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LIVRO DO PROFESSOR GEOGRAFIA 7.° ANO - LIVRO 2 ENSINO FUNDAMENTAL SAE DIGITAL S/A Curitiba 2021 SAE DIGITAL S/A PG21LP272SDG0_MIOLO_EF21_7_GEO_L2_LP.indb 1PG21LP272SDG0_MIOLO_EF21_7_GEO_L2_LP.indb 1 04/12/2020 14:02:4804/12/2020 14:02:48 Direção editorial Lucélia Secco Gerência editorial Tassiane Aparecida Sauerbier Coordenação editorial Lúcia Chueire Coordenação pedagógica Cristiane Sliva, Jardiel Loretto Filho Edição Caroline Schlegel, Emanoelle Almeida, Igor Carvalho, Jean Buture Carneiro Revisão Ana Paula Gurski Ferraz, Everson de Lara Caetano, Gabriele Varão, Juliana Basichetti Martins, Marcela Vidal Machado, Marilene Wojslaw Pereira Dias, Priscila Sousa, Thainara Gabardo, Victor Truccolo Cotejo Anna Karolina de Souza, Ludmilla Borinelli, Rafaella Ravedutti, Wagner Revoredo Qualidade Brunno Freire, Igor Spisila, Mariana Chaves Projeto gráfico Evandro Pissaia, Fernanda Angeli Andreazzi, Gustavo Ribeiro Vieira Arte da capa Carlos Morevi, Deny Machado, Guilherme Reginato, Scarllet Anderson Iconografia Jhennyfer Pertille Ilustrações Carlos Morevi, Deny Machado, Scarllet Anderson Cartografia Julio Manoel França da Silva Diagramação André Lima, Bruna Aparecida de Andrade, Gustavo Ribeiro Vieira, Jéssica Xavier de Carvalho, Luana Santos, Luciana Nesello Kunsel, Luisa Piechnik Souza, Maisa Leepkaln, Mariana Oliveira, Mateus Bonn, Ralph Glauber Barbosa, Raphaela Candido, Silvia Santos, Tarliny Silva, Thaísa Werner, Thiago Figueiredo Venâncio Coordenação de processos Janaina Alves Processos Janio Lima, Raul Jungles, Vitor Ribeiro Colaboração externa Edição e Revisão Texto Finito (Preparação de Texto), Eduarda Regina Drabczynski Da Matta (Leitura de Qualidade), Estevam Cezar Maia Goulart (Diagramação), Leticia Ueno Bonomo (Leitura de Qualidade), Melanie Beretta Blitzkow (Leitura de Qualidade), Neydiane Hernandes de Souza (Diagramação) Autoria Eliane Regina Ferretti Catalogação na Publicação (CIP) Ensino Fundamental : Geografia : 7.o ano: livro 2 : professor – 1. ed. – Curitiba, PR : SAE Digital S/A, 2021. 64 p. ISBN: 978-65-5593-649-0 1. Ensino Fundamental. 2. Geografia. 3. Educação. I. Título. CDD: 372.891 CDU: 91:371.1 © 2021 – SAE DIGITAL S/A. É proibida a reprodução, mesmo parcial, por qualquer processo, sem autorização por escrito dos autores e do detentor dos direitos autorais. Todos os direitos reservados. SAE DIGITAL S/A. R. João Domachoski, 5. CEP: 81200-150 Mossunguê – Curitiba – PR 0800 725 9797 | Site: sae.digital PG21LP272SDG0_MIOLO_EF21_7_GEO_L2_LP.indb 2PG21LP272SDG0_MIOLO_EF21_7_GEO_L2_LP.indb 2 04/12/2020 14:02:4804/12/2020 14:02:48 GEOGRAFIA III Programação anual de conteúdos – Geografia – 7.º ano Unidades Capítulos Conteúdos Habilidades Aulas Li vr o 1 1. Brasil e seu espaço 1. Brasil • Localização do Brasil no mundo e na América Latina • Dimensão do território brasileiro • Formação do território brasileiro • Soberania nacional EF07GE01 EF07GE02 EF07GE09 5 2. Regionalização do Brasil • Conceito de regionalização • Regionalizações do Brasil • Fusos horários EF07GE01 EF07GE02 EF07GE09 10 2. Brasil e sua população 1. População brasileira • Diversidade populacional • Características e estrutura da população • Distribuição espacial da população • População e trabalho EF07GE02 EF07GE03 EF07GE04 EF07GE08 EF07GE10 8 2. Mobilidade da população • Fluxos migratórios internos • Fluxos migratórios externos • Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) • Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) • Coeficiente de Gini EF07GE02 EF07GE03 EF07GE04 EF07GE08 EF07GE10 7 Li vr o 2 3. Espaço rural brasileiro 1. Os diferentes usos do espaço rural • Políticas do espaço rural: estrutura fundiária • Relações de trabalho no meio rural • Questões ambientais EF07GE06 EF07GE09 EF07GE10 6 2. Produção do espaço rural • Produção agrícola • Pecuária • Produção extrativista • Agronegócio EF07GE06 EF07GE09 EF07GE10 6 4. Espaço urbano brasileiro 1. Processo de urbanização • Formação e organização das cidades • Metropolização • Rede e hierarquia urbana • Setor Terciário • Questões socioambientais EF07GE05 EF07GE06 EF07GE08 EF07GE09 EF07GE10 8 2. Processo de industrialização • Processo de industrialização • Etapas da industrialização no Brasil • Distribuição espacial das indústrias EF07GE06 EF07GE08 8 Li vr o 3 5. Espaço das redes no Brasil 1. Rede de transporte • Transporte rodoviário • Transporte ferroviário • Transporte aquaviário • Transporte aeroviário • Transporte dutoviário EF07GE07 8 2. Redes de comunicação e de informação • Sistema de comunicação • Sistema de informação EF07GE07 7 6. Espaço energético brasileiro 1. Recursos energéticos • Recursos energéticos renováveis no território brasileiro • Recursos energéticos não renováveis no território brasileiro EF07GE09 EF07GE10 8 2. Matriz energética brasileira • Matriz energética brasileira • Produção de energia no Brasil • Consumo de energia no Brasil EF07GE09 EF07GE10 7 Li vr o 4 7. Geologia e hidrografia do Brasil 1. Estrutura geológica, relevo e solos • Estrutura geológica brasileira • Características das formas de relevo • Formação e uso dos solos • Questões ambientais EF07GE01 EF07GE11 EF07GE12 6 2. Recursos hídricos • Regiões hidrográficas • Aquíferos • Transposição do Rio São Francisco EF07GE01 EF07GE11 EF07GE12 8 8. Clima e biomas do Brasil 1. Estrutura climática • Tipos de climas que ocorrem no Brasil • Características dos tipos climáticos • Massas de ar • Questões climáticas ambientais EF07GE01 EF07GE11 EF07GE12 8 2. Biomas brasileiros • Principais biomas brasileiros • Domínios morfoclimáticos • Sistema Nacional de Unidades de Conservação • Questões ambientais EF07GE01 EF07GE11 EF07GE12 8 PG21LP272SDG0_MIOLO_EF21_7_GEO_L2_LP.indb 3PG21LP272SDG0_MIOLO_EF21_7_GEO_L2_LP.indb 3 04/12/2020 14:02:4804/12/2020 14:02:48 GEOGRAFIAIV Conheça as seções, os boxes e os ícones do seu livro É um espaço que apresenta relações entre o conteúdo que você está estudando e as tecnologias referentes a ele. GEOGRAFIA E TECNOLOGIA¬ N ATIVIDADES Geralmente esta seção está no � nal de cada capítulo. Seu objetivo é levá -lo a rever os con- teúdos estudados. PARA SABER MAIS Indica o momento de aprofundar ou ampliar algum aspecto do conteúdo que você está estudando no capítulo. CONEXÃO Este é um espaço que apresenta texto e atividades que fazem a articulação entre diversos conteúdos. INTERAÇÃO Quando aparecer esta seção, será proposto um trabalho em grupo, como debate, pesquisa e elaboração de painel. PARA IR ALÉM Aqui você encontra dicas de leituras, músicas ou vídeos para aprofundar seu conhecimento. COLOCANDO EM PRÁTICA É um espaço que apresenta exercícios resolvidos para você compreender a sua sistematização. TER ATITUDE Esta seção apresenta uma proposta para um trabalho prático. DESENVOLVER E APLICAR Esta seção propõe atividades investigativas e motivadoras para você resolver individualmente. Este ícone indica que há uma Realidade aumentada que pode ser acessada com o celular ou tablet. Quando aparecer este ícone, será a hora de exercitar a oralidade com os colegas de turma. DE OLHO NA PROVA É uma seção exclusiva para o 9.º ano e apre- senta questões de provas para auxiliar você a ingressar no Ensino Médio. EM TEMPO É o momento de recordar uma ideia já estudada. Pode apresentar, também, a explicação ou o signi� cado de um termo ou de um conteúdo apresentado no texto. Esta seção aparece quando há necessi- dade de explicar os procedimentos para realização de uma atividade.realização de uma atividade.COMO FA ZE R Este ícone indica o desenvolvimento da educação para o consumo consciente. PG21LP272SDG0_MIOLO_EF21_7_GEO_L2_LP.indb 4PG21LP272SDG0_MIOLO_EF21_7_GEO_L2_LP.indb 4 04/12/2020 14:02:5004/12/2020 14:02:50 u3d ; sr ipf ot o/ Sh ut te rs to ck Geografia Unidade 3 | O espaço rural brasileiroCapítulo 1 | Os diferentes usos do espaço rural ........................................ 206 Capítulo 2 | Produção do espaço rural ........................................................... 219 Unidade 4 | O espaço urbano brasileiro Capítulo 1 | Processo de urbanização .............................................................. 231 Capítulo 2 | Processo de industrialização ...................................................... 247 PG21LP272SDG0_MIOLO_EF21_7_GEO_L2_LP.indb 205PG21LP272SDG0_MIOLO_EF21_7_GEO_L2_LP.indb 205 04/12/2020 14:02:5204/12/2020 14:02:52 206 GEOGRAFIA 207GEOGRAFIA Costa Rodrig ues/Shu tterstoc k EF 21 _7 _G EO _L 2_ U 3_ 01 Políticas do espaço rural: estrutura fundiária A estrutura fundiária de um país é definida por meio da distribuição, organização e dimensão das propriedades rurais em seu território. A Lei Federal n.º 4 504 de 1964, chamada de Estatuto da Terra, definiu o que seria o módulo rural. O tamanho do módulo rural depende da região brasileira onde está localizado e deve ter um tamanho que possa garantir o sustento da família que nele trabalha. Como o Brasil é extenso e diverso, cada módulo varia de região para região, uma vez que se levam em conta características e especificidades dos lugares, como tipo de solo, clima predominante, formas de relevo, função social da terra etc. Considerando-se a dimensão e a exploração das propriedades rurais brasileiras, elas podem ser classificadas como: • imóveis rurais: mantêm exploração extrati- va, pecuária ou agroindustrial, podendo ser por iniciativa privada ou pública. • empresas rurais: propriedades com área de até 600 módulos rurais da região onde estão localizadas, apresentam áreas de cultivos, pastagens e reflorestamentos. Observe a imagem ao lado. • latifúndio por exploração: propriedade de até 600 módulos rurais da região onde está localizada e que está inexplorada ou apre- senta exploração deficitária e inadequada. • latifúndio por dimensão: propriedade com área superior a 600 módulos rurais da região onde está localizada ou com mais de 100 000 hectares (um hectare corresponde a 10 000 m2). A produção geralmente é destina- da ao mercado externo e também abastece as agroindústrias. Veja a imagem a seguir. M ar io rd o M ar io R ob er to D ur an O rt iz /W .c om m on s Colheita de cana-de-açúcar em um latifúndio em São Paulo. Cultivo de milho em uma propriedade classi- ficada como empresa rural em São Paulo. Ja bo tic ab a Fo to s/ Sh ut te rs to ck Costa Rodrig ues/Shu tterstoc k Costa Rodrig ues/Shu tterstoc k un idade 206 Área rural em Itatiba, São Paulo. 