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Flávia Silva Cardoso Moreno, Gabrielli Lima de Alcantara Ramos, Bruna de Abreu Silva, Felipe da Torre Fernandes, Silvio Eduardo Meirelles de Oliveira. Despesca é o procedimento de retirada dos peixes de uma unidade de cultivo, quando eles atingem o tamanho comercial desejado ou necessitam ser transferidos. Na piscicultura a criação dos peixes é monitorada, as espécies são totalmente controladas, desde o início da vida até o momento em que atingem a condição ideal para consumo, com o uso de ferramentas, substâncias específicas e acompanhamento periódico para estimular o crescimento saudável dos animais. A despesca é a última etapa do manejo dos peixes na engorda para a venda. Antes de se iniciar a captura dos peixes, deve haver um planejamento inicial do trabalho e preparo dos materiais. Primeiramente, é necessário planejar todo o processo de despesca, além de garantir que seja feita por profissionais qualificados e por equipamentos adequados e de qualidade. Como a piscicultura apresenta uma visão voltada ao mercado final, a despesca é um dos pontos principais do cultivo, sendo fundamental para , manter a qualidade do peixe, agregar valor na venda e evitar perdas no processo. COMO A DESPESCA DEVE SER FEITA? TIPOS DE DESPESCA DESPESCA TOTAL DESPESCA PARCIAL Apenas uma parte dos animais estocados são selecionados e retirados, usada normalmente quando somente alguns peixes atingiram o peso comercial ou quando o cultivo é multitrófico. Ocorre quando há a retirada de todos os peixes do tanque. TIPOS DE DESPESCA DESPESCA TOTAL DESPESCA PARCIAL Apenas uma parte dos animais estocados são selecionados e retirados, usada normalmente quando somente alguns peixes atingiram o peso comercial ou quando o cultivo é multitrófico. Ocorre quando há a retirada de todos os peixes do tanque. ESCOLHA ENTRE DESPESCA TOTAL E PARCIAL Escolher entre a despesca total e parcial é essencial para avaliar quais animais devem ser estocados e os que precisam ser retirados. A despesca total deve ser realizada quando todos os peixes tiverem alcançado o peso ideal para consumo. Já a parcial é utilizada somente quando alguns pescados atingiram a proporção adequada. Assim, deve haver bons planejamento e acompanhamento de toda a sua criação para avaliar qual das duas opções será a mais viável para o caso. Há duas possibilidades de fazer a despesca parcial: retirando-se apenas parte dos peixes do tanque, ou retirando-se os peixes de maior tamanho e deixando os menores para que possam crescer mais, até que atinjam o tamanho comercial. DESPESCA PARCIAL A despesca parcial pode ser realizada com redução de parte da água do tanque ou não, sendo necessário um planejamento prévio desse manejo. A parcial ocorre principalmente quando: DESPESCA PARCIAL ● É realizado um cultivo multitrófico (policultivo), com diferentes espécies no mesmo ambiente ● Somente parte dos peixes alcançaram o valor médio do peso comercial A despesca total também deve ser planejada e com utilização de profissionais treinados e equipamentos adequados. Deve ser realizada nos horários mais frescos do dia para reduzir o estresse dos peixes e os mesmos devem ficar de jejum de 24 a 48 horas, para esvaziar o trato digestivo. Sugere-se que a passagem da rede seja iniciada pela parte mais funda do tanque, em que a linha do fundo da rede, contendo a chumbada, deve ser arrastada por todo o fundo do tanque. DESPESCA TOTAL MANUAL MISTA MECANIZADA TIPOS DE DESPESCA DESPESCA MANUAL: Faz uso de apetrechos de pesca e a força humana. • A rede é eficaz em tanques com formatos regulares, declive de fundo, e que possuem sistema de