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ÉTICA E LEGISLAÇÃO TRABALHISTA E EMPRESARIAL – EAD 
MÓDULO XIX - RESUMO 
Nunca foi tão importante e necessário falar sobre ética no contexto atual que a 
humanidade vive. Segundo Maximiano (2002, p.416): “a ética é a disciplina... ideal”. 
Esse comportamento ideal é definido pela sociedade onde o ser humano está 
inserido pela sua conduta. 
A expressão “ética” vem do grego ethos que significa costume, ou seja, ética é a 
ciência dos costumes, que tem como objeto a moral. Moral vem do latim mores 
quem tem o mesmo sentido de costumes, apesar de uma ser considerada uma 
ciência, ou seja, apesar da identidade semelhante entre ética e moral, a ética é uma 
ciência e a moral é o objeto dessa ciência, ou seja, o conjunto de normas adquiridas 
pelo hábito de sua prática. 
Quando se fala sobre ética, se aborda termos como o bem, o mal, o certo, o errado, 
o permitido, o proibido, a virtude, o vício, dentre outros. A grande questão é a 
seguinte: os valores morais de um grupo, de uma organização, enfim, de uma 
sociedade, devem ser definidos claramente para os indivíduos através de normas de 
conduta que mostra o que é ser ético para si e para os outros. 
Alguns autores definem claramente a moral absoluta e a moral relativa. Afirma Nalini 
(2004, p. 30): “para a moral absoluta, a pessoa que é dotada de um mínino de 
consciência é dotado de uma bússola natural que o predispõe ao discernimento do 
que é certo e errado em termos éticos”. Podemos entender nesse caso, que a 
pessoa sabe que precisa se definir, bastando atentar para sua consciência e o seu 
conceito de valor. 
Já na moral relativa, o aspecto empírico sinaliza a existência de inúmeras morais, 
isto é, ao lado subjetivo da questão. 
Podemos classificar a ética em 04 formas fundamentais: ética empírica, ética de 
bens, ética formal e ética valorativa. 
Temos algumas ciências que tem envolvimento no conceito e fundamento da ética 
para o ser humano: Filosofia, Psicologia, Sociologia, Antropologia Social, História, 
Economia Política e Direito. 
De acordo com Valle (2002, p.78): “dentre todas as formas de comportamento 
humano, a jurídica é a que guarda maior intimidade com a moral, pois ética não é 
senão a ciência do comportamento moral do homem na sociedade”. 
Essa intimidade que existe no relacionamento ética/Direito nos leva a existência de 
um grande número de normas e regras éticas embutidas nas normas jurídicas 
positivas. São elas: Ética e Direito Constitucional, Ética e Direito Penal, Ética e 
Direito Civil. 
Estudaremos a legislação trabalhista referente ao contrato de trabalho, suas 
características, classificações e sua natureza jurídica. 
 
Existem alguns requisitos para que o contrato de trabalho seja um ato jurídico válido. 
São eles: 
- Agente capaz 
- Objeto lícito, possível, determinado, determinável. 
- Consentimento das partes 
De acordo com Moraes Filho (2004, p.238): “a identificação profissional do 
empregado ocorre através as Carteira de Trabalho e Previdência Social – CTPS, 
que o documento que o trabalhador deve possuir obrigatoriamente como meio de 
prova de sua condição de contratado”. Além da CTPS existem também o Livro ou 
Ficha de Registro de Empregados – LRE, que é obrigatório e deve ser legalizado 
perante a Delegacia Regional do Trabalho. 
De acordo com o artigo 7º da Constituição Federal – CF, “a duração do trabalho 
normal não pode ser superior a oito horas diárias e quarenta e quatro horas 
semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante 
acordo ou convenção coletiva de trabalho”. 
As férias do empregado são consideradas um repouso remunerado, onde todo 
trabalhador terá direito anualmente a gozar um período de férias, não tendo prejuízo 
de remuneração. Após o período de 12 meses de vigência do contrato de trabalho, o 
trabalhador terá direito a férias. 
O artigo 8º da Constituição Federal – CF enfoca o princípio da liberdade de 
associação profissional ou sindical, onde os sindicatos não se submetem as regras 
do Estado. É assegurado através do Direito Constitucional o direito de greve, não 
tendo formalidade para sua ocorrência a qualquer momento. 
O ponto culminante é o seguinte: para que exista efetivamente o exercício do direto 
de greve é importante frisar que os grevistas não precisam do aval, de alguma 
prerrogativa do empregador ou de outrem para que o movimento aconteça. Tendo 
essa liberdade de atuação, os grevistas em contrapartida se responsabilizam por 
todas as suas ações, desde os dias parados, até os possíveis ressarcimentos que 
sejam direcionados aos mesmos. 
A grande pergunta é a seguinte: como solucionar os conflitos coletivos de trabalho? 
A legislação trabalhista elenca três formas: autocomposição, autodefesa e a 
heterocomposição. 
De acordo com a Consolidação das Leis Trabalhistas no seu artigo 3º: “o empregado 
é toda pessoa física que presta serviços de natureza não eventual a empregador, 
sob a dependência deste e mediante salário”. 
Podemos identificar alguns tipos de trabalhadores com características próprias, 
como o trabalho temporário, o trabalho autônomo, o trabalhador rural e o trabalhador 
doméstico. 
Através do Decreto Lei nº 2351/87, o termo “salário mínimo” foi substituído por “piso 
nacional de salários”. Com a Constituição Federal de 1988, o termo volta ao antigo 
 
