a sua vida, ser produtivo nos estudos passou a ser uma necessidade. É importante saber que a
forma de aprender varia de pessoa para pessoa. Isso acontece porque, segundo a
Neuropedagogia, existem quatro formas diferentes de captar as informações:
Visual
Auditiva
Sinestésica
Digital
Essas formas de aprendizagem são também chamadas de Sistemas Representacionais. A
pessoa predominantemente visual precisa ver para compreender. Essa pessoa costuma, por
exemplo, mentalizar a lousa escrita, a página do livro, as cores que usa para destacar um
enunciado. Os mapas mentais são muito interessantes para quem é predominantementevisual.
Falaremos deles mais à frente.
A pessoa auditiva responde melhor aos estímulos sonoros. Para aprender melhor pode,
por exemplo, repetir a matéria em voz alta, ouvir podcasts, gravar trechos do livro ou das aulas.
Para os estudantes predominantemente sinestésicos não basta apenas ler ou ouvir
explicações. Os sinestésicos geralmente conseguem apreender os conteúdos na prática, através
de alguma ação que envolva todos os sentidos. Aprendem mais através de experimentos do que
de leituras. Precisa de exemplos práticos para entender conteúdos teóricos.
O termo digital se refere às pessoas mais analíticas, que naturalmente buscam a lógica
interna e o sentido de cada assunto estudado. Essa pessoa realiza um diálogo interno,
organizando mentalmente as informações. Costuma ser um bom teórico.
É importante que você conheça qual é a forma predominante no seu aprendizado. Isso
ajudará a escolher a sua melhor técnica de estudo. Mas aqui cabe uma observação muito
importante. Apesar de cada pessoa possuir uma preferência pessoal por um canal específico de
aprendizagem, isso não significa que essa pessoa só consiga aprender por esse canal.
Aliás, é extremamente recomendado que, independentemente do canal preferencial, que
cada pessoa trabalhe sua aprendizagem de forma mista. Ou seja, utilizando todos os sistemas
representacionais. Como veremos mais adiante, quanto mais sentidos são envolvidos na
aquisição de uma informação, maior é a probabilidade dessa informação ser gravada na memória
permanente e dela ser facilmente recuperada posteriormente.
Isso significa que, se ao estudar um determinado assunto, você praticar a leitura, testes,
ouvir gravações, realizar atividades relacionadas e trabalhar ativamente com esse tema, sua
compreensão será muito maior do que apenas lendo sobre o assunto, mesmo que você tenha uma
preferência pessoal pelo canal visual.
Então, mesmo que você perceba a predominância ou preferência de uma forma de
aprendizagem, é interessante também desenvolver as outras, pois há conteúdos mais ligados a
cada uma delas. É diferente estudar Matemática e estudar fatos históricos ou leis, por exemplo.
Cada assunto pode ser mais ligado a um sistema representacional do que outro.
Seja qual for o seu sistema representacional, uma estratégia que funciona para a maioria
das pessoas é dar aula sobre o conteúdo estudado. Essa técnica usa praticamente todas as formas
de aprendizagem, pois você utiliza não só o próprio sistema, mas também se esforça para ensinar
outra pessoa e acaba percebendo a forma do outro aprender.
Essa é sem sombra de dúvida uma das mais práticas e eficientes formas de reforçar sua
aprendizagem e aumentar sua retenção de qualquer assunto. Mas fique tranquilo, veremos com
detalhes essa e outras técnicas de aprendizagem mais adiante.
ATENÇÃO E CONCENTRAÇÃO
No capítulo anterior, vimos sobre a capacidade espantosa que o nosso cérebro tem para
armazenar e programar as informações que recebemos durante toda a nossa vida. Mostrei como o
nosso cérebro registra milhões de informações, além daquelas que temos consciência de estar
recebendo.
Bem, se o nosso cérebro registra tudo o que estudamos, vemos, ouvimos e sentimos, por
que é que nem sempre conseguimos recuperar as informações importantes, nos momentos em
que mais precisamos, como uma prova, por exemplo?
Para poder entender isso e, principalmente, para que você possa desenvolver melhor a sua
capacidade de reter os conteúdos importantes, precisamos entender um pouco mais sobre como
nosso cérebro funciona. O cérebro humano é constituído por várias partes e cada uma tem uma
função específica. Não vou falar sobre cada uma delas. Porém, algumas informações são
importantes para podermos seguir em frente.
