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UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE UNIDADE ACADÊMICA DE ENGENHARIA QUÍMICA LABDES - LABORATÓRIO DE DESSALINIZAÇÃO INTROD. A PROC. SEP. POR MEMB. NA ENG. DE PETRÓLEO DIMENSIONAMENTO DE UM SISTEMA DE TRATAMENTO DE ÁGUA PARA IRRIGAÇÃO NA AGROINDÚSTRIA Campina Grande, PB 2021. Jacinta Beatriz Leite Nóbrega - 118110585 Matheus Thomas Gomes Aragão- 115211228 Paloma Vitória Santos Belo - 118111119 DIMENSIONAMENTO DE UM SISTEMA DE TRATAMENTO DE ÁGUA PARA IRRIGAÇÃO NA AGROINDÚSTRIA Trabalho de Introdução ao Processo de Separação por Membranas na Indústria do Petróleo, apresentado para a obtenção da nota referente ao terceiro estágio da disciplina, na Universidade Federal de Campina Grande, Centro de Ciências e Tecnologia, Unidade Acadêmica de Engenharia Química, LABDES. Professor: Dr. Kepler Borges França Campina Grande, PB 2021. 1. INTRODUÇÃO A irrigação é a aplicação artificial, uniforme e oportuna de água, distribuída pontualmente na zona efetiva das raízes ou na área total, visando repor a água consumida pelas plantas, a perdida por evaporação, transpiração e por infiltração profunda de forma a garantir condições ideais ao bom desenvolvimento das plantas. (PEREIRA, 2014). Sabe-se que, desde os tempos mais remotos, a água é um bem essencial para a sobrevivência do homem, animais e as atividades que desempenham, seja para manter-se vivos ou gerar economia e saúde, por exemplo. De acordo com Cardoso (1998), a água é a principal necessidade na agricultura, se usada de forma racional e com qualidade na irrigação, pode promover o aumento da produtividade, se tornando um ponto essencial para o progresso do agronegócio. De forma oposta, o uso indevido e desqualificado pode gerar danos capazes de gerar não só danos financeiros, mas também gerar doenças e poluição. A qualidade da água e a quantidade necessária para a agricultura irrigada é muito importante, porém, por muitas vezes a qualidade dessa água é ignorada. Essa atitude se explica quando analisamos o histórico cultural da agricultura em que, no passado, as fontes de água eram abundantes e de boa qualidade, facilitando seu uso. Atualmente sabemos que a maioria das fontes hídricas sofrem com algum agente poluidor e exige um planejamento efetivo que assegure o uso e reciclo com qualidade. Neste trabalho serão trabalhados os parâmetros de qualidade das águas de acordo com a resolução nº 357 do CONAMA (Conselho nacional do meio ambiente), de 17 de março de 2005. A resolução estabelece as classes de águas e seus teores máximos permitidos de substâncias químicas prejudiciais, e também os parâmetros físico-químicos e biológicos permitidos. Além disso, para a aplicação em questão, será necessário considerar os efeitos no solo, na cultura e no sistema de distribuição da irrigação que serão consequência da implantação, operação e manutenção do sistema projetado. Uma das formas de garantir a qualidade da água utilizada em um sistema de irrigação é utilizando as membranas osmóticas para tratar a água disponível antes do uso, servindo como meio filtrante mais eficiente do que os sistemas convencionais. Dependendo do tipo de membrana aplicada e do design do sistema, elas podem chegar a reter até mesmo vírus e bactérias, o que se torna um diferencial pois é uma característica importante quando se trata de água para fins humanos. Além disso, esse tipo de sistema ocupa espaços reduzidos, sua operacionalidade e manutenção são limpas e confiáveis quando dentro dos limites do sistema projetado. Por fim, e não menos importante, deve-se considerar os custos envolvidos no projeto, pois costumam ser altos inicialmente, mas a longo prazo se torna um investimento com bom potencial de lucro. 