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Lombalgia e Lombociatalgia

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Locomoção e Apreensão 
1 Mírian Santos 7° semestre 
 
Problema 01 - “TÔ COM DOR NAS COSTAS” 
Objetivos: 
1. Relembrar o eixo fisiológico da coluna 
vertebral; 
2. Compreender a lombalgia e 
lombociatalgia; 
 Conceito; 
 Epidemiologia; 
 Fatores de risco/desencadeantes; 
 Causas; 
 Fisiopatologia; 
 Quadro clínico (sinais de alarme); 
 Diagnóstico (exames – 
indicações/interpretação); 
 Diagnóstico diferencial; 
 Tratamento medicamentoso e não 
medicamentoso. 
3. Entender os impactos laboral, social e 
psicológico da lombalgia/lombocialtagia; 
 
Eixo fisiológico da coluna 
 
 
A coluna vertebral é parte subcranial do 
esqueleto axial. De forma muito simplificada, é 
uma haste firme e flexível, constituída 
principalmente pelas vertebras que são unidas 
através das articulações, conectados pelos 
ligamentos e suportados dinamicamente pela 
massa musculotendinosa. 
E porque dizemos que ela é flexível e ao 
mesmo tempo dá estabilidade pro corpo? 
Justamente porque as vertebras são moveis, ou 
seja, permitem a mobilidade/flexibilidade da CL, 
enquanto a estabilidade depende dos músculos 
e ligamentos. EXISTE UM EQUILIBRIO 
DINAMICO!!! 
Vale lembrar que ela é constituída de 24 
vértebras móveis pré-sacrais (7 cervicais, 12 
torácicas e 5 lombares). 
As cinco vértebras imediatamente abaixo das 
lombares estão fundidas no adulto para formar o 
sacro. As quatro vértebras mais inferiores 
também se fundem para formar o cóccix. 
As vértebras tornam-se progressivamente 
maiores na direção inferior até o sacro, e depois 
do sacro vão se tornando menores. 
Por outro lado, a coluna vertebral do adulto 
apresenta quatro curvaturas sagitais: cervical, 
torácica, lombar e sacral. 
As curvaturas torácica e sacral, possuem uma 
curvatura posterior do tipo convexa, porque 
apresentam a mesma direção da coluna 
vertebral fetal e são formadas pela diferença de 
altura entre as partes anteriores e posteriores 
dos corpos vertebrais. 
Locomoção e Apreensão 
2 Mírian Santos 7° semestre 
 
Já as curvaturas cervical e lombar, são 
côncavas posteriormente, e formam-se após o 
nascimento formadas pela diferença de 
espessura entre as partes anteriores e 
posteriores dos discos intervertebrais. 
 
1. Cervical: constitui o esqueleto axial do 
pescoço e suporte da cabeça 
(CONVEXA VENTRALMENTE – 
LORDOSE). 
2. Torácica: suporta a cavidade torácica. 
(CONCAVA VENTRALMENTE – 
CIFOSE). 
3. Lombar: suporta a cavidade abdominal 
e permite mobilidade entre a parte 
torácica do tronco e a pelve (CONVEXA 
VENTRALMENTE – LORDOSE). 
4. Sacral: une a coluna vertebral à cintura 
pélvica. (CONCAVA VENTRALMENTE – 
CIFOSE). 
5. Coccigea: é uma estrutura rudimentar 
em humanos, mas possui função no 
suporte do assoalho pélvico. 
Fazendo um comparativo, se observarmos um 
indivíduo lateralmente, percebemos que quanto 
mais profundas forem as concavidades das 
lordoses cervical e lombar, maior será a 
convexidade da cifose dorsal e vice-versa. Há, 
portanto, uma equivalência eqüitativa entre 
essas curvas adaptativas. 
Movimentos da Coluna Vertebral 
Plano sagital 
– Flexão 
– Extensão 
Plano coronal 
– Lateralização direita 
– Lateralização esquerda 
Plano longitudinal 
– Rotação ou circundação 
Biodinâmica da coluna vertebral 
A coluna vertebral, do ponto de vista mecânico, é 
definida como uma viga em balanço, suportando 
cargas estáveis e móveis. 
Inervação da Coluna Vertebral: 
Os ramos meníngeos recorrentes (nervos 
sinuvertebrais ou de Lushka), emitidos pelos 
nervos espinhais logo que emergem do forame 
intervertebral, suprem as meninges e seus 
vasos, mas também dão filamentos para 
estruturas articulares e ligamentares 
adjacentes. 
Os ramos mediais do ramo dorsal dos nervos 
espinhais inervam o periósteo externo, facetas 
articulares, músculos e ligamentos vertebrais. 
Vascularização da Coluna Vertebral: 
A vascularização da coluna vertebral sofre 
variações regionais. Todavia, observa-se um 
padrão comum de suprimento sangüíneo entre 
a segunda vértebra torácica e a quinta 
vértebra lombar. 
Locomoção e Apreensão 
3 Mírian Santos 7° semestre 
 
