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ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE A EDUCAÇÃO DAS PESSOAS SURDOCEGAS Professoras: Me. Maria Angela Bassan Sierra Me. Raquel de Araújo Bomfi m Garcia DIREÇÃO Reitor Wilson de Matos Silva Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de Administração Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi NEAD - NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA NEAD - Núcleo de Educação a Distância Av. Guedner, 1610, Bloco 4 - Jardim Aclimação - Cep 87050-900 Maringá - Paraná | unicesumar.edu.br | 0800 600 6360 Diretoria Operacional de Ensino Kátia Coelho Diretoria de Planejamento de Ensino Fabrício Lazilha Head de Produção de Conteúdos Rodolfo Pinelli Head de Planejamento de Ensino Camilla Cocchia Gerência de Produção de Conteúdos Gabriel Araújo Supervisão do Núcleo de Produção de Materiais Nádila de Almeida Toledo Supervisão de Projetos Especiais Daniel F. Hey Projeto Gráfi co Thayla Guimarães Design Educacional Giovana Vieira Cardoso Design Gráfi co Ellen Jeane da Silva C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a Distância; SIERRA, Maria Angela Bassan; GARCIA, Raquel de Araújo Bomfi m. Atendimento Educacional Especializado para Defi ciência Visual. Maria Angela Bassan Sierra; Raquel de Araújo Bomfi m Garcia. Maringá-Pr.: UniCesumar, 2017. 36 p. “Pós-graduação Universo - EaD”. 1. Atendimento. 2. Visual. 3. EaD. I. Título. CDD - 22 ed. 371 CIP - NBR 12899 - AACR/2 01 02 03 sumário 9| SUDORCEGUEIRA: TERMINOLOGIA E DEFINIÇÕES 16| CLASSIFICAÇÃO DA SURDOCEGUEIRA 21| POSSIBILIDADES E/OU RECURSOS DE COMUNICAÇÃO PARA PESSOAS SURDOCEGAS OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM • Conhecer as defi nições e a evolução histórica da terminologia da surdocegueira. • Identifi car as diferenças da surdocegueira quanto a sua classifi cação. • Apresentar as diversas formas possíveis de comunicação dos surdocegos. PLANO DE ESTUDO A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: • Surdocegueira: terminologias e defi nições. • Classifi cação da Surdocegueira • Possibilidades e/ou recursos de comunicação para pessoas surdocegas ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE A EDUCAÇÃO DAS PESSOAS SURDOCEGAS INTRODUÇÃO Caro aluno(a) nesta unidade estaremos introduzindo um tema que para você pode ser bastante novo, a surdocegueira, na qual o sujeito apresenta a falta da visão as- sociada a falta da audição. Esta condição, por muitas vezes isola estas pessoas, pois sem conseguir se comunicar acabam pois ficando privadas do convívio social e im- possibilitadas a frequentarem um sistema educacional convencional. Para romper esta condição, é fundamental que sejam encorajadas a vencer as limitações impos- tas pela deficiência para que possam estabelecer e manter relações interpessoais. O primeiro passo que propomos, é o conhecimento de como as concepções desta deficiência foram se efetuando ao longo da história, revelando que até mesmo nas políticas públicas brasileiras não se tem uma definição específica, sendo utiliza- dos citações de diversos autores. Para que as pessoas surdocegas consigam ser educadas, humanizadas, precisam antes de mais nada aprender um tipo de comunicação. Diante disso, nos propomos Pós-Universo 7 a conhecer como ocorre a comunicação e os recursos disponíveis para pessoas com surdocegueira. Libras tátil, alfabeto manual ou datilológico, braille tátil, Tadoma, Malossi, entre outros recursos, são possibilidades de comunicação para o surdocego, mas para isso é necessário profissionais, principalmente da educação que compreen- dam os comprometimentos que a associação da ausência de visão e audição podem causar; como também acreditem nas possibilidades de comunicação. O trabalho com pessoas surdocegas requer um profissional habilitado chamado de Guia Intérprete que o auxilia desde as atividades de vida autônoma até as ativi- dades educacionais. Este trabalho é relativamente novo e requer muita observação e aprofundamento em diferentes técnicas referentes à deficiência visual e auditiva. Convidamos você a conhecer este universo único. Pós-Universo 8 Pós-Universo 9 SUDORCEGUEIRA: TERMINOLOGIA E DEFINIÇÕES Acredito que este termo - surdocegueira seja de certo modo novo para você, mas não se preocupe, infelizmente esta tem sido uma realidade comum no meio educa- cional. A surdocegueira é ainda uma deficiência pouco estudada e muitas vezes não contemplada pelos cursos de especialização. Esse descaso/esquecimento também é percebido pela falta de políticas públicas que contemplem estes alunos. A vista disso, esta área da deficiência só foi contemplada no Atendimento Educacional Especializado (AEE) no ano de 2010. Diante disso, nesta aula convido você a conhecer esta deficiência, iniciando pela terminologia que designa esse grupo e pelas definições. Definições de Surdocegueira Provavelmente você nunca tenha ouvido falar de surdocegueira, isto porque a defi- nição da mesma é algo recente, mais precisamente da década de 1990. Você