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TECNOLOGIA FARMACÊUTICA TECNOLOGIA FARMACÊUTICA TEMA: TINTURAS Facilitador: Eleutério Massingue Tel: +258847182913 & 879782804 e-mail: eleuteriomassingue@gmail.com TEMÁTICA Alcoóleos Soluções alcoólicas simples Introduçao e preparaçao Soluçoes alcoólicas mais correntemente utilizadas Verificação. TINTURAS-HISTORIAL As tinturas foram introduzidas na terapêuticas no séc. XVI por Teofrasto Paracelso (1493‐1541) cujo nome completo era Filipe Teofrasto Bombast Von Hohenheim. Este cientista renovou muitos conhecimentos farmacêuticos e químicos, não se preocupando somente com as teorias médicas. As inturas foram inscritas numa Farmacopéia pela primeira vez no séc. XVII (1666). TINTURAS-CONCEITO As tinturas são soluções extractivas alcoólicas, que se obtém a partir de drogas vegetais, animais e minerais, no estado seco. A tintura pode ser preparada com plantas frescas ou secas, previamente picadas ou trituradas. O procedimento para o preparo de tintura é o mesmo para qualquer parte da planta: raízes, caules, flores ou folhas. TERMINOLOGIA O termo tintura provém de circunstância destas formas galênicas apresentarem‐se coradas, porque sendo soluções extractivas contém princípios dotados de côr (taninos) e vários pigmentos (clorofila, flavonas, quinonas, etc.). VANTAGENS DAS TINTURAS As tinturas são vantajosas pela sua grande riqueza em princípios activos, excelente conservação face às invasões microbianas e a sua facilidade de medição posológica que apresentam. PREPARAÇÃO DAS TINTURAS Para a preparação duma tintura deve‐se ter em atenção o estado do fármaco, a escolha do álcool oe e o método de de graduação convenientextracção a escolher. Geralmente usam‐se as drogas vegetais para a preparação de tinturas. Estas drogas, por vezes podem ser de grande actividade, como as drogas heróicas, o acónito, beladona, coca, cólquico, estrofanto, cânhamo, dedaleira, estramônio, ipeca, lobélia, meimendro, noz‐vómica, ópio, etc. Mas também podem ser pouco activas como o bálsamo de Tolú, arnica, açafrão, etc. CONT.... Poucas vezes as drogas são utilizadas inteiramente sem estarem divididas; as drogas devem ser divididas (cortadas em pequenos tamanhos), de acordo com a natureza dos princípios activos que contenham. A relação entre a quantidade de droga e a de álcool ou de tintura é de 10:100 e 20:100. DISSOLVENTE USADOS O dissolvente habitual mais usado é o álcool de graduação variável entre 30° e 90°. Como norma geral, usa‐se o álcool de baixa graduação para as drogas ricas em substâncias hidrossolúveis como sais de alcalóides, heterosídeos, taninos, flavonas, etc. e deve usar‐se o álcool mais concentrado para as drogas com princípios activos menos hidrossolúveis, como alcalóides base, essências, resinas, bálsamos, etc. Por exemplo, a farmacopéia portuguesa 4. CONT.... A Edição sugere que se preparem: 1°. Com álcool de 65°, as tinturas de drogas secas, pouco activas, como a calumba; 23 2°. Com álcool de 70°, as tinturas de drogas heróicas; 3°. Com álcool de 85°, as tinturas contendo sucos concretos, bálsamos e substâncias resinosas. MÉTODOS DE EXTRACÇÃO Essencialmente usam‐se quatro processos de obtenção de tinturas que são: Maceração Lixiviação Digestão Dissolução do extracto seco correspondente MACERAÇÃO A maceração é o processo mais utilizado para preparar tinturas de drogas não heróicas, devendo macerar‐se 200 g de droga em 1000 g de álcool, durante 10 dias. Recomenda‐se a Lixiviação como processo para obter tinturas de drogas heróicas. LIXIVIAÇÃO A lixiviação é uma das técnicas (processos) mais importantes para a obtenção de soluções extractivas farmacêuticas. Neste processo, lixiviação, submete‐se uma droga pulverizada e macerada (por maceração) préviamente, depois de acondicionada num recipiente cilíndrico, à acção de um solvente que a atravessa em toda a extensão, deslocando‐se de cima para baixo. DIVISÃO DA TÉCNICA LIXIVIAÇÃO A técnica de lixiviação pode dividir‐se em cinco fases distintas: Pulverização Humedecimento do pó Acondicionamento do pó humedecido no lixiviador e adição do solvente Período de maceração Deslocação do solvente, regulada de modo a obter‐se um determinado peso de lixiviador num período de tempo prefixado. NB: O álcool de várias graduações é praticamente o único solvente utilizado na lixiviação, segundo o onto de vista farmacêutico. OUTROS PROCESSOS PARA PREPARAR TINTURAS Um dos métodos mais práticos e pouco demorados para obter tinturas consiste em pulverizar a droga é colocá‐la num balão com 10 vezes o seu peso de álcool de título (graduação) adequado. Aquece‐se a refluxo durante 1 a 3 horas deixa‐se arrefecer, completa‐se com álcool o peso inicial, filtra‐se e trata‐se o marco com álcool fervente, até à obtenção do peso de tintura desejado. ACONDICIONAMENTO As tinturas conservam‐se bem em Frascos de vidro, De rolha esmerilada, e ao abrigo da luz. ALTERAÇÕES Durante a armazenagem, vão sofrendo alterações de várias ordem pela acção da luz, como: precipitações, oxidações, hidrólises e até reacções com os componentes cedidos pelo vidro dos recipientes. As precipitações mais vulgares são as dos tanatos de alcaloídes, silicatos, sais de cálcio e potássio, gomas, resinas e amidos. INCOMPATIBILIDADES As tinturas dispensam‐se puras, misturadas com outras tinturas, ou em forma de poção. Usam‐se também as tinturas para preparação de xaropes (alguns). Nestas circunstâncias podem surgir certas incompatibilidades nas associações de uma tintura com outros produtos, que se traduzem pela formação de precipitados ou de turvações. Há precipitados provenientes da reacção dos taninos com os alcalóides ou apenas por diluição das tinturas com água. CORRECÇÃO DAS INCOPATIBILIDADES Estas incompatibilidades atenuam‐se e eliminam‐se geralmente por Baixar o ph do meio ou Adição de glicerina ou propilenoglicol. EMPREGO DAS TINTURAS As aplicações das tinturas (emprego) são extremamente numerosas, e a sua finalidade terapêutica depende dos princípios activos das drogas usadas na sua preparação. Existem tinturas para o uso interno: Expectorante Anti.sépticas Sedativas Anti-colinérgicas Diuréticas Tonicardácas, eméticas, antimitóticas, etc. CONT.... E há tinturas para uso externo: Anti‐sépticas Anestésicas locais Adstringentes Emolientes, etc. CONT.... Tinturas obtidas por: Maceração: Tintura de açafrão, tintura de alcatrão mineral, anis estrelado, Bálsamo de Tolú, Baunilha, Benjoim, Canela, Casca de Laranja, Coca, cochonilha, cola, Eucalipto, genciana (estimulante do apetite). Lixiviação: Tintura de Beladona, Dedaleira, Ipecacuanha. Dissolução de extractos: Tintura de ópio (analgésico e sedativo; antidiarréico). Tintura de ópio açafroada (analgésico, antiespasmádico, antidiarréico)