De uma artéria segmentar ou sua equivalente 
regional oriunda da aorta, cada vértebra recebe 
seu aporte nutricional dos ramos central anterior, 
central posterior, pré-laminar e pós-laminar. 
FUNÇÕES DA COLUNA VERTEBRAL: 
 
Estabilidade Vertebral 
 Depende, principalmente, do papel das 
articulações zigoapofisárias, dos 
ligamentos e da ação da musculatura, que, 
agindo nas estruturas anatômicas 
próprias, levam à formação de curvas de 
adaptação no sentido ântero-posterior. 
 A estabilidade vertebral depende, portanto, 
dos mesmos fatores que fazem 
contraposição às cargas recebidas. 
Forças que atuam na Coluna Vertebral: 
A coluna vertebral sofre a ação de forças de 
tração e, em antagonismo, forças de 
compressão. 
Menos importantes são as forças de 
cisalhamento. As cargas de cisalhamento 
repercutem sobre os discos mais na periferia do 
que em suas porções centrais. Estas forças são 
geradas nos discos inclinados ou flexionados 
quando se levanta peso. 
A descarga das forças ocorre da seguinte 
maneira: o corpo vertebral recebe as cargas e 
sobrecargas de compressão e a lâmina, por 
sua vez, recebe as cargas e sobrecargas 
equilibrantes de tração, auxiliados pelos 
músculos e ligamentos paravertebrais. 
 
De acordo Nachemson e Morris, existem 
variações de pressão intradiscal de acordo 
com a posição do individuo. 
 Na posição sentada, foram observadas 
as pressões mais altas (10-15 kg/cm2), 
reduzindo em 30% em ortostatismo e 
50% em decúbito lateral. 
 As cargas suportadas pelos discos 
lombares distais são de até 175 kg na 
posição sentada e até 120 kg em 
ortostatismo. 
 As forças de tensão (6-8 kg/cm2) existem 
na porção posterior do anel fibroso, o 
que fortalece a teoria mecânica da 
produção de rupturas anulares posteriores. 
O Papel do Disco Intervertebral: 
O disco intervertebral separa os corpos 
vertebrais, permitindo às vértebras dobrar-se 
umas sobre as outras. Cabe ao disco o importante 
papel de dissipação da energia mecânica, 
Locomoção e Apreensão 
4 Mírian Santos 7° semestre 
 
através de deformações que estes sofrem ao 
receber as forças solicitantes. 
Mobilidade 
A unidade funcional espinhal (ou segmento móvel 
como é comumente conhecida) é o menor 
segmento vertebral e consiste em duas 
vértebras adjacentes e seus tecidos de 
conexão e ligamentos. 
Os movimentos realizados pelas unidades 
vertebrais nos diferentes eixos são os seguintes: 
 Rotação: o movimento acontece sobre 
as partículas de uma determinada linha, 
com velocidade zero em relação a um 
determinado ponto. 
 Translação: em um determinado 
momento, todas as partículas de um 
corpo possuem a mesma direção em 
relação com um ponto fixo. 
 Arco de movimento: é a diferença entre 
os dois extremos fisiológicos no 
movimento de um elemento. 
 Eixo Instantâneo de Rotação (EIR): para 
todo movimento de um segmento 
corporal em um plano, existe uma linha 
que não sofre deslocamento no plano em 
questão. 
Na coluna, o plano de rotação é definido pela 
posição do eixo instantâneo de rotação e pela 
magnitude desta rotação sobre o mesmo. 
 Acoplamento: refere-se ao movimento 
no qual a rotação ou translação estão 
fortemente associadas com a rotação ou 
translação em outro eixo. 
Os padrões de acoplamento na mecânica da 
coluna dependem,entre outros fatores, da forma, 
das orientações e da posição das facetas 
articulares. Estes padrões, na realidade, 
permitem os movimentos característicos de 
cada segmento da coluna vertebral. 
Alinhamento 
 
Proteção do sistema nervoso 
A medula está protegida e estabilizada por 
diferentes estruturas moles: 
• pia-máter, 
• ligamento denticulado, 
• espaços sub-meníngeos com 
líquido cefalorraquidiano, 
• dura-máter. 
 
Lombalgias e Lombociatalgias 
Definição: 
A lombalgia pode ser conceituada como uma dor 
de característica mecânica, localizada entre a 
parte mais baixa do dorso (última costela) e a 
prega glútea, que aparece após força física 
excessiva em estruturas normais ou após ação 
de força física normal em estruturas lesadas. 
Ou seja, é um SINTOMA. 
Locomoção e Apreensão 
5 Mírian Santos 7° semestre 
 
Enquanto que a lombociatalgia surge quando 
esta dor se irradia para as nádegas e um ou 
ambos os membros inferiores. 
Quanto à sua duração, podem ser classificadas 
em: 
 Aguda: até sete dias; 
 Subaguda: de sete dias até três meses; 
 Crônica: quando os sintomas duram mais 
de três meses. 
 