nome, ou seja, salário mínimo é preocupante na nossa conjuntura visualizar o salário 
mínimo cumprindo o papel de atender às necessidades do trabalhador e da sua 
família, pois, em muitas situações, ele não consegue ganhar nem o mínimo e não 
consegue suprir o básico, o necessário para uma vida digna para sua família. 
Piso salarial é o valor mínimo que pode ser pago e uma categoria profissional ou a 
determinadas profissões numa categoria profissional. 
Surgiu a partir do termo igualdade, o princípio da isonomia, que é a equiparação de 
todos os indivíduos em relação aos direitos e obrigações. De acordo com Moraes 
(2005, p.285): “o princípio da igualdade ou isonomia é um dos princípios de mais 
difícil tratamento jurídico, pois não se trata de um tratamento igual perante o direito e 
sem de uma igualdade real e efetiva perante os bens da vida”. 
O princípio a ser focado a seguir, que é a liberdade de expressão, de pensamento, 
pode ser conceituado como um dos importantes e configurando no patamar dos 
direitos individuais. 
Segundo Fazzio Junior (2005, p.67): “empresar ou empresariar é uma atividade que 
envolve a função de direitos e assunção de obrigações, onde o empresário deve 
cumprir, pontualmente, determinadas obrigações legais inerentes ao exercício 
regular de sua profissão”. 
De acordo com o artigo 967 do Código Comercial de 2002, a inscrição da empresa é 
obrigada junto ao Registro Público de Empresas Mercantis (RPEM) antes de iniciar 
as atividades empresariais. No caso das empresas que possuem filiais, sucursais ou 
agências em outro local à jurisdição da matriz, não é dispensado ou desobrigado a 
nova inscrição de determinada filial, se for o caso. 
Pode-se afirmar que as Juntas Comerciais assumem o papel de cartório das 
empresas, pois exercem as funções de matricular, arquivar, autenticar, assentar e 
publicar todos os documentos referentes a determinadas empresas. 
No registro de constituição de empresas mercantis, cada uma recebe um número de 
inscrição no registro da empresa – NIRE, composto por onze dígitos, que tem como 
finalidade a identificação da respectiva empresa na Junta Comercial em qualquer 
operação. Abordaremos agora o regime jurídico das sociedades e as suas 
respectivas peculiaridades. 
As sociedades não personificadas são aquelas constituídas de forma oral e 
documental, porém não registrada nos órgãos competentes. Temos como tipos a 
sociedade comum, também conhecida como de fato e a sociedade em conta de 
participação. 
Já as sociedades personificadas são aquelas legalmente constituídas e registradas 
nos órgãos competentes, sendo caracterizada como pessoa jurídica.Temos como 
exemplo as sociedades empresárias, simples. 
De acordo com Iudícibus e Marion (2004, p.36): “o contrato de sociedades 
empresárias não é um contrato ortodoxo, ou seja, trata-se de um pacto diferenciado 
 
das demais modalidades contratuais porque é dirigido à formação de uma pessoa 
jurídica”. Segue abaixo algumas características do contrato plurilateral: 
- Aberto à adesão de outros interessados; 
- Paralelismo de intenções (consenso); 
- Objetivo comum a todos; 
- Plurilateral, a partir de dois sócios; 
- Objeto aglutinador: lucro, dentre outros. 
Em geral o(s) sócio(s) não se responsabilizam pelas obrigações da pessoa jurídica – 
sociedade, a não ser quando o patrimônio da sociedade mostrar-se insuficiente para 
cobrir e saldar as obrigações de curto, médio e longo prazos da pessoa jurídica. 
Mesmo nessa situação, a lei diz que a responsabilidade dos sócios é suplementar, 
subsidiária, isto é, os sócios responderão se a sociedade não tiver forças para 
responder. 
De acordo com o regime jurídico das empresas, as sociedades se classificam 
segundo: 
- Natureza do ato constitutivo: contrato entre: 
 
Sociedades contratuais e estatuto social 
 
Sociedades institucionais ou estatutárias 
- Quanto à responsabilidade dos sócios limitados: Limitadas, Ilimitadas e Mistas: 
 
- Quanto à composição econômica: de pessoas e de capital. 
A seguir vamos estudar os vários tipos de sociedades empresárias de acordo com o 
Código Civil de 2002. 
 
