Buscar

Direito Tributário - 1° Bim

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 28 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 28 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 28 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Direito Tributário II
Prof. ª Andrea Sahaiko
(42) 998289666 – prof_andreasahaiko@camporeal.br
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
06/02/2020
TEORIA PENTAPARTITE
· Taxas: Divisível, referível, vinculada, de serviço ou referente ao poder de polícia.
*Iluminação pública não é taxa, pois não é divisível. Foi feito um adendo (art. 149, “A”), regulamentando a COSIP- Contribuição para custeio de iluminação pública. 
· Contribuição de melhoria: Obra pública + valorização privada, vinculada.
*Asfalto NÃO é serviço e não é divisível. É obra pública.
· Impostos: Não vinculado, o produto da arrecadação não tem destinação específica, Fato gerador é fato da vida cotidiana.
· Empréstimo Compulsório: Não foi regulamentado. Mas tem três hipóteses previstas, quais sejam: - Guerra externa ou sua iminência, -Obra publica de relevante interesse nacional, -Calamidade pública.
· Contribuições Especiais: Divididas em: -Sociais, -De intervenção no domínio econômico (CIDE’s) e contribuição de categorias.
-Sociais: Ex: INSS, fundos de previdência. Você paga ‘’para os outros’’ para quando você precisar ‘’pagarem para você”. 
-CIDE’s: Tributo criado para estimular ou desestimular determinadas condutas, em prol do bem social. Função extra fiscal.
-Categorias: Sindical. Ex: OAB, V=CREFITO, CRM, CREAS.
IMPOSTOS:
Município: IPTU, ITBI, ISS
Estado: IPVA, ITCMD, ICMS
União: IR, II, IE, IPI, IGF, ITR, IOF.
-Se eu pago o imposto sobre bens imóveis para o município, então para o estado eu pago sobre bens imóveis.
-Se eu pago o imposto da vida para o município, então para o estado eu pago o importo da morte.
-Se eu pago o imposto sobre serviços para o município, então para o estado eu pago o imposto sobre produtos.
· -Impostos pagos para a União são grandes, de grande vulto.
PRINCÍPIOS IMPORTANTES:
· Legalidade;
· Anterioridade: obedece as duas regras – anual e nonagesimal. IPI não se submete à regra anual, apenas à nonagesimal.
· Não confisco: nenhum tributo pode tirar tudo de uma pessoa, deixando-a sem nada. Por isso a análise deve ser individual.
· Igualdade.
---------------------------------------------------------------------------------------------------------
07/02/2020
Fato Gerador:
FATO GERADOR Problema prático a ser resolvido​: 
Maria, estudante, vai até um restaurante. Aguarda por um tempo até ser atendida e pede um delicioso prato de camarão. Ao final da prestação dos serviços, dirige-se ao caixa para pagar. Recebendo a nota fiscal, percebe que foi cobrado ICMS, juntamente com o valor do prato servido. Esta cobrança é adequada? Ajude Maria a solucionar o impasse. 
1-Desvendando o Fato Gerador do ICMS e do ISS: art. 155, II e 156, III da CF. 
a) ICMS e legislação aplicável: Lei complementar n.° 87/1996 “Lei Kandir” Art. 2.°, I 
Lc nº 87 de 13 de Setembro de 1996
Dispõe sobre o imposto dos Estados e do Distrito Federal sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, e dá outras providências. 
Art. 2° O imposto incide sobre: I - operações relativas à circulação de mercadorias, inclusive o fornecimento de alimentação e bebidas em bares, restaurantes e estabelecimentos similares;
b) ISS e legislação aplicável: Lei complementar n.° 116/2003. Os serviços têm de estar tipificados nessa lei, na lista anexa. Se não estiver, não aplica ISS.
1.1- Resolvendo o problema: Súmula 163 STJ. Quando tiver serviço e mercadoria, prepondera, em regra, a mercadoria.
SÚMULA 163 - O FORNECIMENTO DE MERCADORIAS COM A SIMULTANEA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS EM BARES, RESTAURANTES E ESTABELECIMENTOS SIMILARES CONSTITUI FATO GERADOR DO ICMS A INCIDIR SOBRE O VALOR TOTAL DA OPERAÇÃO.
-Outra situação problema: serviço de mecânica com fornecimento de peças. Qual tributo incide? Conforme a LC n.° 116/2003, na lista anexa item 14.03 incidirá tanto ICMS como ISS.
-E na locação de bens móveis? Há incidência de qual imposto? Súmula Vinculante 31 STF.
Súmula Vinculante 31
É inconstitucional a incidência do imposto sobre serviços de qualquer natureza - ISS sobre operações de locação de bens móveis.
2- Doutrina: 
2.1- Fato gerador: marca o nascimento da obrigação. 
Conceito: É o fato desencadeado no mundo real, tal qual descrito na norma, dando origem a obrigação tributária. *Norma + fato/acontecimento real.
2.2-Duplo entendimento de fato gerador: 
Em concreto: É o fato no mundo real. Fato praticado efetivamente pelo contribuinte.
Em abstrato: É a hipótese prevista em lei. Situação hipotética. = hipótese de incidência.
*O fato sozinho sem a lei não gera nada. O fato praticado tem que ser exatamente como previsto. Portanto precisa que ocorra a dupla dimensão. Assemelha-se ao fato típico penal. 
*A hipótese de incidência não é ilícita. Não pode trazer na norma algo ilícito.
Ex: Auferir renda. O fato de auferir renda por si, é lícito, independe da proveniência.
a) Fato gerador ​X hipótese de incidência: um equívoco do CTN? Hipótese de incidência é uma classificação doutrinária para separar o concreto e o abstrato.
b) Qual a diferença entre incidência, não incidência e isenção? (doutrina de Luciano Amaro). 
Incidência: É a previsão hipotética da norma.
Não incidência: É aquilo que o legislador retirou do campo da norma. É ausência de previsão legal. Ex: IPVA sobre carroça.
Isenção: É aquilo que o legislador escolheu regulamentar, por norma posterior, para que não incidisse dever de pagar. Isenção será sempre por lei. 
Ex: Cadeirante que tem veículo automotor, mas não paga IPVA. Foi previsto que quem possuísse veículo automotor teria o dever de pagar IPVA, mas o legislador, posteriormente decidiu que o cadeirante, mesmo praticando o fato gerador, não teria o dever de pagar.
Imunidade: Será sempre prevista pela constituição, e apenas para impostos.
*Outras denominações do fato gerador: fato imponível (Geraldo Ataliba); Fato Tributável (Alfredo Becker). 
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
11/02/2020
3- Elementos/atributos do fato gerador: 
-Material: É o verbo, o núcleo, a essência do fato gerador.
Ex: ICMS- Circular mercadorias
Circular: transferência de titularidade
Mercadoria: tudo posto no mercado com habitualidade e desde que seja fungível (com algumas exceções).
-Espacial: Lugar onde ocorre
Ex: ICMS- é o sair do estabelecimento
-Temporal: Momento do acontecimento.
Ex: ICMS – Saída. Controlada por nota fiscal.
*A fazenda pública tem 5 anos para constituir o crédito tributário, após, decai o direito. Ou seja, 5 anos para cobrar o que foi pago quando deveria.
-Sujeitos/Pessoal: Sujeitos ativo e passivo integrantes da relação jurídico tributária.
Ex: ITBI o comprador é o sujeito passivo.
-Quantitativo: Valores fixos para quantificar o tributo. Base de cálculo + alíquota. Unidades de grandeza.
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
13/02/2020
4- Classificação do fato gerador: 
-Instantâneo ou simples: Se da em um momento único. Ex: ICMS, ITBI.
-Periódico/Complexivo: Sua realização ocorre num espaço de tempo, com a soma de fatos e negócios. 
 Ex: IR.
-Continuado: Não é o fato gerador, mas é a situação que se mantém no tempo, calculada em cortes temporais. Ex: IPTU, IPVA, ITR
5-Interpretação do fato gerador: Art. 116 e art. 118 CTN
 - Situação de fato X situação jurídica 
· Situação de fato: é aquela que acontece no mundo fenomênico.
