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Membranas

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Processos com membranas e suas propriedades aplicadas à área ambiental
Introdução:
Em um planeta onde a água é um bem cada vez mais precioso, e a poluição ambiental ameaça à saúde humana e o equilíbrio ecológico, a busca por soluções inovadoras e eficazes se torna crucial. Nesse contexto, os processos com membranas despontam como ferramentas promissoras na construção de um futuro mais sustentável.
A água, fonte de vida e elemento essencial para a sobrevivência de todas as espécies, enfrenta desafios crescentes. Segundo a ONU, cerca de 2,2 bilhões de pessoas vivem sem acesso à água potável segura, e a previsão é que esse número aumente significativamente nas próximas décadas. A poluição das fontes hídricas, do ar e a degradação do solo por efluentes industriais, agrícolas e domésticos assumem proporções alarmantes, comprometendo a saúde humana e o equilíbrio ecológico do planeta.
Dados alarmantes da OMS revelam que a poluição do ar é responsável por cerca de 7 milhões de mortes prematuras a cada ano, principalmente por doenças respiratórias e cardiovasculares. As emissões de gases poluentes por veículos automotores, indústrias e queima de combustíveis fósseis contribuem significativamente para esse problema.
O solo, por sua vez, enfrenta desafios como a erosão, a salinização e a contaminação por agrotóxicos e fertilizantes. Estima-se que cerca de 30% dos solos do planeta estejam degradados, o que impacta diretamente na produção de alimentos e na segurança alimentar.
Nesse cenário preocupante, os processos com membranas surgem como soluções promissoras para a despoluição da água e a remediação de áreas degradadas. Através de mecanismos de separação física e química, as membranas são capazes de remover diversos tipos de contaminantes, desde partículas em suspensão até moléculas orgânicas e metais pesados.
As aplicações dessa tecnologia inovadora são diversas e abrangentes. Na área de tratamento de água, as membranas podem ser utilizadas para:
· Produzir água potável a partir de água salobra ou salgada, através da osmose reversa. Um exemplo notável é a cidade de Singapura, que obtém cerca de 30% de sua água potável por meio dessa tecnologia.
· Remover microrganismos, vírus e outras impurezas da água, garantindo sua qualidade para consumo humano.
· Tratar efluentes industriais e domésticos, permitindo o reúso da água em diferentes atividades. A indústria têxtil, por exemplo, utiliza membranas para reduzir o consumo de água e minimizar o impacto ambiental de seus processos.
Na remediação de solos e águas subterrâneas contaminadas, as membranas podem ser usadas para:
· Extrair e remover contaminantes como metais pesados, hidrocarbonetos e outros compostos orgânicos. Um exemplo de sucesso é a aplicação da técnica em áreas afetadas por atividades de mineração, onde as membranas contribuem para a recuperação do solo e a despoluição da água subterrânea.
O monitoramento ambiental também se beneficia dos processos com membranas. Através da análise de gases e líquidos, as membranas permitem a detecção precoce de contaminantes e a avaliação da qualidade ambiental em diferentes áreas.
Neste texto, embarcaremos em uma jornada para explorar as diversas aplicações e os benefícios proporcionados por essa tecnologia inovadora.
Abordaremos os diferentes tipos de processos com membranas, seus mecanismos de ação e as propriedades que os tornam tão eficientes na despoluição da água, remediação de solos e monitoramento ambiental.
MEMBRANAS
1. Classificação e Mecanismos de Separação:
A partir do início da década de 1970, em adição aos processos clássicos de separação como destilação, filtração, absorção, troca iônica, centrifugação, extração por solvente, cristalização e outros, surge uma nova classe de processos que utilizam membranas sintéticas como barreira seletiva. As membranas sintéticas surgem como uma tentativa de se assemelhar as membranas naturais, em particular quanto as suas características únicas de seletividade e permeabilidade (HABERT, BORGES E NOBREGA, 2006).
