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Considerações sobre o amor de Deus - Jonh Gill

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CONSIDERAÇÕES SOBRE 
O AMOR DE DEUS 
John Gill
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Issuu.com/oEstandarteDeCristo 
 
 
Traduzido do original em Inglês 
The Love of God Considered 
By John Gill 
 
 
 
 
Via: PBMinistries.org 
 
 
 
 
Tradução por Camila Almeida 
Revisão e Capa por William Teixeira 
 
 
 
1ª Edição: Janeiro de 2015 
 
 
 
Salvo indicação em contrário, as citações bíblicas usadas nesta tradução são da versão Almeida 
Corrigida Fiel | ACF • Copyright © 1994, 1995, 2007, 2011 Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil. 
 
 
 
Traduzido e publicado em Português pelo website oEstandarteDeCristo.com, com a devida permissão 
do ministério Providence Baptist Ministries, sob a licença Creative Commons Attribution-
NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International Public License. 
 
Você está autorizado e incentivado a reproduzir e/ou distribuir este material em qualquer formato, 
desde que informe o autor, as fontes originais e o tradutor, e que também não altere o seu conteúdo 
nem o utilize para quaisquer fins comerciais. 
 
 
 
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Issuu.com/oEstandarteDeCristo 
Considerações Sobre O Amor De Deus 
Por John Gill 
 
 
“Ora o Senhor encaminhe os vossos corações no amor de Deus, 
e na paciência de Cristo.” (2 Tessalonicenses 3:5) 
 
Uma porção principal do propósito do apóstolo ao escrever esta epístola foi consolar algu-
mas pessoas nesta Igreja, que estavam abaladas em espírito, e atribuladas, como se o dia 
de Cristo estivesse à mão. Ele assegura-lhes, assim, no segundo Capítulo, que não estava; 
pois havia várias coisas que Ele faria antes disso: como a remoção do império Romano; a 
grande apostasia que aconteceria nas Igrejas; e o estabelecimento do homem do pecado, 
o Anticristo Papal. Ele, portanto, exorta-os à firmeza nas doutrinas do Evangelho; e deseja-
lhes muitas coisas boas. No início deste capítulo, ele deseja-lhes que orem por ele, e pelos 
demais ministros do Evangelho; sugere o que é a razão pela qual ele gostaria que orar: “No 
demais, irmãos, rogai por nós, para que a palavra do Senhor tenha livre curso e seja glorifi-
cada, como também o é entre vós; e para que sejamos livres de homens dissolutos e maus; 
porque a fé não é de todos”. E depois, para o seu consolo, expressa a sua segurança da 
preservação final deles. “Mas fiel é o Senhor, que vos confirmará, e guardará do maligno”. 
E também a sua grande confiança em sua disposta e completa obediência aos manda-
mentos de Deus, dizendo: “E confiamos quanto a vós no Senhor, que não só fazeis como 
fareis o que vos mandamos”. Com o intuito de que, ele eleve uma oração por eles, nas pala-
vras do texto: “Ora o Senhor encaminhe os vossos corações [...]” etc. Assim, as palavras 
são uma oração do apóstolo consistindo em duas petições, a saber: que o Senhor encami-
nhe os seus corações ao amor de Deus. E, que o mesmo Senhor também encaminhe os 
seus corações à paciência de Cristo. É na primeira destas que insistiremos neste momento. 
Para o explicar, farei as seguintes considerações: 
 
I. O que devemos entender por amor de Deus. 
II. O que é ter o coração encaminhado a isso. 
III. Quem é este Senhor, a quem se orou para que faça isso por nós. E, 
IV. Qual é a grande utilidade de ter nossos corações assim encaminhados. 
 
 
I. O que devemos entender por amor de Deus. Isto pode ser entendido ativa ou passiva-
mente. Ativamente, sobre o amor com que amamos a Deus. Ou, de forma passiva, sobre o 
amor com que somos amados por Deus. Em outras palavras, por isso podem ser entendi-
dos, tanto o nosso amor por Deus, ou o amor de Deus por nós; e vendo que as palavras 
admitirão um ou outro sentido, vou considerá-los em ambos. E por meio do amor de Deus, 
 
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pode ser compreendido, o nosso amor a Deus; a respeito do qual, são observados os se-
guintes aspectos. 
 
1. Que este é a soma e a substância da lei moral; pelo menos, é a parte essencial e principal 
da mesma, como pode ser facilmente inferido a partir da resposta de nosso Senhor à 
pergunta do doutor da lei, em Mateus 22:35, 40; a pergunta do doutor da lei é: “Mestre, qual 
é o grande mandamento na lei?” A resposta de Cristo é: “Amarás o Senhor teu Deus de 
todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento. Este é o primeiro e 
grande mandamento”. Amar a Deus, ordenado sob a dispensação do Evangelho, é o mes-
mo que é ordenado pela lei de Moisés. Cristo e Moisés concordam nisto, como demonstrado 
em Deuteronômio 6:4-5: “Ouve, Israel, o Senhor nosso Deus é o único Senhor. Amarás, 
pois, o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todas as tuas 
forças”. Este não é um novo mandamento do Evangelho; ele é apenas confirmado sob a 
dispensação do Evangelho, e pressionado por motivos mais fortes. 
 