· Situação jurídica: é algo previsto, que só vai ocorrer na forma da lei. Ex: Propriedade, não se adquire pela mera tradição, depende do registro.
	Art. 116. Salvo disposição de lei em contrário, considera-se ocorrido o fato gerador e existentes os seus efeitos: 
I- tratando-se de situação de fato, desde o momento em que o se verifiquem as circunstâncias materiais necessárias a que produzaos efeitos que normalmente lhe são próprios; 
II- tratando-se de situação jurídica, desde o momento em que esteja definitivamente constituída, nos termos de direito aplicável.
Art. 118. A definição legal do fato gerador é interpretada abstraindo-se: 
I- da validade jurídica dos atos efetivamente praticados pelos contribuintes, responsáveis, ou terceiros, bem como da natureza do seu objeto ou dos seus efeitos; 
II- dos efeitos dos fatos efetivamente ocorridos.
*Advogado no exercício ilegal da profissão paga ISS, pois o que interessa é que ele está realizando o fato gerador e exercer a advocacia é uma atividade lícita. Menor pode pagar tributo. 
 -Questões para fixação do conteúdo: 
1- As operações relativas à circulação de mercadorias e a saída de mercadoria de estabelecimento de contribuinte correspondem, respectivamente, aos seguintes aspectos da hipótese de incidência do ICMS − Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços: 
a) espacial e temporal. 
b) material e temporal. 
c) material e espacial. 
d) espacial e quantitativo. 
2- De acordo com o Código Tributário Nacional, o fato gerador da obrigação tributária principal é a situação definida em: 
a) normas complementares das leis como necessária e suficiente à sua ocorrência. 
b) decretos como necessária e suficiente à sua ocorrência. 
c) lei como necessária e suficiente à sua ocorrência. 
d) regulamentos tributários como necessária e suficiente à sua ocorrência. 
e) atos normativos, expedidos pelas autoridades administrativas, como necessária e suficiente à sua ocorrência. 
-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Norma Geral Antielisão: Evasão e Elisão Fiscal
Norma geral antielisão: art. 116, parágrafo único do CTN
1- Diz respeito à interpretação do fato gerador. 
2- Norma antielisão: 
	Art. 116 Parágrafo único: A autoridade administrativa poderá desconsiderar (não é anular) atos ou negócios jurídicos praticados com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos elementos constitutivos da obrigação tributária, observados os procedimentos a serem estabelecidos em lei ordinária.  
*Desconsiderar é diferente de anular, pois não vai anular o negócio jurídico. 
*Desconsiderar a simulação.
*Exemplos: ITCMD tem 4% e ITBI 2%, mesmo a pessoa doando ela prefere fazer o ITBI para pagar menos imposto, isso é simulação, para pagar ITBI no lugar do ITCMD. *Se ficar comprovado ele vai cobrar 4% independente dos 2% que eu já paguei isso seria a desconsideração. Fingir que não viu a compra e venda e lançar o tributo como doação que deveria ser. 
*Processo administrativo com contraditório do contribuinte, o que importa é o fato gerador, o que aconteceu realmente, o simulado estão sob égide da norma antielisão. 
* A autoridade administrativa pode cobrar o que era devido realmente. Ex: Se você doar um imóvel, mas forjar que era venda. Ou seja, a autoridade vai DESCONSIDERAR a compra e venda e considerar uma doação.
*Cada ente federado vai legislar em lei ordinária como vai funcionar o procedimento.
-Conceitos:
· Elisão: É a fuga lícita do tributo. – Planejamento tributário: Planejar o regime jurídico tributário para abrir a empresa.
· Evasão fiscal: É a fuga ilícita do tributo.
* A norma deveria se chamar anti evasão, por se tratar da fuga ilícita.
3-Interpretação econômica do fato gerador: Abstrair seu efeito jurídico, para a lei interessa o fato concreto.
*Crítica de Paulo de Barros Carvalho: Para ele, tudo que está na lei é fato jurídico.
-Exercício de fixação: 
Tício e Caio pretendem celebrar contrato de compra e venda de bem imóvel. Contudo, para consumarem o negócio, constituem previamente a pessoa jurídica Provisória Ltda. formada por eles apenas, tendo por fito única e exclusivamente não fazer incidir o ITBI sobre a operação, com amparo no art. 156, §2º, I, da CRFB, que prevê hipótese de imunidade da referida exação sobre o imóvel utilizado na integralização do capital social. Nesse sentido, Caio, originalmente proprietário alienante do bem, integraliza suas quotas na forma do imóvel, e Tício completa o capital social da empresa depositando o montante correspondente ao valor do bem objeto da alienação. Após pouco mais de duas semanas, Caio e Tício dissolvem a sociedade e, como consequência, Caio recebe sua parcela do capital em dinheiro, ao passo que Tício recebe o seu quinhão na forma do imóvel. 
Analise a conduta adotada pelos particulares e responda se, e como, poderia a Fazenda Municipal satisfazer seu crédito com relação à situação apresentada, uma vez descoberta a real intenção dos dois agentes. 
Descoberta a fraude, a autoridade administrativa pode desconsiderar os fatos simulados (integralização do capital) e considerar o fato gerador verdadeiro, cobrando o tributo devido (ITBI).
Não incide ITBI quando o sócio integraliza um bem imóvel no capital social da sociedade. Simulação de algo que não existe é proibido + providências: desconsiderar o ato e cobrar ITBI. A fazenda tem 2 anos para fiscalizar se algo irregular surge quando há uma dúvida ou não tem como comprovar. Pai e filhos podem ser sócios de uma mesma empresa. 
Descoberta simulação a autoridade adm. ela vai usar a norma antielisão do art. 116 §ú do CTN, desconsiderando os fatos simulados (integralização do capital social) e irá cobrar o tributo ITBI. 
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
20/02/2020
Obrigação Tributária
H.Incidência – F.Gerador – O.Tributária – C.T – D.Ativa – E.Fiscal
1- Dimensão filosófica: obrigação é via de mão única, pressupõe um dever econômico unilateral. 
-No entanto, pode-se dizer que “a obrigação tributária é o planeta principal, mas não é todo o universo da tributação”. 
-A obrigação tributária é uma das dimensões da relação jurídico-tributária existente entre Estado (lato sensu) e contribuinte. Esta relação pressupõe deveres e direitos recíprocos, nem sempre de ordem econômica. 
2- Espécies de obrigação em geral: 
-Ex voluntate: Decorre da autonomia da vontade, livre arbítrio das partes, discutirem como quiserem, realizarem a forma de pagamento, desistirem. Relação comprador-vendedor.
-Ex lege: Decorre da prática do fato gerador previsto em lei. Fato Gerador, a LEI impõe, o sujeito é obrigado a pagar tributo, prestação pecuniária compulsória. *Serve para o direito tributário.
-Ex delicto: Decorre da prática de um ato ilícito, não somente o ilícito penal, civis também. *Em direito tributário a fonte nunca será ex delicto.
- Obrigação Civil X Obrigação Tributária: uma questão de fonte e origem.
3-Espécies de obrigações tributária: 
Principal: prevista na lei em sentido estrito; obrigação de DAR dinheiro aos cofres públicos, pagar o tributo.
Acessória/Dever instrumental: prevista na legislação (decreto, atos normativos, tratados internacionais, instruções normativas, resoluções); obrigação de fazer ou não fazer. Facilitar a arrecadação, como a declaração do imposto de renda; emissão de nota fiscal; livros contábeis. Exemplo de obrigação de não fazer: não oferecer obstáculo aos fiscais que vem ao meu estabelecimento. Prevista na legislação. 
- Obrigações acessórias: segundo a doutrina de Paulo de Barros Carvalho são “deveres instrumentais”, pois se não há principal, não há que se falar em acessória. 
	 →Atenção! Em direito tributário, a acessória não segue a principal. ←
Ex: Uma entidade imune não paga imposto, mas declara imposto de renda, porque o acessório não segue o principal. Eles são obrigados a declarar para que o fisco saiba onde está sendo aplicado aquele dinheiro, para que não haja desvio, se estiver compartilhando lucros não é mais uma entidade sem fins lucrativos. *O mesmo raciocínio serve para isenção.