1. Os diferentes usos do espaço rural O espaço geográfico apresenta diferentes formas de uso e ocupação. Nesse sentido, ele pode ser ca- racterizado por espaços rurais e urbanos. Com base na imagem, o que caracteriza uma paisagem rural? Quais elementos da paisagem predomi- nam? Quais as atividades econômicas desenvolvidas? Quais produtos utilizamos são oriundos do espaço rural? 3 • Produção agrícola • Produção da pecuária • Produção extrativista • Agronegócio O espaço rural bra sileiro Escola Digital Objetivos do capítulo • Identificar os fenômenos geográficos do território brasileiro. • Entender que o espaço geográfico brasileiro é produto da atividade social sobre um substrato natural. • Identificar as principais características do espaço rural brasileiro. • Conhecer os principais problemas oriundos do uso e da ocupação do espaço rural. Realidade aumentada • Caminho do problema fundiário no Brasil • Homem no campo Encaminhamento metodológico Retome os conceitos de paisagem. Explique aos alunos que o que visualizamos do local onde estamos é interpretado como “paisagem” na ciência geográfica e que uma paisagem pode ser classificada como natu- ral (quando os elementos na- turais predominam) ou cultural (quando os elementos culturais predominam). Para alguns es- tudiosos, não há uma paisagem 100% natural ou 100% cultural, pois os elementos naturais e culturais estão presentes em todos os lugares. Discuta com os alunos que, na maioria das vezes, quando as paisagens naturais são alteradas, nem sempre as consequências são positivas. Algumas atividades provocam impactos ambientais que podem ser quase irreversí- veis (EF07GE06). Explique a eles também que a paisagem cultural pode ser urbana ou rural. A paisagem do espaço rural possui predomínio de elementos que caracterizam as atividades econômicas, como agricultura, pecuária, extrativis- mo e elementos naturais como vegetação, rios, entre outros. Ao longo do capítulo serão apresentados mapas, tabelas e propostas de elaboração de gráficos para que o aluno possa analisar, interpretar e estabe- lecer semelhanças e diferen- ças (habilidades EF07GE09 e EF07GE10). Dica para ampliar o trabalho As seções Interação, Desenvolver e aplicar, Geografia e tecnologia, Conexão e Ter atitude podem aparecer durante o conteúdo. Elas apresentam atividades contextuali- zadas, que buscam a interação com os saberes de colegas ou com informações prove- nientes de diferentes textos e imagens. Antes de iniciar o trabalho do bimestre com os alunos, sugerimos que você selecione essas seções em cada capítulo, reservando para cada uma um espaço adequado em seu planejamento. Já a seção Atividades apresenta exercícios com outro objetivo: sistematizar, de maneira direta, os conteúdos trabalhados. A seção está localizada, geralmente, ao final de cada capítulo, antes do mapa conceitual. Sugerimos duas possibilidades para você desenvolver o trabalho com ela: • selecionar as atividades de acordo com a sequência do conteúdo, orientando os alunos para que a resolução seja feita em casa; • trabalhar com todas elas ao final do capítulo, como revisão do que foi estudado. PG21LP272SDG0_MIOLO_EF21_7_GEO_L2_LP.indb 206PG21LP272SDG0_MIOLO_EF21_7_GEO_L2_LP.indb 206 04/12/2020 14:03:1104/12/2020 14:03:11 207GEOGRAFIA 207GEOGRAFIA Costa Rodrig ues/Shu tterstoc k EF 21 _7 _G EO _L 2_ U 3_ 01 Políticas do espaço rural: estrutura fundiária A estrutura fundiária de um país é definida por meio da distribuição, organização e dimensão das propriedades rurais em seu território. A Lei Federal n.º 4 504 de 1964, chamada de Estatuto da Terra, definiu o que seria o módulo rural. O tamanho do módulo rural depende da região brasileira onde está localizado e deve ter um tamanho que possa garantir o sustento da família que nele trabalha. Como o Brasil é extenso e diverso, cada módulo varia de região para região, uma vez que se levam em conta características e especificidades dos lugares, como tipo de solo, clima predominante, formas de relevo, função social da terra etc. Considerando-se a dimensão e a exploração das propriedades rurais brasileiras, elas podem ser classificadas como: • imóveis rurais: mantêm exploração extrati- va, pecuária ou agroindustrial, podendo ser por iniciativa privada ou pública. • empresas rurais: propriedades com área de até 600 módulos rurais da região onde estão localizadas, apresentam áreas de cultivos, pastagens e reflorestamentos. Observe a imagem ao lado. • latifúndio por exploração: propriedade de até 600 módulos rurais da região onde está localizada e que está inexplorada ou apre- senta exploração deficitária e inadequada. • latifúndio por dimensão: propriedade com área superior a 600 módulos rurais da região onde está localizada ou com mais de 100 000 hectares (um hectare corresponde a 10 000 m2). A produção geralmente é destina- da ao mercado externo e também abastece as agroindústrias. Veja a imagem a seguir. M ar io rd o M ar io R ob er to D ur an O rt iz /W .c om m on s Colheita de cana-de-açúcar em um latifúndio em São Paulo. Cultivo de milho em uma propriedade classi- ficada como empresa rural em São Paulo. Ja bo tic ab a Fo to s/ Sh ut te rs to ck Costa Rodrig ues/Shu tterstoc k un idade 206 Área ruralem Itatiba, São Paulo. 1. Os diferentes usos do espaço rural O espaço geográfico apresenta diferentes formas de uso e ocupação. Nesse sentido, ele pode ser ca- racterizado por espaços rurais e urbanos. Com base na imagem, o que caracteriza uma paisagem rural? Quais elementos da paisagem predomi- nam? Quais as atividades econômicas desenvolvidas? Quais produtos utilizamos são oriundos do espaço rural? 3 • Produção agrícola • Produção da pecuária • Produção extrativista • Agronegócio O espaço rural bra sileiro Escola Digital Encaminhamento metodológico Explique aos alunos que o módulo rural é expresso em hectares, servindo de parâmetro para comparar os imóveis rurais. Há também o módulo fiscal, expresso em hectares, instituído pela Lei n.º 6 746, de 10/12/1979, com a finalidade de classificar os estabelecimentos rurais em relação à dimensão. Cada município define o tamanho do módulo fiscal. Assim, o módulo fiscal classifica as propriedades em quatro tipos: minifúndio (área inferior ao módulo rural), pequena propriedade (área de um a quatro módulos fiscais), média propriedade (área entre 4 e 15 módulos fiscais) e grande pro- priedade (área superior a 15 módulos fiscais). Dica para ampliar o trabalho Sugerimos o trabalho com o texto Propriedade e latifúndio: introdução ao debate sobre sua origem e perpetuação no Brasil, que está disponível no link a seguir: • http://periodicos.pucminas.br/index.php/geografia/article/ download/p.2318-2962.2017v27n50p441/11756 PG21LP272SDG0_MIOLO_EF21_7_GEO_L2_LP.indb 207PG21LP272SDG0_MIOLO_EF21_7_GEO_L2_LP.indb 207 04/12/2020 14:03:1304/12/2020 14:03:13 208 GEOGRAFIA 209GEOGRAFIA EF 21 _7 _G EO _L 2_ U 3_ 01 Nesse período, o cultivo de cana-de-açúcar predominava, pois era um dos produtos mais valori- zados nas relações comerciais na Europa, impondo o caráter agroexportador da sua colônia, incentivando ainda mais a manutenção dos latifúndios e, portanto, a concentração de terras. Os donatários detinham a posse desses latifúndios e muitos substituíam o poder do Estado, pois recebiam privilégios em função dos resultados econômicos que o latifúndio gerava. Mesmo com a decadência da produção açucareira, os latifúndios continuaram a dominar a ocupação do espaço rural brasileiro. Essa situação foi potencializada com a Lei de Terras, assinada por D. Pedro II em 1850, definindo critérios para posse, manutenção, uso e comercialização de ter- ras. A partir dessa lei, a posse de terras públicas só poderia ser adquirida por meio da compra, o que inviabilizou doação ou posse. Essa lei favoreceu os grandes proprietários e dificultou a compra por pessoas de baixa renda, deixando claro que as propriedades rurais eram fontes de lucro, tirando o caráter social de sua simples posse. A partir da segunda metade do século XIX, o espaço rural foi marcado pela produção do café, que também foi estruturada nas grandes propriedades rurais, continuando assim o caráter de lucro por meio da monocultura e do uso de mão de obra escrava. Nesse sentido, a concentração de terras nas mãos de poucos proprietários e o caráter de lucro continuaram a prevalecer mesmo após a assinatura do Estatuto da Terra. Observe o mapa a seguir. SA E D IG IT A L S/ A 0 460 920 km Escala aproximada Projeção Cilíndrica 1:46 000 000 BRASIL: estrutura fundiária – concentração de latifúndios por área total da região 75% 41% 25% 33% 33% OCEANO PACÍFICO OCEANO ATLÂNTICO 15º 0º Equador 30º 60º 45º 23º27'30" Trópico de Capricórnio ¬ N S O L Centro-Oeste Nordeste Norte Sudeste Sul Escala aproximada Projeção Cilíndrica 1:46 000 000 460 920 km0 A região Centro-Oeste lidera o ranking, pois 75% de seu território é caracterizado pela concentração de latifúndios. Os dados confirmam a estrutura fundiária brasileira, pois, segundo o Incra, cerca de 1,4% do total das propriedades rurais existentes no Brasil (78,7 mil propriedades das 5,6 milhões totais) ocupa aproximadamente 40% da área total dos imóveis rurais brasileiros. Isso