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Tranquilização: estado de calma, sem que o paciente perca a consciência. Ainda há percepção do ambiente e manutenção de resposta para os estímulos externos. Sedação: estado de depressão do córtex cerebral, acompanhada de sonolência e relativa indiferença ao ambiente. Há manutenção das funções neurovegetativas. Neuroleptoanalgesia: estado de indiferença ao meio obtido por meio da associação de um neuroléptico (tranquilizante ou sedativo) e um analgésico opioide. Facilita o manejo do paciente; Promoção de analgesia e miorrelaxamento; Sinergismo (associação de fármacos) por potencialização de fármacos indutores anestésicos; Indução suave à anestesia geral; Recuperação da resposta autonômica reflexa; Redução da ansiedade; Redução das doses e de manutenção Redução das secreções aéreas e salivares; Prevenção da bradicardia; Contenção química para acesso venoso; Impedir o segundo estágio da anestesia; Suprimir ou prevenir o vômito e a regurgitação; Diminuir as secreções e a acidez gástrica; Promover indução e recuperação suaves da anestesia; Reduzir efeitos tóxicos dos adjuvantes. FÁRMACOS SITUAÇÕES DE RISCO Atropina Taquicardia, constipação, obstrução Acepromazina Hipotensão, convulsão, TCE, hipotermia Diazepam Cesárea, neonatos Xilazina Doenças cardiovasculares e respiratórias, debilitados, neonatos, idosos, gestantes Opioides Doenças respiratórias, TCE, trauma torácico Bloqueio competitivo dos receptores muscarínicos do sistema parassimpático. Podem ser chamados também de parassimpatolíticos, colinolíticos, vagolíticos e atropínicos. Em doses adequadas não promove alterações no SNC. São utilizados para corrigir bradicardia, promover dilatação pupilar, podem diminuir secreções salivares e aéreas, bloqueando reflexos vagais ou o efeito de agentes parassimpatomiméticos (fármaco que estimula ou imita o SNC) como a xilazina. Ocasionalmente, ocorre uma resposta curiosa aos anticolinérgicos. A bradicardia transitória, algumas vezes com bloqueio cardíaco de segundo grau tipo 1, pode aparecer após a administração do anticolinérgico. Se este último tiver sido administrado para tratar a bradicardia, está poderá piorar de forma transitória antes de ser corrigida. Antes do uso do glicopirrolato, pensava-se que essa resposta era em virtude do fato de a atropina cruzar a BHE. Como o glicopirrolato não atravessa a BE, mas também pode precipitar a bradicardia, foi necessária uma explicação alternativa. A convicção atual é que, com bixas concentrações plasmáticas, os anticolinérgicos atuam como agonistas nos receptores periféricos. Se for dado tempo suficiente para que as concentrações plasmáticas aumentem, ou uma dose adicional do anticolinérgico for administrada, a taxa se elevará. Se uma segunda dose for administrada, em vez de aguardar pacientemente que as concentrações plasmáticas aumentem, em geral o resultado será taquicardia. Como resultado, tentar titular um anticolinérgico em vez de administrar a dose completa pode causar destruição nervosa. Seus principais fármacos são a atropina e o glicopirrolato Doses elevadas de atropina ou escopolamina podem promover algum grau de sedação, por serem permeáveis à barreira hematoencefálica (não ocorre no glicopirrolato). São empregados em situações que necessitam do bloquei parassimpático. Agente anticolinérgico = bloqueia os efeitos da acetilcolina nos receptores muscarínicos. - Dose: 0,02 a 0,04 mg/kg - ADM: IV OU IM * SC (retarda e pode ser ineficaz) - Também pode ser intratraquel, usando o dobro ou triplo da dose IV - Período de latência: 1 a 5 min - Período de ação: entre 15 /30 min até 1h - Lipossolúvel - Metabolizada por hidrólise nos cães - Em gatos esterases (enzimas) hepáticas e renais auxiliam na depuração plasmática - Rapidamente eliminada - A metabolização hepática e responsável por 50% da eliminação e o restante é excretado inalterado na urina. - Em coelhos é inativada facilmente, tendo que mudar a dosagem