-Para todos os tributos há obrigações acessórias.
-A obrigação acessória converte-se em principal no que tange à penalidade pecuniária: Quando descumpre uma obrigação acessória, esta vira penalidadepecuniária (multa), transformando a obrigação acessória em principal. Ex: Se eu não declaro imposto de renda o fisco aplica uma multa e essa multa transforma uma obrigação acessória em obrigação principal.
Art. 113. A obrigação tributária é principal ou acessória. 
§ 1° A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e extingue-se juntamente com o crédito dela decorrente. 
§ 2° A obrigação acessória decorre da legislação tributária e tem por objeto as prestações, positivas ou negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos. 
§ 3° A obrigação acessória, pelo simples fato da sua inobservância, converte-se em obrigação principal relativamente à penalidade pecuniária.
Art. 114. Fato gerador da obrigação principal é a situação definida em lei como necessária e suficiente à sua ocorrência.
Art. 115. Fato gerador da obrigação acessória é qualquer situação que, na forma da legislação aplicável, impõe a prática ou a abstenção de ato que não configure obrigação principal.
Art. 116. Salvo disposição de lei em contrário, considera-se ocorrido o fato gerador e existentes os seus efeitos: 
I – tratando-se de situação de fato, desde o momento em que o se verifiquem as circunstâncias materiais necessárias a que produza os efeitos que normalmente lhe são próprios; 
II – tratando-se de situação jurídica, desde o momento em que esteja definitivamente constituída, nos termos de direito aplicável. Parágrafo único. A autoridade administrativa poderá desconsiderar atos ou negócios jurídicos praticados com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos elementos constitutivos da obrigação tributária, observados os procedimentos a serem estabelecidos em lei ordinária.
Art. 117. Para os efeitos do inciso II do artigo anterior e salvo disposição de lei em contrário, os atos ou negócios jurídicos condicionais reputam-se perfeitos e acabados:
 I– sendo suspensiva a condição, desde o momento de seu implemento;
 II – sendo resolutória a condição, desde o momento da prática do ato ou da celebração do negócio.
Art. 118. A definição legal do fato gerador é interpretada abstraindo-se: I– da validade jurídica dos atos efetivamente praticados pelos contribuintes, responsáveis, ou terceiros, bem como da natureza do seu objeto ou dos seus efeitos; II– dos efeitos dos fatos efetivamente ocorridos
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
3.1- Elementos da obrigação tributária:
*Sujeitos: o sujeito passivo (contribuinte) e o sujeito ativo (fisco)
*Objeto: dar, de fazer ou não fazer. 
*Causa: fato gerador
Questões para debate e reflexão:
1- “O objeto da obrigação principal é o pagamento de tributos, enquanto que o da obrigação acessória é o pagamento de penalidade pecuniária”. Esta assertiva é Verdadeira ou falsa? Justifique sua resposta.
Falso. O objeto da obrigação acessória não é penalidade pecuniária e sim obrigação de fazer ou não fazer, quando não é cumprido ai pode gerar multa e se torna em penalidade pecuniária e, portanto uma obrigação principal. 
 		
2- A respeito do ICMS e das obrigações tributárias a ele relativas, assinale a opção correta:
a) Ao emitir nota fiscal, o responsável pelo recolhimento do ICMS pratica obrigação tributária principal.
b) Reputa-se acessória a obrigação tributária imposta ao contribuinte, no sentido de tolerar atividades de fiscalização do recolhimento do ICMS.
c) A obrigação tributária consistente no dever de manter escrita contábil referente ao ICMS decorre sempre da lei stricto sensu. 
d) Os contribuintes isentos do recolhimento do ICMS são dispensados de manter documentos fiscais relativos ao mencionado imposto.
e) A abstenção de prestação de informações requeridas pelo Fisco converte-se em obrigação tributária acessória, com relação à eventual penalidade pecuniária. 
3- Determinada entidade filantrópica, que atende de crianças e adolescentes carentes no Estado de São Paulo, recebeu em doação, no ano de 2019, cerca de R$100.000,00 (cem mil reais), vindos de “doadores anônimos”, residentes no exterior. Havendo aplicação dos recursos na própria instituição, sem partilha de lucros entre os associados e voluntários, a entidade é obrigada a declarar o que recebeu, mesmo não sabendo quem foram os doadores que enviaram o dinheiro? Seus administradores pagarão, neste caso, imposto de renda da pessoa jurídica? 
Precisa declarar que recebeu mostrando idoneidade que eu recebi e aonde vai ser aplicado, doadores anônimos não tem problema. Os adm. não pagarão imposto de renda da pessoa jurídica, é uma entidade filantrópica (sem fins lucrativos), sendo assim imune de sob impostos, patrimônio, rendas e serviços. 
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
03/03/2020
Sujeitos da Relação Jurídico-Tributária
São dois:
· Ativo: Fisco, entidades parafiscais e algumas concessionárias
· Passivo: devedor ou responsável 
1- Sujeito Ativo - o “credor”: Adm. Pública (entes federados, U, E, M) e entidades parafiscais (OAB, CRM, CRC, CREA, CRO, CRES, interesses das categorias profissionais), concessionárias de serviço público. As entidades parafiscais não instituem tributos, mas tem competência para exigir/cobrar. 
Art. 119. Sujeito ativo da obrigação é a pessoa jurídica de direito público, titular da competência para exigir o seu cumprimento.
1.1-Diferenciar competência de capacidade tributária ativa (delegável).
Competência x Capacidade
-Competência (somente os entes federados que tem, para instituir/criar por lei tributos); 
-Capacidade: É para cobrar, não institui e não legisla (entidades parafiscais). A CAPACIDADE TRIBUTÁRIA ATIVA É DELEGÁVEL. 
Ex: entidades parafiscais e algumas concessionárias do serviço público – possuem capacidade tributária ativa. (atuar como credoras e cobrar)
*Logo... A diferença está entre instituir (Criar por lei, competência, Estado) o tributo e exigir (entidades ou concessionárias de serviço público) o tributo. 
*Relembrar as contribuições sociais e contribuições para entidades de classe: OAB/CRM/CRC, etc... 
-O que são finanças paralelas do Estado? Não entram para o tesouro direto do estado, não pode pegar o dinheiro das contribuições e entidades para investir em saúde, educação, elas cobram, arrecadam, executam e ficam com o dinheiro. Não entra para o tesouro do estado, não pode utilizar. Ou seja, as verbas das entidades parafiscais não vão para o tesouro nacional, ficam com as entidades, e usam esses valores para determinada finalidade. Ex. OAB, INSS.
1.2-Capacidades tributárias nos casos de desmembramento e recepção da legislação.
 
*Desmembramento: o ente federado desmembrado, herda a legislação de origem. Não traz a questão de arrecadação de tributos, por isso por 1 ano segue a norma do ente de origem.
Ex: Desmembramento de municípios: Guarapuava e Charquinho se separam, ele recepciona a lei de Guarapuava antes de criar a sua própria legislação. 
Art. 120. Salvo disposição de lei em contrário, a pessoa jurídica de direito público, que se constituir pelo desmembramento territorial de outra, sub-roga-se nos direitos desta, cuja legislação tributária aplicará até que entre em vigor a sua própria.
---------------------------
2- Sujeito Passivo - o “devedor”: pode ser o contribuinte (direto) e o responsável tributário (indireto). 
-Indireto: responsável tributário- é aquele que tem relação indireta com o fato gerador. A lei determina
-Direto: contribuinte- relação direta com o fato gerador. Pratica o fato gerador. 
*Mas há situações em que não fica claro quem pratica o fato gerador: Ex: ITBI / IPI.
Art. 121. Sujeito passivo da obrigação principal é a pessoa obrigada ao pagamento de tributo ou penalidade pecuniária. Parágrafo único. O sujeito passivo da obrigação principal diz-se: I- contribuinte,quando tenha relação pessoal e direta com a situação que constitua o respectivo fato gerador; II - responsável, quando, sem revestir a condição de contribuinte, sua obrigação decorra de disposição expressa de lei.
Art. 122. Sujeito passivo da obrigação acessória é a pessoa obrigada às prestações que constituam o seu objeto.