2. Deixe também ser observado que todos os homens, por natureza, estão destituídos de 
amor a Deus: não, não existe apenas uma falta de afeição, mas mesmo uma aversão a Ele; 
sim, uma inimizade contra Ele. Pois, o pendor da carne é inimizade contra Deus. Uma parte 
da característica dos pagãos (Romanos 1:30) que eram alienados de Deus e entregues às 
suas próprias concupiscências, é que eles eram θεοσυγεις; o que significa, não apenas que 
eles tinham ódio a Deus, mas que eles eram inimigos de Deus. Da mesma forma, no relato 
que o apóstolo oferece sobre a degeneração que haverá nos últimos dias, ele diz (2 Timóteo 
3:4) que os homens serão mais amigos dos deleites do que amigos de Deus. E este não é 
apenas o caso das pessoas agora mencionadas, mas de toda a humanidade, mesmo dos 
eleitos de Deus, enquanto em um estado natural. Pois eles, assim como outros, são inimi-
gos em suas mentes, por meio de obras ímpias. Eles vivem em um estado de rebelião, e 
cometem atos de hostilidade aberta contra o Deus do céu. Eles estendem as mãos contra 
Deus, e se fortalecem contra o Todo-Poderoso. Eles correm contra Ele, até mesmo em seu 
pescoço, e sobre as protuberâncias de seu escudo. 
 
3. Que seja observado ainda que o amor a Deus é uma graça implantada no coração, pelo 
Espírito de Deus. Este é um dos frutos do Espírito; e é mencionado no topo deles, Gálatas 
5:22: “O fruto do Espírito é: amor, etc.”. É, com as outras graças, forjado na alma na regene-
ração. Esta graça do Senhor, que vem com isso, flui para o coração do pecador na conver-
são; é superabundante, com a fé e o amor que estão em Cristo Jesus. Estas duas graças 
sempre andam juntas; sendo implantadas de uma vez, ao mesmo tempo. E a fé, particular-
mente, opera pelo amor, e o amor é geralmente mais aquecido, ativo e vigoroso, primeira-
mente na conversão. De tal maneira, que o Senhor faz especial observação quando este é 
deixado por nós; de acordo com Jeremias 2:2: “Lembro-me de ti, da piedade da tua moci-
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dade, e do amor do teu noivado, quando me seguias no deserto, numa terra que não se 
semeava”. O que me leva a observar, 
 
4. O fervor desse amor frequentemente diminui; embora a graça em si nunca seja perdida. 
Isto ocorre com frequência a partir das abundâncias de pecado, tanto em nós mesmos e 
em outros. Pois, ao se multiplicar a iniquidade, o amor de muitos esfriará, de acordo com 
Mateus 24:12. Muitas vezes, também surge a partir de uma busca desmedida por coisas 
deste mundo. Por isso o apóstolo em 1 João 2:15, aconselha a não amar o mundo, nem as 
coisas que há nomundo, pois, ele diz, se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está 
nele. Isto é, há apenas pouca evidência de amor a Deus, no coração do homem, cujas afei-
ções estão colocadas nas coisas deste mundo. Essas coisas, embora não possam destruir 
a graça, onde foi uma vez operada; ainda assim provocam uma grande frieza sobre ela. A 
graça do amor, de fato, não pode ser perdida; mas depois, ela pode ser deixada, como foi 
pela igreja em Éfeso, de quem o Senhor reclama em Apocalipse 2:4, dizendo: “Tenho, 
porém, contra ti que deixaste o teu primeiro amor”. Ele não diz, que o tens perdido; a palavra 
não significa Amittere, perder; mas Remittere, diminuir de intensidade, ou decair, no fervor 
do mesmo. E isso, todo o povo de Deus, mais ou menos, mais cedo ou mais tarde, vivencia 
para sua grande tristeza: especialmente no momento em que vivemos. Portanto, 
 
5. Há uma grande necessidade de orar, com o apóstolo, para que o Senhor encaminhe os 
nossos corações para este amor. Ou seja, que Ele opere em nossos corações, e estimule 
o nosso amor a Deus: atice e transborde-o em uma chama. Isso Ele faz, ao nos mostrar a 
vaidade de todos os prazeres terrenos; o que Deus é em Si mesmo, e que Ele é para o Seu 
povo. Como Ele é digno de sua mais elevada afeição; e, mais especialmente, derramando 
o amor de Deus em nossos corações; o que nada pode fazê-lo mais efetivamente. Pois, 
nós O amamos, porque Ele nos amou primeiro (1 João 4:19). Uma percepção disso revigora 
o nosso amor, arrebata as nossas almas, e nos compele a dizer com o salmista: “Quem 
tenho eu no céu senão a ti? e na terra não há quem eu deseje além de ti” (Salmos 73:25). 
Mas, eu escolho o melhor, 
 
Por amor de Deus, aqui, para entender o amor de Deus por nós; sobre a natureza e a glória 
disso, observe as seguintes elucidações. 
 