Epidemiologia; 
 Depois da hipertensão arterial, as 
afecções dolorosas da coluna vertebral 
são a 2° causa de doença crônica mais 
prevalente na população brasileira. 
 Cerca de 27 milhões de pessoas, 18,5% 
da população acima dos 18 anos, têm o 
diagnóstico de patologias crônicas da 
coluna vertebral, representado pela 
lombalgia crônica, enquanto doenças 
cardiovasculares representam 4,2% e 
diabetes, 6,2%. 
 Desse contingente, 46,4% não fazem 
nenhum tipo de tratamento. 
 Quadro semelhante é visto no resto do 
mundo – a dor lombar ao longo da vida 
tem prevalência de 54 a 84%, sendo a 
maior causa de absenteísmo no 
trabalho. 
 É uma doença multifatorial que atinge 
pacientes entre 35-55 anos, com 
distribuição igualitária entre os sexos, 
variando conforme a causa. 
 É uma doença de relevância 
socioeconômica, pois apresenta elevado 
índice de incapacidade e morbidade, 
desencadeando prejuízos incalculáveis. 
Fatores de risco/desencadeantes 
 Estudos recentes demonstram que o 
indivíduo com níveis educacionais 
menores apresenta maior incidência de 
lombalgia, além de maior duração dos 
episódios, com piores desfechos 
clínicos. 
 Fatores psicológicos, como ansiedade, 
depressão, estresse e certos tipos de 
comportamentos dolorosos, colaboram 
para a maior frequência de dor lombar, 
com maiores tendências à cronicidade. 
 Fatores ocupacionais, como trabalhos 
braçais/manuais, com rotação do tronco e 
movimentos de flexão, além da utilização 
de equipamentos vibratórios, aumentam 
as chances de desenvolver dor lombar, 
comparando-se aos trabalhadores 
sedentários. 
 Pessoas obesas com índice de massa 
corporal (IMC) superior a 30 kg/m2 
também apresentam risco aumentado para 
lombalgia. 
 Tabagismo e falta de atividades físicas 
também são considerados fatores de risco. 
 
Classificação das síndromes dolorosas 
 
Dor lombar baixa - A dor lombar baixa, ou 
lombalgia, é a maior representante das 
síndromes dolorosas da coluna vertebral, seguida 
da cervicalgia. 
Locomoção e Apreensão 
6 Mírian Santos 7° semestre 
 
A ideia de que a lombalgia aguda inespecífica se 
trata de um quadro transiente autolimitado tem 
sido reconsiderada. 
Dor discogênica – É representada por dor 
difusa, mal definida e de caráter insidioso. Piora 
com a flexão do tronco, em atividades usuais 
como passar roupa ou lavar louça. Piora também 
quando o indivíduo está sentado, mas alivia em 
repouso ou com a extensão do tronco. 
Dor facetaria - A dor lombar pode também 
emanar das articulações zigoapofisárias ou 
facetas articulares, que são as únicas verdadeiras 
articulações sinoviais da coluna. 
A dor pode ser proveniente do osso subcondral, 
mas, em geral, é atribuída a uma reação sinovial 
ocasionada por trauma, que causa distensão ou 
ruptura capsular com derrame articular. 
A síndrome de coluna travada pode ocorrer pelo 
aprisionamento do meniscoide fibroso entre 
as facetas articulares ou por um pequeno 
fragmento. 
Dor radicular - A dor radicular é uma sensação 
irradiada da coluna para o membro inferior, 
descrita pelos pacientes como pontadas e 
agulhadas, de forma aguda ou como uma 
queimação. 
A distribuição é de acordo com o dermátomo 
afetado. 
Pode estar associada a alterações sensitivas e 
motoras e, em geral, tem relação com o 
acometimento compressivo de determinada raiz 
nervosa por um disco intervertebral protuso ou 
herniado. 
Fatores inflamatórios também costumam 
agravar esse sintoma pela irritação da raiz 
nervosa, e, em alguns casos, a dor no membro 
inferior pode ser superior à própria dor lombar. 
 
Causas; 
As lombalgias e lombociatalgias podem ser 
primárias ou secundárias, com e sem 
envolvimento neurológico, sendo classificadas 
em: 
1. Mecânico-degenerativas; 
2. Não mecânicas localizadas: 
inflamatórias, infecciosas e 
metabólicas; 
3. Psicossomáticas; 
4. Como repercussão de doenças 
sistêmicas. 
Causas Mecânico-Degenerativas 
Essas alterações são responsáveis pela dor em 
10% a 15% dos pacientes com lombalgia 
crônica e lombociatalgia. 
Na coluna vertebral existe um equilíbrio 
mecânico entre o segmento anterior da unidade 
anátomo funcional (corpos vertebrais e disco) e o 
segmento posterior (articulações 
interapofisárias ou zigoapofisárias). 
Quando ocorre a ação de forças mecânicas sobre 
essas estruturas, pode haver um desequilíbrio 
levando à dor por estimulação direta de 
terminações nervosas aí existentes, ou pela 
liberação de substâncias do núcleo pulposo que 
desencadeiam dor e processo inflamatório pela 
degeneração do disco intervertebral. 
Todas as estruturas do segmento motor podem 
constituir causas de dor. Porém, há evidências de 
que o ponto central seria o disco intervertebral 
(85% dos casos) – discopatias – cuja 
degeneração aumentaria a carga nas facetas 
Locomoção e Apreensão 
7 Mírian Santos 7° semestre 
 