Uma membrana pode ser descrita como uma barreira semipermeável de separação física entre
duas fases, evitando contato íntimo entre elas. Processos de separação por membranas
caracterizam-se pela passagem de uma suspensão ou solução através de uma membrana,
ocorrendo separação seletiva dos componentes, sob o efeito de uma força motriz que proporcione
o transporte de matéria (BHAVE; RAMESH, 1991; SANTOS, 1999).
Conforme mostra a figura abaixo, o processo de filtração resultará em duas fases: permeado e concentrado. O permeado é todo componente que conseguiu atravessar a membrana, enquanto o concentrado é uma corrente líquida que não conseguiu atravessar a membrana, ou seja, ficando retida contendo os compostos rejeitados.
A filtração por membrana envolve a separação de dissolvidos, coloidais e partículas constituintes a partir de um fluido pressurizado usando materiais microporosos. Em geral, os processos de separação por membranas são classificados São classificados com base nos seguintes parâmetros:
• Força motriz; Processos que utilizam pressão hidráulica para promover a separação as membranas são classificadas em quatro grupos principais, a saber, Microfiltração (MF), Ultrafiltração (UF), Nanofiltração (NF) e Osmose Inversa (OI), conforme podemos ver na tabela 1 (VIGNESWARAN et al., 2012)
· Microfiltração (MF): Microfiltração A microfiltração (MF) é o processo de separação com membranas mais próximo da filtração clássica. Utiliza membranas porosas com poros na faixa entre 0,1 e 10 μm (100 e 10.000 nm), sendo, portanto indicado para a retenção de bactérias, protozoários, maioria dos vírus e materiais em suspensão e emulsão. Como as membranas de MF são relativamente abertas, as pressões empregadas como força motriz para o transporte são pequenas, dificilmente ultrapassando 3 bar. Na MF o solvente e todo o material solúvel permeia a membrana. Apenas o material em suspensão é retido (HABERT, BORGES e NOBREGA, 2006).
· Ultrafiltração (UF): Ultrafiltração é também conhecido como filtração molecular. É uma técnica de separação por membrana utilizada para segregar substâncias de acordo com o peso e tamanho molecular, sendo baseada em um diferencial de pressão através da membrana semipermeável. É um processo conduzido de pressão, operando numa faixa mais baixa de 100-1.000 kPa (VIGNESWARAN et al., 2012). Sendo assim, é um processo utilizado quando se deseja purificar e fracionar soluções contendo macromoléculas. As membranas de UF apresentam poros na faixa entre 1 e 100 nm, portanto mais fechadas do que as membranas de MF. Soluções contendo solutos numa ampla faixa de massa molar (103 – 106 Dalton) podem ser tratadas por este processo. Como os poros das membranas de UF são menores, uma força motriz maior é necessária para obter fluxos de permeados elevados o suficiente para que o processo possa ser utilizado industrialmente. Por este motivo as diferenças de pressão através da membrana variam na faixa de 2 a 10 bar (HABERT, BORGES e NOBREGA, 2006)..
· Nanofiltração (NF): A nanofiltração (NF) é o processo de separação por membranas, cuja técnica é capaz de separar soluções heterogêneas e solutos que se encontram 15 dissolvidos na água. A membrana atua como uma barreira seletiva, ou seja, permite apenas a passagem de determinados componentes, enquanto impede a passagem de outros. Essa técnica retém os sais bivalentes com 0,001µm molecular e requer pressão de trabalho entre 10 a 25 bar (CHEIS, 2013). Atualmente, é muito comum o uso da tecnologia de nanofiltração nas indústrias farmacêuticas e alimentar, entre outros setores, como.
