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Anotações linguagem e comunicação juridica

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AULA 1 – 17/08/2021 – apresentação do curso
Aula 2 - Argumentação em Aristóteles 
Aristóteles (filósofo grego – 384 a.C – 322 a.C) se dedicou em vários campos do saber, sendo um deles o discurso. Ele rebate conceitos anteriormente produzidos sobre a retórica, já que tratavam somente dos efeitos exteriores da retórica.
=define retórica como “a capacidade de descobrir o que é adequado a cada caso com o fim de persuadir”. Complementa que um discurso é persuasivo “quando mostramos a verdade ou o que parece verdade, a partir do que é persuasivo em cada caso particular”.
O percursor da organização e esquematização da retórica, afirma que é preciso conhecer sobre o que vai se falar e assim ter todos os argumentos disponíveis.
A argumentação passa por quatro fases para a sua completa construção, sendo: 
· a descoberta de todos os argumentos e as formas de persuasão;
· a organização das ideias;
· o estilo das ideias e figuras;
· a realização do discurso com a observação dos gestos e oratória do falante (como por exemplo, a dicção).
Retórica: habilidade no uso da fala e da escrita com o objetivo de influenciar ou persuadir.
Três elementos de um discurso: 
Ethos: palavra de origem grega e significa “caráter moral”, tendo dado origem também a palavra ética. Para o discurso Ethos significa toda fala que produzimos para construir a credibilidade do locutor. Indica o que esperar daquele locutor. Ex: sou advogada, tenho experiência de 15 anos na área jurídica e sou doutor pela universidade da Inglaterra.
Pathos: origem grega que significa sentimentos. Dentro do discurso está relacionado com a aplicação das emoções, tendo em vista que o interlocutor fica mais suscetível pela a tomada de decisões. 
Logos: significa a palavra escrita ou falada. Diz respeito ao conteúdo racional. Que estimulada a racionalidade do interlocutor. Por exemplo: a apresentação de dados científicos, tabelas, índices. Etc.
O que é argumentação?
É a arte de convencer através do discurso com os meios de persuasão possíveis. O discurso empregado deverá apresentar coesão e coerência, garantindo assim o sentido da mensagem.
Os três tipos de discurso argumentativo:
Dentre as características sobre a retórica, Aristóteles aponta três tipos, sendo: judicial, deliberativo e epidíctico. Importante salientar que o destinatário da mensagem (auditório) é que determinará qual tipo de discurso será efetivado.
Discurso Deliberativo: 
Tem como auditório a “assembleia” com o objetivo de aconselhar ou dissuadir sobre uma ação FUTURA.
Exemplo: questões políticas em que se discute o que é útil, o que é conveniente ou adequado
Discurso Epidíctico:
Tem como auditório o conselho. É o discurso produzido com o objetivo de louvar ou censurar uma pessoa ou fato. Este discurso não é produzido com a expectativa de que o auditório tome um posicionamento, já que o produtor da mensagem conhece a sua plateia.
Exemplo: comícios políticos
Discurso Judiciário:
Tem como auditório o juiz ou tribunal com o objetivo de resolver questões PASSADAS. Importante observar que aquilo que está documentado no processo é sobre questões passadas. Os fatos passam por análises e esclarecimentos (através de provas diversas) para serem julgados e assim atingir um juízo de valor e se aplique determinada consequência (sanção) – acusação ou defesa.
-------------------------------------------------------- PETIÇÃO
MÉRITO:
1. Contrato de aprendizagem. Estabilidade gestante. A reclamante pleiteia a estabilidade gestante assegurada pelo art. 10, II, "b" do ADCT sustentando que a garantia de emprego é direito fundamental do nascituro e deve ser preservada. Afirma que o E. STF tem julgado de forma reiterada no sentido de garantir a estabilidade gestante independentemente da modalidade da contratação.
Assiste-lhe razão.
O item III da Súmula 244 do C. TST tem a seguinte redação:
"III. A empregada gestante tem direito à estabilidade provisória prevista no art. 10, inciso II, alínea "b", do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, mesmo na hipótese de admissão mediante contrato por tempo determinado."