para 1 a 2mg/kg com tempo de ação de 10 a 15 min - Usada para reverter bradicardia ou reanimação, bloqueando o sistema parassimpático - Utilizada para reversão farmacológica dos miorrelaxamentos de ação periférica, em associação com neostigmina (bloqueia acetilcolinesterase) - Efeitos de bradicardia paradoxal podem ocorrer com doses entre 0,01 e 0,02 mg/kg IV, para reverter é só administrar a dosagem de 0,02 mg/kg IV - É comum administrar atropina antes de um agonista alfa- 2adrenérgico para evitar bradicardia. Porém, esse uso promove aumento da pressão arterial a níveis potencialmente deletérios para o paciente, taquicardia que promoverá a diminuição do preenchimento sistólico e aumento do consumo de O2 pelo miocárdio - No sistema respiratório causa miorrelaxamento da musculatura lisa, o que facilita a respiração em casos broncospasmo ou agrava em quadros de hipoxemia pelo aumento do espaço morto - A ação parassimpatolítica promove diminuição das secreções e motilidade intestinal - Diminuição da formação de saliva - Causa timpanismo (acumulo de gases) em ruminantes e Hipomotilidade prolongada em equinos e cólica - O uso de atropina é contraindicado em grandes animais - Ela também causa redução na produção lacrimal e midríase (dilatação da pupila) em mamíferos - Usado também para intoxicação por organofosforados e por overdose de agentes colinérgicos. (0,2 a 2mg/kg) - Contraindicação: pacientes com glaucoma, hipersensibilidade às drogas anticolinérgicas, taquicardia secundária, insuficiência cardíaca, isquemia miocárdica (diminuição da passagem de sangue pelas artérias coronárias), obstrução gastrintestinal, colite ulcerativa severa e miastenia grave (comunicação entre os nervos e os músculos é afetada, causando fraqueza muscular, ocorre devido a disfunção do sistema imunológico). - Usado com cuidado: paciente com suspeita de infecção gastrintestinal ou diminuição hepática ou renal, pacientes geriátricos ou pediátricos, com hipertireoidismo, hipertensão, hipertrofia prostática ou refluxo gastroesofágico. - Efeitos adversos: em altas doses pode ocorrer taquicardia e em baixas doses pode causar bradicardia. Pode ocasionar parada cardíaca. Pode ocasionar contração ventricular, boca seca, constipação, vômitos, sede, hesitação urinária, estimulação do SNC, sonolência, ataxia. Pode ocorrer também depressão respiratória e hipotensão. - Atravessa a barreira placentária, pode passar para o leite. - Superdose: convulsão, depressão e coque circulatório, hipotensão, seguida de insuficiência respiratória, paralisia, coma e óbito. - Efeito com outros medicamentos: 1. Adrenalina: sinergismo/antagonismo, contraria a bradicardia reflexa induzida pela adrenalina e potência o efeito vasopressor dela. 2. Amantadina: aumenta as reações adversas e anticolinérgicas, toxicidade sinérgica e efeito farmacológico aditivo. 3. Anticolinérgicos: sinergismos, efeito terapêutico da atropina aumenta. 4. Antidepressivos tricíclicos: sinergismos, efeito terapêutico do antidepressivo aumenta. 5. Anti-histamínicos: sinergismo, efeito do anti-histamínico aumenta. 6. Atenolol: sinergismo, efeito terapêutico do atenolol aumenta, diminuição da motilidade gastrointestinal leva ao aumento do tempo de permanência do atenolol no estômago, aumentando sua dissolução e biodisponibilidade. 7. Cetoconazol: antagonismo, efeito terapêutico do cetoconazol diminui, diminui a absorção de cetoconazol, administrar com um intervalo de pelo menos duas horas. 8. Ciclopropano: arritmia ventricular, evitar uso. 9. Cloreto de potássio: antagonismo, efeito terapêutico do cloreto de potássio diminui, a atropina diminui a motilidade gastrointestinal, retardando a passagem do cloreto de potássio pelo trato gastrointestinal, evitar uso. 10. Cloridrato de prometazina: antagonismo, efeitoterapêutico do cloridrato diminui, efeito antagonista via direta no SNC, aceleração do metabolismo intestinal, evitar uso. 11. Clorpromazina: antagonismo, efeito terapêutico da clorpromazina diminui, aceleração do metabolismo intestinal, administrar com intervalo mínimo de 2 horas. 