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14 crimes contra a fÉ pÚblica

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CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA
*Artigos 289 a 311
■ Introdução: FÉ PÚBLICA é a confiança que a sociedade deposita na veracidade dos documentos. O sujeito necessita acreditar na veracidade ou na genuinidade de certos atos, documentos, sinais e símbolos empregados na multiplicidade das relações diárias, nas quais intervém. Daí a aceitação geral de todo documento, até prova em contrário, são autênticos. 
 
■ Crimes de falso: 3 requisitos: dolo; imitação da verdade; dano potencial. 
 – Dolo: Os crimes contra a fé pública são dolosos. Não existe crime de falso culposo.
 
– Imitação da verdade: Pode ser realizada por duas formas:
a) alteração da verdade: muda-se o verdadeiro, altera-se o conteúdo do documento ou moeda verdadeiros; 
b) imitação da verdade: cria-se documento doc. falso.
 **O falso pode se dar pelos seguintes meios: 
a) contrafação: ou fabricação, consiste em criar materialmente uma coisa semelhante à verdadeira; 
b) alteração: é a transformação da coisa verdadeira, de forma a representar algo diverso da situação original; 
c) supressão: equivale a destruir ou ocultar a coisa ou objeto, para que a verdade não apareça;
d) simulação: é a falsidade ideológica, relativa ao conteúdo do documento, pois seu aspecto exterior ou formal permanece autêntico; 
e) uso: é a utilização da coisa falsificada.
– Dano potencial: O prejuízo não precisa ser efetivo. Basta a potencialidade da sua ocorrência. Não precisão ser patrimonial.
A falsificação grosseira, passível de reconhecimento a olho nu, não caracteriza o falso, pois não representa perigo à fé pública. 
 
■ Espécies de falsidade: 
São 3: material, ideológica e pessoal. 
 Falsidade material: se dá pela contrafação, alteração ou supressão. 
Falsidade ideológica: o documento é materialmente verdadeiro, mas seu conteúdo é falso. O doc. originariamente é verdadeiro, genuíno, mas não existe veracidade intelectual do conteúdo. 
Falsidade pessoal: é a que se relaciona não à pessoa física, mas à sua qualificação (idade, filiação, nacionalidade, profissão etc.).
MOEDA FALSA
Art. 289 - Falsificar, fabricando-a ou alterando-a, moeda metálica ou papel-moeda de curso legal no país ou no estrangeiro:
Pena - reclusão, de três a doze anos, e multa.
§ 1º - Nas mesmas penas incorre quem, por conta própria ou alheia, importa ou exporta, adquire, vende, troca, cede, empresta, guarda ou introduz na circulação moeda falsa.
§ 2º - Quem, tendo recebido de boa-fé, como verdadeira, moeda falsa ou alterada, a restitui à circulação, depois de conhecer a falsidade, é punido com detenção, de seis meses a dois anos, e multa.
§ 3º - É punido com reclusão, de três a quinze anos, e multa, o funcionário público ou diretor, gerente, ou fiscal de banco de emissão que fabrica, emite ou autoriza a fabricação ou emissão:
I - de moeda com título ou peso inferior ao determinado em lei;
II - de papel-moeda em quantidade superior à autorizada.
§ 4º - Nas mesmas penas incorre quem desvia e faz circular moeda, cuja circulação não estava ainda autorizada.
Ação penal: pública incondicionada. Competência: Justiça Federal.
 
■ Objeto jurídico: Tutela-se a fé pública, relativamente à confiabilidade do sistema de emissão e circulação da moeda.
■ Objeto material: É a moeda metálica ou o papel-moeda de curso legal no País ou no estrangeiro.
A recusa de moeda de curso legal configura a contravenção penal prevista no art. 43 do Decreto-lei 3.688/1941 – Lei das Contravenções Penais.
 
– Princípio da insignificância: O princípio da insignificância – causa supralegal de exclusão da tipicidade – não é admitido na seara dos crimes contra a fé pública, aí se incluindo a moeda falsa, ainda que a contrafação ou alteração recaia sobre moedas metálicas ou papéis-moedas de ínfimo valor.
 
■ Núcleo do tipo: É “falsificar”, no sentido de imitar, reproduzir ou modificar moeda de curso obrigatório no País ou no estrangeiro. A falsificação pode se dar mediante fabricação ou alteração. 
– Falsificação grosseira: A moeda falsa, assim como os demais crimes contra a fé pública, tem como requisitos a imitação da verdade e o dano potencial. 
■ Consumação: O crime é formal, de consumação antecipada ou de resultado cortado: consuma-se com a falsificação da moeda metálica ou papel-moeda, mediante fabricação ou alteração, desde que idônea a enganar as pessoas em geral. É irrelevante se o objeto vem a ser colocado em circulação, bem como se alguém suporta efetivo prejuízo. 
 