· mineração; biorrefinaria (recuperação de açucares); processo de dessalinização; dessalinização parcial do soro fisiológico, permeado ou retentado de ultrafiltração (UF) como exigido; descoloração e eliminação de micropoluentes; purificação dos químicos usados em limpeza em circuito fechado em equipamentos de esterilização; redução ou alteração de cor em produtos alimentícios; concentração de coprodutos de fermentação e concentraçãode alimentos, lácteos e produtos ou coprodutos da indústria de bebidas
· Osmose Reversa (OR): A osmose inversa (OI) é um processo de separação com membranas usado quando se deseja reter solutos de baixa massa molar, tais como sais inorgânicos ou pequenas moléculas orgânicas como glicose. Por este motivo, as membranas de OI devem ser mais fechadas (poros menores) apresentando, portanto, uma maior resistência à permeação e, consequentemente, pressões de operação mais elevadas do que as utilizadas em UF. Na verdade, as membranas de OI apresentam características intermediarias entre as membranas porosas usadas em MF e UF e as membranas densas empregadas em pervaporação e permeação de gases. O nome Osmose 16 Inversa se deve ao fato de que neste tipo de processo o fluxo permeado é no sentido inverso do fluxo osmótico normal (HABERT, BORGES e NOBREGA, 2006). As membranas de osmose inversa têm sido amplamente utilizadas para o tratamento da água, como por exemplo na produção de água de composição ultrapura, para caldeiras em campos industriais, no processo de dessalinização de água do mar e da água salobra na produção de água potável, além do tratamento de águas residuais para reúso nos campos industrial e agrícola, por exemplo (UEMURA; HENMI, 2008)..
· Diálise: Equilibra a concentração de solutos entre duas soluções através de uma membrana semipermeável
A classificação das membranas com base no mecanismo de separação conduzem a três classes principais de membranas:
• Porosas; 
• Não porosas ou densas; 
• Eletricamente carregadas ou membranas de troca iônica.
Membranas porosas • É possível verificar a presença de poros, os quais com base nadefinição adotada pela International Union of Pure and AppliedChemistry (IUPAC), são: • Macroporos diâmetro > 0,05 mm, • Mesoporos diâmetro entre 0,002 e 0,05 mm; • Microporos diâmetro menor que 0,002 mm; • Enquadram-se nesta classificação os processos de MF, UF e diálise;
Membranas não porosas •Podem ser consideradas como um meio denso,• A difusão das espécies ocorre no espaço livre entre as cadeias poliméricas; •Processos de Permeação de gases, Pervaporação, NF e OR utilizam este tipo de membrana.
Membranas de troca iônica • São um tipo específico de membranas não porosas; • Apresentam-se na forma de um gel altamente expandido, que contém cargas elétricas fixas; • Membranas com cargas fixas positivas são denominadas de aniônicas e aquelas com cargas negativas de catiônicas.
As membranas de NF e OI são consideradas como barreira final, uma vez que, removem vários tipos de contaminantes, como por exemplo, matéria orgânica natural, nutrientes, subprodutos da desinfecção e compostos desreguladores endócrinos, das quais, por tratar-se de processos de separação, a eficácia das membranas é geralmente medida pelo parâmetro denominado rejeição (r), que é definido como o quociente da concentração do material rejeitado no permeado dividido pela sua concentração no canal de alimentação (SCHNEIDER e TSUTIYA, 2001).
 
Existem duas configurações possíveis para a realização dos processos de filtração por
membranas. Nos processos clássicos de filtração, o fluído se movimenta na direção perpendicular
à superfície da membrana conforme esquematizado na figura 1a, sendo o processo denominado
por filtração normal. Desta forma, pode ocorrer rapidamente o acúmulo de partículas na
superfície da membrana, diminuindo subitamente a eficiência da mesma.
Por este motivo é
comum em processos contínuos optar-se pela filtração tangencial, representada na figura 1b, na
qual o fluído se movimenta paralelamente à superfície da membrana sob ação de uma intensa
força motriz, minimizando, em condições determinadas, o acúmulo de matéria na superfície da
membrana (SANTOS, 1999).
FATORES QUE AFETAM A CAPACIDADE DE SEPARAÇÃO 
A eficiência da separação em processos membranares é influenciada por uma série de fatores cruciais. As características dos contaminantes desempenham um papel fundamental, pois sua natureza física e química afeta diretamente a capacidade de retenção das membranas. Além disso, o material das membranas é essencial, pois diferentes materiais apresentam propriedades de separação distintas. Os parâmetros de operação, como pressão, temperatura e fluxo, têm um impacto significativo na eficácia do processo. A variação das características das membranas ao longo do tempo também pode comprometer a separação. A configuração das membranas, incluindo sua espessura e porosidade, influencia diretamente na taxa de separação. A formação de depósitos e outros efeitos de adsorção podem obstruir os poros, diminuindo a eficiência da separação. Por fim, o pH e a força iônica da corrente a ser tratada são críticos, já que podem afetar a carga elétrica das membranas e a interação com os contaminantes. Todos esses fatores devem ser cuidadosamente considerados e otimizados para garantir um desempenho ideal nos processos membranares de separação.
