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Matéria: Direito Tributário Professor: Cadu Carrilho C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 2 de 104 www.exponencialconcursos.com.br Já falamos um pouco sobre a diferença entre contribuinte e responsável e solidariedade tributária, vamos ver nessa aula outras situações de reponsabilidade tributária previstas no CTN. SUMÁRIO 1 - Responsabilidade Tributária: introdução ........................................3 2 - Responsabilidade por Substituição .................................................5 3 - Responsabilidade por transferência ...............................................9 3.1 – Responsabilidade por Transferência aos Sucessores ............................ 9 3.2 – Responsabilidade por Transferência a Terceiros ................................ 22 3.3 – Responsabilidade Pessoal de Terceiros ............................................ 24 3.4 – Responsabilidade por Transferência por Solidariedade ....................... 26 4 - Responsabilidade por Infrações ................................................... 27 4.1 – Denúncia Espontânea ................................................................... 30 5 – Questões Comentadas ................................................................. 33 6 – Lista de Exercícios ....................................................................... 82 7 – Gabarito .................................................................................... 104 Aula – Responsabilidade solidária, responsabilidade de terceiros, responsabilidade por infrações. C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 3 de 104 www.exponencialconcursos.com.br Na última aula, entre outros assuntos, abordamos o conceito de sujeito passivo da obrigação tributária e tratamos da diferença entre contribuinte – sujeito passivo direto– e responsável – sujeito passivo indireto. Hoje, estudaremos o tema da Responsabilidade Tributária com mais detalhes. Determina o art. 128 do CTN que a lei pode atribuir de modo expresso a responsabilidade pelo crédito tributário a terceira pessoa, vinculada ao fato gerador da respectiva obrigação, excluindo a responsabilidade do contribuinte ou atribuindo-a a este em caráter supletivo do cumprimento total ou parcial da referida obrigação. Atenção para os seguintes aspectos: • Responsabilidade deve ser prevista em LEI de forma EXPRESSA, pois ninguém pode ser obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei; • O responsável deve ter algum grau de vinculação com o fato gerador. Em outras palavras, a lei não pode escolher qualquer um, de forma aleatória, para ser responsável tributário. Art. 128. Sem prejuízo do disposto neste capítulo, a lei pode atribuir de modo expresso a responsabilidade pelo crédito tributário a terceira pessoa, vinculada ao fato gerador da respectiva obrigação, excluindo a responsabilidade do contribuinte ou atribuindo-a a este em caráter supletivo do cumprimento total ou parcial da referida obrigação. Segundo a doutrina, conforme o momento em que o dever de pagar recai concretamente sobre a pessoa designada por lei como responsável, a responsabilidade tributária pode ser classificada como “por substituição” ou “por transferência”. Contribuinte = Sujeito Passivo Direto * Pesoa Física ou Jurídica que tenha relação de natureza econômica, pessoal e direta com a situação que constitua o respectivo fato gerador * Responsabilidade originária Responsável = Sujeito Passivo Indireto * NÃO tem relação de natureza econômica, pessoal e direta com o fato gerador. Obrigação decorrente de disposição expressa de lei (não é "da legislação") * Responsabilidade derivada 1 - Responsabilidade Tributária: introdução C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 4 de 104 www.exponencialconcursos.com.br A responsabilidade por substituição ocorre desde o momento em que acontece o fato gerador, recaindo, por previsão legal, sobre pessoa diferente da pessoa do contribuinte. Ou seja, o responsável por substituição ocupa o lugar do contribuinte, devendo, inclusive, cumprir obrigações acessórias. Exemplo: A lei diz que o empregador deve recolher a contribuição previdenciária dos seus empregados diretamente, ou seja, quem separa e recolhe o valor devido de IR do funcionário é o patrão como responsável por substituição, mas quem é verdadeiramente o contribuinte é o empregado. A responsabilidade por transferência surge depois da ocorrência do fato gerador, transferindo a sujeição passiva do contribuinte para o responsável pelo pagamento do tributo conforme descrito na lei. Essa responsabilidade por transferência pode acontecer em relação aos sucessores, em relação a terceiros ou por solidariedade. São tantos exemplos no próprio CTN que vamos deixar para descrever essas situações na parte específica da aula. Esquematizemos agora para facilitar a sua vida: Responsabilidade por Substituição Responsável ocupa lugar do contribuinte desde a ocorrência do fato gerador. Deve cumprir obrigações principais e acessórias. Contribuinte não chega a participar da relação tributária. Transferência Dever de pagar do responsável surge depois do fato gerador. É transferido do contribuinte ao responsável. Subdivide-se em: Aos sucessores A terceiros Por solidariedade Fato Gerador Responsabilidade por substituição Responsabilidade por transferência Linha do Tempo C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 5 de 104 www.exponencialconcursos.com.br Contudo, o CTN não apresenta a matéria do mesmo modo que a doutrina. A responsabilidade “por solidariedade” é tratada no art. 124. Já as responsabilidades “por sucessão” se encontram nos arts. 130 a 133 e “de terceiros” no art. 134 do CTN. Na responsabilidade por substituição, a sujeição passiva do responsável já se instaura desde o acontecimento do fato gerador. Ou seja, a responsabilidade ocorre de modo concomitante ao surgimento da obrigação principal, não dependendo de nenhum evento posterior ao fato gerador. Costuma ser estabelecida no interesse da Administração Tributária, seja para facilitar a fiscalização ou evitar a evasão fiscal. No CTN, quase não há hipóteses de responsabilidade por substituição, mas na vida real temos várias situações. Exemplo: ela é bastante comum no âmbitodo ICMS, subdividindo-se, em relação a esse imposto, em duas espécies, de acordo com o momento em que o tributo será RECOLHIDO. Como exemplo podemos citar também o IR retido na fonte, o qual deve ser retido e recolhido pelo empregador como responsável por substituição do contribuinte que é o empregado. Esse tipo de responsabilidade caracteriza-se, como o próprio nome diz, pela substituição do contribuinte pelo responsável. Em regra, a responsabilidade por substituição é a que acontece ao mesmo tempo em que surge o fato gerador da obrigação tributária, mas precisamos conhecer uma variação dessa realidade em relação a substituição para frente e para trás, muito utilizada em nossos dias e com previsão constitucional em relação a substituição para frente. Atente ao seguinte, a análise se será para frente ou para trás ocorre sob o ponto de vista do substituído, entenderá melhor com os exemplos. A responsabilidade por substituição pode dividida, também, em regressiva (para trás) ou progressiva (para frente). A responsabilidade por substituição REGRESSIVA, também chamada de para trás ou antecedente, acontece quando a lei determina que será responsável pelo tributo a pessoa na posição posterior da cadeia de produção ou circulação. Dá-se a substituição da pessoa que deveria ter pago o tributo no início do processo de circulação por ser o contribuinte, mas não pagou, pela pessoa mais à frente na cadeia produtiva, que será o responsável. 