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Fitocosméticos e Inovações aols 1 2 3

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Fitocosméticos e Inovações - UNIDADE I 
Querido(a) aluno(a), você está cada vez mais perto de se tornar um(a) 
profissional, portanto, vamos abordar diversos conhecimentos fundamentais 
para o desempenho da sua futura profissão. 
O uso de plantas medicinais para combater enfermidades e melhorar a saúde é 
uma prática antiga, seja por ingestão ou aplicação direta na pele. Os vegetais 
utilizados na dieta e alimentação humana possuem o propósito de melhorar a 
nutrição, saúde e prevenção de determinadas doenças. 
A fitoterapia é uma prática integrativa e complementar do Sistema Único de 
Saúde (SUS) e desde 2006, com a criação da Política Nacional de Plantas 
Medicinais e Fitoterápicos no Brasil, conta com diferentes formas 
farmacêuticas a serem oferecidas aos pacientes. 
Portanto, neste conteúdo, você conhecerá os principais conceitos e histórico 
envolvendo os fitoterápicos, metabolismo vegetal, além de compreender a 
relação entre a fitoterapia, a medicina alternativa e os tratamentos não 
convencionais. 
Sendo assim, você está pronto(a) para embarcar na nossa jornada de estudos? 
Vamos em frente! 
Conhecer os principais conceitos relacionados à fitoterapia. 
Compreender como funciona o metabolismo vegetal. 
Conhecer a relação entre a fitoterapia e a medicina alternativa. 
Identificar a relação da fitoterapia com os tratamentos não 
convencionais. 
 
FITOTERAPIA – CONCEITO, HISTÓRICO, IMPORTÂNCIA E METODOLOGIA DE 
ESTUDOFITOTERAPIA – CONCEITO, HISTÓRICO, IMPORTÂNCIA E METODOLOGIA 
DE ESTUDO 
 
Conceitos 
Para iniciar os estudos e compreensão a respeito da fitoterapia e 
fitocosméticos, é necessário que você se familiarize com alguns conceitos 
principais. 
 
definição : Fitoterapia é a terapêutica que utiliza plantas medicinais em suas 
diferentes formas farmacêuticas, sem a utilização de substâncias ativas 
isoladas, ainda que de origem vegetal. A palavra possui origem grega com a 
junção dos termos phyton (vegetal) e therapeia (tratamento). 
 
A fitoterapia utiliza as plantas medicinais para o desenvolvimento dos 
fitoterápicos e fitocosméticos. Chamam-se fitoterápicos, os produtos obtidos 
das plantas medicinais e seus derivados, com exceção de substâncias isoladas. 
Os fitoterápicos possuem finalidade profilática, curativa ou paliativa. Por isso, 
diversas partes das plantas podem ser utilizadas para a extração dos ativos, 
sejam folhas, flores, sementes, raízes ou cascas. 
Já as plantas medicinais são compreendidas como os vegetais, cultivados ou 
não, utilizados com finalidades terapêuticas. A planta pode estar fresca (in 
natura) ou seca. Quando a planta é seca e triturada, é chamada de droga 
vegetal (JARDIM, 2013). 
No quadro abaixo, você encontrará mais alguns conceitos importantes para 
aprofundar os seus conhecimentos sobre a fitoterapia. 
 
 
 
vc sabia ? Os medicamentos fitoterápicos passam por um controle que verifica 
seus riscos e atesta sua qualidade e estabilidade para uso. Não podem incluir, 
em sua composição, substâncias ativas isoladas ou serem associadas a extratos 
vegetais. 
 
O medicamento fitoterápico pode ser denominado simples ou composto. O 
simples possui apenas uma planta medicinal como ativo, enquanto o 
composto, apresenta mais de uma espécie vegetal em sua elaboração. 
A maneira mais simples e mais usada para utilizar a droga vegetal ou planta 
medicinal é por meio dos chás, que dependem da parte da planta que será 
utilizada. 
Essa extração, caso seja a partir das folhas, flores ou cascas mais macias, é feita 
pelo processo de infusão, onde é utilizada água quente (fervida e depois 
resfriada até os 70°C) sobre a planta fresca ou droga vegetal, após isso, cobre-
se o recipiente, aguardando o líquido esfriar até 50°C para ser filtrado no final. 
Em caso de sachês, deve-se ferver a água, aguardar esfriar até os 70°C e inserir 
o sachê. 
Caso as partes utilizadas sejam galhos, raízes, sementes e cascas mais duras, o 
processo utilizado chama-se decocção e consiste no cozimento com água (até 
o ponto de ebulição), para depois, cobrir o líquido e aguardar o seu 
resfriamento até os 50°C. Por fim, filtrá-lo ou decantá-lo. 
Popularmente, utiliza-se o que chamamos de suco ou sumo, onde as folhas, 
flores e cascas secas são amassadas com uma pequena quantidade de água para 
obter a extração máxima dos ativos presentes na planta (JARDIM, 2013). 
O uso de plantas medicinais é utilizado desde os primórdios e, por isso, a 
sabedoria popular durante séculos transmitiu tais informações. Entretanto, 
nem todas as plantas são inofensivas à saúde e são necessárias constantes 
pesquisas e comprovações científicas das propriedades e efeitos terapêuticos 
dos ativos vegetais. 
A fitoterapia baseada em evidências utiliza bases e comprovações científicas 
referentes ao uso dos medicamentos fitoterápicos e suas diferentes 
preparações para atestar sua atividade e ação farmacológica. Além dos 
conceitos já trabalhados anteriormente, é necessário que você esteja 
familiarizado com outras terminologias utilizadas. 
 
Alopatia 
Uso de medicamentos que causam efeito contrário aos provocados pela doença ou 
patologia. 
 
Farmacovigilância 
Ciência que identifica, avalia, compreende e previne os efeitos adversos. 
 
Homeopatia 
Usa matéria-prima animal, vegetal ou mineral. Utiliza doses diluídas ou doses muito 
pequenas, produzindo sinais semelhantes à da doença. 
 
Preparações extemporâneas 
Preparações para uso imediato. 
 
Sinergia 
Combinação de ativos de uma planta medicinal, possuindo ação mais eficaz do que se 
fossem isolados. 
Xenobiótico 
Compostos diferentes e estranhos ao organismo. 
Vale ressaltar que a fitoterapia de um país ou região está diretamente ligada à 
flora local, por isso, plantas diferentes são utilizadas para a mesma finalidade, 
aumentando a quantidade existente a serem estudadas. 
Nesse sentido, plantas desidratadas e vendidas a granel podem perder parte de 
suas propriedades devido à oxidação e exposição à umidade, ar e luz. Além 
disso, as folhas e flores também podem ser rapidamente deterioradas devido à 
sua sensibilidade. A trituração também pode interferir no potencial 
fitoterápico da planta, uma vez que, quanto mais conservada, mais 
conservados também estarão os ativos. 
Com relação às formas farmacêuticas, os fitoterápicos podem ser encontrados 
de diversas maneiras, para isso, observe o seguinte quadro: 
 
 
 
 
 
 
 
A capacidade terapêutica das plantas está relacionada aos seus princípios 
ativos (normalmente, mais de um ativo presente em cada planta), sendo todas 
potencialmente fitoterápicas. Portanto, é necessário conhecer o modo de ação 
de cada ativo e onde ele pode ser encontrado. 
Assim como os fármacos, os fitoterápicos também podem causar reações 
adversas, sejam elas graves ou não. Portanto, é necessário o uso consciente e 
cuidadoso, ingerindo somente com prescrição médica e a dose correta. 
Histórico 
A fitoterapia é utilizada desde os primórdios pelo homem para a melhora e 
manutenção da saúde, seja por ingestão ou aplicação direta na pele e, por muito 
tempo, foi baseada no conhecimento popular. 
Os primeiros registros dessa técnica são identificados na Índia, com a Medicina 
Ayurvédica, China e Egito antigo, com o uso de extratos utilizados para 
unguentos, emplastros e bálsamos. Na China, desde os anos 3.000 a. C., o 
cultivo de plantas medicinais era conhecido e seus efeitos fisiológicos eram 
observados, o livro do Imperador Amarelo registrou cerca de 365 drogas vegetais. 
Os egípcios ainda utilizavam as plantas para a fabricação de papiro e os óleos 
essenciais no processo de mumificação para proteção do corpo embalsamado 
(AZEVEDO, 2017; GALLINA, 2021). 
Hipócrates, em seu livro Corpus hippocratium, no século 3 a. C., mencionou cerca 
de 257 drogas vegetais, algumas ainda utilizadas atualmente. Portanto, esta 
obra foi uma forte influência nos estudos medicinais das plantas. O botânico 
Teofrasto (372 a. C. – 287 a. C), discípulo de Aristóteles, sistematizoue 
descreveu o uso medicinal de algumas destas drogas, já o médico Dioscórides, 
escreveu o livro Matéria médica, abordando as características terapêuticas de 
500 drogas. Por fim, o médico e filósofo romano de origem grega Galeno (ca. 
129 - ca. 217) denominou os antídotos feitos com plantas preparados por ele de 
preparações galênicas. 
No período das cruzadas, o médico Avicena utilizou métodos de destilação com 
serpentina refrigerada, extraindo um hidrolato (óleo essencial com água) das 
rosas. Os óleos essenciais apresentam registros no século XIII, por Arnold 
Villanova de Bachuone, que utilizava terebentina, ervas maceradas ou 
fermentadas em água, sálvia e alecrim. Entretanto, os óleos não eram 
separados das ervas. 
 