significa que uma pequena parcela da população brasileira é dona de grande parte das propriedades rurais brasileiras. Em função dessa irregular distribuição das terras, o governo federal elaborou programas que ten- tam minimizar as desigualdades socioeconômicas geradas pela concentração de terras e alguns desses programas têm a reforma agrária como base. 208 GEOGRAFIA EF 21 _7 _G EO _L 2_ U 3_ 01 EF 21 _7 _G EO _L 2_ U 3_ 01 Qual é a diferença entre módulo rural e módulo fiscal? Módulo rural é calculado para cada imóvel rural em separado, e sua área reflete o tipo de exploração predominante no imóvel rural, segundo sua região de localização. Módulo fiscal, por sua vez, é estabelecido para cada município, e procura refletir a área mediana dos módulos rurais dos imóveis rurais do município. Disponível em: http://www.Incra.gov.br/qual-e-a-diferenca-entre-modulo-rural-e-modulo-fiscal. Acesso em: 19 nov. 2018. PARA SABER MAIS • minifúndio: propriedade com área inferior ao módulo rural da região onde está localizada. Os minifúndios são responsáveis por mais de 70% da produção destinada ao mercado interno. • propriedade familiar: área determinada pela região em que se localiza. Explorada pela família do proprietário. Há também outra unidade de medida das propriedades rurais fixadas pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra): o módulo fiscal, que se refere à média dos módulos rurais de um município, bem como leva em conta o tipo de produção predominante, a renda obtida pela produção etc. No Brasil a estrutura fundiária atual reflete a herança do Período Colonial quanto às práticas ca- racterísticas de concentração de terras. Essa concentração influenciou distorções no uso do solo, originando disparidades socioeconômicas entre as regiões brasileiras, que continuam pre- sentes no espaço rural brasileiro. A colonização inicial do nosso ter- ritório ocorreu por meio das Capitanias Hereditárias, divididas pelo sistema de sesmarias, que eram grandes faixas de terra doadas pelo rei de Portugal aos nobres. A intenção era povoar e explo- rar a colônia, uma vez que a área do Brasil era designada para Portugal por meio do Tratado de Tordesilhas, o qual dividiu os territórios do novo mundo entre Portugal e Espanha. Observe o mapa ao lado. A posse das capitanias era trans- mitida para os filhos e não podia ser vendida. Quem recebia uma sesmaria podia arrendar as terras para os pos- seiros, que as ocupavam e cultivavam com a intenção de abastecer o mercado interno, enviando o excedente para a Coroa Portuguesa. Com o tempo, muitos donatários expulsavam os posseiros ou compravam as terras por custo baixo, aumentando consideravel- mente suas propriedades, resultando assim nos latifúndios. Lu ís Te ix ei ra /W .c om m on s Mapa de Luís Teixeira (1574) com a divisão da América portuguesa (à direita) em capitanias. Encaminhamento metodológico Explique aos alunos que a ideia de pequena, média e grande propriedade é relati- va e que não deve levar em conta somente o número de hectares. Ou seja, para saber se uma propriedade é grande ou pequena deve-se levar em conta a localização (se é em área mais ou menos povoada) ou as condições climáticas e edáficas (favorável ou desfavorável). Por exemplo: no Nordeste, semiá- rido, ou na Amazônia, uma propriedade pode possuir cen- tenas ou milhares de hectares e não proporcionar condições de sustento em níveis de vida aceitáveis de que uma família necessita. Entretanto, em zonas onde há disponibilidade de técnicas que facilitem o apro- veitamento da terra, tais como práticas de irrigação, que permi- tem o desenvolvimento de uma rendosa agricultura, bem como a proximidade de centros con- sumidores dos produtos produ- zidos, essa mesma propriedade pode ser considerada grande do ponto de vista produtivo. Em relação às Capitanias Hereditárias, comente que, além dessesobjetivos do governo, as doações representavam uma forma de recompensar algumas pessoas pelos serviços presta- dos à Coroa Portuguesa, como militares, navegadores e nobres. Explique aos alunos que o sistema de sesmarias era implantado por meio de medida administrativa, assinada por D. Fernando I em 26 de maio de 1375 e que significava uma forma de explorar economica- mente a terra de maneira mais rápida por meio de incentivos. Era fundamentado na organi- zação social e de trabalho, com base na monocultura, no latifún- dio e na mão de obra escrava. PG21LP272SDG0_MIOLO_EF21_7_GEO_L2_LP.indb 208PG21LP272SDG0_MIOLO_EF21_7_GEO_L2_LP.indb 208 04/12/2020 14:03:1804/12/2020 14:03:18 209GEOGRAFIA 209GEOGRAFIA EF 21 _7 _G EO _L 2_ U 3_ 01 Nesse período, o cultivo de cana-de-açúcar predominava, pois era um dos produtos mais valori- zados nas relações comerciais na Europa, impondo o caráter agroexportador da sua colônia, incentivando ainda mais a manutenção dos latifúndios e, portanto, a concentração de terras. Os donatários detinham a posse desses latifúndios e muitos substituíam o poder do Estado, pois recebiam privilégios em função dos resultados econômicos que o latifúndio gerava. Mesmo com a decadência da produção açucareira, os latifúndios continuaram a dominar a ocupação do espaço rural brasileiro. Essa situação foi potencializada com a Lei de Terras, assinada por D. Pedro II em 1850, definindo critérios para posse, manutenção, uso e comercialização de ter- ras. A partir dessa lei, a posse de terras públicas só poderia ser adquirida por meio da compra, o que inviabilizou doação ou posse. Essa lei favoreceu os grandes proprietários e dificultou a compra por pessoas de baixa renda, deixando claro que as propriedades rurais eram fontes de lucro, tirando o caráter social de sua simples posse. A partir da segunda metade do século XIX, o espaço rural foi marcado pela produção do café, que também foi estruturada nas grandes propriedades rurais, continuando assim o caráter de lucro por meio da monocultura e do uso de mão de obra escrava. Nesse sentido, a concentração de terras nas mãos de poucos proprietários e o caráter de lucro continuaram a prevalecer mesmo após a assinatura do Estatuto da Terra. Observe o mapa a seguir. SA E D IG IT A L S/ A 0 460 920 km Escala aproximada Projeção Cilíndrica 1:46 000 000 BRASIL: estrutura fundiária – concentração de latifúndios por área total da região 75% 41% 25% 33% 33% OCEANO PACÍFICO OCEANO ATLÂNTICO 15º 0º Equador 30º 60º 45º 23º27'30" Trópico de Capricórnio ¬ N S O L Centro-Oeste Nordeste Norte Sudeste Sul Escala aproximada Projeção Cilíndrica 1:46 000 000 460 920 km0 A região Centro-Oeste lidera o ranking, pois 75% de seu território é caracterizado pela concentração de latifúndios. Os dados confirmam a estrutura fundiária brasileira, pois, segundo o Incra, cerca de 1,4% do total das propriedades rurais existentes no Brasil (78,7 mil propriedades das 5,6 milhões totais) ocupa aproximadamente 40% da área total dos imóveis rurais brasileiros. Isso significa que uma pequena parcela da população brasileira é dona de grande parte das propriedades rurais brasileiras. Em função dessa irregular distribuição das terras, o governo federal elaborou programas que ten- tam minimizar as desigualdades socioeconômicas geradas pela concentração de terras e alguns desses programas têm a reforma agrária como base. Nesse período, o cultivo de cana-de-açúcar predominava, pois era um dos produtos mais valori- 208 GEOGRAFIA EF 21 _7 _G EO _L 2_ U 3_ 01 EF 21 _7 _G EO _L 2_ U 3_ 01 Qual é a diferença entre módulo rural e módulo fiscal? Módulo rural é calculado para cada imóvel rural em separado, e sua área reflete o tipo de exploração predominante no imóvel rural, segundo sua região de localização. Módulo fiscal, por sua vez, é estabelecido para cada município, e procura refletir a área mediana dos módulos rurais dos imóveis rurais do município. Disponível em: http://www.Incra.gov.br/qual-e-a-diferenca-entre-modulo-rural-e-modulo-fiscal. Acesso em: 19 nov. 2018. PARA SABER MAIS • minifúndio: propriedade com área inferior ao módulo rural da região onde está localizada. Os minifúndios são responsáveis por mais de 70% da produção destinada ao mercado interno. • propriedade familiar: área determinada pela região em que se localiza. Explorada pela família do proprietário. Há também outra unidade de medida das propriedades rurais fixadas pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra): o módulo fiscal, que se refere à média dos módulos rurais de um município, bem como leva em conta o tipo de produção predominante, a renda obtida pela produção etc. No Brasil a estrutura fundiária atual reflete a herança do Período Colonial quanto às práticas ca- racterísticas de concentração de terras. Essa concentração influenciou distorções no uso do solo, originando disparidades socioeconômicas entre as regiões brasileiras, que continuam pre- sentes no espaço rural brasileiro. A colonização inicial do nosso ter- ritório ocorreu por meio das Capitanias Hereditárias, divididas pelo sistema de sesmarias, que eram grandes faixas de terra doadas pelo rei de Portugal aos nobres. A intenção era povoar e explo- rar a colônia, uma vez que a área do Brasil era designada para Portugal por meio do Tratado de Tordesilhas, o qual dividiu os territórios do novo mundo entre Portugal e Espanha. Observe o mapa ao lado. A posse das capitanias era trans- mitida para os filhos e não podia ser vendida. Quem recebia uma sesmaria podia arrendar as terras para os pos- seiros, que as ocupavam e cultivavam com a intenção de abastecer o mercado interno, enviando o excedente para a Coroa Portuguesa. Com o tempo, muitos donatários expulsavam os posseiros ou compravam as terras por custo baixo, aumentando consideravel- mente suas propriedades, resultando assim nos latifúndios. Lu ís Te ix ei ra /W .c om m on s Mapa de Luís Teixeira (1574) com a divisão da