deve estar se perguntando, mas e antes disso, não havia pessoas surdocegas? A situação não é bem essa. O que acontece é que antes desta época, as pessoas que apresen- tavam alteração na visão e na audição, concomitantemente, eram diagnosticadas como pessoas com deficiência multissensorial, ou com dificuldades sensoriais duplas e até múltiplas. Até este momento, não havia o conhecimento das especificidades da surdocegueira, sendo uma deficiência única (SIERRA, 2010). Pós-Universo 10 Até mesmo os termos surdocegueira e surdocego é recente, anteriormente grafava-se surdo-cegueira, surdo-cego ou cego-surdo-mudo. Somente em 1991, Salvatore Lagati (1995) propôs a utilização do termo sem o hífen, iniciando uma cam- panha em prol do reconhecimento da surdocegueira como uma condição única, com alterações específicas, mais complexas que as apresentadas pela cegueira e a surdez(SIERRA, 2010). Na definição proposta pelo MEC, o que é possível verificar é que foram utilizadas ci- tações de estudiosos da área de surdocegueira, não apresentando uma definição própria. Outro dado relevante foi que abordaram a surdocegueira apenas na fase infantil, como vemos na definição de McInnes e Treffy (1991, apud NASCIMENTO, 2006, p.11): “ A criança surdocega não é uma criança surda que não pode ver e nem um cego que não pode ouvir. Não se trata de simples somatória de surdez e ce- gueira, nem é só um problema de comunicação e percepção, ainda que englobe todos esses fatores e alguns mais distais. Sendo assim, quando a visão e audição apresentam um comprometimento signifi- cativo poderão ser observados alterações específicas relacionadas principalmente a adaptação e comportamento social (TELFORD & SAWREY, 1978 apud NASCIMENTO, 2006). Lagati coordenou uma campanha defendendo o termo surdocegueira junto a trinta instituições mundiais de atendimento a surdocegos. No Brasil as pu- blicações e os serviços que tratam com a surdocegueira também adotaram a nova terminologia. Fonte: LAGATI, (1995). atenção Pós-Universo 11 De acordo com Cader- Nascimento e Costa (2001, apud NASCIMENTO, 2006) as características da criança surdocega são bastante peculiares, sendo resultado da combinação das deficiências visual e auditiva. É importante destacar que, indepen- dente do diagnóstico clínico, tanto oftalmológico quanto audiológico, ainda é uma incógnita o quanto a criança surdocega pode desenvolver-se em um ambiente que lhe propicie os estímulos de acordo com as suas especificidades. A I Conferência Mundial Helen Keller contou com a presença de 30 delegados, dentre os quais muitos deles eram surdocegos. Nesta por sua vez, foi definido por unanimidade quem pode ser considerado surdocego (na época o termo era escrito separado): “ Indivíduos surdos-cegos devem ser definidos como aqueles que têm uma perda substancial de visão e audição de tal forma que a combinação das duasdeficiências cause extrema dificuldade na conquista de metas educacionais, vocacionais, de lazer e sociais (MONTEIRO, 1996, p. 2). De acordo com Amaral (2002), no ano de 1990 o governo norte americano estabelece uma definição para a surdocegueira que contempla não só as crianças , mas também os jovens. Nesta esclarece a complexidade da combinação das duas deficiências - visual e auditiva, que acarreta necessidades tão peculiares quanto a comunicação, desenvolvimento, aprendizagem, entre outras, precisando da intervenção específi- ca da Educação Especial e de outros serviços relacionados, com o intuito de avaliar suas necessidades educacionais específicas. Já no Reino Unido, o grupo Liaison de serviços a surdocegos, amplia suas consi- derações sobre surdocegueira, empregando o termo pessoas surdocegas e definindo quem faz parte deste grupo. Desta forma, define que serão consideradas pessoas surdocegas aquelas que apresentarem graves deficiências visuais e auditivas que ocasionam problemas de comunicação, mobilidade e informação. Esclarecem que o grupo de surdocegos será formado por aqueles que apresentam dificuldades signi- ficativas na área visual e auditiva de nascença, adquirida durante a infância ou ainda desenvolvida na vida adulta. Ainda incluem aqueles que tem uma das deficiências e está em estágio inicial de perda do outro sentido.Também são inseridas pessoas com importante dificuldade visual ou auditiva, mas que agem como deficiente visual e auditivo (AMARAL, 2002). Pós-Universo 12 No Brasil, o Grupo Brasil de Apoio ao Surdocego e ao Múltiplo Deficiente Sensorial, em seu informativo “O que pensamos sobre a pessoa surdocega e o que elas fazem para viver?”, evidencia a singularidade da surdocegueira, decorrente da associação da deficiência visual e auditiva em graus diferentes. No entanto, esta peculiarida- de conduz ao desenvolvimento de novas formas de comunicação, na busca de interação com as pessoas e com o ambiente, criando possibilidades de acesso às informações, promovendo uma melhor qualidade de vida, educação, orientação e mobilidade. Esclarecem ainda, a importância de um guia intérprete, para