Buscar

Resumo - Lombalgia e Ciatalgia

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 15 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 15 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 15 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Júlia Figueirêdo - DOR 
PROBLEMA 2 – ABERTURA: 
ETIOLOGIAS PARA A LOMBALGIA E CERVICALGIA: 
LOMBALGIA: 
A lombalgia, dor na região lombar, é uma 
das queixas mais frequentes entre adultos 
por todo o mundo, com incidência 
semelhante entre homens e mulheres, 
estas últimas mais acometidas após os 60 
anos. Esse quadro é um dos principais 
causadores de incapacidade ocupacional, 
implicando em um custo elevado de 
compensação pelos dias não 
trabalhados, principalmente em pacientes 
crônicos. 
A manifestação aguda da lombalgia se 
resolve espontaneamente em cerca de 4 a 
7 semanas, porém há uma forte tendência 
de ressurgimento dos sintomas no período 
de um ano (até 50% dos casos). Nas 
situações de persistência da dor, as 
etiologias podem ser neurovasculares ou 
psicossociais, com destaque para a 
sensibilização central, na qual os cornos 
medulares dorsais se mantém 
dessensibilizados por longos períodos de 
tempo, mesmo sem a manutenção do 
estímulo (a dor permanece mesmo com o 
fim de seus indutores primários), 
promovendo alodinia e hiperalgesia. 
Os principais fatores de risco associados a 
esse quadro são de origem ocupacional 
(levantar peso, manter-se sentado por 
longos períodos, rotação repetida do tronco, 
insatisfação profissional), constitucional 
(ganho de peso, fraqueza na musculatura do 
abdome e das costas) e postural. Alguns 
agentes psicossociais como depressão, a 
hipocondria, o tabagismo e o etilismo são 
mais comuns dentre pacientes com dor 
lombar, podendo afetar sua percepção do 
quadro. 
PRINCIPAIS ETIOLOGIAS PARA A DOR LOMBAR: 
A porção lombar da coluna pode ser 
segmentada em três compartimentos, 
anterior, médio e posterior, que 
representam unidades mecanicamente 
funcionais. Na primeira região encontram-se 
os corpos das vértebras e os discos 
intervertebrais, ambos capazes de 
suportar peso e choques mecânicos. Na 
porção medial estão os pedículos e o canal 
medular, sendo o segmento final 
responsável por abrigar as fibras nervosas 
e guiar os movimentos de flexão, 
extensão e rotação. 
 
Representação gráfica dos segmentos lombares de 
maior destaque (anterior e posterior) 
Cada atividade desempenhada pelo 
indivíduo promove um diferente grau de 
pressão aos discos intervertebrais lombares, 
sendo de pior risco a posição sentada, 
principalmente com a flexão do tronco. 
Diversos músculos atuam constantemente 
para fornecer suporte às estruturas 
medulares, sendo os músculos 
extensores e rotadores os de maior 
destaque com os grupos eretores da 
espinha, semiespinhais e interespinhais 
atuantes na manutenção da posição 
ereta. 
 
Musculatura interna da região lombar 
 Júlia Figueirêdo - DOR 
Nos movimentos de flexão e extensão, 
segmentos distintos do disco 
intervertebral são comprimidos e 
expandidos, separando-se as facetas 
articulares das vértebras. Os movimentos 
laterais, por sua vez, promovem, além da 
separação dos discos, um processo de 
aproximação do lado da concavidade e de 
afastamento na região convexa. Com a 
regularidade desses movimentos, os 
deslocamentos supracitados podem interferir 
com os ligamentos adjacentes e os nervos e 
vasos deles dependentes, promovendo 
múltiplas lesões, em sua maioria, 
radiculares. 
Graças à elevada mobilidade 
anteroposterior e lateral, os discos 
intervertebrais entre L4 e S1 sofrem 
com maior sobrecarga, aumentando 
o risco de lesões. 
No que se refere à classificação das 
lombalgias, os principais critérios a serem 
avaliados são a duração (aguda, subaguda 
e crônica), o padrão (contínuo ou recorrente) 
e a etiologia (específicas e inespecíficas 
mais comuns). Neste último grupo, 
destacam-se: 
 Lombalgias inespecíficas: 
correspondem aos quadros de dor que 
não apresentam danos diretos a 
músculos e/ou nervos. 
o Lombalgia degenerativa: comumente 
é acompanhada por alterações 
discais e interapofisárias, como a 
planificação articular. A apresentação 
se dá por meio de dores súbitas ou 
lentas, bloqueando a 
movimentação do local, tornando a 
região rígida. As raízes nervosas de 
L3 a L5 e S1 podem ser afetadas, 
causando dor nos segmentos por 
elas inervados. 
Pode surgir lordose associada a uma 
maior angulação entre as vértebras e 
à fraqueza muscular local, 
aumentando a dor por meio do maior 
apoio sobre os ossos já fragilizados. 
o Lombalgia mecânica: corresponde à 
dor que tem início com o esforço 
físico (levantamento de peso ou 
postura inadequada), havendo 
melhora com o repouso. Os 
segmentos mais afetados são 
músculos, ligamentos e tendões 
da parte posterior do corpo. 
A dor é cronificada, com episódios 
de maior intensidade na porção final 
do dia, marcados por incômodo local 
e sensação de peso. Seu início se dá 
de forma insidiosa, principalmente 
em indivíduos com baixo 
condicionamento físico. Tosse e 
espirros não agravam os sintomas. 
o Síndrome dolorosa miofascial: 
corresponde a quase 90% dos 
pacientes com lombalgia, sendo um 
diagnóstico de exclusão feito 
frente à exames de imagem 
normais. Os músculos mais afetados 
por pontos-gatilho são o quadrado 
lombar, o piriforme, o íleopsoas, 
os glúteos, abdominais, multífidos 
e paravertebrais. Esse quadro é 
mais comumente referido como uma 
manifestação secundária à 
sensibilização central, acometendo 
o miótomo do nervo afetado. 
As fibras musculares afetadas 
encontram-se infiltradas por 
prostaglandinas, interleucinas 
e demais fatores 
inflamatórios que continuam 
a ser produzidos na ausência 
de tratamento adequado, 
deflagrando a dor e 
estimulando sua propagação 
para outras áreas. 
 Lombalgias específicas: 
o Espondilolistese: ocorre devido ao 
deslizamento entre corpos 
vertebrais, que pode ter diversas 
etiologias, permitindo a classificação 
 Júlia Figueirêdo - DOR 
desse quadro em cinco grupos 
distintos. 
O grupo I corresponde à variante 
congênita ou displásica, na qual as 
facetas articulares sacrais e lombares 
inferiores apresentam anomalias. No 
grupo II encontra-se a 
espondilolistese ístmica, mais 
comum em crianças, sendo marcada 
por uma fratura crônica na pars 
interarticularis (espondilólise – 
descontinuidade óssea). 
 
