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RELATÓRIO ANALÍTICO GERAL DE TODAS AS ETAPAS DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO Marli Raimondi Lorrenzzetti Samara Leorato Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI Curso de Bacharelado em Serviço Social (0506) – Estágio III 26/05/2021 1 INTRODUÇÃO O presente trabalho tem como objetivo apresentar as etapas de estágio curricular obrigatório, realizadas pela acadêmica de Serviço Social, sendo o Estágio I realizado no CREAS II – Centro de Referência Especializado de Assistência Social. O Estágio II foi no Plano de Extensão por se tratar de um momento urgente em decorrência do COVID 19. O Estágio III foi realizado no NSJ – Núcleo Socioterapêutico Joinville. Essa metodologia faz parte da formação do Curso de Bacharelado em Serviço Social, no qual concede o aprendizado em relação à teoria e prática e será relatada a vivência da acadêmica em seu campo de estágio, neste relatório. Este documento tem como finalidade expor o trabalho desenvolvido pela Assistente Social no Estágio III no NSJ, assim como, o Projeto de Intervenção, frente às demandas observadas. O campo de estágio promoveu aprendizado para formação acadêmica da estagiária proporcionando uma experiência acadêmica profissional, por meio de vivências e práticas da Assistente Social em sua área de atuação. Este é um momento de grande importância, pois a prática do estágio trouxe um desenvolvimento em melhoria nas atividades exigidas na vida profissional, logo, proporcionou oportunidades de correlação do conhecimento com a prática, facilitando o processo de atualização dos conteúdos disciplinares. 2 IDENTIFICAÇÃO DO CAMPO DE ESTÁGIO Nome da Instituição: NSJ – Núcleo Socioterapeutico Joinville O endereço da respectiva instituição: Waldemiro José Borges, 2055, Itinga Supervisor de Campo: Maria Rosângela Anacleto Estagiário: Marli Raimondi Lorrenzzetti Período de Estágio: 26/08/2021 à 19/04/2021 Carga horária realizada: 450 h 3 APRESENTAÇÃO DO CAMPO DE ESTÁGIO O Estágio Supervisionado I em Serviço Social foi realizado no Centro de Referência Especializado de Assistência Social – CREAS II – PAEFI, localizado na Avenida Coronel Procópio Gomes, 830, Joinville, supervisionado e orientado pela Assistente Social Kamila Branco Carlos, no período no qual foi cumprido o total de 150 horas. Nesse período, a acadêmica estudou e observou a realidade da instituição, identificando as demandas dos usuários e as possibilidades de intervenção profissional. O Estágio II, foi realizado de forma virtual, com a execução de atividades emergenciais devido a Pandemia do COVID 19. Foram muitas leituras e pesquisas, principalmente sobre a demanda que chamava mais a atenção no estágio I, sobre a violência doméstica e o uso de substância psicoativas. O Estágio III, foi no NSJ – Núcleo Socioterapeutico Joinville, localizado na rua Waldemiro José Borges, 2055 – Itinga, Joinville, supervisionado e orientado pela Assistente Social Maria Rosangela Anacleto. O NSJ tem seu espaço físico caracterizado como uma residência, sua criação objetiva dispor de um ambiente socioeducacional que permita, ao adolescente, desenvolver novos princípios de convivência, e que também lhe tragam conforto e comodidade, garantindo segurança pessoal, com limites que lhes conferem proteção. É um serviço de atenção psicossocial em regime residencial transitório, exclusivo para tratamento de adolescentes com transtornos por uso de substâncias psicoativas, em situação de vulnerabilidade social. Nesse último estágio, a acadêmica pode participar ativamente de todas intervenções que foram realizadas pela supervisora, também onde ficou mais evidente o tema escolhido para o projeto de intervenção. Foi possível perceber a relação da violência doméstica e o uso de substâncias psicoativas pelos adolescentes internados no NSJ. 4 ATIVIDADES DE ESTÁGIO REALIZADAS NO PERÍODO DE 26/08/2019 A 19/04/2021 DE 2021 Será apresentado um resumo de todas as etapas do estágio supervisionado: ATIVIDADE OBJETIVOS QUANTIDADE Reunião Mediada Momento oportuno para que se trabalhe a família/responsáveis, instituição constituinte da tríade do tratamento, a saber (família/responsáveis, adolescente e equipe/técnica/teoria). Mediamos as relações, a dinâmica familiar, extraímos conteúdos, capacitamos no