auxiliá-lo em sua autonomia. Como vimos até o momento, na construção do conceito da surdocegueira é evi- denciada a complicação decorrente das dificuldades de comunicação, para Smithdas (1981, citado por MASINI, 2007) o surdocego só consegue expandir seu campo de in- formação e angariar conhecimentos adicionais, a partir do momento em que, passa a usar os outros sentidos (olfato, paladar, tato e consciência cinestésica). Robert J. Smithdas (1925) aos 4 anos e meio de idade já era surdocego em consequência de uma meningite. Bacharel em Artes da Universidade de St. John, EUA, aos 25 anos e recebeu, ainda, os títulos: Doutor em Letras do Gaullaudet College e Doutor em Humanidades pela Western Michigan University. Robert Smithdas trabalhou no Setor de Relações Comunitárias do Lar Industrial para Cegos e, em 1977, foi Diretor de Educação Comunitária do Centro Nacional Helen Keller. Fonte: <http://www.ethelrosenfeld.com.br/outrosautores01.htm> fatos e dados Compreensões sobre a surdocegueira Smithdas (apud MONTEIRO, 1996, p.7) ressalta a importância do surdocego conhecer suas limitações tanto quanto as suas potencialidades e evidencia que é de funda- mental importância que as as pessoas que convivem com ele também o saibam. Sendo imprescindível que o professor esteja atento às possibilidades e permita-se a conhecer as potencialidades do aluno surdocego. Pós-Universo 13 Para Smithdas (apud MONTEIRO, 1996, p.7) é extremamente relevante o contato permanente do surdocego com as pessoas de seu convívio, para que desenvolva algum tipo de comunicação que possibilite a ele ter o acesso a compreensão da linguagem e da leitura. Para isso, será fundamental o desenvolvimento de habilida- des táteis; que possibilitará o uso de recursos como o braille, linguagem datilológica, entre outros. Podemos ressaltar que o processo de aprendizagem do surdocego é mais complexo do que o de um surdo ou de um cego, pois irá limitar-se ao uso do sentido do tato. Ao abordar sobre a educação da pessoa surdocegueira em uma de suas obras, Vigotsky (1989, 1997) explica que muitas são as dificuldades e desafios, sendo muito diferente de se educar um surdo ou um cego; entretanto, esclarece que o surdoce- go pode conseguir um desenvolvimento máximo, caso tenha preservado íntegro seu sistema nervoso e psíquico. Confirmando esta afirmativa, o autor exemplifica res- saltando os nomes das surdocegas Hellen Keller e Laura Bridgman que tiveram um desenvolvimento notável dentro das ciências, apresentando uma mobilização não só de compensação, mas também de supercompensação, que possibilitou a elas um diferencial em sua adaptação e inserção no contexto social. Quando Vygotsky (1997) esclarece sobre o fenômeno da supercompensação, afirma que este não é comum entre os seres humanos, mas acredita que é na dificuldade e fragilidade que estes sujeitos encontram a coragem para compensar a deficiência. Pós-Universo 14 Considerando as ideias dos dois autores supracitados, Smithdas (surdocego) e Vygotsky (vidente) verificamos que ambos ressaltam a importância do processo educacional para pessoas surdocegas. Ressaltando que por muito tempo o trabalho com surdocegos limitou-se ao processo de reabilitação e habilitação para a vida, no qual os objetivos estavam centrados em atividades de vida autônoma, sem ênfase na aprendizagem de conteúdos acadêmicos. “Linguagem datilológica: utiliza das letras do alfabeto que se formam me- diante diferentes posições dos dedos das mãos. O nome ‘Dactilologia’ foi inventado por Saboureaux de Fontenay, surdo, aluno de Rodrigues Pereire, um professor espanhol pioneiro no ensino aos surdos na França em 1741. A partir daí o alfabeto manual foi introduzido em vários países com modifi- cações, de acordo com a ortografia linguística e cultura de cada país”. Fonte: STROBEL, 2007, p. 22-23. atenção Pós-Universo 15 CLASSIFICAÇÃO DA SURDOCEGUEIRA Pelas definições apresentadas da surdocegueira é possível ter uma ideia de quão complexa é essa condição humana. Para uma melhor compreensão dessa deficiên- cia, nesta aula estaremos conhecendo quais os tipos surdocegueira, sua classificação relacionada ao tipo de perda, ao nível de funcionalidade e também ao período em que se deu a perda dos sentidos ou a aquisição da deficiência. Classificação quanto a perda No quadro a seguir, podemos visualizar os tipos de surdocegueira tendo como re- ferência o tipo de perda apresentada pela pessoa, baseado nos estudos de Duarte et al (2005): Quadro 1: Tipos de Surdocegueira Surdocego total Pessoa que possui perdas visuais e auditivas de severas a profundas. Não podem ouvir ou ver nada ou quase nada. Surdez profunda associada à baixa visão Quando a pessoa tem uma surdez profunda associada a re- síduos visuais. Praticamente ela não ouve nada, mas pode enxergar com o resíduo que possui. Surdez severa associada à baixa visão Quando a pessoa tem surdez severa associada a resíduos visuais. Sua condição auditiva é praticamente semelhante à surdez profunda, porém ela pode valer-se da visão com o