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Direito Penal Especial I - Aula 06 - Crimes Contra Liberdade Sexual _ Parte I - 2017072110175555

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Direito Penal | Material de Apoio 
Prof. Priscila Silveira 
 
DA FALSIDADE DE TÍTULOS E OUTROS PAPÉIS PÚBLICOS 
Art. 293 – Falsificação de papéis públicos 
-Objeto material: papéis públicos indicados nos incisos do art. 293. 
-Elemento subjetivo: dolo. Não admite modalidade culposa. 
A falsificação grosseira exclui o delito. 
-Tentativa: admite (crime plurissubsistente). 
-Ação penal: pública incondicionada. 
-Competência: Justiça Estadual (se a emissão do papel incumbir à União – Justiça Federal). 
-Norma penal explicativa: art. 293, § 5.º, do CP. 
-Lei penal em branco homogênea (legislação tributária). 
-Objetividade jurídica: O bem jurídico penalmente tutelado é a fé pública, no tocante à confiabilidade e legitimidade 
dos papéis públicos. 
-Objeto material: São os papéis públicos indicados nos incisos do art. 293, caput, do Código Penal, quais sejam: 
Inciso I – selo destinado a controle tributário, papel selado ou qualquer papel de emissão legal 
destinado à arrecadação de tributo 
Esse inciso diz respeito aos documentos destinados à arrecadação de tributos, salvo os especificados no inciso V, a 
exemplo do antigo selo pedágio, o qual era colado no para-brisa do 
veículo para comprovar o extinto tributo. 
Inciso II – papel de crédito público que não seja moeda de curso legal São os denominados títulos da dívida pública, 
federais, estaduais ou municipais. Embora possam servir como meios de pagamento, não se confundem com a 
moeda de curso legal no País. 
Inciso III – vale postal. Esse inciso foi revogado pelo art. 36 da Lei 6.538/1976 
Inciso IV – cautela de penhor, caderneta de depósito de caixa econômica ou de outro estabelecimento mantido por 
entidade de direito público 
Cautela de penhor é o título de crédito representativo do direito real de garantia registrado no 
Cartório de Títulos e Documentos, a teor do art. 1.432 do Código Civil. Com seu pagamento a coisa empenhada pode 
ser retirada. 
A caderneta de depósito de caixa econômica ou de outro estabelecimento mantido por entidade de direito público 
designa o documento em que está consignada a movimentação da 
conta corrente no estabelecimento bancário. Por sua vez, a falsificação de cadernetas de estabelecimentos privados 
configura o crime de falsificação de documento particular (CP, art. 298), e não o delito em análise. 
Inciso V – talão, recibo, guia, alvará ou qualquer outro documento relativo a arrecadação de rendas públicas ou a 
depósito ou caução por que o poder público seja responsável. 
Talão é a parte destacável de livro ou caderno, no qual permanece um canhoto com idênticos 
dizeres. Recibo é a declaração de quitação ou recebimento de coisas ou valores. Guia é o documento emitido por 
repartição arrecadadora, ou adquirido em estabelecimentos privados, 
com a finalidade de recolhimento de valores, impostos, taxas, contribuições de melhoria etc. Alvará, no sentido do 
texto, é qualquer documento destinado a autorizar o recolhimento de rendas públicas ou depósito ou caução por 
que o Poder Público seja responsável. 
Exemplo clássico de conduta passível de subsunção no art. 293, inc. V, do Código Penal consiste na falsificação de 
guias de arrecadação da Receita Federal (DARFs), mediante inserção de autenticação bancária, como forma de 
comprovação do recolhimento dos tributos devidos. 
Inciso VI – bilhete, passe ou conhecimento de empresa de transporte administrada pela União, por Estado ou por 
Município. 
Bilhete é o papel impresso que confere ao seu portador o direito de usufruir de meio de transporte coletivo por 
determinado percurso. Passe é o bilhete de trânsito, oneroso ou gratuito, concedido por empresa de transporte 
coletivo. Conhecimento, finalmente, é o documento comprobatório de mercadoria depositada ou entregue para 
transporte. 
O bilhete, o passe e o conhecimento devem emanar de empresa de transporte administrada pela União, por Estado 
ou por Município. Destarte, não se perfaz este delito quando qualquer dos objetos materiais provém de empresa 
privada, sem prejuízo do reconhecimento do crime de falsificação de documento particular, delineado no art. 298 do 
Código Penal. 
 
 
 