2. OBJETIVO 2.1 Objetivo Geral O principal objetivo do estudo realizado é de projetar e realizar um balanço de custos para a fabricação, operação e manutenção a longo prazo, de um sistema de tratamento de águas com uso de membranas osmóticas, considerando os parâmetros de qualidade da água do CONAMA, para atender a demanda da Empresa X atuante no setor de agroindústria no estado de Alagoas, utilizando água proveniente de um açude perene e um poço próximo. A água tratada será utilizada para irrigação e limpeza dos produtos finais da empresa. 2.2 Objetivos Específicos A Empresa X exige da equipe de engenharia os seguintes pontos: a) Analisar a qualidade da água por suas características físico-químicas de acordo com os parâmetros disponibilizados. b) Projetar um sistema de tratamento de águas com uso de membranas para atender a demanda atual da empresa. c) Formar um sistema para atender a demanda de consumo de água quando esta duplicar. d) Fazer um balanço financeiro considerando todos os aspectos em que o sistema possua 4 operadores, assim como quando o consumo duplicar. 3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 3.1 Qualidade da água As exigências quanto à qualidade da água para uso dependem dos perigos associados à sua composição, como as condições que podem resultar em efeitos negativos aos organismos vivos ou ao meio ambiente quando utilizada. Como na situação que esse trabalho estuda se trata de uso da água para irrigação de produtos que serão consumidos por seres humanos, os perigos envolvendo as fontes hídricas devem ser avaliados e gerenciados através de padrões de qualidade. De acordo com Silva (2011), os padrões de qualidade da água variam quanto ao tipo de uso e os padrões de potabilidade são diferentes dos de balneabilidade. Para a irrigação em agroindústria deve-se considerar os padrões de potabilidade. 3.2 Riscos associados Quando se trata do uso de água para irrigação é importante visualizar que a água deve estar adequada quanto ao teor total de sólidos, mas também os tipos de sais contidos nela. Quanto maior o conteúdo total de sais, mais o solo tende a sofrer com problemas durante o plantio, sendo necessário realizar manejos para contornar esses problemas e manter o rendimento a níveis aceitáveis. Os principais sais que causam esse tipo de problemas são o ferro (Fe) e o manganês (Mn), além de bactérias e algas que estão na água e no sistema de irrigação. O principal efeito dessas substâncias são a velocidade de infiltração da água no solo, salinidade e a toxicidade, que impactam diretamente no produto final, esses efeitos serão discutidos a seguir. Segundo Marouelli (1998), as águas superficiais estão severamente contaminadas por patógenos, e quando essa água é utilizada para irrigar hortaliças e frutas (como o abacaxi no caso da empresa x), os produtos podem servir como veículo de transmissão de uma série de doenças aos consumidores, como amebíase, verminoses, cólera, etc. 3.2.1 Salinidade Quando o total de sais solúveis de um solo é aumentado por algum fator, ocorre a redução do potencial osmótico, o que prejudica as plantas por conta da falta de água no solo. Esse fenômeno chamado salinização depende da qualidade da água usada na irrigação, a forma com que foi manejada e drenada, e da profundidade do lençol freático da fonte hídrica. 3.2.2 Infiltração Quando falamos sobre “problema de infiltração” queremos indicar o efeito da salinidade, em relação à facilidade com que a água entra e se desloca nos primeiros centímetros do solo. Um problema de infiltração torna-se evidente quando a água de irrigação não atravessa a superfície do solo à velocidade suficientemente rápida para permitir a renovação da água consumida pela cultura entre duas irrigações, alagando a superfície, o que impede o crescimento saudável da plantação e inviabiliza o cultivo no solo danificado. 