resíduo que possui. Surdez moderada associada à baixa visão Quando a pessoa com surdez moderada pode ouvir até bem e ainda possui resíduos visuais. Surdez moderada associada à cegueira Quando a pessoa tem resíduos auditivos, mas não enxerga nada. Pessoas com vários comprometimen- tos parciais São pessoas que podem ter uma surdez leve com resíduo visual. Fonte: Adaptado de: Duarte et al (2005. p. 9) Pós-Universo 16 Classificação Quanto ao Período No que se refere à classificação quanto ao período em que se instaurou a surdoce- gueira, Freemann (1991) explica que ela pode ser considerada como pré-linguística ou pós-linguística. Para ser considerado um surdocego pré-linguísticoa pessoa tem que ter nascido surdocega ou que tenha adquirido a surdocegueira num momento de seu desen- volvimento no qual ainda não tenha adquirido um tipo de linguagem, seja ela a língua portuguesa ou a Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) (FREEMANN, 1991).Em casos onde as perdas visuais e auditivas são severas, a criança não desenvolve uma imagem real do contexto em que está inserida, ficando impossibilitada de apren- der com aqueles que fazem parte de seu cotidiano e tão pouco saber sobre o que fazem ou falam. Não tendo noção do que se passa em torno dela e possivelmente, sem a compreensão de sua própria existência. Neste tipo de surdocegueira a inter- venção torna-se imprescindível para que o mundo faça sentido para ela. Caso não tenha acesso a algum recurso, provavelmente seu mundo se restringirá ao próprio corpo.(DUARTE et al, 2000). Algumas características apresentadas por pessoas com surdocegueira pré lin- guística, adaptado de Duarte et al ( 2006): • Movimentos repetitivos de mãos e dedos na frente dos olhos, quando percebem a luz intensa do sol ou alta intensidade de luz; • Balança o corpo quando estão em um ambiente diferente. • Isolamento quando estão sem uma atividade significativa; • Desinteresse pelo ambiente e por formas convencionais de comunicação; • Não aceita toques no corpo; • Indiferença a sons desconhecidos independente da intensidade; • Apresenta o comportamento de levar os objetos perto dos olhos; • Dificuldade na locomoção (tropeça, bate nos móveis e pessoas); • Dificuldade para se locomover onde não conhece ou em ambiente escuro; • Contrai as pálpebras na tentativa de enxergar melhor; • Dificuldade em perceber quando lhe entregam algo ou lhe acenam ao lado; Pós-Universo 17 • Comportamentos de auto e hetero agressão; • Distúrbio na alimentação (rejeição a alguns alimentos sólidos, ou a alimentos doces ou alimentos salgados); • Têm preferência para algumas frutas ou consistências de alguns alimentos; • Utilizam principalmente os sentidos tato e olfato (levam à boca tudo o que pega, ou cheiram tudo). Já na surdocegueira pós- linguística, segundo Freemann (1991) a pessoa torna-se surdocega em um período no qual ele já desenvolveu algum tipo de linguagem. Sendo assim, o sujeito nasce com uma das deficiências, seja ela surdez ou cegueira, e mais tarde, durante a sua adolescência ou idade adulta adquire a outra deficiên- cia. Podemos então considerar, que o surdocego pós linguístico pode ter nascido cego e tornou-se surdo, num momento em que já tinha conhecimento do sistema braille; ou nasceu surdo e adquiriu a cegueira depois, numa época em que já tinha o domínio da língua portuguesa ou da Libras. As principais dificuldades apresentadas por surdocegos pós-linguísticos, segundo Duarte et al (2000) são na locomoção (tropeça com frequência), em enxergar e mo- vimentar-se no escuro, perceber objetos e pessoas ao seu lado ou próximas, não consegue ler quando a luz é suave, participar de grupos de conversação ou de jogos. Pós-Universo 18 Classificação Quanto à Funcionalidade Cader-Nascimento e Costa (2007), fazem uma observação quanto à classificação da surdocegueira ressaltando que não se deve dar importância ao tipo de perda que a pessoa surdocega apresenta , nem tão pouco a intensidade das mesmas, mas deve-se ter em vista a funcionalidade. No entanto, os autores mostram-se vagos, explicando de forma ampla e genérica. Entretanto, Maia (2004) explica que, quanto a funcionalidade, os surdocegos podem ser classificados conforme o nível de autonomia, podendo estar no nível fun- cional, funcional acadêmico e acadêmico. No nível funcional, os surdocegos apresentam uma comunicação restrita a as- pectos básicos, relacionados a atividades de vida autônoma, que lhe possibilite certa independência em situações do seu cotidiano, como cuidar da sua higiene e alimen- tar-se. Nestes casos é fundamental que a intervenção tenha objetivos e atividades concretas, por meio de uma comunicação estruturada (MAIA, 2004). Já o nível funcional - acadêmico é formado por aqueles surdocegos que apre- sentam resíduos das vias perceptuais dos sentidos de distância. São capazes de levar uma vida semi-independente e resolver algumas situações do cotidiano. Os objetivos de trabalho com estes surdocegos devem abranger habilidades de vida autônoma e social, desenvolvimento