articulares e alteraria a distribuição de cargas 
no platô vertebral e osso subcondral. 
O disco degenerado tem sua capacidade de 
nutrição pela difusão passiva reduzida, levando a 
um acúmulo de íon hidrogênio que estimula 
receptores químicos de dor, situados na parte 
externa do anel fibroso. 
As discopatias compreendem as fissuras, 
rupturas, abaulamentos, diminuição da altura 
do disco e hérnias que podem ser protrusas e 
extrusas. 
Essas alterações degenerativas do disco 
intervertebral acrescentam um esforço adicional 
nas outras estruturas de suporte da coluna como 
as articulações das facetas, ligamentos e 
cápsulas articulares. 
Conseqüentemente, espessamento da 
membrana sinovial e cápsula articular, formação 
de tecido cicatricial, diminuição do espaço 
articular nas articulações facetárias, formação de 
osteófitos e esclerose do osso subcondral. 
Causas Não Mecânicas 
1. INFLAMATÓRIAS 
As principais causas são as 
espondiloartropatias soronegativas (são 
doenças reumatológicas que acometem o 
esqueleto axial e apendicular), como a espondilite 
anquilosante, síndrome de Reiter, espondilite 
psoriásica e as espondiloartropatias associadas a 
doenças intestinais (doença de Crohn, retocolite 
ulcerativa inespecífica e doença de Whipple). 
A espondilite anquilosante que é a principal, e 
é mais comum em homens, geralmente a doença 
inicia com uma dor surda em região lombar, 
irradiada para os glúteos, associada a rigidez 
matinal que melhora em algumas horas com 
atividade e piora coma inatividade (comparar ao 
caso problema), sendo pior a noite. 
A doença progride cefalicamente, causando 
perda de mobilidade desproporcional ao grau 
anquilosante e o teste de schober. 
 
 
2. INFECCIOSAS 
Espondilodiscite é uma infecção que acomete 
os discos intervertebrais e pode ser estender ate 
para as vertebras. É também a principal 
manifestação da osteomielite hematogênica em 
pacientes com mais de 50 anos. 
Sendo que o paciente pode apresentar uma dor 
na coluna vertebral inespecífica, com quadro 
subfebril. 
 
3. METABÓLICAS 
Osteoporose, osteomalácia e 
hiperparatireoidismo, originando fraturas 
vertebrais que consequentemente levarão a 
Locomoção e Apreensão 
8 Mírian Santos 7° semestre 
 
transtornos biomecânicos nas unidades anátomo-
funcionais provocando a lombalgia ou 
lombociatalgia. 
Psicossomáticas 
Causas emocionais que podem levar à lombalgia 
ou agravar outras causas já existentes. 
Como Repercussão de Doença Sistêmica 
Doenças sistêmicas que podem acometer 
estruturas intra e extra-raquideanas, a 
fibromialgia e a síndrome miofascial que 
podem causar contraturas musculares e hipóxia 
tecidual gerando dor. 
 
Fisiopatologia; 
De acordo com estudos experimentais e clínicos, 
o disco intervertebral (CIV) é uma das principais 
fontes de dor na lombalgia. 
A degeneração discal e a compressão são o 
inicio de várias alterações na coluna. 
Devido a SOBRECARGA, ALTERAÇÕES 
GENETICAS NOS DISCOS e PROCESSO 
DEGENERATIVO, começam a ocorrer 
alterações no volume, forma e conteúdo do 
disco. 
Gradualmente o NUCLEO PULPOSO vai se 
tornando menos hidratado, e por volta da terceira 
década de vida começa a ter diminuição do 
numero de células e perda de proteoglicanos. 
As CAMADAS MAIS INTERNAS vão formando 
um material fibrocartilaginoso indiferenciado. 
Sendo que com a evolução, os VASOS 
PERIFÉRICOS E OS CANAIS DA PLACA 
TERMINAL diminuem, prejudicando a nutrição do 
disco. 
Ocorre então um desequilíbrio na hidratação, e 
com a pressão, a transferência de carga fica 
desigual causando danos no DISCO 
INTERVERTEBRAL. 
Desenvolvem-se fissuras e rachaduras ao longo 
das camadas, estabelecendo canais de 
comunicação entre a periferia do anulo fibroso e 
o núcleo pulposo. 
O tecido discal pode herniar por esses canais e o 
local mais comum da ruptura do anulo 
fibrosos, por onde ocorre a hernia é na sua 
inserção com o corpo vertebral, principalmente 
com o movimento de flexão e rotação do 
tronco, causando a dor lombar. 
Essas alterações discais afetam o 
ALINHAMENTO DA COLUNA E A 
RESISTÊNCIA A CARGA, podendo influenciar 
ligamentos, articulações e musculatura lombar. 
Quando ocorre contato mecânico entre o 
material herniado com as estruturas nervosas, 
inicia-se a dor irradiada com liberação de 
mediadores inflamatórios exacerbando ainda 
mais os sintomas. 
 