■ Tentativa: É cabível. Vale lembrar que a simples posse ou guarda de instrumento ou qualquer objeto especialmente destinado à fabricação de moeda enseja o reconhecimento do crime de petrechos para falsificação de moeda, tipificado no art. 291 do CP.
 
■ Figura equiparada (art. 289, § 1º): incrimina conduta posteriores à falsificação da moeda, razão pela qual o autor do crime antecedente não pode figurar como sujeito ativo do delito. 
 
■ Figura privilegiada (art. 289, § 2º): O fundamento do tratamento penal mais brando repousa no princípio da proporcionalidade e no móvel do agente: sua finalidade não é lesar a fé pública, mas simplesmente evitar prejuízo econômico, transferindo-o a outra pessoa. 
Petrechos para falsificação de moeda
Art. 291. Fabricar, adquirir, fornecer, a título oneroso ou gratuito, possuir ou guardar maquinismo, aparelho, instrumento ou qualquer objeto especialmente destinado à falsificação de moeda:
Pena – reclusão, de dois a seis anos, e multa.
 
■ Objeto jurídico: Tutela-se é a fé pública, no tocante à confiabilidade do sistema de emissão da moeda.
 
■ Objeto material: É o maquinismo, aparelho, instrumento ou qualquer outro objeto especialmente destinado à falsificação de moeda. 
 
■ Consumação: O crime é formal, de consumação antecipada ou de resultado cortado: consuma-se com a fabricação, aquisição, fornecimento, posse ou guarda dos objetos destinados à falsificação de moeda, independentemente da sua efetiva utilização pelo agente. 
 
DA FALSIDADE DOCUMENTAL
Falsificação de documento público
Art. 297 - Falsificar, no todo ou em parte, documento público, ou alterar documento público verdadeiro:
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.
§ 1º - Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena de sexta parte.
§ 2º - Para os efeitos penais, equiparam-se a documento público o emanado de entidade paraestatal, o título ao portador ou transmissível por endosso, as ações de sociedade comercial, os livros mercantis e o testamento particular.
§ 3 o Nas mesmas penas incorre quem insere ou faz inserir:
I - na folha de pagamento ou em documento de informações que seja destinado a fazer prova perante a previdência social, pessoa que não possua a qualidade de segurado obrigatório; 
II - na Carteira de Trabalho e Previdência Social do empregado ou em documento que deva produzir efeito perante a previdência social, declaração falsa ou diversa da que deveria ter sido escrita; 
III - em documento contábil ou em qualquer outro documento relacionado com as obrigações da empresa perante a previdência social, declaração falsa ou diversa da que deveria ter constado. 
§ 4 o Nas mesmas penas incorre quem omite, nos documentos mencionados no § 3 o , nome do segurado e seus dados pessoais, a remuneração, a vigência do contrato de trabalho ou de prestação de serviços. 
■ Introdução: O legislador brasileiro acompanhou a tendência mundial, e criou dois crimes distintos, estabelecendo pena mais grave para a falsificação de documento público (reclusão, de dois a seis anos, e multa) do que para a falsificação de documento particular (reclusão, de um a cinco anos, e multa).
 
■ Objeto jurídico: É a fé pública, relativamente à confiança depositada nos documentos públicos.
■ Objeto material: É o documento público falsificado, no todo ou em parte, ou o documento público verdadeiro alterado. 
 
– Definição jurídico-penal de documento: No âmbito penal, é o escrito elaborado por pessoa determinada e representativo de uma declaração de vontade ou da existência de fato, direito ou obrigação,dotado de relevância jurídica e com eficácia probatória. Possui as seguintes características:
 
a) Forma escrita: 
Documento é a palavra escrita. Assim, estão excluídas as fotografias isoladas, pinturas e desenhos, uma vez que não apresentam escrito algum, sem prejuízo da configuração de crime de outra natureza, a exemplo do dano (art. 163 do CP), do furto (art. 155 do CP) e da fraude processual (art. 347 do CP) etc. 
O escrito deve ser lançado em coisa móvel, suscetível de ser transportado e transmitido. Não é doc. palavras inscritas em paredes, muros, estátuas, árvores, rochas, veículos etc, pois não podem ser transmitidos para as mãos de outras pessoas. 
A fotocópia sem autenticação não tem eficácia probatória, motivo pelo qual não pode ser classificada como documento. Contudo, se for autenticada pelo oficial público ou conferida em cartório, será considerada documento (art. 232, parágrafo único, do CP. 
b) Elaborado por pessoa determinada – O autor do escrito há de ser identificado. O escrito anônimo (exemplo: carta apócrifa) não é documento.
 