No século XVIII, as plantas passaram a ser divididas de acordo com a 
taxonomia, cujas principais categorias de classificação são: reino, divisão, 
classe, ordem, família, gênero e espécie. 
No Brasil, o primeiro mapa botânico foi feito pelo médico e botânico alemão 
Carl Friedrich Philipp von Martius, mas não continha parte da Amazônia 
devido à falta de acesso à área. No entanto, o desenvolvimento no país contou 
com a união da sabedoria indígena, conhecimentos do povo negro e dos 
portugueses. 
Com o passar dos anos, na década de 1920, a fitoterapia entrou em declínio 
devido ao avanço dos fármacos produzidos pela indústria de medicamentos e, 
por consequência, à desvalorização dos saberes populares. As tecnologias 
desenvolvidas pela indústria farmacêutica e o uso de substâncias sintetizadas 
em laboratórios diminuiu a procura pelos fitoterápicos. 
Diante deste contexto, alguns países proibiram a indicação dos fitoterápicos, 
seja por leigos ou por médicos. Medidas como esta, baseava-se no pensamento 
de que o fármaco sintético seria superior em eficácia e segurança em 
comparação aos fitoterápicos. Entretanto, devido aos diversos efeitos 
colaterais dos fármacos, a população voltou a buscar meios alternativos e mais 
naturais na década de 1960, que perdura até os dias atuais. 
Em 1978, a Organização Mundial de Saúde (OMS), reconheceu, oficialmente, a 
fitoterapia e recomendou a difusão mundial dos conhecimentos necessários 
para utilizá-la e, considerando as plantas medicinais importantes para a 
atenção farmacêutica, estimulou o desenvolvimento de políticas públicas no 
intuito de inserir a medicina complementar e alternativa junto com a 
tradicional nos sistemas de saúde de seus 191 Estados-membros (BRASIL, 
2006). 
Em 1981, a Portaria n.º 212 de 11 de setembro definiu o estudo das plantas 
medicinais como uma das prioridades de investigação em saúde e implantou, 
um ano depois, o Programa de Plantas Medicinais com o objetivo de 
desenvolver terapias complementares com comprovação científica. 
Enquanto isso, a Portaria n.º 6 de 31 de janeiro de 1995, da Agência de 
Vigilância Sanitária (Anvisa), normatizou o registro dos fitoterápicos. 
Já o decreto presidencial n.º 5.813 de 22 de junho de 2006 criou a Política 
Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos. Além disso, no mesmo ano, 
através da Portaria do Ministério da Saúde n.º 971, foi criada a Política Nacional 
de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC), no âmbito do SUS e que 
abrangeu, além da fitoterapia, a medicina tradicional chinesa, a acupuntura, 
homeopatia, termalismo/crenoterapia e medicina antroposófica. 
Atualmente, o SUS possui mais de 300 municípios que oferecem ações e serviços 
de fitoterapia e mais de dez fitoterápicos na Relação Nacional de Medicamentos 
Essenciais (RENAME), que podem ser ofertados na rede pública de saúde. A 
história da fitoterapia no SUS iniciou com a resolução do CIPLAN n.º 8 de 1988, 
que inseriu a prática na atenção básica de saúde. 
Em 1996, no relatório da 10ª Conferência Nacional de Saúde, a prática foi 
recomendada para todo o território nacional pelo sistema de saúde. Com a 
Política Nacional de Medicamentos, em 1998, destacou-se a necessidade de 
incentivar o desenvolvimento científico e tecnológico para estudos 
relacionados à flora, à fauna brasileira e à capacidade terapêutica das plantas 
medicinais. Esta necessidade foi consolidada pela Portaria n.º 3.916 em 1998. 
Em 2006, foi assinado pelo Presidente da República, o decreto n.º 5.813, já 
mencionado anteriormente. Esta legislação, ainda vigente, autoriza 
médicos(as), médicos(as) veterinários(as) (se a planta possuir tal indicação), 
nutricionistas (na forma de infusão, decocção e maceração), 
farmacêuticos(as), biomédicos(as), dentistas, enfermeiros(as), 
fisioterapeutas (de acordo com o campo de atuação) e biólogos(as), desde que 
possuam certificado de curso reconhecido na área específica, como no caso 
do(a) biomédico(a), biólogo(a) e nutricionistas (para demais formas de 
apresentação) (BRASIL, 2006; FIGUEREDO; GURGEL; GURGEL JUNIOR, 2014; 
AZEVEDO, 2017; GALLINA, 2021). 
No Brasil, ainda contamos com o projeto Farmácia Viva, criado pelo Professor 
Dr. Francisco José de Abreu Matos, da Universidade Federal do Ceará (UFC). O 
objetivo do programa é resgatar o uso e o potencial das plantas medicinais, 
realizando o seu cultivo, a sua conservação e utilização. Além disso, também 
foca na produção de plantas que serão dispensadas no SUS com receita médica, 
fruto de parceria entre os municípios e órgãos públicos. 
 
Olá, estudante! Convido você a assistir um vídeo da Drª Andreia Torres falando sobre a 
história da fitoterapia e dos fitoterápicos. 
 
Importância 
O Brasil é um país extremamente rico em flora e fauna, com diversas espécies 
de plantas medicinais, algumas já conhecidas e outras que ainda estão sendo 
estudadas para identificar os seus efeitos no corpo humano. 
Assim, a associação do conhecimento popular com a comprovação científica 
possibilita o uso seguro das propriedades terapêuticas das plantas, que 
produzem, naturalmente, substâncias que favoreçam seu desenvolvimento. 
Os fitoquímicos encontrados possuem ações semelhantes no organismo 
humano e podem apresentar características anti-inflamatórias, protetoras, 
bactericidas, antioxidantes, antifúngicas, antitumorais e estimular o sistema 
imune. 
O uso das plantas medicinais, desde a antiguidade, auxiliou na manutenção da 
saúde e tratamentos da população. Com relação a atenção primária à saúde, 
estima-se que mais de 80% da população utilize plantas ou preparados à base 
de vegetais. 
Em comparação com os medicamentos alopáticos, a fitoterapia utiliza a planta 
e suas partes em quase sua totalidade, com flores, folhas, caules, raízes, bulbos 
e demais estruturas. Já a extração dos ativos realizada pela indústria contempla 
apenas uma pequena parte. 
 
Vale lembrar que é necessário desmistificar o pensamento de que produtos e ervas 
naturais não causam mal à saúde. Existem plantas que, em certas dosagens, ou, em 
conjunto com outras, podem causar efeitos indesejáveis e prejudicar seriamente o 
quadro clínico do(a) usuário(a). 
Além disso, existe a possibilidade de interação medicamentosa se associado a algum 
fármaco sem o devido conhecimento. Por isso, é recomendado o uso apenas de 
fitoterápicos ou plantas medicinais já comprovados e com prescrição médica, uma vez 
que a dose ideal, toxicidade e associação entre ativos estão assegurados. 
 
A fitoterapia pode ser utilizada sozinha para os tratamentos de saúde e como 
adjuvante em alguns tratamentos. Se comparados aos efeitos colaterais dos 
medicamentos alopáticos, os fitoterápicos são considerados isentos. Com o 
estímulo das políticas públicas e a inserção da fitoterapia na atenção primária 
à saúde, ocorreu o aumento da procura pelos(as) usuários(as), aumentando 
sua interação com os(as) profissionais de saúde, além de fomentar a pesquisa 
científica e disseminar as informações acerca dos riscos e uso adequado à 
população e comunidade científica. 
Entre os demais benefícios da fitoterapia, pode-se destacar o baixo custo do 
tratamento, seus efeitos colaterais e o fator de não causar dependência em 
seus(suas) usuários(as). Além disso,inibe o crescimento de células 
cancerígenas, reduz inflamações e oxidação, possui efeito de regulação 
hormonal, estimula o sistema imunológico e auxilia na morte de células 
danificadas (BRASIL, 2006; FIGUEREDO; GURGEL; GURGEL JUNIOR, 2014; 
AZEVEDO, 2017; GALLINA, 2021). 
 
 
De acordo com a Drª Paloma Michelle de Sales Jardim (2013), a seguir, apresentamos 
alguns dos principais cuidados para se ter durante o preparo ou uso dos derivados das 
plantas: 
• ► identificar se a planta que será utilizada está correta, evitando uso de espécies 
erradas; 
• ► verificar se há a presença de fungos ou sujidades antes do preparo; 
• ► verificar se o local de coleta foi adequado; 
• ► evitar recipientes metálicos para o preparo de chás; 
• ► utilizar o chá imediatamente após o preparo; 
• ► evitar o uso do mesmo fitoterápico ou chá por mais de sete dias; 
• ► não utilizar doses maiores que a indicada. 
 
 
Os fitofármacos são utilizados para tratamentos de doenças crônicas, como asma e 
alergias, e alguns medicamentos alopáticos são feitos com extrato das plantas. É o caso 
da aspirina, cujo composto modificado do salgueiro origina o ácido acetilsalicílico. 
 
Caro(a) estudante, para ampliar os seus conhecimentos acerca do que estamos 
estudando, indicamos para você a leitura do artigo intitulado A Política Nacional de 
Plantas Medicinais e Fitoterápicos: construção, perspectivas e desafios, de Climério 
Avelino de Figueredo, Idê Gomes Dantas Gurgel e Garibaldi Dantas Gurgel Junior. Neste 
texto, você encontrará informações sobre a implementação da fitoterapia no SUS e os 
desafios para o seu uso em nosso sistema de saúde. 
 
Metodologia de estudo 
As plantas e algas são estudadas pela botânica, área da biologia. A botânica 
abrange a fisiologia, taxonomia, morfologia, crescimento, reprodução, 
metabolismo, entre outras estruturas do reino plantae e possui diversos ramos 
especializados. 
A botânica pode atuar em nível molecular, genético e bioquímico. As plantas 
recebem sua nomenclatura de acordo com a botânica, sendo constituída por 
dois nomes de origem latina. O primeiro, refere-se ao gênero e o segundo à 
espécie. A nomenclatura dos fitoterápicos segue a farmacopeia, onde se utiliza 
o nome botânico (ou o gênero), com a parte da planta utilizada para a extração 
do ativo. 
 
A farmacopeia é um compêndio que estabelece as exigências mínimas de qualidade, 
pureza e autenticidade dos insumos farmacêuticos, medicamentos e demais produtos 
sujeitos à vigilância sanitária. 
 
No Brasil, a Portaria n.º 212 de 11 de setembro de 1981, do Ministério da Saúde, 
destacou, como prioridade, o estudo e investigação das plantas medicinais em 
saúde. No ano seguinte, foi criado o Programa de Pesquisas em Plantas 
Medicinais cujo objetivo era comprovar cientificamente as ações 
farmacológicas e toxicológicas das plantas, potencialmente medicinais. Para 
isso, seria necessário submetê-las a ensaios pré-clínicos e toxicológicos, da 
mesma maneira que era feito com os fármacos sintéticos. Entre as propostas 
do programa, podemos destacar as principais na seguinte tabela: 
 
Tabela 1 – Propostas do Programa de Pesquisa de Plantas Medicinais. 
Fonte: elaborado pela autora, adaptado de Brasil, 2006. 
A pesquisa foi demandada pelo Ministério da Saúde devido à necessidade de 
subsídio de ações e políticas públicas na área de fitoterapia e plantas 
medicinais. O programa selecionou cerca de 74 espécies para estudo. 
Entretanto, poucos resultados foram divulgados, por conta da falta de recursos 
e infraestrutura para desenvolvimento das pesquisas e projetos (BRASIL, 
2007[LCS1] ). 
 