2. Materiais e Tipos de Membranas:
Escolha do material deve considerar: Propriedades hidrofóbicas; Propriedades hidrofílicas; Resistência mecânica; Resistência química; Resistência térmica; Capacidade de esterilização; Estabilidade dimensional; Custo.
As membranas comerciais são normalmente sintetizadas a partir de materiais poliméricos. O acetato de celulose foi o primeiro material a ser utilizado em processos de OI, NF e UF. O material apresenta algumas limitações quanto à sua sensibilidade face a variações de pH e de temperatura. Além disso, pode ser facilmente degradado por acção microbiana. Tem como principais vantagens o seu baixo custo e o facto de ser material hidrofílico. A polisulfona tem sido usada no fabrico de membranas de MF e UF. A vantagem principal deste tipo de membrana é a sua excelente resistência a altas temperaturas e a grandes variações de pH. Outros polímeros que proporcionam melhorias significativas a nível de resistência mecânica, química e térmica das membranas de MF, OI e UF são, respectivamente, o polipropileno, a poliamida e o poliacrilonitrilo. Mais recentemente, têm surgido no mercado membranas baseadas em materiais inorgânicos, dos quais se destacam aquelas preparadas a partir de materiais cerâmicos, tais como alumina, zircónio, sílica e hematite. Estas membranas apresentam maior vida útil e permitem operar em intervalos alargados de pH e temperatura. Entre as desvantagens, estão o seu elevado custo e a pouca flexibilidade por serem materiais duros e quebradiços e com baixa resistência ao impacto.
· Polímeros: Orgânicos (como PS, PVDF) e inorgânicos (como cerâmica).
· Metais: Aço inoxidável, titânio.
· Cerâmica: Óxidos de alumínio, zircônio e titânio.
· Compreenda os tipos de membranas:
· Simétricas: Possuem poros de tamanho uniforme.
· Assimétricas: Possuem poros de tamanhos variados.
· Integrales: Compostas por um único material.
· Compostas: Possuem diferentes camadas com funções específicas.
3. Propriedades e Características Relevantes:
· Aprofunde-se nas propriedades que definem o desempenho das membranas:
· Permeabilidade: Fluxo de fluido através da membrana.
· Rejeição: Capacidade de reter moléculas específicas.
· Seletividade: Eficiência na separação de diferentes moléculas.
· Estabilidade química e térmica: Resistência a diferentes condições de operação.
· Vida útil: Tempo de operação antes da necessidade de substituição.
INFRAESTRUTURA E PILOTOS
As questões infraestruturais têm sido apontadas como o grande empecilho na aplicação e
expansão dos processos de separação por membranas. Embora se prove muitas vezes
superioridade em relação a outros processos tanto do ponto de vista econômico quanto do ponto
de vista da eficiência tecnológica, os custos iniciais com a instalação de uma planta representam
uma barreira a ser transposta. Em contrapartida, os estudos acadêmicos não cessam em busca de
melhorias nos materiais que tragam rentabilidade energética que incentive a aplicação industrial
do processo. Concomitantemente, alguns setores produtivos, como a indústria alimentícia e
farmacêutica, já se utilizam das vantagensdos processos de separação por membranas. A
otimização dos processos de filtração, bem como a avaliação de membranas produzidas em
laboratório, são efetuadas em pilotos de filtração com dimensões adequadas ao laboratório, com
área de exposição das membranas da ordem de grandeza de poucos centímetros quadrados. Em
contrapartida, industrialmente deparamos com plantas que podem apresentar mais de 200 m2 em
área de membrana exposta, sendo possíveis capacidades de processamento de mais de 800 L/h.
