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Produção sustentável de Peixes Amazônicos I Criação sustentável de peixes redondos 2 Produção sustentável de Peixes Amazônicos I – Criação sustentável de peixes redondos 7. Recria e engorda Apresentação Neste módulo, estudaremos os principais conceitos relacionados às fases de recria e engorda de peixes. Veremos que a estrutura escolhida para esses períodos determinará o protocolo de criação a ser adotado e o sistema de produção praticado. Objetivos de aprendizagem • Conhecer o sistema de produção praticado para a preparação dos viveiros. • Aprender sobre a relação da qualidade da água, biometria e alimentação no processo de recia e engorda. 3 Produção sustentável de Peixes Amazônicos I – Criação sustentável de peixes redondos 7.1 Contextualizando os sistemas A produção de peixes redondos pode ser desenvolvida em diferentes sistemas produtivos. No sistema monofásico, os alevinos são acondicionados na estrutura da criação e permanecem ali durante todo o período produtivo, sem manejos posteriores de repicagem ou classificação. Já o sistema bifásico é dividido em duas fases, recria e engorda, com a possibilidade de repicagem e classificação dos animais por tamanho entre as etapas. Ele permite maior otimização da infraestrutura da criação e, consequentemente, uma maior produção por área de lâmina d’água, com espaços subutilizados por menos tempo. Quando se opta pela divisão em recria e engorda, é possível investir menos em telas de proteção antipássaros e em insumos de preparação dos viveiros. Além disso, o lote pode ser mais uniforme devido ao maior adensamento em cada estágio e pela possibilidade de classificação dos peixes entre as fases. Quadro 7.1 – Diferentes fases em relação às formas de criação Criação monofásico Fase únicade 2-7 g a 1,0-2,5 kg Criação bifásico Recriade 2-7 g a 80-250 g Engorda de 80-250 g a 1,0-2,5 kg Fonte: Adaptado de Lima et al. (2017). Clique no link inserido no título abaixo para assistir a videoaula a seguir, onde falaremos a respeito das fases de produção de peixes redondos no sistema bifásico. Produção de peixes redondos no sistema bifásico 7.2 Adquirindo alevinos saudáveis e de produtores idôneos Para aqueles produtores que não criam alevinos em suas propriedades, um dos fatores que podem interferir no sucesso da piscicultura é a disponibilidade de alevinos de qualidade. O planejamento do ciclo de produção deve priorizar a obtenção de alevinos de fornecedores com boa reputação e, preferencialmente, no período de safra, quando é possível encontrar animais recém-produzidos. Alevinos adquiridos em períodos de entressafra podem, em muitas ocasiões, representar um problema para o piscicultor, uma vez que alguns produtores os mantêm estocados em alta densidade ou em condições de subalimentação para preservar o tamanho ideal para venda. Essas circunstâncias podem prejudicar significativamente o crescimento dos peixes, https://youtu.be/AxDiDfYuCNg 4 Produção sustentável de Peixes Amazônicos I – Criação sustentável de peixes redondos especialmente quando a privação alimentar ocorre por um longo período, impedindo o ganho compensatório de peso. Um dos primeiros cuidados com a criação de peixes deve ser, portanto, a compra de alevinos saudáveis, o que elimina grande parte dos problemas ao longo da criação, como entrada de patógenos no sistema de produção e mortalidades no início do ciclo. Dê preferência a lotes de animais homogêneos, porque iniciar a produção com peixes de tamanhos muito diferentes faz com que os maiores tenham vantagem sobre os menores durante a alimentação. Ao final da criação, tal hierarquia resulta em animais com pesos bastante variados, algo que não é interessante para a comercialização. Algumas características de alevinos saudáveis podem ser observadas no próprio laboratório no momento da compra ou quando eles chegam à propriedade. É primordial observar alguns aspectos. Veja: • a natação deve ser normal para a espécie, sem animais nadando em círculo, em espiral ou isolados do cardume; • o corpo precisa ter nadadeiras íntegras, escamas brilhantes e ser sem manchas, lesões, feridas ou deformações; • a proporção corporal deve ser adequada, sem peixes magros ou esqueléticos; • a coloração deve ser característica da espécie (leve em consideração, no