No caso dos autos, é incontroverso que a reclamante foi admitida como menor aprendiz com a primeira ré (CIEE) em 05.10.2015 para desempenhar a função de auxiliar administrativo nas dependências da segunda ré. A reclamada alegou que o contrato extinguiu-se no seu termo final em 03.02.2017, na forma do caput do art. 433 da CLT. De acordo com o exame de imagem apresentado pela reclamante, realizado em 06.10.2016, durante a vigência do contrato, (ID. 2015381) a reclamante encontrava-se em estado gravídico gemelar de aproximadamente 09 semanas e 4 dias, não havendo qualquer dúvida, portanto, de que a gravidez ocorreu no curso do contrato de aprendizagem.
O MM. Juízo a quo indeferiu a pretensão da trabalhadora por entender que não se trata o contrato de aprendizagem de contrato de trabalho, mas sim de contrato típico destinado também à formação profissional de jovens participantes, afastando a aplicação da
Súmula 244 do C. TST. Nos termos do art. 428 da CLT, o contrato de aprendizagem é (grifo nosso): "o contrato de trabalho especial, ajustado por escrito e por prazo determinado, em que o empregador se compromete a assegurar ao maior de 14 (quatorze) e menor de 24 (vinte e quatro) anos inscrito em programa de aprendizagem formação técnico-profissional metódica, compatível com o seu desenvolvimento físico, moral e psicológico, e o aprendiz, a executar com zelo e diligência as tarefas necessárias a essa formação."
Assim, o contrato de aprendizagem, embora de natureza especial, é um tipo de contrato de trabalho por prazo determinado, fazendo jus a reclamante à estabilidade gestante. (...)
"RECURSO DE REVISTA. RITO SUMARÍSSIMO. PROCESSO INTERPOSTO SOB A ÉGIDE DA LEI N.º 13.015/2014. GESTANTE. ESTABILIDADE PROVISÓRIA. CONTRATO DE APRENDIZAGEM. A nova diretriz interpretativa, consolidada em súmula de jurisprudência desta Corte, eliminou a restrição antes imposta ao sentido do art. 10, II, alínea b, do ADCT. Nos termos da nova redação da Súmula n.º 244, III, a empregada gestante tem direito à estabilidade provisória prevista na mencionada norma, mesmo na hipótese de admissão mediante contrato por tempo determinado. Recurso de Revista conhecido e provido. (TST - RR: 17416820145030069, Relator: Maria de Assis Calsing, Data de Julgamento: 10/06/2015, 4ªTurma, Data de Publicação: DEJT 12/06/2015
Esclareça-se ainda, por oportuno, que sempre entendemos que a estabilidade gestante é garantia constitucional conferida à trabalhadora grávida visando sua proteção e do nascituro contra a dispensa imotivada, garantindo-lhe meios econômicos para levar ao fim o período gestacional e de amamentação sem os percalços de uma situação de desemprego indesejável e, portanto, independentemente do tipo de contrato celebrado entre as partes. Assim, deixa-se de aplicar os termos da Tese Jurídica Prevalecente nº 05 deste E. Tribunal, haja vista ser destoante do entendimento jurisprudencial prevalecente do C.TST exposto na Súmula nº 244, III do C.TST.
Por esses motivos, acolhem-se as razões recursais para, exaurido o período de estabilidade, deferir à autora na forma indenizada o pagamento de salários do período compreendido entre a data da dispensa, 03.02.2017, e o final do período de estabilidade, qual seja, cinco meses após o parto, além de férias proporcionais acrescidas de um terço, décimos terceiros salários proporcionais e depósitos do FGTS, tudo a ser devidamente apurado em regular liquidação de sentença. Juros de 1% ao mês a partir da propositura da ação e correção monetária pelo IPCA-E apurada nos termos da Súmula 381 do C. TST. Não há recolhimentos previdenciários e fiscais em razão da natureza indenizatória dos títulos deferidos. Reforma-se.