drenagem que permitam uma drenagem rápida para o seu esvaziamento. • Importante: para a passagem da rede é a profundidade do viveiro (entre 1 e 2 metros). • O fundo dos viveiros deve ser limpo de troncos, pedregulhos, raízes ou outros materiais que dificultem a passagem da rede de despescar. DESPESCA MISTA: Utiliza uma parte da manual e uma da mecanizada que podem ser usadas, individual ou conjuntamente. DESPESCA MECANIZADA: Os sistemas de despesca modernos utilizam máquinas para a realização da despesca. • Não há contato humano (ou mínimo). • Normalmente os equipamentos, são acoplados ao sistema de transporte evitando estresse, lesões e acidentes com os pescados. • O uso da rosca sem fim acoplada a um reboque e ligada a uma mesa selecionadora de peixes fixada em cima de um caminhão pode ser uma opção. DESPESCA MECANIZADA: ● Para a despesca mecanizada, também há a possibilidade de utilização da Esteira para despesca. ● Esse equipamento reduz a mão de obra durante o processo de despesca em tanques escavados, otimizando o manejo dos peixes e trazendo maior agilidade e facilidade ao produtor; Suporta cerca de 30 quilos por caixa; ● Além disso, diminuindo o custo da despesca, consequentemente há maior rentabilidade da atividade. DESPESCA MECANIZADA: O classificador de peixes também pode ser bem útil para a separação dos peixes por tamanho, logo após a despesca, facilitando a agilização da organização e seleção dos peixes para futura comercialização. Cada classificador é ajustado para que passe um determinado tamanho de peixe. EQUIPAMENTOS PARA A DESPESCA Para que a despesca seja realizada de maneira eficiente é necessário utilizar os equipamentos corretos e de qualidade. 2 3 4 5 6 1 EQUIPAMENTOS PARA A DESPESCA Redes de arrasto Puçás Caixa de isopor Tarrafas Rede de sarico Baldes e balançasDe maneira geral, os equipamentos a serem utilizados na despesca são: REDES DE ARRASTO Redes de arrasto são aparelhos/apetrechos para pesca, flexíveis, geralmente de fibras relativamente delgadas e com malhas de tamanho menor que a menor dimensão dos peixes ou mariscos que se pretendem capturar com elas PUÇÁS CAIXAS DE ISOPOR REDES DE ARRASTO Puçás são um aparelho único feito de saco de pano de rede, de malha 12 mm. São utilizados para captura. PUÇÁS CAIXAS DE ISOPOR REDES DE ARRASTO PUÇÁS CAIXAS DE ISOPOR As caixas de isopor devem apresentar boa qualidade e são utilizadas para conter os peixes a serem transportados da despesca. TARRAFAS REDE DE SARICO BALANÇA As tarrafas são redes de pesca circulares com pequenos pesos distribuídos em torno de toda a circunferência da malha. TARRAFAS REDE DE SARICO BALANÇA Redes de sarico, são redes de grande utilidade no final da despesca. Economizam tempo e mão-de-obra, além de evitar um desgaste maior na subida do barranco. Alguns clientes acoplam uma balança com gancho logo acima do sarico para agilizar o processo de pesagem da produção https://www.engepesca.com.br https://www.engepesca.com.br TARRAFAS REDE DE SARICO BALANÇA A balança é utilizada para a biometria de peixes, servindo para conferir o peso da produção, a fim de avaliar o preço de seu produto no mercado COMO FAZER A MANUTENÇÃO DAS REDES UTILIZADAS NA DESPESCA 11 Após o uso, as redes deverão ser lavadas em água corrente e secas à sombra. Todos os restos de peixes e de vegetais deverão ser retirados para evitar que atraiam ratos, que certamente destruiriam a rede. A remoção desse material evita ainda que, eventualmente, haja a possibilidade de disseminação de doenças entre diferentes cultivos. Depois de secas, as redes devem ser reparadas e mantidas em local coberto e ventilado. DESPESCA EM TANQUES ESCAVADOS, VIVEIROS