2 - Responsabilidade por Substituição C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 6 de 104 www.exponencialconcursos.com.br Exemplo: o desenho acima é um bom exemplo de responsabilidade por substituição regressiva ou para trás. Os produtores rurais vendem seus produtos para a fábrica e não precisam recolher imposto, apesar de serem os contribuintes, mas nesse caso, a lei estabelece que o responsável por apurar e pagar o imposto será a fábrica. Tem-se a responsabilidade por substituição, onde os produtores rurais sãos substituídos e a fábrica é a substituta. Na venda da fábrica para a loja ocorre a circulação e a fábrica recolhe o imposto, em relação a essa operação, como contribuinte normal. Alguns chamam de pagamento diferido. Apesar de parecer ruim para o fisco, podemos afirmar que não é, pois, o tributo vai ser sim recebido em momento posterior, mas é bem mais fácil receber e fiscalizar uma única pessoa (a fábrica) do que várias (produtores rurais). A responsabilidade por substituição pode ser progressiva, também chamada de para frente ou subsequente. Nesse caso, a lei estipula que o tributo devido por pessoas que estejam à frente na cadeia seja recolhido por quem estiver em posições anteriores na cadeia de produção ou circulação. A pessoa que está antes na cadeia deve recolher o tributo de suas operações próprias como contribuinte, mas também deve recolher os tributos das outras pessoas da cadeia como responsável. Também ocorre muito essa situação por facilitar a fiscalização. É a clássica substituição tributária que aprendemos em relação ao ICMS. Nada melhor que uma figura que nos permita visualizar melhor. Produtor Rural A Produtor Rural B Produtor Rural C Fábrica Responsável por recolher o imposto dos produtores rurais por SUBSTITUIÇÃO Fábrica Contribuinte do imposto na venda para loja C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 7 de 104 www.exponencialconcursos.com.br Exemplo: Nesse caso a refinaria produz o combustível e vende para várias distribuidoras, essas distribuidoras vendem para os postos de combustíveis, que vendem para os consumidores finais. A lei define que todo o imposto da cadeia deve ser pago pela refinaria. A refinaria recolhe o imposto devido por ela mesma como contribuinte e recolhe o imposto devido pelas distribuidoras como substituto tributário. Trata-se do recolhimento de um imposto por um fato gerador que ainda nem aconteceu, mas esse recolhimento antecipado é permitido pela CF e pela lei, a doutrina chama de presunção do fato gerador. SUBSTITUIÇÃO REGRESSIVA (antecedente ou para trás) O FG está lá atrás. Ocorre postergação do recolhimento do tributo (diferimento). Ex: ICMS devido pelo produtor de leite diferido para pagamento posterior pela indústria de laticínio. PROGRESSIVA (subsequente ou para frente) O FG está lá na frente. Ocorre antecipação do recolhimento do tributo cujo fato gerador ocorrerá em momento posterior. Baseia-se em fato gerador presumido, garantida a restituição caso não se realize. Ex: ICMS devido na venda de combustíveis é pago antecipadamente pela refinaria ref. aos fatos geradores futuros REFINARIA Venda para distribuidora – recolhe imposto como contribuinte Venda da distribuidora para o posto – a refinaria recolhe o imposto como responsável por substituição DISTRIBUIDOR Não precisa mais pagar o imposto, pois já foi pago pela refinaria C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 8 de 104 www.exponencialconcursos.com.br Acerca da substituição progressiva, é necessário que você conheça uma decisão do STJ: “com o pagamento antecipado não ocorre recolhimento do imposto antes da ocorrência do fato gerador. O momento da incidência do tributo fixado por lei não se confunde com a cobrança do tributo, pelo que o sistema de substituição tributária não agride o ordenamento jurídico tributário” (RMS 8773 GO/1997). Essa decisão recebeu críticas da doutrina, mas já foi cobrada em provas de concurso, por isso fique atento (a)! Resumindo: na substituição tributária para frente, não ocorre o recolhimento do tributo antes da ocorrência do fato gerador da obrigação, mas sim o pagamento antecipado. Perceba que, nas duas espécies de substituição, ocorre uma diminuição dos sujeitos passivos sob controle fiscalizatório. Ao invés de fiscalizar os produtores rurais e a fábrica, a Administração precisará verificar o cumprimento das obrigações tributárias somente por esta última. Assim, ocorre uma otimização da mão-de-obra dos fiscais de tributos na substituição para trás e fiscaliza somente a refinaria na substituição para frente. ATENÇÃO: No caso de o fato gerador presumido não ocorrer, é devida a restituição do tributo já pago, com base no art. 150, § 7º da CF. O STF já deu entendimento de que essa substituição é constitucional. Atente que o texto constitucional fala apenas sobre imposto e contribuição, de modo que se entende que taxas e contribuições de melhoria não poderiam aderir a essa técnica. Art. 150 - § 7º A lei poderá atribuir a sujeito passivo de obrigação tributária a condição de responsável pelo pagamento de imposto ou contribuição, cujo fato gerador deva ocorrer posteriormente, asseguradaa imediata e preferencial restituição da quantia paga, caso não se realize o fato gerador presumido. Portanto, que, se o fato gerador ocorrer com um valor diverso do que havia sido presumido, na CF e no CTN não há previsão de restituição. Então, não há dúvida que a restituição será feita quando o fato futuro não ocorre, mas muita dúvida foi gerada em relação à restituição quando o fato gerador do futuro acontece, mas com um valor menor do que o que foi calculado pelo substituto. Depois de muita divergência e muitos julgados sobre o assunto, o STF julgou que é “devida a restituição da diferença do ICMS pago a maior no regime de substituição tributária para frente se a base de cálculo efetiva da operação for inferior à presumida”. Assim como será devida a restituição, caso o imposto tenha sido recolhido pelo substituto maior do que o valor da operação efetivamente ocorrida, também deve ser feito o complemento caso o valor recolhido tenha sido menor do que o efetivamente praticado. C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 9 de 104 www.exponencialconcursos.com.br CUIDADO, acerca da substituição tributária de IR, o STJ posicionou-se em sentido contrário: “O Superior Tribunal de Justiça vem entendendo que cabe à fonte pagadora o recolhimento do tributo devido. Porém, a omissão da fonte pagadora não exclui a responsabilidade do contribuinte pelo pagamento do imposto, o qual fica obrigado a declarar o valor recebido em sua declaração de ajuste anual”. (REsp 704845/2008). Na responsabilidade por transferência, no momento do surgimento da obrigação, determinada pessoa figura como sujeito passivo. Contudo, em momento posterior ao fato gerador, um evento definido em lei acarreta a transferência do dever de pagar o tributo do contribuinte ao responsável (ocorre a modificação da pessoa que ocupa o polo passivo da obrigação), surgindo, assim, a figura do responsável. Assim, essa responsabilidade é posterior ao surgimento da obrigação tributária. A maioria dos casos de responsabilidade previstos no CTN se encaixa nessa espécie de responsabilidade. Vejamos as hipóteses. Essas responsabilidades estão previstas no CTN dos Artigos 129 a 135. Decorre do princípio de que a dívida tributária se transfere a quem recebeu o patrimônio relacionado. Nesse tipo de responsabilidade o fato gerador acontece e faz com que o contribuinte tenha que pagar, porém posteriormente ocorre outras situações fazendo com que o tributo devido seja repassado para outra pessoa que passa a ser o responsável pelo pagamento. Esse tipo de sucessão tributária com troca de sujeito passivo ocorre nos casos de tributos relacionados a bens e ou empreendimentos adquiridos pelo responsável. Veja como o CTN dispôs esse tema: Art. 129. O disposto nesta Seção aplica-se por igual aos créditos tributários definitivamente constituídos ou em curso de constituição à data dos atos nela referidos, e aos constituídos posteriormente aos mesmos atos, desde que relativos a obrigações tributárias surgidas até a referida data. Pelo disposto acima podemos dizer que, ainda que o tributo não tenha sido lançado e não esteja definitivamente constituído, a responsabilidade decorre de obrigações tributárias que já aconteceram, ou seja, refere-se a fato geradores passados. 