Sociedade em Nome Coletivo 
Nesse tipo de sociedade, os sócios devem ser pessoas físicas com responsabilidade 
solidária e ilimitada pelas obrigações sociais. 
Segundo Fazzio Junior (2005, p. 185): “os sócios podem limitar entre si a 
responsabilidade de cada um no próprio ato constitutivo ou em convenção posterior”. 
Alguns autores colocam que este tipo de sociedade tem uma limitação relevante: a 
responsabilidade dos sócios vai além do capital, ou seja, é ilimitada. No caso da 
gestão da referida sociedade, os sócios devem se responsabilizar totalmente pelo 
uso da firma e os limites contratuais. 
 
Sociedade em Comandita Simples 
A sociedade do tipo empresária possui duas espécies de sócios: comanditados, ou 
seja, os responsáveis solidária e ilimitadamente pelas obrigações sociais, e os 
comanditários, aqueles obrigados somente pelo valor de sua parte. 
 
Sociedade Limitada 
- A responsabilidade dos sócios é limitada: restrita ao valor de suas cotas, embora 
todos os sócios respondam solidariamente pelo capital social; 
- O capital social é dividido em cotas ou quotas, iguais ou não, cabendo uma ou mais 
a cada sócio; 
 
- A sociedade limitada é gerida por uma ou mais pessoas identificadas no contrato 
social; 
- Pode ser designado, se o contrato social permitir, administradores que não são 
sócios das sociedades; 
- No ato constitutivo deve constar a designação da cota com que cada um dos 
sócios entra para o capital social e o modo de realizá-la, ou seja, em dinheiro, em 
bens ou ambos; 
- A contribuição (valor) de cada sócio deve observar os prazos e a forma identificada 
no contrato social. 
 
Sociedade anônima ou companhia 
- A responsabilidade dos sócios é limitada pela parte do capital social que é 
absorvido por ele; 
- O capital social é dividido em frações negociáveis e transferíveis, que recebem o 
nome de ações; 
- Os sócios podem mudar sem ser alterado o ato constitutivo da sociedade, ou seja, 
ocorre o que chamamos de irrelevância pessoal; 
- É uma sociedade empresária de capital com personalidade jurídica de direito 
privado; 
- Tem o lucro como objetivo preponderante para os negócios; 
- O objeto social se refere ao exercício da atividade empresarial lícita. 
 
Sociedade em comandita por ações 
- O capital é dividido em ações e opera sob firma ou denominação; 
- É tratada através da Lei das Sociedades por Ações – Lei 6404/76; 
- A administração fica a cargo do acionista que responde subsidiariamente e 
ilimitadamente pelas obrigações sociais; 
- É regida pelas normas da sociedade anônima ou companhia. 
Segundo Fazzio Junior (2005, p.591): “o consumidor é toda pessoa física ou jurídica 
que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final, ou seja, para uso 
próprio”. Dessa forma, não podemos falar das organizações sem focar a importância 
de um dos parceiros mais presentes no cotidiano: o consumidor. Para que as 
empresas passam a crescer e aumentar cada vez mais seu desempenho, elas 
precisam proteger o consumidor sinalizando os seus direitos e as mais diversas 
situações. 
Os direitos básicos do consumidor de acordo com a Constituição Federal são: 
proteção à vida, saúde e segurança, educação para consumo, informação adequada 
e calar, proteção contra enganos e abusos, proteção contratual, prevenção e 
separação de danos, acesso aos órgãos judiciários e administrativos, dentre outros. 
De acordo com o artigo 39 do Código de Defesa do Consumidor e os artigos 12 e 13 
do Decreto nº 2181/97, seguem abaixo algumas práticas infrativas ou abusos contra 
o consumidor: Recusar, sem justificativa, de atender a demanda dos consumidores 
de serviços; Enviar ou entregar, sem solicitação anterior, qualquer produto/serviço 
ao consumidor; Explorar a fraqueza ou falta de conhecimento do consumidor, tendo 
 