A fratura articular no Grupo II pode causar o 
desenvolvimento de espondilolistese caso haja 
deslizamento do disco intervertebral. 
No Grupo III se inserem as causas 
traumáticas, decorrente de fraturas 
agudas na região ístmica descrita 
anteriormente. O Grupo IV, por sua 
vez, abrange a espondilolistese 
degenerativa, decorrente da artrose 
em L4 e L5. Por fim, no Grupo V 
encontram-se as manifestações 
patológicas, marcadas por 
estreitamento ou ruptura pedicular 
causadas por condições 
osteoarticulares prévias. 
Esse acometimento pode ser 
assintomático ou ser acompanhado 
por dores, principalmente quando 
mais de ¼ do disco for deslocado. 
Os locais mais afetados, além da 
região lombar, são as nádegas e a 
face posterior das coxas, sendo 
deflagrada pela atividade física e 
desaparecendo com o repouso. 
Os músculos flexores da coxa 
podem se retrair sem motivo 
aparente, obrigando o indivíduo a 
flexionar joelhos e quadris, com a 
pelve inclinada para trás e passos 
curtos. O grau de comprometimento 
do paciente pode ser avaliado por 
meio de radiografia de incidência 
oblíqua, observando a proporção de 
deslizamento entre as vértebras, que 
pode ser dividida em 4 graus. 
 
Os 4 graus da espondilolistese em relação 
ao deslizamento entre L5 e S1 
o Protrusão/hérnia discal: a protrusão 
discal é marcada por uma dilatação 
(pontual ou difusa) do disco 
intervertebral, tendo origem na 
degeneração do anel fibroso 
(sobrecarregado por aspectos 
mecânicos ou intrínsecos). A hérnia 
de disco, por sua vez, é o 
deslocamento do núcleo pulposo 
discal a partir de fissuras desse 
anel. As hérnias podem ser divididas 
em 3 grupos de acordo com a 
complexidadedessa movimentação, 
podendo ser prolapsadas, extrusas 
e sequestradas. 
Nas hérnias prolapsadas, o anel 
fibroso se rompe, mas o ligamento 
posterior se mantém íntegro, 
criando apenas um ponto de 
insinuação. Nas situações em que o 
anel fibroso rompe e o núcleo 
pulposo passa para o canal 
vertebral, a hérnia se torna extrusa. 
Se esse material se movimenta no 
canal, a hérnia se torna 
 Júlia Figueirêdo - DOR 
sequestrada, presa nesse 
compartimento. 
 
Representação gráfica dos processos de 
exposição do núcleo medular nos diversos 
grupos de hérnias 
Adultos são mais susceptíveis à 
hérnia discal, pois os seus discos 
intervertebrais apresentam maior 
rigidez, impedindo sua 
exteriorização. A dor é causada 
principalmente pela compressão 
radicular mediada pelo desvio 
medular, porém, com a evolução do 
quadro, esta pode ser atribuída ao 
desgaste articular vertebral. 
O quadro clínico se manifesta com 
lombalgia de intensidade variada, 
mudanças na sensibilidade local, 
redução da amplitude de 
movimentos, mudança postural 
(escoliose antálgica) e dificuldade 
na elevação do membro inferior 
homolateral (quando contralateral, 
indica exposição do núcleo pulposo). 
 
Ainda que o diagnóstico da hérnia discal 
seja primariamente clínico, é possível 
confirmar o acometimento vertebral por 
meio de exames de imagem 
Algumas outras possíveis causas 
para lombalgia (com ou sem 
acometimento neurológico leve) 
compreendem a estenose do canal 
medular, a espondilolistese, 
distúrbios vasculares, fibromialgia 
e lesões miofasciais na região do 
quadril e coxa. 
o Estenose do canal medular: essa 
condição é marcada pela diminuição 
do diâmetro do canal da medula, 
causando dores de compressão 
radicular ou da cauda equina aos 
mínimos movimentos. Essa 
disfunção pode ser adquirida, 
decorrente da degeneração dos 
discos intervertebrais, varizes 
epidurais ou pelo deslizamento do 
corpo vertebral superior, patogênica 
ou iatrogênica. 
As manifestações clínicas se 
estendem desde uma lombalgia até 
crises álgicas semelhantes às da 
hérnia de disco, diferenciando-se 
desta pela claudicação neurológica 
intermitente (acompanhada por 
parestesia e fraqueza no membro 
inferior), que surge no momento de 
deflagração ou de agravamento da 
dor, influenciada pela deambulação. 
Para minimizar esse incômodo, o 
indivíduo deve sentar-se por cerca 
de 20 minutos, evitando a extensão 
lombar para reduzir a compressão no 
segmento acometido. 
 