As membranas utilizadas neste tipo de processo possuem estrutura porosa ultrafina e, conforme
anteriormente citado, devem ser adequadamente suportadas. Os suportes são comercializados majoritariamente na forma de discos, cilindros e tubos multicanais, estes também denominados
do tipo colmeia (honey-comb). Os discos são preferidos em testes preliminares ou laboratoriais,
pela simplicidade e facilidade de obtenção e aplicação. Industrialmente, os módulos de filtração
mais utlilizados são os que empregam elementos filtrantes multicanais (honey-comb), como
representado na figura 5, por maximizarem a área superficial de membranas em contato com os
fluídos, além de promoverem economia de energia no bombeamento.
NOVOS POTENCIAIS DE APLICAÇÃO
TECNOLOGIAS CONHECIDAS APLICADAS A AREA AMBIENTAL
Sistema de Microfiltração Contínua (CMF)
Proveniente de mais de 700 instalações em todo o mundo, o alto desempenho do sistema de Microfiltração Contínua Memcor (CMF) é ideal e acessível para o tratamento de água municipal, águas residuais e reutilização de água. O sistema de Microfiltração Contínua Memcor (CMF) é comprovado em mais de 700 instalações em todos os países e mercados. O alto desempenho do CMF é ideal - e acessível - para o tratamento de água municipal, águas residuais e reutilização de água. O sistema CMF fornece um processo de separação que oferece uma barreira absoluta para a remoção de todos os contaminantes maiores que o tamanho dos poros da membrana. CMF é um sistema de pressão onde a água bruta é forçada através das fibras da membrana. A água limpa passa por uma superfície de membrana que rejeita todas as partículas maiores que 0,2 microns, incluindo Giardia e Cryptosporidium. As membranas são automaticamente testadas por um sistema de teste de integridade patenteado in-situ. Um sistema de lavagem com ar patenteado é usado para limpar as fibras da membrana. No processo CMF-S, as membranas estão submersas em um tanque aberto e o filtrado é retirado dos módulos sob sucção. As membranas operam em fluxo direto usando a mesma membrana de polipropileno nominal de 0,2 μm que o processo CMF convencional vem empregando há muitos anos. Um retro-lavagem periódico é necessário para desalojar os sólidos e a limpeza química é empregada em intervalos para restaurar o desempenho da membrana.
Década de 90
4.1 Retro-lavagem CMF-S
Gerações anteriores de CMF usavam uma retro-lavagem a gás única para manter a superfície da membrana limpa. A retro-lavagem CMF-S é baseada nos mesmos princípios, com a exceção de que o ar é aplicado externamente à superfície da fibra em vez de passar pela parede da membrana. A chave para seu sucesso é um design que permite que o ar seja distribuído uniformemente nas profundezas de um módulo de membrana altamente compactado. Uma curta retro-lavagem de filtrado complementa a ação de esfregamento do ar para ajudar a desalojar ainda mais os sólidos. Os sólidos desalojados da membrana são drenados do tanque no final do ciclo de retro-lavagem. Esse processo garante que não haja acumulação de sólidos dentro do tanque de membrana que possa afetar o desempenho da membrana ou a qualidade da água. O resultado é um processo de retro-lavagem com eficiência semelhante à do CMF convencional. 1992+-
	
4.2 Limpeza no Local (CIP) CMF-S
A limpeza química é realizada bombeando a solução de limpeza do tanque CIP para a célula que contém os módulos de membrana. As membranas entram em contato com os produtos químicos e são periodicamente aeradas. Ao término do ciclo, a solução de limpeza é recuperada para o tanque CIP. As membranas são então enxaguadas e retornadas ao serviço.