3.2.3 Toxicidade Os problemas de toxicidade aparecem quando certos íons do solo ou da água são absorvidos pelas plantas, se acumulando nos tecidos destas, em concentrações suficientemente altas a um ponto que possa provocar danos à cultura e reduzir o seu rendimento. 3.3 Parâmetros Quando se deseja avaliar a qualidade da água para fins de irrigação, existem vários parâmetros a serem estudados,o mais eficiente é quando se avalia o conteúdo total de sair pela composição iônica e pela proporção relativa entre as espécies de íons presentes. A água de irrigação está em constante estado de mudança e equilíbrio dinâmico, o que altera as proporções relativas entre os íons, por isso a avaliação da qualidade dessa água deve considerar as variações sazonais do conteúdo salino, o que justifica a criação de um sistema de tratamento específico. Esse tipo de sistema se divide baseado no conteúdo total de sais solúveis na água, que será responsável pelo efeito osmótico, no conteúdo de sódio que pode causar mudanças químicas e físicas no solo e também pelo efeito de íon específico nas plantas. Para obter uma medida quantitativa do total de sais dissolvidos na água de irrigação, é possível utilizar a condutividade elétrica - CE, e o total de sólidos dissolvidos - TSD. Além disso, o pH também é um fator importante na avaliação da qualidade da água, uma vez que caracteriza o grau de acidez e alcalinidade da água e do solo. O esperado é que se mantenha entre 6,5 e 8,4. Se o pH estiver baixo demais pode haver corrosão dos componentes metálicos do sistema, e se alto demais pode haver entupimento. 4. SITUAÇÃO PROBLEMA Uma empresa de agroindústria consome um volume de água de 88 m3/dia para suas atividades de irrigação e limpeza dos produtos, considerando que são 6 h/dia de irrigação para uma concentração de sais dissolvidos na água aproximadamente de 550 mg/L e 2,0h/dia para limpeza dos produtos de aproximadamente de 850 mg/L. A empresa conta com dois tipos de águas, uma superficial de um açude perene e outra de poço. Ambas sempre foram usadas para todas atividades da empresa, incluindo o uso humano. 4.1 PROPOSTA DE PROJETO 1. Projetar um sistema de tratamento de águas para atender a demanda da empresa. 2. Fazer um balanço de custos em todos os aspectos, considerando que o sistema de tratamento de águas possui 4 operadores. 3. Considerando que a empresa pretende investir na produção, onde o aumento do consumo de água duplicará como será a formação do sistema para atender a demanda. Nesse caso a empresa deverá contratar mais 10 funcionários para atender a demanda. Dados: - Número de funcionários: 20 - Vazão do poço: 4 m3/h - O poço e o açude se encontram a 10 metros da área de irrigação. Tabela 1. Análise físico-química da água do açude e do poço. PARÂMETROS Açude Poço VMP (*) Condutividade elétrica, μmho/cm a 25 oC 2.980,0 166,0 --- Potencial Hidrogeniônico, pH 7,9 6,6 6,0 a 9,5 Turbidez, (uT) 0,3 0,3 5,0 Cor, Unidade Hazen (mg Pt–Co/L). 5,0 5,0 15,0 Dureza em Cálcio (Ca++), mg/L 61,5 3,5 --- Dureza em Magnésio (Mg++), mg/L 70,2 1,8 --- Dureza Total (CaCO3), mg/L 446,3 16,3 500,0 Sódio (Na+), mg/L 535,6 27,3 200,0 Potássio (K+), mg/L 18,8 1,0 --- Ferro Total, mg/L 0,01 0,01 0,3 Alcalinidade em Hidróxidos, mg/L (CaCO3) 0,0 0,0 --- Alcalinidade em Carbonatos, mg/L (CaCO3) 200,0 0,0 --- Alcalinidade em Bicarbonatos, mg/L (CaCO3) 328,8 28,4 --- Alcalinidade Total, mg/L (CaCO3) 528,8 28,4 --- Sulfato (SO4--), mg/L 95,0 6,6 250,0 Cloreto (Cl-), mg/L 679,8 28,4 250,0 Nitrato (NO3-), mg/L 0,49 5,45 10,0 Nitrito (NO2-), mg/L 0,22 0,04 1,0 Sílica, mg/L (SiO2) 22,0 0,7 --- ILS (Índice de Saturação de Langelier) 0,85 -2,88 ≤ 0 Total de sólidos disolvidos secos a 180ºC, mg/L 1.785,0 136,0 1.000,0 Fonte: Elaborado pelo autor. 