E AÇUDES: Nestes ambientes de cultivo a despesca pode ser feita esvaziando-se o viveiro completamente se o mesmo tiver uma caixa de coleta o que seria ideal ou tenha sido construindo com declive concentrando os peixes em apenas um lado do viveiro. Em algumas situações o ambiente de cultivo não pode ser esvaziado por não ter um monge ou água suficiente para enchê-lo novamente, não permitindo o seu esvaziamento para realização da despesca que deve ser realizada com o tanquecheio. Neste caso, a despesca deverá ser realizada com uma rede de arrasto adequada a qual deverá ser passada várias vezes tentando capturar todos os peixes DESPESCA EM TANQUES ESCAVADOS, VIVEIROS E AÇUDES: Caixa de coleta usada na despesca com esvaziamento total Despesca sem o esvaziamento do tanque DESPESCA EM TANQUES REDE: Para a despesca neste ambiente de cultivo é comum o uso de balsas e talhas para erguer as estruturas que estarão muito pesadas devido a aclomatação, tamanho dos peixes e a alta densidade habitualmente utilizada. Após o tanque-rede ser içado da água o mesmo pode ser inclinado derrubando os peixes em alguma estrutura de coleta, ou os mesmos poderão ser retirados com auxílio de um puçá e acondicionados em local apropriado. DESPESCA EM TANQUES REDE: COMO FAZER A DESPESCA A operação de captura deve ser planejada e feita com trabalhadores treinados e equipamentos adequados, como rede de arrasto, puçás e caixas de isopor, a partir do momento em que os peixes atingem o tamanho e peso médio comercial. Deve ainda ser realizada nos horários com uma temperatura mais amena, a fim de reduzir o estresse dos animais, o que interfere na qualidade da produção e, consequentemente, no lucro do produtor. Para facilitar a operação deve-se baixar o nível da água do viveiro até, pelo menos, 1/3 do volume antes de iniciar o arrasto. A rede de arrasto utilizada deve apresentar o comprimento de uma vez e meia a largura total do viveiro para permitir a formação de um “bolsão” para conter os peixes. COMO FAZER A DESPESCA É importante que o arrasto comece pela parte mais funda do viveiro. A linha de fundo da rede, contendo a chumbada, deve ser arrastada por todo o fundo do criadouro Após a captura dos peixes nos arrastões iniciais, deve-se realizar o esvaziamento do viveiro para a captura dos peixes restantes com o auxílio da rede e puçás. Quando o criadouro dispõe de caixa de coleta adequada, a captura dos peixes restantes pode ser facilitada, pois estes ficam concentrados na caixa, assim como a esteira também pode ser útil. DESPESCA CUIDADOS ESSENCIAIS NO MOMENTO DA DESPESCA: Horário: as despescas devem ser preferencialmente realizadas nas primeiras horas do dia, por ser o horário mais fresco. Oxigenação: cuidar no momento final da despesca com rede de arrasto, pois os peixes estarão adensados e água toda removida suspendendo dejetos e matéria orgânica. Recomenda-se o uso de uma mangueira jorrando água limpa e oxigenada sobre os peixes adensados na rede no momento final da despesca. Proteção dos Funcionários: estes devem utilizar equipamentos de proteção como óculos, roupas adequadas para entrar na água, luvas, camisas de manga comprida e chapéus para proteção contra o sol. Uma despesca que leve os peixes a um estresse excessivo com certeza acarretará perda na qualidade da carne do pescado levando a uma deterioração mais rápida DADOS A SEREM REGISTRADOS NA DESPESCA: A despesca é a ocasião onde o resultado dos cultivos podem ser melhor avaliados. Essa avaliação deve ser feita com base em parâmetros como: • número de peixes produzidos; • peso médio dos peixes; • taxa final de sobrevivência; • produção alcançada; • produtividade. Com