12. Fenotiazina: antagonismo, efeito terapêutico da fenotiazina diminui, aceleração do metabolismo intestinal da fenotiazina, além de antagonizar os efeitos por vias diretas do SNC, evitar uso. 13. Pralidoxima: sinergismo, efeito terapêutico da atropina aumenta. - 4 vezes mais potente que a atropina - Pouco lipossolúvel, o que dificulta a difusão por barreiras orgânicas - Latência maior que a atropina - O tempo de início é de 2 a 3m - O tempo de ação é cerca de 1 hora - Dose: 0,005 mg/kg a 0,01 mg/kg (cães e gatos) e 0,0025 a 0,005mg/kg (equinos) - Vias: IM, IV, SC - Excretado na urina, maior valor inalterado - Contraindicado em pacientes com glaucoma, íleo intestinal, gastroparesia e taquicardia - Interação com outros fármacos: 1. Antiácidos: agonista, efeito terapêutico do glicopirrolato diminui, intervalo de 2h entre eles. 2. Outro anticolinérgico: sinergismo, potencializa ambos os fármacos, evitar uso. - Aumento da frequência cardíaca, diminuição das secreções, secura das mucosas, diminuição da motilidade do TGI e pupilas dilatadas. - Pode ser esperado com o uso do glicopirrolato xerostomia, disfagia, retenção urinária, excitação, ataxia, convulsões, fotofobia, deficiência visual, hipertensão e colapso circulatório. Barreira hematoencefálica (BHE): é formada por células endoteliais alinhadas com os capilares, que criam uma barreira entre o sangue circulante e o tecido nervoso. Esta membrana é uma estrutura que impede ou dificulta que certas substâncias prejudiciais atinjam o sistema nervoso central (SNC) e o líquido cefalorraquidiano, permitindo a entrada de moléculas essenciais. A barreira hematoencefálica serve como uma peneira ou filtro através do qual apenas moléculas de um determinado tamanho ou menor podem penetrar. A capacidade da barreira hematoencefálica de restringir severamente a entrada de determinados compostos evita o acesso direto ao cérebro e ao sistema nervoso. Ansiolíticos (ansiedade) Ativação dos receptores gabaérgicos, com isso facilita a ação do neurotransmissor ácido gama- aminobutírico (GABA), promovendo inibição do sistema reticular e consequentemente depressão do SNC e efeito anticonvulsivante. Seu efeito é mínimo nos mamíferos (menos os primatas). São usados na MPA pelo seu efeito miorrelaxante e potencializador de agentes anestésicos. Não tem efeito analgésico sozinho. Principais fármacos desse grupo são: midazolam e Diazepam. O zolazepam é comercializado apenas em associação à tiletamina, um anestésico dissociativo e é por isso que não usamos na MPA. O midazolam e o Diazepam promovem efeitos similares. A administração dos benzodiazepínicos como único fármaco da MPA não é recomendada, pois causa excitação. https://www.ecycle.com.br/8202-doacao-de-sangue.html https://www.ecycle.com.br/9179-cerebro.html A vantagem de usar eles na MPA é que promovem mínimas alterações cardiovasculares e respiratórias. Na dose adequada não se observa bradicardia, hipotensão nem depressão ventilatória. Tendem a diminuir a CAM (concentração alveolar mínima) dos anestésicos inalatórios. O flumazenil (10 a 20mg/kg IV) é o antagonista específico dos benzodiazepínicos. Os benzodiazepínicos atravessam facilmente a barreira placentária, causando depressão fetal/neonatal, é nesses casos que costumam usar seu antagonista. Os benzodiazepínicos são indicados para reduzir a agressividade, promover miorrelaxamento de ação central, atuar como anticonvulsivante, e, associados ou não a tranquilizantes maiores (fenotiazínicos) ou agentes anestésicos (cetamina, propofol, etomidato), são usados na pré-anestesia e na indução. Essas associações permitem redução de até 50% das doses dos fármacos anestésicos, diminuindo as possibilidades de efeitos adversos - O Diazepam é lipídico, não sendo miscível em meio aquoso, de pH baixo, por conter propilenoglicol sua administração por via IM e IV causa dor. Deve-se