4.3 Monitoramento e Controle de Integridade CMF-S
Tanto o CMF quanto o CMF-S usam três etapas-chave para alcançar o controle da integridade do sistema - teste de decaimento de pressão, identificação de vazamentos e isolamento de submódulos com vazamento. O teste de decaimento de pressão permite que a integridade da barreira seja quantificada sem depender de medidas da qualidade da água tratada. O teste também é mais sensível a mudanças na integridade do que quaisquer métodos de teste de qualidade da água atuais podem alcançar. O ar é aplicado ao lado do filtrado do sistema a uma pressão abaixo do ponto de bolha (tipicamente 100 kPa). O ar desloca o filtrado do lúmen através da parede da membrana. Uma vez que todo o líquido tenha sido expelido do lúmen, o sistema é isolado e o decaimento da pressão monitorado. A taxa de decaimento de pressão é uma medida direta da integridade da membrana e pode ser relacionada à remoção logarítmica de partículas maiores que o tamanho do poro (por exemplo, Cryptosporidium) (Hong et al.,1999). Se o teste de decaimento de pressão indicar uma queda na integridade, a fonte do vazamento é facilmente localizada por inspeção visual sobre o topo do tanque. Grupos de módulos podem ser isolados para reparo posterior, se necessário.
Aplicações na Área Ambiental:
· Década de 1960: As primeiras membranas de ultrafiltração e osmose reversa foram comercializadas, abrindo caminho para a aplicação em diversos processos de tratamento de água e efluentes.
· Década de 1970: A crise do petróleo impulsionou a busca por tecnologias eficientes para dessalinização de água do mar, impulsionando o desenvolvimento de membranas de osmose reversa mais eficientes.
· Década de 1980: A microfiltração e nanofiltração surgem como novas técnicas de separação, expandindo as aplicações das membranas em áreas como tratamento de água potável, reuso de água e efluentes industriais.
· Década de 1990: O desenvolvimento de membranas com propriedades antifouling e antimicrobianas contribuiu para aumentar a eficiência e a vida útil das membranas em ambientes desafiadores.
2. Marcos e Aplicações Relevantes:
· 1970s: Primeiras plantas de dessalinização de água do mar usando osmose reversa são construídas, principalmente no Oriente Médio.
· 1980s: Membranas de microfiltração são utilizadas para purificar água potável e remover microrganismos, como Cryptosporidium e Giardia.
· 1990s: Nanofiltração é aplicada para remover cor, matéria orgânica e outros contaminantes da água.
· 2000s: Membranas são utilizadas para tratamento de efluentes industriais, recuperação de recursos e produção de biocombustíveis.
· 2010s: Avanços em nanotecnologia impulsionam o desenvolvimento de membranas com propriedades ainda mais avançadas, como maior permeabilidade e seletividade.
O fouling e a formação de biofilmes representam um desafio significativo nos processos de membrana, afetando negativamente o desempenho, a eficiência e a vida útil das membranas. Para garantir a operação otimizada e o sucesso a longo prazo de sistemas de membrana, é crucial compreender os mecanismos por trás desses problemas, suas implicações e as medidas eficazes para combatê-los.
O fouling se refere à deposição e acúmulo de materiais indesejados na superfície da membrana, obstruindo os poros e reduzindo o fluxo permeável. Diversos tipos de fouling podem ocorrer, cada um com características e impactos distintos:
· Fouling por partículas: Envolve a deposição de partículas sólidas em suspensão, como argila, silte e colóides, na superfície da membrana.
· Fouling orgânico: Causado pela adsorção de matéria orgânica, como proteínas, carboidratos e ácidos húmicos, na membrana.
· Fouling inorgânico: Ocorre pela precipitação de sais minerais, como carbonato de cálcio e sulfato de cálcio, na superfície da membrana.
· Biofouling: Refere-se ao crescimento de microrganismos, como bactérias, algas e fungos, na superfícieda membrana, levando à formação de biofilmes.
O biofouling é particularmente preocupante devido à natureza complexa e resistente dos biofilmes. Estes são compostos por uma comunidade de microrganismos encapsulados em uma matriz extracelular de polissacarídeos (EPS), conferindo-lhes diversas características desafiadoras:
· Resistência a agentes de limpeza: A matriz EPS protege os microrganismos de agentes de limpeza tradicionais, dificultando sua remoção.
· Corrosão da membrana: A produção de ácidos e outros produtos metabólicos pelos microrganismos pode corroer a membrana, reduzindo sua vida útil.
