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Resumo Direito Penal VI Provas OFICIAL (2)

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DIREITO PENA VI 
Aula 1 – 03/02/2020 
 
DIREITO PENA VI 
Aula 2 – 03/02/2020 
 
TÍTULO IX 
Dos Crimes Contra a PAZ PÚBLICA 
 Paz Pública: sentimento de paz, tranquilidade na sociedade – 
assegurados pela ordem pública. 
 
 INCITAÇÃO ao Crime 
 
Art. 286 – INCITAR, PUBLICAMENTE, a prática DE CRIME 
 
Pena: Detenção, de 3 a 6 Meses, OU Multa. 
 
 O Legislador quis punir Previamente Condutas que podem dar origem a crimes, 
Posteriormente. 
 
 Crime VAGO – tem por sujeito Passivo a Coletividade (ente 
despersonalizado). 
 
 Pela pena, Admite-se JECRIM – 9.099/95, (pena máxima abstrata tem que ser 
menor ou igual a 2 anos) – crime de Menor potencial ofensivo. 
 
 O tipo penal não reclama a prática de crime. BASTA o INCITAMENTO (induzir, 
instigar, estimular), PUBLICAMENTE. 
 
 Se incita a prática de contravenção penal, não caracteriza o crime do 
art. 286, visto que a expressão no “a prática DE CRIME”, exclui as 
contravenções do tipo. 
 
 Crime Comum: pode ser praticado por qualquer pessoa. O sujeito ativo do art. 
286 terá PARTICIPAÇÃO no crime EVENTUALMENTE PRATICADO por 
terceiros, refere-se quando após a incitação alguém em função desta, pratica o 
crime incitado. 
 
 Instigar, estimular a prática de um crime – que VAI OCORRER, agora ou no 
futuro. Crime que AINDA NÃO OCORREU. É DIFERENTE de Apologia, que se 
refere a crime já praticado ou de agente que já praticou crime (crime já ocorreu). 
Apologia é elogiar. 
 
 A Incitação tem que ser de CRIME DETERMINADO, por exemplo: “pessoal, 
pessoal, vamos cometer crime hoje” NÃO é Incitação ao crime, pois não 
determinou qual crime. Agora! “vamos cometer um ROUBO” aí SIM é Incitação 
ao Crime. 
 
 Atinge um número INDETERMINADO de PESSOAS. 
 
 Tem quer ser PUBLICAMENTE, senão não configura o crime. 
 
 Consumação: (crime FORMAL) – consuma-se com prática da conduta 
(instigar) não exige a produção de resultado naturalístico. 
 
 E se for incitação de Leis Especiais? (princípio da Especialidade – ou seja, 
vai responder pelo tipo penal da Lei Especial) – exemplo lei 7.716/89 – art. 20 / 
Lei 7.170/83 art. 23 / Lei 2.889/56 art. 3 
 
 
Relembrando! 
 Contravenção penal: pena de prisão simples cumulada ou não com multa. 
 Concurso Formal IMPRÓPRIO: se uma ação dois crimes, queria os dois 
resultados – desígnios (vontades) diferentes. 
 
 APOLOGIA de Crime ou Criminoso 
 
Art. 287 – FAZER, PUBLICAMENTE, apologia de FATO CRIMINOSO OU 
de AUTOR de CRIME. 
 
Pena: Detenção, de 3 a 6 Meses, OU Multa. 
 
 Fazer Apologia: é o mesmo que exaltar, elogiar, enaltecer. 
 
 O Legislador quis punir Previamente Condutas que podem dar origem a crimes, 
Posteriormente. 
 
 Crime VAGO – tem por sujeito Passivo a Coletividade (ente despersonalizado). 
 
 Crime que JÁ OCORREU. 
 
 
 Pena mínima de 3 meses (menor que 1 ano) admite suspensão processual e 
pena máxima 6 meses (menor ou igual a 2 anos) admite JECRIM. 
 
 Só vale pra crime que já ocorreu, diferente do art. 286 (incitação ao crime), aqui 
é crime que ainda não ocorreu. 
 
 Autor do crime: apologia de criminoso INDEPENDENTE de ter sido este 
condenado ou não. 
 
 Prática: “FAZER” PUBLICAMENTE apologia .... ou seja a APOLOGIA tem que 
SER PÚBLICA. 
 
 Crime FORMAL, se consuma com a prática da apologia – não exige resultado 
naturalístico 
 
 Tentativa só na forma escrita (tipo faz uns panfletos e antes de distribuir a 
polícia interrompe) – verbal não cabe tentativa. 
 
Adendo! 
 E as marchas sobre legalização da maconha por exemplo? 
 Entende que (ADPF 187 – Arguição de Descumprimento de Preceito 
Fundamental), exclui a incidência do art. 287 (apologia a crime ou 
criminoso) nas manifestações denominadas Marcha da Maconha (não 
configura crime – LIBERDADE DE EXPRESSÃO – CF/88 – desde que art. 
5º, IX. 
 
 ASSOCIAÇÃO Criminosa 
 
Art. 288 – ASSOCIAREM-SE, 3 (três) OU mais pessoas, para o FIM 
ESPECÍFICO de COMETER CRIMES. 
 
Pena: Reclusão, de 1 a 3 anos. 
 
Parágrafo Único: a pena Aumenta-se Até METADE se a associação é 
Armada OU se houver a participação de Criança ou Adolescente. 
 
 Número mínimo de pessoas: 3 OU MAIS pessoas. 
Com a lei 12.850 – a lei ficou mais Grave – não retroage. 
 
 Não Exige a prática do crime, portanto é possível que haja Associação 
Criminosa que nunca cometeu crime algum. 
 
 É crime de Perigo ABSTRATO e Autônomo, logo se praticar um crime gera um 
Concurso MATERIAL – responde pelos dois crimes, por Associação Criminosa 
e pelo crime cometido- SOMA das penas. 
 
 Sujeito PASSIVO: é um crime Comum, ou seja, MAS de CONCURSO 
NECESSÁRIO – ou seja EXIGE um número Mínimo de pessoas, no caso 3 
pessoas. 
 
 É preciso identificar Todos os membros da Associação Criminosa para poder 
punir? NÃO. Basta comprovar o número mínimo. 
 
O Sujeito PASSIVO é a COLETIVIDADE – e esta é um ente Despersonalizado 
– daí Crime VAGO. 
 
 Elemento OBJETIVO: ASSOCIAREM-SE 
Vínculo associativo que pressupõe: ESTABILIDADE E PERMANÊNCIA: 
ASSOCIAÇÃO Estável e Permanente = características. 
TEM que comprovar ser a associação ESTÁVEL E PERMANENTE, 
senão descaracteriza o artigo 288. 
 
 Intenção de permanência, estabilidade, organização, finalidade de 
COMETER CRIMES. 
 
DIFERENTE do CONCURSO de PESSOAS Art. 29, CP – que é uma 
FORMA de PRATICAR CRIME. 
 
ASSOCIAÇÃO Criminosa CONCURSO de Pessoas 
 Vínculo ASSOCIATIVO  Vínculo OCASIONAL 
 União ESTÁVEL E PERMANENTE de 
3 ou MAIS PESSOAS 
 União MOMENTÂNEA de pessoas 
 Intenção de Cometer crimes 
INDETERMINADOS 
 É necessário ao menos a tentativa 
do crime pretendido 
 Pouco importa a prática dos crimes  APÓS a PRÁTICA o vínculo 
DESAPARECE 
 
 Questão: Existe associação criminosa na LCP (Lei de Contravenções 
Penais – Lei 3.688/41)? NÃO. O tipo exclui essa possibilidade quando da 
expressão “cometer CRIMES”. 
 
 Questão: Existe associação criminosa de crimes culposos? NÃO. A 
expressa no tipo “para fins específicos de cometer crime” = DOLO. 
 
 Artigo 288 E Crimes majorados/qualificados pelo CONCURSO de 
PESSOAS. 
 
 Exemplo: art. 155, §4º, I e IV e art. 288, na forma do art. 69, todos do 
CP. 
Ou seja, temos aqui um concurso de pessoas §4º, IV¸ E Associação 
criminosa. E o princípio do NO BIS IN IDEM? O Entendimento é de que 
NÃO CONFIGURA no bis in idem, visto que são diferentes: o Momento 
do Crime e os Bens Jurídicos protegidos. 
No inciso IV do §4º do art. 155 (Furto qualificado) protege o Patrimônio 
enquanto que no Art. 288, o bem tutelado é a Paz Pública. 
 
 Consumação e Tentativa: NÃO CABE TENTATIVA – ou o sujeito se 
associa ou não. – ou seja é um crime SUBsistente, ocorre em um ÚNICO 
momento, não pode ser fracionada a conduta – se associando...- 
Ao contrário dos crimes PLURIsubsistentes que tem sua conduta fracionada 
e portanto admitem tentativa. 
 
 Causas de Aumento de Pena: do Artigo 288: 
 Parágrafo Único: se a associação é ARMADA ou se houver 
participação de CRIANÇA ou ADOLESCENTE – AUMENTA ATÉ A 
METADE. 
Aqui temos uma novatio legis in MELUS  quando a associação é 
armada. 
E uma novatio legis in PEJUS  quando há criança ou adolescente. 
 
 ASSOCIAÇÃO para o TRÁFICO de DROGAS 
 
Art. 35 da Lei 11.343/06 – Lei de Drogas 
“ASSOCIAREM-SE 2 (duas) ou Mais pessoas para o fim de praticar, 
REITERADAMENTE OU NÃO, qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, do caput 
e §1º, e 34 desta lei. 
 
Pena: Reclusão de 3 a 10 anos, e pagamento de 700 a 1.200 dias-multa. 
 
Parágrafo Único: nas mesmas penas do caput deste artigo incorre quem se associa 
para a prática reiterada do crime definido no art. 36 desta lei. 
 
DFERENÇAS: 
Art. 288 Art. 35 – Lei de Drogas 
 Mínimo de 3 pessoas  Mínimo de 2 pessoas 
 Prática de Crimes em GERAL  Prática de Crimes do art. 33, caput 
e §1º, e art. 34 
 
Temos também, que os CRIMES do art. 33 da Lei de Drogas é EQUIPARADO a 
Crime HEDIONDO, enquanto, que, o art.35 da mesma lei (Associação para o 
Tráfico de drogas, NÃO é equiparado a hediondo). 
 
Observação! 
 Pode existir, Associação para Cometer Crimes Hediondos. Nesse caso, 
de associação para cometer crimes hediondos, a pena do artigo 288, é de 3 a 6 
anos. 
 
 ORGANIZAÇÃO Criminosa – mínimo de 4 pessoas ou mais, estruturada e 
organizada pela divisão de tarefas, mesmo que informalmente, objetivo de 
obter vantagem de qualquer natureza, direta ou indiretamente, mediante 
práticas de infrações penais cujas penas máximas sejam superiores a 4 anos, 
ou que sejam de caráter transnacional. 
Estrutura bem definida, destina a prática de infrações penais dotadas de maior 
gravidade, revela-se como autêntica estrutura ilícita de poder – 
 
 
 Constituição de milícia privada 
Art. 288-A. CONSTITUIR, ORGANIZAR, INTEGRAR, MANTER ou 
CUSTEAR organização paramilitar, milícia particular, grupo ou 
esquadrão com a FINALIDADE DE PRATICAR QUALQUER DOS 
CRIMES previstos neste Código: 
Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos. 
 
Aula 3 – 17/02/2020 
TÍTULO X 
Dos Crimes Contra a FÉ PÚBLICA 
Crimes de FALSO 
 
 Fé Pública: Sentimento de CONFIANÇA que todos nós temos que 
possuir (ter) da Legitimidade da Moeda, da Veracidade dos Títulos e 
dos Documentos e na Credibilidade do seu Valor Probatório. 
 
 A Violação da Fé caracteriza o Crime de FALSO 
 
 DOLO 
 
 Todo Crime de Falso é PUNIDO SÓ por DOLO. Não admite a forma 
culposa. 
 
 IMITAÇÃO da VERDADE 
 
Exemplo: compro uma CNH para IMITAR uma SITUAÇÃO VERDADEIRA – muda, 
cria, uma Situação Falsa para Imitar uma Situação Verdadeira. 
 