Art. 123. Salvo disposições de lei em contrário, as convenções particulares, relativas à responsabilidade pelo pagamento de tributos, não podem ser opostas à Fazenda Pública, para modificar a definição legal do sujeito passivo das obrigações tributárias correspondentes.
2.1 -Contribuinte: características. 
-De Fato: é aquele que suporta a carga tributária indiretamente, Ex. ICMS, ISS, IPI.
-De Direito: é o que pratica o fato gerador e paga, Ex. IPVA, ITR, IPTU. São cobrados diretamente.
*Para Luciano Amaro, é contribuinte quem a lei identifica como tal. Ex: art. 35 e art. 42 CTN – “Qualquer das partes envolvida na operação tributada”. 
Art. 35. O imposto, de competência dos Estados, sobre a transmissão de bens imóveis e de direitos a eles relativos tem como fato gerador: I- a transmissão, a qualquer título, da propriedade ou do domínio útil de bens imóveis por natureza ou por acessão física, como definidos na lei civil; II- a transmissão, a qualquer título, de direitos reais sobre imóveis, exceto os direitos reais de garantia; III- a cessão de direitos relativos às transmissões referidas nos incisos I e II. Parágrafo único. Nas transmissões causa mortis, ocorrem tantos fatos geradores distintos quantos sejam os herdeiros ou legatários.
Art. 42. Contribuinte do imposto é qualquer das partes na operação tributada, como dispuser a lei.
*Característica do contribuinte é a sua pessoalidade (jurídica) em relação ao fato gerador.
*E o ato praticado por procuração? Ex: procuração pública outorgada a terceiro para realizar a transmissão de imóvel.
---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
05/03/2020
2.2- Capacidade tributária passiva: Esta independe:
	Art. 126. A capacidade tributária passiva independe:
 I – da capacidade civil das pessoas naturais; 
II – de achar-se a pessoa natural sujeita a medidas que importem privação ou limitação do exercício de atividades civis, comerciais ou profissionais, ou da administração direta de seus bens ou negócios; 
III – de estar a pessoa jurídica regularmente constituída, bastando que configure uma unidade econômica ou profissional.
a) Capacidade Civil: Maior de 18 anos, plenas faculdades mentais. Capacidade tributária é diferente de capacidade civil. O menor civilmente pode estar no pólo passivo da obrigação tributária, como o ébrio eventual e os outros previstos no código civil. É diferente de capacidade tributária. O civilmente incapaz, é capaz para o direito tributário.
*Mesmo que o negócio seja nulo para o direito civil, será válido para o direito tributário.
* Um menor comprando um imóvel, por mais que seja civilmente incapaz, pode ser cobrado o IPTU dele. 
b) Regularidade profissional, de bens ou negócios: vai pagar ISS mesmo estando irregular, como por exemplo, o advogado com escritório sem ter OAB, ele vai pagar ISS do escritório dele, independente da irregularidade profissional dele.
c) Se a pessoa jurídica é irregular ou de fato: empresa que abre sem estar com o registro na junta comercial, de qualquer forma tem que pagar imposto. 
Exercício: 
(XII EXAME UNIFICADO DA ORDEM – adaptada) João, de apenas 3 anos de idade, recebeu por herança apartamento que foi devidamente registrado em seu nome. Ao receber a primeira notificação para o pagamento de imposto predial e territorial urbano (IPTU) do referido imóvel no início de 2013, os pais de João deixam de efetuar o recolhimento do tributo por entender que a cobrança seria improcedente, em razão da incapacidade civil do proprietário do imóvel. Diante deste caso, responda de forma fundamentada:
A) O entendimento dos pais de João está correto? Não, porque embora não tenha capacidade civil ele possui capacidade tributária, conforme artigo 126 do CTN, pois realizou o fato gerador mesmo sendo menor incapaz. 
2.3- Convenções entre particulares –art. 123 CTN
	Art. 123. Salvo disposições de lei em contrário, as convenções particulares, relativas à responsabilidade pelo pagamento de tributos, não podem ser opostas à Fazenda Pública, para modificar a definição legal do sujeito passivo das obrigações tributárias correspondentes.
*É devedor quem a lei diz que é.
*Os contratos em geral não modificam o sujeito passivo perante a Fazenda Pública.
*Eu não posso apresentar os contratos particulares perante a fazenda pública, porque eles não têm o fim de mudar o sujeito passivo da relação. 
Ex: o IPTU vem no nome do proprietário, por mais que o inquilino pague conforme previsto em contrato o IPTU não vai vir no nome do inquilino e sim do proprietário. 
*Contrato particular da igreja com um 3º: o IPTU é imune, não paga nada, porque a igreja é proprietária do imóvel, mesmo sendo alugado para um 3º. Desde que revertidos em prol da igreja. 
*Jatinho e helicóptero não pagam IPVA
2.4- Solidariedade Tributária 
	Art. 124. São solidariamente obrigadas: 
I – as pessoas que tenham interesse comum na situação que constitua o fato gerador da obrigação principal; 
II– as pessoas expressamente designadas por lei. 
Parágrafo único. A solidariedade referida neste artigo não comporta benefício de ordem.
	Art. 125. Salvo disposição de lei em contrário, são os seguintes os efeitos da solidariedade:
 I– o pagamento efetuado por um dos obrigados aproveita aos demais; 
II– a isenção ou remissão de crédito exonera todos os obrigados, salvo se outorgada pessoalmente a um deles, subsistindo, nesse caso, a solidariedade quanto aos demais pelo saldo; 
III– a interrupção da prescrição, em favor ou contra um dos obrigados, favorece ou prejudica aos demais.
*Isenções outorgadas pessoalmente não aproveitam a todos os devedores solidários!
*Solidariedade de devedores: Uma ou mais pessoas são responsáveis pelo todo. Ou seja, uma ou mais pessoas tem interesse na situação, como condomínio de imóvel, coisa indivisível, cada um é dono de sua quota parte, coloca todos no pólo passivo da ação, mas qualquer um pode pagar. Se só um paga tem direito de regresso com a pessoa. Não comporta benefício de ordem, um depois o outro. É um ou outro ou os dois pelo todo. 
*Isenções: dispensas legais do pagamento.
*Isenção outorgada pessoalmente não aproveitam a todos os devedores solidários!
*Pessoa com deficiência física é isento de IPVA, independente o carro que ele tenha. 
*Aposentados não pagam IPTU (pessoais), quando for pessoal não aproveita para todos os devedores solidários, apenas para os que têm a isenção pessoal aproveitam da situação, a restante paga pelo saldo remanescente retirando a parte que seria do deficiente, idoso e etc. 
Ex.¹: Fulana é isenta, ciclano e beltrano pagam 15 mil em IPTU, a fulana é isenta de 5 mil, ciclano e beltrano pagam os 10 mil remanescentes. 
Ex²:Não pagam ICMS quem consumir mercadorias de tal a tal período.
Ex³:Não paga IPTU quem tem imóvel até 10 m² (relacionado à coisa, não a pessoa, o imóvel é isento, independente da pessoa). 
Questões:
1- João e Pedro são, por lei, contribuintes obrigados solidariamente a pagar determinado tributo. Foi publicada lei que isenta os ex-combatentes do pagamento de tal tributo, sendo este o caso somente de João. Tendo em vista essa situação, é possível afirmar que a isenção aproveita a todos, pois devedores solidários da obrigação tributária? Justifique. Não, por que é uma isenção outorgada em caráter pessoal, subsiste a parcela referente a outra pessoa.
2- Avalie as três proposições abaixo, à luz do Código Tributário Nacional, e responda à questão correspondente, assinalando a opção correta:
I- No ICMS incidente sobre o ponto telefônico, decidiu o STJ que o sujeito ativo da obrigação tributária é a concessionária titular da competência para exigir o seu cumprimento; (erradopq tem capacidade, não competência)
II- Um menor de 10 anos de idade é absolutamente incapaz do ponto de vista civil e tributário; (errado pq é apenas civil)
III- Salvo se a lei o previr, os contratos feitos entre o contribuinte do ITR e o arrendatário do imóvel para excluir a responsabilidade daquele pelo pagamento deste imposto, embora válido entre as partes, não é eficaz em relação à fazenda pública.