concernente ao TUS, sinalizamos acerca da evolução e elucidamos questionamentos e procedimentos/protocolos relacionados ao processo terapêutico. E, por conseguinte planejamos em conjunto prospecção de plano terapêutico. Sempre que necessário Atendimento Individual Escuta qualificada, observação, identificar demanda em determinada situação no âmbito individual ou coletivo. Diariamente Grupos Terapêutico Por meio de atividades e dinâmicas construtivas na modalidade de atendimento com intervenções individuais e em grupo. Semanalmente Ligação Semanal Instrumental avaliativo, que visa fortalecer, restabelecer e/ou manter os vínculos familiares e afetivos. Desenvolver e estimular a dialética entre as partes responsáveis. Normalmente, a ligação é realizada às terças-feiras no período vespertino. Semanalmente Relatório É o documento produzido pelo profissional do Serviço Social, no qual constarão todos os aspectos relevantes das etapas de tratamento dos adolescentes. Sempre que necessário Projeto Terapêutico Singular Instrumental utilizado para destrinchar o processo terapêutico de modo que o adolescente possa de maneira autônomo desenhar suas metas e objetivos dentro do tratamento, visualizando-as de modo concreto e didático, podendo designar aliados ao percurso, bem como estipulando prazo para o desenrolo. Semanalmente 5 RELATO E ANÁLISE DA PRÁTICA Através do estágio realizado no Núcleo Socioterapêutico Joinville – NSJ, a acadêmica vivenciou o trabalho da Assistente Social comprometida com a práxis profissional. Pode acompanhar a supervisora nas intervenções diárias com os adolescentes. Com os adolescentes, eram executados projetos, dinâmicas, atendimentos individualizados, reuniões mediadas com a presença do genitor (a) ou responsável legal. Semanalmente realizava-se o contato telefônico com as famílias para que se trabalhasse o fortalecimento de vínculos, visto que, muitos estão com o vínculo familiar fragilizado em decorrência ao uso de substância psicoativas e envolvimento com o tráfico. Percebeu-se que um dos fatores de comprometimento com o tratamento do (a) adolescente se deve a vulnerabilidade social, sendo um trabalho que abrange toda uma estrutura, exigindo que se englobe uma dinâmica que alcance toda família. Nesse caso, foi preciso atender não só o (a) adolescente que está internado para o tratamento, mas sim, uma demanda maior. É um trabalho em equipe, que requer o olhar de cada profissional, dessa forma, buscar um diagnóstico que almeje o paciente. 5.1 ASPECTOS RELEVANTES QUE NÃO ESTAVAM PREVISTAS NO PROJETO DE INTERVENÇÃO Durante o estágio foi possível identificar que o aspecto mais relevante é a situação pandêmica do coronavírus. Muitas atividades precisaram ser postergadas, visitas canceladas, mudando significamente a vida de todos. Essa etapa tornou-se bastante difícil, criando ansiedade e desânimo por parte de alguns adolescentes que precisaram interromper as saídas que estavam previstas no desenrolar do tratamento. Da mesma forma foi com a assistente social, pois é através do encontro com o exterior que se faz uma avaliação de como o (a) adolescente consegue reagir quando está lá fora e fazer intervenção com os mesmos. 5.2 AVALIAÇÃO DOS RESULTADOS DO PROJETO DE INTERVENÇÃO De forma geral o Projeto de Intervenção teve resultado positivo, pois verificou-se importante as pesquisas realizadas sobre a história da violência doméstica e as abordagens exercidas com os adolescentessobre autonomia e autoestima deles. Com o histórico que perpassa no processo evolutivo das famílias, fez-se importante levar a buscarem essa autonomia. Como forma disso, em conjunto com outro estagiário o projeto destacou a importância de realizar cadastro dos adolescentes no Renapsi (Rede Nacional de Aprendizagem, Promoção Social e Integração), que oferece cursos e oportunidade do primeiro emprego, alavancando que busquem escolarização e um campo de trabalho, dessa forma fazer com que ao terem desligamento da instituição ocupem o seu tempo e sejam afastados do tráfico. 