1. Quanto à origem do mesmo, é livre e soberano, nada fora de Deus o levou a isso. Ele 
não colocou o Seu amor sobre nós, devido a qualquer beleza em nós; ou por causa de qual-
quer amor em nós por Ele. Não por causa de qualquer amabilidade em nós mesmos. Pois 
nós não éramos mais sábios do que outros, sendo por natureza filhos da ira. Nem por causa 
de qualquer amor em nós por Ele; pois Seu amor é anterior ao nosso, como a causa em 
relação ao efeito. E, de fato, Ele nos amou, antes que fizéssemos o bem ou o mal, para que 
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o propósito de Deus, segundo a eleição, ficasse firme. Nenhuma outra razão pode ser dada 
ao amor de Deus por Seu povo, senão a Sua própria Ευδοχια; sua Soberana boa vontade 
e prazer. Nem deveria qualquer outro ser procurado, Ele os ama porque Ele quer ama-los. 
E, embora, talvez, isso não seja admitido como uma razão suficiente, por vocês, homens 
racionais; no entanto, isto é o que o Espírito Santo pensa ser apropriado a conceder-nos, e 
devemos estar satisfeitos com isso, Deuteronômio 7:7-8: “O Senhor não tomou prazer em 
vós, nem vos escolheu, porque a vossa multidão era mais do que a de todos os outros 
povos, pois vós éreis menos em número do que todos os povos; Mas, porque o Senhor vos 
amava”. 
 
2. Quanto aos objetos do amor de Deus, estes são específicos e distintivos. Ele ama alguns, 
e não outros. É verdade, Ele tem um amor geral, e que diz respeito a todas as Suas criatu-
ras. Ele é bom para todos, e as Suas misericórdias são sobre todas as Suas obras. Todas 
elas compartilham das graças de Sua providência. Ele faz o sol brilhar sobre os maus e os 
bons. Ele faz chover sobre os justos e sobre os injustos. Mas, então, Ele escolheu para Si 
a Jacó, e a Israel para Seu tesouro peculiar. Por isso, Ele concede bênçãos peculiares so-
bre aqueles a quem Ele tem um amor peculiar. Davi diz, no Salmo 106:4: “Lembra-te de 
mim, Senhor, segundo a tua boa vontade para com o teu povo”, mui claramente indicando 
que esse era específico e distintivo; de natureza diferente daquele que Ele concedeu a 
outros. Um exemplo pleno deste amor distintivo, temos em Malaquias 1:2-3: “Eu vos tenho 
amado, diz o Senhor. Mas vós dizeis: Em que nos tens amado? Não era Esaú irmão de 
Jacó? disse o Senhor; todavia amei a Jacó, e odiei a Esaú”. É, como eu disse antes, ne-
nhuma outra razão pode ser dada a essa distinção que Deus faz entre os perdidos filhos 
de Adão, senão a Sua própria vontade soberana; que terá misericórdia de quem quer tiver 
misericórdia, e será gracioso com quem for gracioso, deixem um mundo debatedor dizer o 
que quiser. 
 
3. Quanto ao seu início, é desde a eternidade. Deus amou o Seu povo com um amor eterno; 
e, portanto, com bondade amorosa, Ele os atrai para Si no tempo. Muitos são os exemplos 
que poderiam ser dados, em prova da antiguidade desse amor. Sua escolha deles em 
Cristo, antes da fundação do mundo, foi um ato de Seu amor, pois Electio præsupponit 
dilectionem. Eleição pressupõe amor. O Seu entrar em uma aliança eterna com o Seu Filho, 
em consideração àqueles que Ele escolheu; o Seu estabelecer-Se como o Mediador da 
Aliança, desde a eternidade; e Sua doação de graça a eles, nEle, antes que o mundo 
existisse; muitas são as demonstrações de Seu antigo amor por eles. Como também, o Seu 
colocar das suas pessoas nas mãos de Cristo, e assim torna-los Sua proteção e encargo. 
Porque Ele amou o povo (Deuteronômio 33:5), todos os Seus santos estão em Sua mão. 
Agora, pode alguma vez ser imaginado, que deveria haver uma escolha de pessoas; uma 
Aliança da graça, tão bem estruturada e suprida; uma promessa de vida concedida; e 
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segurança e graça dada tanto à pessoa, e ainda assim, nenhum amor em tudo isso? Não, 
essas coisas provam Seu amor, e este amor não começa com o nosso; nem, de fato, com 
o tempo; mas data desde a eternidade. 
 
4. Quanto à duração deste, é para a eternidade; pois ele alcança de uma eternidade à outra. 
Tendo amado os Seus, que estavam no mundo, amou-os até o fim. Ele os ama até o fim 
dos tempos, e vai amá-los ao longo dos séculos sem fim por toda a eternidade; pois Ele 
repousa em Seu amor em direção a eles, e disto não pode haver separação. “Porque eu 
estou bem certo de que nem morte nem vida, nem os anjos, nem os principados, nem as 
potestades, nem coisas presentes, nem coisas por vir, nem a altura, nem a profundidade, 
nem qualquer outra criatura, nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo 
Jesus nosso Senhor” (Romanos 8:38-39). 
 