Contém erro:
a) Apenas a segunda proposição;
b) Apenas a terceira;
c) Apenas as duas primeiras;
d) Apenas a primeira;
e) Nenhuma, pois as três estão certas. 
---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
05/03/2020
Domicílio Tributário
· Conceito: É o local onde o sujeito passivo recebe notificações e intimações.
· Diferenciar do domicílio civil: Domicílio civil é aquele que a pessoa estabelece com ânimo definitivo, diferente do domicílio tributário que é somente para receber notificações e intimações.
· REGRA: É a eleição do domicílio fiscal por parte do contribuinte.
· EXCEÇÕES: Vide artigo 127.
	Art. 127 CTN. Na falta de eleição, pelo contribuinte ou responsável, de domicílio tributário, na forma da legislação aplicável, considera-se como tal:
I - quanto às pessoas naturais, a sua residência habitual, ou, sendo esta incerta ou desconhecida, o centro habitual de sua atividade;
II - quanto às pessoas jurídicas de direito privado ou às firmas individuais, o lugar da sua sede, ou, em relação aos atos ou fatos que derem origem à obrigação, o de cada estabelecimento;
III - quanto às pessoas jurídicas de direito público, qualquer de suas repartições no território da entidade tributante.
§ 1º - Quando não couber a aplicação das regras fixadas em qualquer dos incisos deste artigo, considerar-se-á como domicílio tributário do contribuinte ou responsável o lugar da situação dos bens ou da ocorrência dos atos ou fatos que deram origem à obrigação.
§ 2º - A autoridade administrativa pode recusar o domicílio eleito, quando impossibilite ou dificulte a arrecadação ou a fiscalização do tributo, aplicando-se então a regra do parágrafo anterior.
1ª exceção: I-III art. 127 CTN: Se a pessoa não elegeu o domicílio é o local de sua atividade; pessoa jurídica: o local de sua sede em regra, mas determinados tipos de tributo facilita que seja cobrado no local do estabelecimento em que o serviço/fato gerador foi praticado;pessoa jurídica de direito público: qualquer de suas repartições no território da entidade tributante (prefeitura para o município, para a União a receita federal, etc., Estado receita estadual). E, DF,M,U não pagam impostos entre si, sobre renda, patrimônios e serviços. Estou tirando contra impostos, mas colocando contra taxas e contribuições diversas. 
2ª exceção: 127, §1º: quando não aplicada às outras regras, considera-se o domicílio o lugar da situação dos bens ou da ocorrência dos atos ou fatos que deram origem à obrigação. Ex.: IPTU, ITR: o bem dá em SP, lá que eu serei cobrada. 
3ª exceção: 127, §2º: quando a autoridade adm. recusar o domicílio eleito, como quem atribui em Orlando, nos Estados Unidos óbices que dificultem a fiscalização e arrecadação de forma fundamentada. 
Síntese: 
- Regra geral: o contribuinte escolhe o domicílio, desde que não obste a fiscalização e arrecadação;
- O domicílio é onde o contribuinte recebe notificações e é informado sobre fatos geradores;
- Domicílio eletrônico: certificação digital para pessoas jurídicas, previamente cadastrado no sistema tributante conforme o tributo (federal/estadual) e nesse espaço com login e senha terá acesso as notificações/intimações.
Questão: “Considere que Luís é um andarilho civilmente capaz que não elegeu nenhum lugar como seu domicílio tributário, não tem domicílio civil, nem residência fixa, e não desempenha habitualmente atividades em endereço certo”. A partir da hipótese apresentada, de acordo com o Código Tributário Nacional e no silêncio de legislação específica, assinale a afirmativa correta.
1. Luís nunca terá domicílio tributário.
1. O domicílio tributário de Luís será o lugar da situação de seus bens ou da ocorrência do fato gerador. 
1. O domicílio tributário de Luís será, necessariamente, a sede da entidade tributante.
1. O domicílio tributário de Luís será a residência de seus parentes mais próximos ou o lugar da situação dos bens de Luís.
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
10/03/2020
Responsabilidade tributária – Substituição Tributária
*Fundamento legal da aula: Art. 128 CTN; Art. 150, parágrafo 7º CF; Art. 6º Lei Complementar nº 87/96.
1- No estudo dos sujeitos da relação tributária, o Responsável tributário é figura tão importante quanto o contribuinte.
Sujeitos da relação: 
-Ativo: Estado
-Passivo: contribuinte (aquele que tem relação pessoal e direta com o fato gerador, quem pratica o fato gerador); responsável (um terceiro que tem uma relação indireta com o fato gerador), que são 2 por transferência; por substituição. 
1.1-Responsável tributário: sempre um terceiro, que tem relação indireta com o fato gerador, mas eleito por lei para figurar o pólo passivo da relação jurídico-tributária. 
2- Os tipos de responsável tributário:
a)Responsável por transferência: É aquela na qual existe um contribuinte original e por algum motivo, transfere-se a responsabilidade pelo pagamento a um terceiro.
b)Responsável por substituição: 
Também intitulada responsabilidade originária ou de 1° grau, da-se quando a terceira pessoa (substituto) vem e ocupa o lugar do contribuinte (substituído), antes da ocorrência do fato gerador. A esta pessoa, que a lei ordena que substitua o contribuinte, da-se o nome de “responsável por substituição” ou “contribuinte substituto” ou, ainda, “substituto tributário”. 
Aqui a obrigação de pagar, desde o início, é do responsável, ficando o contribuinte desonerado de quaisquer deveres. Ou seja, aquela, na qual desde a origem, é o responsável que figura no pólo passivo da relação obrigacional tributária. Essa transferência pode ser por sucessão, por terceiro ou por infrações.
3- A substituição tributária (ou responsabilidade por substituição) pode ser:
3.1)Para frente ou progressiva: §7º do art. 150 CF. 
É a antecipação do recolhimento do tributo, cujo fato gerador ocorrerá (se ocorrer) em um momento posterior, com lastro em base de cálculo presumida. Assim, antecipa o pagamento do tributo, sem que se disponha de uma base imponível apta a dimensionar o fato gerador, uma vez que ele ainda não ocorreu. 
Ex¹: Veículos novos, ao deixarem a indústria em direção as concessionárias (o ICMS já é recolhido antes da ocorrência do fato gerador, que presumivelmente, nascerá em momento ulterior, com a venda do bem na loja).
Ex.²: Na origem o fabricante acaba pagando dois, pois da fábrica (ICMS como contribuinte) – concessionária (ICMS2 e a fábrica é responsável)- consumidor. O fabricante paga os dois de uma vez só, porque é mais fácil para o estado fiscalizar ele. O cálculo de 1 é do veículo vendido para a concessionária e o 2 é calcula-se presumindo uma taxa de lucro. Fabricante é o primeiro e o mais forte.
Art. 150 § 7.º CF:A lei poderá atribuir a sujeito passivo de obrigação tributária a condição de responsável pelo pagamento de imposto ou contribuição, cujo fato gerador deva ocorrer posteriormente, assegurada a imediata e preferencial restituição da quantia paga, caso não se realize o fato gerador presumido. 
3.2) Para trás ou regressiva (diferida): Lei complementar 87/1996 
É a postergação ou o adiantamento do recolhimento do tributo em relação ao momento pretérito em que ocorre o fato gerador. Assim, à luz da falta de contemporaneidade do pagamento diferido como fato imponível antecedente, adia-se o momento da quitação do ICMS por mera conveniência da administração fiscal, uma vez que o substituído não dispõe de aparato fiscal ou contábil para efetuá-lo, fazendo recair o ônus tributário sobre o substituto legaltributário.
A substituição regressiva representa assim, o fenômeno tributário conhecido por diferimento, viabilizador da otimização do esforço fiscal da entidade tributante, que passa a ter em mira um número bem menor de sujeitos passivos sob seu controle fiscalizatório.