entanto, que peixes jovens têm uma cor diferente da dos adultos e que, além disso, o estresse do transporte pode alterar momentaneamente a coloração). Se houver estresse durante o transporte, os peixes podem não se alimentar nas primeiras 24 horas. Dessa forma, logo na chegada dos alevinos, a não ingestão de alimento não é um bom parâmetro de avaliação. Figura 7.1. Peixes sendo transportados corretamente Fo to : J ef fe rs on C hr is to fo le tti 5 Produção sustentável de Peixes Amazônicos I – Criação sustentável de peixes redondos Se for encontrado algum sinal indesejável entre os alevinos adquiridos, é necessário entrar em contato com o laboratório ou produtor fornecedor para verificar as causas e a possibilidade de troca de animais (ou mesmo exigir a entrega de peixes melhores em um próximo lote). Essa ação mostra que o produtor comprador está atento às características adequadas de animais saudáveis e tem interesse em comprar bons peixes para sua produção. Somente mantendo essa postura crítica é que teremos fornecedores comprometidos com a sanidade e os atributos de seus alevinos. Outra dica é pesquisar históricos de qualidade e investigar o relacionamento entre os fornecedores de alevinos e seus clientes entrando em contato com outros piscicultores. É desejável que os animais recém-adquiridos sejam mantidos em observação para se verificar possíveis sinais clínicos indicativos de doenças, com o propósito de prevenir a entrada de novos patógenos na criação. O período de observação é denominado quarentena, um procedimento que deve ser feito em área isolada das demais estruturas de criação e dos demais animais, com abastecimento e saída de água independentes. Além disso, esse espaço precisa ser próximo à entrada da piscicultura, a fim de evitar que o veículo transportador dos peixes adquiridos percorra a área interna da propriedade e despeje a água do transporte em locais comuns. Viveiros de recria, se atenderem às características necessárias, podem ser utilizados como quarentenários, uma vez que, a cada lote de alevinos recriados, é possível secar o viveiro, realizar a desinfecção e prepará-lo para uma nova recria. A quarentena dos peixes pode ser realizada em viveiros escavados, tanques ou caixas, dependendo da quantidade, do tamanho e das condições dos animais. O tempo de isolamento deve ser o suficiente para a manifestação de possíveis doenças, ou seja, acima de 20 dias – e inferior a 40, na maioria dos casos. Atenção O acompanhamento pode ser feito por amostragem do lote. Recomenda-se realizar a necropsia em 0,5-1% dos animais do grupo, observar os órgãos internos e buscar por patologias e agentes etiológicos causadores de doenças. Se necessário, os animais devem receber os tratamentos terapêuticos ou profiláticos, conforme recomendações de um técnico capacitado. 6 Produção sustentável de Peixes Amazônicos I – Criação sustentável de peixes redondos 7.3 Aclimatação Clique no link inserido no título abaixo e assista à animação a seguir para conhecer detalhes a respeito do processo de aclimatação de peixes recém-chegados em um viveiro. Aclimatação de peixes em viveiro 7.4 Infraestrutura utilizada A engorda do tambaqui pode ser realizada em diversas estruturas. As mais comuns no Brasil são barragens, represas, viveiros escavados e tanques-rede. Com essa diversidade, cuidados específicos são necessários no manejo da produção. Figura 7.2. Viveiro e tanques-rede utilizados para engorda do tambaqui Fo to : J ef fe rs on C hr is to fo le tti Para barragens, represas e viveiros escavados, é interessante considerar os procedimentos apresentados no primeiro módulo destecurso, em que estudamos o início da criação, com o preparo da estrutura de produção. Sabe-se que nem sempre será possível realizar todos os procedimentos descritos em todos os tipos de estrutura, sobretudo naquelas de maior dimensão ou nas quais o esvaziamento total ou parcial não é possível. Nesses casos, é recomendável que a fase de recria possa se estender, a fim de que os peixes só entrem no espaço de engorda quando estiverem maiores e menos suscetíveis a predadores. A produção do tambaqui em tanques-rede ainda não possui um pacote tecnológico consolidado, com valores recomendados obtidos por estudos preliminares. Sabe-se do potencial dessa espécie nesse sistema de produção, sobretudo