Imagem tomográfica apontando para um 
foco de estenose do canal medular lombar 
(seta vermelha) 
o Anomalias da transição 
lombossacral: a conformação das 
vértebras lombares pode ser 
semelhante às do sacro 
(sacralização) e vice-versa, seja de 
 Júlia Figueirêdo - DOR 
forma uni ou bilateral, provocando a 
criação de novos pontos 
articulares ou fusões 
intervertebrais (sinostose). Os 
pacientes acometidos apresentam 
quadro de síndrome miofascial, 
acometendo principalmente os 
glúteos. 
o Espinha bífida: essa má-formação 
ocorre quando as vértebras não 
finalizam sua junção, criando 
hemiarcos que podem ou não se 
superpor, principalmente na região 
de L5 a S1. Ainda que possa atingir a 
região sacral, essa manifestação não 
implica em transtornos. 
 
A não-junção dos processos espinhosos 
vertebrais criam um antro que pode ser 
preenchido pelas meninges 
o Outras etiologias: dores na região 
lombar podem ainda ser causadas 
por neoplasias, cistos, alterações 
na malha vascular, traumas, 
infecções ou por agentes 
psicossomáticos (percepção 
cortical da dor). Cabe ainda investigar 
alterações viscerais (doenças 
urológicas, gastrintestinais e 
pancreáticas) e, para as mulheres, 
manifestações ginecológicas que 
sejam irradiadas ou referidas na 
região lombar 
 
Quadro clínico das principais manifestações de 
lombalgia 
 Lombalgia na gestação: a lombalgia 
afeta até metade das gestantes em todo 
o mundo, manifestando-se a qualquer 
momento da gestação. O ganho de peso 
decorrente do desenvolvimento fetal não 
implica em fator de risco para o 
desenvolvimento desse quadro, 
porém a paridade, a realização de 
trabalhos extenuantes e o histórico de 
dor lomba podem favorecer seu 
surgimento. 
A abertura da articulação sacroilíaca 
para a preparação do canal de parto 
envolve a secreção de múltiplos 
hormônios e agentes inflamatórios, 
que podem contribuir para as crises de 
dor. Em decúbito dorsal, o incômodo 
pode surgir devido à compressão do 
plexo vertebral ou da veia cava inferior 
pelo feto, ao passo que, em posição 
ortostática, a postura de aumento da 
lordose pode pressionar músculos e 
nervos. 
 Lombalgia em atletas: até 75% dos 
atletas jovens, atuantes nos mais 
diversos esportes, referem a ocorrência 
 Júlia Figueirêdo - DOR 
da lombalgia, que ocorre devido à 
sobrecarga mecânica a qual essa 
região está submetida, seja de forma 
direta (alto impacto) ou indireta 
(variações na postura). 
 
Exemplos de comprometimentos interdiscais na 
coluna lombar. 
MECANISMOS DE AVALIAÇÃO CLÍNICA E FUNCIONAL 
DE UM PACIENTE COM LOMBALGIA: 
No processo de avaliação de um paciente 
com lombalgia, é necessário coletar uma 
história clínica rica em detalhes, 
atendendo ao decágono da dor, já descrito 
anteriormente, e investigando a ocupação, 
os hábitos de vida e o histórico familiar do 
paciente, de forma a resgatar possíveis 
informações de cunho sistêmico. 
A correlação com os antecedentes 
individuais, como a existência de 
neoplasias prévias pode auxiliar a 
diferenciar lombalgias metastáticas 
(principalmente de tumores primários 
de mama, tireoide, pulmão, próstata e 
rins) daquelas mecânicas ou 
específicas. 
Ainda durante a anamnese, podem ser 
executados testes de avaliação funcional, 
que têm como objetivo determinar a 
capacidade individual de autocuidado e de 
realização de atividades da vida diária e 
laborais após o surgimento da dor. 
O exame físico permite que as diversas 
hipóteses diagnósticas criadas ainda na 
anamnese possam ser confirmadas ou 
refutadas. O médico deve contemplar a 
inspeção (estática e dinâmica), palpação, 
testes neurológicos e manobras 
provocativas especiais: 
 Inspeção: são avaliadas a presença de 
deformidades, crescimento anormal 
de pelos, espasmos, encurtamentos 
musculares, a simetria entre ossos 
pares, a proeminência do abdome e a 
alteração de curvas fisiológicas, como 
a escoliose. A movimentação da coluna 
vertebral deve ser observada em todas 
as direções cardinais, pontuando 
alterações no caráter da dor. 
Ao solicitar que o paciente realize 
marcha com os calcanhares ou com a 
ponta dos dedos, é avaliada a força 
muscular nos segmentos flexores dorsais 
e plantares do tornozelo, que podem ser 
afetados por lesões entre as vértebras 
L4 e S1. Agachamentos repetidos sem 
desequilíbrio ou piora da dor asseguram 
a estabilidade das estruturas do quadril. 
A realização do Teste de Schõeber 
consiste na marcação inicial do ponto 
médio entre as espinhas ilíacas 
posteriores e um segmento 10 cm acima 
deste, momento após o qual o paciente 
realiza um movimento de flexão anterior, 
sendo o objetivo o aumento da distância 
previamente demarcada para 15 cm. 
 