5. Quanto ao seu grau ele é incomparável. Isso se evidencia mui grandioso na conversão 
de um pobre pecador. Assim, diz o apóstolo em Efésios 2:4, 5: “Mas Deus, que é riquíssimo 
em misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou, Estando nós ainda mortos em 
nossas ofensas, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos)”, “Porque ape-
nas alguém (diz o apóstolo, em Romanos 5:7-8) morrerá por um justo; pois poderá ser que 
pelo bom alguém ouse morrer. Mas Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo 
morreu por nós, sendo nós ainda pecadores”. Há nessas palavras uma belíssima gradação. 
O apóstolo parece aludir à distribuição do povo judeu; entre o qual havia três tipos de pes-
soas. A um tipo chamavam pessoas justas, observadores muito estritos da letra da lei; mas 
não faziam mais do que somente o que eram obrigados a fazer pela lei. Havia um outro tipo 
chamado, bons homens. Estes eram muito generosos e liberais com os pobres, e custea-
vam todas as despesas do serviço do templo, no que ultrapassavam as rigorosas exigên-
cias da lei. Mas, então, havia um terceiro tipo, chamado homens pecadores; a parte devas-
sa e dissoluta das pessoas, entregues às suas próprias concupiscências, e o próprio lixo 
da humanidade. Agora, é comose o apóstolo dissesse, raramente por uma destas pessoas 
justas, alguém morrerá, que não fará mais do que ele é exatamente obrigado a fazer; ainda 
assim, porventura, por um desses homens bons, que foram tão generosos (e, consequente-
mente, tiveram a afeição das pessoas) ainda há quem ouse morrer. Mas quem morrerá por 
aqueles ímpios desgraçados, devassos, e dissolutos? Ninguém; mas Deus recomendou o 
Seu amor a nós; enquanto éramos ainda pecadores, Cristo morreu por nós. Graça incompa-
rável, inigualável! 
 
6. Quanto à natureza e qualidade do mesmo, é inalterável. É tão invariável quanto a Sua 
própria natureza; ou melhor, é a Sua natureza, pois Deus é amor (1 João 4:16). As bênçãos 
de Sua graça são irreversíveis, porque elas procedem dEle, que é o Pai das luzes, em 
Quem não há mudança, nem sombra de variação. Disso, também a nossa salvação não 
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permanece sobre uma fundação precária, o que seria, se Seu amor por nós mudasse, como 
o nosso por Ele. Mas Ele é o Senhor, que não muda; portanto, os filhos de Jacó não são 
consumidos. Deus, às vezes, muda as dispensações de Suas providências em direção ao 
Seu povo; mas nunca muda Seu amor. Ele às vezes Se esconde, e Ele às vezes repreende; 
mas em todas às vezes, Ele ama. Quando Ele esconde o rosto de Seu povo, por um mo-
mento; Ele ainda, com benignidade eterna terá misericórdia deles. Porque os montes se 
retirarão, e os outeiros serão abalados; porém a minha benignidade não se apartará de ti, 
e a aliança da minha paz não mudará, diz o Senhor que se compadece de ti (Isaías 54:8, 
10). O amor produz alterações na condição do povo de Deus; mas essas alterações não 
produzem nenhuma mudança no amor de Deus. O amor fez uma singular alteração no 
estado do apóstolo Paulo; que, de um perseguidor, blasfemo e ofensivo Saulo, foi feito, não 
apenas um crente em Cristo, mas um pregador do Evangelho eterno. Mas esta maravilhosa 
mudança nele, não produziu nenhuma mudança em Deus, nem em Seu amor. Mas se as 
coisas são assim, você dirá: "Então, Deus ama o Seu povo com o mesmo amor, antes da 
conversão, como depois”. E onde está a grande mágoa ao dizer isso? De uma vez, eu 
afirmarei: Ele o faz; e algumas poucas considerações levarão ao reconhecimento disso. Va-
mos considerar um pouco, as instâncias do amor de Deus, antes e depois da conversão, e 
compará-las juntos; a partir do que nós podemos ser capazes de concluir largamente. Eu 
poderia tomar conhecimento do amor de Deus na escolha deles em Cristo; em fazer uma 
aliança de graça com Ele, por causa deles; e em colocar tanto as Suas pessoas e Sua 
graça em Suas mãos, que são todas grandes instâncias de amor, antes da conversão. Mas 
eu apenas observarei a você três grandes dons do amor de Deus ao Seu povo antes da 
conversão; que, eu penso, nunca podem ser igualados por qualquer instância após a con-
versão. E são estes, 
 
1. O dom de Deus de Si mesmo para eles; pois Deus, em Sua aliança eterna (e isso muito 
antes da conversão) fez para Si mesmo o Seu povo. A posse do qual é executado assim: 
Eu serei o seu Deus e eles serão o Meu povo. 
 
2. O grande dom de Seu Filho para eles, e por eles; no que Ele mostrou a suprema grande-
za do Seu amor por eles. Nisto consiste o amor, diz o apóstolo, não em que nós tenhamos 
amado a Deus; (tão longe disso, éramos inimigos dEle, pois foi quando ainda éramos peca-
dores, que Cristo morreu por nós), mas em que Ele nos amou, e enviou o Seu Filho como 
propiciação pelos nossos pecados (1 João 4:10, 3:16; Romanos 5:6, 8, 10). 
 
3. O grande dom do Espírito, que é enviado para os corações do povo de Deus, antes da 
conversão, a fim de efetuar a grande obra; ou seja, convencer do pecado, da justiça e do 
juízo. E agora, depois de ter observado essas coisas, eu estou pronto para perguntar: Pode 
ser produzido qualquer exemplo maior do amor de Deus por Seu povo, após a conversão? 
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Se a própria glória celeste for mencionada, com todas as alegrias daquele estado deleitoso; 
nego-a ser um maior exemplo do amor de Deus do que o dom de Si mesmo, ou do Seu 
Filho, do Seu Espírito. E, de fato, tudo o que Deus faz no tempo, ou fará na eternidade, é 
somente contar ao Seu povo, o quanto Ele os amou desde a eternidade; tudo é apenas, 
como foi, por assim dizer, um comentário sobre esta antiguidade de Seu amor. Se, então, 
não há maior exemplo de amor que possa ser produzido, após a conversão, do que foi 
antes, não precisamos ter medo, nem vergonha de dizer que Deus ama o Seu povo com o 
mesmo amor antes da conversão, como Ele o faz após. 
 