3 - Responsabilidade por transferência 3.1 – Responsabilidade por Transferência aos Sucessores C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 10 de 104 www.exponencialconcursos.com.br Podemos dizer as situações específicas de responsabilidade tributária por sucessão: ocorre nos casos de transmissão de imóveis, transmissão de bens móveis, transmissão causa mortis, a sucessão que decorre de fusão, transformação e incorporação e a transmissão de fundo de comércio ou estabelecimento, seja esse estabelecimento comercial, industrial ou profissional. Conforme determina o art. 129 do CTN, em todas as hipóteses acima, o sucessor assume os débitos do sucedido relativos aos fatos geradores ocorridos antes da data do ato ou fato que determinou a sucessão – transmissão onerosa de imóvel, causa mortis, etc. Portanto, o que de fato importa é a data do surgimento da obrigação, isto é, da ocorrência do fato gerador. Não importa, para esse efeito, o momento em que o crédito tributário será constituído, isto é, quando ocorrerá o lançamento (assunto que estudaremos na próxima aula). Exemplo: é feito o lançamento do IPTU, o contribuinte recebe o carnê, mas não paga, alguns anos depois, vende o imóvel, o adquirente do imóvel passa a ser o responsável pelo pagamento desse IPTU lançado na época que ele nem era o dono, o mesmo raciocínio vale para aquisição de carro em relação ao IPVA e todos os exemplos abaixo citados. Vamos aos casos de sucessão tributária previstos no CTN: I – Adquirente de bens imóveis (sucessão imobiliária: art. 130, CTN) Vejamos primeiramente a literalidade do CTN: Art. 130. Os créditos tributários relativos a impostos cujo fato gerador seja a propriedade, o domínio útil ou a posse de bens imóveis, e bem assim os relativos a taxas pela prestação de serviços referentes a tais bens, ou a contribuições de melhoria, subrogam-se na pessoa dos respectivos adquirentes, salvo quando conste do título a prova de sua quitação. Parágrafo único. No caso de arrematação em hasta pública, a sub-rogação ocorre sobre o respectivo preço. RESPONSABILIDADE DOS SUCESSORES Transmissão de Imóveis Transmissão de bens móveis Transmissão causa mortis Sucessão resultante de fusão, transformação e incorporação Transmissão de fundo de comércio, estabelecimento comercial, industrial ou profissional C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 11 de 104 www.exponencialconcursos.com.br Os créditos tributários que envolvem bens imóveis em relação à propriedade, domínio útil ou posse desses bens passam para a pessoa que adquire o imóvel. Essa regra vale para impostos e também para as taxas de serviço e para as contribuições de melhoria que tenham recaído sobre o imóvel. Simples de entender, quem compra um imóvel adquire também as dívidas tributárias desse imóvel e ocorre a troca da pessoa que tem que pagar o tributo. Lembre-se que adquirente pode ser comprador, donatário (aquele que recebeu a doação) ou arrematante (aquele que arremata imóvel em leilão ou hasta pública). Na lei acima contemplamos duas situações de exceção, que, quando acontecerem, não haverá a sucessão da responsabilidade tributária. A primeira exceção ocorre quando o adquirente tenha título que diga que não há dívidas de tributos sobre aquele imóvel, ou seja, quando há uma certidão negativa de débitos tributários. Esclarecemos que Certidão Negativa é um documento emitido pelaFazenda Pública atestando que não existem dívidas em relação à pessoa ou ao imóvel correspondente. Como todo ato administrativo, a emissão de certidão goza de presunção de legitimidade, porém presunção relativa. Ainda que seja emitida a certidão, não há impedimento para que a Administração exija algum tributo que porventura lhe seja devido. Contudo, essa exigência não poderá recair sobre o adquirente, como responsável, em função do estabelecido no art. 130 do CTN. A outra exceção está prevista no parágrafo único do art. 130. Estabelece que, no caso de aquisição de imóvel em leilão realizado pelo Poder Público, presume-se que o valor das dívidas tributárias existentes está incluso no preço pago: “No caso de arrematação em hasta pública, a sub-rogação ocorre sobre o respectivo preço”. E por isso, quem adquire em leilão público recebe o imóvel “limpo” em relação a dívidas tributárias. Agora, vejamos um esquema para facilitar sua vida: Regra: Adquirente será responsável por impostos, taxas e contribuições de melhoria, relativos ao imóvel, cujos fatos geradores tenham ocorrido antes da transmissão Exceções: não haverá responsabilidade quando constar na escritura certidão negativa expedida pela Fazenda Pública o imóvel for adquirido em hasta pública, caso em que as dívidas recaem sobre o preço pago pelo arrematante C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 12 de 104 www.exponencialconcursos.com.br II – Sucessão dos adquirentes ou remitentes de bens móveis (art. 131, I, CTN) De acordo com a literalidade do CTN: Art. 131. São pessoalmente responsáveis: I - o adquirente ou remitente, pelos tributos relativos aos bens adquiridos ou remidos; Passam a ser pessoalmente responsáveis o adquirente ou o remitente em relação aos tributos dos bens móveis que forem adquiridos ou remidos por eles. O dispositivo não se refere especificamente a bens móveis, porém, trata de todos os bens, como no artigo anterior já falamos de bens imóveis, quer dizer que nesse contexto trataremos dos bens móveis. Em relação a responsabilidade repassada de contribuinte para responsável sobre bens móveis podemos afirmar que não há exceções como as existentes em relação aos bens imóveis (certidão negativa e arrematação em hasta pública). Fique atento(a) a isso! Quanto ao conceito de remitente, memorize apenas que se trata daquele que realiza a remiÇão, satisfazendo uma dívida que estava garantida por um bem gravado por ônus real. Trata-se de um instituto específico do direito civil, é o resgate e aquisição do bem penhorado através do cônjuge, ascendente ou descendente, do executado (pessoa que teve o seu bem penhorado), tendo prioridade sobre o arrematante. O que nos importa é a ideia de transmissão de bens: se acontecer, haverá responsabilidade tributária dos sucessores. CUIDADO! Aqui estamos nos referindo à pessoa que pratica a remiÇão (com “ç”), instituto diferente da remiSSão (com “ss”). A remiSSão, objeto de aula posterior, é o perdão concedido por lei, o qual extingue o crédito tributário. Já a remiÇão não extingue crédito tributário, apenas transfere a sujeição passiva. A diferença entre essas palavrinhas já foi cobrada pela FCC. C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 13 de 104 www.exponencialconcursos.com.br III – Sucessão causa mortis (art. 131, incisos II e III, CTN) Nas palavras do CTN: Art. 131. São pessoalmente responsáveis: II - o sucessor a qualquer título e o cônjuge meeiro, pelos tributos devidos pelo de cujus até a data da partilha ou adjudicação, limitada esta responsabilidade ao montante do quinhão do legado ou da meação; III - o espólio, pelos tributos devidos pelo de cujus até a data da abertura da sucessão. Primeiramente é preciso entender que a morte do de cujos marca a abertura da sucessão. Durante esse período, até a prolação da sentença de partilha, o conjunto de bens e direitos deixados pelo falecido é chamado de espólio. Em relação aos tributos devidos pelo de cujus que tiveram fato gerador antes da morte, passam a ser de responsabilidade do espólio, já que a lei diz que o marco temporal dessa troca de sujeição passiva é a abertura da sucessão e essa se dá pela morte. Em relação aos tributos que tiveram fato gerador durante o processo de sucessão, ou seja, que aconteceram entre a morte (abertura da sucessão) e o fim da partilha ou adjudicação, são de responsabilidade do espólio como contribuinte, mas a partir da partilha, esses tributos passam para a responsabilidade do sucessor e o cônjuge meeiro. Sendo que essa responsabilidade sucessória por causa da morte será limitada ao montante do valor recebido pelo herdeiro ou pelo cônjuge como quinhão, meação ou legado. Sucessão imobiliária • Adquirente será responsável por impostos, taxas e contribuições de melhoria, relativos ao imóvel, cujos fatos geradores tenham ocorrido antes da transmissão • Exceções: • Escritura com CND; • Imóvel adquirido em hasta pública Sucessão relativa a bens móveis • Adquirente e remitente são pessoalmente responsáveis pelos tributos relativos aos bens adquiridos ou remidos • Não