América portuguesa (à direita) em capitanias. Dica para ampliar o trabalho Se achar pertinente, apresente aos alunos o texto da Lei de Terras de 1850, que está disponível no link a seguir: • www.planalto.gov.br/ ccivil_03/LEIS/L0601-1850.htm Encaminhamento metodológico Enfatize que, mesmo com a queda do preço do açúcar no mercado europeu, o que afetou o ciclo da cana-de-açúcar no Brasil, os latifúndios dominaram a forma de ocupação do espaço rural do século XIX e associe a essa ocupação as relações de poder político, social e econômico dos latifundiários. Orientação para RA A Realidade aumentada apresenta alguns momentos históricos no Brasil, que são determinantes para as dinâmicas espaciais do país ainda nos dias atuais. Proponha aos alunos que discutam como essas leis configuraram o poder da terra ainda hoje. Aproveite o momento para reforçar os conceitos de: reforma agrária, minifúndio, latifúndio, módulo rural e trabalho familiar e para esclarecer qual o papel do Incra, por exemplo. PG21LP272SDG0_MIOLO_EF21_7_GEO_L2_LP.indb 209PG21LP272SDG0_MIOLO_EF21_7_GEO_L2_LP.indb 209 04/12/2020 14:03:1804/12/2020 14:03:18 210 GEOGRAFIA 211GEOGRAFIA EF 21 _7 _G EO _L 2_ U 3_ 01 Relações de trabalho no meio rural As relações de trabalho praticadas estão relacionadas diretamente com o tipo de propriedade e as atividades praticadas na respectiva propriedade. Geralmente a produção nos latifúndios é mecani- zada, o que caracteriza um tipo de relação trabalhista. Nos minifúndios a área de cultivo e de criação de animais é bem menor, com baixa produtividade e em função disso a mão de obra é familiar. O trabalho familiar predomina nas pequenas propriedades, incluindo o proprietário e seus dependentes, os quais geralmente prestam serviço sem remuneração. Essa forma de trabalho pode ocorrer sob a forma de: • proprietário: dono da propriedade; • arrendatário:indivíduo que ar- renda ou aluga a terra pagando em dinheiro; • parceiro: indivíduo que trabalha em uma parte da propriedade e paga com metade da produção (meeiro) ou a terça parte (terceiro). Como é possível analisar, a dinâmica de trabalho do campo e da cida- de é muito diferente e isso afeta diretamente as relações de trabalho. Ro na ld o A lm ei da /S hu tt er st oc k 1. O que significa a expressão extrema concentração de terras no Brasil? 2. Qual é a média brasileira da dimensão dos imóveis rurais? 3. Qual é a média da dimensão das propriedades rurais nos estados Amapá, Amazonas e Mato Grosso? 4. As médias das propriedades nesses estados estão acima ou abaixo da média nacional? O que isso significa? 210 GEOGRAFIA EF 21 _7 _G EO _L 2_ U 3_ 01 No link a seguir você encontra mais informações sobre a concentração de terras no Brasil por meio da reportagem Menos de 1% das propriedades agrícolas detém quase a metade da área rural do país, de Flávia Villela. • https://www.oxfam.org.br/publicacao/menos-de-1-das-propriedades-agricolas-e-dona- de-quase-metade-da-area-rural-brasileira/. PARA IR ALÉM Para que a reforma agrária seja cumprida, o direito à propriedade rural foi alterado, deixando de ser absoluto. Assim, o Estado pode expropriar ou comprar uma propriedade que não cumprir a função social. Essa expropriação é prevista por lei federal. Organize uma equipe com seus colegas para pesquisar os programas de reforma agrária ela- borados pelo governo federal: objetivos, data de implantação, resultados obtidos e se continuam em vigor. A equipe deve elaborar um painel contendo dados e imagens sobre o tema pesquisado e apresentar para a turma no dia determinado pelo professor. INTERAÇÃO Leia a reportagem a seguir para responder às questões propostas. Dados do Cadastro Rural mostram a concentração de terras no Brasil Os dados do Cadastro Ambiental Rural, reunidos no Boletim Informativo do CAR [...], demonstram a extrema concentração de terras no país, revelando, inclusive, as proporções do latifúndio por cada estado da federação brasileira. Os registros dos hectares cadastrados divididos pelo número de imóveis rurais a que correspondem mostram que a maior concentração fundiária se dá nos estados do Amapá e do Amazonas, na região Norte, e no Mato Grosso, no Centro-Oeste. No Amapá, por exemplo, onde o cadastramento já realizado totalizou 81,6% das terras passíveis deste registro, foram cadastrados 1 697 078 hectares, correspondendo a 398 proprie- dades, o que resulta na média de 4 264,01 hectares por imóvel, bem acima da média nacional. No Brasil, dos 397 562 970 hectares passíveis de cadastramento foram registrados no CAR 212 920 419 hectares, isto é, 53,56% do total, pertencentes a 1 530 443 propriedades, que resulta na média nacional de 139,12 hectares para cada imóvel entre os já cadastrados. Como se sabe, cada hectare equivale a 10 mil metros quadrados. No Amazonas o número de hectares cadastrados superou a quantidade de terras pre- vistas como passíveis desse registro. De acordo com o Boletim do CAR, 4 974 propriedades rurais detêm a propriedade de 7 909 561 hectares, o que resulta na média de 1 590,18 hectares para cada propriedade, mais de dez vezes a média nacional até aqui. [...] No estado do Mato Grosso, os dados dão conta da existência de 73 milhões de hectares, dos quais foram cadastrados 51 274 381 hectares (70,24%) relativos a 71 143 propriedades, o que dá a média de 1,423 mil hectares, próxima, portanto, da média do Amazonas, embora no caso mato-grossense a média refira-se a dois terços das terras passíveis de cadastramento e a do Amazonas à sua totalidade. Ou seja, a concentração de terras em poucas propriedades pode ser ainda maior no Centro-Oeste. PORTEIRA do Mato. Dados do Cadastro Rural mostram a concentração de terras no Brasil. Disponível em: http:// porteiradomato.com.br/dados-do-cadastro-rural-mostram-a-concentracao-de-terras-no-brasil/. Acesso em: 8 dez. 2018. DESENVOLVER E APLICAR Encaminhamento metodológico A Lei Federal n.º 8 629, de 25 de fevereiro de 1993, dispõe sobre a reforma agrária e, em seu Art. 2, expõe que “a propriedade rural que não cumprir a função social prevista no art. 9º é passível de desa- propriação, nos termos desta lei, respeitados os dispositivos constitucionais”. O Art. 9 informa que: “A função social é cum- prida quando a propriedade rural atende, simultaneamente, segundo graus e critérios esta- belecidos nesta lei, os seguintes requisitos: I. aproveitamento racional e adequado; II. utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio ambiente; III. observância das disposições que regulam as relações de trabalho; IV. exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores”. Incentive a leitura da reportagem Menos de 1% das propriedades agrícolas detém quase a metade da área rural do país, de Flávia Villela, que está na seção Para ir além. O texto re- força a realidade do espaço rural brasileiro, que é a concentração de terra. Os dados apresentados são da ONG britânica Oxfam, que realizou pesquisa no Brasil. Para a atividade da seção Interação, organize a turma em equipes. Cada equipe deverá pesquisar os programas do governo federal para a reforma agrária, como as ações prati- cadas pelo Incra e pelos assen- tamentos como o Minha Casa Minha Vida Rural (MCMVR) e o Terra Forte. Cada equipe deve elaborar um painel com as infor- mações e apresentar à turma no dia determinado. Caso seja necessário, você pode indicar alguns sites para a busca de informações, como: • http://www.incra.gov.br/pt/ reforma-agraria.html • http://www.caixa.gov.br/voce/habitacao/minha-casa-minha-vida/rural/Paginas/ default.aspx • http://www.incra.gov.br/pt/programas-e-acoes-categoria/93-terra-forte.html Os dados apresentados na reportagem Dados do Cadastro Rural mostram a concentração de terras no Brasil, na seção Desenvolver e aplicar, resultaram do Cadastro Ambiental Rural (CAR) do Ministério do Meio Ambiente. O CAR foi criado pela Lei n.º 12 651/12. Trata-se de um registro eletrônico obrigatório para todos os imóveis rurais. PG21LP272SDG0_MIOLO_EF21_7_GEO_L2_LP.indb 210PG21LP272SDG0_MIOLO_EF21_7_GEO_L2_LP.indb 210 04/12/2020 14:03:2104/12/2020 14:03:21 211GEOGRAFIA 211GEOGRAFIA EF 21 _7 _G EO _L 2_ U 3_ 01 Relações de trabalho no meio rural As relações de trabalho praticadas estão relacionadas diretamente com o tipo de propriedade e as atividades praticadas na respectiva propriedade. Geralmente a produção nos latifúndios é mecani- zada, o que caracteriza um tipo de relação trabalhista. Nos minifúndios a área de cultivo e de criação de animais é bem menor, com baixa produtividade e em função disso a mão de obra é familiar. O trabalho familiar predomina nas pequenas propriedades, incluindo o proprietário e seus dependentes, os quais geralmente prestam serviço sem remuneração. Essa forma de trabalho pode ocorrer sob a forma de: • proprietário: dono da propriedade; • arrendatário: indivíduo que ar- renda ou aluga a terra pagando em dinheiro; • parceiro: indivíduo que trabalha em uma parte da propriedade e paga com metade da produção (meeiro) ou a terça parte (terceiro). Como é possível analisar, a dinâmica de trabalho do campo e da cida- de é muito diferente e isso afeta diretamente as relações de trabalho. Ro na ld o A lm ei da /S hu tt er st oc k 1. O que significa a expressão extrema concentração de terras no Brasil? 2. Qual é a média brasileira da dimensão dos imóveis rurais? 3. Qual é a média da dimensão das propriedades rurais nos estados Amapá, Amazonas e Mato Grosso? 4. As médias das propriedades nesses estados estão acima ou abaixo da média nacional? O que isso significa? 