Direito Penal | Material de Apoio 
Prof. Priscila Silveira 
 
-Núcleo do tipo: é “falsificar”, isto é, imitar, reproduzir ou modificar os papéis públicos indicados nos diversos incisos 
do art. 293, caput, do Código Penal. A falsificação pode ocorrer mediante fabricação ou alteração. 
Na fabricação, também denominada de contrafação, o agente procede à criação do papel público, o qual surge 
revestido pela falsidade. Por seu turno, na alteração opera-se a modificação de papel inicialmente verdadeiro, com a 
finalidade de ostentar valor superior ao 
real. Convém destacar que a falsificação somente resultará no reconhecimento do crime em apreço quando incidir 
nos papéis públicos taxativamente mencionados pelo art. 293 do Código Penal. 
De fato, a falsificação de moeda importa no crime de moeda falsa (CP, art. 289), enquanto a falsificação de papel 
público diverso caracteriza o delito de falsificação de documento público (CP, art. 296). 
-Sujeito ativo: O crime é comum ou geral, podendo ser praticado por qualquer pessoa. Contudo, se o sujeito ativo for 
funcionário público,26 e cometer o crime prevalecendo-se do cargo, aumentar-se-á a pena de sexta parte, com 
fulcro no art. 295 do Código Penal. Para a incidência da causa de aumento da pena, não basta a condição funcional: é 
necessário seja o delito perpetrado em razão das facilidades proporcionadas pela posição de funcionário público. 
-Sujeito passivo: É o Estado e, mediatamente, a pessoa física ou jurídica prejudicada pela conduta criminosa. 
-Elemento subjetivo: É o dolo, independentemente de qualquer finalidade. É o dolo, independentemente de 
qualquer finalidade específica. Não se admite a modalidade culposa. 
-Consumação: Trata-se de crime formal, de consumação antecipada ou de resultado cortado: consuma-se com a 
realização de qualquer das condutas legalmente descritas, prescindindo-se da efetiva circulação do papel público 
falsificado ou da causação de prejuízo a alguém. 
Tratando-se de crime contra a fé pública, é fundamental que a atuação do agente empreste ao 
papel idoneidade suficiente para enganar as pessoas em geral, pois a falsificação grosseira exclui o delito, ensejando 
o reconhecimento do crime impossível (CP, art. 17). 
-Tentativa: É possível, em face do caráter plurissubsistente do delito, permitindo o fracionamento do iter criminis. 
-Ação penal: A ação penal é pública incondicionada, em todas as modalidades do delito. 
-Classificação doutrinária: A falsificação de papéis públicos é crime simples (ofende um único bem jurídico); comum 
(pode ser praticado por qualquer pessoa); formal, de consumação antecipada ou de resultado cortado (consuma-se 
com a prática da conduta legalmente descrita, independentemente da superveniência do resultado naturalístico); de 
forma livre (admite qualquer meio de execução); em regra comissivo; instantâneo (consuma-se em um momento 
determinado, sem continuidade no tempo); unissubjetivo, unilateral ou de concurso eventual (pode ser cometido 
por uma única pessoa, mas admite o concurso); e normalmente plurissubsistente (a conduta pode ser fracionada em 
diversos atos). 
-Competência: A falsificação de papéis públicos, em regra, é crime de competência da Justiça Estadual. Se, 
entretanto, a emissão do papel incumbir à União, suas empresas públicas ou autarquias, e a falsificação acarretar 
prejuízo a tais entes, o delito será de competência da Justiça Federal, nos moldes do art. 109, inc. IV, da Constituição 
Federal. 
 
Figura equiparada: art. 293, § 1.º 
Incorre na mesma pena prevista no caput – reclusão, de dois a oito anos, e multa – quem: 
Inciso I – usa, guarda, possui ou detém qualquer dos papéis falsificados a que se refere este 
Artigo. Trata-se de conduta posterior à falsificação dos papéis públicos, realizada por pessoa diversa do falsário. De 
fato, se o autor da falsificação praticar qualquer dos comportamentosaqui descritos, será responsabilizado 
unicamente pela ação inicial, constituindo as ações subsequentes meros fatos impuníveis (princípio da consunção). 
Inciso II – importa, exporta, adquire, vende, troca, cede, empresta, guarda, fornece ou restitui 
à circulação selo falsificado destinado a controle tributário. O raio de incidência deste inciso é inferior ao do inciso 
anterior, pois se limita ao selo falsificado destinado a controle tributário. 
Inciso III – importa, exporta, adquire, vende, expõe à venda, mantém em depósito, guarda, troca, cede, empresta, 
fornece, porta ou, de qualquer forma, utiliza em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou 
industrial, produto ou mercadoria: 
a)em que tenha sido aplicado selo que se destine a controle tributário, falsificado; 
b)sem selo oficial, nos casos em que a legislação tributária determina a obrigatoriedade de sua 
aplicação. O crime é doloso. Contudo, além do dolo, afigura-se indispensável a presença do especial fim de agir 
(elemento subjetivo específo). 
O crime é doloso. Contudo, além do dolo, afigura-se indispensável a presença do especial fim de agir (elemento 
subjetivo específico) representado pela expressão “em proveito próprio ou alheio”. 
 
 
 
Direito Penal | Material de Apoio 
Prof. Priscila Silveira 
 
Trata-se de crime próprio ou especial, pois somente pode ser cometido pela pessoa que se encontre no exercício de 
atividade comercial ou industrial. E, nessa seara, o § 5.º do art. 293 do Código Penal veicula uma norma penal 
explicativa, assim redigida: “Equipara-se a atividade 
comercial, para os fins do inciso III do § 1.º, qualquer forma de comércio irregular ou clandestino, inclusive o 
exercido em vias, praças ou outros logradouros públicos e em residências”. 
A alínea b constitui-se em lei penal em branco homogênea, pois é preciso analisar a legislação 
tributária para identificação das hipóteses de obrigatoriedade do selo oficial. Fica nítida, ademais, a verdadeira 
preocupação do legislador: a fé pública foi colocada em plano secundário para se proteger a ordem tributária, 
mediante o combate à sonegação fiscal. De fato, não há pertinência lógica entre falsificar selo (crime contra a fé 
pública) e vender cigarro sem selo oficial (delito tributário). A consumação desse crime, de cunho formal, prescinde 
da constituição definitiva do crédito tributário. Como já decidido pelo Superior Tribunal de Justiça: É dispensável a 
constituição definitiva do crédito tributário para que esteja consumado o crime previsto no art. 293, § 1.º, III, “b”, do 
CP. Isso porque o referido delito possui natureza formal, de modo que já estará consumado quando o agente 
importar, exportar, adquirir, vender, expuser à venda, mantiver em depósito, guardar, trocar, ceder, emprestar, 
fornecer, portar ou, de qualquer forma, utilizar em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial 
ou industrial, produto ou mercadoria sem selo oficial. Não incide na hipótese, portanto, a Súmula Vinculante 24 do 
STF, segundo a qual “Não se tipifica crime material contra a ordem tributária, previsto no art. 1.º, incisos I a IV, da Lei 
n.º 8.137/90, antes do lançamento definitivo do tributo”. 
Com efeito, conforme já pacificado pela jurisprudência do STJ, nos crimes tributários de natureza formal é 
desnecessário que o crédito tributário tenha sido definitivamente constituído para a instauração da persecução 
penal. Essa providência é imprescindível apenas para os crimes materiais contra a ordem tributária, pois, nestes, a 
supressão ou redução do tributo é elementar do tipo penal. 
Supressão de carimbo ou sinal de inutilização de papéis públicos: art. 293, § 2.º 
A pena é de reclusão, de um a quatro anos, e multa, para quem “suprimir, em qualquer desses 
papéis, quando legítimos, com o fim de torná-los novamente utilizáveis, carimbo ou sinal indicativo de sua 
inutilização”. Trata-se de crime de médio potencial ofensivo, compatível com a suspensão condicional do processo, 
se presentes os demais requisitos exigidos pelo art. 89 da Lei9.099/1995. 
Nessa hipótese, os papéis públicos são legítimos, ou seja, não foram falsificados mediante contrafação ou alteração, 
mas já foram inutilizados. A conduta criminosa consiste em suprimir (eliminar ou retirar) o carimbo ou sinal 
indicativo da inutilização. Não basta o dolo. Exige-se um 
especial fim de agir (elemento subjetivo específico), contido na expressão “com o fim de torná- 
los novamente utilizáveis”. 
 