O teste de Schõeber permite avaliar a 
mobilidade da coluna lombar após a extensão 
 Palpação: procuram-se pontos-gatilho 
(típicos de síndromes miofasciais), áreas 
de reparo ósseo ou segmentos com 
espasmos (comuns em traumas 
 Júlia Figueirêdo - DOR 
musculares), além de ser avaliada a 
integridade estrutural de tendões e 
ligamentos. Algumas áreas de destaque 
apresentam localização bem 
estabelecida, como a vértebra L4, 
paralela à crista ilíaca, e a S2, que se 
encontra no ponto médio entre as 
espinhas ilíacas póstero-superiores. 
Esse processo permite, junto a achados 
da anamnese, detectar quadros 
infecciosos com brevidade.São também relevantes para a 
investigação da lombalgia a palpação dos 
pulsos periféricos (para detectar 
etiologias vasculares) e do abdome 
(avaliação de aneurismas de aorta e 
acometimentos viscerais) 
 Testes neurológicos: nesse momento, 
cabe a avaliação da força muscular, a 
investigação de reflexos tendíneo 
profundos (patelar, isquiotibial e aquileu, 
referentes às vértebras L4, L5 e S1), a 
realização do Teste de Laségue e a 
medição da sensibilidade local. 
No que se refere à força muscular, 
solicita-se ao paciente que realize 
movimentos de flexão do quadril (L1 a 
L3), extensão dos joelhos (L2 a L4), 
flexão dorsal do tornozelo e extensão 
do joelho (L4), extensão do hálux (L5) 
e flexão plantar do tornozelo e hálux 
(S1). As fibras S2 a S4 são atuantes na 
regulação de processos vegetativos 
(bexiga e esfíncteres). 
O Teste de Beevor também é realizado 
para detectar alterações na inervação 
do músculo reto abdominal (porção 
anterior de T5 a L1) e espinal (posterior 
dessas vértebras). O paciente com 
joelhos fletidos e braços cruzados, deve 
levantar as costas da mesa de exame, 
havendo movimentação da cicatriz 
umbilical para o lado sadio em caso de 
fraqueza. 
o Manobras especiais: podem agir pelo 
estiramento medular, ciático ou da 
cauda equina (Teste de Laségue ou 
elevação da perna estendida), pelo 
aumento da pressão intratecal 
(Manobra de Valsalva) ou pela 
mobilização sacroilíaca (Teste de 
Gaeslen). 
MÉTODOS DIAGNÓSTICOS PARA A LOMBALGIA: 
O diagnóstico da lombalgia é primariamente 
clínico, mas na presença de sinais de 
alarme, de déficits funcionais significativos e 
em casos de falha terapêutica, exames de 
imagem podem ser solicitados. Em 
pacientes crônicos, o intervalo mínimo 
para realização de novos estudos é de 2 
anos, com exceção de pacientes que refiram 
mudanças no quadro clínico. 
 
Red flags para a lombalgia e cervicalgia, indicando a 
necessidade de avaliação por exames de imagem 
As principais incidências usadas são em PA 
e perfil, que permitem a visualização de 
fraturas, degenerações ósseas, 
anomalias congênitas e instabilidade 
lombar (no RX dinâmico). A incidência 
oblíqua é recomendada em suspeitas de 
espondilolistese. 
A RM é o tipo de exame mais recomendado 
para detecção precoce e monitoramento 
de hérnias discais, além de conseguir 
detectar infecções, lesões traumáticas e 
tumores. A eletroneuromiogafia, por sua 
vez, permite a avaliação funcional (motora 
e sensorial) da região afetada, mensurando 
o comprometimento do SNP ou do 
músculo, sendo capaz de identifica-los 
ainda no estágio inicial. 
 Júlia Figueirêdo - DOR 
Os exames laboratoriais para a avaliação 
da lombalgia são empregados 
principalmente no contexto de resolução 
cirúrgica do quadro, contemplando a 
estratificação de risco operatório 
(hemograma, velocidade de 
hemossedimentação e função renal). 
CERVICALGIAS: 
As cervicalgias acometem mais da metade 
da população mundial, com maior 
incidência na população feminina. As 
etiologias para esse quadro são variadas, 
abrangendo desde acometimentos 
neuromusculares até distúrbios em órgãos 
distantes. Essas manifestações são ainda 
mais frequentes em indivíduos cujas 
ocupações envolvam uma postura física 
inadequada por longos períodos ou 
tensão emocional. Motoristas são 
especialmente afetados, seja pela vibração 
ou pelo risco de acidentes (síndrome do 
chicote). 
A coluna cervical é composta por 7 
vértebras, sendo a primeira (Atlas) 
intimamente associada ao crânio e a sétima, 
à primeira vértebra torácica. As funções 
desse segmento são a sustentação e 
movimentação do crânio, além da 
proteção da porção inicial da medula. É 
possível dividir essa região em dois 
segmentos, a unidade rostral (occipto-
atlantoaxial), atuante na flexão, rotação e 
extensão o pescoço, contemplando 
vértebras sem disco intervertebral (C1 e 
C2), e a unidade cervical caudal (C3 a C7), 
cooperando com a movimentação 
encefálica. As estruturas desse último 
segmento apresentam discos compostos por 
água, proteoglicanos e um anel fibroso, além 
do forame transverso, por onde passa a 
artéria vertebral. 
Da artéria vertebral surgem os sistemas de 
irrigação medulares, o sistema caudal, 
formado pelas artérias vertebromedulares, 
que penetram no canal raquidiano, e o 
sistema rostral, constituído pelas artérias 
espinais posteriores, ramos intracranianos 
da artéria vertebral, alojadas no sulco 
posterolateral da medula, e pela artéria 
espinal anterior, encontrada no sulco 
mediano anterior. 
 