Quadro clínico (sinais de alarme); 
A maioria dos pacientes com dor lombar 
apresentará quadros autolimitados com 
duração curta de até um mês, e muitos afetados 
sequer procurarão um médico. 
A clínica varia conforme o tipo de dor lombar e a 
etiologia. 
O Primeiro Consenso Brasileiro sobre 
Lombalgias e Lombociatagias estabeleceu as 
seguintes diretrizes: 
➢ Deve-se avaliar se a dor aparece de 
manhã ou no decorrer do dia, lembrando 
que nas hérnias discais e lombalgias de 
causa inflamatória ela ocorre pela manhã. 
Locomoção e Apreensão 
9 Mírian Santos 7° semestre 
 
➢ No osteoma osteóide, a dor aparece de 
madrugada. 
➢ Nas espondiloartropatias a dor é matinal, 
projeta-se nas nádegas, melhora ao longo 
do dia, e às vezes desaparece à tarde. 
➢ Na lombalgia mecânico-degenerativa a 
dor aparece com os movimentos, no fim da 
tarde após o trabalho e se relaciona com 
estresse físico e emocional. 
➢ A dor raquidiana geralmente tem relação 
com os movimentos da coluna; a extra-
raquidiana não tem (p.ex., cólica renal). 
➢ Nas compressões radiculares, a dor 
obedece quase sempre um trajeto 
dermatomérico. Algumas vezes, isso pode 
não ocorrer (superposição de dermátomos 
e esclerótomos). 
➢ Nas hérnias de disco centrais, pode não 
haver dor irradiada. 
 
Diagnóstico (exames – indicações/interpretação); 
Anamnese e exame físico 
Dados como a idade do paciente são importantes, 
pois a dor lombar inespecífica é rara em 
crianças e idosos. Nesse ponto, tumores e 
infecções podem ser suspeitas nos extremos 
etários. 
A característica e a duração da dor também são 
elementos importantes; em geral, a dor é 
localizada, tipo uma queimação, associada ao 
posicionamento sentado ou em pé e que piora 
com a movimentação, mas que não desperta o 
paciente durante o sono. 
Sintomas neurológicos – parestesia, fraqueza, 
calafrios, febre e alterações urinárias e fecais – 
não costumam estar presentes. 
História prévia de câncer, infecções, osteoporose 
e fraturas deve ser considerada. 
A anamnese do indivíduo deve tentar excluir a 
presença de sinais de alerta chamados de “
bandeiras vermelhas”. Para que seja feito uma 
investigação direcionada e aprofundada. 
A presença de UM ou MAIS fatores exige 
investigação mais detalhada do paciente em 
busca de doenças relacionadas, que cursam 
com dor lombar. 
Crianças pequenas e idade > 50 anos 
➢ Sinais e sintomas sistêmicos: febre, 
calafrios, sudorese noturna, fadiga, perda 
de peso, inapetência. 
➢ Dor noturna ou em repouso 
➢ História de malignidade 
➢ Infecções bacterianas recentes ou 
recorrentes 
➢ Imunossupressão 
➢ Uso de substâncias injetáveis 
➢ Osteoporose 
➢ Uso prolongado de corticosteroides 
➢ Trauma 
➢ Falha do tratamento inicial 
Além dos sinais de alerta amarelos que estão 
mais relacionados com o prognostico do paciente, 
associados ao risco de recorrência e cronicidade. 
➢ Pensamento catastrófico quanto a 
lombalgia; 
➢ Sintomas sem base anatômica ou 
fisiologia definida; 
➢ Elevado comprometimento funcional 
basal; 
➢ Baixo estado geral da saúde; 
➢ Depressão, ansiedade ou pessimismo 
diante da vida. 
Locomoção e Apreensão 
10 Mírian Santos 7° semestre 
 