 MEIOS: 
 
 CONTRAFAÇÃO: FABRICAÇÃO (fabricar, criar) 
o É o meio de conduta que consiste em CRIAR MATERIALMENTE uma 
Coisa SEMELHANTE à Verdadeira. 
 
 ALTERAÇÃO: TRANSFORMAÇÃO 
o É a TRANSFORMAÇÃO da Coisa Verdadeira, para que PAREÇA 
REAL. – MATERIALMENTE. 
 
Exemplo: Alterar a Data de vencimento da CNH VERDADEIRA, para 
não precisar renovar a CNH. 
 
 SUPRESSÃO: DESTRUIÇÃO OU OCULTAÇÃO 
o É a DESTRUÇÃO ou OCULTAÇÃO de coisa ou objeto para que a 
Verdade NÃO APAREÇA. MATERIALMENTE. 
 
 SIMULAÇÃO: 
o É a Falsidade IDEOLÓGICA, ou seja, é a falsidade do Conteúdo 
do Documento 
o O aspecto, exterior ou formal do Documento PERMANECEM 
VERDADEIRO/AUTÊNTICO. 
 
Exemplo: quem CRIOU o Documento TINHA LEGITIMIDADE 
(autorização) para tal. MAS as INFORMAÇÕES no documento 
SÃO FALSAS. 
 
Exemplo: formulário da Receita Federal, você preenche com dados 
“errados”, tipo, mentindo ou omitindo informações sobre sua renda 
mensal, sobre se possui imóveis ou não, etc. O formulário da Receita 
Federal é Verdadeiro, você tem autorização para preenchê-lo 
(legitimidade), MAS as informações que preencheu são falsas. 
Também preencher curriculum com informações falsas. Falsidade 
IDEOLÓGICA. 
 
 USO: 
o USO de Documento FALSO (refere-se a utilização da coisa 
falsificada) 
 
Exemplo: apresentar atestado médico falso na empresa. 
RESPONDE PELA PENA DO CRIME O QUAL FOI SUBMENTIDO 
O DOCUMENTO USADO – CRIMES DOS ARTS. 297 A ART. 302. 
 
o DANO POTENCIAL 
 O PREJUIZO no Crime de FALSO NÃO precisa SER 
EFETIVO, BASTA a POTENCIALIDADE (Falsificação 
IDÔNEA = apto a enganar) 
 
 
 ESPÉCIES de FALSIFICAÇÃO – Art. 289 a 311 do CP 
 
 MATERIAL: é a que recai sobre a Coisa, o Documento 
 Contrafação, Alteração e Supressão. 
 Não tem artigo, não é crime, é uma espécie. 
 
 IDEOLÓGICA: é aquela em que o Documento é Materialmente 
VERDADEIRO, MAS seu CONTEÚDO é FALSO. 
 O Documento deve ser elaborado por pessoa que tenha Legitimidade 
(autorizada para tal) E competência para Criar o Documento. 
 
Adendo! 
 CNH – eu altero – eu não tenho legitimidade e competência – daí a falsidade 
Material 
 Cheque – encontro um cheque de terceiro em branco na rua – se preencho e 
assino – não tenho legitimidade nem competência – o cheque (o documento) 
é verdade, mas como eu não tenho autorização para preenche-lo e assiná-lo, 
falsidade Material. 
 Documento Elaborado pelo CARTÓRIO: eu passo as informações falsas, MAS 
o DOCUMENTO é FEITO por quem TEM LEGITIMIDADE e COMPETÊNCIA – 
documento verdadeiro – mas o conteúdo é falso – Falsidade IDEOLÓGICA. 
Observação: se TEM AUTORIZAÇÃO – exemplo de cheques deixados pelo diretor 
da empresa para serem preenchidos pelo contas a pagar – se preencher com valores 
falsos – Falsidade Ideológica – pois tinha legitimidade e competência para tal. 
 
CAPÍTULO I 
 
DA MOEDA FALSA 
 MOEDA Falsa 
 
Art. 289 – FALSIFICAR, fabricando-a ou alterando-a, moeda metálica ou 
papel-moeda de curso legal no país ou no estrangeiro; 
 
Pena: Reclusão, de 3 a 12 anos e Multa. 
 
 §1º nas MESMAS penas incorre quem, por conta própria OU alheia, 
importa ou exporta, adquire, vende, troca, cede, empresta, 
guarda ou introduz na circulação MOEDA FALSA. 
 
§2º Quem, tendo recebido de boa-fé, como verdadeira, moeda falsa ou 
alterada, a restitui à circulação, DEPOIS de conhecer a 
falsidade, é punido com detenção, de SEIS meses a DOIS anos, e multa. 
 
§3º É punido com reclusão, de TRÊS a QUINZE anos, e multa, o 
FUNCIONÁRIO PÚBLICO ou DIRETOR, GERENTE, ou FISCAL DE 
BANCO de emissão que fabrica, emite ou autoriza a Fabricação 
ou Emissão: 
I – de moeda com Título ou Peso Inferior ao determinado em lei; 
II – de papel-moeda em Quantidade Superior à autorizada, 
 
§4º Nas MESMAS penas incorre quem DESVIA E FAZ CIRCULAR 
moeda, cuja circulação NÃO estava ainda AUTORIZADA, 
 
 
 Visão Geral e Objetividade Jurídica 
 
 O §2º é uma figura privilegiada, com pena menor – refere-se a quem 
que de boa-fé, recebe a moeda MAS mesmo após saber ser esta não 
verdadeira, ainda assim a restitui à circulação – penar Menor do que a 
pena do cuput, 
 
 Os §§ 3º e 4º são qualificadoras, ou seja, são formas do crime COM 
PENAS DIFERENTES DA DO CAPUT. / – crime PRÓPRIO – §3º 
praticado por F.P., Diretor ou Gerente, ou fiscal .. de Banco que 
FABRICA, EMITE OU AUTORIZA a Fabricação OU Emissão de MOEDA, 
e o §4º conduta de utilizando Moeda que AINDA NÃO ESTAVA 
AUTORIZADA a circular. 
 
 PROTEGE a FÉ PÚBLICA – no que diz respeito à CONFIANÇA do 
SISTEMA DE CONFECÇÃO E CIRCULAÇÃO DE MOEDAS no país. 
 
 Cabe à UNIÃO a Fabricação de Moeda – art. 48 e 164 CF/88 (através da 
Casa da Moeda é que a União exerce essa competência) 
 
 Objeto MATERIAL 
 É a moeda Metálica e a Cédula 
 
 Elemento OBJETIVO 
 FALSIFICAR, ou seja, IMITAR a VERDADE. 
 
 Pode se dar: 
o FABRICAÇÃO = Contrafação – Falsidade MATERIAL, pois não tem 
legitimidade e nem competência para fabricar a moeda. 
Cria materialmente a moeda metálica ou cédula. 
 
o ALTERAÇÃO – Falsidade MATERIAL – Modifica a moeda ou cédula 
verdadeira para um valor maior, por exemplo. 
 
 Prova PERICIAL? 
 Se a falsificação for GROSSEIRA NÃO CONFIGURA o art. 289 (Moeda 
Falsa) – Configura art. 171, Estelionato – Súmula 73 STJ. 
 
 Figura Equiparada 
 Caso uma pessoa RECEBA a cédula DE MÁ-FÉ responde por qual 
crime? § 1º, mesma pena do caput – 3 a 12 anos. 
... por conta própria ou alheia, importa ou exporta, adquire, vende, troca... 
 
 Figura de MENOR potencial – Figura PRIVILEGIADA 
 §2º BOA-FÉ, mas quando toma conhecimento da falsidade, restitui a moeda 
na circulação - 
 
 Qualificadora 
 §3º Crime PRÓPRIO, pois EXIGE uma qualidade do agente, nesse caso 
Funcionário PÚBLICO ou DIRETOR, GERENTE OU FISCAL de 
BANCO de emissão que fabrica, emite ou autoriza a fabricação ou 
emissão. 
 
 Modalidade difícil de ocorrer 
 Por conta da existência de um grande sistema de segurança na casa da 
moeda, é uma modalidade de crime difícil de ocorrer. 
 
 Sujeito ATIVO do CAPUT: 
 Crime comum, pode ser praticado por qualquer pessoa. 
 
 Sujeito PASSIVO 
 O Estado e a Pessoa atingida 
 
 Ação Penal e Competência 
 Art. 109 CF/88 – Justiça FEDERAL 
 
 Ministério Público é o PROMOTOR. Ministério Público Federal é o PROCURADOR da 
REPÚBLICA. 
 
 Crimes ASSIMILADOS ao de MOEDA Falsa 
 
Art. 290 – FORMAR cédula, nota ou bilhete representativo de moeda com 
FRAGMENTOS de cédulas, notas ou bilhetes verdadeiros; 
SUPRIMIR, em nota, cédula ou bilhete RECOLHIDOS, para o fim de 
restituí-los à circulação, sinal indicativo de sua inutilização; RESTITUIR à 
circulação cédula, nota ou bilhete em tais condições, ou já recolhidos para o 
fim de inutilização. 
 
Pena: Reclusão, de 2 a 8 anos e Multa. 
 
Parágrafo Único: o MÁXIMO da reclusão é ELEVADO a 12 anos e 
multa, se o crime é cometido por FUNCIONÁRIO PÚBLICO que 
TRABALHA na Repartição Onde o Dinheiro se achava recolhido, ou 
nela tem Fácil Ingresso, em razão do cargo. 
 
 NÃO Confundir a conduta “FORMAR cédula” deste artigo 290, com a 
Contrafação (fabricar criar) do art. 289 (Moeda Falsa). 
 
 Condutas SEPARADAS por “;” são AUTÔNOMAS CUMULATIVAS – se 
pratica MAIS de uma das condutas, serão SOMADAS as PENAS – 
Concurso MATERIAL. 
 
 PETRECHOS para FALSIFICAÇÃO de MOEDA 
 
Art. 291 – FABRICAR, ADQUIRIR, FORNECER, a título oneroso OU 
gratuito, POSSUIR OU GUARDAR MAQUINISMO, APARELHO, 
INSTRUMENTO ou QUALQUER OBJETO especialmente 
Destinado à Falsificação de Moeda. 
 
Pena: Reclusão de 2 a 6 anos, e multa. 
 
 Se durante a BUSCA e apreensão referente ao art. 289 (moeda falsa) for 
encontrado petrechos referente ao art. 291? 
 
1ª Posição – Ministério Público – entende que configura art. 289 em 
concurso com o art. 291. 
 
2ª Posição – Defesa – Concussão – ou seja, a defesa alega que crime MEIO 
de EXECUÇÃO do Crime, só responde pelo art. 289 (Moeda Falsa) 
 
Aula 4 – 03/02/2020 
https://books.google.com.br/books?id=89NiDwAAQBAJ&pg=PT90&lpg=PT90&dq=documental+p%C3%B
Ablico+escrito+a+l%C3%A1pis&source=bl&ots=O2jEOiIibO&sig=ACfU3U0SAv1yqqiTaTXl9Ap2NiPDKWQn
Eg&hl=pt-
BR&sa=X&ved=2ahUKEwii6OKUvYjoAhW0FbkGHam0AnsQ6AEwA3oECAsQAQ#v=onepage&q&f=false 
 
 EMISSÃO de Título ao Portador SEM Permissão Legal 
 
Art. 292 – EMITIR, SEM PERMISSÃO LEGAL, NOTA, BILHETE, 
FICHA, VALE ou TÍTULO que contenha promessa de pagamento 
em dinheiro ao portador ou a que falte indicação do nome da pessoa 
a quem deva ser pago: 
 
Pena: Detenção de 1 a 6 meses, OU multa. 
 
Parágrafo Único: Quem recebe ou utiliza como dinheiro qualquer dos 
documentos referidos neste artigo incorre na pena de Detenção de 15 dias 
a 3 meses, OU Multa. 
 
 Conduta Típica: EMITIR, SEM PERMISSÃO Legal, nota, bilhete, ficha, vale 
ou título, que contenha promessa de pagamento em dinheiro ao portador ou 
a que falte indicação do nome da pessoa a quem deva ser pago. 
 