de algum trabalho simples, como também potencializar um sistema de comunicação(MAIA, 2004). O nível acadêmico inclui pessoas surdocegas que não apresentam outro com- prometimento cognitivo. Estes por sua vez , apresentam estratégias para solucionar situações problema e expressão seus interesses. Com ajuda, consegue ter uma vida autônoma e uma aprendizagem normal (MAIA, 2004). Pós-Universo 19 Jurgens(1977), concorda com a classificação organizada de acordo com o período lin- guístico em que a deficiência instaurou-se, no entanto ressalta que no trabalho com surdocegos estejamos atentos para diferenciarmos aqueles que não apresentam al- teração cognitiva, daqueles com comprometimentos neurológicos. O autor ressalta ainda que esta avaliação deve ser bastante criteriosa, principalmente quando o sur- docego não tem nenhum tipo de comunicação. Minha história com a surdocegueira iniciou-se quando recebi na educação de jovens e adultos, antigo estudos supletivos, em meados dos anos 90, uma aluna que estava ficando surda e cega. Na época tínhamos em nossa cidade uma escola que atendia surdos e um centro que atendia a cegos. A aluna ia para a escola de surdos e lá os professores não entendiam de cego. Ia para o centro de cegos e lá não entendiam de surdez. Com essas dificul- dades a família desanimou e deixou de correr atrás de algum atendimento. Toda essa situação ficou muito marcada em mim. Sempre pensando e me questionando como essa aluna estaria. Em 2006 tive a oportunidade de participar de um curso sobre surdocegueira e vi a possibilidade de se abrir um atendimento, um centro que pudesse atender a alunos surdocegos. Retornei a minha cidade e, de imediato, fui ao órgão responsável e inicia- mos o processo de abertura deste centro e junto ao processo burocrático tentar encontrar a aluna. No início de 2007 estávamos com o centro aberto e para minha felicidade nossa aluna de volta ao atendimento, agora com profissional que iria compreender sua condição: uma pessoa com os dois comprometimentos.De lá para cá nossa aluna só evoluiu, voltou a estudar, a sair de casa, tem uma guia-intérprete para acompanhá-la na EJA e em outras atividades. É uma jovem feliz, que escreve e expressa essa felicida- de em seu diário. Fonte: Autora Maria Angela Bassan Sierra fatos e dados Pós-Universo 20 POSSIBILIDADES E/ OU RECURSOS DE COMUNICAÇÃO PARA PESSOAS SURDOCEGAS Quando nos deparamos com uma pessoa surdocega, o primeiro questionamento que nos vem à mente é: como poderemos nos comunicar com ela? É importante termos claro, que mesmo com todas as dificuldades causadas pelas perdas visuais e auditivas, o surdocego tem sim condições de desenvolver uma comunicação efi- ciente, tendo como recurso diversos métodos específicos. Numa pesquisa realizada por O’Donnell no ano de 1991, revelou que apenas 7% dos surdocegos que parti- ciparam desta não apresentavam nenhum tipo de comunicação. Esta pesquisa teve como público alvo pessoas que tiveram manifestações tardias da síndrome da rubéola congênita e em decorrência desta ficaram surdocegas (CADER-NASCIMENTO; COSTA, 2007). Diante disso, convido você a conhecer alguns dos recursos de comunicação utilizados pelas pessoas surdocegas. Pós-Universo 21 “O’Donnell realizou sua pesquisa com 127 pais de pessoas surdocegas pós- -linguísticas com idade superior a 16 anos. Sua pesquisa foi desenvolvida em duas etapas. Na primeira etapa o contato foi feito via telefone com ins- tituições e famílias, e na segunda as famílias e instituições responderam a umroteiro de questões enviado por correio”(p.58). Os dados obtidos foram: - Recursos de Comunicação Receptiva: língua de sinais, 83%; gestos e insi- nuações táteis, 60%; alfabeto digitado na mão, 40%; sistema Braille, 6%; e comunicação em um contexto específico, 3% (as autoras não esclarecem como é esse contexto). - Recursos de Comunicação Expressiva: língua de sinais, 70%; gestos natu- rais, 55%; linguagem oral combinada com outro método, 11%. Fonte:CADER-NASCIMENTO e COSTA (2007 , p.38). saiba mais Comunicação e a Surdocegueira O processo de comunicação, de acordo com Nunes (2000), constitui-se de duas ações: a de receber a informação advinda do meio e respectivamente a compreensão desta mensagem. A criança sem deficiência desde cedo percebe a fala e as nuances que a acompanham, como o tom da voz, gestos, expressões e gestos, entendendo que essas ações estão carregadas de significados. Mas e a criança surdocega? Com a criança surdocega é importante que consideremos de forma bastante cui- dadosa a maneira com que será transmitida a informação, dando-lhe possibilidades para que inicie o processo de antecipação do que vai ocorrer. Entendendo que, an- tecipar algo significa ter “[...] a expectativa de uma resposta específica do ambiente antes de o fato acontecer” (NASCIMENTO, 2006). Nascimento (2006) considera dois tipos de comunicação: a receptiva e a expres- siva; e explica que mesmo as crianças surdocegas que não tenham desenvolvido a fala, podem expressar-se e também podem