Atualmente, para que sejam desenvolvidos os ensaios clínicos de fármacos, 
existem quatro questões envolvidas: o tripé de qualidade total no 
desenvolvimento, a produção e controle de medicamentos, os aspectos pré-
clínicos e clínicos e os questionamentos éticos. 
As orientações para ensaios com fitoterápicos têm sido adaptadas. Com isso, 
um dos pontos para a avaliação do fitoterápico é que sua composição química, 
forma de fabricação e controle de qualidade imitem a formulação tradicional e, 
ao contrário dos medicamentos convencionais, os fitoterápicos não 
necessitam ser purificados para que seus constituintes sejam isolados ou 
identificados. Porém, é preciso lembrar que os fitoterápicos são poli-herbáceos 
e podem ser misturados antes da extração ou seus extratos podem ser 
combinados. A análise dos ativos pode ser feita pelo composto de maior teor 
em relação à composição total ou pelo perfil cromatográfico dos ingredientes 
totais (BRASIL, 2008). 
XXII - perfil cromatográfico: padrão cromatográfico de constituintes característicos, 
obtido em condições definidas, que possibilite a identificação da espécie vegetal em 
estudo e a diferenciação de outras espécies (BRASIL, 2014, p. 4). 
XXII - perfil cromatográfico: padrão cromatográfico de constituintes 
característicos, obtido em condições definidas, que possibilite a identificação 
da espécie vegetal em estudo e a diferenciação de outras espécies (BRASIL, 
2014, p. 4). 
Outro ponto a ser observado é a toxicidade, uma vez que, por serem oriundos 
de plantas, podem apresentar contaminação por pesticidas, herbicidas e 
demais contaminações tóxicas. Por isso, esses níveis devem ser considerados 
cuidadosamente. 
Para serem utilizados em humanos e em ensaios clínicos, os fitoterápicos 
devem ser produzidos de acordo com as Boas Práticas de Fabricação (BPF) e 
possuir certificado atualizado. Dessa forma, os estudos e ensaios clínicos com 
fitoterápicos passam por três fases. 
As fases I e II são feitas com um número reduzido de 
participantes e uma rigorosa supervisão médica, além de 
envolverem aspectos como: descrição da planta; 
processamento; armazenamento; validade; teor do princípio 
ativo; excipientes; apresentação farmacêutica; análise dos 
ativos; perfil cromatográfico, entre outros aspectos. 
Já a fase III é executada com um número maior de pacientes, 
sendo feitos antes do registro e do uso geral do fitoterápico. Por 
isso, é necessário realizar os mesmos procedimentos das fases 
I e II de forma mais extensa e com um maior cuidado. Ainda é 
necessário emitir a declaração de que a planta é cultivada de 
acordo com as Boas Práticas de Agricultura ou colhida de 
acordo com as Boas Práticas de Colheita de Planta Nativa, 
informando o lote de referência e o estudo de impacto 
ambiental (BRASIL, 2008). 
 
Caro(a) aluno(a)! Convidamos você a acessar o manual elaborado pelo Ministério da 
Saúde e pela OMS referente às instruções e informações para a realização de ensaios 
clínicos com fitoterápicos. 
CLIQUE AQUI! 
Biotecnologia e fitocosmetologia 
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/fitoterapicos.pdf
A biotecnologia utiliza o conhecimento e diversas práticas em sistemas 
biológicos para obter produtos e serviços, seja por modificação ou criação. Para 
isso, estes agrupam áreas como bioquímica, genética, microbiologia e 
engenharia química. 
Entre as práticas e produtos obtidos estão à cultura celular, fermentação e 
seleção de biomoléculas com efeitos específicos, tais como substâncias 
antiligantes do colágeno, alfa hidroxiácidos menos irritantes, agentes 
reestruturadores, estimulantes lipolíticos e protetores do DNA. 
A indústria cosmética emprega inúmeros ingredientes proveniente de biotecnologia, 
tendo como exemplos corantes como flavonoides e carotenoides, ácidos orgânicos 
como ácido málico, cítrico e lático, biopolímeros como goma xantana e o ácido 
hialurônico e as enzimas, que são proteínas modificadas, como as proteases, amilases 
e lípases (COTTE, 1992 apud EMILIANO; GUIMARÃES; NETZ, 2012, p .12). 
A indústria cosmética emprega inúmeros ingredientes proveniente de 
biotecnologia, tendo como exemplos corantes como flavonoides e 
carotenoides, ácidos orgânicos como ácido málico, cítrico e lático, 
biopolímeros como goma xantana e o ácido hialurônico e as enzimas, que são 
proteínas modificadas, como as proteases, amilasese lípases (COTTE, 1992 
apud EMILIANO; GUIMARÃES; NETZ, 2012, p .12). 
No caso dos fitocosméticos, a biotecnologia usa a tecnologia para aplicar as 
propriedades benéficas dos metabólitos secundários das plantas, que possuem 
a capacidade de auxiliar na renovação, recuperação, restauração da barreira 
protetora e proteção da pele. Os bioativos ricos em vitaminas E, C, polifenóis e 
propriedades antioxidantes são utilizados em cosméticos de 
antienvelhecimento e como ativos fotoprotetores. 
Os estudos são voltados para avaliar as atividades biológicas das plantas, seus 
metabólitos e sua estabilidade preliminar, fundamental para o 
desenvolvimento de cosméticos. O estudo de estabilidade proporciona maior 
conhecimento relacionado a como a formulação irá se comportar sob 
diferentes condições, como alteração de temperatura e umidade, garantindo a 
qualidade e segurança da formulação e seu uso. 
Além dos testes de estabilidade, os aspectos químicos são investigados. Entre 
os diversos métodos de investigação está a triagem fitoquímica, que rastreia 
os principais componentes químicos que compõem o extrato. Este processo é 
feito pelos reagentes de coloração e precipitação que revelam a presença dos 
metabólitos secundários existentes no extrato. Além disso, existe outro teste 
que é a cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE). 
Outros procedimentos realizados pela biotecnologia no desenvolvimento de 
fitocosméticos são os testes in vitro e de compatibilidade com as formulações 
fitocosméticas já produzidas, além da atividade microbiana dos extratos. 
 
 
METABOLISMO VEGETAL 
Vias metabólicas 
O metabolismo vegetal consiste nas reações químicas que ocorrem nas células 
vegetais. As chamadas vias ou rotas metabólicas ocorrem devido à ação de 
enzimas específicas presentes nessas reações, que podem 
ser anabólicas (construção de complexos orgânicos no 
organismo), catabólicas (produzem grande quantidade de ATP (adenosina 
trifosfato) a partir da decomposição/degradação de matéria orgânica) 
e biotransformação (transformação de compostos orgânicos). 
Estas rotas possuem como objetivo obter os nutrientes necessários para a 
célula, como energia, poder redutor e biossíntese de compostos essenciais 
(carboidratos, lipídios e proteínas). 
Os processos metabólicos podem ser divididos em primários e secundários. 
O metabolismo primário compreende os processos que são indispensáveis à 
vida das plantas, possuem grande produção e distribuição universal e são 
idênticos em todas as células vegetais, como crescimento, respiração, 
armazenamento, reprodução e divisão celular. Por isso, este contém os 
processos de fotossíntese, metabolismo de açúcares e lipídios. 
No metabolismo secundário, temos os derivados dos metabólitos primários 
com influência da luz, temperatura e estresses. A produção ocorre em pequena 
escala, apresentando biossíntese de micromoléculas e distribuição restrita e 
específica para alguns gêneros de plantas, como a adaptação ao meio, defesa, 
proteção dos raios ultravioleta (UV) e a atração de polinizadores e dispersores 
de sementes. Alguns são específicos para algumas espécies e existem três 
grupos que fazem parte dos metabólitos 
secundários: terpenos, compostos fenólicos e alcaloides. 
A origem dos metabólitos secundários é o metabolismo da glicose por meio da 
via do ácido chiquímico e acetato. Os principais metabólitos são: 
polissacarídeos; 
ácidos orgânicos; 
terpenóides; 
saponinas; 
alcaloides; 
antraquinonas; 
taninos; 
lignanas; 
flavonoides; 
glicosídeos cardiotônicos; 
cumarinas. 
 
Os compostos mais conhecidos oriundos do metabolismo secundário são a 
cafeína, nicotina, carotenóides, látex, resveratrol, morfina, lignina, 
antocianinas e xantofilas (RAVEN; EVERT; EICHHORN, 2014; TAIZ; ZEIGER, 
2012). 
Respiração 
A respiração das plantas pode ocorrer de maneira aeróbia ou anaeróbia. Nela, 
ocorre a oxidação dos compostos orgânicos para a produção de energia, sendo 
a glicose e sacarose (fotossíntese e quebra do amido) os substratos mais 
comuns, oxidando na presença de oxigênio. 
Na oxidação da sacarose ou glicose, as moléculas são quebradas e os átomos de 
hidrogênio removidos, combinados com o oxigênio, reduzindo-o à água, 
ocorrendo liberação de energia para a produção de ATP. 
Na respiração aeróbia, a molécula de ATP é armazenada e utilizada no 
desenvolvimento e nos demais processos vitais da planta. Em caso de déficit de 
oxigênio, o ATP será produzido por metabolismo anaeróbio. Na respiração 
aeróbia, são produzidas cerca de 36 moléculas de ATP por molécula de glicose, 
enquanto na anaeróbia apenas duas moléculas. 
Para que a respiração ocorra, é necessário que ocorra a glicólise, o ciclo de 
Krebs e a cadeia transportadora de elétrons. Na glicólise, primeira etapa da 
respiração, a glicose é dividida em dois açúcares de três carbonos que, após 
oxidados, são rearranjados para que produzam duas moléculas de piruvato, 
utilizadas no ciclo de Krebs. A glicólise produz poucas moléculas de ATP e 
NADH e não depende diretamente do oxigênio (RAVEN; EVERT; EICHHORN, 
2014; OLIVEIRA, 2015a). 
O ciclo de Krebs ocorre na matriz mitocondrial e é o segundo estágio da 
respiração. Para que ele ocorra, é necessário que as moléculas de piruvato 
produzidas na glicólise sejam transportadas para a mitocôndria, resultando 
em piruvato e OH-. De acordo com o professor Luiz Edson Mota de Oliveira 
(2015b), “a oxidação do piruvato na mitocôndria dá origem a 3 moléculas de 
CO2, e muita da energia livre liberada por estas oxidações é armazenada na 
forma reduzida de NAD+ (4 NADH) e FAD (1 FADH2). Em adição uma molécula 
de ATP é produzida pela fosforilação ao nível de substrato durante o ciclo 
Krebs” (OLIVEIRA, 2015b, s. p.). 
A conversão de NADH (Dinucleótido de Nicotinamida e Adenina) e FADH 
(Dinucleótido de Flavina e Adenina) em ATP necessita de oxigênio e ocorre 
dentro da membrana interna mitocondrial. Para que isso ocorra, a cadeia 
transportadora de elétrons catalisa os fluxos de NADH e FADH para o oxigênio. 
Além deles, existe a via de pentoses, que, embora não gere ATP, auxilia em 
funções importantes do metabolismo celular (RAVEN; EVERT; EICHHORN, 
2014; TAIZ; ZEIGER, 2012; OLIVEIRA, 2015c). 
 
Figura 2 – 
Fotossíntese e respiração celular. 
Fonte: Shutterstock, 2022, GraphicsRF. 
 