 Núcleo do tipo: EMIITIR 
 
https://books.google.com.br/books?id=89NiDwAAQBAJ&pg=PT90&lpg=PT90&dq=documental+p%C3%BAblico+escrito+a+l%C3%A1pis&source=bl&ots=O2jEOiIibO&sig=ACfU3U0SAv1yqqiTaTXl9Ap2NiPDKWQnEg&hl=pt-BR&sa=X&ved=2ahUKEwii6OKUvYjoAhW0FbkGHam0AnsQ6AEwA3oECAsQAQ#v=onepage&q&f=false
https://books.google.com.br/books?id=89NiDwAAQBAJ&pg=PT90&lpg=PT90&dq=documental+p%C3%BAblico+escrito+a+l%C3%A1pis&source=bl&ots=O2jEOiIibO&sig=ACfU3U0SAv1yqqiTaTXl9Ap2NiPDKWQnEg&hl=pt-BR&sa=X&ved=2ahUKEwii6OKUvYjoAhW0FbkGHam0AnsQ6AEwA3oECAsQAQ#v=onepage&q&f=false
https://books.google.com.br/books?id=89NiDwAAQBAJ&pg=PT90&lpg=PT90&dq=documental+p%C3%BAblico+escrito+a+l%C3%A1pis&source=bl&ots=O2jEOiIibO&sig=ACfU3U0SAv1yqqiTaTXl9Ap2NiPDKWQnEg&hl=pt-BR&sa=X&ved=2ahUKEwii6OKUvYjoAhW0FbkGHam0AnsQ6AEwA3oECAsQAQ#v=onepage&q&f=false
https://books.google.com.br/books?id=89NiDwAAQBAJ&pg=PT90&lpg=PT90&dq=documental+p%C3%BAblico+escrito+a+l%C3%A1pis&source=bl&ots=O2jEOiIibO&sig=ACfU3U0SAv1yqqiTaTXl9Ap2NiPDKWQnEg&hl=pt-BR&sa=X&ved=2ahUKEwii6OKUvYjoAhW0FbkGHam0AnsQ6AEwA3oECAsQAQ#v=onepage&q&f=false
 Classificação: crime comum, instantâneo 
 
 Bem Protegido: Fé Pública 
 
 Classificação: crime comum, instantâneo, formal, de forma livre, comissivo 
ou comissivo por omissão e não admite tentativa. 
 
 Observação: quem recebe ou utiliza como dinheiro qualquer dos 
documentos referidos INCORRERÁ na pena de detenção, de quinze dias a 
três meses, ou multa. 
 
 
CAPÍTULO II 
DA FALSIDADE DE TÍTULOS E OUTROS PAPÉIS PÚBLICOS 
 
 FALSIFICAÇÃO de PAPÉIS PÚBLICOS 
 
Art. 293 – FALSIFICAR, fabricando-os OU alterando-os: 
 
I - selo destinado a controle tributário, papel selado ou qualquer papel de emissão 
legal destinado à arrecadação de tributo; 
II - papel de crédito público que não seja moeda de curso legal; 
III - vale postal; 
IV - cautela de penhor, caderneta de depósito de caixa econômica ou de outro 
estabelecimento mantido por entidade de direito público; 
V - talão, recibo, guia, alvará ou qualquer outro documento relativo a arrecadação 
de rendas públicas ou a depósito ou caução por que o poder público seja 
responsável; 
VI - bilhete, passe ou conhecimento de empresa de transporte administrada pela 
União, por Estado ou por Município: 
Pena - Reclusão, de 2 a 8 anos, e Multa. 
§1º Incorre na mesma pena quem: 
 
I – usa, guarda, possui ou detém qualquer dos papéis falsificados a que se 
refere este artigo; (Incluído pela Lei nº 11.035, de 2004) 
II – importa, exporta, adquire, vende, troca, cede, empresta, 
guarda, fornece ou restitui à circulação selo falsificado destinado a controle 
tributário; (Incluído pela Lei nº 11.035, de 2004) 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2004/Lei/L11035.htm#art293%C2%A71
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2004/Lei/L11035.htm#art293%C2%A71
III – importa, exporta, adquire, vende, expõe à venda, mantém em depósito, 
guarda, troca, cede, empresta, fornece, porta ou, de qualquer forma, utiliza em 
proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, 
produto ou mercadoria: (Incluído pela Lei nº 11.035, de 2004) 
a) em que tenha sido aplicado selo que se destine a controle tributário, 
falsificado; (Incluído pela Lei nº 11.035, de 2004) 
b) sem selo oficial, nos casos em que a legislação tributária determina a 
obrigatoriedade de sua aplicação. (Incluído pela Lei nº 11.035, de 2004) 
§ 2º - Suprimir, em qualquer desses papéis, quando legítimos, com o fim de torná-
los novamente utilizáveis, carimbo ou sinal indicativo de sua inutilização: 
Pena - Reclusão, de 1 a 4 anos, e Multa. 
§ 3º - Incorre na mesma pena quem usa, depois de alterado, qualquer 
dos papéis a que se refere o parágrafo anterior. 
§ 4º - Quem usa ou restitui à circulação, embora recibo de boa-fé, qualquer dos 
papéis falsificados ou alterados, a que se referem este artigo e o seu § 2º, depois de 
conhecer a falsidade ou alteração, incorre na pena de detenção, de seis meses 
a dois anos, ou multa. 
§ 5o Equipara-se a atividade comercial, para os fins do inciso III do § 1o, qualquer 
forma de comércio irregular ou clandestino, inclusive o exercido em vias, praças ou 
outros logradouros públicos e em residências. (Incluído pela Lei nº 11.035, de 2004) 
 Conduta típica: Falsificar, fabricando-os OU alterando-os, selo destinado a 
controle tributário, papel selado ou qualquer papel de emissão legal 
destinado a arrecadação de tributo; papel de crédito público que NÃO 
SEJA MOEDA de curso legal; vale postal; cautela de penhor; caderneta de 
depósito de caixa econômica ou de outro estabelecimento mantido por 
entidade de direito público; talão, recibo, alvará ou qualquer outro documento 
relativo à arrecadação de rendas públicas ou caução por que o poder público 
seja responsável; ou bilhete, passe ou conhecimento de empresa de 
transporte administrada pela União, por Estado ou Município. 
 
 Núcleo do tipo: FALSIFICAR FABRICANDO ou ALTERANDO. 
 
 Bem Protegido: a Fé Pública. 
 
 Vedações: NÃO cabe os benefícios atinente ao JECRIM. 
 
 Classificação: crime comum, instantâneo, formal, de forma livre, comissivo 
ou comissivo por omissão e ADMITE TENTATIVA. 
 
Observação: 
1. Também responderá pelo crime o AGENTE que USA, POSSUI ou 
DETÉMqualquer dos PAPÉIS Falsificados (retro); importa, exporta, 
adquire, vende, troca, cede, empresta, guarda, fornece ou restitui à 
circulação selo falsificado destinado a controle tributário; importa, 
exporta, adquire, vendem expõe à venda, mantém em depósito, guarda, 
troca, cede, empresta, fornece, porta ou de qualquer forma, utiliza em 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2004/Lei/L11035.htm#art293%C2%A71
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2004/Lei/L11035.htm#art293%C2%A71
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2004/Lei/L11035.htm#art293%C2%A71
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2004/Lei/L11035.htm#art293%C2%A75
proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou 
industrial, PRODUTO ou MERCADORIA em que tenha sido aplicado 
selo que se destine a controle tributário, FALSIFICADO, SEM SELO 
OFICIAL, nos casos em que a legislação determina a obrigatoriedade de 
sua aplicação. 
 
2. Por outro prisma, o agente que SUPRIMIR, em qualquer desses papéis, 
quando legítimos, com o fim de torna-los NOVAMENTE 
UTILIZÁVEIS, carimbo ou sinal indicativo de sua inutilização, receberá 
uma PENA de RECLUSÃO de 1 a 4 ano, E Multa, incorrendo na 
mesma pena quem usa, depois de alterado, qualquer dos papéis 
(retro), 
 
3. Quem usa ou restitui à circulação, embora recibo de boa-fé, qualquer dos 
papéis falsificados ou alterados (reto), depois de conhecer a falsidade ou 
alteração, incorrerá na pena de Detenção de 6 meses a 2 anos ou Multa. 
 
4. Equipara-se à atividade comercial qualquer forma de comércio 
irregular ou clandestino, inclusive o exercício em vias, praças ou outros 
logradouros públicos e em residências 
 
1. Tião falsificou PAPEL SELO destinado à arrecadação de tributo. Pergunta-
se: qual o delito praticado por Tião? 
Tião responderá pelo crime de Falsificação de Papéis Públicos tipificado pelo 
art. 293, I do CP. 
 
 PETRECHOS de Falsificação 
 
Art. 294 – FABRICAR, ADQUIRIR, FORNECER, POSSUIR ou 
GUARDAR, OBJETO especialmente destinado à falsificação de 
qualquer dos papéis referidos no artigo anterior. 
 
Pena: Reclusão de 1 a 3 anos, E Multa. 
 
 Conduta Típica: FABRICAR, ADQUIRIR, FORNECER, POSSUIR ou 
GUARDAR, OBJETO destinado à falsificação de qualquer dos 
papéis referidos no crime anterior. 
 
 Núcleo do tipo: FABRICAR, ADQUIRIR, FORNECER, POSSUIR ou 
GUARDAR. 
 
 Bem Protegido: a Fé Pública 
 
 Vedações: NÃO cabe os benefícios atinentes ao JECRIM, mas poderá 
admitir suspensão processual. 
 
 Classificação: crime comum, instantâneo, formal, de forma livre, comissivo 
ou comissivo por omissão e ADMITE TENTATIVA. 
 
 Observação: se o agente é FUNCIONÁRIO PÚBLICO, e comete o crime 
prevalecendo-se do cargo, AUMENTA-SE a PENA de SEXTA 
PARTE. 
 
1. Tião fabricou e forneceu GRATUITAMENTE objeto especialmente destinado à 
falsificação de selo. Apresente a Solução Jurídica. 
Tião responderá pelo Crime de Petrechos de Falsificação, tipificado no art. 294 
do CP. 
 
 Art. 295 – Se o agente é FUNCIONÁRIO PÚBLICO, e comete o crime 
prevalecendo-se do cargo, AUMENTA-SE a pena de sexta parte. 
 
1. Qual a NATUREZA JURÍDICA do art. 295 do CP? 
É uma CAUSA De aumento pena, quando o agente ativo do crime de Petrechos de 
Falsificação do art. 294 do CP, for Funcionário Público; 
 
 
CAPÍTULO III 
DA FALSIDADE DOCUMENTAL 
 
 FALSIFICAÇÃO de SELO OU SINAL Público 
 
Art. 296 – FALSIFICAR, fabricando-os OU alterando-os: 
 
I - selo público destinado a autenticar atos oficiais da União, de Estado ou de 
Município. 
II – selo ou sinal atribuído por lei a entidade de direito público, ou a 
autoridade, ou sinal público de tabelião: 
Pena - Reclusão, de 2 a 6 anos, e Multa. 
§1º Incorre na mesma pena quem: 
I – quem FAZ USO do selo ou sinal falsificado; 
II – quem UTILIZA INDEVIDAMENTE o selo ou sinal VERDADEIRO em 
PREJUIZO de outrem ou em proveito próprio ou alheio. 
III – quem ALTERA, FALSIFICA ou FAZ USO indevido de MARCAS, 
LOGOTIPOS, SIGLAS ou QUAISQUER outros SÍMBOLOS utilizados ou 
identificadores de ÓRGÃOS ou ENTIDADES da Administração PÚBLICA. 
 
§2º Se o agente é FUNCIONÁRIO PÚBLICO, e comete o crime 
prevalecendo-se do cargo, AUMENTA-SE a pena de SEXTA parte. 
 
 Núcleo do tipo: FALSIFICAR, fabricando OU alterando. 
 
 Bem Protegido: a Fé Pública 
 
 Vedações: NÃO cabem os benefícios atinentes ao JECRIM. 
 
 Classificação: crime comum, instantâneo, formal, de forma livre, comissivo 
ou comissivo por omissão e ADMITE TENTATIVA. 
 