receber informações do ambiente, por meio dos outros sentidos. O autor então explica o que é uma comunicação recep- tiva e a expressiva: Pós-Universo 22 “ Comunicação receptiva é um processo de recepção e compreensão de men- sagens. No caso da criança surdocega, por vezes é difícil determinar a forma como ela recebe as mensagens. Comunicação expressiva é a forma como expressar desejos, necessidades e sentimentos. A criança surdocega utiliza normalmente formas de comunicação não-verbal tais como sorrisos, movi- mentos, mudanças de posição que podem ser compreendidos por adultos familiarizados. A comunicação com essas crianças exige dos adultos que trabalham com elas conhecimentos específicos sobre esse tipo de comuni- cação (p.22). Diante desta realidade é importante que o professor conheça o tempo necessário para que a criança surdocega possa compreender um enunciado e emitir uma res- posta, para isso é importante a observação. No entanto, para emitir uma resposta a criança surdocega precisa selecionar o recurso de comunicação que utilizará, como: sinais, movimentos, emissões verbais, expressões corporais, entre outras, e ainda es- tabelecer a forma de utilização deste recurso no processo de interação com o outro. (NASCIMENTO, 2006). Surdocegueira: Recursos de Comunicação A forma de comunicação utilizada pelos surdocegos é bastante particular, são especí- ficas e individualizadas, muitas vezes necessitando de contextualização. Os principais recursos utilizados pelas pessoas com surdocegueira, segundo Nascimento (2006), são: • sistemas alfabéticos: dactilológico, tablitas, Sistema Malossi, letras maiúsculas, braille, máquina de escrever em tinta ou em braille. • sistemas não-alfabéticos: LIBRAS, LIBRAS adaptada, Tadoma, sinais no corpo, leitura labial, símbolos, movimentos corporais, Bliss,sistemas suplementares de comunica- ção como levantar a cabeça, PCS e COMPIC, desenho e outros. Mesmo com todos estes recursos, o tato ainda é a melhor via para surdocego esta- belecer suas relações com o ambiente. Pós-Universo 23 A seguir, estaremos conhecendo alguns dos recursos mais utilizados na comu- nicação de pessoas com surdocegueira. Alfabeto Manual Tátil ou Dactilológico Neste tipo de comunicação, utilizamos o alfabeto manual em libras, também chamado de datctilologia, feito na palma da mão do surdocego, sendo assim ele poderá sentir os movimentos e posicionamentos do outro, em sua mão (DUARTE et al, 2000). Figura 1: Alfabeto Tátil ou Dactolológico Fonte: A autora Língua de Sinais Tátil Neste sistema de comunicação ocorre uma adaptação da Libras, ou seja, ela passa a ser realizada de forma tátil. Sendo assim, o surdocego coloca a sua mão sobre a da pessoa que se comunica com ele, sentido e acompanhando os movimentos feitos em Libras (IPOLITO et al, 2002). Figura 2: Língua de Sinais Tátil Fonte: A autora Pós-Universo 24 Método Tadoma No método Tadoma o surdocego realiza a percepção das vibrações e articulação das palavras colocando a sua mão sobre os lábios, maxilar, face e pescoço de seu inter- locutor (IPOLITO et al, 2002). Figura 3: Método Tadoma Fonte: A autora Sistema Braille Tátil Neste sistema utilizaremos as falanges dos dedos médio e indicador como pontos da cela braille, possibilitando que o surdocego perceba tatilmente a mensagem (DUARTE et al, 2000). Figura 4: Sistema Braille Tátil Fonte: A autora Pós-Universo 25 Sistema Malossi Ipolito et al (2002) explica que neste sistema as letras do alfabeto, como também os números, são distribuídos nas falanges dos dedos e em outros pontos da mão. Desta forma, a pessoa surdocega vai formando as palavras e frases por meio do toque. Para que o surdocego memorize este sistema, no início de sua aprendizagem pode ser utilizado uma luva na qual são impressos o alfabeto e os números, favorecendo a agilidade na comunicação. Figura 5: Sistema Malossi Fonte: A autora Tablitas Alfabéticas Consiste em pranchas, de madeira ou plástica, nas quais são colocadas as letras es- critas na forma maiúscula em relevo ou pontos do sistema braille. Neste tipo de comunicação o interlocutor vai passando o dedo do surdocego e formando as pala- vras e frases; para responder, a pessoa surdocega utiliza-se do mesmo procedimento (IPOLITO et al, 2002). Figura 6: Tablitas AlfabéticasSistema Malossi Fonte: A autora Pós-Universo 26 Escrita na Palma da Mão Nesta o dedo indicador da pessoa surdocega é utilizado como um lápis na palma de sua mão, sendo que o interlocutor vai escrevendo a mensagem e ele vai perceben- do por meio do tato. Um dado relevante é a utilização de letras de fôrma maiúscula por terem o traçado mais definido (IPOLITO et al, 2002) Figura 7: Escrita na Palma da Mão Fonte: A autora Meios Técnicos com Saída Braille ou Linhas Braille Estes tipo de equipamento é utilizado pelo surdocego que tem o domínio do braille, sendo que podem ser encontrados de forma portátil, eletrônico ou mecânico. Neste tipo de equipamento o interlocutor digita a mensagem no computador e concomi- tantemente, a pessoa surdocega