Essa doutrina, eu sou razoável, não é facilmente digerida; e, portanto, muitas distinções 
são formadas, a fim de colocá-la de lado. Alguns distinguem o amor de Deus em antece-
dente e consequente; uma distinção sem qualquer fundamento na Palavra de Deus; e é, de 
fato, por si só, um mero jargão de palavras, que não transmite ideias apropriadas do amor 
de Deus; senão tais que são depreciativas à glória de Seu ser e perfeições, e servem ape-
nas para introduzir confusão e angústia na mente dos homens. 
 
Há outra distinção do amor de Deus, o que eu tenho observado praticamente assegurada 
entre as pessoas, embora tão sem fundamento quanto antiga. É isso: Deus ama o Seu 
povo antes da conversão, com um amor benevolente ou de boa vontade. Ele deseja-lhes 
bem; mas Ele não os ama com uma ativa complacência, até após a conversão. Mas pura-
mente o Senhor Jesus Cristo amou o Seu povo, com um mínimo de tolerância, antes da 
conversão; pois, diz-se, desde o início, ou sempre que a terra existiu, Suas delícias eram 
os filhos dos homens (Provérbios 8:23-31). A palavra hebraica traduzida por delícias, não 
está apenas no plural, mas suas letras radicais estão dobradas; o que, de acordo com o 
uso dessa língua, sempre aumenta o significado da palavra: de modo que é expressiva da 
excedente grandeza do deleite e complacência de Cristo, que Ele tinha em Seu povo. Não, 
Ele parece ter tido um prazer nas s visões antecipadas dos próprios lugares aonde sabia 
que Seus eleitos habitariam, pois é dito que Ele regozijava-se nas partes habitáveis de Sua 
terra. E agora, por que Deus o Pai não os amaria com o mesmo amor que Filho amou, eu 
não posso perceber. O amor de Deus é sempre o mesmo, como a Sua natureza e essência 
o são. Isso, de fato, aparece mais em alguns atos de Deus do que em outros e é mais clara-
mente manifesto em um momento do que em outro, mas, por si só, é sempre o mesmo. 
Toda a diferença entre o amor de Deus, antes e depois da conversão, está na manifestação 
do mesmo. Ele manifesta-se na, e após a conversão; e isto às vezes mais outras vezes 
menos; apenas não foi de todo manifestado anteriormente. Porém, a mudança ocorre em 
nós, e não no amor de Deus. 
 
Mas, se esta doutrina for verdade, você dirá: Deus deve amar o Seu povo em seus pecados. 
Bem, e onde está a mágoa ao dizer que Ele o faz? Teria sido miserável, para todos os 
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intentos e propósitos, a você e a mim, se Ele não o fizesse assim. Quando Ele nos viu 
chafurdar no nosso sangue, com toda a impureza da nossa natureza, com os nossos 
inúmeros pecados e transgressões presentes em nós; não fosse então o Seu tempo, sido 
um tempo de amor, se Ele não colocasse a Sua capa sobre nós, e manifestasse a Sua 
graça pactual a nós, nunca seríamos Seus. Talvez possa ser respondido, de acordo com 
esta noção, que Deus tem prazer nos pecadosde Seu povo, mas onde está a razão para 
assim concluir? O quê, não pode ser feita qualquer distinção entre o deleite de Deus nas 
pessoas dos Seus eleitos, e deleite em seus pecados? A distinção é permitida após a 
conversão; que Deus ama as pessoas de Seu povo, embora Ele odeie seus pecados. E por 
que não pode a mesma distinção ser permitida antes, como após a conversão? Sabemos 
que Deus é tão puro de olhos que não pode contemplar o mal, ou olhar para a iniquidade; 
Ele não tem prazer no pecado, nem com Ele habitará o mal, mas odeia todos os que 
praticam a iniquidade. Abominamos e detestamos todas as noções contrárias; ainda assim, 
acredito firmemente na imutabilidade do amor de Deus por Seu povo. Alguém pode per-
guntar: como é possível que uma pessoa seja um filho da ira, e um objeto de amor, ao mes-
mo tempo? Pois, os eleitos de Deus são por natureza filhos da ira, como os outros; como, 
então, ao mesmo tempo, eles podem ser os objetos de amor? Eu respondo: como Jesus 
Cristo foi o objeto de amor e da ira de Seu pai, ao mesmo tempo? Ora, era como se Ele 
carregasse duas características diferentes, e estivesse em duas relações diferentes com 
Seu Pai, a saber; por um lado como um filho, e isto com certeza. Como Ele era o Filho de 
Deus, Ele sempre foi o objeto de Seu amor e júbilo; mas por outro lado Ele era o fiador dos 
pecadores, Ele era o objeto de Sua ira e descontentamento. Por isso, é dito: Mas tu rejei-
taste e aborreceste; tu te indignaste contra o teu ungido (Salmos 89:38), contra o Teu 
Messias, ou Cristo. Mas, ainda assim, mesmo quando Ele derramou a Sua ira sobre Ele até 
ao fim, por causa dos pecados de Seu povo; quando Ele ordenou que a justiça desembai-
nhasse a espada e O ferisse, o Seu amor por Ele não foi no mínimo diminuído. Assim, 
também os eleitos de Deus, considerados em diferentes pontos de vista, podem ser verda-
deiramente ditos serem filhos da ira, e ainda objetos de amor, a um só e ao mesmo tempo. 
Considerados em Adão, e sob um pacto de obras, eram filhos da ira, expostos às maldições 
da justa lei de Deus, e passíveis da ira de Deus. Mas, enquanto considerados em Cristo, e 
sob o pacto da graça, sempre foram, e sempre serão, os objetos do amor de Deus. 
 