6 ANÁLISE DO PROCESSO DE SUPERVISÃO O estágio supervisionado proporcionou colocar em prática os conhecimentos teóricos da sala de aula. A supervisora de campo compartilhou as vivências profissionais, orientou e tirou dúvidas em relação ao trabalho e aos instrumentos utilizados. Dessa forma no período do estágio realizado na instituição, baseou-se na observação, na intervenção, na elaboração e aplicação do projeto de intervenção, já que são etapas importantes do estágio. Assim pode-se entender como o profissional atende as questões sociais e demandas do cotidiano da profissão repassando a estagiária seus conhecimentos com responsabilidade e conhecimentos, a fim de agregar suas experiências adquiridas no processo de sua construção profissional. Ensinar não é apenas transmitir conhecimento, mas sim partilhar conhecimento, ter consciência do inacabamento dos seres humanos e do processo de aprendizagem. Estar aberto para o diálogo e para o respeito às diferenças e a autonomia dos educandos. Segundo Buriolla (1996): Como educador, o supervisor partilha com o supervisionado a responsabilidade pelo processo de ensino- aprendizagem. Desta forma, o desempenho do papel de educador faz com que o supervisor oriente e acompanhe todo o processo educativo junto com o estagiário desde o seu início. (BURIOLLA, 1996, p. 166). A supervisora mostrou-se sempre muito coerente, agindo sempre de forma ética, objetiva, orientando sobre os instrumentos técnicos da profissão, sendo essencial para o desenvolvimento acadêmico da estagiária. 6.1. AUTOAVALIAÇÃO Como acadêmica foi possível ter uma percepção maior da profissão na prática frente a área de atuação do profissional de Serviço Social. Houve uma participação expressiva em todos os momentos, uma experiência que permitiu entender o cotidiano do trabalho do assistente social, observando que o profissional trabalha com várias expressões da questão social. Percebi-me preparada emocionalmente, visto que a instituição é de alta vulnerabilidade, onde os agravantes se mostram no cotidiano, me senti segura no que estava fazendo, sem que a situação me abalasse. Contribui da melhor forma, buscando sempre participar de tudo, me inteirando de todo processo evolutivo do paciente, desde o encaminhamento ao NSJ e durante sua permanência na clínica. 6.2 AVALIAÇÃO DAS CONDIÇÕES INSTITUCIONAIS O NSJ conta com uma excelente estrutura e boas condições de alojamento e de trabalho. O local conta com muros altos e cercas de proteção, no entanto com características de residência. Dispõe de ambiente socioeducacional onde os adolescentes desenvolvem suas atividades e novos princípios de convivência e que também lhe ofereça garantias quanto a segurança pessoal, com limites espaciais definidos que lhe assegurem proteção. A residência possui no andar superior vinte (20) leitos masculinos, dividido em três (03) dormitórios, todos com banheiros, uma (01) sala de convivência - TV. No piso inferior são dois (02) quartos femininos que contém sete (07) leitos e banheiro feminino. Possui área de reabilitação: 01 enfermaria; 01 sala de apoio; 01 sala de aula; 01 sala de convivência / TV. Área de lazer e alimentação: 01 quadra poliesportiva; 01 área de churrasqueira; 01 refeitório multiuso com capacidade para 30 pessoas; 01 cozinha; 01 pátio interno e 01 externo, além de uma bela horta. A instituição conta com equipe multidisciplinar de profissionais, como: Coordenação, Assistente Social, Psicóloga, Terapeuta Ocupacional, Enfermeira, Técnica de Enfermagem, Educadores, Pedagogos, Cozinheira e Serviços Gerais. 7 CONCLUSÃO As etapas do estágio foram relevantes para a formação, proporcionou a acadêmica aprendizado e desenvolvimento para o futuro profissional, contribuindo para o entendimento da profissão de Serviço Social pela complexidade de lidar com diversas demandas e especificidades no campo de atuação. Foi por meio do estágio que se obteve a relação teoria e prática na busca que exercita a práxis profissional de forma competente e de qualidade. Nesse período foi possível vivenciar os procedimentos técnico-operativos e a ação profissional da Assistente Social atuando de acordo com o Código de Ética, onde permeia o profissionalismo. Portanto, o estágio possibilitou adquirir conhecimentos fundamentais para a formação profissional, ensejando a acadêmica tornar-se uma profissional comprometida e sempre em busca de novos conhecimentos e aprendizado, a fim trabalhar na atuação das demandas decorrentes de várias expressões da questão social. 