Observações: 
1. Também responderá pelo crime o agente que FAZ USO de 
selo ou sinal falsificado; UTILIZA INDEVIDAMENTE o 
selo ou sinal VERDADEIRO em PREJUIZO de outrem ou em 
proveito próprio ou alheio; ou ALTERA, FALSIFICA ou FAZ USO 
Indevido de marcas, logotipos, siglas ou quaisquer outros 
símbolos utilizados ou identificadores de órgãos ou entidades da 
Administração Pública. 
 
2. Se o agente é FUNCIONÁRIO PÚBLICO, e comete o crime 
prevalecendo-se do cargo, AUMENTA-SE a pena de SEXTA 
PARTE. 
 
1. Qual a consequência advinda da constatação de que o agente é FUNCIONÁRIO 
PÚBLICO e cometeu o crime prevalecendo-se do cargo? 
Há um aumento de pena da SEXTA PARTE. 
 
2. O USUÁRIO é o próprio FALSIFICADOR. Apresente a solução jurídica. 
Se o usuário é o próprio Falsificador aplica-se o Princípio da CONSUNÇÃO, 
ou seja, responderá APENAS pela FASIFICICAÇÃO – visto que o 
documento foi falsificado para ser usado. Fica portanto o delito do Uso 
ABSORVIDO pelo delito da FALSIFICAÇÃO. 
Funcionam como fase normal de preparação ou execução 
ou como mero exaurimento (o peixão engole os peixinhos) 
 
 
Se o usuário é o próprio falsificador, aplica-se o princípio da Consunção, 
ou seja, o usuário responderá apenas pela falsificação. O delito de uso 
fica absorvido pela falsificação, princípio da consunção – o princípio da 
consunção tem por base de que um FATO MAIS GRAVE (no caso a 
falsificação é mais grave do que o USO) consome, isto é, absorve, 
outros fatos menos amplos e menos grave, que funcionam como fase 
normal de preparação ou execução ou como mero exaurimento 
(o peixão engole os peixinhos) 
 
 FALSIFICAÇÃO de DOCUMENTO Público 
 
 Trata-se de Falsificação MATERIAL 
 MATERIAL: é a que recai sobre a Coisa, o Documento 
o Contrafação, Alteração e Supressão. 
o Não tem artigo, não é crime, é uma espécie. 
Exemplos: 
 CNH – eu altero – eu não tenho legitimidade e competência – daí a falsidade 
Material 
 Cheque – encontro um cheque de terceiro em branco na rua – se preencho e 
assino – não tenho legitimidade nem competência – o cheque (o documento) 
é verdade, mas como eu não tenho autorização para preenche-lo e assiná-lo, 
falsidade Material. 
 
Comparativo: 
 Agora se: Documento Elaborado pelo CARTÓRIO: eu passo as informações 
falsas, MAS o DOCUMENTO é FEITO por quem TEM LEGITIMIDADE e 
COMPETÊNCIA – documento verdadeiro – mas o conteúdo é falso – 
Falsidade IDEOLÓGICA. 
 
 
Art. 297 – FALSIFICAR, no TODO ou EM PARTE, documento Público, 
ou ALTERAR documento Público Verdadeiro: 
Pena - Reclusão, de 2 a 6 anos, e Multa. 
§ 1º Se o agente é FUNCIONÁRIO PÚBLICO, e comete o crime 
prevalecendo-se do cargo, AUMENTA-SE a pena de SEXTA parte. 
 
§ 2º Para os efeitos penais EQUIPARA-SE a Documento Público o 
EMANADO de ENTIDADE PARAESTATAL, o TÍTULO ao PORTADOR 
ou TRANSMISSÍVEL por endosso, as AÇÕES de sociedade comercial, 
os LIVROS MERCANTIS e o TESTAMENTO particular. 
 
 
A lei considera Documentos Públicos por EQUIPARAÇÃO. 
 
Exemplo: se alguém falsificar um Testamento Particular pratica o Crime de 
FALSIFICAÇÃO de DOCUMENTO PÚBLICO. 
 
§ 3º Nas MESMAS PENAS incorre quem INSERE ou FAZ INSERIR 
I – na FOLHA DE PAGAMENTO ou em DOCUMENTO de informações 
que seja destinada a fazer prova perante a PREVIDÊNCIA SOCIAL, 
PESSOA que NÃO possua QUALIDADE de SEGURADO obrigatório. . 
II – Na CARTEIRA de TRABALHO ePREVIDÊNCIA SOCIAL do empregado 
ou em documento que deva produzir efeito perante a PREVIDÊNCIA SOCIAL, 
declaração falsa ou diversa da que deveria ter sido escrita. 
III – em DOCUMENTO CONTÁBIL ou em QUALQUER OUTRO 
documento relacionado as obrigações da empresa perante a PREVIDÊNCIA 
SOCIAL, declaração falsa ou diversa da que deveria ter constado. 
 
§ 4º Nas MESMAS PENAS incorre quem OMITE, nos documentos 
mencionados no §3º nome do segurado e seus dados pessoais, a 
remuneração, a vigência do contrato de trabalho ou de prestação de 
serviços. 
 
 CONCEITO / VISÃO GERAL / OBJ. JURÍDICA 
 Protege a FÉ PÚBLICA, no que diz respeito à CONFIANÇA, que todas 
as pessoas DEVE TER no DOCUMENTO PÚBLICO. 
 
 Os § 3º e § 4, apesar de possuírem características de falsidade 
ideológica, SÃO crimes de FALSIFICAÇÃO de DOCUMENTO 
PÚBLICO (falsificação MATERIAL) 
 
 Quanto ao § 2º, no que tange a entidade parestatal, são 
entidades que mantém PARCERIA, CONVÊNIOS, com o 
Estado, para atender serviços Públicos (SENAI, SENAC, SESI, 
SESC, etc). 
 
 O TÍTULO ao PORTADOR ou TRANSMISSÍVEL por endosso, as 
AÇÕES de sociedade comercial, os LIVROS MERCANTIS e o 
TESTAMENTO particular, SÃO DOCUMENTOS 
PARTICULARES, mas dadas as suas Importâncias são 
CONSIDERADOS documentos PÚBLICOS. 
 
 OBJETO MATERIAL 
 É o Documento Público ou a Este Equiparado. 
 
Documento para FINS PENAIS: é toda Peça ESCRITA que 
condensa o pensamento de alguém podendo PROVAR um FATO 
ou a REALIZAÇÃO de um ATO de IMPORTÂNCIA JURÍDICA 
(nessa peça escrita pode ter imagem, exemplo, R.G., C.N.H., etc. 
 
Documento PÚBLICO: é aquele ELABORADO por 
FUNCIONÁRIO PÚBLICO. 
 
 
 ELEMENTO OBJETIVO 
 Conduta 
o FASIFICAR: no todo ou em parte, Documento Público 
 O sujeito CRIA um documento Público – Falsidade Material 
OU 
o ALTERAR: documento Público VERDADEIRO 
 O sujeito ALTERAR algo que já existe. 
 
 O artigo 297 é da espécie Falsidade Material – o crime 
de Falsificação de Documento Público EXIGE PERÍCIA para 
a prova material 
 
 O Artigo 297, possui LIGAÇÃO com o Artigo 305 e Artigo 311 
 
Supressão de documento 
Art. 305 - Destruir, suprimir ou ocultar, em benefício próprio ou de outrem, ou 
em prejuízo alheio, documento público OU particular verdadeiro, de que não 
podia dispor: 
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa, se o documento é público, e reclusão, 
de um a cinco anos, e multa, se o documento é particular. 
Adulteração de sinal identificador de veículo automotor 
Art. 311 - Adulterar ou remarcar número de chassi ou qualquer sinal 
identificador de veículo automotor, de seu componente ou equipamento. 
Pena - reclusão, de três a seis anos, e multa. 
§ 1º - Se o agente comete o crime no exercício da função pública ou em razão 
dela, a pena é aumentada de um terço. 
§ 2º - Incorre nas mesmas penas o FUNCIONÁRIO PÚBLICO que 
CONTRIBUI para o licenciamento ou registro do veículo remarcado ou 
adulterado, fornecendo indevidamente material ou informação oficial. 
 
 CONCURSO de Crimes 
 Falsificação X Estelionato 
 
Documento Público 
o Crime de FALSO Documento Particular 
Falsidade Ideológica 
 
Exemplo: a pessoa CRIA um R.G. e TENTA dar um GOLPE no banco – 
essa pessoa é presa em FLAGRANTE daí: 
Crime de FALSIFICAÇÃO de Documento Público (art. 297) 
Crime de USO de Documento Falso (Art. 304) 
Estelionato (art. 171) 
O advogado deve desmembrar os delitos e tentar ir retirando as condutas 
imputadas ao cliente: 
 
1º) FALSIDADE/FALSIFICAÇÃO: ABSORVER o ESTELIONATO: 
entende-se que o ESTELIONATO é um mero EXAURIMENTO do 
crime ANTERIOR (a falsificação) – há linhas de pensamento que não 
aceitam essa posição, pois entendem que são bens jurídicos diferentes, 
no estelionato o patrimônio, na falsificação a fé pública. 
 
 
2º) ESTELIONATO ABSOVER a FALSIDADE/FALSIFICAÇÃO 
documental, quando esta foi MEIO FRAUDULENTO empregado para a 
prática do crime fim (o Estelionato), (a falsificação EXAURE SEM maior 
POTENCIALIDADE Lesiva – ou seja o documento falsificado não será 
utilizados para outros crimes) 
 
 
Essa é a Posição MAJORITÁRIA 
STJ – Súmula 17 “QUANDO O FALSO SE EXAURE NO ESTELIONATO, 
SEM MAIS POTENCIALIDADE LESIVA, É POR ESTE ABSORVIDO.” 
 
Ou seja, no caso em que o falso se exaure no estelionato, SEM MAIOR 
POTENCIALIDADE LESIVA, responde só por Estelionato, não há 
concurso de crimes. 
 
AGORA! Se o documento falsificado PODE ser empregado para 
cometer OUTRO (s) crime (s), responde pelos dois crimes em 
Concurso Material. 
 
 Falsificação X USO do Doc. Pela MESMA Pessoa 
 
o O Sujeito SÓ RESPONDE pela FALSIFICAÇÃO (afinal a pessoa 
falsifica o documento para usar – fazer uso), daí AFASTA o Crime de 
Uso. 
o Se a polícia NÃO COMPROVAR que quem usou é o falsificador? Daí 
Só responde por Uso art. 304 
o SÓ PORTAR o documento Falso – NÃO é CRIME 
 
 Da Ação Penal 
o Ação Penal Pública Incondicionada. 
 
 Da COMPETÊNCIA 
o DEPENDE de quem emitiu o documento. 
o Se o documento é emitido pela União – Justiça FEDERAL 
o Em regra, é a Justiça Estadual 
 
Art. 304 
ESTUDAR para a PROVA – Súmulas: 62, 48, 104 e 107 do STJ. 
 
Súmula 48 COMPETE AO JUIZO DO LOCAL DA OBTENÇÃO DA 
VANTAGEM ILICITA PROCESSAR E JULGAR CRIME DE ESTELIONATO 
COMETIDO MEDIANTE FALSIFICAÇÃO DE CHEQUE. 
 
Súmula 62 COMPETE A JUSTIÇA ESTADUAL PROCESSAR E JULGAR O CRIME 
DE FALSA ANOTAÇÃO NA CARTEIRA DE TRABALHO E PREVIDENCIA 
SOCIAL, ATRIBUIDO A EMPRESA PRIVADA. 
 
Súmula 104 COMPETE A JUSTIÇA ESTADUAL O PROCESSO E JULGAMENTO 
DOS CRIMES DE FALSIFICAÇÃO E USO DE DOCUMENTO FALSO 
RELATIVO A ESTABELECIMENTO PARTICULAR DE ENSINO. 
Súmula 107 COMPETE A JUSTIÇA COMUM ESTADUAL PROCESSAR E 
JULGAR CRIME DE ESTELIONATO PRATICADO MEDIANTE 
FALSIFICAÇÃO DAS GUIAS DE RECOLHIMENTO DAS 
CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIARIAS, QUANDO NÃO OCORRENTE 
LESÃO A AUTARQUIA FEDERAL. 
 