c) Conteúdo revestido de relevância jurídica e eficácia probatória: Não existe documento sem conteúdo. A simples assinatura aposta a papel em branco não é documento, pois este deve conter uma manifestação do pensamento. Não é doc. o escrito ininteligível ou sem sentido também.
O conteúdo há de apresentar relevância jurídica e eficácia probatória
 – Documento público: É aquele criado pelo funcionário público, em razão de sua função. Os documentos públicos dividem-se em duas espécies:
Documentos formal e substancialmente públicos: São os documentos criados por funcionários públicos, no desempenho de suas atribuições legais: Ex. atos do Poder Executivo, Legislativo, Judiciário e do Ministério Público, etc.
Documentos formalmente públicos e substancialmente privados: São os documentos elaborados por funcionários públicos, no desempenho de suas atribuições legais, mas com conteúdo de natureza privada. 
Ex: escritura pública de compra e venda de bem particular, reconhecimento de firma pelo tabelião em escritura particular etc. A cópia autenticada de documento particular extraída pelo tabelião não se transforma em documento público. 
– Documentos públicos por equiparação (art. 297, § 2º): São documentos particulares equiparados aos públicos:
a) Documento emanado de entidade paraestatal: Entidades paraestatais, integrantes do terceiro setor. São as pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, que atuam ao lado e em colaboração com o Estado. São seus exemplos o Sesc, o Senai e o Sesi, bem como as entidades de apoio e as organizações não governamentais (ONGs).
b) Título ao portador ou transmissível por endosso: Ex. o cheque, duplicata, nota promissória e a letra de câmbio.
c) Ações de sociedade comercial: 
d) Livros mercantis: Livros mercantis são os destinados a registrar as atividades empresariais. Podem ser obrigatórios ou facultativos.
e) Testamento particular
 
 ■ Núcleos do tipo: O tipo penal contempla duas condutas distintas: 
1ª conduta: “falsificar” no sentido de fabricar um documento público até então inexistente. Também é chamada de contrafação. 
2ª conduta: alterar documento verdadeiro: O verbo “alterar” um documento público verdadeiro já existente, mediante a substituição do seu conteúdo.
– Diferença entre alteração e falsificação parcial do documento: Na alteração, existe um documento verdadeiro, cujo conteúdo é modificado pela conduta criminosa. Na falsificação parcial o documento nasce como obra do falsário, isto é, o documento verdadeiro jamais existiu. 
 
– Falsificação e supressão de documento – distinção: A conduta que se limita a cancelar ou rasurar palavras, frases ou números de um documento, sem implicar inserção de novos dados ou modificação do seu conteúdo, caracteriza o crime de supressão de documento (art. 305 do CP).
 
■ Sujeito ativo: Pode ser qualquer pessoa. Um particular pode ser responsabilizado pelo delito tipificado no art. 297 do CP. Se o agente é funcionário público e comete o crime prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena de sexta parte, a teor da regra inserida no § 1º do art. 297 do CP. 
■ Sujeito passivo: É o Estado e, mediatamente, a pessoa física ou jurídica prejudicada pela conduta criminosa.
 
■ Elemento subjetivo: É o dolo, independentemente de qualquer finalidade específica. Não se admite a modalidade culposa.
■ Consumação: Cuida-se de crime formal: consuma-se com a falsificação, prescindindo-se do seu uso posterior, bem como da obtenção de qualquer vantagem ou da causação de efetivo prejuízo a alguém. 
■ Tentativa: É possível.
 
■ Ação penal: É pública incondicionada, em todas as modalidades do delito.
 
– Falsificação de CNH: O crime de falsificação de Carteira Nacional de Habilitação (CNH) é de competência da Justiça Estadual, haja vista que sua emissão é incumbência da autoridade estadual de trânsito, nos termos do art. 22, inc. II, da Lei 9.503/1997 – Código de Trânsito Brasileiro. 
 – Falsidade ideológica (art. 297, § 3º): O § 3º foi acrescentado pela Lei 9.983/2000, relativa aos crimes contra a Previdência Social, com a finalidade de substituir os delitos anteriormente previstos no art. 95, g, h e i, da Lei 8.212/1991. O legislador ampliou o rol dos documentos públicos por equiparação, constante do § 2º do art. 297. No momento da sua formação, o documento é verdadeiro, mas seu conteúdo, a ideia nele contida é falsa. Percebe-se, portanto, uma falha grotesca efetuada pela Lei 9.983/2000, qual seja disciplinou uma modalidade de falsidade ideológica em dispositivo atinente à falsidade material. Este crime, portanto, deveria ter sido alocado no at. 299 do Código Penal. 
■ Falsificação de documento público e estelionato: Discute-se o enquadramento típico da conduta do sujeito que falsifica um documento público e, posteriormente, dele se vale para enganar alguém, obtendo vantagem ilícita em prejuízo alheio. Em tese, há dois crimes: estelionato (art. 171, caput, do CP) e falsificação de documento público (art. 297 do CP). Na prática há quatro posições sobre a responsabilidade penal do agente:
 