210 GEOGRAFIA EF 21 _7 _G EO _L 2_ U 3_ 01 No link a seguir você encontra mais informações sobre a concentração de terras no Brasil por meio da reportagem Menos de 1% das propriedadesagrícolas detém quase a metade da área rural do país, de Flávia Villela. • https://www.oxfam.org.br/publicacao/menos-de-1-das-propriedades-agricolas-e-dona- de-quase-metade-da-area-rural-brasileira/. PARA IR ALÉM Para que a reforma agrária seja cumprida, o direito à propriedade rural foi alterado, deixando de ser absoluto. Assim, o Estado pode expropriar ou comprar uma propriedade que não cumprir a função social. Essa expropriação é prevista por lei federal. Organize uma equipe com seus colegas para pesquisar os programas de reforma agrária ela- borados pelo governo federal: objetivos, data de implantação, resultados obtidos e se continuam em vigor. A equipe deve elaborar um painel contendo dados e imagens sobre o tema pesquisado e apresentar para a turma no dia determinado pelo professor. INTERAÇÃO Leia a reportagem a seguir para responder às questões propostas. Dados do Cadastro Rural mostram a concentração de terras no Brasil Os dados do Cadastro Ambiental Rural, reunidos no Boletim Informativo do CAR [...], demonstram a extrema concentração de terras no país, revelando, inclusive, as proporções do latifúndio por cada estado da federação brasileira. Os registros dos hectares cadastrados divididos pelo número de imóveis rurais a que correspondem mostram que a maior concentração fundiária se dá nos estados do Amapá e do Amazonas, na região Norte, e no Mato Grosso, no Centro-Oeste. No Amapá, por exemplo, onde o cadastramento já realizado totalizou 81,6% das terras passíveis deste registro, foram cadastrados 1 697 078 hectares, correspondendo a 398 proprie- dades, o que resulta na média de 4 264,01 hectares por imóvel, bem acima da média nacional. No Brasil, dos 397 562 970 hectares passíveis de cadastramento foram registrados no CAR 212 920 419 hectares, isto é, 53,56% do total, pertencentes a 1 530 443 propriedades, que resulta na média nacional de 139,12 hectares para cada imóvel entre os já cadastrados. Como se sabe, cada hectare equivale a 10 mil metros quadrados. No Amazonas o número de hectares cadastrados superou a quantidade de terras pre- vistas como passíveis desse registro. De acordo com o Boletim do CAR, 4 974 propriedades rurais detêm a propriedade de 7 909 561 hectares, o que resulta na média de 1 590,18 hectares para cada propriedade, mais de dez vezes a média nacional até aqui. [...] No estado do Mato Grosso, os dados dão conta da existência de 73 milhões de hectares, dos quais foram cadastrados 51 274 381 hectares (70,24%) relativos a 71 143 propriedades, o que dá a média de 1,423 mil hectares, próxima, portanto, da média do Amazonas, embora no caso mato-grossense a média refira-se a dois terços das terras passíveis de cadastramento e a do Amazonas à sua totalidade. Ou seja, a concentração de terras em poucas propriedades pode ser ainda maior no Centro-Oeste. PORTEIRA do Mato. Dados do Cadastro Rural mostram a concentração de terras no Brasil. Disponível em: http:// porteiradomato.com.br/dados-do-cadastro-rural-mostram-a-concentracao-de-terras-no-brasil/. Acesso em: 8 dez. 2018. DESENVOLVER E APLICAR Resposta 1. Espera-se que o aluno responda que a expressão concentração de terras indica que grande parte dos imóveis rurais no Brasil está em posse de um número reduzido de pessoas. 2. O Brasil apresentava 212 920 419 hectares cadastrados pertencentes a 1 530 443 propriedades resultando, portanto, em uma média nacional de 139,12 hectares para cada imóvel. 3. No Amapá, a média foi de 4 264,01 hectares por imóvel; no Amazonas, foi de 1 590,18 hectares por imóvel; no Mato Grosso, foi de 1 423 mil hectares por imóvel. 4. As médias das propriedades no Amapá, Amazonas e Mato Grosso estão muito acima da média nacional. Espera-se que o aluno responda que isso indica o predomínio de latifúndios nesses estados. PG21LP272SDG0_MIOLO_EF21_7_GEO_L2_LP.indb 211PG21LP272SDG0_MIOLO_EF21_7_GEO_L2_LP.indb 211 04/12/2020 14:03:2204/12/2020 14:03:22 212 GEOGRAFIA 213GEOGRAFIA EF 21 _7 _G EO _L 2_ U 3_ 01 O Estatuto da Terra possibilitou a volta da função social das propriedades rurais, auxiliando na implantação da reforma agrária e, portanto, contribuindo para a organização desses trabalhadores em ligas camponesas e sindicatos rurais. Mas a reforma agrária ainda é uma meta que está no papel, o que contribuiu e continua contribuindo para que as reivindicações continuem. Desses movimentos, como visto anteriormente, aquele que mais se destacou diz respeito ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), que foi criado na década de 1980 e até hoje atua em todo o território brasileiro. Pesquise com sua equipe o tema sorteado: trabalho infantil e de idosos no espaço rural, Ligas Camponesas (objetivos, período de atuação, resultados obtidos), Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – MST (objetivos, período de criação, locais de atuação, resultados obtidos) e as- sentamentos do MST próximos ou na região onde você reside. A equipe deve elaborar um painel com dados e imagens obtidos na pesquisa e, no dia determinado, apresentar o trabalho. INTERAÇÃO Questões ambientais O espaço rural está constantemente em transformação, tanto pela inserção de tecnologia nas ativi- dades quanto pela necessidade de ampliar a área de produção. Todo país define sua fronteira agrícola, isto é, para onde ocorrerá o avanço das atividades agropecuárias. Isso ocorre por meio da frente de expansão, caracterizada pela ocupação de áreas naturais pelos pequenos produtores e também pela frente pioneira, caracterizada pelo avanço dos grandes produtores. Essa expansão é constante. Por exemplo, durante o século XX, a fronteira agrícola estava estrutu- rada em direção à região Centro-Oeste, afetando o bioma Cerrado. Devido a isso, o Cerrado foi muito devastado, restando em torno de 20% da sua área ocupada pela vegetação original. Desde o final do século XX e início do XXI, a fronteira agrícola está na região Norte, sobre o bioma Amazônia. Conforme ocorre a expansão das atividades agropecuárias, diversos problemas ambientais e so- cioeconômicos são desencadeados e se originam transformações significativas nas paisagens. Ca ss an dr a Cu ry /S hu tt er st oc k Desmatamento da Floresta Amazônica, Brasil. 212 GEOGRAFIA EF 21 _7 _G EO _L 2_ U 3_ 01 Trabalhadores temporários são os indivíduos contratados por determinado período. Trabalham nas grandes propriedades, principalmente em época de colheita. Na maioria das vezes, as condições de trabalho são precárias, com pagamento diário e jornada de trabalho elevada. Esse trabalhador é chamado de volante ou boia-fria (regiões Sudeste e Sul), corumba (Nordeste) e peões de trecho (Centro- -Oeste). Observe a imagem a seguir. Trabalhadora temporária em período de colheita de cana-de-açúcar. Cí ce ro R . C . O m en a/ W .c om m on s Trabalhadores permanentes são os indivíduos contratados, que recebem salários, geralmente com carteira de trabalho assinada. Nas grandes propriedades há diversas etapas de trabalho que foram mecanizadas e, portanto, há cada vez mais a necessidade de contratar pessoas qualificadas que domi- nem a tecnologia para a utilização dessas máquinas. Entretanto, houve também o descarte daquelas que não dominam esse uso e podem ser substituídas pela mecanização. Além das problemáticas envolvendo relações trabalhistas, os conflitos relacionados principalmente à posse da terra estão presentes no espaço rural. Em função da concentração de terras e dos programas do governo federal que objetivam a reforma agrária, os trabalhadores rurais se organizaram buscando melhoria das condições de trabalho no campo, assim como a não substituição da mão de obra pelas máquinas e a posse de terra. Acampamento do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – MST, uma das principais organizações que busca a reforma agrária no Brasil. Ro na ld o A lm ei da /S hu tt er st oc k nas grandes propriedades, principalmente em época de colheita. Na maioria das vezes, ascondições Encaminhamento metodológico Explique aos alunos que é comum, em determinadas regiões, onde pequenos produ- tores rurais com menor condi- ção de vida não conseguem se manter e/ou manter suas famí- lias, realizar esse tipo de traba- lho para complementar a renda necessária para a sobrevivência. Comente que também é comum, em algumas regiões, trabalhadores que residem na cidade migrarem para áreas ru- rais (próximas ou não) a fim de trabalharem nas lavouras que oferecem esse tipo de emprego. Enfatize que, nessa forma de relação de trabalho, o tra- balhador, por não ter registro em carteira de trabalho, perde certos benefícios, como férias, 13.