Ex.¹: O leite cru (o produtor rural versus laticínio – este recolhe para aquele); a cana em caule (o produtor rural versus usina – este recolhe para aquele); a sucata (o sucateiro versus a indústria); a carne de animais de corte (o produtor versus o frigorífico)
Ex.²: agricultor (fraco) ICMS 1– mercado (forte) ICMS2– consumidor (fraco). Nesse caso quem vai pagar é o mercado, ele é o responsável pelo primeiro fato gerador da circulação da carne para ele e da carne para o consumidor ele é contribuinte. Fato gerador está atrás dele, o agricultor não paga na origem chegando ao mercado ele paga o seu e o que ocorreu lá trás. 
3.3) Concomitante: o fato gerador é ao mesmo tempo. Está ocorrendo o fato gerador e o responsável entra no pólo passivo. 
*Retenção na fonte: não chega às mãos do proprietário, é a retenção na fonte pagadora. O empregador paga o INSS do empregado e é colocado nos cofres públicos, o empregador é a fonte pagadora. É mais fácil fiscalizar o empregador do que os empregados. A substituição concomitante é quando o fato gerador e a entrada do responsável no pólo passivo acontecem ao mesmo tempo, ocorre na maior parte do tempo na retenção na fonte pagadora.
3.1- Substituição e reembolso dos fatos geradores não ocorridos: 
- Art. 10 L.C. 87/96 e art. 150, parágrafo 7º da CF.
Art. 10. É assegurado ao contribuinte substituído o direito à restituição do valor do imposto pago por força da substituição tributária, correspondente ao fato gerador presumido que não se realizar.
§ 1º Formulado o pedido de restituição e não havendo deliberação no prazo de noventa dias, o contribuinte substituído poderá se creditar, em sua escrita fiscal, do valor objeto do pedido, devidamente atualizado segundo os mesmos critérios aplicáveis ao tributo.
§ 2º Na hipótese do parágrafo anterior, sobrevindo decisão contrária irrecorrível, o contribuinte substituído, no prazo de quinze dias da respectiva notificação, procederá ao estorno dos créditos lançados, também devidamente atualizados, com o pagamento dos acréscimos legais cabíveis.
ATENÇÃO! A polêmica existe quando o fato gerador ocorre, mas o valor recolhido (pago) do ICMS sobre a base de cálculo presumida é maior do que o custo da operação. No (RE) 593.849, de 19 de outubro de 2016, o STF decidiu pela possibilidade de restituição da diferença, mudando entendimento anteriormente e já consolidado há anos. O principal fundamento é o enriquecimento ilícito do Estado. 
*O consumidor não recebe ao final, pois na relação ele nem existe, caso ele comprove que suportou toda a carga tributária e houve lucro da concessionária e fabricante, ele tem o direito de receber, mas é difícil para o consumidor comprovar toda a cadeia. Para o Estado é como se ele não existisse. 
Questão para debate:
(OAB/ 2019) A refinaria de petróleo Alfa vende seus produtos à pessoa jurídica Beta, comerciante de combustíveis e lubrificantes. Beta, por sua vez, revende seus produtos aos consumidores. O Estado X possui a Lei Ordinária nº 123, que estabelece que as indústrias são responsáveis tributárias por todo o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) incidente na cadeia produtiva (regime da Substituição Tributária). Em novembro de 2017, Beta recebeu de Alfa os produtos que iria revender. No mesmo mês, sofreu um incêndio em sua sede e, consequentemente, perdeu todos os produtos, razão pela qual não efetuou qualquer venda naquele mês. No mês de dezembro, já restabelecidas as condições para a retomada de suas atividades, Beta recebeu novos produtos de Alfa. Para tentar recuperar o prejuízo do mês anterior, Beta realizou uma promoção e os revendeu, no mesmo mês de dezembro, a preço inferior ao presumido (que servira de base de cálculo para o recolhimento do ICMS pelo regime da Substituição Tributária). Diante de tal quadro, responda aos itens a seguir. 
A) A refinaria Alfa poderá pleitear a restituição do valor pago a título de ICMS, pelo regime da Substituição Tributária, relativo ao mês de novembro? 
Não, tendo em vista tratar-se de substituição tributária progressiva apenas beta terá direito a restituição do valor pago, por ser nesse caso a substituída da relação. Art. 10 da LC 87/1996.
B) Em relação ao mês de dezembro, Beta poderá recuperar o valor pago a mais, a título de ICMS, pelo regime da Substituição Tributária? 
Sim, beta poderá, pois ela é a substituída, portanto parte legítima para pleitear a restituição. Art. 10 da LC 87/1996 + tese 201 repercussão geral STF.
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
12/03/2020
Substituição Tributária e os Princípios da Seletividade e Não-Cumulatividade 
*Fundamento legal da aula: art. 153; parágrafo 3º; art. 155, parágrafo 2º CF.
· Princípio da Seletividade: É caracterizado segundo a essencialidade do produto. Seu reflexo é no campo das alíquotas. Produtos supérfluos possuem alíquotas mais elevadas.
	
Importante! Segundo o texto constitucional, o ICMS poderá ser seletivo, enquanto que o IPI deverá ser seletivo. 
→O IPI será seletivo sempre, enquanto o ICMS poderá ser.
Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre:
IV - produtos industrializados (IPI)
§ 3º O imposto previsto no inciso IV:
I - será seletivo, em função da essencialidade do produto;
II - será não-cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação com o montante cobrado nas anteriores;
III - não incidirá sobre produtos industrializados destinados ao exterior.
Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre:  
II - operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior (ICMS); 
§ 2º O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte:   
I - será não-cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação relativa à circulação de mercadorias ou prestação de serviços com o montante cobrado nas anteriores pelo mesmo ou outro Estado ou pelo Distrito Federal;
II - a isenção ou não-incidência, salvo determinação em contrário da legislação:
a) não implicará crédito para compensação com o montante devido nas operações ou prestações seguintes;
b) acarretará a anulação do crédito relativo às operações anteriores;
III - poderá ser seletivo, em função da essencialidade das mercadorias e dos serviços;
- Princípio da seletividade e extrafiscalidade tributária: maneira de intervir nas relações econômicas e sociais.
-Exemplo de seletividade do ICMS e IPI:
-Justiça Fiscal: Distribuir a carga tributária do menor para o maior, de forma que produtos essenciais tenham menos carga tributária para que seja mais fácil adquirir.
· Princípio da Não-Cumulatividade: Confere ao contribuinte de direito, créditos para a etapa seguinte, ou seja, compensa-se o que for devido em cada operação com o montante cobrado nas anteriores.
	Cada etapa da cadeia produtiva será descontado a carga tributária anterior. Compensa-se na cadeia produtiva os tributos pagos anteriormente.
Exemplo 1 – o imposto pago no fornecimento de matéria prima confere ao industrial o direito ao crédito e à respectiva compensação com o imposto devido em relação aos produtos resultantes da industrialização.
Exemplo 2 – o imposto pago na aquisição de mercadoria para revenda confere ao comerciante o direito ao crédito e à respectiva compensação com o imposto devido em relação à operação de revenda do produto. 
	Este sistema é conhecido como “débito x crédito”, onde abate-se do montante devido pelo contribuinte o valor pago por este em etapas anteriores, em suas compras de bens ou serviços já tributados pelo imposto.
-O crédito do ICMS advém do direito de abaterdas respectivas saídas o imposto pago na aquisição de produtos e mercadorias e serviços.
-O montante do crédito corresponde ao valor a ser abatido do respectivo débito do imposto. Caso o crédito seja maior que o débito, denomina-se "crédito acumulado".
-É importante o acompanhamento sistemático de tais créditos, visando otimizá-los e reduzir, de forma legal, o montante do ICMS a pagar.
Ex: Total do ICMS devido pelo sujeito passivo: R$ 50.000,00
Valor do imposto anteriormente cobrado, decorrentes de entradas de mercadorias: 
R$ 10.000,00. Valor do ICMS a pagar: R$ 50.000,00 – R$ 10.000,00 = R$ 40.000,00
Exercícios de fixação: 
1- O princípio da não cumulatividade é:
a) um atributo exclusivo do ICMS e do IPI; - Não é exclusivo, estará em outro tributos sob o consumo.
b) princípio de tributação por meio do qual se pretende evitar a assim chamada “tributação em cascata” que onera as sucessivas operações e prestações com bens e serviços sujeitos a determinado tributo.
c) técnica de tributação aplicável também aos impostos reais, tais como o ITR e o IPTU. – Não pq os impostos reais não estão sujeitos a substituição tributária.
d) suscetível apenas de interpretação restritiva e literal, à medida que institui um benefício fiscal ao contribuinte. – Não é benefício, é previsão da CF.
e) um instrumento de transferência de riqueza indireta entre as Unidades da Federação inserido no pacto federativo, à medida que o crédito de ICMS a ser suportado pela Unidade da Federação de destino dos bens e serviços está limitado ao valor do imposto efetivamente recolhido em favor do Estado de origem.