ADENDO! 
 Conceito de Documento: é todo escrito devido a um autor determinado, 
contendo exposição de fatos ou declaração de vontade, dotado de 
significação ou relevância jurídica a que pode, por si só, fazer prova de seus 
conteúdo 
 
 Características: 
o Forma Escrita: sobre coisa móvel, transportável e transmissível 
(papel, pergaminho, etc) 
 
Não configuram documento:^ 
 O escrito à lápis 
 Pichação em muro, escrito em porta de carro ou ônibus, 
porque, apesar de se deslocarem, não são transportáveis de 
mão em mão. 
 Quadros ou pinturas 
 Fotografias isoladas, pois não possuem escrita em vernáculo. 
Veja-se, entretanto, que a troca de fotografia feita em 
documento de identidade configura o crime de falsidade 
documental, uma vez que, nesse caso, a fotografia é PARTE 
integrante de um documento que, no todo, possui forma escrita. 
 
o Tenha um certo Autor: identificável por assinatura/nome ou, 
quando a lei não faz essa exigência, pelo próprio conteúdo. 
o O conteúdo deve expressar uma manifestação de vontade ou 
a exposição de um fato com Relevância Jurídica 
(exemplo: testamento, contrato de compra e venda, a 
qualificação de alguém, etc), assim a assinatura em um papel 
em branco não constitui documento, uma vez que não há 
qualquer conteúdo. O mesmo se diga em relação a receita de 
comida, um recado, etc. 
o Valor Probatório: para que seja considerado documento, o 
escrito deve ter potencial de gerar consequências no 
plano jurídico, ou seja, deve ter valor probatório. 
 
Observação: ainda que estejam presentes todos os requisitos 
acima, a falsificação do documento NÃO configurará CRIME 
se a falsidade for GROSSEIRA, isto é, se puder ser 
FACILMENTE PERCEBIDA por qualquer pessoa. 
 
 
 FALSIFICAÇÃO de Documento PARTICULAR 
 
Art. 298 – FALSIFICAR, no TODO ou EM PARTE, documento 
PARTICULAR, ou ALTERAR documento PARTICULAR Verdadeiro: 
Pena - Reclusão, de 1 a 5 anos, e Multa. 
 Falsificação de Cartão 
 
Parágrafo único: Para fins do disposto no caput, EQUIPARA-SE a 
DocumentoPARTICULAR o Cartão de Crédito ou Débito. 
 
 
 Falsidade IDEOLÓGICA 
 
Art. 299 – OMITIR, em Documento PÚBLICO OU PARTICULAR, 
DECLARAÇÃO que DEVIA CONSTAR, ou nele INSERIR ou FAZER 
INSERIR Declaração Falsa OU Diversa da que devia ser escrita, com 
o FIM de PREJUDICAR Direito, CRIAR Obrigação ou ALTERAR a 
Verdade sobre fato JURIDICAMENTE RELEVANTE: 
Pena - Reclusão, de 1 a 5 anos, e Multa, SE o documento é PÙBLICO, e 
Reclusão de 1 a 3 anos, e multa, se o documento é PARTICULAR. 
Parágrafo único: Se o agente é FUNCIONÁRIO PÚBLICO, e comete o 
crime prevalecendo-se do cargo, ou seja, a FALSIFICAÇÃO ou 
ALTERAÇÃO é de ASSENTAMENTO DE REGISTRO CIVIL, AUMENTA-SE 
a pena de SEXTA parte. 
 
 
 FALSIDADE IDEOLÓGICA X FALSIDADE MATERIAL 
 
 Na Falsidade IDEOLÓGICA: 
o A falsidade recai sobre o CONTEÚDO do Documento 
o O Documento É Verdadeiro – MAS as Informações nele 
inseridas são FALSAS. 
o Quem PREENCHE o Documento tem LEGITIMIDA / 
AUTORIZAÇÃO / COMPETÊNCIA para fazê-lo. 
o Na Falsidade Ideológica NÃO necessita Perícia, a falsidade 
deve ser PROVADA por OUTROS MEIOS. 
 
 Na Falsidade MATERIAL: 
o A Falsidade recai sobre a ESTRUTURA do Documento. 
o A pessoa que faz a falsificação NÃO tem LEGITIMIDADE / 
AUTORIZAÇÃO / COMPETÊNCIA para fazê-lo. 
o Na Falsidade MATERIAL é necessário PERÍCIA. 
 
 A genuinidade é garantia da Veracidade? 
 NÃO. Porque o CONTEÚDO do Documento PODE ser FALSO. 
 
 Pressuposto da Falsidade Ideológica? 
 Pressupõe-se que o DOCUMENTO seja VERDADEIRO... 
 
 Sujeitos do Crime 
 Sujeito Ativo: Crime COMUM, pode ser praticado por qualquer 
pessoa. 
 Sujeito Passivo: é o Estado (Fé Pública) E eventualmente um 
Particular que possa ter sido prejudicado. 
 
 
 ELEMENTO OBJETIVO 
 Condutas: 
o OMITIR [...] 
 Deixar de inserir ou não fornecer a declaração que devia. 
 Aqui o AGENTE que forma o Documento é o MESMO que 
omite a informação – exemplo: do Tião, que formulou um 
contrato de compra e venda e omitiu (deixou de inserir) a 
hipoteca. 
 Omissivo próprio: responde pelo crime do artigo 299. 
 Omissivo Impróprio: dever legal – responde pelo resultado. 
 
IMPORTANTE! 
O fato tem que ser JURIDICAMENTE RELEVANTE – exemplo: 
estou respondendo a uma pesquisa sobre um produto ruim, 
mas falo o contrário, falo que o produto é bom – não é crime – 
pois o fato não tem relevância jurídica. 
Agora – Exemplo 2: se pesquisa do IBGE e informa os dados 
errados – daí FALSIDADE IDEOLÕGIA - 
 
A Declaração de Pobreza NÃO constitui crime de Falsidade 
Ideológica, pois o entendimento é de que existe a possibilidade 
do magistrado comprovar a veracidade da declaração. 
 
o INSERIR ou FAZER INSERIR [...] 
 INSERIR = o agente que forma o documento é o MESMO 
que insere – Falsidade Ideológica DIRETA. 
 
 FAZER INSERIR = O sujeito se UTILIZA de um 
TERCEIRO para inserir a informação falsa. 
Exemplo: chega no cartório e fornece informação falsa ao 
Cartorário que está Elaborando o Documento. Falsidade 
Ideológica INDIRETA. 
 
 Temos portanto, a Falsidade Ideológica DIRETA e a Falsidade 
Ideológica INDIRETA 
 
 Observação: Preenchimento do papel ASSINADO em BRANCO 
(abuso de papel em branco). 
 
1º Se papel assinado EM BRANCO CHEGOU de forma LÍCITA 
ao sujeito e este POSSUINDO AUTORIZAÇÃO o preenche de 
MANEIRA DIVERSA = daí Falsidade IDEOLÓGICA. 
 
2º Se o papel assinado EM BRANCO CHGOU de forma ILÍCITA 
(furtado, roubado, achado) e preenche SEM AUTORIZAÇÃO – 
Falsidade MATERIAL = art. 298 
 
3º O papel assinado EM BRANCO CHEGOU de forma LÍCITA 
ao agente – MAS o signitário (pessoa que assinou) REVOGOU 
a autorização ou ela cessou por qualquer motivo – Falsidade 
MATERIAL. 
 
 
IMPORTATE! 
a) Registro de filho alheio em nome próprio – art. 242 do CP 
 
b) Registro de nascimento inexistente – art. 241 do CP 
 
 Falso Reconhecimento de FIRMA ou LETRA 
 
Art. 300 – RECONHECER, COMO VERDADEIRA, no EXERCÍCIO DE 
FUNÇÃO PÚBLICA, firma ou letra que não o seja: 
Pena - Reclusão, de 1 a 5 anos, e Multa, SE o documento é PÙBLICO, e de 1 
a 3 anos, e multa, se o documento é PARTICULAR. 
 
 
1. Para o reconhecimento do delito de Falso Reconhecimento de Firma ou Letra, é 
necessário que ocorra um resultado lesivo? 
Não. É um crime Formal, basta a prática da conduta, pois o tipo não exige a 
ocorrência de resultado para sua consumação. 
 
2. Tião reconheceu firma falsa como verdadeira, no exercício de função pública. 
Apresente a solução jurídica, considerando que Tião cometeu o fato para fins 
eleitorais. 
A Tião será imputado o crime previsto no art. 352. do Código Eleitoral que 
traz expresso a seguinte conduta: “Reconhecer, como verdadeira, no 
exercício da função pública, firma ou letra que o não seja, para fins 
eleitorais: 
Pena - reclusão até cinco anos e pagamento de 5 a 15 dias-multa se o 
documento é público, e reclusão até três anos e pagamento de 3 a 10 
dias-multa se o documento é particular. 
 
 
3. Quando ocorre a consumação do crime?. 
É crime Formal, cuja consumação se verifica com a prática da conduta, ou seja, 
no momento em que o agente, no exercício da função pública reconhece como 
verdadeira firma ou letra que não seja verdadeira. 
 
 
 Certidão ou Atestado IDEOLOGICAMENTE Falso 
 
Art. 301 – ATESTAR ou CERTIFICAR, falsamente em razão de 
FUNÇÃO PÚBLICA, fato ou circunstância que habilite alguém a obter 
cargo público, isenção de ônus ou de serviço de caráter 
público, ou qualquer outra vantagem: (aqui feito por Funcionário 
Público – tem legitimidade) e com FINALIDADE de OBTER CARGO 
PÚBLICO OU INSENÇÃO de ÔNUS OU DE SERVIÇO PÚBLICO. 
Pena – Detenção, de 2 meses a 1 ano 
Falsidade MATERIAL Certidão ou Atestado 
§ 1º FALSIFICAR, no todo ou em parte, ATESTADO ou CERTIDÃO, ou ALTERAR 
o teor de certidão ou de atestado VERDADEIRO, para prova de fato ou circunstância 
que habilite alguém a obter cargo público, isenção de ônus ou de serviço de caráter 
público, ou qualquer outra vantagem: (aqui feito por Pessoa Comum – não 
tem legitimidade/autorização) 
Pena – Detenção, de 3 meses a 2 anos. 
§ 2º se o crime é praticado com o $FIM DE LUCRO$, aplica-se, além da pena 
privativa de liberdade, a de multa. 
 
 
1. Qual a distinção entre os crimes previstos no caput (falso ideológico) e no § 1º 
(falso material) do art. 301 do CP)? 
São espécies de falsificação distintas, enquanto que o crime descrito no caput 
exige que o agente pratique a conduta em razão da Função Pública, e desta 
forma possui então legitimidade para alterar o documento, mas o faz de forma 
ilícita, configurando a espécie de falsidade ideológica, já no §1º o crime é 
cometido por um particular, que não possui legitimidade para criar nem para 
alterar a certidão ou o atestado em questão, configurando a espécie de falsidade 
material. 
 
2. A falsificação de certidão ou diploma de conclusão de curso configura o crime 
de exame? Explique. 
A falsificação de diploma universitário consiste no ato de “falsificar, no todo ou 
em parte, documento público, ou alterar documento público verdadeiro” art. 297. 
Não há concurso material entre as ações previstas nos artigos do Código Penal 
objeto deste estudo, o 297 e o 304. Em outras palavras, mesmo que o agente 
tenha produzido e utilizado o diploma universitário falso, responderá apenas por 
um crime, havendo consunção entre a prática da falsificação em si e o uso do 
diploma falso. 
 