Juiz do RN manda petição do "tamanho de livro" ser refeita
6 de abril de 2014, 17h35
https://www.conjur.com.br/2014-abr-06/juiz-rio-grande-norte-manda-advogado-refazer-peticao-49-paginas
A petição que ultrapassa 49 páginas pode ser equiparada a um livro e, dada a quantidade de trabalhodo Judiciário, os juízes não podem se dar ao luxo de ler livros inteiros no expediente. Com esse fundamento, o juiz Valdir Flávio Lobo Maia, da Vara Única de Patu, no Rio Grande Norte, mandou o autor de um processo refazer a inicial, “reduzindo-a a uma versão objetiva com a extensão estritamente necessária”, sob pena de ser indeferida.
No despacho, o juiz diz que a prolixidade da inicial desrespeita os princípios da celeridade e da lealdade, por prejudicar a produtividade do Judiciário e encurtar o prazo para a defesa. “O tempo que o juiz gasta lendo páginas inúteis é roubado à tramitação de outro processo”, afirma Lobo Maia.
Ele considerou que houve abuso do direito de petição, que deve ser inibido pela Justiça. "Forçar o adversário a ler dezenas, quiçá centenas, de páginas supérfluas é uma estratégia desleal para encurtar o prazo de defesa". Além disso, apontou que a prolixidade do autor contradiz com o pedido de urgência. “Quem tem pressa não tem tempo de escrever dezenas de laudas numa petição, cujo objeto poderia ser reduzido a pelo menos 20% do total escrito.”
https://tesejuridica.com.br/trt-10-cassa-decisao-de-juiza-que-mandou-reduzir-peticao-de-113-paginas/
TRT-10 cassa decisão de juíza que mandou reduzir petição de 113 páginas
https://www.migalhas.com.br/quentes/348996/confira-5-dicas-para-sua-peticao-inicial-ser-acolhida
5 dicas para sua petição inicial ser acolhida. Juiz dá importantes sugestões para que advogados possam "entrar com o pé direito" na ação.
14/09/2021 
Prova 09 de novembro
Aula 3 – Auditórios
AUDITÓRIOS Significa plateia, aquele que é direcionado o discurso. 
Cabe ao orador pensar na melhor forma de se comunicar para atingir aquele que recebe a mensagem. e ao auditório o retorno da mensagem emitida, que pode ter agrada ou desagradado, expressando por aplausos, assovios, dentre outros. A partir dai o orador poderá medir o poder de persuasão do seu discurso e a aceitação da ideia apresentada.
Orador pensa, mesmo que não seja de forma consciente, nas pessoas que procurará persuadir ou atingir com seu discurso. presumem seus próprios auditórios, noção essa que pode ou não coincidir com a realidade. 
Temos então o auditório presumido: é sempre uma noção de certa forma sistematizada, já que o orador pode pesquisar suas origens sociológicas ou psicológicas (PERELMAN, 1996, p. 22). Para que a argumentação seja eficiente, o orador deverá chegar o mais próximo da realidade do seu auditório quando realiza tal presunção. Com isso poderá utilizar as ferramentas argumentativas corretas e ter uma maior adesão nas ideias apresentadas.
Auditório pode ser Heterogêneo, com Diversidade de opiniões em que não é possível presumir ou universal. 
Nesse caso, cabe ao orador dar-se conta disso e levar tal informação em consideração, sendo que o traço que diferencia os grandes oradores é justamente essa capacidade, de ter em mente a diversidade de opiniões presentes em seu auditório. Nas palavras de Perelman: “ele deverá utilizar argumentos múltiplos para conquistar os diversos elementos de seu auditório. É a arte de levar em conta, na argumentação, esse auditório heterogêneo que caracteriza o grande orador” (1996, p. 24). 
Esta heterogeneidade poderá ser em um grande auditório, mas também por pequenos ou até mesmo um único ouvinte, que poderá se posicionar em diversos papeis, como o pai de família, o profissional, o patriota, dentre outros.
1. Auditório universal: Toda e qualquer pessoa, a humanidade. Por exemplo, um filósofo quando defende uma determinada tese dirige-se a toda e qualquer pessoa.
Constituído de pessoas desconhecidas pelo enunciador, sobre os quais dispõe de poucas informações a ponto de não ter noção sobre quais valores específicos devem acionar para provocar-lhes a persuasão.
Para esse tipo de auditório, é mais recomendável adotar estratégias baseadas em valores aceitáveis por qualquer agrupamento humano.