· Perda de permeabilidade: O acúmulo de biofilmes obstrui os poros da membrana, diminuindo significativamente o fluxo permeável.
· Contaminação do permeado: Os microrganismos presentes no biofilme podem contaminar o permeado, tornando-o impróprio para o uso desejado.
O desenvolvimento de novas tecnologias de membrana com propriedades antifouling e antimicrobianas é uma área de pesquisa promissora.
1. Tratamento de Água e Efluentes:
· Descubra como os processos com membranas contribuem para a despoluição da água:
· Remoção de contaminantes:
· Microfiltração: Retém microrganismos, parasitas e partículas em suspensão.
· Ultrafiltração: Remove vírus, proteínas e macromoléculas.
· Nanofiltração: Retira íons multivalentes, corantes e matéria orgânica.
· Osmose Reversa: Produz água potável a partir de água salobra ou salgada.
· Reuso da água: Permite o reaproveitamento da água tratada para diferentes fins.
Como a membrana é responsável por filtrar as impurezas do líquido a ser tratado, o material retido nos poros, ou seja, aqueles que possuem tamanho maior que o poro da membrana, acaba formando uma camada que obstrui a membrana (processo de incrustação), tornando a filtração menos eficaz, uma vez que é perdido fluxo no sistema. Em virtude disso, as incrustações em membranas têm sido um dos principais obstáculos para as suas aplicações no tratamento de água (VIGNESWARAN et al., 2012). Dessa forma, o Fouling tem sido considerado como o problema mais grave na operação de sistemas de NF e OI
· Explore as aplicações específicas:
· Pré-tratamento de água para consumo humano.
· Desalination de água do mar.
· Tratamento de efluentes industriais e domésticos.
· Reúso de água na agricultura e indústria.
2. Remediação de Solos e Águas Subterrâneas:
· Entenda como os processos com membranas auxiliam na descontaminação de áreas poluídas:
· Extração de contaminantes:
· Bombeamento de água subterrânea contaminada através da membrana.
· Separação dos contaminantes da água.
· Retorno da água limpa para o solo.
· Explore as aplicações específicas:
· Remoção de metais pesados, hidrocarbonetos e outros compostos orgânicos.
· Remediação de áreas afetadas por atividades industriais e agrícolas.
3. Monitoramento Ambiental:
High Efficiency Particulate Arrestance HME heat and moisture exchanger
· Compreenda como os processos com membranas podem ser utilizados para monitorar a qualidade ambiental
Apesar de a utilização das membranas como meio de preservação ambiental ainda não ser tão explorada no Brasil, A maior parte das membranas no Brasil é importada. Mas os especialistas apontam que o mercado de membranas vem crescendo no país, acompanhando o crescimento do setor em todo o mundo outras demandas existentes na indústria e na sociedade mantêm o mercado ativo.
Embora haja várias unidades instaladas no Brasil em aplicações de membranas de osmose reversa, para desmineralização de água para caldeiras de geração de vapor, e também módulos de ultra e microfiltração, para retenção de sólidos, ou como pré-tratamento de osmose ou até em módulos de biorreatores de membrana (MBR), existe um parcialmente novo nicho de mercado com membranas com perspectiva de ultrapassar em muito as vendas e os lucros até então obtidos em todas essas negociações. Trata-se do segmento de membranas de nanofiltração para remoção seletiva de sulfato em água de injeção de poços de petróleo offshore.
nanofiltração no polimento do tratamento de chorume – aplicação que a NF também cresce – na unidade de Maceió/AL 2019, também em CRVR de Minas do Leão/ RS 2021. "Existem grandes oportunidades ainda para aplicação em reúso, separação de aminoácidos, remediação de barragens de mineradoras e mesmo na potabilização de água"
A Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (SABESP) iniciou de forma pioneira a produção de água de reúso a partir de 1998. Atualmente, o sistema de reúso possui 7,8 km de rede exclusiva para o fornecimento dos 468 litros por segundo de água de reúso produzidos em três estações de tratamento de esgoto para uso externo ou interno (SÃO PAULO, 2018). Adicionalmente, a partir de uma parceria com o setor privado, foi construído o Aquapolo Ambiental. Esse empreendimento é responsável por realizar o tratamento adicional no efluente da Estação de Tratamento de Esgoto ABC para sua reutilização no Polo Petroquímico da Região do Grande ABC, transportada por uma rede de cerca de 17 km. Tem capacidade de produzir 1000 litros por segundo, sendo fornecidos 650 litros por segundo. O pós-tratamento consiste em filtros de disco, biorreator de membrana de ultrafiltração e membranas de osmose reversa (SÃO PAULO, 2018; AQUAPOLO, 2018).