recebe a informação em braille, isto porque vão se elevando os pontos das letras digitadas. Isto possibilita a leitura de informações que estejam no computador. (IPOLITO ET AL, 2002). Fonte:SIERRA, 2010. Pós-Universo 27 Língua de Sinais em Campo Reduzido De acordo com Ipolito et al (2002), neste tipo de técnica a língua de sinais (LIBRAS) praticada em um campo visual reduzido, numa distância visual menor, facilitando a percepção da pessoa com baixa visão. Existem outros meios pelos quais a pessoa com surdocegueira pode comunicar- -se, como a escrita em tinta e a leitura labial, no entanto para utilização das mesmas faz-se necessário ter um resíduo visual. Como vimos, várias são as técnicas de comunicação que podem ser utilizadas pela pessoa surdocega, entretanto a escolha é dela, pois ela deverá optar por aquela ou aquelas nas quais encontra maior facilidade. Guia-Intérprete A pessoa surdocega em seu cotidiano encontra várias dificuldades e necessita do acompanhamento de um profissional que possa auxiliá-la em suas atividades diárias e também na sua comunicação. Este profissional é chamado de guia-intérprete e sua função principal está relacionada em acompanhar a pessoa com surdocegueira em suas atividades e facilitar sua comunicação, de acordo com o tipo de comunica- ção queela utilize. É importante ressaltar o trabalho do instrutor-mediador, que em outros países, como o Canadá, são chamados de interventor, que realizam a mediação entre o surdocego e o seu contexto social, oferecendo subsídios para que desenvol- va uma comunicação eficaz, tanto receptiva quanto expressiva.(DUARTE et al, 2006). A finalidade desta aula é que conhecendo as especificidades da comunicação de pessoas com surdocegueira possamos estar mais atentos às suas necessidades edu- cacionais especiais, favorecendo seu processo de inclusão. Para que um programa educacional com surdocegos tenha êxito é importante a ação conjunta entre os pro- fissionais e a família. Pós-Universo 28 Os primeiros registros de trabalhos sistematizados com surdocegos foram feitos nos Estados Unidos da América (EUA), em 1825, quando uma criança, Júlia Brice, ficou surdocega. Júlia foi levada para um asilo de surdos-mudos de Hartford, onde aprendeu a se comunicar por sinais. Em 1830 foi fundada a Escola Perkins pelo Dr. Samuel Gridley Howe, com trabalho direcionado para pessoas cegas. Dr. Howe levou Laura Bridgeman, surdocega, para a escola, para educá-la. De todos os casos relatados pela literatura sobre a educação ou atenção para com as pessoas surdocegas, sem dúvida, o mais famoso, pelo menos no Ocidente, é o de Hellen Keller. Esta, antes de receber o atendimento sis- tematizado pela professora Anne Sullivan, não tinha condições de convívio social. Por não conseguir comunicar-se, tornou-se violenta. Sua família, in- clusive, pensou em interná-la em uma instituição especializada em doentes mentais. Por intermédio de Alexander Granham Bell, que indicou a Escola Perkins para cegos, a família chegou a Anne Sullivan. Esta professora, por meio do processo de educabilidade, transformou a vida de Hellen Keller, uma menina quase selvagem, um pequeno monstro, que quase não se as- semelhava a um ser humano, conforme afirmava William James em seu livro sobre a vida desta menina, no milagre do século, expressão que usaram di- versos escritores para referir-se ao caso de Hellen Keller (Silva, 1987). Fonte: SIERRA, 2010. fatos e dados atividades de estudo 1. A defi nição da surdocegueira como vimos é bastante recente, a algum tempo atrás, pessoas que apresentassem perda de visão associada a audição eram chamados de defi cientes multissensorial, pessoas com múltiplas defi ciências ou dupla defi ciência. O Grupo Laison do Reino Unido destaca algumas características de pessoas com sur- docegueira, encontre uma delas nas alternativas abaixo: a) Restringe-se a pessoas que adquiriram a defi ciência ao nascer. b) A perda da visão e da audição acontece concomitantemente. c) Pessoas com graves comprometimentos visuais e auditivos que compromete principalmente a comunicação, informação e mobilidade. d) Não fazem parte deste grupo pessoa que tenha grave defi ciência auditiva, mas que age como surdocego. e) As difi culdades da pessoa surdocega estão diretamente relacionadas a aprendi- zagem da leitura e escrita. 2. Quando classifi camos a surdocegueira considerando o tipo de perda que a pessoa surdocega apresenta, podemos classifi car uma pessoa que ouve moderadamente e ainda tem alguns resíduos de visão, como sendo: a) Surdocegueira total. b) Surdez moderada associada a cegueira. c) Surdez profunda associada a baixa visão. d) Surdez moderada associada a baixa visão. e) Pessoas com vários comprometimentos parciais. 