Exame físico 
INSPEÇÃO 
– O paciente caminhando, tipo de marcha e se 
existe posição antálgica; 
– Se existem assimetrias (desnível dos ombros, 
pregas subcostais, cristas ilíacas, pregas glúteas, 
alteração nas curvaturas da coluna lombar como 
retificação da lordose, acentuação da cifose 
torácica ou escoliose); 
– A presença de lesões de escaras, traumas ou 
cirurgia anterior. 
INSPEÇÃO DINAMICA 
– Flexão: se a dor aparece ou é agravada por este 
movimento ou se irradia para os membros 
inferiores, admite-se que existe lesão discal 
(protrusão ou hérnias discais). 
Teste de Shober: Espondilite anquilosante se 
menor que 5cm. 
Distância mão-chão. 
– Extensão: a dor aparece nos casos de artrose 
zigoapofisárias e estenose de canal artrósico. 
– Flexão lateral direita e esquerda: pesquisar dor 
e ou limitação da amplitude dos movimentos 
– Rotação direita e esquerda: dor e/ou limitação 
da amplitude dos movimentos. 
PALPAÇÃO 
– Com a polpa do polegar direito e o resto da mão 
espalmada realiza-se a compressão da coluna 
vertebral com o intuito de avaliar a presença de 
dor a palpação dos processos espinhosos. 
- A presença ou não de hipertonia muscular e 
pontos dolorosos; 
– Deve-se lembrar de palpar as articulações 
sacrilíacas; 
TESTES ESPECÍFICOS 
– Manobra de Valsalva: a exacerbação da dor ou 
sua irradiação até o pé pode significar que exista 
compressão radicular. 
– Manobra de Lasègue ou teste da perna 
estendida: o exame deve ser feito com o paciente 
em decúbito supino, amão esquerda do 
examinador deve imobilizar o ilíaco e a mão 
direita elevar-lhe o membro inferior segurando-o 
na altura do tornozelo. 
O teste é considerado positivo se houver 
irradiação ou exacerbação da dor no dermátomo 
de L4-L5 ou L5-S1 em um ângulo de 35° a 70°. 
Em hérnias extrusas ou volumosas pode ser 
positiva abaixo de 35°. Dor acima de 70° resulta 
em teste é negativo, isto é, não existe 
compressão radicular. 
– Sinal do arco da corda (manobra de Bragard): 
deve-se proceder como na manobra de Lasègue: 
ao iniciar a dor, dobra-se o joelho (flexão); se a 
dor diminuir ou desaparecer significa que o teste 
é positivo. 
– Sinal das pontas de “De Sèze”: 
➢ Andar no calcanhar (dorsiflexão do 
tornozelo), não consegue: compressão da 
raiz de L4 ou L5. 
➢ Andar na ponta dos pés (flexão plantar do 
tornozelo), não consegue: compressão da 
raiz de S1. 
 – Pesquisa de reflexos: 
➢ Ausência do reflexo patelar indica 
comprometimento da raiz de L3 e/ou L4. 
➢ Ausência do reflexo aquiliano indica 
comprometimento da raiz de S1. 
– Pesquisa da força de flexão e extensão dos 
pododáctilos: 
Locomoção e Apreensão 
11 Mírian Santos 7° semestre 
 
➢ Hálux: ausência ou força diminuída indica 
deficiência motora por compressão 
radicular de L5. 
➢ O 2.º e 3.º pododáctilos: ausência ou força 
diminuída indica deficiência motora por 
compressão radicular de S1. 
– Sinais não orgânicos de lombalgia 
psicossomática: 
➢ Sensibilidade dolorosa exacerbada em 
locais de distribuição não anatômica e 
superficial. 
➢ Lombalgia que aparece após compressão 
crânio caudal ou à rotação da pelve e 
ombros sem movimentar a coluna. 
– Sinal de Lasègue exagerado quando 
pesquisado sentado ou deitado. 
➢ Alterações regionais de sensibilidade 
(hiperestesia em bota) em pacientes não 
diabéticos e fraqueza generalizada. 
Exames complementares 
Na maioria dos pacientes, ainda hoje, é muito 
difícil diagnosticar as causas da lombalgia, 
principalmente a lombalgia crônica, 
freqüentemente em razão da falta de evidências 
radiológicas de lesão. 
Somente cerca de 30% dos pacientes 
sintomáticos apresentam alterações da coluna 
lombar na mielografia, tomografia 
computadorizada ou ressonância nuclear 
magnética. 
– RADIOLOGIA CONVENCIONAL: 
➢ Nas lombalgias mecânicas agudas ou 
subagudas (até quatro semanas), sem 
“sinais de alerta”, os estudos de imagens 
não são necessários. 
➢ Nas lombalgias crônicas e agudas com 
“sinais de alerta” como por exemplo se 
houver suspeita de processo infeccioso, 
inflamatório, neoplásico e etc, se faz 
necessário solicitar a radiografia simples 
na primeira consulta. 
➢ É solicitado a radiografia dinâmica também 
nas espondilolisteses para avaliar 
instabilidade. 
– TOMOGRAFIA AXIAL COMPUTADORIZADA 
(TC) - São importantes porque define os 
contornos osseos. 
INDICADAS EM COMPROMETIMENTOS: 
➢ Discais, 
➢ Das faces intervertebrais (platôs 
vertebrais), 
➢ Das articulações zigoapofisárias, 
➢ Do canal vertebral e forames 
intervertebrais. 
Nas lombalgias gudas com evolução insatisfatória 
sem causa identifica após 4s de tratamento 
clinico. 
– RESSONÂNCIA NUCLEAR MAGNÉTICA 
(RNM): 
é superior à tomografia axial computadorizada em 
razão da melhor visualização dos tecidos moles e 
por ser multiplanar com amplo plano de visão. 
Usada nos casos sugestivos de: 
➢ Infecção, 
➢ Câncer ou 
➢ Comprometimento neurológico 
persistente. 
– MIELOGRAFIA E MIELOTOMOGRAFIA: 
métodos invasivos com indicação voltada para 
casos de dúvidas de compressão radicular após 
Locomoção e Apreensão 
12 Mírian Santos 7° semestre 
 