º salário, previdência social e fundo de garantia do tempo de serviço (FGTS). Orientação para RA A Realidade aumentada apresenta a relação entre o homem do campo e a crescente mecanização das fazendas de produção intensiva. Discuta com os alunos os impactos da mecanização e do deslocamen- to das famílias que deixam o campo. Demonstre como essas dinâmicas afetam todos, direta ou diretamente. Aproveite para revisar os temas trabalhados no capítulo, como: agricultura orgânica, trabalho permanente, trabalho temporário e outros que achar necessário. Retire as dúvidas que surgirem nesse tema. PG21LP272SDG0_MIOLO_EF21_7_GEO_L2_LP.indb 212PG21LP272SDG0_MIOLO_EF21_7_GEO_L2_LP.indb 212 04/12/2020 14:03:2604/12/2020 14:03:26 213GEOGRAFIA 213GEOGRAFIA EF 21 _7 _G EO _L 2_ U 3_ 01 O Estatuto da Terra possibilitou a volta da função social das propriedades rurais, auxiliando na implantação da reforma agrária e, portanto, contribuindo para a organização desses trabalhadores em ligas camponesas e sindicatos rurais. Mas a reforma agrária ainda é uma meta que está no papel, o que contribuiu e continua contribuindo para que as reivindicações continuem. Desses movimentos, como visto anteriormente, aquele que mais se destacou diz respeito ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), que foi criado na década de 1980 e até hoje atua em todo o território brasileiro. Pesquise com sua equipe o tema sorteado: trabalho infantil e de idosos no espaço rural, Ligas Camponesas (objetivos, período de atuação, resultados obtidos), Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – MST (objetivos, período de criação, locais de atuação, resultados obtidos) e as- sentamentos do MST próximos ou na região onde você reside. A equipe deve elaborar um painel com dados e imagens obtidos na pesquisa e, no dia determinado, apresentar o trabalho. INTERAÇÃO Questões ambientais O espaço rural está constantemente em transformação, tanto pela inserção de tecnologia nas ativi- dades quanto pela necessidade de ampliar a área de produção. Todo país define sua fronteira agrícola, isto é, para onde ocorrerá o avanço das atividades agropecuárias. Isso ocorre por meio da frente de expansão, caracterizada pela ocupação de áreas naturais pelos pequenos produtores e também pela frente pioneira, caracterizada pelo avanço dos grandes produtores. Essa expansão é constante. Por exemplo, durante o século XX, a fronteira agrícola estava estrutu- rada em direção à região Centro-Oeste, afetando o bioma Cerrado. Devido a isso, o Cerrado foi muito devastado, restando em torno de 20% da sua área ocupada pela vegetação original. Desde o final do século XX e início do XXI, a fronteira agrícola está na região Norte, sobre o bioma Amazônia. Conforme ocorre a expansão das atividades agropecuárias, diversos problemas ambientais e so- cioeconômicos são desencadeados e se originam transformações significativas nas paisagens. Ca ss an dr a Cu ry /S hu tt er st oc k Desmatamento da Floresta Amazônica, Brasil. 212 GEOGRAFIA EF 21 _7 _G EO _L 2_ U 3_ 01 Trabalhadores temporários são os indivíduos contratados por determinado período. Trabalham nas grandes propriedades, principalmente em época de colheita. Na maioria das vezes, as condições de trabalho são precárias, com pagamento diário e jornada de trabalho elevada. Esse trabalhador é chamado de volante ou boia-fria (regiões Sudeste e Sul), corumba (Nordeste) e peões de trecho (Centro- -Oeste). Observe a imagem a seguir. Trabalhadora temporária em período de colheita de cana-de-açúcar. Cí ce ro R . C . O m en a/ W .c om m on s Trabalhadores permanentes são os indivíduos contratados, que recebem salários, geralmente com carteira de trabalho assinada. Nas grandes propriedades há diversas etapas de trabalho que foram mecanizadas e, portanto, há cada vez mais a necessidade de contratar pessoas qualificadas que domi- nem a tecnologia para a utilização dessas máquinas. Entretanto, houve também o descarte daquelas que não dominam esse uso e podem ser substituídas pela mecanização. Além das problemáticas envolvendo relações trabalhistas, os conflitos relacionados principalmente à posse da terra estão presentes no espaço rural. Em função da concentração de terras e dos programas do governo federal que objetivam a reforma agrária, os trabalhadores rurais se organizaram buscando melhoria das condições de trabalho no campo, assim como a não substituição da mão de obra pelas máquinas e a posse de terra. Acampamento do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – MST, uma das principais organizações que busca a reforma agrária no Brasil. Ro na ld o A lm ei da /S hu tt er st oc k Encaminhamento metodológico Comente que a concentração de terras, característica da estrutura fundiária brasi- leira, contribui para a desigualdade socioeconômica entre a população. Isso contribui para que os trabalhadores rurais se organizem, pois a Constituição Federal de 1988 explicita a função social da terra, que deve ser destinada ao plantio e pastoreio, servin- do como fonte de emprego e subsistência. Organize a turma em equipes e sorteie o tema para cada uma: trabalho infantil e de idosos no espaço rural, Ligas Camponesas (objetivos, período de atuação, resultados obtidos), Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) (objetivos, período de criação, locais de atuação, resultados obtidos) e assentamentos do MST no município onde residem. Oriente a pesquisa solicitada. Explique a eles que o trabalho infantil é proibido pela Constituição Federal de 1988 e também consta no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). No entanto, embora existam leis, isso ainda acontece em nosso país, sendo realidade em muitas regiões. Apresente como subsídio as leis que proíbem o trabalho infantil e aproveite para trabalhar a questão da ética, tomando como ponto de partida os direitos humanos de crianças e adolescentes. Fale também sobre a expansão agropecuária. Destaque o desmatamen- to do Cerrado explicando que nos últimos anos esse bioma sofreu mais desmatamento do que a Região Amazônica, que o Brasil nos últimos 10 anos vem recebendo reconhecimento mundial em relação ao controle do desmatamento na Amazônia e que hoje as características desse desmatamento vêm mudando: o desmatamento que era registrado em grandes áreas está mais concentrado em pequenas áreas territoriais. Explique aos alunos que a ocupação das regiões Centro- -Oeste e Norte foi realizada por meio de incentivos do governo federal, principalmente a partir da década de 1970, com a im- plantação do plano de integra- ção, objetivando ocupar áreas vazias. Comente as mudanças provocadas nas paisagens em decorrência da produção do espaço geográfico. Enfatize que nesse período houve interfe- rência nas terras ocupadas por indígenas, seringueiros, possei- ros, ribeirinhos etc. PG21LP272SDG0_MIOLO_EF21_7_GEO_L2_LP.indb 213PG21LP272SDG0_MIOLO_EF21_7_GEO_L2_LP.indb 213 04/12/2020 14:03:2704/12/2020 14:03:27 214 GEOGRAFIA 215GEOGRAFIA EF 21 _7 _G EO _L 2_ U 3_ 01 Para especialistas, a agroecologia é um modelo de agricultura sustentável que estimula a policultura, a não utilização de produtos químicos tóxicos ao ambiente e à população, contribuindo assim com a sustentabilidadedas proprie- dades agrícolas. Além disso, alia a criação de animais aos cultivos nas propriedades rurais. Essa forma de produção está relacionada com a agricultura orgânica, que interpreta o solo como um organismo vivo e por isso deve ser tratado conforme suas características. A produtividade é obtida por meio de adubos orgânicos, controle de insetos e doenças com produtos naturais, e as ervas daninhas são utilizadas para proteger o solo. Observe a imagem ao lado. A produção agropecuária depende de determina- dos fatores, tanto naturais quanto tecnológicos. O uso da tecnologia possibilita, cada vez mais, o aumento da quantidade e da qualidade do produto por meio do uso de técnicas e máquinas. A tecnologia auxilia também no controle de alguns fatores naturais, como controlar a chuva, por exemplo. A semeadura de nuvens de chuva (cloud seeding) é reali- zada por meio de aviões que sobrevoam acima de possíveis nuvens de chuva, pulverizando iodeto de prata e gelo seco, que induzem a criação de cristais de gelo e aumentam a possibilidade de ocorrer chuva em determinada região. Plantação de batata. Uso da agricultura orgânica em uma propriedade. El za Fi uz a/ W .co m m on s O que é agricultura orgânica? A agricultura orgânica enfatiza o uso e a prática de manejo sem o uso de fertilizantes sintéticos de alta solubilidade e agrotóxicos, além de reguladores de crescimento e aditivos sintéticos para a alimentação animal. Esta prática agrícola preocupa-se com a saúde dos seres humanos, dos animais e das plan- tas, entendendo que seres humanos saudáveis são frutos de solos equilibrados e biologicamente ativos, adotando técnicas integradoras e apostando na diversidade de culturas. Para tanto, apoia-se em quatro fundamentos básicos: • respeito à natureza: reconhecimento da dependência de recursos naturais não renováveis; • diversificação de culturas: leva ao desenvolvimento de inimigos naturais, sendo item chave para obtenção de sustentabilidade; • o solo é um organismo vivo: o manejo do solo propicia oferta constante de matéria orgânica (adubos verdes, cobertura morta e composto orgânico), resultando em fertilidade do solo; • independência dos sistemas de produção: ao substituir insumos tecnológicos e agroindustriais. SEBRAE. Agricultura orgânica: cenário brasileiro, tendências e expectativas. Disponível em: http:// www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/o-que-e-agricultura-organica,69d9438af1c92410Vgn VCM100000b272010aRCRD?origem=segmento&codSegmento=1. Acesso em: 26 nov. 2018. PARA SABER MAIS 214 GEOGRAFIA EF 21 _7 _G EO _L 2_ U 3_ 01 Desmatamento, redução da biodiversidade, desencadeamento de processos erosivos, uso de insumos químicos que contribuem para a contaminação e poluição dos solos e dos recursos hídricos (água subterrânea e rios, principalmente), geração de resíduos, entre outros problemas ambientais, são consequências da expansão das atividades agropecuárias. Além da expansão da fronteira agrícola, as práticas agropecuárias predatórias e o extrativismo vegetal contribuem para potencializar os problemas, principalmente os ambientais. A queimada é um método de retirada da vegetação muito utilizado no Brasil, o que compromete o equilíbrio ambiental, pois reduz os nutrientes do solo (além de intensificar a poluição do ar), havendo a necessidade de aumentar a quantidade de insumos químicos para manter a produtividade significativa. Observe a imagem a seguir. Queimada na Floresta Amazônica, Brasil – 2 fev. 2016. gu en te rm an au s/ Sh ut te rs to ck O uso de produtos ou insumos químicos contamina o solo, os recursos hídricos, bem como altera a estrutura do próprio cultivo, o que afeta a saúde da população. Se a aplicação for manual, compromete também a saúde do trabalhador. Se a aplicação for realizada por meio de avião, pode afetar a saúde da população que reside próximo à área de cultivo, pois parte do produto pode ser levado pelo vento. Observe as imagens a seguir. G av in B ak er P ho to gr ap hy /S hu tt er st oc k Pulverizador de produtos químicos agrícolas. ia m lu ky ee e/ Sh ut te rs to ck Uso de pesticidas em cultivo de mandioca. Para minimizar os problemas gerados, o manejo sustentável por meio da agroecologia é incenti- vado, caracterizando-se uma forma alternativa de produção. Encaminhamento metodológico Explique aos alunos que, no Brasil, o termo agrotóxico é utilizado para caracterizar os venenos agrícolas, excluindo os fertilizantes e os produtos químicos que são usados na pecuária para estimular o cres- cimento ou alterar o processo de reprodução. A Lei Federal n.