5. METODOLOGIA APLICADA O projeto foi realizado para atender a demanda de água necessária para uma determinada empresa para fins específicos, utilizando o software Hydranautics para obter seus resultados. Esse projeto foi dividido em duas etapas, sendo a primeira para uma demanda recente de despesas de 88 m³/dia de água para irrigação e depois foi realizada uma expansão do projeto que consequentemente levou ao dobro de despesas. Primeiramente, através da análise físico-química concedida para a realização do projeto, foi adicionado os dados dessa análise no software que mostrou algumas variações em índices da análise físico-química, apresentando valores acima do concedido, sendo esses o índice de Langelier, a condutividade e os sólidos totais dissolvidos (TDS). Contudo, apesar desse fator demonstrado, tem um ponto relevante na estação de tratamento, pois oferece maior eficiência para o tratamento devido ao desenvolvimento da estação com o auxílio do software que oferece resultados robustos e eficientes. 5.1 Montagem da locação Esse trabalho foi projetado inicialmente para receber água do açude que está localizado a 10 metros de distância da região de utilização, onde o tratamento é começado. Segue abaixo a figura que mostra essa captação da água do açude. Figura 1. Montagem da estação de tratamento do açude para o projeto 1. 5.2 Situação 1 Deve-se levar em consideração alguns pontos de extrema importância, como: Tabela 2. Pontos de relevância do projeto 1. - É imposto 8 horas de trabalho por dia; - O número de funcionários analisados foram de 40, levando em conta que cada funcionário gasta 150 L/d em média, gerando 6m³/d; - Na limpeza de produtos é necessitado 22m³/dia, que resulta em 2,75m³/h com 850mg/L; - Na irrigação é proposto 66m³/dia, elaborando assim 8,25m³/h com 550mg/L; - A água está nos padrões de sólidos totais dissolvidos (TDS) estabelecido pelo CONAMA, sendo feita somente a passagem pelo filtro é realizada uma coloração; - A vazão do poço é de 32m³/dia, resultando em 4m³/h; - Foi usada a membrana ESPA2-LD-4040. Sistema do projeto (caso 1): Tabela 3. Especificações de parâmetros do projeto 1. PARÂMETROS VALOR ATRIBUÍDO pH da alimentação 7,9 Recuperação 60 Fluxo do permeado 66 Fonte: Criado pelo autor Tabela 4. Especificações atribuídas para o sistema de membranas do projeto 1. MODELO DA MEMBRANA ESPA2-LD-4040 N° DE VASOS DE PRESSÃO 3 N° DE ELEMENTOS POR VASOS 6 N° DE PERÍODOS 1 Fonte: Criado pelo autor - Ilustração do projeto 1: O esquema da montagem da estação de tratamento para projeto 1 é apresentado na Figura logo abaixo. Figura 2. Montagem da estação de tratamento do projeto 1. 5.3 Situação 2 Para o consumo de 176 m³/dia de água para o caso 2 foi usado o mesmo tipo de membrana. Usou como pré-tratamento uma solução de HCL para a limpeza química, que reduz o índice de incrustação das membranas e como pós tratamento usou NaOH para aumentar o pH e consequentemente ficar nas condições de potabilidade ideais. Sistema do projeto (caso 2) Tabela 6. Especificações de parâmetros do projeto 2. PARÂMETROS VALOR ATRIBUÍDO pH da alimentação 7,9 Recuperação 60 Fluxo do permeado 132 Fonte: Criado pelo autor Tabela 7. Especificações atribuídas para o sistema de membranas do projeto 2. MODELO DA MEMBRANA ESNA4-LD N° DE VASOS DE PRESSÃO 3 N° DE ELEMENTOS POR VASOS 6 N° DE PERÍODOS 1 Fonte: Criado pelo autor - Ilustração do projeto 2 O esquema da montagem da estação de tratamento para projeto 1 é apresentado na Figura logo abaixo. Figura 3. Montagem da estação de tratamento do projeto 2. 