2. Auditório particular: Um conjunto limitado de pessoas. Por exemplo, pessoas que assistem um comício, conferência etc.
Constituído por uma ou mais pessoas, cujas crenças e valores o enunciador conhece, permitindo-lhe selecionar os recursos argumentativos e orientá-los no rumo desejado.
Aula 4 – Lugares de argumentação:
Os lugares de argumentação têm como objetivo hierarquizar os valores e assim reforçar a adesão a estes valores.
Considera-se que o receptor da mensagem tem valores diversos tendo em vista sua cultura, etnia, institutos (família, religião, escola) e conhecimento de mundo. Portanto, para que o receptor aceite a ideia defendida, o produtor da argumentação poderá enfatizar os valores para que o receptor se identifique com a mensagem apresentada.
1) Lugar de quantidade:
Coloca-se algo como melhor em razão de valores quantitativos. Um bem que é mais durável é melhor que um bem menos durável. Ou ainda, um bem que serve a um número muito grande de pessoas tem mais valor do que um bem que serve apenas a um pequeno grupo. Ex. Quanto mais dinheiro, melhor. 
A utilização de números e percentuais torna-se bastante relevante.
2) Lugar de qualidade:
Ao contrário do lugar de quantidade, o lugar de qualidade contesta os números e coloca algo como melhor em razão de valores qualitativos. Há uma valorização daquilo que é único, raro. Temos como exemplo, uma obra de arte com características únicas e sendo o único exemplar, ou um animal em extinção como o urso panda, a baleia azul.
3) Lugar de ordem:
Coloca-se que algo é superior em relação ao posterior, valorizando o anterior, o primeiro. Temos como exemplo conhecida marca de cerveja no Brasil que utilizava em suas peças publicitárias o slogan: a primeira cerveja brasileira em lata. Ou uma marca de lingerie que utilizava o slogan: o primeiro sutiã a gente nunca esquece.
Também muito utilizado como elo sinalizador na hierarquia discursivo-textual, como a utilização de: em primeiro lugar¨, ¨em segundo¨, ¨logo depois¨, ¨então¨ são índices recorrentes.
4) Lugar de essência:
Valoriza o indivíduo, objeto ou lugar por aquilo que ele representa. Temos como exemplo determinado ator que representa um galã, ou um profissional que se apresenta muito competente e referência em sua área. Ainda, objetos de marcas famosas. Quando alguém pensa em um bom automóvel, o lugar de essência traz à sua mente marcas como Mercedes, BMW, Ferrari, Jaguar. Quando alguém pensa em um bom relógio, o lugar de essência sugere marcas como Rolex.
5) Lugar de pessoa:
Afirma a superioridade daquilo que está ligado às pessoas, ao humano. Quando um candidato a governador diz, por exemplo, que, se for eleito, construirá trinta escolas, seu opositor dirá que dará condições mais humanas ao trabalho do professor, melhores salários, programas de reciclagem, valorizando o homem e não os bens materiais.
6) Lugar do existente:
Valoriza aquilo que já existe, aquilo que é palpável, e não aquilo que está planejado, que ainda vai acontecer. Afirma a superioridade do que existe, do que é atual, do que é real, em relação ao possível, ao eventual ou ao impossível. Temos como exemplo um projeto de lei, quando está ligado diretamente a ações sociais, como mudança de sistema de ensino, ou alteração de sanções penais.
Aula 5 – Argumentação jurídica: os diferentes tipos de argumentos
Apresentação dos principais tipos de argumentação, visto que apresenta uma infinidade de tipos. Tem função como meio linguístico de persuasão.
A) Argumento de autoridade:
citação de uma fonte confiável, um especialista no assunto, uma frase dita por alguém que se tornou uma referência na área, ou, mesmo que não seja da mesma área, que tenha se tornado uma autoridade de notório saber ao ponto de fundamentar argumentos enunciados de outras áreas em função da credibilidade de que desfruta. Ex. doutrinadores, autores, professores, cientistas, membros da Igreja, instituições de pesquisa, tribunais, fontes governamentais, jornalistas.