Fotossíntese 
Este é o processo em que as plantas e algas convertem energia solar em energia 
química, transformando gás carbônico e água em açúcar e oxigênio. 
O processo ocorre quando a água e os sais minerais são retirados do solo pela 
raiz e conduzidos na planta pela seiva bruta. Quando essas substâncias chegam 
às folhas, a luz solar é absorvida pela clorofila, transformando a energia solar 
em energia química (reação fotoquímica). Essa energia é usada como alimento 
pela planta, sendo conduzida por todas as suas partes, auxiliando também em 
seu crescimento. 
A fotossíntese ocorre nos cloroplastos, presentes, principalmente, nas folhas e 
está dividida em duas fases: a clara (fotoquímica) e a escura (puramente 
química). 
A fase clara ocorre durante o dia, com a presença da luz, que é absorvida nas 
lamelas dos tilacoides dos cloroplastos e a transferência de elétrons por 
fotossistemas. Ainda nessa fase, temos a fosforilação e a fotólise da água 
(RAVEN; EVERT; EICHHORN, 2014; TAIZ; ZEIGER, 2014). 
 
Figura 3 – Estrutura do cloroplasto. 
Fonte: Wikimedia Commons (CC0 1.0). 
1 – Granum. 
2 – Revestimento do cloroplasto. 
3 – Membrana externa. 
4 – Espaço intermembranoso. 
5 – Membrana interna. 
6 – Tilacoide. 
7 – Espaço tilacoide (lúmen). 
8 – Membrana tilacoide. 
9 – Lamela. 
10 – Estroma. 
11 – DNA do cloroplasto. 
12 – Ribossomo. 
13 – Glóbulo de lipídios. 
14 – Grão de amido. 
 
Os fotossistemas contêm bastante pigmento e auxiliam na coleta da energia luminosa e 
possuem transportadores de elétrons e proteínas. Por isso, dividem-se em fotossistema 
I (absorve luz de comprimento de onda 700 nm) e fotossistema II (absorveluz de 
comprimento de onda 680 nm). 
 
A fosforilação ocorre quando o fósforo é adicionado à adenosina difosfato 
(ADP), resultando na formação de ATP. A energia do fóton de luz, ao reagir 
com a clorofila, se energiza e libera elétrons, formando água, ATP e NADHP 
(Fosfato de dinucleótido de nicotinamida e adenina). A fosforilação pode 
ser acíclica (os elétrons liberados pela clorofila vão para outro sistema e produz 
NADH e ATP) ou cíclica (os elétrons retornam para a clorofila e produz apenas 
ATP). 
A fotólise da água ocorre quando a molécula de água é quebrada pela energia 
solar, substituindo os elétrons perdidos no fotossistema II, além de produzir 
oxigênio. O ATP e o NADPH são utilizados na fase escura para a síntese de 
carboidratos a partir do dióxido de carbono. 
Na fase escura ocorre a formação de glicose a partir do dióxido de carbono, 
fixando o carbono. Essa etapa pode ocorrer na presença ou ausência de luz. O 
NADPH e o ATP reduzem o dióxido de carbono a carbono orgânico (Ciclo de 
Calvin). A quebra das moléculas e o ganho de uma molécula de PGAL 
(gliceraldeído 3-fosfato) auxilia na produção de amido e sacarose. 
Similar em funcionamento à fotossíntese e a quimiossíntese não precisam de 
luz, produzindo a matéria orgânica que nutrirá os organismos envolvidos no 
processo, por meio de oxidação de moléculas inorgânicas. Entre elas estão o 
enxofre (S), nitrogênio (N), ferro (Fe), manganês (Mg) e hidrogênio (H). A 
quimiossíntese é realizada por bactérias e arqueobactérias comuns em 
ambientes com pouca luz solar (RAVEN; EVERT; EICHHORN, 2014; TAIZ; 
ZEIGER, 2014). 
 
EXTRAÇÃO DE PRODUTOS NATURAIS 
 
Para serem estudados e inseridos nas formulações cosméticas, os fitoativos 
necessitam ser extraídos corretamente. Entre os métodos convencionais 
utilizados estão a imersão, agitação, Soxhlet, prensagem, destilação com água 
ou vapor. Já as técnicas modernas utilizam extração assistida por ultrassom, 
micro-ondas, pressurização e fluidos supercríticos. 
A extração por imersão utiliza solventes que são misturados com o extrato em 
um sistema com tubo em U, onde ocorre o carregamento de ambos. A 
maceração é um processo de extração realizado em ambiente fechado e em 
temperatura ambiente. O processo pode demorar diversas horas ou dias, onde 
o líquido extrator não é renovado e pode sofrer agitação em reator. O processo 
é feito a frio e a substância é fragmentada e, posteriormente, utiliza-se um 
solvente. 
O método de Soxhlet utiliza solventes para a extração de óleos por meio de 
processos físicos, onde o óleo transferido para o solvente, é recuperado. O 
processo consiste em diversas etapas, onde, em primeiro lugar, a amostra deve 
estar moída no chamado cartucho de Soxhlet, com papel filtro e algodão. 
Após isso, a amostra deve secar em estufa e, posteriormente, em dessecador, 
antes de ser colocada no extrator de Soxhlet, onde será adicionado éter e 
conectado ao condensador. O aquecimento deve ocorrer por um longo período 
(oito horas após o início da fervura). A extração ocorre com o aquecimento do 
solvente no balão pela chapa aquecedora pois, com a ebulição, o vapor alcança 
o condensador se transformando em líquido. Para a extração de óleos, o 
método de Soxhlet pode ser combinado com a prensagem. 
A destilação a vapor utiliza um destilador para que a quebra das moléculas dos 
vegetais feitas pelo vapor favoreça o arrasto dos compostos para o 
condensador, onde o vapor resfriado permite que as fases existentes (água e 
óleo) sejam decantadas. 
A prensa hidráulica é um método de extração a frio e utiliza sementes inteiras, 
cujo suco e óleo serão coletados e, em seguida, o óleo é separado da mistura por 
meio de decantação, destilação fracionada ou centrifugação. 
Os fluidos supercríticos são assim chamados porque são utilizados em 
temperatura e pressão maiores que o ponto crítico. O método tem sido bastante 
utilizado por não deixar resíduo dos fluidos no extrato final e não utilizar 
solventes. 
A extração assistida por ultrassom utiliza a cavitação das ondas ultrassônicas 
para causar a ruptura do tecido vegetal, liberando seus componentes 
intracelulares no solvente. Já a extração assistida por micro-ondas ocorre 
devido ao aquecimento seletivo do aparelho, liberando os extratos, uma vez 
que a água presente no vegetal evapora pelo aquecimento. O método pode ser 
associado com o uso de solventes. 
Por fim, a extração com líquidos pressurizados utiliza a combinação entre 
temperatura e pressão com solventes, possibilitando a permeação dos 
solventes no vegetal e permitindo uma extração mais potente e em larga 
escala. 
 
FITOCOSMÉTICOS: AÇÃO NA PELE, INDICAÇÕES E CONTRAINDICAÇÕES 
 
Fitoativo Ação na pele Indicações Contraindicações 
Alecrim 
Antisséptico, ativa a 
circulação, antioxidante e 
anti-inflamatório. 
Caspa, calvície, acne, 
dermatite e peles oleosas. 
Gestantes, doenças de 
pele, dermatites, 
hipersensibilidade ou 
alergia à planta. 
Aloe vera 
Hidratante, anti-
inflamatória, calmante, 
antiviral, antifúngica, 
antibacteriana, protege 
contra a radiação UV. 
Hidratação, cicatrização e 
pós-exposição solar 
Pessoas com alergia à 
planta ou à 
família Liliaceae. 
Os fitocosméticos são ricos em ativos que auxiliam na recuperação da barreira 
cutânea, antiglicação, antioxidantes e protetores da pele, além disso, alguns 
possuem efeitos hidratantes, umectantes e clareadores. Entretanto, assim 
como todo cosmético, possuem indicações e contraindicações. No quadro 
abaixo, você conhecerá alguns dos principais fitoativos encontrados nos 
fitocosméticos, sua ação na pele, indicações e contraindicações. 
Quadro 3 – Principais fitoativos, ação, indicações e contraindicações. 
Fonte: elaborado pela autora e adaptado de Ruivo, 2012. 
FITOTERAPIA E MEDICINAS ALTERNATIVAS 
 
A fitoterapia já é utilizada pelo homem para o combate de enfermidades e 
demais efeitos terapêuticos no organismo há muito tempo. Diversas 
medicinas alternativas associam seus tratamentos com o uso terapêutico das 
plantas medicinais e fitofármacos. Entre elas, podemos citar a medicina 
integrativa, medicina tradicional chinesa, homeopatia, medicina antroposófica e 
Arnica 
Anti-inflamatória, 
antimicrobiana, 
hidratante, regeneradora 
e cicatrizante. 
Pós-operatórios, 
tratamentos de feridas, 
dores musculares e nas 
articulações, peles 
reativas e pós-exposição 
solar. 
 
Gestantes e 
lactantes, alérgicos 
à planta, crianças 
menores de 12 anos e 
pessoas com problemas 
hepáticos. 
Aveia 
Emoliente, hidratante, 
anti-inflamatória, 
estimula o colágeno. 
Hidratação, revitalização, 
tratamentos para a 
flacidez cutânea, loções 
para uso depois de 
exposição solar, peles e 
cabelos secos e 
tratamentos de caspa. 
Celíacos. 
Calêndula 
Hidratante, anti-
inflamatório, cicatrizante, 
antiedematoso, 
antioxidante e 
antifúngico. 
Feridas, acne, protetores 
solares, assaduras e 
psoríase. 
Grávidas, lactantes, 
crianças e alérgicos à 
planta. 
Camomila 
Calmante, anti-
inflamatória, 
antieritematosa, 
antipruriginosa e 
clareadora. 
Tratamentos de manchas, 
hidratação, peles 
reativas, inflamações. 
Gestantes e alérgicos à 
planta. 
a medicina ayurvédica. Agora, vamos conhecer melhor cada uma dessas 
vertentes. 
 
Medicina integrativa 
A medicina integrativa associa os tratamentos da medicina tradicional com 
práticas alternativas e possui uma abordagem holística do ser humano. Assim, 
o ser possui, além do corpo físico, mente e espírito, sendo necessário 
investigar as patologias e tratá-las como um todo, levando também em 
consideração como o indivíduo se relaciona e interage com o mundo. 
A abordagem reúne profissionais de diversas áreas e formações, como 
homeopatas, psicólogos, nutricionistas, acupunturistas e terapeutas 
ayurvédicos, garantindo a interdisciplinaridade para o cuidado do paciente, 
atuando em conjunto e de maneira sinérgica no corpo, mente, espírito e 
interações. Entre os tratamentosestão inclusos a meditação, o uso de 
fitoterápicos com segurança e eficácia comprovada, além do relaxamento. A 
medicina interativa também promove tratamentos em pacientes oncológicos. 
No Brasil, as Práticas Integrativas e Complementares (PICS) podem ser 
encontradas no SUS ou por convênios médicos (LIMA, 2009). 
 