Uso de papéis públicos com carimbo ou sinal de inutilização suprimidos: art. 293, § 3.º 
Incorre na mesma pena cominada ao art. 293, § 2.º, do Código Penal aquele que usa, depois de 
alterado, qualquer dos papéis nele indicados. Se a lei comina igual pena, cuida-se novamente 
de crime de médio potencial ofensivo. 
Os §§ 2.º e 3.º do art. 293 do Código Penal não são cumuláveis, ou seja, se o sujeito suprimir o 
carimbo ou sinal indicativo da inutilização do papel público, e depois utilizá-lo, responderá somente pela supressão, 
figurando o uso mero post factum impunível (princípio da consunção). 
 
Figura privilegiada: art. 293, § 4.º 
A pena é de detenção, de seis meses a dois anos, para quem usa ou restitui à circulação, embora recebido de boa-fé, 
qualquer dos papéis falsificados ou alterados, a que se refere este artigo e o seu § 2.º, depois de conhecer a 
falsidade ou alteração. Trata-se de infração penal de menor potencial ofensivo, de competência do Juizado Especial 
Criminal, admitindo a transação penal e o rito sumaríssimo, em sintonia com as disposições da Lei 9.099/1995. 
O tratamento penal mais suave se deve ao móvel do agente, que não se dirige à lesão da fé pública, e sim em 
repassar a terceiro seu prejuízo patrimonial. Com efeito, se o sujeito receber o papel de má-fé, ou seja, com 
conhecimento da falsidade, e ainda assim usá-lo ou restituí-lo à 
circulação, terá contra si imputado o crime definido no art. 293, § 1.º, do Código Penal. 
 
Art. 294 – Petrechos de falsificação 
-Classificação: Crime simples, Crime comum, Crime formal, de consumação antecipada ou de resultado cortado, 
Crime de forma livre, Crime comissivo (regra),Crime não transeunte, Crime instantâneo (“fabricar”, “adquirir” e 
 
 
 
Direito Penal | Material de Apoio 
Prof. Priscila Silveira 
 
“fornecer”) ou permanente (“possuir” e “guardar”),Crime unissubjetivo, unilateral ou de concurso eventual, Crime 
plurissubsistente (regra). 
-Objeto material: objeto especialmente destinado à falsificação dos papéis públicos especificados art. 293 do CP. 
-Elemento subjetivo: dolo. Não admite modalidade culposa. 
-Crime não transeunte (deixam vestígios de ordem material). 
-Tentativa: não admite (crime obstáculo). 
-Ação penal: pública incondicionada. 
-Objetividade jurídica: O bem jurídico penalmente protegido é fé pública, no que diz respeito à confiabilidade e 
legitimidade dos papéis públicos. O legislador, preocupado com a falsificação de papéis públicos, não aguardou sua 
concretização para autorizar o Estado a exercer seu poder punitivo. Ele antecipou a tutela penal, incriminando 
condutas representativas de atos preparatórios do crime tipificado no art. 293 do Código Penal. Destarte, o art. 294 
do Código Penal, com a rubrica “petrechos de falsificação”, veicula um autêntico crime obstáculo. 
-Objeto material: É o objeto especialmente destinado à falsificação dos papéis públicos especificados art. 293 do 
Código Penal. 
A elementar “especialmente” relaciona-se à finalidade precípua do objeto destinado à falsificação de papéis 
públicos. Em síntese, nada impede seja o bem utilizado também para outros fins, embora seja prioritariamente 
empregado na contrafação de papéis públicos. 
Ademais, não é preciso sirva o petrecho unicamente à contrafação ou alteração, mesmo porque será difícil, quiçá 
impossível, identificar algum objeto que não tenha nenhuma outra serventia que não a falsificação de papéis 
públicos. 
-Núcleos do tipo: O tipo penal possui cinco núcleos: “fabricar” (criar,montar, construir ou produzir), “adquirir” 
(comprar ou obter), “fornecer” (proporcionar, dar, vender ou entregar), “possuir” (ter a posse) e “guardar” (manter, 
conservar ou proteger). Todos os verbos se ligam ao objeto especialmente destinado à falsificação de papéis 
públicos. 
Trata-se de tipo misto alternativo, crime de ação múltipla ou de conteúdo variado. A lei apresenta diversos núcleos, 
e a realização de mais de um deles, no tocante ao mesmo objeto 
material, caracteriza um único delito. 
-Sujeito ativo: O crime é comum ou geral, p ou geral, podendo ser praticado por qualquer pessoa. Entretanto, se o 
sujeito ativo for funcionário público,29 e cometer o crime prevalecendo-se do cargo, aumentar-se-á a pena da sexta 
parte, com fulcro no art. 295 do Código Penal. Para a incidência da causa de aumento da pena não basta a condição 
funcional: é imprescindível seja o delito executado em razão das facilidades proporcionadas pela posição de 
funcionário público. 
-Sujeito passivo: É o Estado, interessado na preservação da fé pública no que diz respeito ao sistema de emissão de 
papéis públicos. 
- Elemento subjetivo: É o dolo, independentemente de qualquer finalidade específica. Não se admite a modalidade 
culposa. 
-Consumação: Cuida-se de crime formal, de consumação antecipada ou de resultado cortado: consuma-se com a 
fabricação, aquisição, fornecimento, posse ou guarda dos objetos destinados à falsificação, independentemente da 
sua efetiva utilização pelo agente ou por qualquer outra pessoa. Nos núcleos “guardar” e “possuir” o crime é 
permanente, comportando a prisão em flagrante enquanto perdurar a situação de contrariedade ao Direito; nas 
demais variantes, o crime é instantâneo. 
-Tentativa: Não é cabível, pois o legislador incriminou de forma autônoma atos representativos da preparação do 
delito tipificado no art. 293 do Código Penal (falsificação de papéis públicos). Em outras palavras, o delito de 
petrechos de falsificação é classificado como crime obstáculo, 
logicamente incompatível com o conatus. 
-Ação penal: A ação penal é pública incondicionada. 
-Lei 9.099/1995: Em razão da pena mínima cominada (um ano), o art. 294 do Código Penal contempla crime de 
médio potencial ofensivo, compatível com a suspensão condicional do processo, se presentes os demais requisitos 
exigidos pelo art. 89 da Lei 9.099/1995. 
-Classificação doutrinária: O crime de petrechos de falsificação é simples (ofende um único bem jurídico); comum 
(pode ser praticado por qualquer pessoa); formal, de consumação antecipada ou de resultado cortado (consuma-se 
com a prática da conduta legalmente descrita, independentemente da superveniência do resultado naturalístico); de 
forma livre (admite qualquer meio de execução); em regra comissivo; não transeunte (deixa vestígios materiais); 
instantâneo (nos núcleos “fabricar”, “adquirir” e “fornecer”) ou permanente (nas modalidades “possuir” e 
 