Representação gráfica das peculiaridades ósseas e 
vasculares presentes na coluna cervical 
A musculatura encontrada na cervical não 
só atua na movimentação da cabeça 
como também auxilia na respiração, 
quando necessário. O trapézio, por 
exemplo, em seu caminho entre o osso 
occipital e a vértebra T12, recebe inervações 
provenientes das regiões C2 a C4 (porção 
motora) e C2 a C6 (sensorial). O mesmo 
ocorre para o músculo 
esternocleidomastoideo e o esplênio da 
cabeça e do pescoço, ambos cruciais para a 
estabilização cefálica. 
Há oito raízes nervosas cervicais, sendo 
que a primeira desponta ainda entre o osso 
occipital e a vértebra C1. Cada um desses 
processos se divide em um segmento 
anterior e posterior, sendo que essa última 
ainda contempla uma porção lateral 
(motora) e uma medial (sensitiva). Da 
porção anterior que se estende entre C1 e 
C4 são formados os plexos cervical (com 
áreas profundas, de inervação muscular, e 
superficiais, de caráter sensorial) e, da 
porção inferior (C5 a C7), o plexo braquial. 
Cabe ressaltar que as vísceras 
cervicais também podem representar 
focos de dor importante facilmente 
 Júlia Figueirêdo - DOR 
confundidos com quadros 
neuromusculares, como é o caso da 
faringe, do esôfago e das veias e 
artérias locais. 
PRINCIPAIS ETIOLOGIAS PARA A CERVICALGIA: 
 Síndrome dolorosa miofascial (SDM): 
corresponde à causa mais comum para 
cervicalgias crônicas, com diversas 
manifestações e etiologias próprias 
(normalmente traumatismos, distúrbios 
degenerativos e inflamatórios, má 
postura e ansiedade). Os músculos 
mais afetados por pontos-gatilho são 
o trapézio, o escaleno, o 
esternocleidomastoideo e o elevador 
da escápula, não sendo excluída a 
possibilidade de acometimento 
simultâneo entre duas estruturas. 
Ao menos 6 pontos-gatilho podem ser 
encontrados ao longo das fibras do 
trapézio, gerando dores que acometem 
a mandíbula, os vãos contralaterais, a 
região supraorbitária (causando 
vertigem e tontura), as proximidades 
da orelha, o acrômio, e a mobilidade 
cervical, principalmente para o lado 
sadio (torcicolo). 
 