há exceções C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 14 de 104 www.exponencialconcursos.com.br O espólio não possui personalidade jurídica, mas o CTN o trata como sujeito de obrigações, conferindo-lhe a condição de sujeito passivo. Ele, o espólio, será responsável tributário relativamente às dívidas tributárias deixadas pelo de cujos e contribuinte relativamente aos novos fatos geradores ocorridos após a abertura da sucessão. Após a dissolução do espólio, as dívidas tributárias que porventura remanescerem serão de responsabilidade dos herdeiros ou do meeiro. Na linha azul, imagine a situação de o contribuinte ter deixado de pagar, em vida, o IPTU relativamente ao imóvel em que residia. Nesse caso, o espólio será responsável pela quitação do tributo e, caso não realize o pagamento antes da sentença de partilha, os herdeiros adquirirão a responsabilidade pelo débito – cada um deles responderá até o limite do quinhão recebido. Na linha verde, suponha a situação de o mesmo imóvel integrar o espólio. Durante a fase judicial, isto é, até que seja prolatada a sentença de partilha, pode acontecer novo fato gerador do IPTU. Nesta situação, o espólio será considerado contribuinte e os herdeiros serão responsáveis tributários, caso o espólio não quite esta obrigação tributária. No final do art. 131, II, temos uma regra com a finalidade de evitar que a existência de débitos superiores aos bens e direitos recebidos pelo sucessor (herdeiro), pois, nesse caso, o herdeiro teria de utilizar seu próprio patrimônio para pagar débitos quenão gerou. Para melhor entendimento do sentido desta regra, vejamos alguns conceitos oriundos do direito das sucessões: Morte do de cujos = abertura da sucessão Sentença de partilha De Cujos Espólio Herdeiros FG responsável responsável FG contribuinte responsável C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 15 de 104 www.exponencialconcursos.com.br Quinhão: é uma fração do patrimônio deixado pelo de cujus. Desse modo, se o herdeiro tem direito a 1/4 de uma herança de 100 mil reais, então receberá um quinhão de 25 mil reais e só responderá por débitos tributários até esse montante. Legado: quando o de cujus havia deixado testamento, doando seus bens para pessoa determinada (legatário). Desse modo, se o legatário receber um carro no valor de 50 mil reais, somente responde por débitos até esse montante. Meação: corresponde à metade do patrimônio do casal pertencente a cada cônjuge. Existe somente quando o regime de casamento adotado apresente comunicação patrimonial. Assim, os cônjuges têm entre si uma sociedade conjugal ou matrimonial. Quando um deles vem a falecer, o outro tem direito à meação, sendo responsável pelos respectivos tributos. IV – Sucessão resultante de fusão, transformação ou incorporação (sucessão empresarial: art. 132, CTN) Este caso de responsabilidade por sucessão lembra um pouco a hipótese anterior. Aqui, contudo, quem “falece” é uma pessoa jurídica, cujo patrimônio é transferido à outra, a qual será responsável pelas dívidas tributárias da sucedida. Vejamos a redação do art. 132 do CTN: Art. 132. A pessoa jurídica de direito privado que resultar de fusão, transformação ou incorporação de outra ou em outra é responsável pelos tributos devidos até à data do ato pelas pessoas jurídicas de direito privado fusionadas, transformadas ou incorporadas. Fusão, transformação e incorporação são operações societárias estudadas mais a fundo no Direito Empresarial. A fusão caracteriza-se pela união de duas ou mais pessoas jurídicas de maneira que essas pessoas passam a formar uma nova pessoa, e as pessoas que se juntaram ficam extintas. As dívidas tributárias das sociedades que se juntaram e agora estão extintas passam para a nova pessoa jurídica surgida dessa operação. A incorporação ocorre quando uma pessoa jurídica é absorvida por outra, ou seja, a pessoa que absorvida será incorporada e deixará de existir, e a pessoa jurídica que absorve será incorporadora e assumirá como responsabilidade por sucessão os débitos tributários da incorporada. C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 16 de 104 www.exponencialconcursos.com.br A transformação é uma operação em que a pessoa jurídica, geralmente sociedade, funciona com um tipo específico e resolve se transformar em outro tipo de sociedade. Acaba que nem há mudança de pessoa e sim de natureza jurídica da sociedade, ou seja, nem deveria se falar em sucessão de responsabilidade tributária, mas, já que houve essa mudança, achou por bem o legislador ser enfático e não deixar dúvida de que há sim sucessão tributária. Vejamos o significado de cada uma das hipóteses: A responsabilidade por sucessão aplica-se também à cisão, ainda que não haja previsão expressa no CTN. O motivo da omissão foi porque a cisão está disciplinada pela Lei 6.404/1976, posteriormente ao advento do CTN. Cisão é a operação societária caracterizada pela divisão, a sociedade cindida divide-se de maneira que um “pedaço” dela pode ir para outra ou outras sociedades. Pode ser total ou parcial. Pode resultar na extinção ou não da pessoa cindida. Na divisão total que acarreta a transferência de todo patrimônio para outras sociedades ocorre a responsabilidade solidária entre essas sociedades que recebem parte do patrimônio da cindida. Na cisão parcial, em que parte do patrimônio passa para outra sociedade e parte continua com a mesma sociedade, a responsabilidade se dá apenas pelas obrigações transferidas. Esse último entendimento não é pacificado na doutrina. Fusão Pessoas jurídicas unem-se para formação de uma nova sociedade. Dívidas tributárias das sociedades fusionadas são de responsabilidade da sociedade resultante. Incorporação Uma ou mais sociedades são absorvidas por outra, já existente, responsável pelas dívidas tributárias das incorporadas. Transformação Sociedade muda de forma, passando de um tipo para outro. Ex: Ltda. transforma-se em S/A. Dívidas da transormada são de responsabilidade da sociedade resultante. C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 17 de 104 www.exponencialconcursos.com.br ATENÇÃO! De acordo com o parágrafo único do art. 132, a responsabilidade por sucessão também se aplica aos casos de extinção de Pessoas Jurídicas de Direito Privado, quando a exploração da respectiva ATIVIDADE seja CONTINUADA por qualquer sócio remanescente, ou seu espólio, sob a mesma ou outra razão social, ou sob firma individual. A situação é a seguinte: uma pessoa jurídica foi extinta, mas deixou dívidas tributárias, os sócios dessa sociedade extinta ou o espólio do sócio por meio de seus herdeiros, resolvem montar uma nova sociedade para continuar a atividade da antiga sociedade extinta com o mesmo nome empresarial, nesse caso, a sucessão empresarial fará com que essa nova sociedade responda pelos débitos tributários da extinta. Essa situação está prevista para evitar os encerramentos de sociedade fraudulentos. 132 - Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se aos casos de extinção de pessoas jurídicas de direito privado, quando a exploração da respectiva atividade seja continuada por qualquer sócio remanescente, ou seu espólio, sob a mesma ou outra razão social, ou sob firma individual. V - Adquirente de fundo de comércio, estabelecimento comercial, industrial ou profissional (art. 133, CTN) Estabelece o CTN que a Pessoa Natural ou Jurídica de Direito Privado que adquirir, por qualquer título, FUNDO DE COMÉRCIO ou ESTABELECIMENTO comercial, industrial ou profissional, e continuar a respectiva exploração, sob mesma ou outra razão social ou sob firma ou nome individual, responde pelos tributos, relativos ao fundo ou estabelecimento adquirido, devidos até à data do ato. É a sucessão empresarial em que ocorre a sucessão tributária com a responsabilidade do adquirente em caso de trespasse. Cisão Total: transferência de todo o patrimônio para outras pessoas jurídicas já existentes ou criadas em decorrência da operação. Sociedades que recebem o patrimônio têm responsabilidade solidária (dívidas da cindida podem ser cobradas de qualquer delas). Parcial: parte do patrimônio de uma PJ é subtraído para integrar o patrimônio de outra (s) existente (s) ou