1ª posição: A falsidade documental absorve o estelionato – O falso é crime formal, pois se consuma com a falsificação do documento, independentemente de qualquer resultado posterior. 
2ª posição: Há concurso material de crimes – Os crimes devem ser impostos cumulativamente, em concurso material (art. 69 do CP). Em razão de ofenderem bens jurídicos diversos, afasta-se o fenômeno da absorção. 
3ª posição: Há concurso formal de crimes – Acolhem-se os mesmos fundamentos da posição anterior, relativamente à autonomia dos crimes de estelionato e falsidade documental, mas sustentasse que a conduta seria uma só, ainda que desdobrada em diversos atos. 
4ª posição: estelionato absorve a falsificação de documento público – Esta é a posição atualmente dominante, em razão de ter sido adotada pela Súmula 17, do STJ.
Substituição de fotografia: Sendo a alteração de documento público verdadeiro uma das duas condutas típicas do crime de falsificação de documento público (artigo 297 do Código Penal), a substituição da fotografia em documento de identidade dessa natureza caracteriza a alteração dele, que não se cinge apenas ao seu ter escrito, mas que alcança essa modalidade de modificação que, indiscutivelmente, compromete a materialidade e a individualização desse documento verdadeiro, até porque a fotografia constitui parte juridicamente relevante dele” (STF: HC 75.690/SP, rel. Min. Moreira Alves, 1ª Turma, j. 10.03.1998).
Falsificação de documento particular
Art. 298. Falsificar, no todo ou em parte, documento particular ou alterar documento particular verdadeiro:
Pena – reclusão, de um a cinco anos, e multa.
Falsificação de cartão
Parágrafo único. Para fins do disposto no caput, equipara-se a documento particular o cartão de crédito ou débito.
■ Objeto jurídico: Tutela-se é a fé pública, no tocante à confiança depositada nos documentos particulares, os quais se revestem de presunção relativa(iuris tantum) de veracidade. 
■ Objeto material: É o documento particular falsificado, no todo ou em parte, bem como o documento particular verdadeiro alterado. 
O conceito de documento particular deve ser obtido pelo critério da exclusão. Assim, documento particular é o que não é público. 
 ■ Sujeito ativo: Pode ser qualquer pessoa (crime comum ou geral).
■ Sujeito passivo: É o Estado e, mediatamente, a pessoa física ou jurídica prejudicada pela conduta criminosa.
 
■ Elemento subjetivo: É o dolo, independentemente de qualquer finalidade específica. Não se admite a modalidade culposa.
■ Equiparação de cartão de crédito e débito (art. 298, parágrafo único): Incluído pela Lei 12.737/2012,20 conhecida como Lei Carolina Dieckmann.
■ Consumação: Trata-se de crime formal, consuma-se independentemente do efetivo uso do documento falso, da obtenção de vantagem ou da causação de prejuízo a alguém.
 
■ Tentativa: É cabível.
■ Ação penal: É pública incondicionada.
 
■ Crime contra a ordem tributária: O art. 1º, incs. III e IV, da Lei 8.137/1990 disciplina crime específico (princípio da especialidade), atinente à falsificação de documento particular voltado à sonegação fiscal.
Falsidade ideológica
Art. 299 - Omitir, em documento público ou particular, declaração que dele devia constar, ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, com o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante:
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documento é público, e reclusão de um a três anos, e multa, de quinhentos mil réis a cinco contos de réis, se o documento é particular.
Parágrafo único - Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do cargo, ou se a falsificação ou alteração é de assentamento de registro civil, aumenta-se a pena de sexta parte
O documento é formalmente verdadeiro, mas seu conteúdo, a ideia nele lançada, é divergente da realidade. Não há contrafação ou alteração de qualquer espécie.
 O sujeito tem autorização para criar o documento, mas falsifica seu conteúdo. É o falso ideal, falso moral ou falso intelectual. 
O ponto central da falsidade ideológica consiste no conteúdo falso lançado pela pessoa legitimada para a elaboração do documento. Logo, se vem a ser adulterada a assinatura do responsável pela emissão do documento, ou então efetuada assinatura falsa, ou finalmente rasurado ou modificado de qualquer modo seu conteúdo, estará caracterizada a falsidade material.
 Ex.:
- inserir falso pagamento de imposto em doc. verdadeiro
- trocar provas em concurso público
- falsa certidão de despejo
- falsa declaração de parentesco para obter imóvel no Sistema Habitacional
 
■ Objeto jurídico: Tutela-se a fé pública, em relação à veracidade do conteúdo dos documentos em geral.
■ Objeto material: É o documento público ou particular. Quanto ao conceito de documento público e de documento particular, remetemos o leitor aos comentários lançados nos artigos 297 e 298 deste Código.
■ Núcleos do tipo: O caput do art. 299 contempla duas condutas distintas. Vejamos cada uma delas.
 