Representação do foco inicial da dor (X) e da sua 
irradiação, sendo a intensidade proporcional à 
densidade de pontos vermelhos 
A ativação desses locais pode ocorrer 
ao tentar manter a cabeça alinhada, 
por traumas em veículos sem encosto 
de cabeça ou até mesmo pelo uso de 
roupas e acessórios com alças 
apertadas. 
A sintomatologia conta não só com dor 
local, mas também com lacrimejamento, 
hiperemia conjuntival, alterações na 
visão, perturbações auditivas, coriza 
ou congestão nasal. Sintomas de cunho 
neurovegetativo como sudorese, 
náuseas, plantações e palidez podem 
estar presentes, bem como a alteração 
na mobilidade local e no padrão de 
marcha, deslocado para o lado 
afetado. O paciente com SDM refere 
leve melhora ao se deitar com o lado 
acometido da cabeça apoiado no 
travesseiro, sem sustentar peso. 
A ativação desses pontos-gatilho, sejam 
eles no trapézio ou nos demais músculos 
que compõem a região cervical podem 
ocorrer por meio de agentes 
mecânicos indutores de lesão aguda 
(efeito chicote) ou crônica (postura 
inadequada ao dormir, uso excessivo de 
músculos acessórios da respiração). 
Dentre os principais diagnósticos 
diferenciais encontram-sea cefaleia, a 
osteoartrose esternoclavicular, dores 
faciais atípicas e o torcicolo 
espasmódico. 
O manejo da SDM busca a correção 
postural e dos demais agentes 
desencadeadores da dor, além da 
recuperação gradual da mobilidade, 
sendo o uso de medicamentos 
analgésicos e anti-inflamatórios 
empregado como suporte para essa 
reabilitação. Para o controle da dor 
intensa, também podem ser realizadas 
acupuntura e a infiltração com 
anestésicos de ação local. 
 Síndrome fibromiálgica: esse quadro é 
marcado por dores 
musculoesqueléticas cronificadas e 
generalizadas (diversos pontos-gatilho 
difusos pelo corpo), sem que haja 
processos inflamatórios 
musculoesqueléticos concomitantes. 
A presença de ao menos 11 pontos 
(disposto por ligamentos cervicais, pelo 
 Júlia Figueirêdo - DOR 
trapézio e pelos músculos para-espinais, 
dentre outros) confirma o diagnóstico 
de síndrome fibromiálgica, porém, 
quando o paciente não apresenta todos 
esses focos, sintomas associados 
como síndrome do intestino irritado, 
fadiga, depressão e alterações no 
sono podem fundamentar essa 
hipótese. 
 Traumas: diversos tipos de acidentes 
podem implicar em transferência 
elevada de energia para a região 
cervical, principalmente no meio 
automobilístico, levando a danos 
osteoarticulares (deslizamentos 
intervertebrais e fraturas que comprimem 
nervos) e em partes moles. Nesse 
segundo caso, a dor possui intensidade 
variável e irradia-se para a região 
orbitária, podendo ou não haver 
comprometimento da mobilidade 
local. Se o esôfago ou a laringe forem 
atingidos, a rouquidão se faz presente. 
O diagnóstico pode ser feito 
prontamente com a associação da 
história clínica à palpação e ao exame 
neurológico, sendo os exames de 
imagem um excelente suporte para a 
avaliação de fraturas. 
O tratamento desse quadro visa a 
resolução das lesões provocadas pelo 
trauma, o que pode ser feito de forma 
conservadora, com imobilização e 
AINES, ou por meios invasivos, como 
cirurgias. Mesmo após a consolidação 
de eventuais fraturas, a cervicalgias 
pode continuar e, em situações 
especiais, torna-se crônica. 
 Disfunções intervertebrais: a 
degeneração dos discos 
intervertebrais é a principal causa dessa 
condição, seja de forma degenerativa ou 
traumática. Com a perda desse 
“amortecimento”, os corpos vertebrais 
inferiores são sobrecarregados, criando 
herniações que podem comprimir as 
estruturas medulares. As áreas mais 
acometidas estão entre as vértebras 
C5 e C7. 
A espondilose cervical afeta 
principalmente as vértebras C4 a T1, 
sendo causada por uma redução na 
espessura dos discos intervertebrais e 
pela consequente aproximação dos 
processos articulares das vértebras, 
de forma análoga às manifestações 
lombares. 
Os sintomas dessas condições 
dependem amplamente da quantidade e 
da localização dos tecidos afetados, 
podendo nem se fazerem presentes. 
Esse quadro se torna comum após os 40 
anos. Quando presente, a dor se instala 
de forma insidiosa, piorando com o 
aumento da pressão do líquor (após a 
manobra de Valsalva) e com a 
hiperextensão do pescoço, havendo 
melhora com o repouso. 
O acometimento radicular, por sua vez, 
irradia-se para o tórax e para o 
membro superior, promovendo 
parestesias e fraqueza muscular. 
Exames de imagem são fundamentais 
para mensurar o comprometimento 
das estruturas medulares, e o 
tratamento do quadro agudo é 
realizado por meio de relaxantes 
musculares e anti-inflamatórios. Para 
casos crônicos, recomenda-se a 
execução de cirurgias corretivas. 
 Neoplasias: vários tipos de neoplasias 
podem acometer a região cervical, 
dada a grande riqueza de estruturas 
locais. O surgimento de 
comprometimentos neurológicos é 
insidioso, com lesões ósseas 
normalmente surgindo a partir de 
fraturas patológicas. Os exames de 
imagem são imprescindíveis na avaliação 
desse tipo de comprometimento. 
 Doenças infecciosas: quadros como a 
osteomielite podem levar à dor na 
região cervical, que pode ou não estar 
relacionada a perda de peso e febre. A 
 Júlia Figueirêdo - DOR 
história clínica auxilia a compreender a 
etiologia dessas manifestações, porém 
biópsias e testes laboratoriais para 
marcadores inflamatórios apresentam 
grande valia na identificação 
etiológica e na decisão da conduta 
implementada. 
 Distúrbios endócrinos e metabólicos: 
o raquitismo, o hiperparatireoidismo e a 
insuficiência renal podem estar 
associados a fraturas na região cervical, 
uma vez que interferem na reabsorção de 
cálcio pelos ossos. O tratamento irá 
depender da etiologia do quadro, visando 
a correção da disfunção de base e o 
controle de seus impactos negativos. 
 Doenças inflamatórias: manifestações 
inflamatórias na porção cervical da 
coluna comumente estão associadas a 
acometimentos sistêmicos, como a 
artrite reumatoide, que danifica as 
relações entre o crânio e as primeiras 
vértebras cervicais a partir de luxações 
decorrentes do enfraquecimento de 
ligamentos. A dor, nessa condição, 
localiza-se na região posterior do 
pescoço, sendo acompanhada por 
rigidez e perda da movimentação em 
flexão e extensão. 
Outro possível causador de cervicalgia é 
a espondilite anquilosante, que se 
inicia com rigidez na região sacroilíaca, 
mas que passa a comprometer a 
movimentação cervical, irradiando-se 
para a região mastoidea em até 5 anos 
após os primeiros acometimentos 
sacrais. As vértebras mais susceptíveis a 
lesões são a C6 e a C7. 
A poli e dermomiosite são doenças 
inflamatórias musculares marcadas pela 
fraqueza proximal dos membros e das 
cinturas escapular e pélvica, havendo 
uma grande elevação em enzimas 
indicadoras de degeneração dos 
músculos. 
 Neuralgias: quando acometem os 
nervos glossofaríngeo, trigêmeo e 
occipital, são marcadas por dor em 
choque por toda a área inervada pelo 
feixe em questão, variando entre a 
porção lateral e rostral do pescoço, a 
base da língua, e a nuca. A dor facial 
atípica também pode estar associada a 
comprometimento cervical, sendo mais 
comum em mulheres de meia-idade. 
Essas pacientes referem peso e 
latejamento no rosto e, ocasionalmente, 
no pescoço. O tratamento dessas 
condições é realizado por meio do uso de 
miorrelaxantes, anticonvulsivantes e, 
para a última condição descrita, 
antidepressivos e fisioterapia. 
FORMAS DE AVALIAÇÃO DO PACIENTE COM 
CERVICALGIA: 
A anamnese de pacientes com cervicalgias 
deve ser realizada atentamente, coletando 
detalhes da HDA, de antecedentes 
familiares e dos hábitos de vida. Além da 
avaliação da dor, devem ser investigados 
eventuais sintomas associados como febre, 
perda de peso e anemia, indicadores de 
infecções ou neoplasias, que podem 
acometer as diversas estruturas inseridas 
nessa região. 
No exame físico, a inspeção é crucial para 
identificar anomalias posturais ou 
tróficas da musculatura, ao passo que a 
palpação de vísceras e músculos permite 
a detecção de pontos-gatilho, espasmos 
e focos intumescidos. A motricidade e a 
sensibilidade devem ser aferidas de forma 
ativa e passiva, detectando possíveis 
alterações neurológicas. 
Dentre os principais exames laboratoriais 
estão os padrões bioquímicos de 
reconhecimento de infecções ou 
neoplasias, a análise do LCR, exames de 
imagem da região cervical e a 
eletromiografia da musculatura 
 Júlia Figueirêdo - DOR 
associada, sendo realizados em intervalos 
regulares frente a pacientes com menos de 
15 ou mais de 60 anos. 
EXAME FÍSICO E EXAME S COMPLEMENTARES NA 
AVALIAÇÃO DA DOR LOMBAR E CERVICAL: 
AVALIAÇÃO MUSCULOESQUELÉTICA E 
NEUROLÓGICA: 
EXAME FÍSICO DA COLUNA VERTEBRAL: 
A avaliação da coluna vertebral deve 
prosseguir em sentido global, avaliando o 
funcionamento de todas as estruturas 
associadas (cabeça, vértebras, quadril e 
membros), para que, em seguida, elas 
possam ser observadasindividualmente. 
Essa interação se dá devido ao caráter 
funcionalmente interdependente dessa 
região. 
No exame postural, são avaliadas 
condições congênitas ou adquiridas que 
podem causar sobrecarga estrutural 
excessiva, favorecendo o surgimento de 
lesões crônicas e complicações. 
 Coluna cervical: pode haver mudanças 
em sua curvatura, além de alterações no 
posicionamento cefálico (pendências 
laterais ou inclinação para a frente); 
 Coluna torácica: os principais 
destaques nessa região são a cifose e a 
escoliose; 
 Coluna lombar: as alterações posturais 
correspondem à hiperlordose, 
retificação da lordose e escoliose. 
 