evitar a via IV pois promove hipotensão, hemólise e arritmia. - Tempo de início: até 5 minutos - Tempo de ação: mais que o midazolam - Vias: IM, IV, oral. - O que prolonga os efeitos do Diazepam são suas biotransformações (oxazepam e nordiazepam) podendo permanecer 24 h. - Dose: 0,2 e 0,5mg/kg (cães, gatos e suínos) e 0,1 a 0,2mg/kg IV (grandes animais). - Pode chegar à dose até 2mg/kg IV, retal ou oral. - Em ratos e aves doses de 1 a 2 mg/kg funcionam para sedação por via nasal. - Pouco deprime a ventilação e o débito cardíaco, exceto no gato, quanto administrado por via IV, pode promover depressão respiratória. - Não altera a pressão arterial. - Facilmente absorvido pelo rato gastrointestinal e é metabolizado por enzimas microssomais hepáticas. - Não é recomendado diluir com outros fármacos, pois pode produzir emulsão de partículas pequenas. - Sua receita é azul ou B. - Usar com cautela em animais com insuficiência hepática ou pulmonar. - Efeitos adversos: ataxia, agitação e excitação, quando administrados em animais com estado de alerta normal. Alguns outros sinais são: sonolência, irritabilidade, incoordenação motora. - Não deve ser usado em gestantes, lactantes ou de reprodução. - Superdosagem: arreflexia, apneia, hipotensão arterial, depressão cardiorrespiratória e coma. - Para controle de convulsões: 3 a 4 vezes/dia. 1 a 4mg/kg (cães) e 2 a 5mg/kg (gatos). - Para controle de estado epilético: depois da primeira aplicação, podem ser feitas mais 4 ou 5 com intervalos de 15 a 30 minutos entre elas, caso seja necessário. 0,5 a 1mg/kg (cães e gatos). - Evitar associação com: 1. Buprenorfina (depressão respiratória prolongada) 2. Cloridrato de atipamezol 3. Maropitant (diminui o efeito devido a competição pelos canais de cálcio) 4. Melatonina (aumento dos efeitos sedativos dos benzodiazepínicos) 5. Metadona (depressão respiratória) - Associação: 1. Cimetidina (aumenta o efeito do diazepam, pois a cimetidina inibe as enzimas do metabolismo oxidativo dele) 2. Cisaprida (inicio de ação mais rápido, o aumento da motilidade gastrointestinal causado pela cisaprida leva ao aumento da velocidade de absorção do diazepam. 3. Fentanil (aumenta o efeito terapêutico do fentanil) 4. Hidróxido de alumínio (efeito demorado do benzodiazepínico) 5. Levodopa (efeito diminuído da levodopa) 6. Mirtazapina (aumente o efeito sedativo dos benzodiazepínicos) 7. Teofilina (diminui os efeitos sedativos do Diazepam, pois tem ligação competitiva aos receptores cerebrais de adenosina. -O midazolam tem formula aquosa, podendo ser administrado via IM ou IV. - Tempo de início: até 5 minutos. - Tempo de ação: 2 h - Dose: 0,2 e 0,5mg/kg (cães, gatos e suínos) e 0,1 a 0,2mg/kg (grandes animais). 0,05 a 0,1mg/kg (equinos). - Dose vetsmart: 0,1 a 0,3mg/kg (cães), 0,05 a 0,1 (gatos) e associado com cetamia (3mg/kg) a dose de midazolam é 0,3 a 0,6mg/kg/h - Meia vida: 1,3h a 2,2h (menor que o Diazepam) - Em ratos e aves doses de 1 a 2 mg/kg funcionam para sedação por via nasal. - Metabolizado por enzimas hepáticas. - Causa efeitos cardiovasculares, como a diminuição da frequência cardíaca e do débito cardíaco, de ordem de 20% em doses usuais. - Tem ação hipnoindutora anestésica, miorrelaxamento e ação anticonvulsivante - A receita azul ou B. - Usar com cautela em animais com insuficiência hepática ou pulmonar. - As demais características são iguais ao do diazepam. Composto principalmente pela acepromazina, o medicamento mais utilizado na MPA em veterinária. E por clorpromazina e levomepromazina também.Causa tranquilização por bloqueio das vias dopaminérgicas, catecolaminérgicas e histaminérgicas. Não é muito vantajoso seu uso em gatos devido ao efeito depressor, podendo deixar o animal mais agitado. Caso precise ser usado, conjugar com neuroleptoanalgésicos. - Eficaz para contenção, manobras ambulatórias, viagens e situações de estresse. - Dose: 0,03 a 0,05mg/kg (cães), duração de tranaquilização de 30m a 6h. - Preferencialmente