5.4 Plantação de Abacaxi A fruta é muito consumida nacionalmente, tanto in natura quanto processada e transformada em outros alimentos como, por exemplo, polpas para suco e sorvetes, oferecendo uma variedade comercial. Embora não exija tecnologias de ponta, a plantação de abacaxi requer cuidados, ainda mais no que diz respeito ao clima, visto que ele necessita de regiões que registram temperaturas altas na maior parte do ano. Figura 4: Plantação de abacaxi Tornar-se um “agricultor” e começar a plantação de abacaxi traz outra vantagem, os financiamentos governamentais. Com taxas de juros muito baixas para financiar atividades de plantação, fica mais acessível investir no negócio. Esta fruta se caracteriza por ser sensível ao frio, adaptando-se com maior facilidade às regiões que possuem clima quente e até mesmo enfrentam períodos de secas, o que permite que ela seja cultivada em qualquer tipo de solo. Investir na plantação de abacaxi é uma tarefa que pode trazerdiversas vantagens para o produtor. Primeiro pelo fato de que essa fruta é bem aceita no Brasil, sendo consumida na maioria dos lares, o que faz com este ramo seja bastante estável. Além disso, o país oferece um clima tropical que é perfeito para o cultivo do abacaxi. O transporte dos frutos no país é realizado, nas principais regiões produtoras, a granel, com camadas de frutos intercalados de palha em caminhões abertos e cobertos com lona. Logo, a fruta oferece uma grande diversidade comercial, o que permite que o produtor possa negociar com empresas de setores diferentes e, consequentemente, aumentar os seus lucros. Outro ponto que vale ressaltar é a lucratividade do abacaxi, a qual é bem atraente, desde que, é claro, a plantação de abacaxi não seja comprometida por eventuais problemas, como é o caso de pestes, insetos e clima. A plantação de abacaxi demonstra que a atividade é rentável, pois apresentou índice de lucratividade no sistema, de acordo com os dados obtidos. 5.5 Soluções para o concentrado A implantação de um sistema de criação de peixes é uma das soluções viáveis para o concentrado, que pode ser alimentado pelo rejeito do sistema de dessalinização por causa do alto valor de sal presente no concentrado. O peixe de água doce chamado Tilápia é conhecido popularmente com o mesmo nome de Tilapia rendalli. Sua espécie é distribuída em todas as Bacias do Brasil, disseminada por meio de peixamentos. A tilápia é adaptável à água salgada. A Tilápia é um peixe omnívoro, herbívoro ou fitoplanctófago. Alimenta-se de insetos, microcrustáceos, sementes, frutos, raízes, algas, plâncton e pequenos peixes. A reprodução ocorre a partir dos seis meses de idade, sendo que a desova pode ocorrer mais de quatro vezes por ano. Como protege a prole, o índice de sobrevivência da espécie é bastante elevado. A Tilápia é um peixe de escamas, com corpo um pouco alto e comprimido. Possui coloração verde-oliva prateada, com sobras verticais negras. A cor da nadadeira dorsal também é verde-oliva, com uma linha vermelha e branca até cinza-escuro com pontos oblíquos. Já a nadadeira caudal é pontuada na porção dorsal, vermelha ou amarela na porção ventral. Pode atingir 45 cm de comprimento e 2,5 kg de peso. Além disso, os viveiros não podem ser muito pequenos nem muito grandes, pois podem, respectivamente, aumentar os custos do produtor, bem como inviabilizar o manejo de criação. Quanto à profundidade do tanque, esta pode variar de 80 cm a 1,50 m. Os tanques utilizados vão ser os de alvenaria e podem ser revestidos de tijolos, de preferência, em espelho. Se o criador de peixes