 
 
Direito Penal | Material de Apoio 
Prof. Priscila Silveira 
 
“guardar”); unissubjetivo, unilateral ou de concurso eventual (pode ser cometido por uma única pessoa, mas admite 
o concurso); e normalmente plurissubsistente (a conduta pode ser fracionada em diversos atos). 
-Aumento de pena: Art. 295 - Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do cargo, 
aumenta-se a pena de sexta parte. 
 
DA FALSIDADE DOCUMENTAL 
Falsificação do selo ou sinal público- art. 296 CP 
- Introdução: O crime de falsificação do selo ou sinal público esta tipificado no art. 296 do Código Penal pátrio, 
elencado no rol dos crimes documentais, muito embora não seja, o selo ou sinal público um documento, mas sim, 
“objetos que, se utilizados, garantem a autenticidade de um documento”. Vale destacar as palavras do ilustre 
mestre Fragoso: “os selos e sinais públicos a que a lei penal aqui se refere, não constituem documento. São, porém, 
comumente empregados como elementos de certificação ou autenticação documento, o que justifica a classificação. 
Uma vez apostos ao documento, tais selos passam a fazer parte integrante dele”. 
-Elementos que configuram o crime: 
a) falsificar selo ou sinal público, fabricando-os ou alterando-os; 
b) que o selo seja destinado autenticar atos oficiais da união, de Estado ou de Municípios, e por analogia do Distrito 
Federal; 
c) que este selo ou sinal seja atribuído por lei a entidade de direito público, ou autoridade, ou sinal público de 
tabelião; 
d) a conduta de usar selo ou sinal falsificado; 
e) utilização indevida de selo ou sinal verdadeiro em prejuízo de outrem ou em proveito próprio ou alheio; 
f) alteração, falsificação, ou uso indevido de marcas, logotipos, siglas ou quaisquer outros símbolos utilizados ou 
identificadores de órgãos da administração pública; 
A falsificação poderá ser cometida de duas maneiras: no ato de fabricação ou ainda na alteração de selo ou sinal 
público. Não pode deixar de ser mencionado que a simples utilização do brasão, símbolos da União, Estados, 
Municípios em documentos e objetos de sociedade civis, por si só, não caracteriza nenhuma das hipóteses do artigo 
em estudo. 
-Classificação doutrinária: Crime comum; material; doloso; não transeunte; de forma livre; instantâneo; comissivo; 
unissubjetivo; plurissubsistente ou unissubsistente (depende do caso concreto). 
-Sujeitos do crime: Sujeito ativo: qualquer pessoa, sendo que, caso o agente seja funcionário público, e comete o 
crime prevalecendo-se do cargo, incidirá uma pena mais severa para este (§2º do art. 296 do CP). Sujeito passivo: o 
Estado, a coletividade e a pessoa prejudicada pelo uso indevido do selo ou sinal público falsificados. 
-Bem juridicamente tutelado: Busca-se proteger com a tipificação deste delito de falsificação de selo ou sinal 
público, a fé pública. 
-Objetividade jurídica do delito de falsificação de documento público é a fé pública, ou seja, a credibilidade que 
todos depositam nos documentos 
-Consumação e Tentativa: Consuma-se o crime quando nele se reúnem todos os elementos previstos na sua 
definição legal. Daí, de acordo com o caput do artigo em apreço, a consumação se dá na falsificação (fabricação ou 
alteração) de selos ou sinais públicos. 
Art. 296, §1º do CPB, consuma-se o crime quem usa selo ou sinal falsificado; quem utiliza indevidamente o selo ou 
sinal verdadeiro em prejuízo de outrem ou em prejuízo próprio; ou ainda, quem altera, falsifica ou faz uso indevido 
de marcas, logotipos, siglas ou quaisquer outros símbolos utilizados ou identificadores de órgãos ou entidades da 
Administração Pública. 
Por se tratar de um crime em regra plurissubsistente, admiti-se a forma tentada. 
-Elemento Subjetivo: é o dolo. Vale ressaltar que não há previsão para a modalidade culposa. 
- Modalidades comissiva e omissiva: Todos os verbos constantes do caput, bem como do §1º do art. 296 do CP, 
pressupõe um comportamento comissivo por parte do agente. 
-Forma Majorada: No caso previsto no §2º do art. 296 do Código Penal, onde traz que se o agente for funcionário 
público, e comete o crime prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena de sexta parte. Neste caso, não é o simples 
fato de o agente ser funcionário público que terá sua pena aumentada. A pena só será aumentada caso o funcionário 
público cometa o crime prevalecendo-se do cargo que ocupa. 
- Pena e ação penal: A pena cominada ao crime de falsificação do selo ou sinal público é de reclusão, de 2 (dois) a 6 
(seis) anos, e multa. 
 