– 1ª conduta – Omitir declaração que dele devia constar, com o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante: 
 
– 2ª conduta –inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita. Nesse caso, a falsidade ideológica divide-se em imediata (ou direta) e mediata (ou indireta).
 
– Falsidade ideológica imediata ou direta: é aquela em que o sujeito, por conta própria, insere no documento a declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita. 
 
– Falsidade ideológica mediata ou indireta: é aquela em que o agente se vale de um terceiro para fazer inserir no documento a declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita. 
– A problemática relacionada ao preenchimento do papel assinado em branco: Na hipótese em que um papel assinado em branco é preenchido por outra pessoa, contra a vontade do signatário: três situações podem ocorrer:
 
a) Se o papel assinado em branco chegou às mãos do sujeito de forma legítima, e este, possuindo autorização para fazê-lo, o preencheu de maneira diversa da convencionada com o signatário, estará configurado o crime de falsidade ideológica. 
b) O papel assinado em branco foi obtido de forma ilícita (exemplos: furto, apropriação indébita etc.), e o agente o preencheu sem autorização para tanto. Cuida-se de falsificação de documento (público ou particular), em decorrência da contrafação (fabricação).
c) O papel assinado em branco entrou licitamente na posse do agente, mas posteriormente o signatário revogou a autorização para seu preenchimento, ou então cessou por qualquer motivo a obrigação ou faculdade de preenchê-lo. Se o agente recebeu o documento do signatário para preenchê-lo falsamente, mas o completou em consonância com a verdade, não há crime de falsidade, material ou ideológica. O sujeito não cometeu abuso. Ao contrário, evitou que um abuso fosse praticado. 
	
Vale lembrar que o papel assinado em branco não é documento para fins penais, em face da ausência de conteúdo. 
■ Sujeito ativo: Pode ser qualquer pessoa (crime comum ou geral). Entretanto, se o agente é funcionário público e pratica o crime prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena de sexta parte, nos termos do parágrafo único. 
■ Sujeito passivo: É o Estado e, mediatamente, a pessoa física ou jurídica prejudicada pela conduta criminosa.
 
■ Elemento subjetivo: É o dolo, acrescido de um especial fim de agir (elemento subjetivo específico), representado pela expressão “com o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante”. 
– Declaração falsa e finalidade de suprimir ou reduzir tributo – A questão inerente aos crimes contra a ordem tributária (Lei n. 8.137/1990).
 
■ Consumação: Trata-se de crime formal.
■ Tentativa: Na modalidade omissiva não se admite o conatus. Nas modalidades comissivas a tentativa é cabível, em face do caráter plurissubsistente do delito, comportando o fracionamento do iter criminis.
 
■ Ação penal: É pública incondicionada.
Falsidade de atestado médico
Art. 302. Dar o médico, no exercício da sua profissão, atestado falso:
Pena – detenção, de um mês a um ano.
Parágrafo único. Se o crime é cometido com o fim de lucro, aplica-se também multa
■ Objeto jurídico: Tutela-se a fé pública, relativamente à confiança depositada pela população nos atestados médicos.
■ Objeto material: É o atestado médico falso.
 
■ Núcleo do tipo: É “dar”, no sentido de fornecer, entregar, produzir documento em que se atesta fato médico relevante e não correspondente com a realidade, inclusive tipifica nesta conduta o falso atestado de óbito.
 – Atestado médico falso destinado à prática de outro crime: Se o atestado falso for utilizado como meio de execução de outro crime (ex: estelionato, levantamento indevido de PIS e FGTS), e o médico conhecer esta circunstância, será ele responsabilizado na condição de partícipe somente pelo crime mais grave, o qual absorve o delito contido no art. 302 do CP (princípio da consunção).
 
■ Sujeito ativo: O crime é próprio ou especial, pois somente pode ser cometido pelo médico. Admite-se o concurso de pessoas (coautoria e participação). 
Excluem-se os dentistas, psicólogos e fisioterapeutas, entre outros. E, nesse ponto, o legislador criou uma situação contraditória, pois o fornecimento de atestados falsos por tais profissionais configura o delito de falsidade ideológica (art. 299 do CP), cuja pena é sensivelmente mais grave. 
O agente deve dar o falso atestado “no exercício da sua profissão”. O beneficiário do atestado médico falso que o utiliza, ciente da sua origem, comete o crime de uso de documento falso (art. 304 do CP).
 