esses dados o produtor poderá avaliar se ocorreram ou não problemas e se os resultados ficaram dentro do esperado. Mas poderá também comparar diferentes cultivos que ocorreram ao mesmo tempo ou mesmo em anos diferentes. Por fim, esses dados poderão ser usados na avaliação econômica dos cultivos realizados e no planejamento dos futuros cultivos. COMO OBTER SUCESSO NA DESPESCA? A despesca total ou parcial da produção deve ser realizada a partir do momento que o peixes atingem o peso e o tamanho ideal para o consumo. A fim de obter sucesso nesse processo, deve-se adotar algumas técnicas, as quais começam ainda antes da retirada dos peixes. Antes de todo o procedimento é necessário suspender a alimentação dos peixes por cerca de três dias, evitando problemas com seu sistema digestivo. Após retirá-los da água, eles devem ser colocados em tanques de gelo, onde ocorrerá o abate por choque térmico, o que dará vida e maior qualidade para o produto em prateleira. COMO OBTER SUCESSO NA DESPESCA? O ideal é que todo esse processo seja feito de forma rápida e eficiente. A cada duas ou três despescas é indicado realizar a baixa do tanque. Além disso, também é indicado levar em consideração alguns cuidados para melhorar a qualidade da produção como garantir um bom manejo da produção e evitar o manuseio excessivo dos peixes, a fim de evitar o estresse, o que reduz o tempo que a carne levará para enrijecer e, por consequência, diminuirá o tempo na prateleira. POR QUE OS PEIXES DEVEM SER MANTIDOS EM JEJUM ANTES DA DESPESCA? O jejum é fundamental para melhorar a conservação do pescado e reduzir o risco de contaminação no momento do processamento, principalmente se os peixes tiverem que ser transportados por longas distâncias. Os riscos da ausência do jejum é que os alimentos não digeridos poderão ser regurgitados durante o transporte, alterando a qualidade da água e podendo levar os peixes à morte. Além disso, os peixes ficam mais resistentes e estressam-se menos se não tiverem com o trato digestivo cheio durante o transporte. ATENÇÃO Caso a espécie a ser capturada exija a drenagem da água, o jejum deve ser iniciado na véspera da despesca. O processo deve ser acompanhado para evitar que o nível de água do tanque ou açude fique baixo demais. Peixes carnívoros não devem permanecer por mais que 12 h em jejum. 1 2 3 ABATE DO PESCADO POR CHOQUE TÉRMICO★ Vantagens: Por ser considerado um método pouco estressante, a qualidade da carne é mantida. Causa pouca descoloração da carne, o que é de extrema importância, uma vez que é um dos principais parâmetros avaliados pelo consumidor. De modo geral, o choque térmico ocorre através da imersão dos peixes em gelo. É o método mais utilizado pela indústria no Brasil. O peixe na verdade morre de desidratação, já que grandes variações de temperatura causam uma baixa concentração de líquido no organismo do animal. BAIXA DO TANQUE A baixa do tanque, como já mencionado, deve ser realizada a cada duas ou três despescas, a fim de obter sucesso na retirada dos peixes dos tanques. Esse processo consiste em secar a água do tanque onde os peixes estavam e preencher o fundo com uma fina camada de cal virgem. A cal virgem é responsável por oxidar a matéria orgânica, como derivados de fezes e alimentos e controlar os microrganismos, pois apresenta função antibacteriana e antifúngica. É recomendado deixar a cal virgem por aproximadamente dez dias, a fim de fazer a assepsia do tanque. Seguindo esse processo, será possível garantir uma boa qualidade da produção e evitar problemas em safras futuras. DESPESCA DE JUVENIS Para a despesca de peixes juvenis, é utilizado basicamente o