 
 
Direito Penal | Material de Apoio 
Prof. Priscila Silveira 
 
Aumento de pena: se o agente for funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a 
pena de sexta parte. 
-Ação penal: Pública Incondicionada. 
 
Falsificação de documento público- Art. 297 
-Introdução: o crime de falsificação de documento público, esta tipificado no artigo 297 do Código Penal Brasileiro, e 
elencado no rol dos crimes contra a fé pública, exatamente no rol da falsidade documental. 
O tipo penal de falsificação de documento público, não exige, para a sua consumação,a efetiva produção de dano, 
logo, a simples ação do núcleo do tipo já caracteriza o crime. 
Como exemplo, verificamos o crime de falsificação no caso de uma adulteração de documento público verdadeiro, 
quando uma pessoa inserir sua foto em documento de identidade de terceiro. Já no caso de falsificação de 
documento público, podemos vislumbrar quando uma pessoa comparece ao Instituto de Identificação portando uma 
certidão de nascimento em nome de terceiro e preencher a ficha de identificação civil como se fosse ele, objetivado 
obter carteira de identidade falsa. 
-Classificação doutrinária:Crime comum; formal; doloso; não transeunte; de forma livre; de forma vinculada (§§ 3º e 
4º do art. 297); instantâneo; comissivo; unissubjetivo; plurissubsistente. 
- Sujeitos do crime: Sujeito ativo: qualquer pessoa, sendo que, caso o agente seja funcionário público, e comete o 
crime prevalecendo-se do cargo, incidirá uma pena mais severa para este (§1º do art. 297 do CP). Sujeito passivo: o 
Estado, bem como a pessoa prejudicada pelo ilícito penal. 
- Bem juridicamente tutelado:Busca-se proteger com a tipificação deste delito de falsificação de documento público, 
a fé pública. 
-Objetividade jurídica: é a fé pública, ou seja, a credibilidade que todos depositam nos documentos. 
-Consumação e tentativa: Consuma-se o crime quando nele se reúnem todos os elementos previstos na sua 
definição legal. Daí, de acordo com o caput do artigo em apreço, a consumação se dá na falsificação ou alteração de 
documentos públicos verdadeiros. Por se tratar de um crime em regra plurissubsistente, admiti-se a forma tentada. 
- Elemento subjetivo: O elemento subjetivo no crime por hora em estudo é o dolo. Vale ressaltar que não há 
previsão para a modalidade culposa. 
- Modalidades comissiva e omissiva: Todos os verbos constantes do caput, bem como do §3º do art. 297 do CP, 
pressupõe um comportamento comissivo por parte do agente. 
-Pena: reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa. 
-Aumento de pena: se o agente for funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a 
pena de sexta parte. 
-Ação penal: Pública Incondicionada. 
 
Falsificação de documento particular – rt. 298 CPP 
-Classificação Doutrinaria: Crime comum; formal; doloso; não transeunte; de forma livre; instantâneo; comissivo; 
unissubjetivo; plurissubsistente. 
-Sujeitos do Crime. Sujeito ativo: qualquer pessoa. Vale lembrar que o art. 298 do Código Penal não exige nenhuma 
qualidade ou condição especial do agente. Sujeito passivo: o Estado, bem como a pessoa prejudicada pelo ilícito 
penal. 
-Bem Juridicamente Tutelado: Busca-se proteger com a tipificação deste delito de falsificação de documento 
particular, a fé pública. 
-Objeto material: é o documento particular falsificado, no todo ou em parte, ou o documento particular verdadeiro 
que foi alterado pelo agente. 
- Consumação e tentativa: Consuma-se o crime quando nele se reúnem todos os elementos previstos na sua 
definição legal. Daí, de acordo com o caput do artigo em apreço, a consumação se dá na falsificação (fabricação ou 
alteração), no todo ou em parte, de do documento particular. Por se tratar de um crime em regra plurissubsistente, 
admiti-se a forma tentada. 
-Elemento subjetivo: é o dolo. Vale ressaltar que não há previsão para a modalidade culposa. 
-Modalidades comissiva e omissiva: Todos os verbos constantes do caput do artigo art. 298 do CP, pressupõe um 
comportamento comissivo por parte do agente. 
-Pena: A pena cominada ao crime de falsificação de documento particular é de reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e 
multa. 
-Ação penal: Pública Incondicionada. 
 