criada (s)em decorrência da operação. Dívidas da pessoa cindida podem ser cobradas dela mesma ou das sociedades que receberam parcelas patrimoniais. C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 18 de 104 www.exponencialconcursos.com.br Trespasse é a compra e venda ou alienação do estabelecimento empresarial previsto nos termos do Código Civil. O trespasse, previsto aqui no CTN, refere-se ao fundo de comércio ou estabelecimento comercial, industrial ou profissional. A regra tributária é a de que quem adquire o estabelecimento adquire também as dívidas tributárias, claro que, de acordo com a lei, se continuar a exploração do negócio. Essa sucessão é aquela referente aos tributos que existiam antes da transferência do estabelecimento. A sucessão em tela tem dois tipos de responsabilidade sobre o adquirente a depender do posicionamento do alienante em relação a atividade por ele exercida. É isso mesmo, a responsabilidade do ADQUIRENTE depende do que o ALIENANTE fizer após a transferência do estabelecimento. Se o alienante vender o estabelecimento e parar de exercer qualquer atividade econômica, o adquirente responde sozinho e INTEGRALMENTE pelos débitos tributários anteriores. Se o alienante prosseguir explorando atividade econômica no mesmo ramo ou em outro ramo de atividade, e esse prosseguimento ocorrer logo após ou até seis meses da alienação, o adquirente responde SUBSIDIARIAMENTE com o alienante. Art. 133. A pessoa natural ou jurídica de direito privado que adquirir de outra, por qualquer título, fundo de comércio ou estabelecimento comercial, industrial ou profissional, e continuar a respectiva exploração, sob a mesma ou outra razão social ou sob firma ou nome individual, responde pelos tributos, relativos ao fundo ou estabelecimento adquirido, devidos até à data do ato: I - integralmente, se o alienante cessar a exploração do comércio, indústria ou atividade; II - subsidiariamente com o alienante, se este prosseguir na exploração ou iniciar dentro de seis meses a contar da data da alienação, nova atividade no mesmo ou em outro ramo de comércio, indústria ou profissão. A responsabilidade do adquirente pode ser INTEGRAL se o ALIENANTE cessar a exploração do comércio, indústria ou atividade SUBSIDIÁRIA à do alienante, se o ALIENANTE prosseguir na exploração ou iniciar em 6 (SEIS) MESES após a alineação, nova atividade no MESMO ou em OUTRO ramo de comércio, indústria ou profissão C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 19 de 104 www.exponencialconcursos.com.br Perceba que a questão do prosseguimento ou retomada de atividades pelo alienante é utilizada para avaliar a manifestação de riqueza deste. Assim, quando a manifestação de riqueza for exclusiva do adquirente, ele responderá integralmente pelos referidos tributos. Já, se ambos manifestarem riqueza, o Fisco só pode redirecionar sua pretensão contra o adquirente se não obtiver êxito na cobrança realizada ao alienante. Com a diretriz de preservação da empresa, visando contribuir com a efetiva recuperação de empresas que enfrentem dificuldades, foi criado um mecanismo que afasta a responsabilidade tributária do adquirente de estabelecimento comercial em alguns casos. Há, portanto, uma determinação de que, quem adquire estabelecimento em processo judicial de falência, não responde pelos débitos tributários anteriores. Bem como a aquisição de estabelecimento de filial ou de unidade produtiva isolada em recuperação judicial. No entanto, há casos em que, mesmo sendo adquirido em falência ou recuperação, a responsabilidade será passada sim ao adquirente. Estamos falando das hipóteses em que, a pessoa jurídica em crise e que está falido ou em recuperação, pede para algum “conhecido” seu comprar esse estabelecimento, ou quando o próprio sócio da sociedade falida adquire o estabelecimento. Portanto, será sim responsável o adquirente que seja sócio da sociedade falida, da sociedade em recuperação judicial ou de sociedade controlada pelo devedor, ou caso o adquirente seja parente do falido ou em recuperação ou parente de algum sócio da sociedade em crise, ou mesmo seja agente do devedor com o fim de fraudar a sucessão tributária. 133 - § 1o O disposto no caput deste artigo não se aplica na hipótese de alienação judicial: I – em processo de falência; II – de filial ou unidade produtiva isolada, em processo de recuperação judicial. § 2o Não se aplica o disposto no § 1o deste artigo quando o adquirente for: I – sócio da sociedade falida ou em recuperação judicial, ou sociedade controlada pelo devedor falido ou em recuperação judicial; II – parente, em linha reta ou colateral até o 4o (quarto) grau, consangüíneo ou afim, do devedor falido ou em recuperação judicial ou de qualquer de seus sócios; ou III – identificado como agente do falido ou do devedor em recuperação judicial com o objetivo de fraudar a sucessão tributária. C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 20 de 104 www.exponencialconcursos.com.br § 3o Em processo da falência, o produto da alienação judicial de empresa, filial ou unidade produtiva isolada permanecerá em conta de depósito à disposição do juízo de falência pelo prazo de 1 (um) ano, contado da data de alienação, somente podendo ser utilizado para o pagamento de créditos extraconcursais ou de créditos que preferem ao tributário. (FGV/ICMS RJ/2010) Com relação ao adquirente de fundo de comércio ou estabelecimento comercial, analise as afirmativas a seguir. I. Terá responsabilidade integral se o alienante cessar a exploração da atividade. II. Terá responsabilidade subsidiária se o alienante iniciar, em até seis meses, nova atividade em outro ramo de comércio. III. Será responsável no caso de aquisição de filial mediante alienação judicial em processo de falência. Assinale: a) se somente a afirmativa I estiver correta. b) se somente a afirmativa II estiver correta. c) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas. d) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas. e) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas. Comentários: Trata-se de caso de responsabilidade por transferência por sucessão. Na FALÊNCIA e na RECUPERAÇÃO JUDICIAL o adquirente não responde pelas dívidas tributárias anteriores à aquisição do estabelecimento / fundo comercial. responsabilidade não será afastada se adquirente for sócio da sociedade falida ou em recuperação judicial ou de sociedade controlada por ela parente, em linha reta ou colateral até o 4º grau, consanguíneo ou afim, do devedor falido ou em recuperação judicial ou de qualquer de seus sócios agente do falido ou do devedor em recuperaçãojudicial com o objetivo de fraudar a sucessão tributária exceção C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 21 de 104 www.exponencialconcursos.com.br Inciso I: Conforme art. 133, I, CTN. Item II: Conforme art. 133, II, CTN. Item III: A responsabilidade tributária por sucessão é excluída na aquisição de fundo de comércio ou estabelecimento comercial em caso de falência ou recuperação judicial (CTN, art. 133, § 1º). Gabarito: C Vejamos agora uma importante jurisprudência que vem sendo explorada pelas bancas. Entende o STJ que os arts. 132 e 133 do CTN impõem ao sucessor a responsabilidade integral tanto pelos eventuais tributos devidos quanto pelas multas decorrentes, sejam elas de caráter moratório ou punitivo. Nesse sentido veja trecho de um julgado do STJ: “A responsabilidade tributária do sucessor abrange, além dos tributos devidos pelo sucedido, as multas moratórias ou punitivas, que, por representarem dívida de valor, acompanham o passivo do patrimônio adquirido pelo sucessor, desde que seu fato gerador tenha ocorrido até a data da sucessão.” (RE 923.012/2010) Súmula 554 – STJ - Na hipótese de sucessão empresarial, a responsabilidade da sucessora abrange não apenas os tributos devidos pela sucedida, mas também as multas moratórias ou punitivas referentes a fatos geradores ocorridos até a data da sucessão. Esse também é o entendimento da doutrina majoritária, a qual afirma que a sucessora empresarial é responsável tanto pelos tributos devidos, quanto pelas multas a eles relacionadas, pois, ao incorporar determinada empresa recebe todo o seu ativo