mesmo processo dos peixes maiores, porém deve-se atentar para alguns detalhes, como: ● Utilização de rede de captura de tecido multifilamento sem nós (malha de 5 a 8 mm) que tenha comprimento de, pelo menos, 1,5 vezes a largura do viveiro e de altura o dobro da profundidade do viveiro; ● Jejum de 12 a 24 horas; ● Fazer pelo menos 4 pesagens durante a despesca, contando entre 20 e 30 juvenis em cada pesagem, para se ter uma média de peso confiável dos mesmos; ● Acomodar os juvenis no recipiente para transporte sempre com água; ● Realizar a despesca em uma temperatura mais amena, evitando estresse. Peso total dos juvenis = (peso dos juvenis + baldes + águas) – (peso dos baldes + águas) Peso médio dos juvenis = peso total dos juvenis (kg) /quantidade dos juvenis TRANSPORTE O transporte de alevinos ou de peixes em tamanho de abate é considerado pontos crítico, pois pode acarretar na mortalidade dos peixes. O transporte de peixes é frequentemente utilizado nas pisciculturasem dois momentos distintos: na venda de alevinos para engorda e no transporte de peixes após a engorda para o pesque-pague ou para o abate no frigorífico. Em cada caso é utilizada uma metodologia distinta, porém a grande maioria dos cuidados são os mesmos EMBALAGEM DE PEIXES PARA TRANSPORTE Os peixes podem ser levados vivos da piscicultura até o local onde passarão pela inspeção sanitária, usando tanques com água e oxigenação, ou conservados em gelo, o que deve ser feito no momento da captura, e mantido assim durante o transporte em caminhão frigorífico ou caixas isotérmicas. EQUIPAMENTOS PARA TRANSPORTE TRANSPORTE DE PEIXES VIVOS Tanque de transporte com isolamento térmico; 2 3 4 5 6 1 Sacos plásticos de 60 litros; Cilindro de oxigênio; Regulador de pressão (manômetro) e regulador da vazão de saída (fluxômetro); Mangueira de borracha microperfurada; Sal branco (sem iodo). EQUIPAMENTOS PARA TRANSPORTE TRANSPORTE DE PEIXES CONSERVADOS EM GELO Caixa d’água ou de isopor; 2 Gelo. 1 TRANSPORTE DE PEIXES VIVOS ➔ Abastecer cerca de 2/3 da caixa de transporte com água limpa, preferencialmente de poço ou de nascente. Nesse caso, uma caixa com capacidade de 1.000 litros, normalmente comporta de 300 kg a 400 kg de peixes em tamanho de abate; ➔ Dissolver o sal na água (3 g/L); ➔ Iniciar a injeção de oxigênio na água do transporte poucos minutos antes de iniciar o carregamento da caixa; ➔ Carregar os peixes do viveiro ou do açude para a caixa de transporte usando caixas ou sacos plásticos; ➔ Regular o fluxo de oxigênio durante o carregamento e o transporte, mantendo a concentração de oxigênio entre 4 e 6 mg/L. CUIDADOS No transporte de peixes vivos, além da nota fiscal, é necessário emitir a Guia de Trânsito Animal (GTA) junto ao órgão de defesa sanitária animal;1 2 3 É importante manter o transporte com a caixa de transporte fechada e manter o ambiente escuro, evitando estresse dos animais; É preciso verificar se há oxigênio suficiente para o transporte de peixes vivos. TRANSPORTE DE PEIXES CONSERVADOS EM GELO ➔ Os peixes podem ser insensibilizados através de uma mistura de água e gelo. Isso ajuda a manter a qualidade do peixe até chegar ao local da inspeção sanitária e de comercialização. Para a insensibilização deve-se usar de 4 a 5 kg de gelo para cada litro de água, o que será suficiente para aproximadamente 5 kg de peixes ou ainda, em uma caixa de 1.000 litros, pode-se colocar cerca de 400 kg de gelo e 80 litros de água, para insensibilizar 400 kg de peixes. TRANSPORTE DE PEIXES CONSERVADOS EM GELO ➔ Deve-se transferir os peixes capturados na rede para dentro dessa caixa com gelo + água até ficar praticamente cheia , mantendo-os por 