 
 
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Falsidade ideológica- Art. 299 CP 
- Classificação doutrinária: Crime comum; formal; doloso; não transeunte; de forma livre; instantâneo de efeitos 
permanentes; comissivo e omissivo próprio; unissubjetivo; plurissubsistente. 
- Sujeitos do Crime: Sujeito ativo: qualquer pessoa. Vale lembrar que o art. 299 do Código Penal não exige nenhuma 
qualidade ou condição especial do agente.Sujeito passivo: o Estado, bem como a pessoa prejudicada pelo ilícito 
penal. 
- Bem juridicamente tutelado: Busca-se proteger com a tipificação deste delito de falsificação de selo ou sinal 
público, a fé pública. 
- Consumação e tentativa: Consuma-se o crime quando nele se reúnem todos os elementos previstos na sua 
definição legal. Daí, de acordo com o caput do artigo em apreço, a consumação se dá na omissão de declaração em 
documento público ou particular, que devia constar, ou nele inserir ou fazer inserir, com o intuito de prejudicar 
direito, bem como criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante. Por se tratar de um crime 
em regra plurissubsistente, admiti-se a forma tentada. 
- Elemento subjetivo: é o dolo. Vale ressaltar que não há previsão para a modalidade culposa. 
-Modalidades comissiva e omissiva: Os verbos inserir e fazer inserir, constantes do caput do artigo art. 299 do CP, 
pressupõe um comportamento comissivo por parte do agente. Já o núcleo do tipo omitir, “induz a uma conduta 
negativa por parte do agente, retratando neste caso, um crime omissivo próprio”. 
- Forma Majorada: No caso previsto no parágrafo único do art. 299 do Código Penal, traz que se o agente for 
funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do cargo, ou se a falsificação ou a alteração e de 
assentamento de registro civil, aumenta-se a pena de sexta parte. Neste caso, não é o simples fato de o agente ser 
funcionário público que terá sua pena aumentada. A pena só será aumentada caso o funcionário público cometa o 
crime prevalecendo-se do cargo que ocupa. 
-Pena: A pena cominada ao crime de falsidade ideológica é de reclusão, de 1(um) a 5 (cinco) anos, e multa, se o 
documento é público e de reclusão de 1(um) a 3(três) anos, e multa se o documento é particular. 
Aumento de pena: Vale lembrar que se o agente for funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do 
cargo, ou se a falsificação ou alteração é de assentamento de registro civil, aumenta-se a pena de sexta parte. 
-Ação penal: Pública Incondicionada 
 
Falso reconhecimento de firma ou letra- art. 300 CP 
-O objeto jurídico é fé pública. 
-A ação nuclear descrita no tipo consubstancia-se em “reconhecer”, como verdadeira, firma (assinatura ou 
abreviação) ou letra (sinal representativo) de alguém, quando não o seja. 
-O sujeito ativo pode ser apenas o funcionário que possui, legalmente, a atribuição para reconhecer firma ou letra, 
portanto trata-se de crime próprio. O sujeito passivo é o Estado. 
-O elemento subjetivo é o dolo. 
-O momento de consumação se dá com o reconhecimento, independente da entrega do documento a quem dele 
possa fazer mau uso. 
-Trata-se de crime formal. Não admite tentativa, isso porque o agente reconhece letra ou firma em um único ato, 
logo é crime unissubsistente. 
 
Certidão ou atestado ideologicamente falso-Art. 301 CP 
-O objeto jurídico é fé pública. 
-A ação nuclear descrita no tipo consubstancia-se em “falsificar” ou “certificar” falsamente fato ou circunstância que 
habilite alguém a obter cargo público, isenção de ônus ou serviço de caráter público ou qualquer outra vantagem, 
que não seja patrimonial. Caso a vantagem obtida seja patrimonial o crime passa a ser estelionato. 
-O sujeito ativo pode ser apenas o aquele que “em razão da função pública” tenha atribuição para expedir atestado 
ou certidão, portanto trata-se de crime próprio. O sujeito passivo é o Estado. 
-O elemento subjetivo é o dolo. Entretanto, se aplica multa caso o agente tenha fim de lucro. 
 
Art. 301, § 2º – Se o crime é praticado com o fim de lucro, aplica-se, além da pena privativa de liberdade, a de 
multa.” 
-O momento de consumação se dá com a realização das ações típicas, independente do resultado naturalístico. 
-Trata-se de crime formal. Admite tentativa. 
 
 
 
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Falsidadematerial de atestado ou certidão-Art. 301, § 1º CP. 
Há autores que entendem que esse parágrafo trata de forma qualificada do anterior, como Nucci. 
-O objeto jurídico é fé pública. 
-A ação nuclear descrita no tipo consubstancia-se em “falsificar” ou “alterar”, atestado ou certidão para que habilite 
alguém a obter cargo público, isenção de ônus ou serviço de caráter público ou qualquer outra vantagem, que não 
seja patrimonial 
- O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa, uma vez que trata-se de crime comum. O sujeito passivo é o Estado. 
-O elemento subjetivo é o dolo. Entretanto, se aplica multa caso o agente tenha fim de lucro. 
 
Art. 301, § 2º – Se o crime é praticado com o fim de lucro, aplica-se, além da pena privativa de liberdade, a de 
multa.” 
-O momento de consumação se dá com a realização das ações típicas, independente do resultado naturalístico. 
-Trata-se de crime formal. Admite tentativa. 
 
Falsidade de atestado médico- Art. 302 CP. 
-O objeto jurídico é fé pública. 
-A ação nuclear descrita no tipo consubstancia-se em “dar” atestado falso. Este atestado deve versar, segundo a 
doutrina majoritária, sobre fato relevante, e não sobre opinião ou prognóstico do profissional. 
-O sujeito ativo pode ser apenas o médico, portanto trata-se de crime próprio. O sujeito passivo é o Estado. 
-O elemento subjetivo é o dolo. Entretanto, se aplica multa caso o agente tenha fim de lucro. 
 
Art. 302, Parágrafo único – Se o crime é cometido com o fim de lucro, aplica-se também multa. 
- O momento de consumação se dá com a efetiva entrega do atestado falso a alguém, independente do resultado 
naturalístico. 
-Trata-se de crime formal. Admite tentativa. 
 