e o seu passivo. No julgamento acima mencionado, o STJ cita trecho esclarecedor da doutrina: "A hipótese de sucessão empresarial (fusão, cisão, incorporação), assim como nos casos de aquisição de fundo de comércio ou estabelecimento comercial e, principalmente, nas configurações de sucessão por transformação do tipo societário (sociedade anônima transformando-se em sociedade por cotas de responsabilidade limitada, v.g.), em verdade, não encarta sucessão real, mas apenas legal. O sujeito passivo é a pessoa jurídica que continua total ou parcialmente a existir juridicamente sob outra "roupagem institucional". Portanto, a multa fiscal não se transfere, simplesmente continua a integrar o passivo da empresa que é: a) fusionada; b) incorporada; c) dividida pela cisão; d) adquirida; e) transformada.” (Sacha Calmon Navarro Coêlho, in Curso de Direito Tributário Brasileiro, Ed. Forense, 9ª ed., p. 701) C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 22 de 104 www.exponencialconcursos.com.br A responsabilidade de terceiros tem dois diferentes artigos no CTN. Esses artigos trazem a responsabilidade de pessoas que de alguma maneira não cumpriram seu dever, falhando sobre situações e patrimônios que eles tinham que estar atentos e vigilantes. No entanto, no artigo 134 essa responsabilidade é subsidiária e ocorre por uma atuação regular, enquanto o artigo 135 o terceiro responsabilizado deverá ser pessoalmente responsável por irregularidade na sua atuação. Portanto, aplica-se o regime jurídico diferente de acordo com a situação observada para a responsabilidade. Se não for possível cobrar o tributo do contribuinte, o CTN elenca as pessoas que responderão solidariamente como responsável pelos atos que intervierem ou pelas omissões, os pais, pelos tributos devidos pelos filhos; os tutores e curadores pelos tributos dos curatelados e tutelados; os administradores de bens de terceiros, em relação aos tributos devidos por esses terceiros; o inventariante, dos tributos do espólio; o síndico e o comissário, leia-se administrador judicial, pelos tributos devidos pela massa falida ou pela empresa em recuperação judicial; os tabeliães, escrivães e demais serventuários de ofício, pelos tributos devidos sobre os atos praticados por eles, ou perante eles, em razão do seu ofício; os sócios, no caso de liquidação de sociedade de pessoas. Em relação às penalidades, essa responsabilidade só abrange as de caráter moratório. Art. 134. Nos casos de impossibilidade de exigência do cumprimento da obrigação principal pelo contribuinte, respondem solidariamente com este nos atos em que intervierem ou pelas omissões de que forem responsáveis: I - os pais, pelos tributos devidos por seus filhos menores; II - os tutores e curadores, pelos tributos devidos por seus tutelados ou curatelados; III - os administradores de bens de terceiros, pelos tributos devidos por estes; IV - o inventariante, pelos tributos devidos pelo espólio; V - o síndico e o comissário, pelos tributos devidos pela massa falida ou pelo concordatário; VI - os tabeliães, escrivães e demais serventuários de ofício, pelos tributos devidos sobre os atos praticados por eles, ou perante eles, em razão do seu ofício; VII - os sócios, no caso de liquidação de sociedade de pessoas. 3.2 – Responsabilidade por Transferência a Terceiros C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 23 de 104 www.exponencialconcursos.com.br Parágrafo único. O disposto neste artigo só se aplica, em matéria de penalidades, às de caráter moratório. Os casos de responsabilidade por transferência a terceiros estão previstos no art. 134 do CTN. A redação do CTN afirma que os terceiros respondem solidariamente com o contribuinte, se cumpridos os requisitos mencionados acima. Contudo, trata-se, na verdade (conforme a doutrina), de responsabilidade SUBSIDIÁRIA, já que o próprio texto impõe uma ordem de persecução da dívida: o patrimônio do responsável só será buscado se o do contribuinte não for suficiente para a quitação da dívida e se tiver se omitido do dever genérico de cuidar dos negócios do respectivo contribuinte. Fiquem atentos aos enunciados das questões, pois podem cobrar tanto a redação literal do dispositivo como o entendimento doutrinário sobre o assunto. Vejamos os casos previstos no CTN: Responsabilidade por transferência a terceiros: requisitos Impossibilidade de exigência da dívida do contribuinte Responsável ter colaborado para o não pagamento, mediante ato ou omissão de ato que seria exigível R E S P O N S A B I L I D A D E S U B S I D I Á R I A D E T E R C E I R O S PAIS, pelos tributos devidos por seus FILHOS MENORES TUTORES e CURADORES, pelos tributos devidos por seus tutelados e curatelados ADMINISTRADORES DE BENS DE TERCEIROS, pelos tributos devidos por estes INVENTARIANTE, pelos tributos devidos pelo espólio SÍNDICO e COMISSÁRIO, pelos tributos devidos pela massa falida ou pelo concordatário TABELIÃES, ESCRIVÃES e DEMAIS SERVENTUÁRIOS de ofício, pelos tributos devidos sobre os atos praticados por eles, ou perante eles, em razão do seu ofícioOs SÓCIOS, no caso de liquidação de sociedade de pessoas C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 24 de 104 www.exponencialconcursos.com.br CUIDADO: Estabelece o CTN que o disposto acima (art. 134) só se aplica, em matéria de penalidades, às de caráter moratório. Essa regra baseia-se no fato de que as multas punitivas decorrerem de atos ilícitos e, por isso, estarão sujeitas à regra da responsabilização pessoal (art. 135). Agora veremos o que a lei chama de responsabilidade pessoal de terceiros, surge em função de atos praticados irregularmente, ou seja, com excesso de poder ou por infração de lei, de contrato ou de estatuto. Está prevista no art. 135 do CTN e é considerada um caso de responsabilidade por substituição, pois o dever de cumprir a obrigação tributária recai sobre o responsável desde a ocorrência do fato gerador. As pessoas que respondem por essa situação são as mesmas do artigo acima e mais, mandatários, prepostos e empregados, além de diretores, gerentes ou representantes das pessoas jurídicas. Art. 135. São pessoalmente responsáveis pelos créditos correspondentes a obrigações tributárias resultantes de atos praticados com excesso de poderes ou infração de lei, contrato social ou estatutos: I - as pessoas referidas no artigo anterior; II - os mandatários, prepostos e empregados; III - os diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado. Há duas súmulas do STJ referentes especificamente às situações relacionadas ao inciso III do Artigo 135 do CTN. Uma que não responsabiliza o sócio-gerente e outra que responsabiliza, vejamos abaixo. Esse tribunal entende que o simples fato de uma sociedade não pagar um tributo, não faz com que o sócio-gerente seja responsabilizado por esse pagamento. Para que esse tipo de responsabilidade alcance esse gerente, é preciso analisar o dolo ou a culpa, atentando-se, para o elemento subjetivo da conduta. Súmula 430 STJ - O inadimplemento da obrigação tributária pela sociedade não gera, por si só, a responsabilidade solidária do sócio-gerente. Em outro entendimento, o STJ se posicionou caso a empresa tenha sido dissolvida de maneira irregular e deixe de funcionar no domicílio, ou seja, fechou as portas e nada mais da atividade econômica é encontrado, e fez isso sem comunicar aos órgãos públicos, pode, aí sim, fazer recair a responsabilidade tributária sobre o sócio-gerente. 