TC e RNM ou associadas a radiografias 
dinâmicas em casos 
de estenose de canal vertebral e foraminal. 
– DISCOGRAFIA: método invasivo e de 
indicação restrita nos casos de hérnia de disco 
com reprodução da dor referida. 
– CINTILOGRAFIA: nos casos suspeitos de 
tumor, infecção e doença óssea difusa. 
– ELETRONEUROMIOGRAFIA: indicada no 
diagnóstico diferencial entre envolvimento 
radicular e outras doenças do sistema nervoso 
periférico. 
– DENSITOMETRIA ÓSSEA: nos casos de 
osteoporose primária ou de osteoporose 
secundária, devendo ter em mente que somente 
a presença de perda de massa óssea não justifica 
a lombalgia ou lombociatalgia. 
Exames Laboratoriais 
Deverão ser solicitadas as provas de atividade 
inflamatória e outros exames específicos de 
acordo com a hipótese diagnóstica e da presença 
de “sinais de alerta” apresentados pelo paciente. 
 
Tratamento 
Deve ser individualizado, dependendo da 
etiologia e do tempo de evolução. 
Começa com as medidas mais simples. 
Conservador 
1.° REPOUSO 
Posição: decúbito supino, joelhos fletidos e pés 
apoiados sobre o leito e/ou com flexão das pernas 
num ângulo de 90° com as coxas e destas com a 
bacia. 
Objetivo: retificar a coluna lombar (posição de 
Zassirchon). 
Duração: em média 3 a 4 dias, máximo 5 a 6 dias, 
não deve ser prolongado, pois a inatividade tem 
ação deletéria sobre o parelho locomotor. O 
retorno às atividades habituais deve ser feito o 
mais rápido possível. 
 
2.° MEDICAMENTOS 
Analgésicos Não Opióides: 
Paracetamol (acetaminofen) 500mg de 4 a 6 
vezes ao dia, nas dores leve a moderada. Cautela 
em pacientes com hepatopatias e associado a 
antiinflamatório não hormonal. 
Dipirona 500mg até 4 vezes ao dia. 
Analgésicos Opióides 
Usados em lombalgia aguda e lombociatalgia por 
hérnias discais resistentes a outros analgésicos, 
fraturas e metástases. 
 Fosfato de codeína 30mg 3 a 4 vezes ao 
dia 
 Cloridrato de tramadol 100 a 400mg por 
dia 
 Oxicodona 5 a 10mg, 3 a 4 vezes ao dia. 
 Sulfato de morfina: indicação restrita a 
casos graves 
Antiinflamatórios Não Hormonais (AINH) 
São utilizados freqüentemente, pois apresentam 
efeitos analgésicos, antiinflamatórios e 
antipiréticos associados. 
Inibidores da atividade das cicloxigenases (COX 
1/COX 2) e das prostaglandinas: todas as classes 
podem ser utilizadas nas doses usuais 
recomendadas. 
Locomoção e Apreensão 
13 Mírian Santos 7° semestre 
 
 Inibidores da cicloxigenases II (COX 2): 
pacientes de risco para complicações 
gastrointestinais e idosos. 
 Valdecoxibe: 10mg/dia 
 Rofecoxibe: 50 mg/dia 
 Celecoxibe: 100 a 200mg de 12/12 horas. 
Glicocorticóides: Inibem a fosfolipase A2 
Indicados nos casos de lombociatalgia aguda. 
Relaxantes Musculares: 
Podem ser associados aos AINHs mostrando 
melhor resultado do que quando usados 
isoladamente. 
 Ciclobenzaprina: 5 a 10 mg/dia, relaxante 
muscular de ação central estruturalmente 
relacionados com os antidepressivos 
tricíclicos. 
 Carisoprodol: 350 mg/dia, medicação de 
uso em curto prazo. 
Antidepressivos e anticonvulsivantes: 
Indicados nas lombalgias crônicas com 
componente psicossomático e nas fibromialgias. 
Anticonvulsivantes, como gabapentina e 
pregabalina, atuam modulando a 
neurotransmissão aumentada pelo processo 
patológico diretamente no sistema nervoso 
central, nos terminais nervosos aferentes. 
3.° INFILTRAÇÃO 
Apenas as infiltrações epidurais com 
glicocorticóides, anestésicos e opióides podem 
ser utilizadas nos casos de lombociatalgia aguda 
após falha com o tratamento medicamentoso e 
medidas físicas. 
Temos as infiltrações de ponto-gatilhos e de raiz 
nervosa. 
As infiltrações de ponto-gatilhos - São injeções 
realizadas diretamente na musculatura 
paravertebral com a finalidade de inibir o 
componente muscular da dor. Podem conter 
anestésicos, esteroides ou toxina botulínica. A 
toxina diminui a dor ao reduzir o espasmo 
muscular pelobloqueio da liberação de 
acetilcolina nos pontos-gatilhos, causando 
paralisia muscular temporária. 
As infiltrações de raiz nervosa são indicadas 
nas dores radiculares neuropáticas e podem ser 
realizadas pelas vias caudal, transforaminal e 
interlaminar. São guiadas pela injeção de 
contraste radiopaco por fluoroscopia para que 
seja possível administrar a medicação próximo ao 
local onde a dor é gerada. 
A combinação de corticoides com anestésicos 
costuma ser empregada. A injeção epidural de 
corticoides visa a diminuir ao máximo o processo 
inflamatório ocorrido próximo à raiz nervosa, 
minimizando os efeitos sistêmicos do 
corticosteroide. 
4.° REABILITAÇÃO 
Deve ser baseada em seis pilares: 
1. Controle da dor e do processo 
inflamatório através dos meios físicos. 
Deve-se lembrar de que não existem 
evidências científicas de sua eficácia no 
tratamento da dor lombar. São utilizados 
apenas como coadjuvantes. 
2. Restauração da amplitude dos 
movimentos articulares e alongamento 
dos tecidos moles. Exercícios de 
extensão podem reduzir a compressão 
radicular, assim como exercícios de flexão 
reduzem a tensão nas facetas articulares e 
o espasmo da musculatura dorso lombar. 
Locomoção e Apreensão 
14 Mírian Santos 7° semestre 
 