1 hora e meia até que estejam resfriados; ➔ Deve-se transferir os peixes resfriados para caixas térmicas (isopor ou caminhão frigorífico) em uma proporção de 5 kg de gelo para cada 15 kg de peixes, em camadas alternadas. CUIDADOS Para transporte de peixes conservados em gelo, é preciso sempre utilizar materiais limpos, como caixas térmicas higienizadas e gelo limpo para evitar qualquer tipo de contaminação externa; 1 2 As operações de abate e processamento devem ser feitas no frigorífico. CUIDADOS A SEREM LEVADOS EM CONTA DURANTE O PROCEDIMENTO Depuração: os peixes devem permanecer em jejum de 24 a 48 horas antes do transporte para eliminar todas as fezes e fazer excreção dos compostos nitrogenados, evitando que isto ocorra durante o transporte o que reduziria a qualidade da água podendo acarretar na mortalidade dos peixes. Horário: o transporte deve ser preferencialmente realizado a noite ou nas primeiras horas do dia, em horários mais frescos. Aclimatação: antes de soltar os peixes, deve-se misturar a água do local de soltura com a água do recipiente de transporte para que os peixes se adaptem as novas condições do local evitando assim um choque térmico ou mudanças bruscas na qualidade da água Despesca de Alevinos A alevinagem corresponde à fase de cultivo do peixe após a saída das incubadoras (peixe que acabaram de nascer) até atingirem o tamanho ou peso para comercialização como alevinos e pode ser realizada em viveiros ou tanques em laboratório. Geralmente, essa fase dura entre 20 e 45 dias, dependendo da espécie de peixe. Durante todo o processo, os alevinos são transferidos para o cumprimento das etapas até o momento ideal para a comercialização e essas transferências também podem ser consideradas uma despesca, pois ocorre a retirada e realocação dos peixes de um ambiente para o outro. 1 2 Realização da Biometria OS ALEVINOS SÃO TRANSFERIDOS PARA QUE OCORRA: Transferência dos alevinos para berçários 3 Depuração dos alevinos 4 Embalagem dos alevinos REALIZAÇÃO DA BIOMETRIA As biometrias consistem na pesagem e na determinação do comprimento dos peixes, a fim de avaliar se desenvolvimento está compatível com o período e às condições de cultivo para a espécie, além de verificar a uniformidade do lote. A rede é passada em parte do viveiro (arrastão) ou tanque e é transferida uma amostra representativa de alevinos (100 indivíduos) para um balde com o auxílio de uma peneira. RETIRADA DA AMOSTRA PESAGEM DOS ALEVINOS Ocorre a determine o peso médio, somando os pesos e dividindo pelo número de peixes pesado. DETERMINAR O COMPRIMENTO São medidos os comprimento com a utilização de um paquímetro ou régua, devolvendo-os em seguida ao tanque. TRANSFERÊNCIA PARA O BERÇÁRIO A maioria das espécies de peixes está apta à comercialização ao atingir um comprimento médio de 3 cm. Quando os alevinos atingem o tamanho comercial, eles devem ser transferidos para berçários (viveiros ou tanques), providos de tela anti-pássaro, de acordo com a programação de comercialização ou de uso do viveiro para recepção de novas pós-larvas. DEPURAÇÃO DOS ALEVINOS Consiste em transferir os alevinos padronizados para pequenos tanques ou caixas d’água, na qual permanecerão por um período de 24 a 48 h antes de serem embalados para o transporte. Durante esse período, deve haver troca de água contínua no tanque, além de aeração, e os peixes não devem ser alimentados. EMBALAGEM DOS ALEVINOS Após 24 a 48 h de depuração os alevinos estão prontos para serem embalados para comercialização. A embalagem de alevinos para transporte deve ser feita em sacos plásticos (polipropileno) transparentes resistentes com as seguintes dimensões