3.3 – Responsabilidade Pessoal de Terceiros C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 25 de 104 www.exponencialconcursos.com.br Súmula 435 STJ - Presume-se dissolvida irregularmente a empresa que deixar de funcionar no seu domicílio fiscal, sem comunicação aos órgãos competentes, legitimando o redirecionamento da execução fiscal para o sócio-gerente. Em se tratando de atos praticados com EXCESSO DE PODERES ou INFRAÇÃO DE LEI, CONTRATO SOCIAL OU ESTATUTOS, a regra do CTN é que as consequências do ato ilícito sejam atribuídas pessoalmente ao agente, pois a punição deve atingir direta e exclusivamente aquele que agrediu o ordenamento jurídico. Assim, fica afastada qualquer possibilidade de punição do sujeito passivo da obrigação descumprida. Em suma, conforme o CTN, o terceiro responde sozinho pelo tributo e pela multa. Contudo, ATENÇÃO: O STJ entende ser possível que a empresa também responda pela penalidade pecuniária, não se afastando o dever tributário da empresa. São pessoalmente responsáveis pelos créditos correspondentes a obrigações tributárias resultantes de atos praticados com EXCESSO DE PODERES ou INFRAÇÃO DE LEI, CONTRATO SOCIAL OU ESTATUTOS: Mandatários, prepostos ou empregados Diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado Pais, pelos tributos devidos pelos filhos menores Tutores e curadores, pelos tributos devidos pelos tutelados ou curatelados Administradores de bens de terceiros, pelos tributos devidos por estes Inventariante, pelos tributos devidos pelo espólio Síndico e comissário, pelos tributos devidos pela massa falida ou pelo concordatário Tabeliães, escrivães e demais serventuários de ofício, pelos tributos devidos sobre atos praticados por eles ou perante eles, em razão do seu ofício Sócios, no caso de liquidação de sociedade de pessoas M E S M O S DO ART. 134 C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 26 de 104 www.exponencialconcursos.com.br Nesse caso, serão responsáveis por substituição, já que terão adquirido a qualidade de responsáveis desde a ocorrência do fato gerador. Compartilhamos com vocês o quadro mnemônico do Prof. Eduardo Sabbag1: Art. 134 do CTN Art. 135 do CTN Responsabilidade subsidiária Responsabilidade pessoal Depende da insolvência do contribuinte NÃO depende da insolvência do contribuinte Responsabilidade por transferência Responsabilidade por substituição Responsável incorre em omissão, ausente o excesso de poder e a infração da lei O responsável age com excesso de poder ou infração de lei, contrato ou estatuto Na aula passada estudamos os casos de solidariedade passiva, que dão ensejo à responsabilidade por transferência. Acontece quando pessoas tenham interesse comum na situação que constitua fato gerador da obrigação principal ou quando expressamente designado em lei. Por exemplo, duas pessoas que sejam proprietárias de um mesmo imóvel são contribuintes do IPTU na proporção de sua propriedade. Contudo, a solidariedade permite que o Fisco cobre o total da dívida relativa ao tributo de qualquer uma das pessoas. Nesse caso, o valor pago referente à proporção de sua participação na propriedade é feito na qualidade de contribuinte, o restante, na qualidade de responsável. Art. 124. São solidariamente obrigadas: I - as pessoas que tenham interesse comum na situação que constitua o fato gerador da obrigação principal; II - as pessoas expressamente designadas por lei. Parágrafo único. A solidariedade referida neste artigo não comporta benefício de ordem. 1 SABBAG, Eduardo. Manual de Direito Tributário, 6ª ed., p.774. 3.4 – Responsabilidade por Transferência por Solidariedade C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 27 de 104 www.exponencialconcursos.com.br A chamada responsabilidade tributária por infrações na verdade não está relacionadaao tema da sujeição passiva indireta, mas, por uma imprecisão terminológica, foi incluída no capítulo sobre Responsabilidade Tributária do CTN. Temos dois tipos de responsabilidade por infrações, a responsabilidade objetiva e a reponsabilidade pessoal do agente. Ocorre que seria estranho se o CTN denominasse as pessoas que cometerem atos ilícitos de “contribuintes da multa”, por esse motivo, o CTN optou por impropriamente utilizar a denominação de responsável. Desse modo, a palavra “responsável”, nos arts. 135 e 136, deve ser entendida no seu sentido comum, isto é, quem realiza determinada conduta deve assumir as respectivas consequências. De acordo com o artigo 136 afirma-se que a reponsabilidade pelas infrações cometidas no que tange à legislação tributária não precisa ser analisada quanto a intenção do agente, de modo que, infringida a legislação, a responsabilidade recairá sofre o infrator, independente de intenção do agente, do responsável e da efetividade, natureza e extensão dos efeitos do ato infracional. Art. 136. Salvo disposição de lei em contrário, a responsabilidade por infrações da legislação tributária independe da intenção do agente ou do responsável e da efetividade, natureza e extensão dos efeitos do ato. Desse artigo se extrai uma famosa conclusão: a responsabilidade por infrações à legislação tributária é OBJETIVA, ou seja, é imputada a determinadas pessoas, independentemente da existência de dolo ou culpa na prática do respectivo ato. A simples ocorrência da infração tributária é suficiente para sua punição. No entanto, perceba que o CTN admite que a lei ordinária disponha de forma diversa, definindo infrações puníveis somente na modalidade subjetiva, por meio da demonstração de dolo ou culpa. Salvo disposição de lei em contrário, a responsabilidade por infrações da legislação tributária INDEPENDE da intenção do agente ou do responsável e da efetividade, natureza e extensão dos efeitos do ato. 4 - Responsabilidade por Infrações C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 28 de 104 www.exponencialconcursos.com.br Olha que interessante: há um caso em que o comerciante adquire mercadorias, essa mercadoria vem com a nota fiscal da operação, o comerciante que comprou se utiliza do crédito do ICMS pago nessa operação, digamos que depois essa nota foi considerada inidônea, ainda assim, o comprador de boa-fé, que consiga provar que a compra e venda realmente aconteceu, pode se aproveitar do crédito dessa nota. Súmula 509 – STJ - É lícito ao comerciante de boa-fé aproveitar os créditos de ICMS decorrentes de nota fiscal posteriormente declarada inidônea, quando demonstrada a veracidade da compra e venda. A responsabilidade pessoal do agente infrator está prevista no artigo 137. A regra em geral de qualquer punição é a de que a pena deve ser aplicada sobre a pessoa que comete a infração, mas sabemos que as pessoas jurídicas praticam seus atos por meio de pessoas físicas. Então, precisamos conhecer quem responde pelas infrações praticadas quando quem pratica é uma pessoa física, mas o faz em nome e como representante da pessoa jurídica. No Direito Tributário a regra geral é a da aplicação da pena sob forma de multa, por exemplo, recai sobre a pessoa jurídica e não sobre a física. Veremos agora a exceção a essa regra, pois são casos em que a responsabilidade recairá sobre a pessoa que agir, chamado de agente. Em relação ao ilícito penal, temos que será pessoal a responsabilidade do agente quanto às infrações descritas na lei como crimes e contravenções, a não ser que tenham sido praticadas em ato regular de gestão ou cumprindo ordem por quem tem poder para dar ordem. Quando a infração tributária for de gravidade tal que seja definida pela lei penal como crime ou contravenção, quem responderá será o agente da infração. Outro caso de responsabilidade pessoal ocorre quando há cometimento de infrações em que a definição da infração possui o dolo específico do agente como elementar. Analisa-se um delito pelos elementos objetivos, subjetivos e normativos. Para essa responsabilidade do agente é preciso entender bem o elemento subjetivo, nesse caso, o dolo, o agente tem que agir com dolo e mais do que isso, esse dolo, pela própria definição de delito, tem uma finalidade especial ou específica. Portanto, quando o dolo específico estiver presente na infração tributária, o que não é a regra, pois vimos que a regra é pela objetividade, dizemos que o dolo específico é elementar. Este também responderá caso o dolo específico (fim especial procurado pelo agente na prática da infração) seja elementar, isto é, faça parte da definição legal da infração tributária. Por exemplo, seria infração tributária com dolo específico elementar “adulterar documentos fiscais com o intuito de pagar menos tributos”. E no fim, temos o caso em que o dolo específico ocorre e é praticado pelo representante contra o seu representado. C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 29 de 104 www.exponencialconcursos.com.br Quando pais, tutores, administrador, diretores, prepostos, empregados, dentre outros exemplos, praticam atos que decorra de infração que