Reprodução ou adulteração de selo ou peça filatélica-Art. 303 CP. 
-O objeto jurídico é fé pública. 
-A ação nuclear descrita no tipo consubstancia-se em “reproduzir” ou “alterar” selo ou peça filatélica (destinada a 
colecionadores) que tenha valor para coleção (devido ao aumento do valor do selo ou da peça com o passar do 
tempo), salvo quando a reprodução ou alteração está visivelmente anotada na face ou verso do selo ou peça. 
-Nas mesmas penas incorre quem, faz uso destas para fins de comércio. 
-O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa, uma vez que trata-se de crime comum. O sujeito passivo é o Estado. 
-O elemento subjetivo é o dolo. 
-O momento de consumação se dá com a realização das ações típicas, independente do resultado naturalístico. 
-Trata-se de crime formal. Admite tentativa. 
 
Uso de documento falso-Art. 304 CP. 
- 
- TIPO OBJETIVO: o Verbo núcleo: Fazer Uso – o agente deve utilizar o documento falso em sua específica destinação 
probatória como se fosse verdadeiro. A mera exibição do documento, entre amigos, não configura o crime. A 
simples alusão ao documento falso ou a exibição para vangloriar-se não configura o uso. A apresentação de 
fotocópia não autenticada do documento falso é fato atípico, pois esta foge ao conceito de documento. 
-Espontaneidade da exibição: prevalece que a apresentação não precisa ser espontânea, basta que seja voluntária 
(por todos, Nucci). Assim, quando o agente fornece o documento falso a policial que o requisita, consuma-se o 
crime. Por outro lado, Delmanto, citando Nelson Hungria, sustenta que o documento deve sair da esfera de 
disponibilidade do agente por sua própria iniciativa. Revista Pessoal: se o documento falso é encontrado com o 
agente durante revista pessoal, não houve apresentação espontânea nem voluntária, o que afasta a ocorrência do 
injusto. 
-Meio Executório: forma livre. 
- Elementares: documento falso, apresentação voluntária e apresentação dentro da destinação específica do 
documento. 
 
 
 
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- 
dúvida sobre a falsidade não afasta o crime, uma vez que o delito admite dolo eventual. Em sentido contrário: 
Damásio, que exige o dolo direto. 
- SUJEITOS: 
a. Ativo – qualquer pessoa, menos a que falsificou o documento. O uso do documento falsificado pelo falsário 
configura mero exaurimento do delito de falsificação e será por ele absorvido. Se o falso se exaure no crime de 
estelionato, por ele será absorvido. 
-Súmula 17, STJ: Quando o falso se exaure no estelionato, sem mais potencialidade lesiva, é por este absorvido. 
-Haverá punição pelo uso, ainda que a pessoa que falsificou o documento seja absolvida ou desconhecida. 
b. Passivo – Estado e, secundariamente, a pessoa lesada. 
- -se no momento em que o agente 
faz uso do documento. Dispensa a ocorrência do dano, sendo suficiente que o documento falso tenha potencialidade 
lesiva. 
- TENTATIVA: Em regra, inadmissível. Teoricamente, se o documento é enviado pelo correio, seria admissível a 
tentativa. 
 
Art. 305 – Destruir, suprimir ou ocultar, em benefício próprio ou de outrem, ou em prejuízo alheio, documento 
público ou particular verdadeiro, de que não podia dispor: 
Pena – reclusão, de dois a seis anos, e multa, se o documento é público, e reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o 
documento é particular. 
-O objeto jurídico é fé pública. 
-A ação nuclear descrita no tipo consubstancia-se em “fazer uso” de qualquer dos papéis falsificado do art. 296 a 
302. São eles: o Documento público ou particular; (falsidade material – art. 297 e 298 / falsidade ideológica – art. 
299); o Papel onde consta firma ou letra falsamente reconhecida; (art. 300), o Atestado ou certidão pública; e (art. 
301), o Atestado médico. (art. 302). 
-O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa, uma vez que trata-se de crime comum. O sujeito passivo é o Estado. 
-O elemento subjetivo é o dolo. 
-O momento de consumação se dá quando for feito o uso do documento, independente do resultado naturalístico. 
-Trata-se de crime formal. Admite tentativa. 
-Apresentação espontânea do documento: Segundo a posição jurisprudencial majoritária, defendida também por 
Nucci, é irrelevante se o agente utiliza o documento falso em ato unilateral ou se faz porque qualquer autoridade 
assim exige. Utiliza-se muito o exemplo da carteira de habilitação falsa, em que a exigência é feita por policial 
rodoviário por estar em sua função fiscalizadora. Em sentido contrário, sustentando que o documento deve sair da 
esfera do agente por iniciativa dele mesmo, encontramos Delmanto. 
-Passaporte falso – competência: “STJ, Súmula 200, O Juízo Federal competente para processar e julgar acusado de 
crime de uso de passaporte falso é o do lugar onde o delito se consumou.” 
 
Falsa identidade-Art. 307 CP 
Identidade é termo mais abrangente que apenas nome e qualidade, para Nucci é o conjunto de características 
peculiares de uma pessoa determinada, que permite reconhece-la e individualiza-la. 
-O objeto jurídico é fé pública. 
-A ação nuclear descrita no tipo consubstancia-se em “atribuir” a si ou a outrem falsa identidade para obter 
vantagem ou causar dano. 
-O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa, uma vez que trata-se de crime comum. O sujeito passivo é o Estado. 
-O elemento subjetivo é o dolo. 
-O momento de consumação se dá com a simples atribuição, independente do gozo de vantagem ou do efetivo 
prejuízo. 
-Trata-se de crime formal. Admite tentativa. 
 
Falsa identidade- Art. 308 CP 
-O objeto jurídico é fé pública. 
-A ação nuclear descrita no tipo consubstancia-se em “usar”, como próprio, passaporte, título de eleitor, caderneta 
de reservista (documento que comprova a regularidade diante do serviço militar obrigatório) ou qualquer 
documento de identidade alheia; ou “ceder”, a outrem esses documentos, seja próprio ou alheio. 
 