mínimas: 200 micras de espessura, comprimento de 90 cm e largura de 60 cm. Em uma embalagem como essa podem ser transportados até 500 g de alevinos (1.000 alevinos de 0,5 g) por um período de 8 h. Tanto o processo de embalagem, como o transporte dos alevinos pelo produtor, deve ser realizado logo no início da manhã, quando a temperatura é mais amena. Altas temperaturas podem causar estresse térmico e mortalidade dos peixes. CUIDADOS NECESSÁRIOS: ● Deve ser adicionado sal à embalagem de transporte na proporção de 5 gramas de sal branco por litro de água, dependendo da espécie de peixe. ● Com o auxílio de uma peneira, a contagem dos alevinos deve ser feita, transferindo a quantidade já definida para a embalagem de transporte respeitando a densidade máxima de 500 g de alevinos por embalagem. ● Deve ser adicionado oxigênio à embalagem de transporte ● O fechamento da embalagem deve ser feito de maneira apropriada CONCLUSÃO Em suma, é possível inferir que é de extrema importância o planejamento da despesca na piscicultura, uma vez que um único erro pode afetar o valor da produção e o lucro do produtor. Desse modo, é necessário utilizar equipamentos de despesca e transporte de boa qualidade, além de contar com uma mão de obra qualificada e aderir à melhor estratégia de comercialização. Só assim, será possível aumentar o valor culinário e nutricional dos peixes, garantindo o valor comercial da sua produção e gerando assim um bomretorno financeiro ao produtor. REFERÊNCIAS ● https://engepesca.com.br/post/como-obter-sucesso-durante-a-despesca ● Woynarovich, E. Manual de Piscicultura. Brasília: CODEVASF, 1993. ● https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/128301/1/CRIAR-Piscicultura-em-tanques-rede- ed01-2009.pdf ● Ostrensky, A; Boeger, W. Piscicultura: Fundamentos e Técnicas de Manejo. Guaíba - RS: Agropecuária, 1998. ● https://slideplayer.com.br/slide/1223409/ ● http://www.amazonas.am.gov.br/2021/09/peixes-comercializados-nas-feiras-da-ads-seguem-boas-pr aticas-de-manejo-e-sao-saudaveis-para-consumo/ ● https://engepesca.com.br/post/o-que-e-despesca-e-quando-pode-ser-feita ● http://sobradinho.rs.gov.br/portal/2021/03/26/sobradinho-promove-feira-do-peixe-durante-a-semana-s anta/ ● https://www.agroolhar.com.br/noticias/exibir.asp?id=27140¬icia=entidades-discutem-regulamenta cao-da-criacao-de-tilapia-e-outros-peixes-exoticos-em-mt&edicao=1 https://engepesca.com.br/post/como-obter-sucesso-durante-a-despesca https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/128301/1/CRIAR-Piscicultura-em-tanques-rede-ed01-2009.pdf https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/128301/1/CRIAR-Piscicultura-em-tanques-rede-ed01-2009.pdf https://slideplayer.com.br/slide/1223409/ http://www.amazonas.am.gov.br/2021/09/peixes-comercializados-nas-feiras-da-ads-seguem-boas-praticas-de-manejo-e-sao-saudaveis-para-consumo/ http://www.amazonas.am.gov.br/2021/09/peixes-comercializados-nas-feiras-da-ads-seguem-boas-praticas-de-manejo-e-sao-saudaveis-para-consumo/ https://engepesca.com.br/post/o-que-e-despesca-e-quando-pode-ser-feita http://sobradinho.rs.gov.br/portal/2021/03/26/sobradinho-promove-feira-do-peixe-durante-a-semana-santa/ http://sobradinho.rs.gov.br/portal/2021/03/26/sobradinho-promove-feira-do-peixe-durante-a-semana-santa/ https://www.agroolhar.com.br/noticias/exibir.asp?id=27140¬icia=entidades-discutem-regulamentacao-da-criacao-de-tilapia-e-outros-peixes-exoticos-em-mt&edicao=1 https://www.agroolhar.com.br/noticias/exibir.asp?id=27140¬icia=entidades-discutem-regulamentacao-da-criacao-de-tilapia-e-outros-peixes-exoticos-em-mt&edicao=1
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