preferir, pode-se revesti-lo com argamassa. O fundo deve ser de terra e as paredes devem apresentar uma inclinação de 30º. Uma vantagem é que tanques desse tipo não necessitam de constantes manutenções, além de terem maior durabilidade. São recomendados para sistemas superintensivos. Figura 5: Peixe Tilápia Fonte: Peixe BR 6. ANÁLISE DE CUSTOS Os valores dos custos necessários para construir e utilizar o sistema de criação de peixes dourado, o sistema de irrigação, o sistema de membranas e o processo de captação de água de algumas fontes de água (nesse caso, açude e poço) foram estimados, além disso, os valores da receita e do lucro total foram calculados após o início da execução dos projetos. Os valores dos custos, da receita total e do lucro total serão apresentados nas tabelas dadas abaixo. 6.1 Criação de Tilápia O tanque no padrão custa em torno de R$550 reais e tem capacidade para mil alevinos. Um mês depois, já maiores, eles têm que ser separados em lotes de 500 indivíduos por tanque. No final do processo, o rendimento em cada tanque será de 650 quilos, em média. 6.2 Custos do sistema Tabela 12. Custos dos equipamentos utilizados. Equipamentos Equipamentos Quantidade Preço Unitário (R$) Preço Total (R$) Phmetro 1 250 250 Condutivimetro 1 478 478 Filtro 2 170 340 Manômetro 9 168 1512 Rotâmetro 9 241 2169 Válvula Gaveta 6 26 156 Válvula Pé de Crivo 5 50 250 Bomba do Poço 1 1897 1897 Bomba Dosadora 2 877 1754 Bomba Centrífuga Auxiliar 3 526 1578 Bomba do Açude 1 1526 1526 Bomba de Retrolavagem 2 662 1324 Casa dos Equipamentos (m²) 20 1.000,00 20000 Total 33234 Fonte: Criado pelo autor Tabela 13. Custos do sistema de membranas. Unidades Preço Unitário (R$) Preço Total (R$) ESPA2-LD-4040 18 1261,79 22.712,22 Vasos 3 3557 10.671 Total (R$) 33.383,22 Fonte: Criado pelo autor 6.2.1 Custos anuais e mensais com bombas Para encaminhar água de suas devidas fontes até os sistemas de tratamento, sugere-se a utilização de bombas submersas. Para o caso desse projeto, uma bomba será utilizada para captar água do açude, enquanto que outra bomba será utilizada para captar água do poço. A vazão volumétrica de água captada do poço é 4m³/h, enquanto que a vazão volumétrica de água captada do açude é 15m³/h. Considera-se que está sendo utilizada 1 bomba auxiliar para encaminhar a água que sai do sistema de tratamento até a área de irrigação que se encontra a 10 metros de distância e que deve receber água à uma vazão volumétrica de 15m³/h. Tabela 14. Custos do consumo de bombas. Bomba Potência Total (cv) Potência Total (kw) Eficiência (%) Consumo (kwh/mês) Gasto Mensal (R$/mês) Açude 1,16 0,85 0,67 612 271,31 Auxiliar 6,08 4,48 0,00001218 3220,27 1427,60 Poço 1 0,73 0,67 529,56 234,76 Retrolavagem 0,25 0,18 0,82 132,41 58,70 Fonte: Criado Tabela 15. Custo anual do consumo de bombas. Tarifa Adotada (Irrigação Rural) 0,44 Custo Total por Mês (R$) 1.992,34 Custo Total por Ano (R$) 23.908,10 Fonte: Criado pelo autor 6.3 Custos dos funcionários Tabela 16. Custos dos funcionários. Funcionários Qtd Preço Unitário (R$) Custo Mensal (R$) Custo Anual (R$) Operários 20 1100 22000 264000 Técnico 1 2317,42 2317,42 27809,04 Total (R$) 24317,42 291809,04 Fonte: Criado pelo autor 6.4 Custos da irrigação da plantação de abacaxi Fruta: Abacaxi Nome científico: Ananas comosus Tipo de irrigação: Aspersão Área de irrigação: 4,00 ha Os sistemas de irrigação por microaspersão são uma boa opção para o cultivo do abacaxizeiro. Usando esse tipo de sistema de irrigação, é possível economizar água e mão-de-obra. Além disso, com um único microaspersor é possível irrigar várias plantas, diminuindo gastos com tubulações em relação ao sistema de irrigação por gotejamento. Para a