via IM para minimizar os impactos nos parâmetros fisiológicos. - Dose de 0,02 a 0,03mg/kg para braquiocefálicos. - Superdosagem: rigidez muscular, excitação e convulsões. - Dose em grandes animais: 0,03 a 0,1mg/kg IM ou IV. O período de latência de até 30m, com pico entre 60 a 90m e período de ação de 4 a 6h. - Utilizado com MPA para agonista alfa- 2adrenérgico. - Pode causar exposição peniana prolongada em equinos. Pois ocorre relaxamento do músculo retrator do pênis, que apresenta inervação adrenérgica. Pode durar até 10h. São fármacos neurolépticos (tranquilizante) com efeito depressor menos marcante que os fenotiazínicos. Usados muito em animais em situações de estresse por confinamento ou translocação. Os fármacos mais usados são a azaperona, droperidol e haloperidol. - Curta duração - Promove tranquilização e relaxamento muscular, sem efeito analgésico - Semelhante aos fenotiazínicos, promovendo bloqueio de receptores dopaminérgicos no SNC, reduzindo assim a neurotransmissão de dopamina. - Dose: entre 0,5 a 1mg/kg IM, utilizadas contra estresse de animais selvagens, mas também pode ser usado em ruminantes, domésticos e suínos. - Não causa depressão cardiovascular e nem respiratória. - O efeito pode durar até 6h. - Associação com agonistas alfa-2adrenérgicos e/ou opioides intensificam o efeito depressor no SNC. Ação analgésica A associação de opioides e neurolépticos, denominada neuroleptoanalgesia é clássico na MPA. Derivado da morfina Atua nos receptores mi, kappa e delta. Localizados principalmente no SNC, mas também em tecidos como estômago, intestino, fígado, rins, pulmões, baço, útero, ovários, testículos e tecido sinovial. Causa alterações cardiovasculares, pulmonares, digestórias. São divididos em agonistas totais, agonistas parciais, agonistas-antagonistas e antagonistas. Tem dose-dependente os antagonistas totais, quanto maior a dose, maior seus efeitos. Fármacos agonistas totais: morfina, metadona, meperidina, fentanila, alfentanila, sufentanila e remifentanila. Os antagonistas parciais tem efeito teto, a partir de determinada dose não há aumento na intensidade dos efeitos. O fármaco desse grupo é o buprenorfina e o tramadol (ele também atua em outras vias além dos receptores opioides). Os antagonistas-antagonistas podem reverter alguns efeitos dos opoides agonistas totais. Os fármacos são o butorfanol e a nalbufina. Tem alta atividade nos receptores kappa e efeito antagonista nos receptores mi. - Elevada afinidade aos receptores mi, kappa e beta, mas o maior efeito se dá aos receptores mi - Deve-se evitar IV, pois causa liberação de histamina, hipotensão, êmese e excitação. - Preferir via IM na MPA, pois a absorção é rápida e os efeitos indesejáveis são mínimos. - Período de latência de até 15m - Via SC pode ser usada, só é mais lenta do que a IM - Via oral não é efetiva - Dose: 0,2 a 1mg/kg (cães) promove analgesia dose dependente por 2 a 4h - Em gatos a dose é de 0,1 a 0,2mg/kg, pois o volume de distribuição é menor neles - Em equinos dose de 0,1mg/kg associada a um agonista akfa-2 adrenérgico - Promove hipomotilidade (considera em equinos e ruminantes) - Sintético e altamente lipossolúvel, com elevada afinidade pelos receptores mi - Curto período de latência e ação - São usados mais para infusão continuas durante a anestesia do que na MPA - Mais potente que a morfina - Deve-se evitar em grandes animais por diminuir a motilidade intestinal, causando atonia ruminal e íleo adinâmico, excitação nos equinos. - Dose: 1 a 5mg/kg doses repetidas e 0,4 a 0,7mg/kg infusão contínua em cães e gatos - Em pequenos animais pode administrar pelas vias IV ou IM, evitando a SC pois a absorção é mais lenta e curto período de ação devido a tardia absorção. - Período de ação curto 20 a 3om - Promove analgesia intensa, depressão ventilatória discreto, não promove náuseas ou êmese. - Caso seja administrada com associação neuroleptoanalgésica observa-se intensa sedação e depressão ventilatória