Embora emitido por instituição particular, o diploma de conclusão 
de curso superior é documento público, porque a instituição atua 
como delegada da União, integrando o sistema federal de ensino 
superior, conforme expresso no art. 16 da Lei de Diretrizes e Bases 
da Educação Nacional (LDB), bem assim por ser submetido à 
certificação do Ministério da Educação (MEC), tendo assim, a 
materialidade sido comprovada. 
....................................................................................................................Falsidade de ATESTADO MÉDICO 
 
Art. 302 – DAR, o MÉDICO, no exercício da sua profissão, atestado 
falso: 
Pena – Detenção, de 1 mês a 1 ano 
Se o MÉDICO é FUNCIONÁRIO PÚBLICO o crime é do Artigo 301. 
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/11693963/artigo-16-da-lei-n-9394-de-20-de-dezembro-de-1996
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1035083/lei-de-diretrizes-e-bases-lei-9394-96
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1035083/lei-de-diretrizes-e-bases-lei-9394-96
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1035083/lei-de-diretrizes-e-bases-lei-9394-96
 Considerações iniciais – Rogério Sanches Cunha 
A tutela penal recai sobre a Fé Pública no que diz respeito à 
autenticidade do conteúdo do atestado fornecido pelo médico, no 
exercício de sua profissão. 
A pena cominada ao delito admite a Transação Penal E a Suspensão 
do Processo – Lei 9.099/95. 
 
 Sujeitos do Crime 
 SOMENTE o MÉDICO, no exercício da sua função, pode 
praticar o delito. Assim, tratando-se de delito Próprio, exclui-se 
do espectro da incriminação o dentista, o veterinário, o 
enfermeiro, etc, que incorrerão, caso falsifiquem atestados, 
nas penas previstas no art. 299, aliás, muito mais severas. 
 
Essa circunstância, não sem razão, é criticada por Sylvio do 
Amaral, para quem: 
 
“Vem à tona, aqui, outra falha do sistema do tratamento dispensado 
pelo Código aos crimes contra a fé pública, pois, nessa hipótese, o 
médico seria punido com as penas muito mais graves do art. 299. 
 
Criou-se, assim, para o médico (a exemplo do que também 
indevidamente se fez a relação ao funcionário público no art. 301 
um privilégio desarrazoado e manifestamente imoral: quando ele 
mente como cidadão, será púnico com pena de reclusão de 1 a 3 
anos (art. 299), se o faz, entretanto, como médico, sujeita-se a 
pena que vai de 1 mês a 1 ano, apenas de detenção. O tratamento 
mais BENIGNO é dispensado justamente ao procedimento mais 
grave, que envolve o abuso das prerrogativas do grau profissional”.
 
 
 Sujeito PASSIVO 
o Será o ESTADO, diretamente interessado no conteúdo do 
atestado médico fornecido, que pode conter informações de 
interesse à manutenção da saúde pública (pode figurar como 
vítima secundária o indivíduo que vem a sofre dano pela 
utilização do atestado falso), 
 
 Conduta 
o Consiste o crime em DAR o médico, no exercício 
REGULAR da profissão, atestado falso, isto é, escrever 
o médico informações (total ou parcialmente) inverídicas, 
entregando, em seguida, o documento 
IDEOLOGICAMENTE falso ao interessado. 
 
LEMBRA Bitencourt que se o MÉDICO é FUNCIONÁRIO 
PÚBLICO o crime é do Artigo 301 – Certidão ou 
ATESTADO Ideologicamente Falso. 
 
Há julgados entendendo que o atestado de ÓBITO falso, 
emitido para encobrir causa mortis, configura o crime 
do art. 299 do CP, e não o art. 302 Falsidade de Atestado 
Médico. Nesse sentido: “O médico que assina declaração ou 
atestado de óbito ideologicamente falso para efeito de 
alteração da verdade no Registro Público, pratica o crime 
previsto no Art. 299 do CP, e não o do art. 302, do mesmo 
estatuto, de punição mais branda. 
 
Por fim, é imprescindível que a falsidade recaia sobre um 
fato juridicamente relevante e potencialmente lesivo. 
 
 Elemento SUBJETIVO 
o É o DOLO, consistente na vontade consciente de praticar 
uma das condutas típicas elencadas no dispositivo (atestar 
o médico fato ou circunstância, na dúvida, pode caracterizar 
o dolo eventual). 
Não se exige finalidade especial por parte do agente. No 
entanto, o parágrafo único determina que, se o crime é 
cometido com o FIM DE LUCRO, (animus lucri fociendi 
elemento subjetivo especial do injusto), aplica-se TAMBÉM 
a MULTA. 
 Consumação e Tentativa 
o A Consumação ocorre no momento em que o médico 
fornece o atestado falso, INDEPENDENTEMTNE de 
ulteriores Consequências. 
o A TENTATIVA é perfeitamente possível, já que se trata de 
crime plurissubsistente. 
 
 Ação Penal 
o A ação será Pública Incondicionada. 
 
1. Analise o sujeito ativo do crime. 
.................................................................................................................... 
 
2. Tião forneceu, no exercício da sua profissão, atestado falso. Aponte a solução 
jurídica, considerando que Tião era médico. 
.................................................................................................................... 
 
3. Ferrerinha forneceu a Tião, no exercício da sua profissão, atestado falso. Aponte 
a solução jurídica considerando que: 
a) Ferrerinha, além de médico, era funcionário público 
b) O atestado foi fornecido com a finalidade de Tião habilitar-se a cargo público. 
.................................................................................................................... 
 
4. Ferrerinha forneceu a Tião, no exercício da sua profissão, atestado falso. Aponte 
a solução jurídica, considerando: 
a) O atestado falso era de óbito. - 
b) A finalidade da falsidade era encobrir a verdadeira causa da morte. – ART. 
299. 
.................................................................................................................... 
 
 
 Reprodução ou Adulteração de Selo ou Peça Filatélica 
 
Art. 303 – REPRODUZIR ou ALTERAR selo ou peça filatélica que TENHA 
VALOR para COLEÇÃO, salvo quando a reprodução ou a alteração 
está visivelmente anotada na face ou no verso do selo ou peça: 
Pena – Detenção, de 1 a 3 anos, e Multa 
Parágrafo único: Na MESMA pena 
 
1. Explique o objeto material do crime. 
.................................................................................................................... 
 
 USO de DOCUMENTO Falso 
 
Art. 304 – FAZER Uso de qualquer dos papéis FALSIFICADOS ou 
ALTERADOS, a que se referem os artigos 297 a 302: 
Pena – A COMINADA à falsificação ou à alteração. 
 Observação 
 Crime remetido / Crime Acessório 
Este crime (conforme o preceito secundário “Pena – a 
cominada à falsificação ou à alteração” – sempre vai ser 
combinado com (c/c), os artigos 297, 297, 299, 300, 301, 
302 ... 
 
 Elemento OBJETIVO 
 FAZER Uso = significa USAR o Documento para a sua 
Finalidade = Uso EFETIVO (só portar o documento não é 
crime) 
 PORTAR documento Falso NÃO é CRIME. Tem que usar o 
documento para cometer o crime. Ou seja a lei não pune o 
simples porte ou posse de documento falso. 
 
 Uso por solicitação da Autoridade Pública 
o DUAS Posições: 
 
1ª NÃO configura Crime porque o art. 304, o USO deve SER 
ESPONTÂNEO – esse é o entendimento minoritário. 
 
2ª SIM. É Crime. O sujeito tem a OPÇÃO de ESCOLHA – a 
partir do momento que MOSTROU a IDENTIDADE – é crime 
do art. 304. Posição MAJORITÁRIA. 
 
Obs.: se na revista encontrar o documento falso não é crime 
– mas pode se averiguar se quem tem o documento falso é 
o falsificador – se não comprovar = fato atípico. 
Se comprovar que o portador é o falsificador responde pelo 
crime de falsificação. 
 
 Pergunta Comum em concurso: CNH? 
O motorista não apresentou a CHN, mas o policial encontrou 
a CHN FALSA dentro do Porta Luvas – É CRIME, pois a 
FINALIDADE da CNH é AUTORIZAR a direção de um 
veículo – quem dirige o veículo ESTÁ FAZENDO USO da 
CNH. 
 
 Carteira de Identidade? 
Se numa revista encontra uma identidade falsa no bolso da 
pessoa – NÃO é CRIME de uso, não existe lei que obriga a 
uso da identidade. MAS se apresentar o documento (fazer o 
uso) daí crime do art. 304. 
 
 Consumação e Tentativa. 
Crime FORMAL – se consuma com a conduta “fazer uso” 
 
Não admite Tentativa – ou faz uso ou não faz – uma única 
conduta – Unissubsistente – não admite tentativa 
Lembrando que a TENTATIVA OCORRE na FASE da 
EXECUÇÃO e NÃO nos ATOS PREPARATÓRIOS. 
 
 Uso de Documento Falso pelo PRÓPRIO 
FALSIFICADOR. 
PREVALECE o crime de FALSIFICAÇÃO – pois se falsificou 
foi para fazer uso – o uso é mero exaurimento 
 
Agora SE NÃO COMPROVAR quem falsificouMAS fez uso 
– só responde pelo USO. 
 
 SUPRESSÃO de Documento 
 
Art. 305 – DESTRUIR, SUPRIMIR ou OCULTAR, em benefício próprio ou de 
outrem, ou em prejuízo alheio, Documento PÚBLICO Verdadeiro, que 
não podia dispor: 
Pena – Reclusão, de 2 a 6 anos, e Multa, se o Documento é Público, e Reclusão, 
de 1 a 5 anos, e multa, se o Documento é Particular. 
 
1. Documento suprimido é judicial e o agente é o procurador ou advogado. 
Apresente a solução jurídica. 
Não. Responde pelo artigo 356, do CP – Sonegação de papel ou objeto de 
VALOR PROBATÓRIO – “Inutilizar, total ou parcialmente, ou deixar de restituir 
autos, documento ou objeto de valor probatório, que recebeu na qualidade de 
advogado ou procurador” – Pena: Detenção de 6 meses a 3 anos, e multa. 
 
2. Existe delito quando o sujeito ativo destrói cópia autenticada do documento que 
ainda existe? 
.................................................................................................................... 
 
Capítulo IV 
De OUTRAS FALSIDADES 
 Falsificação de SINAL Empregado no Contraste de Metal 
PRECIOSO ou na FISCALIZAÇÃO ALFANDEGÁRIA, ou para 
outros fins: 
 
Art. 306 – FALSIFICAR, Fabricando-o ou Alterando-o, Marca ou Sinal 
empregado pelo poder Público no CONTRASTE de Metal Precioso ou da 
Fiscalização Alfandegária, OU USAR Marca ou Sinal dessa natureza, 
FALSIFICADO por OUTREM: 
Pena – Reclusão, de 2 a 6 anos, e Multa. 
Parágrafo Único: Se a MARCA ou SINAL falsificado é o que Usa a Autoridade 
Pública para o FIM de FISCALIZAÇÃO SANITÁRIA, OU para AUTENTICAR ou 
ENCERRAR determinados Objetos, ou Comprovar o Cumprimento de 
Formalidade Legal: 
Pena: Reclusão ou detenção, de 1 a 3 anos, e multa. 
 
1. Qual o bem sobre o qual recai a conduta? 
.................................................................................................................... 
2. Tião usou marca empregada pelo Poder Público na fiscalização alfandegária. 
Apresente a solução jurídica, considerando que: 
a. A marca era falsificada. 
b. A falsificação foi realizada por Ferrerinha. 
.................................................................................................................... 
 
 Falsa IDENTIDADE: 
 
Art. 307 – ATRIBUIR-SE OU ATRIBUIR a TERCEIRO FALSA 
IDENTIDADE para OBTER VANTAGEM, em proveito próprio ou alheio, ou 
para CAUSAR DANO a outrem: 
Pena – Detenção, de 3 meses a 1 anos, ou Multa, se o FATO não constitui 
CRIME MAIS GRAVE 
 Trata-se da FALSIDADE PESSOAL – a qualificação pessoal é falsa. 
 
 É MENTIR sobre o NOME, FILIAÇÃO, ETC. 
 
 OBSERVAÇÕES: 
FALSA IDENTIDADE não se trata de Documento, MAS sim do 
CONJUNTO de CARACTERISTICAS próprias de determinada 
pessoa, capazes de identifica-la na sociedade. 
Se usa uma Falsa Identidade para Praticar ESTELIONATO responde por 
ESTELIONATO – Crime Subsidiário – uma vez incluído dentro de um 
fato MAIS GRAVE – Responde pelo Mais Grave. 
Exemplo: mentir o nome para alguém, a profissão, etc, para obter uma 
vantagem – assume uma identidade falsa. 
 