---------------------
2- No campo do direito tributário é correto afirmar:
a) Somente por meio de lei complementar poderão ser instituídos tributos. –Não, somente empréstimo compulsório será instituído por LC. Os demais é por LO.
b) Somente a União pode instituir contribuições de interesse das categorias profissionais.
c) A alteração de alíquotas de qualquer dos impostos previstos na Constituição Federal somente poderá ser efetivada mediante lei, em decorrência do princípio da legalidade. –Não, o IPI pode mexer nas alíquotas por decreto. P. da mitigação da legalidade.
d) A não-cumulatividade é um princípio geral, aplicável a todos os impostos previstos na Constituição Federal. –Não, apenas sob impostos 
--------------------------
3- Assinale a opção correta com referência ao ICMS.
a) A essencialidade das mercadorias e dos serviços que recebem o gravame do ICMS determina a cumulatividade ou não cumulatividade desse tributo. – Não, a essencialidade determina a seletividade.
b) O ICMS, de acordo com o estabelecido na CF, será não cumulativo e poderá ser seletivo em função da essencialidade das mercadorias e dos serviços.
c) Quando se compensa o que for devido em cada operação relativa à circulação de mercadoria ou à prestação de serviços com o montante cobrado nas operações anteriores, tem-se, no ICMS, atendido o requisito constitucional da seletividade do imposto. –Não, atende o da não cumulatividade.
d) A CF estabelece que o ICMS deve ser cumulativo e, em razão da essencialidade das mercadorias e dos serviços, não seletivo. – Não existe não seletividade.
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
17/03/2020
Responsabilidade Tributária por Transferência
*Fundamento legal da aula: *Arts. 130 e 131 CTN
· Conforme vimos anteriormente, o sujeito passivo da relação tributária, ora reveste-se da condição de contribuinte (que pratica o fato gerador), ora reveste-se da condição de responsável tributário (o terceiro que é colocado no pólo com o Estado). Também vimos que os tipos de sujeito passivo responsável tributário podem ser por substituição e por transferência. Nosso foco nesta aula é estudar o responsável tributário por transferência.
· Responsabilidade por transferência: É aquela na qual existe o contribuinte no início, que pratica o fato gerador, mas, por força de lei, transfere-se a responsabilidade pelo pagamento a um terceiro (responsável tributário), que passa a figurar o pólo passivo na relação com o Estado.
· A responsabilidade por transferência poderá ser:
1- Por sucessão 
2-De terceiros
3-Por infrações
1-Responsabilidade Tributária por sucessão: Arts. 130 a 133
A sucessão poderá ser: 
- imobiliária
- hereditária
- empresarial
1.1-Sucessão Imobiliária: Diz respeito à responsabilidade pelos tributos propter rem nas transmissões; abrange tributos relativos à coisa. 
* Se eu compro um imóvel com débitos, serei sucessor desses débitos, mesmo não sendo proprietário na época em que ocorreram.
Ex: Se eu compro um imóvel pendente de pagamento de IPTU, eu terei que pagar O adquirente será responsável tributário, por se tratar de um tributo propter rem, ou seja, que vem com a coisa.
*Mas como alguém compra um imóvel sabendo que há débitos?
Há situações em que pela pressa de realizar o negócio jurídico, por desconhecimento ou até mesmo por excesso de confiança entre as partes, o adquirente dispensa a certidão negativa de débitos (o que vai constar na matrícula). Ocorre que tal certidão negativa serve pra comprovar a inexistência de débitos. Dessa forma não haverá na escritura pública prova da quitação, tornando o adquirente responsável tributário.
Art. 130. Os créditos tributários relativos a impostos cujo fato gerador seja a
propriedade, o domínio útil ou a posse de bens imóveis, e bem assim os relativos a taxas pela prestação de serviços referentes a tais bens, ou a contribuições de melhoria, subrogam-se na pessoa dos respectivos adquirentes, salvo quando conste do título a prova de sua quitação.
Parágrafo único. No caso de arrematação em hasta pública, a sub-rogação ocorre sobre o respectivo preço.
· Neste caso, se alguém adquire bem imóvel com dívidas relativas a este, ficará com o ônus, ou seja, sub-rogar-se-á na figura de devedor tributário do antigo proprietário.
Exemplo: José vende bem móvel a Jorge em 2020, mesmo não tendo pago o IPTU de 2019 e 2018. José era o contribuinte destes tributos (em 2019 e 2018), pois naqueles anos praticou o fato gerador “ser proprietário”. No entanto, Jorge, o adquirente, ficará como responsável tributário (ou seja, será devedor dos tributos, mesmo não tendo praticado o fato gerador).
*Mas atenção! Somente haverá responsabilidade tributária se no título (escritura pública) não constar prova da quitação dos tributos. 
*A segunda atenção que se dá é que o adquirente responde pelos tributos que vem com a coisa, ou seja, os do próprio imóvel. Outras taxas como de vigilância sanitária, alvará ou referentes à atividade empresarial não são “propter rem” (que vem com a coisa).
-------------------------------------
2-Sucessão Hereditária: Esse tipo de responsabilidade revela que, após a morte da pessoa natural, o espólio fica responsável tributários pelos tributos devidos pelo de cujus até o evento morte. Após a morte serão os herdeiros os responsáveis tributários. Há duas categorias de responsável tributário, o espólio e os sucessores a qualquer título ou meeiros. 
*Supondo que fulano tem dívidas do IPTU de 2018 e 2019, porém fulano morre em 2020. Em 2018/2019 fulano era contribuinte, visto que praticou o fato gerador, ser proprietário, então devia IPTU. 
Já em 2020 com o evento morte, não tem como mais falar de fulano como contribuinte. Dessa forma o responsável tributário pelos débitos passado, mesmo não praticando o fato gerador, a lei o elenca como responsável, até ocorrer a partilha.
- A responsabilidade dos sucessores ou meeiros é se o espólio não pagar os tributos passados.
Art. 131. São pessoalmente responsáveis:
I- o adquirente ou remitente, pelos tributos relativos aos bens adquiridos ou remidos;     
II- o sucessor a qualquer título e o cônjuge meeiro, pelos tributos devidos pelo de cujus
até a data da partilha ou adjudicação, limitada esta responsabilidade ao montante do quinhão
do legado ou da meação;
III- o espólio, pelos tributos devidos pelo de cujusaté a data da abertura da sucessão.
ATENÇÃO! Deve-se respeitar o quinhão dos herdeiros; Ninguém “herda” ou “assume” dívidas maiores do que irá receber em patrimônio!
Espólio: É o conjunto dos bens que integra o patrimônio deixado pelo de cujus (falecido), e que serão partilhados, no inventário, entre os herdeiros ou legatários. 
Não pratica o fato gerador, mas ele é um terceiro que a lei atribui responsabilidade tributária. Se o espólio não pagar os tributos pagarão os sucessores a qualquer título ou a viúva ou viúvo meeiro, na proporção do que receber se a dívida for maior que o patrimônio que receber é quitado e não fica devendo mais nada. 
Exemplo: José é devedor de IPTU dos anos de 2018 e 2019. Em 2020 vem a falecer sem os pagar. Quanto os impostos dos anos de 2018 e 2019, quem deverá pagar? O Espólio. E depois da morte, se demorar o inventário, e não forem sendo quitados os impostos relativos a 2020? Se o espólio não pagar, serão responsáveis tributários os sucessores e cônjuge meeiro, na proporção de seus quinhões.