3. A comunicação da pessoa surdocega é bastante diferenciada sendo o guia intérpre- te fundamental na interação dele com o contexto social. As considerações sobre guia-intérprete nos esclarece que: a) A capacitação para a comunicação do surdocego não é feita pelo intérprete e sim por alguém da família. b) Auxilia o surdocego em sua comunicação de acordo com tipo de comunicação que ele domine. atividades de estudo c) Nos Estados Unidos são chamados de intervenor. d) O intérprete acompanha o surdocego apenas em suas atividades escolares e laborais. e) Para ser intérprete não precisa ter domínio do braille. resumo Como vimos neste nosso estudo, a surdocegueira é uma defi ciência que associa a falta da visão com a ausência da audição. Sabendo que, as difi culdades de comunicação das pessoas surdo- cegas serão mais ou menos severas dependendo do grau de comprometimento de cada uma destas defi ciências. Ao buscarmos concepções sobre a surdocegueira, encontramos vagas defi nições, até mesmo nos documentos ofi ciais do MEC. Isso se justifi ca também, pelo fato desta defi ciência ter sido in- cluída nas política públicas recentemente. A comunicação como vimos é fator essencial no trabalho com o surdocego, para isso é preciso observar os recursos utilizados por este, para receber e emitir informações. Diante disso faz-se ne- cessário o conhecimento de diferentes técnicas e recursos que possam ser apresentados a pessoa surdocega, a fi m de verifi car qual delas é mais efi caz na sua comunicação. Contemplamos em nossos estudos as principais técnicas utilizadas na comunicação de pessoas com surdocegueira: alfabeto manual tátil, língua de sinais tátil, tadoma, sistema braille tátil, sistema Malossi, tablitas alfabéticas, escrita na palma da mão, meios técnicos com saída braille ou linhas braille e língua de sinais em corpo reduzido. Esses recursos são fundamentais no trabalho com surdocegos, mas é importante destacar a observação de qual delas será mais funcional para cada sujeito. No entanto este trabalho requer um profi ssional especializado chamado de guia-intérprete, que auxiliará o surdocego no estabelecimento de sua comunicação, como também será o seu elo com o ambiente. É uma relação de grande confi ança. Este profi ssional por sua vez, poderá recor- rer a outros profi ssionais de outras áreas para auxiliá-lo neste trabalho. A surdocegueira é uma área de estudo relativamente nova, mas que vem intrigando e instigando o interesse de novos pesquisadores. Convidamos você para que busque conhecer esta realida- de e quem sabe também contribuir para que cada vez pessoas com surdocegueira possam ter acesso ao conhecimento,educação e cultura. material complementar Título: Educação Especial e a Teoria Histórico-Cultural – em defesa da humanização do homem Autor: Sonia Mari Sima Barroca; Nilza Sanches Tessaro Leonardo; Tânia dos Santos Alvarez da Silva (organizadoras) Sinopse: O livro é composto por dez capítulos abordando os mais diferentes temas ligados à Educação Especial, Educação Inclusiva, queixas escolares e o último capítulo com o título “Educação Escolar e a Humanização da Pessoa Surdocega, de autoria desta autora, apresenta as questões ligadas à surdocegueira. Título: O Milagre de Anne Sullivan Ano: 1962 Sinopse: A incansável professora Anne Sullivan tenta fazer com que Helen Keller, uma garota cega, surda e muda, se adapte e entenda o mundo que a cerca. Para isso, entra em confronto com os pais da menina que, por piedade, a tratam de forma mimada. material complementar NA WEB A Humanização da Pessoa Surdocega Pelo Atendimento Educacional: Contribuições da Psicologia Histórico-Cultural (Dissertação de Mestrado, UEM, 2010) Autora: Maria Angela Bassan Sierra Disponível em: <http://www.ppi.uem.br/Dissert/PPI-UEM_2010_MAngela.pdf>. Não deixe de assistir a reportagem de um Surdocego “assistindo” a Copa do Mundo de 2014. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=TK2AgzBBvKw>. <https://www.youtube.com/watch?v=4QdvvNaQQnE>. Assista também ao documentário AS BORBOLETAS DE ZAGORSKI, disponível: <http://www.youtube.com/watch?v=bA_GMtqUGeQ>. O documentário está dividido em seis partes, você poderá fazer o download ou assistir conectado. Você poderá encontrar também no youtube outros documentários sobre surdocegueira. Além dos documentários, sugiro que assista também aos fi lmes: “O milagre de Anne Sullivan” e “Black”, disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=0SfwJeRseoA>.referências MARAL, I. A educação de estudantes portadores de surdocegueira. In: MASINI, E. F. S. (Org.) Do sentido ...pelos sentidos...para o sentido... São Paulo: Vetor Editora, 2002. CADER-NASCIMENTO, F. A. A. A.; COSTA, M. P. R. Descobrindo a surdocegueira educação e co- municação. São Carlos (SP): EdUFSCar, 2007. DUARTE, D. F. et al. Surdocego pré-linguistico. São Paulo: Grupo Brasil de Apoio ao Surdocego e ao Múltiplo Defi ciente Sensorial. Série Surdocegueira e Defi ciência Múltipla sensorial. , 2005. DUARTE , D. F. et al. Surdocegueira.Grupo Brasil de apoio ao surdocego e ao múltiplo defi cien- te sensorial.São Paulo, 2006. FREEMAN, P. El bebé sordociego. Un programa de atención temprana. Madrid: Once, 1991. IPOLITO, C. et al. Sudocego pós lingüistico. São Paulo: Liotti Del Arco Design Editorial. 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