Medicina tradicional chinesa 
A medicina tradicional chinesa (MTC) é milenar e possui a visão holística do 
indivíduo e de que as patologias devem ser tratadas visando o reequilíbrio 
energético do ser humano (corpo, mente, espírito e interações com o meio). 
Esta medicina é baseada no confucionismo, budismo e taoísmo. Portanto, 
acredita que o processo patológico proporciona uma transformação pessoal no 
enfermo(a). Assim, o(a) paciente necessita passar por mudanças. A 
acupuntura é a técnica mais conhecida, entretanto, a MTC utiliza a fitoterapia, 
massagens, dietas, exercícios, meditação e práticas de respiração (CARVALHO, 
2003; MACIOCIA, 2016). 
A sua base filosófica é formada por cinco teorias principais, como o Qi, Yin-yang, 
teoria dos cinco elementos, Zang Fu e a teoria dos meridianos. O funcionamento 
orgânico possui embasamento nas chamadas substâncias fundamentais, que 
iremos conhecer detalhadamente agora. 
QISHENJINGJIN YEXUE 
Energia presente em todas as coisas, que possui três formas básicas, o Yuang Qi, que 
nasce a partir da fecundação, decresce ao longo da vida; o Yong Qi, proveniente da 
respiração e alimentação; e o Wei Qi, responsável pela imunidade. 
 
Homeopatia 
Este sistema médico de caráter holístico foi desenvolvido por Samuel 
Hahnemann no século XVIII e busca ministrar doses mínimas ou muito 
diluídas do medicamento com objetivo de estimular o organismo, sem 
intoxicação. Baseia-se na chamada Lei dos Semelhantes, mencionada por 
Hipócrates, cujo preceito defende que se uma substância pode provocar 
determinados sintomas em um ser humano sadio, pode curar indivíduos que 
apresentarem os mesmos sintomas decorrentes de alguma patologia. 
Ademais, outro princípio da homeopatia que merece ser mencionado é o da 
experimentação patogenética. Neste método é possível ministrar substâncias 
medicinais em diferentes doses e concentrações em seres sadios com o objetivo 
de identificar/investigar os sinais e sintomas que irão surgir. Com isso, são 
observados sintomas mentais, emocionais, físicos ou funcionais (CAIRO, 
2020). 
 
Medicina antroposófica 
Baseada nos métodos das ciências naturais, trata-se de uma ampliação da 
medicina acadêmica, dividindo a organização física do indivíduo em três 
partes: organização vital (fenômenos físicos como fenômenos 
viventes); organização anímica (fenômenos físicos e vitais que possibilitam a 
consciência) e organização espiritual (individual de pessoa para pessoa). 
Esta medicina foi fundada na Europa, em 1920, por Rudolf Steiner e a sua 
prática considera a relação do homem com a natureza, individualidade e vida 
emocional. Por isso, utiliza medicamentos fitoterápicos, homeopatia e a 
multidisciplinaridade, sendo reconhecida no Brasil, em 1993, pelo Conselho 
Federal de Medicina através do parecer n.º 21. 
Entre seus diferenciais, estão as quatro estruturas essenciais para a construção 
do indivíduo: corpo físico, corpo vital ou etérico, anímico ou astral e 
organização para o eu, agrupando-se em três formas diferentes no sistema 
humano (sistema neurossensorial, rítmico, metabólico e das extremidades). 
Além do uso de medicamentos, a medicina antroposófica utiliza outros 
recursos, como a euritmia curativa (movimentos corporais específicos); 
terapia artística (pintura, modelagem, música, desenho); massagem rítmica e 
quirofonética (terapia baseada na fala) (KIENLE, 2018). 
 
Medicina ayurvédica 
Este é um dos mais antigos sistemas de saúde, que conta com cerca de cinco 
mil anos de existência e trabalha o fortalecimento do corpo e da mente no 
intuito de combater as doenças. Agrega religião, medicina, ciência e filosofia, 
pois acredita que o corpo humano é constituído pelas combinações dos 
elementos, os doshas, que estão classificados em Vata, Pitta e Kapha. O foco da 
Ayurveda é a harmonia entre corpo, mente e alma que, quando 
desequilibrados, favorecem o surgimento das patologias. 
Os tratamentos associam técnicas de massagem, yoga, nutrição, meditação, 
aromaterapia e fitoterapia, entre outras técnicas. Para identificar o problema 
existe o exame físico, análise do histórico de saúde, diagnóstico da língua, 
entre outros (ALBA, 2015). 
 
Estudante, indicamos para você a leitura do artigo intitulado As práticas terapêuticas 
não convencionais nos serviços de saúde: revisão integrativa, das professoras Perola 
Liciane Baptista Cruz e Sueli Fátima Sampaio. A revisão fala sobre a adesão das práticas 
terapêuticas nos tratamentos de saúde. 
 
FITOTERAPIA E TERAPIAS NÃO CONVENCIONAIS 
 
A atenção básica de saúde possui a política de realizar ações voltadas para a 
promoção e proteção da saúde e dos agravos clínicos, diagnóstico, tratamento, 
reabilitação e manutenção. As Práticas Integrativas e Complementares (PICs) 
do SUS auxiliam nos tratamentos complementares e são fatores importantes 
para a mudança do modelo de cuidado, onde o foco seja o bem-estar do 
indivíduo. 
Práticas como a yoga, meditação, acupuntura, reiki, shantala, cromoterapia, 
crenoterapia, hipnoterapia, entre as demais oferecidas pelo SUS, são cada vez 
mais utilizadas em tratamentos de saúde, incluindo pacientes oncológicos, e 
apresentam boa resposta clínica e respaldo científico acerca das terapêuticas 
adotadas. 
A fitoterapia, além de ser umas das PICs, é usada em associação com demais 
terapias, conforme visto no tópico anterior. Os vegetais são utilizados em 
outras terapias não convencionais, que você irá conhecer um pouco nos 
próximos tópicos. 
 
Aromaterapia 
Também milenar, a aromaterapia utiliza os óleos essenciais, extraídos das 
partes de diversas plantas, utilizando-os em variados tipos de tratamentos e 
com aplicação distintas. 
Cabe ressaltar que há indícios do uso destes óleos no processo de mumificação 
no Egito antigo para proteção dos copos do clima severo. Além disso, estes 
óleos são compostos por fenóis, aldeídos, cetonas e álcoois. Eles podem ser 
extraídos por enfloração, destilação e uso de solventes orgânicos. Devido à sua 
alta concentração de ativos, é necessário que sejam diluídos em substâncias 
carreadoras, permitindo o uso de suas propriedades terapêuticas de diversas 
maneiras, seja por inalação, aplicação no ambiente, banhos de imersão, 
compressas e/ou massagens. Atualmente, são usados para compor a 
formulação de diversos fitocosméticos (FERREIRA, 2015). 
 
 
Os óleos essenciais não devem ser aplicados diretamente na pele. É necessário sempre 
os diluir nas substâncias carreadoras. 
 
Óleos vegetais 
Os óleos vegetais são excelentes umectantes e possuem diversas propriedades 
terapêuticas, normalmente eles são associados aos óleos essenciais, 
funcionando como carreadores, ou seja, diluindo-os. 
Os óleos vegetais estão presentes nos fitocosméticos, seja como veículo ou 
ativo, sendo encontrados em máscaras, pomadas, cremes, séruns e tônicos 
capilares. A extração dos óleos vegetais ocorre por prensagem a frio, 
garantindo suas propriedades e características, que vão desde umectantes, 
emolientes, hidratantes, regeneradores, anti-inflamatórios, cicatrizantes, 
entre outras (WOLFRAM, 2000). 
Moxaterapia 
Normalmente, a moxaterapia é associada à acupuntura e está dentro das 
inúmeras práticas realizadas na medicina tradicional chinesa (MTC). A terapia 
da moxa consiste na aplicação direta ou indireta de calor sobre os tecidos com 
o uso de um bastão composto por ervas medicinais, comumente de artemísia. 
Na MTC, o calor auxilia na liberação do fluxo energético acumulado em 
determinados pontos. A terapia pode ser indicada para o auxílio do tratamento 
de ansiedade, dores musculares, artrite reumatóide, fibromialgia, cólicas 
menstruais, constipação estomacal e úlceras.A artemísia é uma planta rica em 
flavonoides e possui propriedades antioxidantes, anti-inflamatórias, 
antiespasmódica e antisséptica (CARVALHO, 2003; MACIOCIA, 2016). 
 
Florais 
Os florais são os extratos de flores silvestres diluídos e essa terapia foi criada 
pelo Dr. Edward Bach, em 1930. Nesta prática, as flores são selecionadas de 
acordo com suas propriedades terapêuticas, pois necessitam atuar nos estados 
emocionais, espirituais, físico e mental. Por isso, são indicados para 
complementar a terapia de pacientes com ansiedade, irritação, medo, 
depressão, raiva, baixa autoestima, entre outros. 
Os florais agem reequilibrando a personalidade e podem ser obtidos por meio 
da fervura das flores em água por cerca de trinta minutos ou pelo chamado 
método do sol, onde as flores ficam expostas ao sol da manhã durante um 
período entre três e quatro horas em um vidro com água mineral. Ao todo, são 
38 florais e são divididos de acordo com as suas categorias. Observe o seguinte 
quadro para conhecer ainda mais acerca dos florais. 
CATEGORIA PLANTA/EFEITO 
Medo 
• Mimulus: medo de coisas conhecidas e timidez. 
• Rock rose: terror e medo paralisante. 
• Cherry plum: medo de perder o controle. 
• Aspen: medo de coisas desconhecidas. 
• Red chestnut: excesso de preocupação pelo bem-estar 
• de seus próximos. 
Insegurança 
• Cerato: falta de confiança nas suas próprias decisões. 
• Scleranthus: dificuldade de escolher. 
• Gentian: desânimo à primeira ou depois de uma contrariedade. 
• Gorse: desespero. 
• Wild oat: dúvidas sobre que direção tomar na vida. 
• Hornbeam: sentimento de cansaço. 
Perda de interesse 
• Clematis: sonhar com o futuro sem trabalhar no presente. 
• Olive: exaustão após esforço mental ou físico. 
• Chestnut bud: incapacidade de aprender com seus próprios 
• erros. 
• Honeysuckle: viver no passado. 
• Wild rose: sensação de andar à deriva, apático(a) e resignado(a). 
• Mustard: tristeza profunda e sem motivo aparente. 
• White chestnut: pensamentos indesejados e incontroláveis, 
• conflitos mentais. 
Solidão 
• Impatiens: impaciência. 
• Water violet: para equilibrar personalidades reservadas e 
• distantes. 
• Heather: excesso de preocupação por si e personalidade egoísta 
Sensibilidade aumentada 
• Agrimony: pensamentos ruins e inquietação interior por 
• trás de uma aparência alegre. 
• Centaury: dificuldade em dizer não. 
• Walnut: proteção de influências indesejadas e em caso de 
• mudança. 
• Holly: ódio, inveja e ciúme. 
Desesperança e 
desespero 
• Oak: suporta além do limite das suas capacidades. 
• Elm: sensação de sobrecarga por excesso de responsabilidade. 
• Larch: falta de confiança. 
• Pine: culpa. 
• Willow: autocomiseração e ressentimento. 
• Sweet chestnut: angústia mental extrema. 
• Crab apple: para limpeza e para o sentimento de autorrejeição. 
• Star of bethlehem: choque e traumas. 
Preocupação 
• Beech: intolerância. 
• Chicory: egoísmo e possessividade. 
• Rock water: autonegação e repressão por rigidez. 
• Vervain: excesso de entusiasmo. 
• Vine: excesso de autoridade, despotismo. 
Quadro 4 – Categorias e ação dos florais. 
Fonte: elaborado pela autora e adaptado de Oliveira, 2020). 
Embora as categorias facilitem a escolha e indicação, é importante salientar 
que cada floral possui ação específica, sendo necessário utilizar somente o 
indicado por um(a) terapeuta habilitado. Os florais podem ser utilizados de três 
maneiras: diluídos em um copo d’água, diluição em frasco conta-
gotas e aplicação direta na língua (OLIVEIRA, 2020). 
 