O uso de ultra-som pode melhorar a 
extensibilidade do colágeno. 
3. Melhora da força e resistência 
musculares. Exercícios de treinamento 
para melhorar e fortalecer a estrutura 
musculoligamentar, buscando minimizar o 
risco de lesão das estruturas envolvidas na 
dor (disco intervertebral, articulações 
interfacetárias e estruturas ligamentares). 
Iniciar com exercícios isométricos e a 
seguir exercícios isotônicos. 
4. Coordenação motora. Exercícios 
dinâmicos com atividade coordenada de 
grupos musculares que proporcionam o 
controle da postura e da função muscular 
com estabilidade da coluna. 
5. Melhora do condicionamento físico. 
Através de programas de caminhada, 
atividades aquáticas, bicicleta ou esteira 
pode-se aumentar os níveis de endorfina, 
promovendo sensação de bem-estar e 
diminuição da percepção dolorosa. 
6. Manutenção de programas de 
exercícios. Prática de exercícios em casa 
que devem ser programados de acordo 
com a tolerabilidade e habilidade do 
paciente. 
Exercícios (Base Fisiológica) O exercício 
aumenta o nível de ß endorfina no sangue 
periférico e diminui o pH no interior do disco 
intervertebral por aumentar a concentração de O2 
diminuindo assim, o estímulo doloroso. 
Tratamento Cirúrgico 
Deve ser baseado no diagnóstico clínico e nos 
exames por imagens. Na lombalgia mecânica é 
indicado apenas nos casos resistentes ao 
tratamento conservador com evolução atípica, 
podendo ser feitas infiltrações nas discopatias, 
dos pontos dolorosos e perifacetárias além de 
denervação facetária e artrodese do segmento 
vertebral. 
Nas hérnias discais é indicado nos casos de 
déficit neurológico grave agudo com ou sem dor, 
nas lombociatalgias de difícil controle álgico após 
três meses de tratamento conservador e na 
síndrome da cauda eqüina. 
Na síndrome do canal estreito é realizado em 
caráter individual nos casos incapacitantes e 
progressivos. Na lombalgia de origem tumoral 
através de técnica por abordagem direta. 
 
Impacto da lombalgia na vida das pessoas 
Artigo de revisão – impacto social e econômico 
na qualidade de vida dos indivíduos com 
lombalgia: revisão sistemática. 
A lombalgia é considerada um sério problema de 
saúde pública, pois afeta uma grande parte da 
população economicamente ativa, incapacitando-
as temporária ou definitivamente para as suas 
atividades profissionais e diárias. 
No Brasil, as patologias da coluna vertebral 
constituem um importante fator responsável pelo 
afastamento do trabalho. 
Os dados mais recentes do Instituto Nacional do 
Seguro Social (INSS) demonstram que no ano de 
2012 foram registrados 503.890 acidentes de 
trabalho, dentre os quais, mais de 16.118 foram 
relacionados com a região da coluna vertebral, 
sendo que aproximadamente 50% desses 
acidentes foram cadastrados no INSS como dor 
nesse segmento corporal. 
Locomoção e Apreensão 
15 Mírian Santos 7° semestre 
 
A lombalgia na gestação surge por esse sintoma 
ocorrer em pelo menos 50% das gestantes, em 
nível de população mundial. 
 
Referências: 
1. Coluna vertebral de Jamil Natour. — 
²ed. — São Paulo, 2004; 
2. Fisiologia e Biomecânica – As funções 
da coluna vertebral e os Princípios de 
AOSpine, 
3. Netter Ortopedia – Walter B. Greene. 
4. Tratado de Ortopedia – SBOT; 
5. SOS ortopedia; 
6. Ortopedia e traumatologia de Hebert.

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