Estados Unidos: O efluente doméstico é tratado para reúso potável. O efluente é tratado em biorreator de membrana seguido por desinfecção, osmose reversa e um sistema de POA. Em seguida, o efluente tratado é misturado com água bruta para 27 ser tratado por ultrafiltração, desinfecção por ultravioleta, carvão ativado e desinfecção antes de ser encaminhado para consumo;
Reino unido: O efluente proveniente de uma indústria alimentícia é tratado para reúso potável. O tratamento inclui flotação por ar dissolvido, biorreator de membrana, osmose reversa, desinfecção e remineralização;
Notícias do Mercado de Filtros de Membrana 
· Em julho de 2022, a Autoridade de Eletricidade e Água de Dubai (DEWA) concluiu 57% da construção de Unidades de Microfiltração de Água em Hatta, que refinam e esterilizam a água da barragem de Hatta
Source: https://www.mordorintelligence.com/pt/industry-reports/membrane-filters-market
nálise de Mercado Filtros de membrana
Global Filtração de Membrana mercado foi avaliado em US$ 14 bilhões em 2020 e deverá atingir US$ 22 bilhões em 2027, exibindo um CAGR elevado de 6.7% durante o período de previsão (2021-2027).. O surto de COVID-19 em todo o mundo tem um impacto significativo no mercado porque a esterilização ou filtração é crucial para a remoção de todos os micróbios, como bactérias, fungos, vírus e protozoários, que podem contaminar medicamentos, vacinas ou substâncias alternativas, produtos químicos, alimentos e outros produtos e, portanto, representam riscos à saúde. Source: https://www.mordorintelligence.com/pt/industry-reports/membrane-filters-market
em dezembro de 2020, a Xiaomi lançou um purificador de água de ultrafiltração Xiaolang por JPY 499 (USD 76). O produto foi desenvolvido com uma membrana de ultrafiltração que utiliza uma membrana de fibra oca de alta eficiência como camada filtrante central. A camada filtrante tem uma precisão de filtração de 01. Um e pode filtrar com sucesso contaminantes nocivos da água, se livrar de odores, e melhorar o sabor. em março de 2022, a LG Electronics, na Índia, lançou um purificador de água Ultrafiltração + Ultravioleta (UF+UV) no Dia Mundial da Água. 
Source: https://www.mordorintelligence.com/pt/industry-reports/membrane-filters-market
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Desafios e perspectivas para processos com membranas em aplicações ambientais
Apesar do grande potencial, o uso de membranas em aplicações ambientais ainda enfrenta alguns desafios. O alto custo inicial de instalação e operação é um dos principais obstáculos, especialmente em países em desenvolvimento. A necessidade de mão de obra qualificada para operar e manter as membranas também é um desafio. Além disso, ainda há espaço para o desenvolvimentode membranas mais eficientes e duráveis, com maior resistência a incrustações e produtos químicos.
No entanto, as perspectivas para o futuro são promissoras. O desenvolvimento de novas tecnologias e materiais, como membranas nanoestruturadas e biomiméticas, está abrindo caminho para aplicações mais eficientes e economicamente viáveis. A crescente demanda por soluções ambientalmente sustentáveis, impulsionada por regulamentações mais rigorosas e pela conscientização da sociedade, também deve impulsionar o crescimento do mercado de membranas para aplicações ambientais.
HILLI, P. Membrane technology in water and wastewater treatment.
Cambridge: Royal Society of Chemistry, 2000.

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