pela possibilidade de ser criada nos parques aquícolas, mas ainda são necessários estudos para se alcançar um pacote tecnológico de produção definido, como o que se tem para a tilápia, por exemplo. https://youtu.be/iqbFx1vwoEY 7 Produção sustentável de Peixes Amazônicos I – Criação sustentável de peixes redondos 7.5 Densidades utilizadas Após a recria, é necessário calcular o número de peixes para povoar o viveiro de engorda. A base para o cálculo do povoamento é sempre a produtividade final esperada pelo sistema, cuja definição deve vir de dois aspectos: planejamento financeiro e capacidade de suporte do sistema produtivo. Planejamento financeiro da atividade levantamento prévio dos custos de produção em função da quantidade de animais estocados. Capacidade de suporte do sistema produtivo capacidade máxima de biomassa produzida pelo sistema. Depende do equilíbrio entre a qualidade da água (medida principalmente pelo oxigênio dissolvido) e a disponibilidade de alimento. Por isso, é tão importante acompanhar o crescimento dos peixes e monitorar a qualidade da água durante o ciclo. Em geral, quanto maior a densidade de estocagem, maior deve ser a intervenção para manter o sistema em equilíbrio. Além disso, se houver mais animais juntos, a tendência é obter menores pesos finais individuais – contudo, sem alterações na produtividade final (kg de peixe/m2 ou ha). Então, é interessante saber qual o peso médio dos peixes que o mercado consumidor requer para, a partir desse dado, calcular a melhor densidade para a criação. A viabilidade econômica da produção de redondos no sistema semi-intensivo foi destacada em diversos estudos. É um sistema de criação de fácil manejo e com custo de instalação compatível com a lucratividade da atividade, podendo ser utilizado por pequenos, médios e grandes produtores. Veja a seguir as densidades recomendadas por tipo de infraestrutura. • Viveiros escavados – em geral, trabalha-se com uma densidade que permita uma produção final máxima de 5.000 a 10.000 kg/ha (1 kg/m2) com renovação de água. No entanto, em regiões de déficit hídrico ou em viveiros nos quais não é possível realizar a renovação da água, recomenda-se uma densidade final máxima de 6.000 kg/ha. • Barragens e represas – a densidade final máxima é de cerca de 3.000 kg/ha. 8 Produção sustentável de Peixes Amazônicos I – Criação sustentável de peixes redondos O produtor que vai manter os peixes em um único viveiro durante todo o ciclo de produção deve considerar, para o cálculo da densidade de estocagem, a média de peso final dos peixes na despesca. Ou seja, a fim de calcular o estoque de peixes para cada espaço de confinamento, o primeiro passo é definir com que peso o produtor espera despescar os animais. Se o piscicultor estiver utilizando o sistema bifásico, esse mesmo procedimento pode ser utilizado no cálculo da quantidade de animais que serão estocados nos viveiros entre as fases de produção. Sabendo-se disso e definindo-se a produtividade esperada (que varia de acordo com a disponibilidade e a qualidade da água), é possível calcular quantos peixes serão mantidos em cada viveiro. Posteriormente, prevendo uma taxa de mortalidade, adiciona-se essa diferença. Lembre-se de que a mortalidade durante a criação é comum. Se houver um manejo adequado, a mortandade total pode alcançar de 10 a 15% dos animais. Dessa forma, considerando a possibilidade de mortes ao longo do ciclo, é possível fazer o acréscimo dessa porcentagem de animais no momento da estocagem. Os casos de mortalidade, principalmente aqueles acima das médias aceitáveis, devem ser investigados. Para mais informações, estude o módulo Sanidade na produção de peixes redondos. Saiba mais Levando em conta uma produtividade no sistema semi-intensivo (viveiros escavados) de 6.000 kg/ha, observe o Quadro 7.2, que apresenta o cálculo do número inicial de animais no viveiro. Quadro 7.2 – Cálculo para encontrar o número inicial de peixes para povoamento de acordo com a produtividade máxima Defina Calcule Produtividade máxima adotada = 6.000 kg/ha 6.000 kg/ha : 1,5 kg = 4.000 peixes/ha Peso esperado na despesca = 1,5 kg Taxa de mortalidade = 15% 4.000 peixes + 15% = 4.600 peixes Número inicial de peixes para povoamento = 4.600 Fonte: Adaptado de Lima et al. (2017). 