Nem tem essa doutrina qualquer tendência para incentivar a licenciosidade; ou para desen-
corajar a realização de boas obras; ou prejudicar a verdadeira humilhação pelo pecado; 
mas ao contrário, a consideração dela, que Deus me amava, antes que eu O amasse; ou 
melhor, quando eu era um inimigo dEle; que Seus pensamentos estavam operando a minha 
salvação, quando eu não pensava nEle, ou preocupava-me comigo mesmo; coloca-me sob 
dez mil vezes maiores obrigações de servir, temer e glorificá-lO, do que uma suposição de 
que Ele começou a me amar, quando eu comecei a amá-lO, ou porque eu fiz isso, Ele pôde 
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possivelmente amar. Isso pode ser uma resposta completa para aqueles que perguntam 
onde está a utilidade desta doutrina? 
 
7. Se nós investigarmos a excelência do amor de Deus, isto é preferível a todos os prazeres 
da criatura; a Tua benignidade é melhor do que a vida. E se assim for, deve ser melhor do 
que todos os confortos e prazeres da vida. Os fluxos deste rio do amor de Deus alegram a 
cidade de Deus. Uma percepção disto faz o crente alegre em todas as suas provações, e 
fixa sua confiança em Deus. “Quão preciosa é, ó Deus, a tua benignidade, pelo que os 
filhos dos homens se abrigam à sombra das tuas asas” (Salmos 36:7). Mas eu prossigo, 
 
 
II. Para investigar o que isto, a saber, ter os nossos corações encaminhados para este 
Amor. 
 
1. Ter os nossos corações encaminhados no amor de Deus, é sermos conduzidos a Ele, 
por assim dizer, por uma linha reta; pois assim, a palavra κατευθύ ναι, aqui utilizada, propria-
mente significa. Agora, esta é a obra do Espírito de Deus, conduzir as almas para o amor 
de Deus, diretamente, ao mesmo tempo, em uma linha reta; e não em um círculo sobre a 
maneira como algumas pessoas são levadas, sendo dirigidas por falsos guias; que lhes 
dizem que eles devem passar pelo vale da humilhação, e subir o morro da obediência, an-
tes que possam entrar no amor de Deus. Mas o Espírito de Deus leva a alma diretamente 
a Ele, independente de toda a sua obediência e humilhação pelo pecado; tal amor, quando 
direcionado interiormente, estabelecerá as pessoas no caminho da obediência, e as 
colocará em humilhação pelo pecado, de outra maneira e forma. 
 
2. Ter os nossos corações encaminhados no amor de Deus, significa sermos conduzidos 
até Ele, mais e mais; de modo que sejamos capazes de compreender com todos os santos, 
qual é a largura, e o comprimento, e a altura, e a profundidade dela. Esta obra é progressiva, 
e pode muito bem ser representada pelas águas de Ezequiel; que foram primeiro até os 
artelhos, depois até os joelhos, e depois para os lombos; mas depois disso, elas eram águas 
que se deviam passar a nado, rio pelo qual não se podia passar (Ezequiel 47:3-5). 
 
3. Ter os nossos corações encaminhados no amor de Deus, significa sermos levados a Ele, 
de modo a conhecer o nosso próprio interesse especial nele. Assim, o apóstolo Paulo sabia 
que Deus o amava em particular, e estava convencido de que nada seria capaz de separá-
lo dele, como diz Romanos 8:38-39. 
 
4. Ter os nossos corações encaminhados no amor de Deus, é por assim, sermos levados 
a Ele a ponto de termos os nossos corações afetados e influenciados por ele. Um homem 
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pode ter noções do amor de Deus em sua cabeça, que nunca sentiu o poder disso sobre o 
seu coração, e eu tenho medo que algumas pessoas são mais solícitas a ter a cabeça cheia 
de ideias sobre o assunto, do que ter seus corações e vidas influenciados por ele. Mas o 
nosso apóstolo não ora para que o Senhor encaminhe suas cabeças, mas os seus cora-
ções, ao amor de Deus. Eu agora avanço, 
 