As citações de doutrina são os exemplos mais claros do argumento de autoridade que tem duplo efeito: primeiro, de fazer presumir-se certa a conclusão porque é emanada dealguém de notório conhecimento; segundo, de revelar que a conclusão é isenta de parcialidade.
De acordo com RODRÍGUEZ (2015), o argumento de autoridade já foi denominado por John Locke como o argumento da modéstia: “ Ele (John Locke) o definiu como uma espécie de argumento utilizado para prevalecer seu posicionamento ou silenciar um opositor. Significa utilizar-se de uma terceira pessoa, que construíra o se nome e ganhara uma reputação no senso comum como pessoa de certa autoridade. Segundo Locke, uma pessoa, quando adquire certa reputação ou autoridade na sociedade, realça a modéstia dos terceiros, que pouco questionam o posicionamento daqueles que têm essa classificação específica. Desta maneira, qualquer um que não conhecesse a opinião das autoridades poderia ser colocado, em uma discussão, como imprudente ou ignorante, fazendo com que um discursante adverso gozasse de maior crédito, se de acordo com a opinião daqueles que construíram bom nome.
Exemplos:
A doutrinadora Maria Helena Diniz elenca, basicamente, três acepções para o vocábulo família, sendo eles em sentido amplíssimo, o sentido lato e a acepção restrita. A família em seu sentido amplíssimo seria aquela em que o indivíduo é ligado por laços de consanguinidade ou afinidade. A acepção lato sensu refere-se à família formada “além dos cônjuges ou companheiros, e de seus filhos, abrange os parentes da linha reta ou colateral, bem como os afins (os parentes do outro cônjuge ou companheiro)”. Já o sentido restrito restringe a família à comunidade formada pelos pais, seja ele matrimônio ou união estável, e sua filiação (DINIZ, 2008).
O ex-ministro da Justiça José Eduardo Cardozo considerou o sistema penitenciário nacional uma das principais causas da criminalidade no Brasil, embora o problema, segundo ele, tenha diversas outras motivações. Cardozo se mostrou contrário a todas as exposições favoráveis à PEC 115/2015, justificando que a prática de sanções restritivas da liberdade sem um critério apurado diminui as chances de reinserção social, inclusive, as inibitórias de condutas indevidas no futuro. Para o ex-ministro, a voz das ruas não pode ter dimensão interpretativa a ponto de moldar a Constituição sempre que houver pedidos. Segundo Cardozo, a integralidade da Carta Magna deve ser respeitada enquanto estiver em vigor, sob o risco de levar a sociedade “a voltar aos tempos de barbárie da arena romana”.— Eu preciso ter clareza de que a voz das ruas não pode transfigurar as molduras constitucionais, até que a Constituição caia. Juridicamente, essa é minha posição.
Fonte: Agência Senado
Segundo Fernando Capez (2011, p. 19) “A missão do Direito Penal é proteger os valores fundamentais para a subsistência do corpo social, tais como a vida, a saúde, a liberdade, a propriedade, etc., denominados bens jurídicos.”
 
B) Argumento de senso comum:
É aquele argumento construído com elementos de afirmações universais, cuja a sua refutação dificilmente acontecerá, já que é de aceitação da maioria. Sua base poderá ser de raiz cultural, de conhecimento de mundo, dentre outros. É aquele indiscutível, pois é aceito pela sociedade.
Exemplo: a saúde pública não alcança à todos.
C) Argumento por analogia: 
É o argumento que pressupõe que a Justiça deve observar a equidade nos casos concretos semelhantes. As citações de jurisprudência são os exemplos mais claros do argumento por analogia, que é bastante útil porque o juiz poderá, de algum modo, influenciado a decidir de acordo com o que já se decidiu, em situações anteriores. 