 Elemento Objetivo 
o Conduta: ATRIBUIR-SE a SI MESMO a falsa identidade fazendo-se 
passar por outra pessoa. 
. 
 Art. 307 e a AUTODEFESA 
o Vai para delegacia e não tem documento, e assume falsa identidade, 
mente sobre o nome, sobre o nome do pai, etc. Depois descobre que 
ele estava mentindo 
Como fica? 
O entendimento do STJ – entende que É CRIME, pois a pessoa pode 
mentir sobre o fato imputado a ele, MAS não pode mentir sobre sua 
identidade 
 
 
Art. 308 – USAR, Como Próprio, PASSAPORTE, TÍTULO de ELEITOR, 
CADERNETA DE RESERVISTA ou QUALQUER DOCUMENTO de 
INDENTIDADE ALHEIA OU CEDER a outrem, para que se utilize, 
documento dessa natureza, Próprio ou de Terceiros: 
Pena – Detenção, de 4 meses a 2 anos, e Multa, se o FATO não constitui CRIME 
MAIS GRAVE 
 Aqui o Documento é VERDADEIRO 
 Os DOIS RESPONDE pelo crime – quem cede e quem usa. 
 
 FRAUDE de LEI sobre ESTRANGEIRO 
 
Art. 309 – USAR, O ESTRANGEIRO, PARA ENRAR ou PERMANECER 
no Território Nacional, nome que não é seu:: 
Pena – Detenção, de 1 a 3 anos, ou Multa. 
Parágrafo Único: ATRIBUIR a ESTRANGEIRO Falsa Qualidade para promover-
lhe a ENTRADA em Território nacional: 
Pena: Reclusão de 1 a 4 anos, e multa. 
 
1. Como ocorre a consumação do crime de Fraude de Lei sobre estrangeiro? Com 
base na consumação, classifique o crime. 
.................................................................................................................... 
 
Art. 310 - PRESTAR-SE a FIGURAR COMO PROPRIETÁRIO ou 
POSSUIDOR de ação, título ou valor pertencente a estrangeiro, nos casos 
em que a este é vedada por lei a propriedade ou a posse de tais bens: 
 
Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa 
 
1. Como ocorre a consumação do crime. 
.................................................................................................................... 
2. Tião aceitou simular que era proprietário de ação pertencente a Ferrerinha. 
Apresente a solução jurídica considerando que: 
a. Ferrerinha é estrangeiro. 
b. A aquisição da ação, por estrangeiro, é vedada por lei. 
.................................................................................................................... 
3. O Artigo em questão é uma lei penal em branco? 
.................................................................................................................... 
4. Cite casos em que a lei impede a posse e propriedade de determinados bens 
aos estrangeiros. 
.................................................................................................................... 
 
 ADULTERAÇÃO de SINAL INDENTIFICADOR de VEÍCULO 
Automotor 
Art. 311 – ADULTERAR ou REMARCAR , NÚMERO de CHASSI ou 
QUALQUER SINAL IDENRIFICADOR de VEÍCULO AUTOMOTOR, de 
seu COMPONENTE ou EQUIPAMENTO: 
Pena – Reclusão, de 3 a 6 anos, ou Multa. 
§1º - Se o agente comete o crime no EXERCÍCIO da FUNÇÃO PÚBLICA ou 
em RAZÃO DELA, a pena é aumentada de 1/3. 
§2º Incorre nas MESMAS PENAS o FUNCIONÁRIO PÚBLICO, que CONTRIBUI 
para o LICENCIAMENTO ou REGISTRO do veículo REMARCADO ou 
ADULTERADO, fornecendo INDEVIDAMENTE MATERIAL ou INFORMAÇÃO 
OFICIAL. 
 
2. Como ocorre a consumação do crime de Fraude de Lei sobre estrangeiro? Com 
base na consumação, classifique o crime. 
.................................................................................................................... 
 
Capítulo V 
Fraudes em CERTAMES de Interesse Público 
Art. 311-A. UTILIZAR ou DIVULGAR, INDEVIDAMENTE, com O FIM DE 
BENEFICIAR a si ou a outrem, ou de COMPROMETER a CREDIBILIDADE 
do certame, conteúdo sigiloso de: 
 
I - concurso público; 
 
II - avaliação ou exame públicos; 
 
III - processo seletivo para ingresso no ensino superior; ou 
 
IV - exame ou processo seletivo previstos em lei: 
 
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa 
 
§ 1o Nas MESMAS PENAS incorre quem PERMITE ou FACILITA, por qualquer 
meio, o acesso de pessoas não autorizadas às informações mencionadas 
no caput. 
 
§ 2o Se da ação ou omissão resulta DANO À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: 
 
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa. 
 
§ 3o Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se o fato é cometido POR 
FUNCIONÁRIO PÚBLICO. 
 
 
 
Aula – 23/03/2020 
 
TÍTULO XI 
Dos Crimes Contra a ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
CAPÍTULO I 
Dos Crimes PRATICADOS por FUNCIONÁRIO PÚBLICO Contra a 
ADMINISTRAÇÃO Em Geral 
 
Adendo! 
 Questão: É possível a imputação de um crime funcional (próprio ou impróprio) a 
um particular que não ostenta a posição de funcionário público? Sim. Quando a 
condição é elementar do tipo. Desde que saiba da situação de que o outro agente 
é funcionário público. 
 
 E quando NÃO SABE? Daí é FURTO, mas não é só furto. É furto qualificado 
pelo CONCURSO de PESSOA. 
 
 CONCEITO de Funcionário Público 
Art. 327 CP – Considera-sefuncionário público, para OS EFEITOS 
PENAIS, quem, embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce 
cargo, emprego ou função pública. 
 § 1º - Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, emprego ou 
função em entidade paraestatal, e quem trabalha para empresa prestadora 
de serviço contratada ou conveniada para a execução de ATIVIDADE 
TÍPICA DA Administração Pública 
 § 2º - A pena será aumentada DA TERÇA PARTE quando os autores dos 
crimes previstos neste Capítulo forem ocupantes de cargos em comissão 
ou de função de direção ou assessoramento de órgão da administração 
direta, sociedade de economia mista, empresa pública ou fundação instituída 
pelo poder público 
– Pessoas que estão dentro da administração pública. 
 
 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
 
 Pode ser dividida em: 
 Administração DIRETA 
o Conjunto de órgãos que INTEGRAM as Pessoas Políticas do Estado, 
ou seja, da União, dos Estados e dos Municípios) – poder 
executivo, legislativo e judiciário. 
 
 Administração INDIRETA 
o Devido à grande demanda de serviços públicos, o Estado é 
obrigado a criar entidades para possibilitar o maior atendimento à 
população. Descentralização. 
 
o Administração Indireta é o conjunto de pessoas jurídicas que 
VINCULADAS à Administração Direita, tem competência para o 
exercício de forma Descentralizada de Atividades 
Administrativas. 
 
 Autarquias - INSS 
 Fundações Públicas 
 Empresas Públicas – ex., correio 
 Sociedade de Economia Mista – ex. Petrobrás 
 
Todas essas entidades estão no caput do artigo 297 
 
 Cargo Público 
 Aprovado em concurso 
 Regime ESTATUTÁRIO 
 É aquele criado por lei com numeração certa, denominação própria e 
pago pelos cofres públicos. 
 
 Emprego Público 
 É aquele contratado para serviço, atribuições com VÍNCULO 
CONTRATUAL sob regência da CLT. 
 
 Função Pública 
 É a ATIVIDADE correspondente ao CARGO ou ao EMRPEGO PÚBLICO, 
mas que pode ser exercida SEM UM cargo público ou Sem um 
emprego público. Todo cargo ou emprego público tem uma função pública 
MAS nem toda função pública tem um cargo ou um emprego público. 
 
 Aqui prestam serviços diretamente para o Estado – exemplo um 
estagiário; jurado: existe a função pública de jurado MAS, não existe o 
CARGO e NEM o EMPREGO de JURADO; mesário de eleição. 
 
 
 Funcionário Público por EQUIPARAÇÃO §1º do art. 327 do CP 
 São pessoas que prestam serviços para o poder público MAS SÃO 
FUNCIONÁRIOS DE EMPRESAS CONTRATADAS OU 
CONVENIADAS. Exemplo: enfermeiros que são funcionários de um 
hospital particular e prestam serviços para a Administração Pública. 
 
 Conceito 
o §1º EQUIPARA-SE a funcionário público quem exerce cargo, emprego ou 
função em entidade paraestatal, e quem trabalha para empresa prestadora 
de serviço CONTRATADA OU CONVENIADA para a execução de 
atividade TÍPICA DA Administração Pública. 
 
 Quem trabalha em entidade PARAESTATAL: NÃO ESTÃO dentro da 
Administração Pública – mas DESENVOLVE ATIVIDADES de 
INTERESSE PÚBLICO – não estão nem dentro da Administração Direta 
e nem da Indireta – SESI, SENAI, SESC. 
 
 Quem trabalha para empresa prestadora de serviço contratada ou 
conveniada para a execução de atividade TÍPICA DA Administração 
Pública – exemplo.: conservação de rodovia, iluminação, coleta de lixo, às 
vezes educação, etc. A Administração Pública CELEBRA CONTRATOS 
com EMPRESAS PRIVADAS – por CONCESSÃO ou PERMISSÃO – daí 
quem trabalha nessas empresas são CONSIDERADOS FUNCIONÁRIO 
PÚBLICO POR EQUIPARAÇÃO. Também pode o poder público celebrar 
convênio com empresas particulares – exemplo: celebrar convênio com o 
Hospital São Joaquim, e se um funcionário furta um bem – Peculato. 
 
 Execução de ATIVIDADE Típica DA Administração Pública – 
atividade que busca atender o Interesse Público – 
 
Exemplo: Poder público celebrou um contrato com empresa particular 
para executar serviço de limpeza em UM PRÉDIO PÚBLICO – determinado 
funcionário resolve furtar um bem – é funcionário público por 
equiparação? Não. Por quê? Porque se EQUIPARA como funcionário 
público APENAS quando a é Atividade Típica DA administração e NÃO 
quando a atividade é PARA a Administração pública, esta é atividade 
para a administração pública, de consumo da administração 
pública, NÃO É TÍPICA DA administração pública. 
 
 Também se uma empresa for contratada para uma atividade ATIPICA da 
administração – NÃO é Funcionário por equiparação – exemplo: o 
poder público contrata uma empresa para fazer serviço de Valet (tomar 
conta de veículos). 
 
 E os GARIS? A limpeza é uma atividade Típica DA administração 
pública e não PARA a administração daí os GARIS são Funcionários 
Públicos por EQUIPARAÇÃO.. 
 
 DA Administração Toda atividade que tem por interesse 
ATIGIR A COLETIVIDADE = INTERESSE PÚBLICO 
 
 PARA a Administração Pública – são atividades de CONSUMO 
da Administração Pública – atividades dos próprios bens da 
Administração – para conservar a Administração (atividades 
secundárias) - quando a empresa executa atividades típicas PARA a 
administração pública – de CONSUMO INTERNO da 
administração – exemplo: reformas de prédios públicos, limpeza de 
prédio específico, etc. 
 
Observação! Quando o funcionário público for OFENDIDO por um PARTICULAR 
– este responderá por crimes CONTRA A HONRA. 
 
 Qual o ALCANCE da EQUIPARAÇÃO prevista no §1º do art. 327. A 
Equiparação ALCANÇA AQUELAS PESSOAS quando elas FOREM 
SUJEITOS ATIVOS de CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO 
PÚBLICA (se aquelas pessoas desviarem verba, receberem corrupção, 
vão responder por Crimes Que Está Previsto no Capítulo I - DOS CRIMES 
PRATICADOS POR FUNCIONÁRIO PÚBLICO CONTRA A 
ADMINISTRAÇÃO EM GERAL. 
 
 Quanto ao Sujeito ATIVO (o que comete o crime contra a administração 
Pública) não há dúvidas que sejam estes Considerados F.P. por 
EQUIPARAÇÃO. 
 
Quando ao Sujeito Ativo – não há nenhuma discussão sobre esta questão. 
A Equiparação Alcança as pessoas do §1º quando elas forem Sujeitos 
Ativos de crimes contra a Administração Pública. 
 