Principais alterações posturais por segmento da 
coluna vertebral 
A avaliação continua nas cinturas 
escapular e pélvica, nas quais se avaliam a 
presença de desníveis entre os ombros ou 
a mudança na inclinação da pelve, 
decorrente da desigualdade entre membros 
inferiores ou de mudanças na curvatura 
lombar. Na avaliação do segmento inferior do 
corpo, detectam se o genu valgo 
(aproximação dos joelhos) e o genu valgo 
(joelhos arqueados), tendência que também 
pode ser projetada para os calcanhares. 
Após esse primeiro momento, inicia-se a 
inspeção dinâmica, que tem como 
propósito a avaliação dos movimentos da 
coluna, determinando eventuais restrições 
funcionais: 
 Coluna cervical: solicita-se ao paciente 
que movimente sua cabeça para frente 
e para trás (os pontos satisfatórios 
correspondem ao contato entre o mento 
e o tórax e à capacidade de olhar 
diretamente para o teto), rotacionando-a 
e inclinando-a para a direita e para a 
esquerda (no primeiro caso, queixo e 
ombros ficam alinhados, no segundo, a 
cabeça deve chegar a no mínimo 45º); 
 
Rotina de movimentação cervical ao exame físico 
 Coluna torácica e lombossacra: na 
flexão, o indivíduo deve quase conseguir 
tocar os dedos dos pés. Na extensão, 
espera-se que o tronco alcance 30º de 
inclinação. Na inclinação para os lados, 
espera-se que seja possível alcançar a 
cabeça da fíbula. 
 Júlia Figueirêdo - DOR 
 
Representação da movimentação lombossacra ao 
exame físico 
De forma geral, se a dor piora com a 
flexão, sua causa está associada a 
anormalidades nos discos, ao 
passo que caso ela se agravar com a 
extensão, o comprometimento é 
degenerativo ou por estenose. 
A palpação é realizada por meio da 
compressão vertebral apenas com o 
polegar dominante, seja com o paciente em 
decúbito ventral ou sentado, momento 
oportuno para verificar o tônus muscular, 
em busca de pontos-gatilho. Por fim, 
encerra-se o exame físico da coluna por 
meio da avaliação da força muscular e da 
flexibilidade regional, identificando os 
limites de movimento do indivíduo e a carga 
máxima a qual ele consegue realizar 
oposição. 
EXAME FÍSICO NEUROLÓGICO NA AVALIAÇÃO DE 
COMPROMETIMENTOS MUSCULARES E MEDUARES: 
A realização do exame neurológico em 
pacientes com queixa de lombalgia ou 
cervicalgia deve ser direcionada para 
aqueles que apresentam irradiação para 
os membros, já que seu comprometimento 
é indicativo de possíveis alterações na 
sensibilidade ou motricidade local. 
Nas situações nas quais a dor é apenas 
lombar, esse processo pode ser 
simplificado, uma vez que a origem desse 
desconforto é majoritariamente causada 
por radiculopatia nas raízes L5 e S1. Esse 
processo se inicia com a avaliação da 
marcha, momento no qual o paciente 
caminha normalmente. A seguir, dá-se início 
ao teste de integridade das raízes 
supracitadas, respectivamente por meio da 
caminhada sobre os calcanhares e na 
ponta dos pés. Para a avaliação de 
cervicalgias isoladas, cabe ao profissional 
avaliar os impactos das lesões em C1-C4 
sobre o plexo braquial, afetando assim o 
membro superior. 
Durante a avaliação dos reflexos, em caso 
de dor lombar é necessário verificar a 
prontidão dos reflexos profundos patelar 
(L4 – extensão do joelho após a percussão 
do tendão) e aquileu (S1 – flexão plantar 
involuntária após tensão do tendão e 
dorsiflexão passiva). Para cervicalgias, 
avaliam-se os reflexos bicipital (C5 – flexão 
do cotovelo após golpear o polegar, alojado 
na fossa cubital), tricipital (C7 – o cotovelo 
se estende após percutir o tendão com o 
braço fletido) e braquirradial (C6 – 
percussão pouco acima do punho). 
A avaliação da sensibilidade visa 
reconhecer a capacidade de reação os 
dermátomos associados aos pontos 
dolorosos frente a estímulos táteis, 
térmicos e dolorosos, provocados com o 
paciente mantendo os olhos fechados. 
Na dor lombar, basta avaliar a 
sensibilidade nas regiões medial 
(L4), dorsal (L5) e lateral (S1) do pé. 
Para determinar a força muscular, cabe 
avaliar cada segmento de forma individual, 
pontuando as respostas como conservadas, 
diminuídas ou abolidas. Recomenda-se 
testar a capacidade de flexão e extensão do 
cotovelo (respectivamente C5 a C6 e C6 a 
C8), a preensão (C7 a T1) extensão do 
joelho (L2 a L4), dorsiflexão dos pés (L4 e 
 Júlia Figueirêdo - DOR 
L5) e flexão plantar (S1), sempre contra 
uma fonte de resistência. 
Diversas manobras especiais podem ser 
realizadas para averiguar queixas típicas de 
distúrbios neurológicos: 
 Teste de Lasègue (elevação da perna 
estendida): empregado em caso de 
lombalgia que irradia para a perna, sendo 
positivo quando a movimentação da 
perna em angulações de 30º (hérnia) a 
60º provoca dor, indicando uma 
radiculopatia. O sinal cruzado positivo 
ocorre quando a elevação da perna sadia 
também causa dor contralateral; 
 