implantação desse sistema é necessário elevar as hastes de suporte dos microaspersores, a fim de evitar a interceptação do jato pelas folhas. Quando se usa plantio em fileiras duplas ou triplas, é bastante viável o uso de uma linha lateral de microaspersores fornecendo água para duas ou três fileiras de plantas (SILVA, 2006). Tabela 17. Custos de produção de abacaxi no estado de Alagoas Considerando que a produção será em 1 hectare, obtemos os resultados abaixo. Fonte: Embrapa Tabela 18. Preço médio anual de venda do abacaxi Preço Médio Anual de Venda do Abacaxi Produto Quantidade Produzida Anual (n°de frutos) Preço por Caixa com 15Kg (R$) Valor Total (R$) Abacaxi 71598 28,5 136.036,2 Fonte: Criado pelo autor 6.5 Custos totais do projeto Tabela 19. Custos de investimentos iniciais Custos de Investimentos Iniciais Investimentos Iniciais Valor (R$) Criação de Dourados 23.451,00 Equipamentos 33.234 Irrigação 7.533,82 Tanques Pulmão 190.000 Membranas 31.026,68 Vasos 10.671 Total 295.916,50 Fonte: Criado pelo autor Tabela 20. Custos Anuais Custos Anuais Custos Anuais Valor (R$)/Ano Criação de Dourados 17.048,95 Operacional das Bombas 23.908,10 Funcionários 24.317,42 Manutenção das Membranas 550 Insumos da Produção de Abacaxi 46.080,40 Total 111.904,90 Fonte: Criado pelo autor 6.6 Lucro potencial Tabela 21. Receitas Receita Receitas Valor (R$/Ano) Receita da Criação de Dourados 7.410 Produção de Abacaxi 136.036,20 Total 143.446,20 Fonte: Criado pelo autor Portanto, o lucro anual, sem o valor do investimento inicial, é de R$31541,4. 7. CONCLUSÃOA qualidade da água do poço está dentro das normas da CONAMA, logo, não foi preciso utilizar um sistema de membranas para tratar essa água. Sabendo disso, foi necessário utilizar apenas um filtro para reter algumas impurezas presentes na água; Como os valores do índice de saturação de langelier, da condutividade e do índice de sólidos totais dissolvidos (TDS) da água do açude ultrapassaram os valores limites, então foi necessário realizar um pré-tratamento nessa água para que não houvesse problema com o entupimento dos poros da membrana, em que esse pré-tratamento consistia na injeção de uma solução de HCL. Além disso, esse pré-tratamento também foi realizado para que houvesse a diminuição do pH da água do açude, pois o pH do solo deve estar 5,5 e 5,8 para que este seja ideal para o plantio. A utilização da água tratada para a irrigação do abacaxizeiro e da solução do concentrado para a criação de dourados resultou, para a empresa X, um lucro anual, sem os valores dos investimentos iniciais, de R$31541,4. 8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AYERS, R. S. WESTCOT, D. W. A qualidade da água na agricultura. Campina Grande: UFPB, 1999. 153 p. (Estudos FAO: Irrigação e Drenagem, 29). FILMTEC™ Reverse Osmosis Membranes Technical Manual. FRANÇA, K. B. Projeto e Simulação de Processos de Dessalinização via Osmose Inversa. Laboratório de Referência em Dessalinização (LABDES). Campina Grande, 2013. MAROUELLI, W.A. Manejo de irrigação em hortaliças. EMBRAPA –SPI, 1996 72p. PEREIRA, J.B. Manual prático de irrigação. Edição brasileira, 2014. SILVA, Í. N.; FONTES, L. O. Qualidade de água na irrigação. Patos: UFCG, 2011. (ACSA - Agropecuária Científica no Semi-Árido, v.07, n 03 julho/setembro 2011). WEND, C. F., STEWART, P. S., JONES, W. Pretreatment for membrane water treatment systems: a laboratory study. Water Research, v. 37, pp. 3367-3378, 2003. WILBERT, M. C., LEITZ, F., ALBART, E. et al, The desalting and water treatment membrane manual: a guide to membranes for municipal water treatment. Water treatment technology program, report nº 29, 1998.
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