 E a Equiparação alcança as pessoas do §1º quando elas estiverem no polo 
do Sujeito Passivo, da conduta? 
 
Exemplo: pego o carro e vou para Ribeirão Preto, no pedágio (empresa 
particular que tem a concessão da rodovia) – Segundo o código Penal 
são funcionários públicos por equiparação – xingo a funcionária 
do pedágio – A FUNCIONÁRIA DO PEDÁGIO está no Polo Passivo – como 
ela é considerada F.P. por equiparação, daí é CRIME de DESACATO? – 
visto que no art. 331 (Desacato) “Desacatar FUNCIONÁRIO PÚBLICO no 
exercício da função ou em razão dela” 
Será que cometi o crime de Desacato. Será que a moça do Pedágio é 
Funcionária Pública por EQUIPARAÇÃO, estando no Polo Passivo da 
minha conduta? 
 
Tem DUAS TEORIAS que trata do alcance da Equiparação do §1º: 
 
o 1ª Teoria RESTRITIVA: diz que a EQUIPARAÇÃO SÓ VALE 
quando a Pessoa que está no §1º é Sujeito ATIVO do 
Crime. Argumenta que assim o é devido a localização do §1º 
Capítulo I - DOS CRIMES PRATICADOS POR FUNCIONÁRIO 
PÚBLICO CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL – ESSA é A 
MAJORITÁRIA. NÃO por PARTICULAR. Daí configura crime 
CONTRA A HONRA (Injúria). 
 
o 2ª Teoria Extensiva A equiparação se estende as pessoas do §º1 
quando forem sujeitos ativos e, também sujeitos passivos: 
argumento: entendem que o art. 327, §1º é uma norma penal 
conceitual geral. Minoritária. Por esta teoria OS FUNCIONÁRIOS 
PÚBLICOS por EQUIPARAÇÃO (§1º) no sujeito passivo podem ser vítimas 
de Desacato, e não de crimes contra a honra (injúria). 
 
Temos outra equiparação no Código Eleitoral – art. 283 
 
 Art. 283. Para os efeitos penais são considerados membros e 
funcionários da Justiça Eleitoral: 
 
I - os magistrados que, mesmo não exercendo funções eleitorais, 
estejam presidindo Juntas Apuradoras ou se encontrem no exercício 
de outra função por designação de Tribunal Eleitoral; 
 
II- Os cidadãos que temporariamente integram órgãos da Justiça 
Eleitoral; 
 
III - Os cidadãos que hajam sido nomeados para as mesas receptoras 
ou Juntas Apuradoras; 
 
IV - Os funcionários requisitados pela Justiça Eleitoral. 
 
§ 1º Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, além 
dos indicados no presente artigo, quem, embora transitoriamente ou sem 
remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública. 
 
§ 2º Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, emprego ou 
função em entidade paraestatal ou em sociedade de economia mista. 
 
 
QUESTÕES para a PRÓXIMA AULA: 
 
1. O advogado dativo (é o nomeado pelo juiz) é funcionário público? 
R..: A princípio se tal resposta for afirmativa, deve o advogado 
dadivo responder por crimes de concussão ou corrupção passiva, 
por exemplo. Se negativa a resposta não haveria crime contra a 
Administração Pública na conduta do advogado dativo que exigisse 
do seu cliente ou solicitasse vantagem indevida, no bojo do processo 
para o qual foi nomeado. 
 
Muitos doutrinadores e algumas bancas de concursos públicos, 
entretanto, insistem em negar a qualidade de funcionário público 
para os efeitos penais ao advogado dativo, sob o argumento de 
que referidos profissionais exerceriam múnus público e não função 
pública. 
A bem da verdade, a palavra múnus deriva do latim “munus”, 
significando dever, obrigação. Sendo o MÚNUS PÚBLICO, a 
obrigação é imposta por lei, pelo poder público, não podendo, 
em regra, ser recusada. É o caso dos tutores e curadores, que NÃO 
SÃO CONSIDERADOS FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS para os 
efeitos penais, pois exercem MÚNUS PÚBLICO. Idem quanto ao 
inventariante judicial, que não é considerado funcionário público 
para os efeitos penais. 
Na jurisprudência dos Tribunais Superiores, a questão se encontra 
praticamente pacificada, sendo certo que o Superior Tribunal de 
Justiça, por seu turno, em diversos precedentes, reconheceu a 
QUALIDADE DE FUNCIONÁRIO PÚBLICO para os efeitos 
penais ao ADVOGADO DATIVO. 
Conclusão, os ADVOGADOS DATIVOS são 
CONSIDERADOS FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS para os 
EFEITOS PENAIS, podendo, inclusive, ser responsabilizados 
pela prática de crimes contra a Administração Pública, como 
concussão ou corrupção passiva, quando exigirem de seus 
clientes ou solicitarem vantagem indevida. 
 
Observação: JURADO é considerado funcionário público para 
os efeitos penais. Nesse sentido, inclusive, o disposto no art. 445 
do CPP: “Art. 445. O jurado, no exercício da função ou a pretexto de 
exercê-la, será responsável criminalmente nos mesmos termos em 
que o são os juízes togados”. Também o MESÁRIO ELEITORAL 
exerce função pública, sendo considerado funcionário público 
para os efeitos penais. 
 
2. Tutores, curadores e inventariantes judiciais, são funcionários 
públicos? 
R.: NÃO. Os tutores e curadores, que não são considerados 
funcionários públicos para os efeitos penais, pois exercem 
múnus público. Idem quanto ao inventariante judicial, que não é 
considerado funcionário público para os efeitos penais. MÚNUS 
PÚBLICO, a obrigação é imposta por lei, pelo poder público, não 
podendo, em regra, ser recusada. 
 
3. O Antigo Sindico da Falência, é funcionário Público (o Administrador 
Judicial)? 
R.: SIM, mas apenas para fins penais. Visto que este exerce 
múnus público (dever decorrente de lei, que não pode ser 
recusado). 
 
 
 
 
4. Perito nomeado pelo Juiz é funcionário Público – aquele que não 
tem cargo público – o profissional particular? 
R.: O perito desempenha atividade judiciária, ou sejam exerce 
função pública, e portanto, é considerado funcionário Público 
para fins penais. 
 
 Causa de aumento de Pena - § 2º do art. 327 do CP 
 As PESSOAS citadas no §2º (Ocupantes de Cargos em Comissão ou de 
Função de Direção ou Assessoramento de órgão da administração direta) 
são pessoas que EXERCEM uma RESPONSABILIDADE muito MAIOR. 
 
 SÓ VALE quando o Funcionário Público ocupar o posto de Sujeito ATIVO 
do crime. 
 
 Daí a conduta é punida de forma mais grave. ...aumenta-se da TERÇA 
PARTE quando os AUTORES (autores: SIGNIFICA sujeito ATIVO) dos 
crimes previstos neste capítulo forem ocupantes de .... 
o Aplica tanto para o autor, coautor, partícipe, etc. 
 
 RITO ESPECIAL do Crimes FUNCIONAIS – Art.s 513 a 518 CPP 
o Verificar 
 
Aula – 30/03/2020 
...continuação 
 
CAPÍTULO I 
 
 Dos Crimes FUNCIONAIS 
 
PECULATO 
O que caracteriza o crime de PECULATO são 3 CONDUTAS: 
 
1. APROPRIAÇÃO, de bens, valores, quantias – PÚBLICO ou 
PARTICULAR (objeto material) não existe Peculato de Coisa IMÓVEL, só 
de coisa móvel. 
De que TEM a POSSE, EM Razão do Cargo. 
 
2. DESVIO, de bens, valores, quantias – PÚBLICO ou PARTICULAR 
(objeto material) não existe Peculato de Coisa IMÓVEL, só de coisa móvel. 
Desvio da FINALIDADE. - EM Razão Do Cargo. 
 
3. SUBTRAÇÃO de bens, valores, quantias – PÚBLICO ou 
PARTICULAR (objeto material) não existe Peculato de Coisa IMÓVEL, só 
de coisa móvel – aqui NÃO TEM a POSSE - § 1º. - EM Razão Do Cargo. 
 
PECULATO é CRIME PRATICADO por FUNCIONÁRIO PÚBLICO – 
INCLUSIVE OS POR EQUIPARAÇÃO (PRATICADO POR F.P. – polo 
ATIVO) 
 
 
 
 PECULATO DOLOSO – caput e §1º 
Artigo 312 - APROPRIAR-SE o funcionário público de dinheiro, valor ou 
qualquer outro bem MÓVEL, PÚBLICO OU PARTICULAR, de que TEM A 
POSSE em RAZÃO DO CARGO, ou DESVIÁ-LO, em proveito próprio ou 
alheio: 
Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa. 
§ 1º - Aplica-se a mesma pena, se o funcionário público, embora NÃO 
TENDO A POSSE do dinheiro, valor ou bem, o SUBTRAI, ou CONCORRE 
para que seja subtraído, em proveito próprio ou alheio, valendo-se de 
facilidade que lhe proporciona a QUALIDADE DE FUNCIONÁRIO. 
 Peculato APROPRIAÇÃO, Art. 312 CAPUT 1ª PARTE 
 
o Diferença entre Apropriar e Subtratir? 
 Apropriar-se = TOMAR para SI, Fazer SUA uma coisa móvel. 
 
 O Funcionário Público TEM a POSSE da coisa móvel. 
 
 Só se apropria de algo quando tem a POSSE LÍCITA – 
alguém entrega a ele a coisa – e ele pode usar a coisa, pode levar 
a coisa – daí o F.P. se Apropria. 
 
Exemplo: um fiscal da Prefeitura de Franca, sai às ruas 
fiscalizando obras, com um tablete da Prefeitura – mas ele está 
devendo dinheiro, daí ele vende o tablete – NESSE MOMENTO 
ele COMETEU o crime de Peculato APROPRIAÇÃO – AQUI 
ELE TINHA A POSSE, A DETENÇÃO – posse Desvigiada = 
Apropriação. 
 
 Quem se APROPRIA é porque tem A POSSE LÍCITA 
ANTERIOR. 
 
 Peculato DESVIO, Art. 312 CAPUT 2ª PARTE 
 
o Desviar = ALTERAR o DESTINO – modificar a FINALIDADE 
 
o Alguns atos praticados pelo Administrador são denominados ATOS 
VINCULADOS: 
 
São Atos que, DEVEM OBEDECER, uma FINALIDADE Prevista na 
LEI. 
 
Exemplo: determinada verba pública, pelo orçamento pela lei 
municipal deve ser aplicada na Educação 
 
o O que faz o F.P.? Ele vai lá e DESVIA a verba EM PROVEITO 
PRÓPRIO (PRA ELE) ou em PROVEITO ALHEIO. 
 
o Existe também no Direito Administrativo, Atos DISCRICIONÁRIOS, 
são atos que o Administrador TEM uma CERTA possibilidade de 
ESCOLHA de DESTINAÇÃO daquele ATO. Nesse caso, NÃO SE 
CONFIGURA PECULATO DESVIO. 
 
Portanto havendo DISCRICIONARIEDADE não há de se falar em 
Peculato Desvio. 
 
E nesse caso, de DISCRICIONARIEDADE, o Funcionário 
Público se APROPRIAR do BEM, daí configura PECULATO 
APROPRIAÇÃO. 
 
o E se a verba for DESVIADA para a PRÓRPIA ADMINISTRAÇÃO, 
para uma outra área, que não a prevista na lei orçamentária? É 
CRIME – NÃO DE PECULATO DESVIO – MAS CRIME de 
EMPREGO IRREGULAR DE VERBAS OU RENDAS 
PÚBLICAS – Art. 315 – Pena: Detenção, de 1 a 3 meses, 
ou multa. 
 
 
 Peculato FURTO – SUBTRAÇÃO, Art. 312 § 1º 
o §1º aplica-se a MESMA PENA, se o F.P. embora não tendo posse, 
da coisa móvel, ele SUBTRAI (mas não é qualquer subtração) – 
a subtração TEM eu ser COMETIDA VALENDO-SE DA 
QUALIDADE DE F.P. exemplo: um F.P. tem facilidade de entrar

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