Primeiramente, vou falar brevemente sobre o córtex cerebral, que é a região externa do
nosso cérebro.
Ao contrário do que a maioria das pessoas pensam, o cérebro não é constituído por aquela
massa cinzenta que parecem gomos e que vemos em fotos e ilustrações. Na verdade, essa
camada externa do cérebro é apenas uma casca. A propósito, a palavra córtex vem do latim e
significa “casca”. Ele é justamente como uma casca cinzenta em várias camadas, que recobre
todo cérebro.
O córtex cerebral abriga cerca de 20 bilhões de neurônios e é o responsável por toda a
nossa vida racional. Sem ele, não haveria conhecimento, percepção das coisas, linguagem,
emoção ou memória.
Outra parte importante do cérebro é o hipocampo que é uma estrutura cerebral de apenas
4cm que tem a forma curva que lembra um cavalo marinho Aliás, essa sua forma é que deu
origem ao seu nome: “hipo” em grego é cavalo e “kampos” é mar.
Bem, o hipocampo é o principal local de armazenamento temporário da memória, é ele
que armazena as lembranças de curto prazo e, durante o sono, transmite as informações a serem
gravadas na memória de longo prazo no córtex cerebral. Agora tudo o que falamos anteriormente
sobre relaxamento e dormir o suficiente começa a se encaixar e fazer sentido, não é mesmo?
Bem, conforme nós “enchemos” o hipocampo de informações, a nossa mente e o nosso
corpo vão se sentindo cansados. Por isso, sentimos sono depois de um dia cheio de trabalho ou
de estudo. O sono é o responsável por “esvaziar” o cérebro das memórias de curto prazo
desnecessárias.
Saber sobre essas partes do cérebro nos ajuda a entender dois pilares da aprendizagem: a
atenção e a concentração.
Primeiramente, vamos diferenciar esses dois termos.
Concentração é a capacidade de manter o foco naquilo que você está fazendo, sem se
deixar distrair por estímulos externos.
Atenção é perceber os detalhes e nuances que acontecem enquanto você está concentrado
em algo.
Vou te dar um exemplo: você pode estar estudando um item de uma disciplina e
totalmente concentrado nesse conteúdo. Pode ser que uma palavra esteja escrita de forma errada
no texto que você está lendo. Provavelmente, você nem vai reparar, pois esse não é o foco da sua
atenção, nesse caso sua atenção está em entender a ideia geral que o texto está apresentando.
Algumas pessoas estão desabituadas de estudar. Há muitos anos, não se sentam e se
concentram em conteúdos escolares ou nunca tiveram esse hábito, mesmo quando estava numa
escola ou faculdade. Quando se veem diante do desafio de terem que estudar para um concurso
ou um vestibular podem ficar preocupadas ou até mesmo desmotivadas.
Outras dizem serem muito distraídas. Qualquer coisa lhes tira a atenção do que
consideram importante: um som, um cheiro, a sensação de fome, sede, frio, calor, vontade de ir
ao banheiro etc.
A primeira boa notícia é que o seu cérebro pode ser treinado para aumentar a
concentração e a sua capacidade de aprender.
A segunda boa notícia é que ninguém é totalmente desatento, salvo nos casos
diagnosticados de Transtorno de Déficit de Atenção (TDA). O que acontece é que a atenção pode
se voltar para outro objeto. Por exemplo, se você está estudando e acontece um acidente perto de
você, é natural que você desvie o seu foco. Da mesma forma, é normal perder a atenção de uma
matéria que você está lendo quando soa o aviso de uma nova mensagem no celular, por exemplo.
Ninguém nasce com maior ou menor capacidade de concentração. Por vezes, o
temperamento e a estrutura social e familiar da pessoa podem colaborar para adquirir hábitos que
facilitam a concentração. Algumas atitudes podem ajudar na sua concentração e atenção.
Algumas das orientações que vamos ver agora eu até já falei para você, mas sempre é bom
lembrar e reforçar, pois elas realmente podem fazer uma grande diferença nos resultados.
Respeite o seu planejamento de horários e a sua rotina de estudo diária.
 
Não interrompa uma tarefa apenas porque está se distraindo muito. Estabeleça um limite
de tempo e afirme a si mesmo que poderá dar atenção ao assunto que tira a sua atenção
depois de terminar o estudo.
 
Alimente-se bem e tenha uma garrafinha de água ao seu lado para que nem fome nem
sede distraiam você.
 
O mesmo vale para o calor ou frio. Agasalhe-se bem no frio ou escolha um

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