– Falsidade de atestado médico e atestado ideologicamente falso: Se o médico o fez na posição de funcionário público o crime será do art. 301, CP.
 
■ Sujeito passivo: É o Estado e, mediatamente, a pessoa físicaou jurídica prejudicada pela emissão do falso atestado médico.
 
■ Elemento subjetivo: dolo.
 
■ Consumação: Cuida-se de crime formal. Consuma-se no momento em que o médico entrega o falso atestado, independentemente da sua utilização posterior pelo solicitante.
■ Tentativa: É possível.
■ Ação penal: É pública incondicionada.
 
Uso de documento falso
Art. 304. Fazer uso de qualquer dos papéis falsificados ou alterados, a que se referem os arts. 297 a 302:
Pena – a cominada à falsificação ou à alteração.
■ Introdução: É o chamado crime remetido, uma vez que sua conduta típica se remete aos arts. 297 a 302 do Código Penal. É também delito acessório, pois não tem existência autônoma, reclamando a prática de crime anterior.
 
■ Objeto jurídico: Tutela-se a fé pública, relativamente à proibição do emprego de documentos falsificados ou alterados.
 
■ Núcleo do tipo: É “fazer uso”. É imprescindível a efetiva utilização do documento para o fim a que se destina, judicial ou extrajudicialmente, não bastando seu porte ou a simples posse, pois a lei não contempla os verbos “portar” e “possuir”.
Não haverá o crime se o doc. falso for encontrado no poder de alguém, pois nesse caso inexiste uso efetivo. É fundamental a saída do documento falso da esfera pessoal do agente, iniciando com outra pessoa uma relação capaz de produzir efeitos jurídicos. 
Assim, se a autoridade encontra em revista ou obriga a pessoa a apresentar os documentos, não haverá o crime de uso. Mas se a pessoa voluntariamente ou a pedido (não exigência) apresenta o doc. falso, haverá o crime de uso. 
 
– Permissão para Dirigir e Carteira Nacional de Habilitação: Se o documento falso consistir na CNH e o agente encontrar-se na condução de veículo automotor, estará caracterizado o crime definido no art. 304 do Código Penal, em face da regra contida no art. 159, § 1º, da Lei 9.503/1997 – Código de Trânsito Brasileiro: “É obrigatório o porte da Permissão para Dirigir ou da Carteira Nacional de Habilitação quando o condutor estiver à direção do veículo”. Destarte, enquanto alguém conduz veículo automotor, está na verdade usando a Permissão para Dirigir ou a Carteira Nacional de Habilitação, e não simplesmente portando tais documentos.
– Confronto entre uso de documento falso e exercício da autodefesa: O princípio da ampla defesa, consagrado como cláusula pétrea no art. 5º, LV, da CF, no âmbito penal compreende a defesa técnica. O exercício da autodefesa vai a ponto de permitir o uso de documentos falsos? Para o STF, a autodefesa não é ilimitada, pois a ninguém é assegurado o direito de se valer de meios ilícitos para a salvaguarda de interesses pessoais. O STJ, entretanto, já decidiu de modo diverso.
– Falsificação ou alteração do documento e uso pela mesma pessoa – conflito aparente de normas penais e solução: O uso do documento falso desponta como post factum impunível, pois a falsidade documental já traz em seu bojo o dano potencial que o uso busca tornar efetivo. 
■ Sujeito ativo: Pode ser qualquer pessoa,
 
■ Sujeito passivo: É o Estado e, mediatamente, a pessoa física ou jurídica prejudicada pela conduta criminosa.
 
■ Elemento subjetivo: É o dolo, direto ou eventual. 
 
■ Consumação: Trata-se de crime formal.
 
■ Tentativa: é possível. Há quem entenda, todavia, a incompatibilidade da tentativa no crime de uso de documento falso. Destaca-se a opinião de Nélson Hungria, para quem “qualquer começo de uso já é uso”.
 
■ Ação penal: É pública incondicionada.
Supressão de documento
Art. 305. Destruir, suprimir ou ocultar, em benefício próprio ou de outrem, ou em prejuízo alheio, documento público ou particular verdadeiro, de que não podia dispor:
Pena – reclusão, de dois a seis anos, e multa, se o documento é público, e reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documento é particular.
■ Objeto material: É o documento público ou particular verdadeiro, de que o agente não podia dispor. 
 
■ Núcleos do tipo: O tipo penal contempla três núcleos: “destruir”, “suprimir” e “ocultar”. Destruir é eliminar, extinguir; suprimir significa fazer desaparecer o documento, sem destruí-lo ou ocultá-lo; e ocultar, por sua vez, significa esconder o documento, de modo a não ser encontrado.
 