Pindas 
As pindas podem ser aplicadas com trouxas de tecidos, possuindo em seu 
interior alguns componentes terapêuticos, por exemplo, plantas medicinais, 
óleos essenciais e demais alimentos, como o arroz ou o sal grosso. Essa terapia 
faz parte tanto da MTC quanto da medicina ayurvédica, sendo também usada 
em massagens relaxantes ou terapêuticas. 
As pindas são elaboradas de acordo com o caso clínico do(a) paciente, sendo as 
ervas e óleos essenciais escolhidos exatamente para estabelecer a melhora e o 
bem-estar do indivíduo. Elas podem ser chinesas (sal e ervas) ou sweda (leite, 
arroz e ervas). As pindas são utilizadas tanto em tratamentos corporais quanto 
faciais e podem conter as mais variadas combinações de ervas e óleos 
essenciais, utilizando os óleos vegetais como lubrificante para sua aplicação 
sobre a pele (ALBA, 2015). 
 
Caro(a) aluno(a)! Antes de finalizarmos esse primeiro momento de estudos, 
convidamos você para assistir um vídeo do canal Rãmaga Pro Estética, falando sobre o 
uso das pindas chinesas e demonstrando como utilizá-las nas massagens. 
 
Parabéns, estudante! Em conjunto, concluímos esta etapa! 
As plantas medicinais são utilizadas pelo homem para combater enfermidades e obter 
efeitos terapêuticos desde sempre. O uso das plantas pode modificar de acordo com a 
região, uma vez que o uso dos fitoterápicos está diretamente ligado à flora local. As 
plantas podem ser preparadas de diversas maneiras e possuir formas farmacêuticas 
distintas. 
As vias metabólicas são indispensáveis para que a planta realize os processos 
necessários para sua nutrição, crescimento, desenvolvimento e proteção, possuindo o 
metabolismo primário e o metabolismo secundário. Entre os principais processos 
metabólicos estão a respiração e a fotossíntese. 
No Brasil, a fitoterapia faz parte do Sistema único de Saúde, sendo associada a outras 
práticas integrativas e complementares, devido à versatilidade das plantas e seus 
diversos usos. 
Embora as plantas medicinais possuam propriedades benéficas, é necessária a 
constante investigação para que se comprove tais efeitos, como também a sua 
toxicidade, uma vez que, dependendo da concentração e dose, os efeitos podem ser 
adversos e comprometer a saúde clínica do(a) usuário(a). 
Espero que você tenha conseguido assimilar todo o conteúdo e até a próxima etapa de 
estudos! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fitocosméticos e Inovações - UNIDADE II 
Olá, aluno(a)! 
As plantas medicinais possuem diversas aplicações e propriedades, sendo 
utilizadas não apenas para o desenvolvimento de fitoterápicos. As plantas são 
a base de desenvolvimentos de outros produtos e terapias, como os óleos 
essenciais, óleos vegetais, florais e essências. 
Além disso, as substâncias que as compõem possuem diversos efeitos 
terapêuticos utilizados em terapêuticas e cosméticos para o equilíbrio, 
manutenção e melhora da saúde das pessoas. 
Sendo assim, neste objeto de aprendizagem, você conhecerá os principais 
conceitos e histórico envolvendo a aromaterapia, óleos essenciais e vegetais, 
além de compreender as propriedades terapêuticas dos flavonoides, taninos e 
saponinas. 
Sendo assim, vamos dar início ao nosso conteúdo. 
Bons estudos! 
 
 
 
OBJETIVOS DESSA UNIDADE 
 
Olá, aluno(a)! 
As plantas medicinais possuem diversas aplicações e propriedades, sendo 
utilizadas não apenas para o desenvolvimento de fitoterápicos. As plantas são 
a base de desenvolvimentos de outros produtos e terapias, como os óleos 
essenciais, óleos vegetais, florais e essências. 
Além disso, as substâncias que as compõem possuem diversos efeitos 
terapêuticos utilizados em terapêuticas e cosméticos para o equilíbrio, 
manutenção e melhora da saúde das pessoas. 
Sendo assim, neste objeto de aprendizagem, você conhecerá os principais 
conceitos e histórico envolvendo a aromaterapia, óleos essenciais e vegetais, 
além de compreender as propriedades terapêuticas dos flavonoides, taninos e 
saponinas. 
 
AROMATERAPIA 
 
Principais Conceitos 
Aromaterapia é um ramo da fitoterapia que utiliza os óleos essenciais obtidos das 
plantas e seu aroma com o objetivo de promover a saúde e o bem-estar do corpo, mente 
e emoções, sendo, portanto, uma medicina natural, preventiva, alternativa e curativa, 
entrando no Sistema Único de Saúde brasileiro como Prática Integrativa e 
Complementar no anode 2018, junto com as terapias de florais e a imposição das mãos 
(GRACE, 1999; ULRICH, 2004). A prática foi incluída no SUS e anunciada no 1º Congresso 
Internacional de Práticas Integrativas e Saúde Pública, no Rio de Janeiro (ANDRADE; 
COSTA, 2010). 
Plantas aromáticas são plantas que liberam aroma por meio de suas estruturas 
(talos, folhas, raízes) capazes de provocar sensação agradável ao olfato. A 
percepção dos aromas é variável e depende da sensibilidade da pessoa. As 
chamadas ervas aromáticas são utilizadas na culinária, acentuando o sabor dos 
alimentos, sejam elas frescas, secas ou em pó. 
As plantas aromáticas e os óleos essenciais podem ser utilizados por seus 
aromas, propriedades terapêuticas e sabores. Embora existam aromas 
sintéticos, não há comparação com o natural. 
Aromas são substâncias ou misturas voláteis que ativam os neurônios olfativos 
e o paladar. Os aromas estão ligados ao gosto, odor e sabor das coisas. Por isso, 
são usados para mascarar ou intensificar notas de acordo com a necessidade do 
produto. Os aromas são capazes de ativar o sistema límbico, responsável pelas 
emoções, fazendo com que o cérebro reaja modificando o humor. Um aroma 
pode trazer a lembrança de uma memória afetiva boa, ou não. 
As essências são matérias extraídas de plantas, flores, óleos essenciais, frutas, 
animais e são utilizadas para aromatizar alimentos, cosméticos, produtos de 
limpeza, entre outras coisas. A essência pode ser de origem vegetal, animal ou 
sintetizada 100% em laboratório. Espécies vegetais que possuem aromas e 
perfumes, seus ativos são constituídos basicamente por essências, 
sensibilizando o olfato de maneira agradável, em sua maioria. 
Os óleos essenciais são produtos complexos extraídos das diversas partes das 
plantas medicinais e são amplamente utilizados na aromaterapia, fitoterapia e 
em associação com outras terapêuticas. 
 
O termo aromaterapia foi utilizado pela primeira vez pelo químico René-Maurice de 
Gattefossé, em 1920, e vem da junção das palavras aroma (cheiro, fragrância) e terapia 
(tratamento). Entretanto, o termo passou a ser difundido a partir da década de 1960. 
 
ÓLEOS ESSENCIAIS 
 
Os óleos essenciais (OE) são o produto obtido de qualquer parte da planta. São 
voláteis, complexos, de fácil oxidação quando submetidos à luz e apresentam 
fragrância variável. Entre as famílias das plantas que mais produzem os OE, 
estão a Lauraceae, Myrtaceae, Labiateae, Rutaceae, Umbeliferaceae, além dos 
produtos oriundos do metabolismo secundário das plantas aromáticas 
(ANDREI; DEL COMUNE, 2005; BRITO; RODRIGUES; XAVIER-FILHO, 2013). 
Os óleos essenciais apresentam em sua composição diversos elementos 
orgânicos tais quais o carbono, oxigênio e hidrogênio. A combinação entre os 
elementos propicia a formação de moléculas de cetona, fenóis, óxidos, ésteres, 
aldeídos, álcoois, hidrocarbonetos, compostos orgânicos sulfurados e 
nitrogenados, ácidos orgânicos e terpenos. 
Na tabela abaixo, você conhecerá os grupos funcionais químicos encontrados 
nos OE utilizados na aromaterapia, que lhes conferem as propriedades 
terapêuticas. 
 