Exemplo:
Ação Ordinária. DIREITO CIVIL E CONSTITUCIONAL - CACHORRO EM CONDOMÍNIO - CONVENÇÃO CONDOMINIAL QUE EXPRESSAMENTE VEDA A PERMANÊNCIA DE ANIMAIS - NECESSIDADE DE RELATIVIZÁ-LA - OBSERVÂNCIA DE CADA CASO CONCRETO - LIVRE VALORAÇÃO DAS PROVAS PELO MAGISTRADO. 1 - Não convém ao magistrado generalizar em suas decisões, devendo, para atingir o valor constitucional maior que é a JUSTIÇA, observar as peculiaridades do caso concreto. 2 - As normas legais e infralegais, tais como convenções de condomínio, que disponham no sentido da proibição total de bichos de estimação devem ser relativizadas, para permitir ao condômino que tenha em sua companhia um animal de pequeno e até mesmo de médio porte, mas desde que não incomode a maioria dos outros condôminos, que só trafegue pelas áreas comuns quando estiver no trajeto da unidade residencial para a rua e com a coleira, que use o elevador de serviço etc. 3 - O magistrado possui a faculdade conferida pelo art. 131 do Código de Processo Civil - o princípio da persuasão racional das provas - que lhe permite valorar as provas livremente. Recurso desprovido. (TJ-RJ – APL: 00050321020028190002 RIO DE JANEIRO NITEROI 7 VARA CIVEL, Relator: ANTONIO RICARDO BINATO DE CASTRO, Data do Julgamento: 15/02/2005, DÉCIMA SEGUNDA CÂMARA CÍVEL, Data de Publicação: 04/03/2005)
D) Argumento de ilustração ou exemplificação:
A exemplificação consiste no relato de um fato (real ou fictício). Esse recurso argumentativo é amplamente usado quando a tese defendida é muito teórica e precisa de esclarecimentos com mais dados concretos.
 ex: Há cidades que ultrapassam o fator geográfico e passam a configurar um lugar simbólico no imaginário popular, incorporando valores e atributos. É o caso de Nova York, que traz em si o conceito de cosmopolitismo, modernidade e diversão.
ex: A legislação Brasileira determina a maioridade penal aos 18 anos e se discute atualmente que tal maioridade penal seja reduzida para 16 anos. Nos EUA, por exemplo, adolescentes com mais de 12 anos podem ser submetidos aos mesmos procedimentos dos adultos, inclusive com a imposição de pena de morte ou prisão perpétua. 
E) Argumento de provas concretas:
Ao empregarmos os argumentos baseados em provas concretas, buscamos evidenciar nossa tese por meio de informações concretas, extraídas da realidade. Podem ser usados dados estatísticos ou fatos notórios (de domínio público).
É o argumento que versa sobre os elementos de fato, buscando realçar algum aspecto da prova já colhida no processo. Pode referir-se à prova testemunhal, à prova técnica ou à prova documental.
Quando se utiliza argumento retirado da prova testemunhal, é importante lembrar que se deve ter segurança na credibilidade da pessoa arrolada. Pode ser informante (que ouviu dizer), ou a testemunha do fato em si. Importante definir se usará as palavras da testemunha por chamá-la diante do Conselho de Sentença ou por retomar suas palavras constitutivas dos autos. 
No que diz respeito à prova técnica, deve-se ter em mente que é, apenas, o ponto de partida do raciocínio jurídico. Do resultado do exame técnico, devem nascer as conclusões jurídicas, e não o contrário. 
Ex1. Um levantamento da Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo, divulgado no final de 2003 pelo jornal "Folha de São Paulo" mostrou que os adolescentes são responsáveis por apenas 1% dos homicídios praticados no estado e por menos de 4% do total de crimes, desfazendo o mito de que são os principais responsáveis pela criminalidade. Na verdade são as principais vítimas da violência e da exclusão social no país. (MPPR)
Ex2. A partir da oitiva de três testemunhas foi comprado que o acusado não estava na cena do crime ocorrido em 01/04/2015. A defesa comprovou que o acusado permaneceu trabalhando por todo o dia, não sendo possível a sua participação no crime, conforme aponta a acusação. Ainda, as câmeras de segurança do local de trabalho do acusado confirmam que ele permaneceu no local das 8h00 às 18h00 do dia fatal e que este endereço profissional está 400 km de distância do fato ocorrido.
F) Argumento de causa e efeito:
Relaciona conceitos de causalidade e efeito com o objetivo de evidenciar as consequências imediatas de determinado ato (retirado das provas) praticado pelas partes.