■ Sujeito ativo: Pode ser qualquer pessoa, inclusive o titular do documento, se deste não podia dispor.
■ Sujeito passivo: É o Estado e, mediatamente, a pessoa física ou jurídica prejudicada pela conduta criminosa.
 
■ Elemento subjetivo: É o dolo e específico, representado pelas expressões “em benefício próprio ou de outrem”. O exame do dolo é imprescindível para a distinção entre os delitos de furto, dano e supressão de documento. 
 
■ Consumação: Crime formal. Consuma-se com a destruição, supressão ou ocultação do documento público ou particular, de que o sujeito não podia dispor, independentemente da efetiva obtenção de benefício.
■ Tentativa: É possível.
■ Ação penal: É pública incondicionada.
Falsa identidade
Art. 307. Atribuir-se ou atribuir a terceiro falsa identidade para obter vantagem, em proveito próprio ou alheio, ou para causar dano a outrem:
Pena – detenção, de três meses a um ano, ou multa, se o fato não constitui elemento de crime mais grave
■ Introdução: A falsa identidade é modalidade da “falsidade pessoal”, pois recai não sobre a pessoa física, e sim em sua identidade civil.
 
■ Objeto jurídico: Tutela-se a fé pública, no tocante à credibilidade depositada pela sociedade na identificação das pessoas em geral.
■ Objeto material: É a identidade, compreendida como o conjunto de características próprias de determinada pessoa, capazes de identificá-la e individualizá-la em sociedade, tais como o nome, a filiação, a idade, o estado civil, o sexo e profissão.
 
■ Núcleo do tipo: É “atribuir”, no sentido de imputar a si próprio ou a terceiro falsa identidade. Hipóteses:
a) O agente atribui a si próprio ou a terceiro a identidade de outra pessoa, efetivamente existente. É a substituição de pessoas; 
b) O agente atribui a si próprio ou a terceiro identidade inexistente, fictícia, imaginária, como no caso daquele que se identifica como o protagonista de uma novela. 
Ex: o agente preenche um formulário se passando por terceira pessoa; por gestos (durante a missa, o padre pergunta quem foi a pessoa responsável por vultosa doação a moradores de rua, e alguém falsamente levanta a mão para ganhar prestígio na sociedade) etc.
– A questão inerente ao silêncio daquele a quem foi atribuída falsa identidade: O núcleo do tipo é “atribuir”, indicativo da atuação positiva (comissiva) do agente. Entende-se que não se caracteriza o crime quando alguém silencia ou deixa de negar a falsa identidade a ele atribuída por terceiro.
 
– Falsa identidade e uso de documento falso – distinção: 
a) um está no título de “Crimes contra a fé pública”, outro no Capítulo “Da falsidade documental.
b) O crime em comento consiste na simples atribuição de falsa identidade, sem a utilização de documento falso. 
Assim, se houver o emprego de documento falsificado ou alterado, estará configurado o crime tipificado no art. 304 do CP, afastando-se o delito de falsa identidade, em razão da sua subsidiariedade expressa.
 
■ Sujeito ativo: Pode ser qualquer pessoa (crime comum ou geral).
■ Sujeito passivo: É o Estado e, mediatamente, a pessoa física ou jurídica prejudicada pela conduta criminosa.
 
■ Elemento subjetivo: É o dolo, acrescido de um especial fim de agir (elemento subjetivo específico), representado pela expressão “para obter vantagem, em proveito próprio ou alheio, ou para causar dano a outrem”. 
– Falsa identidade e estelionato: O primeiro é crime subsidiário, que fica afastado pelo delito patrimonial.
 – Cotejo entre falsa identidade e exercício da autodefesa: Para o STF, a autodefesa não vai a ponto de deixar impune a prática de fato descrito como crime, no qual há dolo de lesar a fé pública. Assim, aplica-se o delito tipificado no art. 307 do CP à pessoa que, ao ser presa ou mesmo interrogada pela autoridade policial ou judicial, identifica-se com nome falso,com a finalidade de esconder seus maus antecedentes ou alguma medida coercitiva em seu desfavor. O STJ, contudo, tem entendimento radicalmente diverso, no sentido de ser atípico.
 
■ Consumação: é crime formal. 
■ Tentativa: É possível, nas hipóteses em que a falsa identidade se apresentar como crime plurissubsistente, comportando o fracionamento do iter criminis. Contudo, não será cabível o conatus nos casos em que a conduta se compõe de um único ato (crime unissubsistente), impossibilitando a divisão do iter criminis. 
 