me vista sua saúde, idade, condição social para vender produtos/serviços, dentre 
outros. 
Nos casos de inobservância às normas contidas no CDC e na Lei 8078 de 1990, o 
fornecedor se sujeitará as seguintes penalidades isoladas ou cumulativas: Multa; 
Apreensão do produto; Inutilização do produto; Cassação do registro do produto no 
órgão competente; Proibição de fabricação do produto; Suspensão temporária da 
atividade; Intervenção administrativa etc. 
Iremos discutir o conceito de responsabilidade social, as suas perspectivas e a sua 
evolução. Segundo Megginson (2005, p.93): “responsabilidade social representa a 
obrigação da administração de estabelecer diretrizes, tomar decisões e seguir rumos 
de ação que são importantes em termos de valores e objetivos da sociedade”. 
No caso da responsabilidade com limitação, alguns autores defendem que se os 
administradores forem responsáveis tanto pelo lucro da empresa quanto para 
melhorar o bem estar social, isso pode acarretar um conflito de interesses. Ashley 
(2005, p.70) afirma que: “os administradores são empregados dos proprietários, e 
não do público, e, portanto, devem agir no interesse dos proprietários”. 
Em relação à responsabilidade social ilimitada, os estudiosos colocam quem como 
as organizações exercem um impacto e controle sobre a sociedade, elas são 
responsáveis diretas pelo bem estar social. O grande questionamento é o seguinte: 
qual seria a melhor perspectiva para a organização da sociedade em que estamos 
inseridos? Qual a perspectiva mais viável que se adequa a nossa economia? 
Existem algumas correntes de autores que defendem o papel da responsabilidade 
social como tendo a função de gerar empregos, saldar os impostos e gerar 
lucratividade para as organizações. Outra linha de autores já assume a teoria que a 
responsabilidade social deve envolver uma postura social e um comprometimento 
com os desejos da comunidade e de toda a sociedade. 
Segundo Ashley (2005, p.173): “ser socialmente responsável é possuir os conceitos 
de ética e transparência como os princípios básicos de sua conduta”. 
A grande questão é a seguinte: o que as empresas ganham em trabalhar a 
responsabilidade social e qual o custo/benefício para as organizações? A melhor 
maneira de responder a esse questionamento é relacionar o desempenho financeiro 
com o desempenho social. 
De acordo com Aligleri (2003, p.98): “afirmam que, estrategicamente, as empresas 
têm mudado o seu foco de atuação social, ou seja, o assistencialismo e a filantropia 
perderam espaço, sendo substituídos por estratégias administrativas que visem a 
ações planejadas de longo prazo, nas quais o impacto e o resultado sejam tratados 
de formasemelhante ao resultado econômico e financeiro”. 
De acordo com Ashley (2005, p.179): “existe uma dificuldade na quantificação dos 
benefícios gerados através da responsabilidade social, pois os resultados desses 
benefícios não são identificados em um primeiro momento”. Utilizando essa linha de 
raciocínio, pesquisas mostram que existe uma relação entre as empresas 
 
socialmente responsáveis e um bom desempenho financeiro, ou seja, mesmo a 
quantificação não tão fácil de mensurar, a ligação social/financeiro é real. 
Temos como exemplo algumas instituições financeiras como o Unibanco, que for a 
primeira instituição financeira brasileira a mostrar para os seus clientes um relatório 
geral sobre a postura social das organizações que poderiam compor uma carteira de 
ações com o objetivo social. E melhor, o Unibanco ainda recomendava a compra das 
ações, através da sinalização de resultados financeiros positivos. 
Podemos concluir que a sustentabilidade dos negócios é um grande desafio para as 
organizações, pois mostra uma verdadeira sintonia, equilíbrio entre os valores 
sociais, econômicos e ambientais. 
A melhor maneira de ativar a responsabilidade social nas organizações é através de 
programas e projetos específicos de ação desenvolvidos pela administração. 
Geralmente, as áreas de atuação desses respectivos programas ou projetos são: 
Proteção ambiental; Defesa do consumidor; Serviço ao público e à comunidade; 
Relações com os colaboradores; Assistência médica e educacional; 
Desenvolvimento urbano; Cultura, arte e recreação etc. 
Existe a necessidade das organizações trabalharem e adotarem códigos de ética 
com o intuito de guiar os próprios empregados e empregadores na tomada de 
decisão. 
De acordo com Megginson (2004, p.116): “código de ética é uma declaração formal 
para servir como guia de ação nos problemas que envolvam questões éticas”. 
Podemos concluir que as organizações não podem confundir a responsabilidade 
social com o marketing, pois a visão desde sempre é que as empresas buscam 
exclusivamente obter lucro. Mas essa visão não impede dela primar pela cidadania 
empresarial, que é a busca ativa de soluções para os problemas da sociedade. 
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