Tabela 1: Grupos químicos dos óleos essenciais. 
Fonte: elaborado pela autora e adaptada de Andrei; Del Comune, 2005. 
Os OE apresentam características lipofílicas, sendo solúveis em gorduras e 
álcoois, além de serem bastante concentrados. Embora sejam extraídos de 
qualquer parte das plantas, isso varia de acordo com o OE a ser extraído. Óleos 
como o de hortelã, melaleuca e eucalipto são extraídos das folhas; sândalo e 
canela são extraídos do tronco; limão e laranja, dos frutos, já a camomila, rosa 
e a laranja, são extraídas das flores. 
Histórico da aromaterapia e dos óleos essenciais 
Assim como não é possível definir o momento exato em que a primeira planta 
medicinal ou vegetal foi utilizada para a melhorar a saúde clínica do homem, é 
impossível definir com exatidão quando e como ocorreu o uso do primeiro óleo 
essencial na história. Embora se tenha registros de seu uso na China antiga e 
na medicina Ayurvédica, sabe-se que no período neolítico o homem já 
realizava a extração de óleos dos vegetais, pressionando-os com pedras. O 
manuseio era feito com cuidado devido à toxicidade. 
As ervas eram utilizadas junto com bálsamos para auxiliar nos rituais de 
embalsamamento e cerimônias religiosas, além de sacrifícios. O registro mais 
antigo refere-se aos livros em sânscritos dos Ayurvedas, sendo usados em sua 
medicina há mais de 2000 a. C. Ademais, na China, desde os 3.000 a. C. o 
grande cultivo de plantas medicinais e seu uso nos tratamentos de saúde, como 
ocorreu com o próprio imperador Shen Nung, que teria utilizado várias em seu 
corpo para observar seus efeitos e auxiliar na escrita do livro PEN T’SAO, 
relacionando o uso das plantas como medicamentos. Já O Tratado de Medicina 
Interna, de Huang Di, conhecido como o Imperador Amarelo, houve o registro 
de cerca de 365 drogas vegetais e seu uso aromático. Entre elas, estão 
registradas o ópio e o ginseng. 
Os persas e egípcios conheciam os OE de terebintina (pinheiro) e a resina de 
mastique, o primeiro óleo essencial extraído por destilação a seco. Diversos 
artefatos e vasos contendo OE foram encontrados nas antigas tumbas dos 
faraós, eles além de serem usados em massagens para proteger o corpo contra 
o clima, eram também utilizados nos cadáveres para evitar a sua 
decomposição. Além disso, esses povos antigos tratavam as fraturas com uma 
mistura de plantas e óleos e possuíam o costume de utilizar águas perfumadas 
com ervas aromáticas nos banhos, bem como a utilização da mirra para 
perfumar o corpo, conforme ocorria com a rainha Hatshepsut que a utilizava em 
suas pernas. Já Cleópatra utilizava um perfume de aroma sensual, feito com 
óleos essenciais das flores de henna, açafrão, menta e zimbro. 
Nos rituais com fogueira, era percebido que a fumaça das plantas aromáticas 
queimadas possuía poder de provocar sonolência, revigoramento entre outras 
sensações. Daí se originou a palavra perfume (do latim per fumum) que significa 
“através da fumaça” e que eram usados nos rituais para as divindades. 
Os antigos hebreus faziam o uso do incenso nas consagrações de seus templos 
e nos altares para iniciação de seus sacerdotes, como consta no livro do Êxodo. 
Era utilizado um óleo sagrado composto por mirra, canela e cálamo em óleo de 
oliva. 
Os gregos utilizavam a palavra arômata para incenso, perfume, plantas e 
medicina aromática. Na cidade de Atenas, os seus cidadãos comercializavam 
ervas em forma de óleos e pomadas. Relacionavam os aromas aos deuses e, 
assim como os egípcios, ungiam seus mortos, queimavam incensos e se 
perfumavam. Além disso, os vitoriosos nos jogos olímpicos recebiam uma 
coroa de louro aromático. 
No século VII d. C., o árabe Yakub al-Kindi escreveu O Livro da Destilação e da 
Química do Perfume e nesta obra ele descreveu diversos óleos essenciais e seu 
uso, mesmo os que eram oriundos de outros países, por exemplo, a cânfora. 
Ademais, no período das cruzadas, o médico persa Avicena destilou serpentina 
refrigerada para conseguir extrair o óleo essencial de rosas. A técnica 
possibilitou a extração do hidrolato (água e óleo essencial) e aperfeiçoou o 
processo de destilação. 
Já na Idade Média, a primeira experiência registrada com os óleos essenciais 
foi feita por Arnold Villanova de Bachuone, relacionando alecrim, sálvia e 
terebintina. O processo consistiu na maceração ou fermentação das plantas em 
água devido ao álcool. Nesse período, as ervas aromáticas eram consideradas 
importantes devido à peste, pois acreditava-se que a doença contaminava o ar 
puro. 
 
Devido os procedimentos desenvolvidos por Arnold Villanova de Bachuone não 
conseguirem separar os óleos essenciais ao final do processo, o produto era chamado 
de águas aromáticas. 
 
Em 1551 o médico e botânico alemão Adam Lonicir publicou o Livro das 
ervas (Kräuterbuch), catalogando ervas e óleos de sementes que eram 
conhecidos, comotambém o seu uso medicinal, sendo um marco na prática da 
aromaterapia. 
O padre José de Anchieta, em suas missivas da Companhia de Jesus, em 
Portugal, relatou acerca das plantas comestíveis e medicinais da flora 
brasileira. Entre elas, a Mentha piperita, utilizada pelos indígenas em casos de 
indigestão, reumatismo, doenças nervosas e nevralgias. Mais tarde, em 1639, 
o alemão George Marcgrave e o holandês Guilherme Piso explicaram no 
livro História Natural do Brasil como as plantas medicinais eram utilizadas no 
país, prescritas em sua maioria por pajés e curandeiros, sendo ministradas de 
formas distintas como chás e unguentos. 
Em 1563, foi publicado o livro Líber de distillatione, pelo médico italiano Giovanni 
Battista Della Porta. O objetivo desta obra era especificar a diferença entre óleos 
essenciais e óleos carreadores, além dos métodos de separação usados para 
obter os óleos essenciais das águas aromáticas. 
O botânico herbalista, médico e astrólogo inglês Nicholas Culpeper catalogou 
diversas ervas medicinais e lançou dois livros: The English Physitian e Complete 
Herbal, contendo mais de 300 remédios oriundos de ervas inglesas. 
Os séculos XVI e XVII contaram com a expansão do uso dos OE nas doenças e 
enfermidades. Em 1904, o Dr. Cuthbert Hall comprovou que o óleo essencial do 
eucalipto possuía uma maior concentração e potência que o ativo isolado, o 
eucaliptol. 
Foi em 1920 que a aromaterapia adquiriu sua denominação com o francês 
René-Maurice de Gattefossé. Para amenizar os danos de uma queimadura 
acidental em seu braço, o mergulhou em um recipiente com óleo de lavanda, 
sentindo alívio da dor, resultando em uma cicatrização sem características de 
queimaduras na pele, como hiperemia, bolhas e inflamação. Em 1928, ele 
publicou o livro com as suas pesquisas intitulado Aromatherapy. 
Anos mais tarde, o médico francês Jean Valnet, após ter estudado as pesquisas 
de Gattefossé, publicou o livro Terapias através dos óleos essenciais desenvolvendo 
o primeiro sistema de terapia. Valnet serviu como médico na Segunda Guerra 
Mundial e, ao ficar sem antibióticos, fez uso dos óleos e constatou o poder 
deles, usando-os em desordens médicas e psiquiátricas. Seus alunos Paul 
Belaiche e Jean Claude Lapraz divulgaram a pesquisa do professor e 
descobriram posteriormente que os OE possuem propriedades antivirais, 
antibacterianas, antifúngica e antisséptica, além de serem potentes 
oxigenadores a auxiliarem na condução de nutrientes para as células. 
O médico Godissart, em 1938, utilizou formulações à base de óleos essenciais 
para o tratamento de úlceras faciais, câncer de pele, gangrena e outros tipos 
infecções cutâneas. 
A farmacêutica e bioquímica Marguerite Maury introduziu a técnica e o uso 
dos óleos a serem utilizados na estética e beleza na Inglaterra. Ela foi pioneira 
com relação à visão holística da aromaterapia, criando um método de aplicação 
através da massagem, para a absorção cutânea, de acordo com a personalidade 
de cada indivíduo. 
Assim como a fitoterapia, a aromaterapia entrou em declínio devido aos 
avanços dos fármacos produzidos pela indústria de medicamentos e pelo 
descrédito do saber popular, sendo proibida a sua indicação ou prescrição. 
Devido aos efeitos colaterais da medicina alopática, a fitoterapia e a 
aromaterapia continuam a ser utilizadas até hoje. A fitoterapia foi inserida no 
Sistema Único de Saúde por meio da Portaria n.º 971, de 03 de maio de 2006 e 
a aromaterapia pela Portaria n.º 702, de 21 de março de 2018. 
Extração 
Os óleos essenciais podem ser extraídos de diversas maneiras, como a 
destilação por arraste de vapor de água; hidrodestilação; extração por solvente; 
prensagem; extração com dióxido de carbono supercrítico. 
O processo de destilação é um dos mais efetivos, este método usa os fenômenos 
de vaporização e condensação para liberar os compostos voláteis das plantas e 
possui duas etapas. Na destilação por arraste a vapor, a primeira etapa é a 
geração de vapor em uma caldeira. O vapor força a quebra intermolecular da 
planta e arrasta seus componentes voláteis; a segunda etapa ocorre no 
condensador, onde os vapores são resfriados e liquefeitos para suas fases (óleo 
e água) serem separadas em um decantador. 
 
 
 
Na hidrodestilação, o vegetal está totalmente submerso em água, onde esta 
mistura é também aquecida até a ebulição, ocorrendo a separação das fases, 
com o óleo na parte de cima devido a densidade da água. Por ser um método 
versátil e eficiente, ele é bastante usado nos laboratórios. Contudo, embora 
evite a perda de compostos sensíveis nas temperaturas mais altas, o processo 
é lento e com pouco rendimento. 
 
A enfleurage é um método bastante antigo e lento, portanto, não muito utilizado 
atualmente. Nele, as flores são depositadas em uma camada de gordura 
durante algum tempo para que os óleos sejam absorvidos. Após isso, a gordura 
é tratada com álcool e derretida, para que se tenha o óleo essencial. 
 
A maceração também é um processo lento, onde as flores e folhas dos vegetais 
são esmagadas e, na sequência, colocadas em gordura purificada e inodora ou 
em óleo vegetal quente. Para obter a concentração desejada do óleo, é 
necessário acrescentar mais matéria vegetal e aquecê-lo novamente a uma 
temperatura de 30°C. Neste método, o processo pode demorar até um mês para 
ser concluído. 
A prensagem é comum na região italiana da Sicília, onde esta técnica ainda é 
feita manualmente, espremendo os frutos submersos em água (após várias 
horas) sobre esponjas para absorverem o sumo e os OE. No procedimento com 
as prensas hidráulicas, os frutos cítricos são esmagados, método em que o suco 
e o OE são separados por jatos d’água, devido a emulsão formada pelo processo. 
Após isso, a separação ocorre por decantação, centrifugação e/ou destilação 
fracionada. Além desse procedimento, os óleos cítricos também podem ser 
destilados a vapor. 
A extração por solvente usa uma substância orgânica e apolar (normalmente 
acetona ou derivado de petróleo), possuindo diversas etapas, como a mistura 
do solvente com o material; o aquecimento da mistura até a ebulição, que fará 
o arraste do vapor com solvente até o condensador, onde ocorre o resfriamento 
e a evaporação do solvente para a obtenção do óleo essencial. 
A extração por dióxido de carbono supercrítico é muito utilizada na indústria 
farmacêutica, pois não deixa resíduos na matéria-prima. Trata-se de uma 
tecnologia limpa e benéfica para o meio ambiente, visto que não necessita de 
solventes. O processo consiste no uso do CO2 pressurizado no estado líquido. O 
gás é aquecido e se torna supercrítico, passando pela matéria sólida (o vegetal) 
na câmara de extração. Essa mistura (solvente-soluto) é expandida ao passar 
pela válvula de expansão. Com a redução da temperatura e pressão, o extrato é 
precipitado no coletor. Por fim, o CO2 recircula no sistema até chegar no vaso 
extrator. 
 