■ Ação penal: É pública incondicionada.
■ Subsidiariedade expressa: A falsa identidade é crime expressamente subsidiário, pois o preceito secundário do art. 307 comina a pena de detenção, de três meses a um ano, ou multa, “se o fato não constitui elemento de crime mais grave”.
■ Simulação da qualidade de funcionário público e usurpação de função pública: A contravenção está definida no art. 45, da LCP. Se presente o especial fim de agir (elemento subjetivo específico), estará configurado o crime de falsa identidade, na forma prevista no art. 307. Entretanto, se o sujeito, além de fingir-se funcionário público, praticar indevidamente algum ato relacionado à função pública, a ele será imputado o crime de usurpação de função pública, tipificado no art. 328 do Código Penal.
 
■ Recusa de dados sobre a própria identidade ou qualificação: É uma contravenção penal (art. 68, LCP). O delito DO art. 307, CP, reclama a intenção do agente em obter vantagem, em proveito próprio ou alheio, ou de causar dano a outrem. A contravenção penal é suficiente a recusa, ou o fornecimento de dados falsos sobre a própria identidade ou qualificação, sem qualquer finalidade específica.
 
Declaração de identidade falsa perante a autoridade policial – direito à autodefesa – fato atípico: Ao declarar a falsa identidade, em hipótese em que não fica patente o propósito de obter vantagem, a conduta revela-se atípica em face do art. 307, CP. Exercício de direito constitucional de não produzir provas contra si mesmo devidamente reconhecido. 
 
Substituição de fotografia: matéria controvertida. Uma primeira posição entente que é apenas falsa identidade. Outros entendem que somente haverá crime do 307, se o agente não usar de doc. falso. 
Adulteração de sinal identificador de veículo automotor
Art. 311. Adulterar ou remarcar número de chassi ou qualquer sinal identificador de veículo automotor, de seu componente ou equipamento:
Pena – reclusão, de três a seis anos, e multa.
§ 1º Se o agente comete o crime no exercício da função pública ou em razão dela, a pena é aumentada de um terço.
§ 2º Incorre nas mesmas penas o funcionário público que contribui para o licenciamento ou registro do veículo remarcado ou adulterado, fornecendo indevidamente material ou informação oficial.
■ Objeto jurídico: Tutela-se a fé pública, no que diz respeito à proteção da propriedade e da segurança no registro de automóvel. 
■ Objeto material: É o número de chassi ou qualquer sinal identificador de veículo automotor, de seu componente ou equipamento.
 
■ Núcleos do tipo: O tipo penal contém dois núcleos, quais sejam, “adulterar” e “remarcar”. Adulterar é modificar ou alterar: mudança de alguns números ou letras do chassi; remarcar equivale a marcar novamente: retirada do número anterior do chassi e inscrição de um novo código. 
 
– Colocação de fita adesiva na placa de veículo automotor: A adulteração deve revestir-se de permanência, pois somente dessa forma é cabível reconhecer a lesão à fé pública. Se a mudança é temporária e, principalmente, facilmente perceptível por qualquer pessoa, a exemplo do que se verifica na colocação de fitas adesivas nas placas de veículos para livrar-se de multas de trânsito, do pagamento de pedágio, dos radares e da restrição de circulação em dias e horários determinados, não há falar em adulteração ou remarcação, afastando o delito ora estudado. A falsificação grosseira exclui a tipicidade do fato, constituindo autêntico crime impossível (CP, art. 17).
– Utilização de placas reservadas (ou “placas frias”): A utilização de tais placas, ainda que desvirtuada, não acarreta a configuração do crime tipificado no art. 311, CP. Com efeito, as placas são verdadeiras, e o delito somente se configura no caso de substituição de placas falsas.
 
– Confronto entre os crimes de adulteração de sinal identificador de veículo automotor e de receptação – unidade ou pluralidade de crimes: 
 
1ª) O agente é surpreendido na direção de veículo automotor apresentando número de chassi ou sinal identificador adulterado ou remarcado – Se não houver prova do seu envolvimento na adulteração ou remarcação, subsistirá unicamente sua responsabilidade pela receptação, dolosa ou culposa. 
 2ª) O agente recebe o veículo automotor ciente da sua origem criminosa e posteriormente efetua a adulteração ou remarcação do número de chassi ou de qualquer outro sinal identificador – Nesse caso, a ele serão imputados dois crimes: receptação e adulteração de sinal identificador de veículo automotor em concurso material, como corolário da ofensa a bens jurídicos distintos (patrimônio e fé pública) e da diversidade de vítimas.
 
■ Sujeito ativo: Pode ser qualquer pessoa (crime comum ou geral). 
■ Sujeito passivo: É o Estado, interessado na preservação da fé pública e, mediatamente, a pessoa física ou jurídica prejudicada pela conduta criminosa.
 
■ Elemento subjetivo: É o dolo, independentemente de qualquer finalidade específica. 
 
■ Consumação: Crime formal: consuma-se com a adulteração ou remarcação do chassi ou qualquer sinal identificador de veículo automotor.
■ Tentativa: É possível.
 
■ Ação penal: É pública incondicionada.

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