Exemplo: Já que a vítima não possui automóvel e trabalha até tarde como vendedora em um shopping há 1 hora e meia de casa, não poderia ela deixar de passar por tal lugar que, apesar de ermo, é caminho obrigatório para sua casa.
G) Argumentoa fortiori (com maior razão, a mais forte razão). É o argumento que deriva do brocardo “quem pode o mais, pode o menos”. Seu objetivo é estender a aplicação da lei, para que albergue situação que, nela, não é explícita.
Ex.: se a lei exige, dos Promotores de Justiça que nas denúncias discriminem as ações de cada um dos acusados, com mais razão deve-se exigir que o Magistrado as individualize na sentença.
 Ex.: Se, como proclamam habitualmente as Constituições, todos são iguais perante a lei, podemos esperar que, a fortiori, todos também sejam iguais perante a Administração Pública. 
Fundamenta-se na asserção de que se a lei proíbe ou permite determinada conduta, com maior razão proíbe ou permite uma conduta maior ou menor, respectivamente.
Ex.: Se uma jurisprudência recortada m um discurso defende que aquele que cometeu crime com abuso de violência possa responder o processo em liberdade, com maior razão deve livrar-se solto aquele que cometeu o mesmo delito sem o uso da violência. RODRÍGUEZ (2015)
H) Argumento por absurdo – Refuta uma proposição enunciada como verdadeira, mostrando-lhe a falta de cabimento ao contrariar a evidência.
Exemplo: Como poderia a mulher ter alvejado o marido, se o laudo médico atesta que ela morreu minutos antes do esposo?
I) Argumento por exclusão – Propõem-se várias hipóteses e vai-se eliminando uma a uma.
Exemplo: Poder-se-ia afirmar que o réu não é capaz de controlar os seus atos, mas soube premeditar o crime?
Questões
1) A condição de remeter a outros fatos, com o fito de esclarecer a tese que defende, é muito presente no discurso enunciado no Tribunal do Júri. Esse recurso argumentativo é amplamente usado quando a tese defendida é muito teórica e carece de esclarecimentos com mais dados concretos. Porém, temos de tomar grande cuidado para não enveredarmos em digressões desnecessárias”.
O trecho acima refere ao argumento de:
A) autoridade. 
B) causa e consequência.
C) exemplificação ou ilustração. 
D) provas concretas ou princípios.
E) analogia
2) “O Dr. Norberto Sampaio de Almeida afirma que o exame necroscópico deixou muito claro que a vítima foi morta enquanto estava deitada, o que se pôde verificar pelo modo como foi encontrada deitada na cama. Não caiu da cama, estava deitada nela, o que nos leva a questionar que pudesse oferecer algum perigo ao réu. Senhores Jurados cai por terra, portanto, a hipótese de legítima defesa.” Promotoria.
O trecho acima mobiliza um argumento de:
Alternativas
A) autoridade. 
B) causa e consequência.
C) exemplificação ou ilustração.
D) prova concreta;
E) analogia
3) Quando nos apegamos a provas já colhidas no processo, buscamos realçar um aspecto próprio do recurso que mobilizamos, caso contrário, não teríamos que recorrer a essa estratégia que pode ser testemunhal, técnica ou documental.
O trecho acima refere ao argumento de:
A) autoridade. 
B) causa e consequência.
C) exemplificação ou ilustração.
D) provas concretas ou princípios. 
E) analogia
4) “Por que é que um original de Picasso alcança milhares de dólares em um leilão, se podemos ter uma cópia idêntica em casa, por três dólares? Pelo _____________. Aquele quadro é o único que foi pintado diretamente por Picasso”.
Assinale a alternativa que indica a locução que corretamente preenche a lacuna do texto.
A) lugar de quantidade. 
B) lugar de qualidade. 
C) lugar de ordem.
D) lugar de essência.
E) lugar de pessoa.
5) “Afirma a superioridade do anterior sobre o posterior, das causas sobre os efeitos, dos princípios sobre as finalidades etc.”.
O texto acima refere-se ao:
A) lugar de quantidade. 
B) lugar de qualidade. 
C) lugar de ordem. 
D) lugar de essência.
E) lugar de pessoa.

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