9 Produção sustentável de Peixes Amazônicos I – Criação sustentável de peixes redondos Visando a um melhor aproveitamento das áreas de lâmina d’água para aumentar a produtividade, é possível incrementar a densidade de estocagem e a biomassa final de viveiros escavados com a utilização de aeradores. Em um sistema de quatro aeradores de 1,5 HP por hectare, pode-se alcançar uma produtividade de 18.000 kg/ha, mantendo a concentração de oxigênio dissolvido na água acima de 3 mg/L. A viabilidade do sistema para cada propriedade deve ser avaliada confrontando a melhora dos resultados zootécnicos e o aumento no custo de produção com o investimento em aeradores e os gastos com fornecimento de energia elétrica. Curiosidade 7.6 Aspectos de manejo para as fases de recria e engorda Durante as fases de recria e engorda, alguns cuidados são necessários e merecem ser mais bem detalhados porque têm grande influência na criação. As principais preocupações devem ser a qualidade da água e a alimentação, descritas nos módulos 3, Qualidade da água para a criação de peixes redondos, e 6, Alimentação e biometria, respectivamente. Em linhas gerais, é fundamental saber estimar a quantidade de ração a ser fornecida aos peixes ao longo do ciclo de criação e conseguir analisar as características desse alimento, já que ele é o insumo mais caro na piscicultura e seu desperdício, além de oneroso, prejudica a qualidade da água. 10 Produção sustentável de Peixes Amazônicos I – Criação sustentável de peixes redondos Figura 7.3. Peixes sendo alimentados – manejo nas fases de recria e engorda Fo to : J ef fe rs on C hr is to fo le tti Para calcular a quantidade de ração a ser oferecida durante a criação, é necessário ter como base uma tabela de alimentação, que normalmente é fornecida por cada fabricante desse alimento. As tabelas permitem planejar melhor o uso desse insumo e trazem recomendações importantes acerca de cada tipo de ração (porcentagem de proteína bruta, tamanho do pélete), além do número de refeições e das porções recomendadas, calculadas a partir de um percentual da biomassa. No entanto, é importante saber como utilizar essas informações para dosar a quantidade de ração a ser oferecida aos peixes. Veja a seguir um exemplo de tabela de alimentação para recria e engorda do tambaqui. Tabela 7.1 – Cálculo para quantidade de ração para recria e engorda do tambaqui Fase Peso médio (g) Ração (PB%) Tamanho do pélete (mm) Taxa de alimentação por dia (% peso vivo) Número de refeições (vezes/dia) Recria 7-25 40 1-2 7,7-6,4 4 25-80 40 2-4 5,9-4,6 4 Engorda 80-180 32 4-6 4,2-2,7 2-3 180-300 32 8 2,6-2,2 2-3 300-530 28 10 2,1-1,8 2 530-1000 28 10 1,7-1,2 2 1000-2500 28 10 1,0-0,8 2 11 Produção sustentável de Peixes Amazônicos I – Criação sustentável de peixes redondos Fonte: Adaptada de Côrrea, Sousa e Martins Junior (2018, p. 14). As duas primeiras colunas da tabeladizem respeito ao estágio no qual os peixes se encontram, o que pode ser identificado por meio do procedimento rotineiro de biometria. As colunas 3 e 4 têm números relacionados às características da ração a ser adquirida (32% de proteína bruta com péletes de 8 mm para animais com peso entre 180 e 300 g, por exemplo). Para calcular o total de ração a ser fornecido, basta conhecer a biomassa do viveiro (conforme procedimento explicado no módulo 6, Alimentação e biometria) e a taxa de alimentação diária, de acordo com a coluna 5 da tabela. A quantidade ideal em quilos é a porcentagem (taxa de alimentação) da biomassa total, que deve ser dividida pelo número diário de fornecimentos, elencado na coluna 6. Vamos tomar como exemplo um viveiro no qual há 500 kg de biomassa de indivíduos de 30 g. A ração deverá ter 40% de proteína bruta e péletes de 2-4 mm. Considerando uma taxa de alimentação de 5%, teremos: 500 kg x 0,05 = 25 kg de ração, distribuídos em quatro ofertas de 6,25 kg cada. O fornecimento deverá seguir as recomendações descritas no módulo 6, Alimentação e biometria. É necessário ressaltar também que, para a engorda em viveiros, represas e barragens, a manutenção da adubação é essencial para o bom desempenho da criação, já que nesses espaços o peixe obtém nutrientes da alimentação fornecida (ração) e da alimentação natural (plâncton). A adubação é um procedimento transversal, que impacta não só o manejo alimentar dos peixes, mas também os parâmetros