cometam contra as pessoas que eles na verdade deveriam proteger e representar. O agente tem o objetivo de prejudicar as pessoas cujos interesses deveriam defender. Essas responsabilidades pessoais recaem sobre as penalidades que podem ser aplicadas, e não em relação ao tributo em si. Art. 137. A responsabilidade é pessoal ao agente: I - quanto às infrações conceituadas por lei como crimes ou contravenções, salvo quando praticadas no exercício regular de administração, mandato, função, cargo ou emprego, ou no cumprimento de ordem expressa emitida por quem de direito; II - quanto às infrações em cuja definição o dolo específico do agente seja elementar; III - quanto às infrações que decorram direta e exclusivamente de dolo específico: a) das pessoas referidas no artigo 134, contra aquelas por quem respondem; b) dos mandatários, prepostos ou empregados, contra seus mandantes, preponentes ou empregadores; c) dos diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado, contra estas. A responsabilidade é pessoal ao agente: Quanto às infrações conceituadas por lei como CRIMES ou CONTRAVENÇÕES, salvo quando praticadas no exercício regular de administração, mandato, função, cargo ou emprego, ou no cumprimento de ordem expressa emitida por quem de direito Quanto às infrações em que o DOLO ESPECÍFICO do agente seja ELEMENTAR Quanto às infrações que decorram DIRETA e EXCLUSIVAMENTE de DOLO ESPECÍFICO das pessoas referidas no art. 134, contra aquelas por quem respondam dos mandatários, prepostos ou empregados, contra seus mandantes, preponentes ou empregadores dos diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado, contra estas C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id aa re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 30 de 104 www.exponencialconcursos.com.br Em suma, acima são apresentadas situações em que a pessoa jurídica sofre os danos em virtude da condenável ação de alguém que atuou em seu nome. Por isso, a punição deve ser imposta ao próprio agente. Assim, a pessoa jurídica permanece na condição de sujeito passivo do tributo, mas não da multa. A regra no direito tributário é a aplicação da punição sobre o sujeito passivo da obrigação tributária descumprida, não atingindo pessoalmente o agente. Contudo, referente à responsabilidade por infrações, a regra é que as consequências do ato ilícito sejam atribuídas pessoalmente ao infrator, pois a punição deve atingir direta e exclusivamente aquele que agrediu o ordenamento jurídico. Assim, fica afastada qualquer possibilidade de punição do sujeito passivo da obrigação descumprida. Por isso, perceba que, quando as pessoas mencionadas no art. 137 do CTN atuarem de maneira irregular, sua responsabilidade será pessoal e não apenas solidária. Desse modo, o terceiro responde sozinho pela penalidade pecuniária. Esse instituto consiste em um instrumento de política tributária, uma vez que o legislador estimulou o cumprimento espontâneo das obrigações tributárias, premiando o sujeito passivo com a exclusão de penalidades quando este espontaneamente confessa a infração cometida e, sendo o caso, paga o tributo. Determina o art. 138 do CTN que a denúncia espontânea exclui a responsabilidade da infração, desde que acompanhada pelo pagamento do tributo, quando for o caso. Além de ter que pagar os juros de mora ou fazer o depósito da importância arbitrada pela autoridade administrativa nos casos em que o valor do tributo devido seja apurado por arbitramento. A denúncia espontânea não surtirá os efeitos de afastamento da responsabilidade se for feita após qualquer procedimento administrativo ou medidas de fiscalização relacionados à infração. Art. 138. A responsabilidade é excluída pela denúncia espontânea da infração, acompanhada, se for o caso, do pagamento do tributo devido e dos juros de mora, ou do depósito da importância arbitrada pela autoridade administrativa, quando o montante do tributo dependa de apuração. Parágrafo único. Não se considera espontânea a denúncia apresentada após o início de qualquer procedimento administrativo ou medida de fiscalização, relacionados com a infração. 4.1 – Denúncia Espontânea C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 31 de 104 www.exponencialconcursos.com.br ATENÇÃO: o afastamento da punibilidade pela denúncia espontânea depende do pagamento do tributo porventura devido e de seus acréscimos moratórios. O STJ entende que o parcelamento (forma de suspensão da exigibilidade a ser estudado em aula posterior) não se equipara ao pagamento. Inclusive existe uma Súmula do antigo TFR nesse sentido (nº 208): “A simples confissão da dívida, acompanhada de seu pedido de parcelamento, não configura denúncia espontânea”. Nesse sentido, também temos julgados mais recentes da Corte: “O instituto da denúncia espontânea (art. 138 do CTN) não se aplica nos casos de parcelamento de débito tributário.” (REsp 1102577/2009). Perceba que a denúncia espontânea não exige o pagamento de multa de mora, somente juros de mora. É nesse sentido a seguinte decisão do STJ: “É desnecessário fazer distinção entre multa moratória e multa punitiva, visto que ambas são excluídas em caso de configuração da denúncia espontânea.” (REsp 774058/2009) A espontaneidade só estará configurada quando a denúncia for realizada antes de qualquer procedimento da Administração Fiscal relacionado à infração específica. Perceba que, por exemplo, algum procedimento fiscalizatório sobre o ICMS não retira a espontaneidade sobre a denúncia de alguma infração relativa ao IPVA. Outro entendimento que você precisa conhecer do STJ é que a denúncia espontânea de infrações não se aplica no caso de descumprimento de obrigações meramente formais (acessórias). Nesse sentido, tem-se a seguinte decisão: “Inaplicável o instituto da denúncia espontânea quando se trata de multa isolada imposta em face do descumprimento de obrigação acessória. (REsp 916168/2009). Por fim, temos o entendimento jurisprudencial sumulado de que a denúncia espontânea que afasta a punição não se aplica quando estivermos falando de tributos sujeitos a homologação que sejam declarados e tenham sido pagos fora do prazo correto. A responsabilidade é excluída pela denúncia espontânea da infração, acompanhada, se for o caso, do pagamento do tributo devido e dos juros de mora, ou do depósito da importância arbitrada, quando o montante do tributo dependa de apuração. Não se considera espontânea a denúncia Apresentada após o início de qualquer procedimento administrativo ou medida de fiscalização, relacionados com a infração C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 32 de 104 www.exponencialconcursos.com.br O contribuinte declarou, e devia ter pago o tributo alguns dias depois, mas não pagou, depois quando for pagar não vai se beneficiar da não multa pois não se aplicará o benefício proposto pela denúncia espontânea. Súmula 360 – STJ - O benefício da denúncia espontânea não se aplica aos tributos sujeitos a lançamento por homologação regularmente declarados, mas pagos a destempo. C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 33 de 104 www.exponencialconcursos.com.br 1. (FCC/Pref. Campinas-SP/Procurador/2016) Dispõe o Código Tributário Nacional que a pessoa natural ou jurídica de direito privado que adquirir de outra, por qualquer título, fundo de comércio ou estabelecimento comercial, industrial ou profissional, e continuar a respectiva exploração, sob a mesma ou outra razão social ou sob firma ou nome individual, responde pelos tributos, relativos ao fundo ou estabelecimento adquirido. Dispõe o referido CTN que a responsabilidade do sucessor adquirente será a) integral e abrangerá os débitos até a data do ato, se este prosseguir na exploração ou iniciar dentro de seis meses, a contar da data da alienação, nova atividade no mesmo ou em outro ramo de comércio, indústria ou profissão. b) subsidiária e abrangerá os débitos até a data do ato se o alienante cessar a exploração do comércio, indústria ou atividade. c) integral pelos tributos devidos pela pessoa jurídica de direito privado que adquirir estabelecimento comercial, no caso de alienação judicial em processo
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