 
 
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-A alteração de fotografia do documento pode constituir o crime do art. 297 (falsificação de documento público), 
caso o intuito seja diverso da falsa identidade. 
-O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa, uma vez que trata-se de crime comum. O sujeito passivo é o Estado. 
-O elemento subjetivo é o dolo. 
-O momento de consumação se dá com o uso ou com a cessão do documento, independentedo resultado 
naturalístico. 
-Trata-se de crime formal. Admite tentativa. 
Fraudes em certames de interesse público- art. 311-A do CP. 
-Comete o crime em estudo o agente ativo que utiliza ou divulga, indevidamente, com o fim de beneficiar a si ou a 
outrem, ou de comprometer a credibilidade do certame, conteúdo sigiloso de: I - concurso público; II - avaliação ou 
exame públicos; III - processo seletivo para ingresso no ensino superior; ou IV - exame ou processo seletivo previstos 
em lei: 
-Forma equiparada: Comete o mesmo crime quem permite ou facilita, por qualquer meio, o acesso de pessoas não 
autorizadas às informações mencionadas no caput do artigo 311-A. 
-Forma Qualificada: O delito será qualificado se da ação ou omissão resulta dano à Administração Pública: 
-Forma Majorada: Haverá majoração da pena se o fato é cometido por funcionário público. 
- Objeto Jurídico: proteger a fé pública. 
- Sujeito Ativo: Qualquer pessoa. Sujeito Passivo: O Estado, bem como as instituições e pessoas prejudicadas. 
-Ação Penal: pública incondicionada. De forma excepcional, é possível ser interposta a ação privada subsidiária da 
pública na hipótese prevista no artigo 5º, inciso LIX, da Constituição Federal. 
-Da Pena: 1a) Na forma simples (caput) e na forma equiparada (§ 1o) a pena é reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, 
e multa; 2a) Na forma qualificada (§ 2o ) a pena é de reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa; 3a) Na forma 
majorada (§ 3o ) a pena será aumentada de 1/3 (um terço). 
- Elemento Subjetivo: é o dolo, que consiste na vontade livre e consciente de utilizar ou divulgar, indevidamente, 
com o fim de beneficiar a si ou a outrem, ou de comprometer a credibilidade, conteúdo sigiloso de certames de 
interesse público especificados nos incisos I, II, III e IV. 
- Consumação: No tipo fundamental (caput), a consumação ocorre com efetiva utilização ou divulgação do conteúdo 
sigiloso. Não se exige que o beneficiário tenha tido proveito (formal); Na forma equiparada (§ 1o), a consumação 
ocorre com a permissão ou facilitação, por qualquer meio, ao acesso às informações sigilosas. Não se exige que o 
beneficiário tenha tido proveito (formal); O dano à Administração Pública é mero exaurimento da conduta, punível 
na forma qualificada (§ 2º). 
- Tentativa: É possível em todas as modalidades. 
- Classificação Doutrinária: comum; formal; livre; 
 
 
 Vedada a distribuição, cessão, utilização sem prévia e expressa autorização da autora, tendo em vista a não 
cessão de direitos autorais à marca Focus. 
 
 
Direito de uso concedido única e exclusivamente ao Focus Concursos Públicos como complemento de estudo para 
o curso da Polícia Civil de São Paulo 
 
 
 
 
 
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1-Gustavo, depois de ingressar na posse de uma carteira de habilitação pertencente a outrem, aproveitando-se de 
sua semelhança fisionômica para com o titular do documento, adultera o nome ali constante, substituindo-o pelo 
seu. Considerando que a adulteração não era perceptível visivelmente e que o autor pretendia utilizar o documento 
para conduzir irregularmente veículo automotor, é correto afirmar que Gustavo cometeu crime de: 
a) falsificação de documento publico. 
b) uso de documento de identidade alheia. 
c) falsa identidade. 
d) uso de documento falso, na forma tentada. 
e) falsidade ideológica documento publico. 
 
2- A conduta de “falsificar cartão de crédito ou débito” 
a) é considerada falsidade de documento particular. 
b) é considerada falsidade de documento público. 
c) é considerada falsidade ideológica. 
d) é crime assimilado ao estelionato. 
e) não é prevista no CP. 
 
3- O agente que atribuir-se ou atribuir a terceiro falsa identidade para obter vantagem, em proveito próprio ou 
alheio, ou para causar dano a outrem, comete o crime de: 
a) Falsa identidade. 
b) Supressão de documento. 
c) Falsidade ideológica. 
d) Uso de documento falso. 
e) Falsificação de documento particular. 
 
4- Apagar mecanicamente o nome que consta em uma carteira de identidade verdadeira e substituí-lo por nome 
falso, caso a falsificação não seja grosseira, caracteriza crime de: 
a) falsidade ideológica sobre documento particular (art. 299 do CP). 
b) falsificação de documento particular (art. 298 do CP). 
c) falsificação de documento público (art. 297 do CP). 
 d) falsidade ideológica sobre documento público (art. 299 do CP). 
e) falsa identidade (art. 307 do CP). 
 
5- De acordo com o expressamente disposto no Código Penal, a conduta de omitir, em documento público ou 
particular, declaração que dele devia constar, ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia 
ser escrita, com o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante 
configura crime de: 
a) falsificação de documento público 
b) uso de documento falso 
c) falsidade ideológica 
d) falsidade de documento particular 
e) falsa identidade 
 
6- Dentista, não exercente de função pública, que, no regular exercício da profissão, dá inverídico atestado escrito a 
paciente amigo, recomendando seu afastamento das atividades laborativas, a fim de que o amigo possa “emendar" 
um feriado 
a)pratica crime de falsidade ideológica (CP, art. 299). 
b)pratica crime de falsidade de atestado médico (CP, art. 302). 
c)pratica crime de falsidade de documento particular (CP, art. 298). 
d)pratica crime de certidão ou atestado ideologicamente falso (CP, art. 301, caput). 
e)não pratica crime algum.

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