7.1 PRINCIPAIS DESAFIOS a) Acadêmica: No início foi um desafio a enfrentar, principalmente por se tratar de um lugar com muitos adolescentes e cada qual com demandas urgentes. Mas ao decorrer do estágio e com apropriação das leituras sobre o NSJ, conhecendo um pouco sobre o trabalho realizado na instituição e com os ensinamentos da supervisora, ficou mais fácil compreender e sanar todas as dúvidas. b) Instituição campo de estágio: Compreendo que a segurança requer maior atenção e estratégias, na perspectiva de garantir proteção aos profissionais e aos adolescentes consequentemente. c) Serviço Social: O profissional de Serviço Social no NSJ, é de extrema valia, demanda amor e comprometimento pela profissão. Porém a carga horária é pouca diante de tantas demandas, sendo um número expressivo de adolescentes para fazer atendimento, realizar contato telefônico de todos, fazer reuniões mediadas com as famílias ou responsáveis, evoluir prontuários, fazer relatórios, articular com os pais e outros serviços de atendimento, como: Abrigo, CAPS, CREAS, Conselho Tutelar, entre outros. Porém, o assistente social é o viabilizador na garantia de direitos e imprescindível sua atuação. Em parceria com toda equipe técnica, busca meios de inserir os adolescentes na sociedade de forma segura e acompanhadas pelos serviços do governo, em prol de quando houver o desligamento da instituição, os adolescentes continuem em tratamento. 7.2 PROPOSTAS DE CONTINUIDADE DO ESTÁGIO Mesmo findando o estágio, a acadêmica se pôs à disposição e atua como voluntária na instituição por 10 horas semanais. Em concordância com a supervisora e coordenação, a estagiária continua no NSJ, oferecendo sua ajuda e acompanhando a assistente social, auxiliando onde requer ajuda. Existe também o projeto de intervenção, que em parceria com o outro estagiário, dá-se continuidade ao projeto realizando atendimento aos adolescentes toda segunda-feira, instigando que ao sair dali, consigam encaminhamento para o campo de trabalho e principalmente, o retorno a escola. 8 PARECER DA SUPERVISORA A estagiária demonstrou no decorrer do estágio, disposição e interesse em apreender e colaborar. Dentro do proposto contemplou de maneira satisfatória todas perspectivas para esta avaliação e oportunidade não apenas de apreender, mas de maneira muito valiosa de contribuir com seu conhecimento e conduta ética. 8.1. AVALIAÇÃO DESCRITIVA DA PRÁTICA DE ESTÁGIO 8.1.1 Capacidade de o acadêmico relacionar teoria/prática no cotidiano interventivo do estágio. A relação teoria/prática é construída a medida que o ambiente seja propicio e baseado na bagagem de conhecimento adquirida ao longodo processo acadêmico, porém relacionar essas duas vertentes simultaneamente exige técnica. Desse modo observo que a estagiária desenvolveu esta habilidade de forma muito coerente. 8.1.2 Habilidade do acadêmico em aplicar instrumentos e técnicas do Serviço Social. Os instrumentais foram utilizados de forma adequada, com habilidades técnicas para melhor utilização de cada instrumental. 8.1.3 Atitude profissional do acadêmico: Relação com o supervisor, usuário e equipe, iniciativa, responsabilidade, interesse, compromisso, postura ética, contribuição e criticidade. A estagiária se comportou de maneira pró ativa, colaborativa, demonstrou interesse não apenas em participar das atividades pré-elaboradas, mas também em oferecer ideias e novas propostas. Apresentou boa vinculação com a equipe técnica e operacional, estabeleceu vínculo com os usuários do serviço, sempre com postura ética, comprometida e responsável. 8.1.4 Compromisso do acadêmico com a supervisão (pontualidade, assiduidade, interesse etc.). Apresentou, pontualidade, assiduidade e interesse. 8.1.5 Documentação (Relatórios, diário de campo etc.): Entrega nos prazos estabelecidos, qualidade do conteúdo, clareza na redação, atendimento às exigências estabelecidas. Boa escrita, conteúdo fundamentado, construção dentro da metodologia estabelecida. Rigorosa com prazos e qualidade. Assinatura do (a) supervisor (a): ______________________________________________ Maria Rosangela Anacleto Assinatura da Supervisionada: ______________________________________________ Marli Raimondi Lorrenzzetti Joinville, 28 de maio de 2021. REFERÊNCIAS BURIOLLA, Marta Alice Feiten. Supervisão em Serviço Social: o supervisor, sua relação e seus papéis. São Paulo: Cortez, 1996.
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