º 7 802, de 11/07/1989, define esse termo em seu Art. 1.°. PG21LP272SDG0_MIOLO_EF21_7_GEO_L2_LP.indb 214PG21LP272SDG0_MIOLO_EF21_7_GEO_L2_LP.indb 214 04/12/2020 14:03:3204/12/2020 14:03:32 215GEOGRAFIA 215GEOGRAFIA EF 21 _7 _G EO _L 2_ U 3_ 01 Para especialistas, a agroecologia é um modelo de agricultura sustentável que estimula a policultura, a não utilização de produtos químicos tóxicos ao ambiente e à população, contribuindo assim com a sustentabilidade das proprie- dades agrícolas. Além disso, alia a criação de animais aos cultivos nas propriedades rurais. Essa forma de produção está relacionada com a agricultura orgânica, que interpreta o solo como um organismo vivo e por isso deve ser tratado conforme suas características. A produtividade é obtida por meio de adubos orgânicos, controle de insetos e doenças com produtos naturais, e as ervas daninhas são utilizadas para proteger o solo. Observe a imagem ao lado. A produção agropecuária depende de determina- dos fatores, tanto naturais quanto tecnológicos. O uso da tecnologia possibilita, cada vez mais, o aumento da quantidade e da qualidade do produto por meio do uso de técnicas e máquinas. A tecnologia auxilia também no controle de alguns fatores naturais, como controlar a chuva, por exemplo. A semeadura de nuvens de chuva (cloud seeding) é reali- zada por meio de aviões que sobrevoam acima de possíveis nuvens de chuva, pulverizando iodeto de prata e gelo seco, que induzem a criação de cristais de gelo e aumentam a possibilidade de ocorrer chuva em determinada região. Plantação de batata. Uso da agricultura orgânica em uma propriedade. El za Fi uz a/ W .co m m on s O que é agricultura orgânica? A agricultura orgânica enfatiza o uso e a prática de manejo sem o uso de fertilizantes sintéticos de alta solubilidade e agrotóxicos, além de reguladores de crescimento e aditivos sintéticos para a alimentação animal. Esta prática agrícola preocupa-se com a saúde dos seres humanos, dos animais e das plan- tas, entendendo que seres humanos saudáveis são frutos de solos equilibrados e biologicamente ativos, adotando técnicas integradoras e apostando na diversidade de culturas. Para tanto, apoia-se em quatro fundamentos básicos: • respeito à natureza: reconhecimento da dependência de recursos naturais não renováveis; • diversificação de culturas: leva ao desenvolvimento de inimigos naturais, sendo item chave para obtenção de sustentabilidade; • o solo é um organismo vivo: o manejo do solo propicia oferta constante de matéria orgânica (adubos verdes, cobertura morta e composto orgânico), resultando em fertilidade do solo; • independência dos sistemas de produção: ao substituir insumos tecnológicos e agroindustriais. SEBRAE. Agricultura orgânica: cenário brasileiro, tendências e expectativas. Disponível em: http:// www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/o-que-e-agricultura-organica,69d9438af1c92410Vgn VCM100000b272010aRCRD?origem=segmento&codSegmento=1. Acesso em: 26 nov. 2018. PARA SABER MAIS 214 GEOGRAFIA EF 21 _7 _G EO _L 2_ U 3_ 01 Desmatamento, redução da biodiversidade, desencadeamento de processos erosivos, uso de insumos químicos que contribuem para a contaminação e poluição dos solos e dos recursos hídricos (água subterrânea e rios, principalmente), geração de resíduos, entre outrosproblemas ambientais, são consequências da expansão das atividades agropecuárias. Além da expansão da fronteira agrícola, as práticas agropecuárias predatórias e o extrativismo vegetal contribuem para potencializar os problemas, principalmente os ambientais. A queimada é um método de retirada da vegetação muito utilizado no Brasil, o que compromete o equilíbrio ambiental, pois reduz os nutrientes do solo (além de intensificar a poluição do ar), havendo a necessidade de aumentar a quantidade de insumos químicos para manter a produtividade significativa. Observe a imagem a seguir. Queimada na Floresta Amazônica, Brasil – 2 fev. 2016. gu en te rm an au s/ Sh ut te rs to ck O uso de produtos ou insumos químicos contamina o solo, os recursos hídricos, bem como altera a estrutura do próprio cultivo, o que afeta a saúde da população. Se a aplicação for manual, compromete também a saúde do trabalhador. Se a aplicação for realizada por meio de avião, pode afetar a saúde da população que reside próximo à área de cultivo, pois parte do produto pode ser levado pelo vento. Observe as imagens a seguir. G av in B ak er P ho to gr ap hy /S hu tt er st oc k Pulverizador de produtos químicos agrícolas. ia m lu ky ee e/ Sh ut te rs to ck Uso de pesticidas em cultivo de mandioca. Para minimizar os problemas gerados, o manejo sustentável por meio da agroecologia é incenti- vado, caracterizando-se uma forma alternativa de produção. Encaminhamento metodológico Comente o emprego da tecnologia no meio rural e por meio de imagens exem- plifique seus diferentes usos, destacando sua importância para a agropecuária e as relações entre o meio rural e a tecnologia. Explique aos alunos que o clima influencia o tipo de agricultura e de pecuária, uma vez que há determinadas plantas que se desenvolvem mais rapidamente em certas temperaturas e com certa quantidade de água (chuva). Destaque também que alguns tipos de gado se adaptam melhor a determinadas condições climáticas do país. Destaque a existência de determinados tipos de vegetal conforme o clima deter- minante em uma região e das possíveis pragas em alguns tipos de cultivo, cuja existên- cia está relacionada a determinados tipos de clima. Explique aos alunos que há solos de menor fertilidade pelo fato de terem menor quantidade e variedade de nutrientes. Enfatize que alguns solos são considerados estéreis e por isso não possibilitam o plantio sem adubação e irrigação. Comente as vantagens da correção do solo por meio de métodos naturais. Se isso não for feito de forma adequada e responsável, a correção, espe- cialmente quando feita com produtos químicos, pode trazer sérias e negativas consequên- cias ambientais. Explique a eles que em terrenos mais inclinados uma das formas para evitar que as enxurradas destruam o solo é fazer terraços (degraus) para plantar ou então fazer o plantio em curvas de nível. Fale sobre os prejuízos que a erosão pode trazer à agricultura, visto que destrói as estruturas que formam o solo (areia, óxidos, húmus e argila), importantes para a prática da agricultura. Explique-lhes que, quando ocorre desmatamento em uma área, o solo fica mais exposto à erosão e isso também influencia o plantio. Comente que o uso de máquinas para a prática da agricultura (colheitadeiras e tratores, por exemplo) contribui para o endurecimento do solo, que fica difícil de ser preparado para o plantio, uma vez que não absorve água, podendo perder a fertilidade. Destaque os solos conside- rados próprios para a agricultu- ra, a exemplo da terra roxa e do massapê. Se possível, promova um diálogo por meio de entrevista com um profissional que atue na cidade ou região. Você pode convidá-lo à escola ou então levar os alunos até o local de trabalho dele. Se optar por fazer isso, envolva os alunos nesse processo. PG21LP272SDG0_MIOLO_EF21_7_GEO_L2_LP.indb 215PG21LP272SDG0_MIOLO_EF21_7_GEO_L2_LP.indb 215 04/12/2020 14:03:3304/12/2020 14:03:33 216 GEOGRAFIA 217GEOGRAFIA EF 21 _7 _G EO _L 2_ U 3_ 01 4. Explique a causa de o módulo rural não possuir a mesma dimensão para todo o Brasil. 5. Quais as diferenças entre as relações trabalhistas que predominam no trabalho familiar? 6. No espaço rural brasileiro ocorre o predomínio de latifúndios em todas as regiões. Pesquise se no seu município predominam latifúndios ou minifúndios. A realidade do seu município retrata a principal característica da estrutura fundiária brasileira que é a concentração de terras? Justifique sua resposta. 216 GEOGRAFIA EF 21 _7 _G EO _L 2_ U 3_ 01 1. Observe, por uma semana, o que sua família consome que tem origem no espaço rural e registre em seu caderno o produto, o nome do produtor e se foi consumido in natura ou industrializado. 2. Em relação à estrutura fundiária brasileira, identifique a alternativa correta. a) Possui como característica principal a distribuição equilibrada das terras. b) A estrutura fundiária atual é bem diferente da que ocorria no Período Colonial. c) Possui como característica principal a concentração de terras, herança do Período Colonial. d) Por apresentar distribuição de terra equilibrada, não há desigualdades socioeconômicas entre as regiões brasileiras. 3. Leia a imagem a seguir e identifique os tipos de uso do solo que predominam no estado onde você reside. SA E D IG IT A L S/ A OCEANO PACÍFICO OCEANO ATLÂNTICO 15º 30º 75º 60º 45º 23º27'30" T rópico de C apricórnio 0º Equador 30º AM AC RO MT RR AP PA TO MA PI CE RN PB PE BA AL SE GO DF MS PR SC RS MG SP RJ ES 0 350 700 km Escala aproximada Projeção Policônica 1:35 000 000 BRASIL – TIPOLOGIA DA UTILIZAÇÃO DA TERRA (2006) Tipologia da utilização da terra Domínio de pastagem Especialização em lavoura Domínio de lavoura Domínio de mata natural Especialização em pastagem Domínio de mata natural com pastagem Predomínio de lavoura Predomínio de lavoura, pastagem, mata natural e plantada Predomínio de lavoura com pastagem e mata natural Predomínio de mata plantada ® N S LO IBGE. Atlas Nacional do Brasil Milton Santos. Rio de Janeiro: IBGE, 2010. p. 223. ATIVIDADESResposta 1. Resposta pessoal. Espera-se que o aluno relacione produtos de alimentação (geralmente consumidos in natura) e de vestuário (industrializados). 