A temperatura crítica de um gás é aquela acima da qual ele pode existir em forma de gás. 
A pressão crítica é aquela acima da qual o gás não pode ser liquefeito por resfriamento. 
No CO2 a temperatura crítica é de 31°C e a pressão 7,3 MPa. 
SÓLIDAS 
Destilação (arraste por vapor de água) 
Consiste no uso de um destilador, separando 
substâncias imiscíveis e pouco miscíveis. A 
destilação ocorre devido a diferença de volatilidade 
dos compostos dos OE. Bastante usado por ser 
relativamente barato. 
Destilação (hidrodestilação) 
Método bastante versátil, se diferencia do arraste 
por vapor de água em decorrência da planta se 
encontrar totalmente submersa em água. 
Maceração 
Flores e folhas são esmagadas e colocadas em 
gordura depurada ou óleo vegetal quente. O 
processo se repete até chegar à concentração 
desejada. 
Enfloração ou enfleurage 
Método mais lento e caro, utilizado apenas por 
algumas indústrias. Consiste na absorção dos óleos 
essenciais das flores que possuem pouco 
 OE (laranjeira, jasmim e rosas). Após a absorção,a gordura é tratada com álcool, derretida e filtrada 
para ser destilada em baixa temperatura até que se 
obtenha o óleo essencial. 
Prensagem (expressão) 
Realizada manualmente ou por máquina, consiste 
no esmagamento do fruto. O OE é separado do suco 
por meio de jatos d’água. Utilizado para a extração 
de OE de frutos cítricos. 
 
Na tabela abaixo, um resumo das principais técnicas de extração: 
Tabela 2: Formas farmacêuticas dos fitoterápicos. 
Fonte: elaborado pela autora e adaptada de Silva, 2018; Corrêa; Schotten; Machado, 
2010. 
 
Toxicidade e ação 
Alguns óleos essenciais podem apresentar toxicidade, uma vez que a 
concentração dos OE pode ser setenta vezes mais concentrada que a planta 
utilizada para a obtenção, ou seja, os óleos puros apresentarão toxicidade 
elevada com frequência, por isso, a dosagem recomendada é mínima e usadas 
nas chamadas substâncias carreadoras. Portanto, conhecer o potencial tóxico 
dos óleos é fundamental para a biossegurança nos tratamentos que possuem 
os OE como ativos. Nos óleos, a toxicidade envolve a dose; diluição ou 
quantidade; frequência, forma de utilização e composição. Além disso, é 
recomendado saber a procedência dos vegetais utilizados e seu cultivo, se 
houve contaminação por metais pesados, radiação, poluição e agrotóxicos na 
cultivação. 
Certas dosagens podem acarretar intoxicações ao contato, como sensibilização 
e fotossensibilidade, mais comuns nos OE compostos por álcool cinâmico, 
aldeído, eugenol e bergapteno. A reação pode provocar queimaduras e 
manchas, já em óleos com mentol, tujona e cânfora, as superdosagens podem 
provocar convulsões, além de comprometer os movimentos e reflexos. 
Com relação ao mecanismo e ação, deve-se considerar a toxicidade crônica e 
aguda. A toxicidade crônica está relacionada a propriedades teratogênicas, 
carcinogênicas ou mutagênicas e não há muita literatura referente a isso, 
sendo necessária uma avaliação. Em contrapartida, a toxicidade aguda refere-
se às reações cutâneas, como irritação, sensibilização e fototoxicidade, além 
das reações no sistema nervoso central (convulsões e efeitos psicotrópicos). 
Extração com solvente 
Utiliza um solvente orgânico e apolar para obtenção 
do OE. 
Extração por dióxido de carbono supercrítico 
Utiliza o dióxido de carbono em estado supercrítico 
para obter o OE. 
Vale ressaltar que a inalação prolongada dos OE pode provocar dores de cabeça 
e náuseas, além das alergias. 
Os OE exercem efeitos não apenas no corpo, mas também possuem ação direta 
no cérebro, através do sistema límbico. Quando o óleo adentra o nosso 
organismo (por meio do olfato, pele ou sistema digestório), ele promove uma 
série de reações. Nas vias respiratórias ativam o bulbo e nervos olfativos, 
ligados diretamente com o sistema límbico (sistema nervoso central). É pelo 
sistema respiratório que maior parte dos OE inalados chegam à corrente 
sanguínea, demais órgãos e tecidos. Na aplicação cutânea, o composto é 
absorvido, chegando à corrente sanguínea. No caso da ingestão, os óleos serão 
absorvidos pelo intestino, que irá distribuí-los pelos órgãos e demais tecidos. 
A absorção percutânea dos OE devido ao uso das técnicas de massagem é 
facilitada pelas manobras e uso das substâncias carreadoras. A liberação dos 
ativos contidos nos óleos está relacionada à sua concentração e frequência dos 
movimentos, ou seja, quanto maior o tempo da massagem e frequência dos 
movimentos, maior a taxa de absorção, facilitada em regiões bastante 
vascularizadas e orifícios pilossebáceos. 
Alguns óleos necessitam de cuidado com seu manuseio, como no caso dos óleos 
que possuem em sua composição o salicilato de metila, que causa taquipneia, 
aumento da pressão arterial, excitação e pode levar ao coma. O OE de bétula 
apresenta 98% de concentração de salicilato; o OE de alecrim possui a cânfora, 
cuja neurotoxicidade pode levar a convulsões; o OE de eucalipto contém cineol 
(70 a 85%) e que, a depender da dose, pode causar sonolência (3ml), perda da 
consciência (5ml) ou ser fatal (acima de 5ml). A hortelã-pimenta apresenta 
cerca de 50 a 80% de mentol em sua composição, podendo causar convulsões, 
ataxia e perda de reflexos. 
A Associação brasileira de Aromas e Fragrâncias, ABRIFA, juntamente com 
a International Fragrance Association restringem o uso de alguns OE como 
ingrediente em algumas fragrâncias (perfumes, material de limpeza, 
cosméticos e produtos de higiene pessoal) devido a toxicidade de alguns de 
seus componentes. A Anvisa regulamenta e fiscaliza o uso dos OE no Brasil. 
Nas tabelas abaixo, vocês encontrarão os constituintes químicos dos óleos e 
seus efeitos gerais e seus efeitos na gestação. 
Composto químico Efeito OE 
Álcool cinâmico 
Sensibilização (primeira 
exposição). Reação inflamatória 
grave, dermatite, alergia e 
irritação cutânea (reexposição). 
Canela. 
Aldeído cinâmico ou 
cinamaldeído 
Sensibilizante, alergias e irritação 
cutânea. 
Canela. 
Anetol Ação tóxica e neurotóxica. Erva-doce 
Ylang-ylang 
Antranilato de metil N-metila Fototóxico. Laranja, limão e mandarina. 
Bergapteno 
Fototóxico (restrição à exposição 
solar). 
Bergamota, laranja amarga, limão, 
mandarina e tangerina. 
Cânfora 
Neurotóxico e convulsivante 
(evitar o uso em grávidas, 
epilepsia, asma e uso de 
medicação homeopática). 
Alecrim. 
Citral 
Sensibilizante, alergias e irritação 
cutânea. 
Capim-limão, 
cardamomo, citronela, 
gengibre 
-da-índia, gerânio, laranja 
amarga, laranja doce, 
limão, litsea cubeba, 
mandarina, néroli, rosa. 
Eugenol 
Sensibilizante, alergias e irritação 
cutânea. 
Canela, capim-limão, 
 citronela, cravo, manjericão, rosa, 
Ylang-ylang. 
Farnesol 
Sensibilizante, alergias e irritação 
cutânea. 
Rosa, palmarosa, Ylang-ylang. 
Isoeugenol 
Sensibilizante, alergias e irritação 
cutânea. 
Cravo, rosa, Ylang-ylang. 
Metileugenol Carcinogênico em animais. 
Cenoura, citronela, cravo, 
manjericão e rosa. 
Trans-2-hexanal 
Sensibilizante, alergias e irritação 
cutânea. 
Bergamota, hortelã, 
laranja amarga, limão, 
 mandarina, manjerona, menta 
piperita,sálvia-esclareia, 
tangerina e tomilho. 
Tujona 
Tóxica, neurotóxica, efeito 
psicomimético, alucinogênico, 
epileptizante e convulsivo. 
Artemísia e sálvia. 
Tabela 3: Efeitos dos compostos químicos do OE e sua toxicidade. 
Fonte: elaborado pela autora e adaptada de Matos, 2013. 
Óleos essenciais e seus efeitos na gestação 
OE Composto químico Efeito 
Alecrim (Rosmarinus 
officinalis) 
Cânfora. Neurotóxico. 
Angélica (Angelica 
archangelica) 
Alfa-tujona. Neurotóxico. 
Anis (Pimpinella anisum) Trans-anetol. 
Estragol. 
Efeito semelhante ao do 
hormônio estrógeno. 
Carcinogênico, hepatotóxico. 
Cânfora (Cinnamomum 
camphora) 
 
Cânfora. 
Neurotóxico. 
Erva-doce (Foeniculum vulgare) Trans-anetol. 
Estragol. 
Efeito semelhante ao do hormônio 
estrógeno.Carcinogênico. 
Hissopo (Hyssopus officinalis) Pinocânfora. Neurotóxico. 
Lavandim (Lavandula hybrida) Cânfora. Neurotóxico. 
Lavanda (Spicata lavandula 
latifolia) 
Cânfora. Neurotóxico. 
Melissa (Melissa officinalis) Citral. 
Efeito semelhante ao do hormônio 
estrógeno. 
Noz-moscada (Myristicina 
fragrans) 
Miristicina. 
Elemicina. 
Alucinógeno. 
Alucinógeno 
Sassafrás (Octea pretiosa) Safrol = safrole. Hepatotóxico. 
Salsa (Petroselinum 
sativum = petroselinum 
crispum) 
Apiol. 
Miristicina. 
Elemicina. 
Abortivo. 
Alucinógeno. 
Alucinógeno. 
Sálvia (Salvia officinalis) Alfa-tujona e beta-tujona. 
Cânfora. 
Neurotóxico. 
Neurotóxico. 
Sálvia espanhola (Salvia 
lavandulifolia = Salvia 
lavandulaefolia) 
Acetato de sabinila.Cânfora. 
Abortivo. 
Neurotóxico. 
Tabela 4: Efeitos tóxicos dos OE na gestação. 
Fonte: retirada de Matos, 2013. 
 
Olá, estudante, convidamos você a acessar a monografia de Shirley dos Santos 
Matos, Considerações sobre a inserção do tema “contribuições da Biossegurança na 
graduação em estética e cosmetologia” na Disciplina de

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