de qualidade da água. Clique no link inserido no título abaixo e ouça e ouça o podcast a seguir para conhecer detalhes acerca da adubação de manutenção. Adubação de manutenção https://ava.sede.embrapa.br/pluginfile.php/1444406/mod_resource/content/1/Aduba%C3%A7%C3%A3o%20de%20manuten%C3%A7%C3%A3o.mp3 12 Produção sustentável de Peixes Amazônicos I – Criação sustentável de peixes redondos 7.7 Comportamento do peixe Observar o comportamento do peixe é primordial para o acompanhamento da criação. Se o seu peixe estava se alimentando normalmente no dia anterior e pela manhã não se alimenta, há algumas possíveis causas: Condições climáticas se o tempo estiver nublado ou chuvoso, a produção de oxigênio é menor. Oxigênio a concentração de oxigênio está muito baixa, por exemplo, por excesso de adubação. Um indício pode ser a transparência da água menor que 35 cm. Manuseio dos peixes alguém pode ter manuseado os peixes ou o viveiro durante a madrugada (avaliar a possibilidade de furto). Doenças os peixes apresentam alguma enfermidade. Temperatura da água se a água estiver muito quente, procure alimentar os peixes sempre no mesmo horário, evitando os períodos mais quentes do dia. Em dias frios, a temperatura da água pode amanhecer mais baixa e é interessante fornecer a primeira refeição do dia quando a água estiver um pouco mais quente. Se pela manhã o seu peixe está sempre respirando na superfície da água, provavelmente a concentração de oxigênio está muito baixa ao amanhecer. Renove a água do viveiro ou diminua a densidade de peixes para que não haja mortalidades. Vale ressaltar ainda que eventos repetidos de quedas de oxigênio podem causar estresse e, consequentemente, a queda de imunidade, tornando os animais mais suscetíveis a doenças. 13 Produção sustentável de Peixes Amazônicos I – Criação sustentável de peixes redondos 7.8 Sanidade na recria e engorda A sanidade na criação de peixes redondos tem seu principal pilar na prevenção. Por isso, é fundamental implementar medidas rígidas de precaução com o objetivo de evitar a introdução e a disseminação de doenças na propriedade. Além do controle na aquisição de alevinos, descritos anteriormente, e dos cuidados abordados no módulo Sanidade na produção de peixes redondos, é necessário que o produtor adote uma rotina frequente de visita aos viveiros. As densidades de estocagem devem ser respeitadas e os momentos de manejo devem ser utilizados como forma contínua e sistemática de monitoramento do estado de saúde dos peixes. Algumas medidas devem ser tomadas para evitar o acesso sem controle de pessoas estranhas a criação, bem como de animais que podem ser potenciais portadores assintomáticos de doenças, como morcegos, pássaros e caracóis. Atenção Ao se observar qualquer alteração suspeita nos peixes, o técnico especializado deve ser contatado para auxiliar no diagnóstico precoce de doenças e enviar amostras a laboratórios credenciados. Acompanhe de perto a produção, pois esse cuidado é essencial para o sucesso da sua criação. Registre todas as informações que julgar úteis, como origem e quantidade de alevinos, quantidade de alimento fornecido, alterações no comportamento dos animais, mortalidade, qualidade da água etc. Sua supervisão pode fazer a diferença! 14 Produção sustentável de Peixes Amazônicos I – Criação sustentável de peixes redondos Síntese Finalizamos o sétimo módulo do curso Criação Sustentável de Peixes Redondos. Nele, aprendemos a respeito da importância da recria e da engorda para a criação dos peixes redondos. No oitavo módulo, estudaremos a sanidade na produção dos peixes redondos. Confira! 15 Produção sustentável de Peixes Amazônicos I – Criação sustentável de peixes redondos Referências CORRÊA, R. de O.; SOUSA, A. R. B. de; MARTINS JUNIOR, H. Criação de tambaquis. Brasília, DF: Embrapa, 2018. Lima, A. F.; Rodrigues, A.P.O.; Lima, L.K.F.; Maciel, P.O.; Rezende, F.P.; Freitas, L.E.L.; Dias, M.T.; Bezerra, T.A. 2017. Alevinagem, recria e engorda do pirarucu. Brasília: Embrapa, 152p. Rodrigues A.P.O., Lima A., Alves A., Rosa D., Torati L.; Santos V. 2013. Piscicultura de água doce: multiplicando conhecimentos. Brasília: Embrapa, 440p. SEBRAE. 2008. Manual do piscicultor: produção de tambaqui em viveiros escavados. Brasília: Sebrae, 46 p.
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