Resultados possíveis após o Teste de Lasègue 
 Teste de compressão: busca simular a 
dor cervical irradiada, sendo executado 
tanto pela manobra de Valsalva quanto 
pela pressão sobre as superfícies 
articulares cefálicas; 
 
A compressão sobre a cabeça gera impulsos 
dolorosos sobre o plexo braquial em portadores de 
cervicalgia, levando a dor até a região das mãos 
 Teste de Adson: verifica a 
permeabilidade da artéria subclávia, 
que pode ser reduzida por compressões 
ósseas ou musculares em casos de 
cervicalgias que irradia pelo plexo 
braquial. Esse teste é realizado por meio 
da aferição do pulso no braço 
enquanto ele é rotacionado para fora, 
ao mesmo tempo em que o paciente 
gira sua cabeça para o lado testado. O 
resultado é positivo na diminuição ou 
ausência de pulso. 
 
Exemplificação gráfica da realização do teste de 
Adson, com destaque para o trajeto das ramificações 
da artéria subclávia 
EXAMES COMPLEMENTARES NA AVALIAÇÃO DA 
DOR: 
Ainda que a maior parte dos diagnósticos de 
lombalgia e cervicalgia possam ser 
atribuídos à avaliação da anamnese e do 
exame físico do paciente, em diversas 
situações os exames complementares têm 
papel fundamental, agindo na exclusão e 
validação hipóteses, além de permitirem a 
estratificação de risco para complicações 
e o monitoramento da eficácia 
terapêutica. A escolha da realização ou 
não de algum exame secundário, bem 
como a modalidade mais adequada, deve 
levar em conta o seu caráter invasivo, a 
possibilidade de causar danos ao 
paciente e sua necessidade e 
aplicabilidade a curto prazo. 
 Júlia Figueirêdo - DOR 
Nesse contexto, destacam-se como 
procedimentos de grande valia diagnóstica 
para quadros musculoesqueléticos: 
 Exames de imagem: confirmam lesões 
anatômicas adquiridas ou congênitas em 
diversos tecidos e órgãos. 
o Radiografia: corresponde a uma 
modalidade barata e amplamente 
difundida de avaliação por 
imagem, sendo o primeiro exame 
solicitado em casos de dores 
agudas ou crônicas no sistema 
musculoesquelético. É a “porta de 
entrada” para a realização de 
maiores investigações; 
o Tomografia computadorizada: vem 
se tornando cada vez mais acessível, 
permitindo a observação de dados 
volumétricos e a avaliação 
individual de tecidos moles e suas 
lesões. Expõe o paciente a um maior 
nível de radiação 
o Ressonânciamagnética: não 
necessita de radiação, sendo 
indicada de forma mais abrangente 
para diversas populações. Sua 
sensibilidade é bastante elevada 
para partes moles, permitindo a 
observação de lesões que não 
podem ser vistas na radiografia e que 
são pouco definidas na tomografia. É 
menos precisa em lesões ósseas; 
o Ultrassonografia: é bastante útil na 
avaliação de segmentos 
periarticulares, sendo de fácil 
execução e de baixo risco ao 
paciente. Identifica facilmente 
inflamações e rupturas de 
ligamentos. 
 Exames laboratoriais: identificam 
quadros inflamatórios, metabólicos ou 
degenerativos por meio de marcadores 
bioquímicos específicos. 
o Proteína C reativa: é um indicador 
direto de processos inflamatórios e 
de morte tecidual; 
o Fatores reumatoides: são 
imunoglobulinas que atacam 
moléculas do tipo IgG, ou seja, 
autoanticorpos. Ainda que não seja 
exclusivo de doenças reumatoides, 
a associação entre esse achado e 
degradações osteoarticulares 
pode ser um indício de artrite 
reumatoide; 
o Hemograma: permite a identificação 
dos impactos globais de uma doença 
ao aparelho locomotor ou a detecção 
de etiologias ocultas para 
manifestações nesse sistema, além 
de agir como monitor da eficácia 
terapêutica, no caso de distúrbios 
nutricionais e neoplasias; 
o Dosagem sérica de cálcio e fósforo: 
permite afastar ou descartar doenças 
degenerativas da matriz óssea, como 
a osteoporose. 
 Exames eletrofisiológicos: permitem a 
identificação de mudanças nos 
processos de condução de estímulos 
sensoriais e motores de e para o SNC. 
o Eletroneuromiografia: avalia 
inicialmente a condução de 
impulsos elétricos em nervos de 
determinada região, observando a 
resposta das fibras ao longo de sua 
condução ao SNC. Em seguida é 
realizada a eletromiografia, 
segmento no qual uma agulha é 
inserida nos grupos musculares 
em análise, mensurando a sua 
atividade espontânea e induzida 
por contrações musculares. Esses 
exames são contraindicados em caso 
de lesão recente de fibras nervosas, 
sendo necessário aguardar ao menos 
3 semanas para sua realização.

Continue navegando