 
III. Para considerar o que se quer dizer com [a palavra] Senhor aqui; a quem se orou para 
fazer isso pelos santos. A palavra κύιος, aqui utilizada, é comumente, no Novo Testamento, 
aplicada a Jesus Cristo; embora o Espírito Santo seja também por vezes assim indicado, 
como em 2 Coríntios 3:17: “Ora, o Senhor é o Espírito; e onde está o Espírito do Senhor, aí 
há liberdade”. E, eu sou da opinião, que pelo Senhor, em nosso texto, devemos entender o 
Espírito Santo; pois Ele é mui manifestamente distinto de Deus o Pai, em cujo amor, e de 
Jesus Cristo, em cuja paciência anelada, os corações dos santos devem ser encaminhados. 
Assim, temos aqui uma prova da doutrina da Trindade de Pessoas. Além disso, somos 
capacitados, a partir disso, com mais argumentos do que um, em favor da Divindade do 
Espírito Santo; que não apenas é chamado de Senhor, o que é expressivo do domínio; mas 
também é dito encaminhar o coração; o que somente Deus pode fazer. Pois, o coração do 
rei, assim como o de todos os homens, está na mão do SENHOR, que o inclina a todo o 
seu querer (Provérbios 21:1) e, especialmente, Ele deve ser Deus, pois, pode encaminhar 
o coração no amor de Deus; que é uma das coisas mais profundas de Deus, que apenas o 
Espírito de Deus pode perscrutar, e revelar para nós. Além disso, a oração é aqui dirigida 
a Ele; o que é tão considerável parte do culto Divino, que às vezes é considerado por todo 
ele, como em Romanos 10:13 e, portanto, nunca poderia ser oferecido ao Espírito, se Ele 
não fosse verdadeiramente Deus. Agora, é obra do Espírito encaminhar as almas no amor 
de Deus. Ele não apenas toma as coisas de Cristo (Sua pessoa, sangue e justiça) e as 
revela para nós, e nossointeresse por elas; mas Ele também toma as coisas do Pai, e, 
particularmente, o Seu amor, Ele derrama em nossos corações, e encaminha os nossos 
corações para Ele; e, ao fazê-lo, age como um Consolador para nós. Agora, 
 
 
IV. Investigarei a utilidade de ter os nossos corações direcionados ao amor de Deus. 
 
1. Isso é muito útil para aumentar o nosso amor a Deus. Nunca o amor a Deus, a Cristo, ao 
seu Evangelho, às pessoas, aos Seus caminhos e ordenanças, foi mais frio do que é agora. 
Há grande necessidade de mantê-lo vivo e aumentado; e nada pode mais efetivamente 
fazê-lo, do que isso: ter nossos corações encaminhados no amor de Deus. Foi este que, 
sendo derramado em nossos corações, produziu pela primeira vez o nosso amor a Deus; 
e somente ele pode animá-lo e estimulá-lo, depois de ter se tornado frio. Conforme a per-
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cepção que temos do amor de Deus por nós, é que o nosso amor para Ele se eleva. Os 
seus muitos pecados lhe são perdoados, porque muito amou; mas aquele a quem pouco é 
perdoado pouco ama (Lucas 7:47). 
 
2. Isso é muito útil para promover a amor ao próximo. Atualmente há uma decadência muito 
visível do amor fraternal entre os santos; o que se manifesta a partir dessas discórdias, 
divisões, contendas e maledicências que em todos os lugares abundam nas igrejas. Agora, 
nada é mais provável para recuperar o nosso amor de uns para com os outros, do que ter 
nossos corações encaminhados no amor de Deus. Os santos primitivos, tendo uma grande 
efusão do Espírito sobre eles, e um grande senso do amor de Deus por eles, eram cheios 
de afeição uns aos outros. De tal maneira, que não havia necessidade de ser estimulados; 
pois eles foram ensinados por Deus a amar uns aos outros. Não, mesmo no tempo de 
Tertuliano, tão forte e veemente era o seu amor um pelo outro, que os próprios pagãos não 
podiam deixar de tomar conhecimento disso, enquanto caminhavam pelas ruas, e diziam: 
Vide, ut se invicem diligant. Veja, como eles se amam! Não há maior incentivo para esse 
dever do que o amor de Deus e de Cristo. Por isso, o apóstolo João, após ter discursado 
sobre o amor de Deus ao enviar o seu Filho para morrer pelos pecadores, assim argumenta: 
“Amados, se Deus assim nos amou, também nós devemos amar uns aos outros” [1 João 
4:11]; bem sabendo que nada poderia mais veementemente provocá-lo. 
 
3. Isso é muito útil para ampliar a nossa obediência a Deus. E, de fato, parece ser com este 
objetivo que o apóstolo coloca esta petição aqui. No versículo anterior ele expressa sua 
confiança naqueles Tessalonicenses, que tanto fizeram, e fariam, as coisas que foram orde-
nadas a eles, e, a respeito disso, ora para que o Senhor encaminhe o coração deles no 
amor de Deus; sabendo que nada mais dilataria os seus corações a seguir com alegria nos 
caminhos dos mandamentos de Deus. Assim, isto constrange as almas a viverem para a 
glória de Deus; e faz com que até mesmo aqueles que estavam vagarosos no cuidado, se-
jam fervorosos no espírito, servindo ao Senhor. Nunca houve mais necessidade de ter 
nossos os nossos corações encaminhados no amor de Deus do que agora; quando há uma 
tal negligência do dever entre os professos; não apenas em seus quartos e famílias, mas 
também na igreja de Deus. 
 