2. C. 3. Resposta pessoal. PG21LP272SDG0_MIOLO_EF21_7_GEO_L2_LP.indb 216PG21LP272SDG0_MIOLO_EF21_7_GEO_L2_LP.indb 216 04/12/2020 14:03:3604/12/2020 14:03:36 217GEOGRAFIA 217GEOGRAFIA EF 21 _7 _G EO _L 2_ U 3_ 01 4. Explique a causa de o módulo rural não possuir a mesma dimensão para todo o Brasil. 5. Quais as diferenças entre as relações trabalhistas que predominam no trabalho familiar? 6. No espaço rural brasileiro ocorre o predomínio de latifúndios em todas as regiões. Pesquise se no seu município predominam latifúndios ou minifúndios. A realidade do seu município retrata a principal característica da estrutura fundiária brasileira que é a concentração de terras? Justifique sua resposta. 216 GEOGRAFIA EF 21 _7 _G EO _L 2_ U 3_ 01 1. Observe, por uma semana, o que sua família consome que tem origem no espaço rural e registre em seu caderno o produto, o nome do produtor e se foi consumido in natura ou industrializado. 2. Em relação à estrutura fundiária brasileira, identifique a alternativa correta. a) Possui como característica principal a distribuição equilibrada das terras. b) A estrutura fundiária atual é bem diferente da que ocorria no Período Colonial. c) Possui como característica principal a concentração de terras, herança do Período Colonial. d) Por apresentar distribuição de terra equilibrada, não há desigualdades socioeconômicas entre as regiões brasileiras. 3. Leia a imagem a seguir e identifique os tipos de uso do solo que predominam no estado onde você reside. SA E D IG IT A L S/ A OCEANO PACÍFICO OCEANO ATLÂNTICO 15º 30º 75º60º 45º 23º27'30" T rópico de C apricórnio 0º Equador 30º AM AC RO MT RR AP PA TO MA PI CE RN PB PE BA AL SE GO DF MS PR SC RS MG SP RJ ES 0 350 700 km Escala aproximada Projeção Policônica 1:35 000 000 BRASIL – TIPOLOGIA DA UTILIZAÇÃO DA TERRA (2006) Tipologia da utilização da terra Domínio de pastagem Especialização em lavoura Domínio de lavoura Domínio de mata natural Especialização em pastagem Domínio de mata natural com pastagem Predomínio de lavoura Predomínio de lavoura, pastagem, mata natural e plantada Predomínio de lavoura com pastagem e mata natural Predomínio de mata plantada ® N S LO IBGE. Atlas Nacional do Brasil Milton Santos. Rio de Janeiro: IBGE, 2010. p. 223. ATIVIDADES Resposta 4. Módulo rural é uma unidade fixada por lei que identifica o tamanho mínimo de uma propriedade rural, expressa em hectares, que possibilita o sustento de uma família. O tamanho do módulo rural depende da região brasileira onde está localizado, pois é definido em função das características naturais, como tipo de solo, clima predominante e formas de relevo, principalmente. 5. O trabalho familiar predomina nas pequenas propriedades, incluindo o proprietário e seus dependentes, que geralmente prestam serviço sem remuneração. Essa forma de trabalho pode ocorrer sob a forma de proprietário, quando for dono da propriedade; arrendatário, indivíduo que arrenda ou aluga a terra pagando em dinheiro; e parceiro, indivíduo que trabalha em uma parte da propriedade pagando com metade da produção (meeiro) ou a terça parte (terceiro). 6. A resposta depende das características das propriedades no município onde o aluno reside. PG21LP272SDG0_MIOLO_EF21_7_GEO_L2_LP.indb 217PG21LP272SDG0_MIOLO_EF21_7_GEO_L2_LP.indb 217 04/12/2020 14:03:3704/12/2020 14:03:37 218 GEOGRAFIA 218 GEOGRAFIA Os diferentes usos do espaço rural – Relacionando conceitos ESPAÇO RURAL BRASILEIRO trabalho familiar questões ambientais relações de trabalho principalmente nas propriedades rurais concentração de terras agroecologia envolve estrutura fundiária distribuída emcaracteriza-se pela fundamentadas em têm como base que classifica as propriedades em módulo rural propriedade familiar latifúndio por dimensão latifúndio por exploração minifúndio empresa rural imóvel rural proprietário parceiro arrendatário classificado em uso de insumos químicos queimadas redução da biodiversidade erosão desmatamento fronteiras agrícolas envolvendo solução possível relações de trabalho latifúndio por exploração imóvel rural proprietário erosão desmatamento PG21LP272SDG0_MIOLO_EF21_7_GEO_L2_LP.indb 218PG21LP272SDG0_MIOLO_EF21_7_GEO_L2_LP.indb 218 04/12/2020 14:03:3804/12/2020 14:03:38 219GEOGRAFIA Costa Rodrig ues/Shu tterstoc k Costa Rodrig ues/Shu tterstoc k un idade 219 Extrativismo animal: coleta de caran- guejo em mangue. Ilha de Boipeba, município de Cairu, Bahia. 2. Produção do espaço rural Observe a imagem de abertura deste capítulo. Com base nela, quais atividades econômicas predomi- nam no espaço rural? Além da pecuária e agricultura, há outras produções? Quais? 3 • Produção agrícola • Pecuária • Produção extrativista • Agronegócio O espaço rural bra sileiro Escola Digital Objetivos do capítulo • Identificar as diferentes linguagens que expressam os conceitos geográficos no território brasileiro. • Compreender o meio rural do país e suas principais características. • Reconhecer as principais produções do espaço rural brasileiro. Realidade aumentada • Tipos de produção rural • Extrativismo Encaminhamento metodológico Auxilie os alunos na leitura da imagem. Explique a eles que a atividade representada na imagem está ligada ao Setor Primário. Trata-se do extrativis- mo, especificamente o animal, atividade na qual as pessoas extraem o que precisam direta- mente da natureza. A foto é de um mangue onde as pessoas costumam coletar os carangue- jos para subsistência ou para vender o excedente. Neste capítulo vamos tra- balhar especificamente sobre a produção do espaço rural: agri- cultura, pecuária, extrativismo e agronegócio. Ao estudar essas atividades, o aluno conseguirá entender como elas promovem impactos ambientais e como a distribuição de riquezas se faz entre os diferentes lugares (EF07GE06). Serão apresentados mapas temáticos e gráficos para que o aluno possa interpretá- -los, trabalhando assim as habili- dades EF07GE09 e EF07GE10. PG21LP272SDG0_MIOLO_EF21_7_GEO_L2_LP.indb 219PG21LP272SDG0_MIOLO_EF21_7_GEO_L2_LP.indb 219 04/12/2020 14:04:1004/12/2020 14:04:10 220 GEOGRAFIA 221GEOGRAFIA EF 21 _7 _G EO _L 2_ U 3_ 02 No comércio agrícola mundial o Brasil se destaca como um dos principais produtores de café, soja, laranja, mandioca e cana-de-açúcar. O quadro a seguir apresenta os principais produtos agrícolas e os respectivos estados (principais produtores). Brasil: principais produtos agrícolas e principal estado produtor (2015) Principais produtos Produção (t) Principal produtor Unidade da Federação Produção (t) Cana-de-açúcar 748 636 167 São Paulo 423 419 511 Soja (em grão) 97 464 936 Mato Grosso 27 850 954 Milho (em grão) 85 284 656 Mato Grosso 21 353 295 Mandioca 23 059 704 Pará 4 695 735 Laranja 16 746 247 São Paulo 12 279 253 Arroz (em casca) 12 301 201 Rio Grande do Sul 8 679 489 Banana 6 844 491 Bahia 1 068 341 Trigo (em grão) 5 508 451 Paraná 3 330 589 Tomate 4 187 729 São Paulo 1 097 937 Algodão herbáceo (em caroço) 4 006 791 Mato Grosso 2 373 581 Batata-inglesa 3 867 681 Minas Gerais 1 212 922 Feijão (em grão) 3 090 014 Paraná 726 213 Café (em grão) 2 645 494 Minas Gerais 1 345 834 Uva 1 497 302 Rio Grande do Sul 876 215 Fumo (em folha) 867 355 Rio Grande do Sul 414 932 IBGE. Brasil em números. Volume 25. 2017. p. 248. Disponível em: https://biblioteca.ibge. gov.br/visualizacao/periodicos/2/bn_2017_v25.pdf. Acesso em: 26 jun. 2018. Apesar de sua significativa diversificação, a produção agrícola está concentrada nas commodities de exportação, principalmente soja e milho. A soja é utilizada principalmente para a produção de óleo comestível e alimentação para o gado bovino. Mato Grosso, Paraná, Goiás, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul e Tocantins são os principais produtores. Além dos produtos listados no quadro, a produção de arroz é significativa, sendo o Rio Grande do Sul o principal produtor de arroz de várzea (cultivado em áreas alagadas). Já o arroz de sequeiro (cultivado em terra seca) tem Goiás e Minas Gerais como principais produtores. A produção abastece o mercado interno, as agroindústrias e também o mercado externo (expor- tação). Apesar disso, o Brasil importa determinados alimentos, como trigo, pois a produção brasileira (Paraná e Rio Grande do Sul se destacam) não é suficiente para abastecer o mercado interno. Milho, arroz e feijão também são produtos importados pelo Brasil. O feijão é um produto importante, pois é um dos componentes básicos da dieta alimentar da produção brasileira, juntamente com o arroz. EM TEMPO Commodities: termo utilizado nas tran- sações comerciais para produtos in natura (matérias-primas) ou com baixo grau de industrialização. 220 GEOGRAFIA EF 21 _7 _G EO _L 2_ U 3_ 02 Produção rural A produção do espaço rural envolve as atividades do Setor Primário da economia, relacionadas à agricultura, à pecuária e ao extrativismo. A produção do espaço rural brasileiro é regulada conforme as necessidades do mer- cado, tanto interno quanto externo e, para abastecer esses mercados, esse espaço está categorizado em duas grandes áreas, uma de- las classificada como modernizada, envolven- do as regiões Sul, Sudeste e grande parte do Centro-Oeste, integradas e articuladas numa rede intensa de circulação de mercadorias e de pessoas, caracterizando um complexo agroindustrial. Observe a imagem ao lado. A outra, menos modernizada, engloba as regiões Norte
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