moderada. - Costuma ser usada em situações ambulatoriais, em bolus intermitentes ou infusão contínua - Altamente lipossolúvel - Há efeito acumulativo ao longo do tempo, por isso as infusões contínuas devem ser limitadas a até 2h - Para infusões contínuas melhor usar alfentanila e remifentanila que tem período de ação de até 5h - Tem 10% da potência de morfina - A dose varia entre 3 a 5mg/kg para promover algum grau de analgesia em cães e gatos - Sua ação dura no máximo 2h no cão - Inadequado para gatos - Alterações cardiovasculares mais intensas que a morfina, com liberação de histamina, hipotensão e inotropismo negativo, principalmente após administração por via intravenosa (contraindicada) - Causa ataxia (desordem de movimento) e excitação em grandes animais - Uma dose de 1mg/kg IV em equinos promove excitação e pode reverter a sedação obtida com a detomidina ou acepromazina - Reações violentas, taquicardia ventricular e até choque anafilático com o uso de fármacos em equinos - Os efeitos excitatórios também foram vistos em ruminantes e até doses elevadas (20mg/kg) não promovem analgesia consistente. - Promove analgesia por ação agonista nos receptores mi e tem potência similar à morfina - Atua como antagonista dos receptores N-metil-D- aspartato (NMDA), tornando bom em tratamento para dor crônica - Dose: 0,3 a 0,5mg/kg em cães e suínos - Dose: 0,2 a 0,3mg/kg em gatos - Dose: 0,2mg/kg em equinos - Período de ação 2 a 6h - Período de latência: até 10m via IV - Não faz sedação com seu uso isolado - Pode causar disforia, excitação e taquipneia - Associação com neuroleptoanalgésicas como acepromazina ou agonistas alfa-2 adrenérgicos leva a sedação intensa, maior que a morfina - Em cães relatou-se bradicardia e hipotensão - Agonista parcial de receptores mi - Efeito teto - Analgesia inferior a morfina - Dose: 5 a 20mg/kg IM ou IV - Período de latência de até 30 m - Período de ação 12h - Não administrar SC ou VO pois irá prolongar o período de latência - Evitar a associação com ouro agonista total, pois se não o efeito será comprometido pela ligação prolongada da buprenorfina aos receptores MI - Seu uso isolado não promove alterações cardiovasculares em cães e gatos - Em equinos é melhor usar a dose de 5mg/kg pois se a dose for maior levará a moderada excitação, momentos repetitivos da cabeça, trocas de apios dos membros, aumento da atividade locomotora e dos parâmetros hemodinâmicos, taquicardia, hipertensão, elevação do débito cardíaco e hipomotilidade intestinal. - Agonista de ação parcial - Baixa afinidade nos receptores mi, kappa e delta - Dose: 1 a 2mg/kg IM ou IV e entre 5 a 10mg/kg VO (cães e gastos) - Praticamente não fornecem alteração cardiovasculares, tem efeito depressor mínimo no SNC - Promove pouco sinergismo com tranquilizantes e sedativos - O uso do tramadol em equinos é inadequado - Sintético - 5 a 10 vezes mais potente do que a morfina, mas sua analgesia é menor quando comparado a doses equipotentes - Agonista de receptores kappa e antagonista de receptores Mi - Tem menor atuação na motilidade intestinal - Apresenta efeito-teto - A administração IM promove absorção rápida, com início de ação de 5m - Dose: 0,15 a 0,3mg/kg (cães e gatos) - Dose: 0,1mg/kg IV(equinos), com tempo de ação de 3h, doses superiores a o,2mg/kg IV promovem excitação, com aumento da atividade locomotora, movimentos estereotipados da cabeça, tremores e trocas de apoio. Esses efeitos podem ser controlados se associados a neuroleptoanalgésicos. - Antagonista total em todos os receptores opioides - Apresenta elevada afinidade aos receptores MI, KAPPA e Delta, mas sem atividade intrínseca (habilidade de produzir resposta máxima funcional) - Muito usado para reverter casos de excitação causados por outro opioide ou sedação intensa - Passa para o feto - Dose para reverter efeitos excitatórios ou de depressão respiratória: 1 a 5mg/kg via IM ou IV - Período de ação: 2h
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