4. Isso é muito útil para nos habilitar a lamentar corretamente pelo pecado. Temos grande 
motivo para nos humilharmos diante de Deus, e para lamentar tanto pelos nossos próprios 
pecados e pelos pecados dos outros. Mas nós nunca nos lamentamos mais, nem melhor, 
do que quando impressionados com um senso do amor de Deus. É isso que lança nossa 
humilhação pelo pecado em uma via adequada. Nossa tristeza por isso nunca se eleva; 
nem somos envergonhados por ele, e o ódio por ele cresce, mais do que quando somos 
feitos sensíveis ao pacificador amor de Deus por nós. Veja Ezequiel 16:61-63. Foi um olhar 
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amoroso de Cristo, que levou Pedro a sair e chorar amargamente, depois de tão vergonho-
samente negar o seu Senhor; e foi uma revelação do amor de Cristo para a pobre mulher, 
que produziu aquelas torrentes de lágrimas dos olhos, com as quais ela lavou os pés de 
Cristo, e os enxugou com os cabelos de sua cabeça. 
 
5. Isso é muito útil por habilitar-nos a carregar a cruz de Cristo com alegria; e, talvez, esta 
pode ser a razão pela qual esta outra cláusula é adicionada: e na paciência de Cristo. Isso 
pode intencionar, seja uma paciente espera pelo segundo Advento de Cristo, e é o que a 
nossa versão parece considerar; ou um paciente carregar a cruz por amor de Cristo. As 
palavras no original admitirão ambos os sentidos. É o dever dos santos o suportar todas as 
injúrias e provações, pacientemente, por causa de Cristo; e isso, em imitação dAquele que 
lhes deixou um exemplo. E eles têm grande necessidade de considerá-lO, que suportou 
tamanha oposição dos pecadores contra Si mesmo; para que eles não desfaleçam, e nem 
enfraqueçam em seus espíritos. E não apenas uma consideração da Pessoa de Cristo, mas 
um sentimento do amor de Deus é muito necessário para apoiá-los em dispensações adver-
sas da providência; para que quando eles a tenham, gloriem-se nas tribulações, sabendo 
que esta opera a paciência, e a paciência a experiência, e a experiência a esperança, e a 
esperança não traz confusão, porquanto o amor de Deus está derramado em nossos 
corações pelo Espírito Santo que nos foi dado (Romanos 5:5). Por isso o apóstolo talvez 
cogitou orar, para que os seus corações fossem encaminhados no amor de Deus, a fim de 
que eles pudessem suportar com paciência todas as coisas por amor de Cristo. Assim, 
tendo considerado a natureza do amor de Deus, e lhes demonstrado o que é ser encami-
nhado nele, concluirei tudo com aquelas calorosas petições do apóstolo nos dois últimos 
versículos do capítulo anterior... “E o próprio nosso Senhor Jesus Cristo e nosso Deus e 
Pai, que nos amou, e em graça nos deu uma eterna consolação e boa esperança, console 
os vossos corações, e vos confirme em toda a boa palavra e obra”. 
 
 
 
 
ORE PARA QUE O ESPÍRITO SANTO use este sermão para trazer muitos 
Ao conhecimento salvador de JESUS CRISTO. 
 
 
 
 
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2 Coríntios 4 
 
1
 Por isso, tendo este ministério, segundo a misericórdia que nos foi feita, não desfalecemos; 
2
 Antes, rejeitamos as coisas que por vergonha se ocultam, não andando com astúcia nem 
falsificando a palavra de Deus; e assim nos recomendamos à consciência de todo o homem, 
na presença de Deus, pela manifestação da verdade. 
3
 Mas, se ainda o nosso evangelho está 
encoberto, para os que se perdem está encoberto. 
4
 Nos quais o deus deste século cegou os 
entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória 
de Cristo, que é a imagem de Deus. 
5
 Porque não nos pregamos a nós mesmos, mas a Cristo 
Jesus, o Senhor; e nós mesmos somos vossos servos por amor de Jesus. 
6
 Porque Deus, 
que disse que das trevas resplandecesse a luz, é quem resplandeceu em nossos corações, 
para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Jesus Cristo. 
7
 Temos, porém, 
este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus, e não de nós. 
8
 Em tudo somos atribulados, mas não angustiados; perplexos, mas não desanimados. 
9
 Perseguidos, mas não desamparados; abatidos, mas não destruídos; 
10
 Trazendo sempre 
por toda a parte a mortificação do Senhor Jesus no nosso corpo, para que a vida de Jesus 
se manifeste também nos nossos corpos; 
11
 E assim nós, que vivemos, estamos sempre 
entregues à morte por amor de Jesus, para que a vida de Jesus se manifeste também na 
nossa carne mortal. 
12
 De maneira que em nós opera a morte, mas em vós a vida. 
13
 E temos 
portanto o mesmo espírito de fé, como está escrito: Cri, por isso falei; nós cremos também, 
por isso também falamos. 
14
 Sabendo que o que ressuscitou o Senhor Jesus nos ressuscitará 
também por Jesus, e nos apresentará convosco. 
15
 Porque tudo isto é por amor de vós, para 
que a graça, multiplicada por meio de muitos, faça abundar a ação de graças para glória de 
Deus. 
16
 Por isso não desfalecemos; mas, ainda que o nosso homem exterior se corrompa, o 
interior, contudo, se renova de dia em dia. 
17
 Porque a nossa leve e momentânea tribulação 
produz para nós um peso eterno de glória mui excelente; 
18
 Não atentando nós nas coisas 
que se veem, mas nas que se não veem; porque as que se veem são temporais, e as que se 
não veem são eternas. 
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