Art. 132. A pessoa jurídica de direito privado que resultar de fusão, transformação ou incorporação de outra ou em outra é responsável pelos tributos devidos até à data do ato pelas pessoas jurídicas de direito privado fusionadas, transformadas ou incorporadas. Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se aos casos de extinção de pessoas jurídicas de direito privado, quando a exploração da respectiva atividade seja continuada por qualquer sócio remanescente, ou seu espólio, sob a mesma ou outra razão social, ou sob firma individual.
Art. 133. A pessoa natural ou jurídica de direito privado que adquirir de outra, por qualquer título, fundo de comércio ou estabelecimento comercial, industrial ou profissional, e continuar a respectiva exploração, sob a mesma ou outra razão social ou sob firma ou nome individual, responde pelos tributos, relativos ao fundo ou estabelecimento adquirido, devidos até à data do ato: I – integralmente, se o alienante cessar a exploração do comércio, indústria ou atividade; II – subsidiariamente com o alienante, se este prosseguir na exploração ou iniciar dentro de seis meses a contar da data da alienação, nova atividade no mesmo ou em outro ramo de comércio, indústria ou profissão. 
§ 1° O disposto no caput deste artigo não se aplica na hipótese de alienação judicial: I – em processo de falência; II – de filial ou unidade produtiva isolada, em processo de recuperação judicial
Questões:
Valdecir adquire imóvel de Epitácio, que o alugava anteriormente a uma sociedade empresária. Sobre esse imóvel estavam pendentes de pagamento os seguintes tributos: o IPTU, a Contribuição de Melhoria, a Taxa de Coleta Domiciliar de Lixo e a Taxa de Inspeção Sanitária, devida em função da atividade ali desenvolvida. Com relação à responsabilidade tributária, responda de forma fundamentada: 
-Fundamento: art. 130 CTN
a) Partindo-se da premissa de que Valdecir é responsável tributário, de que tipo de responsabilidade trata o enunciado? Trata-se de sucessão imobiliária, onde Valdecir subroga-se na figura do devedor.
b) Deverá Valdecir responder por todos os tributos devidos? Sim, a não ser que na escritura pública conste prova da quitação dos tributos. 
c) Haverá alguma hipótese em que Valdecir não irá responder pelos tributos devidos?  Sim, no caso das obrigações que não são propter rem.
---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
19/03/2020
Sucessão Empresarial – responsabilidade por transferência
*Fundamento legal da aula: Arts. 132 e 133 CTN 
*Continuando os estudos das modalidades de responsabilidade por transferência, especificamente, a modalidade por sucessão, temos a responsabilidade por sucessão empresarial. 
3 - Sucessão Empresarial: 
3.1- Fusão, transformação, incorporação e cisão da pessoa jurídica: 
a) Fusão: É a operação pela qual se unem duas ou mais sociedades para formar 
sociedade nova. 
→Exemplo: A+B = C 	
b) Cisão: É a operação pela qual a companhia transfere parcelas do seu patrimônio para uma ou mais sociedades, constituídas para este fim ou já existentes, extinguindo-se a companhia cindida ou dividindo-se seu capital. 
→Exemplo: A= A e C ou A= B e C 
c) Transformação: É a operação pela qual a sociedade passa, independentemente de dissolução e liquidação, de um tipo para outro. 
→Exemplo: de limitada (Ltda.) a sociedade anônima (S/A). 
d) Incorporação: É a operação pela qual uma ou mais sociedades são absorvidas 
por outra, que lhes sucede em todos os direitos e obrigações. 
→Exemplo: A+ B = A 
Esclarecidos tais conceitos, passamos a explicar as hipóteses previstas no art. 132 do CTN: 
Art. 132. A pessoa jurídica de direito privado que resultar de fusão, transformação ou incorporação de outra ou em outra é responsável pelos tributos devidos até à data do ato pelas pessoas jurídicas de direito privado fusionadas, transformadas ou incorporadas. 
Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se aos casos de extinção de pessoas jurídicas de direito privado, quando a exploração da respectiva atividade seja continuada por qualquer sócio remanescente, ou seu espólio, sob a mesma ou outra razão social, ou sob firma individual. 
*Neste artigo demonstra-se de forma coerente quem é o responsável tributário por transferência, ou seja, quem será o sucessor dos débitos da empresa: aquela pessoa jurídica que resultar em fusão, transformação ou incorporação. Embora não esteja de forma expressa, a cisão também encontra-se na interpretação do artigo. 
*De mesmo modo, como traz o parágrafo único, haverá responsabilidade daquele sócio que suceder no negócio, apenas se extinta a pessoa jurídica. 
Ex: Maria tem uma loja de sapatos com sua irmã, Ana. Ambas resolvem dissolver a sociedade e extinguir. Ana desiste de ser comerciante. Maria resolve pegar todo o estoque da loja antiga de sapatos e abrir outra, com outra razão social, novo CNPJ. Ora, se a empresa anterior das duas sócias tinha débitos tributários, nada mais justo que Maria pague a dívida, ou sua nova empresa, visto que continuou explorando e ainda usou o estoque da antiga loja. 
3.2- Venda do estabelecimento e do fundo de comércio: 
a) Estabelecimento: É o complexo de bens organizado para o exercício da empresa, empresário ou sociedade (Art. 1.142 CC/02) 
b) Fundo de comércio: É o conjunto de bens e direitos, tangíveis e intangíveis, que constituem o patrimônio do comerciante: instalações, mercadorias, ponto do estabelecimento e freguesia. 
*Peculiaridades: Na venda do estabelecimento e fundo de comércio, se o adquirente continua a exploração, poderá responder pelos débitos tributários de das formas: 
- Integral: Se quem vendeu cessar as atividades ou qualquer exploração do comércio ou indústria 
- Subsidiária: Se quem vendeu, dentro de 6 meses da data da alienação, continua atividade (sendo no mesmo ramo ou não). 
*É o que dispõe o art. 133 do CTN: 
Art. 133. A pessoa natural ou jurídica de direito privado que adquirir de outra, por qualquer título, fundo de comércio ou estabelecimento comercial, industrial ou profissional, e continuar a respectiva exploração, sob a mesma ou outra razão social ou sob firma ou nome individual, responde pelos tributos, relativos ao fundo ou estabelecimento adquirido, devidos até à data do ato: 
I - integralmente, se o alienante cessar a exploração do comércio, indústria ou atividade; 
II - subsidiariamente com o alienante, se este prosseguir na exploração ou iniciar dentro de seis meses a contar da data da alienação, nova atividade no mesmo ou em outro ramo de comércio, indústria ou profissão. 
Trazida a forma de responsabilizar o terceiro pelos débitos anteriores, necessário ponderar a exceção, que se encontra no parágrafo primeiro do referido artigo: 
§ 1° O disposto no caput deste artigo não se aplica na hipótese de alienação judicial:
 I – em processo de falência; 
II – de filial ou unidade produtiva isolada, em processo de recuperação judicial. 
Atenção! Na falência ou processo derecuperação judicial não haverá responsabilidade tributária, exceto se a venda for realizada ao sócio da sociedade falida; parente em linha reta ou colateral até 4° grau, consanguíneo ou afim do falido ou dos sócios; venda ao “agente do falido” (fraude). 
*É o que está previsto no parágrafo 2°: 
§ 2o Não se aplica o disposto no § 1o deste artigo quando o adquirente for: 
I – sócio da sociedade falida ou em recuperação judicial, ou sociedade controlada pelo devedor falido ou em recuperação judicial 
II – parente, em linha reta ou colateral até o 4o (quarto) grau, consangüíneo ou afim, do devedor falido ou em recuperação judicial ou de qualquer de seus sócios; ou 
III – identificado como agente do falido ou do devedor em recuperação judicial com o objetivo de fraudar a sucessão tributária. 
Ex: O § 2° trata-se de uma blindagem para que não haja fraude. Por exemplo, Fulano está com sua empresa falindo com muitos débitos tributários, liga para Ciclano, seu primo e pede para que finja comprar a empresa, para que assim ninguém pague tributos, pois quem compra empresa falida não será responsável tributário, e o alienante se exime da responsabilidade. *Dessa forma se o adquirente for alguma das pessoas elencadas nos incisos I, II ou III, na finalidade de fraude, haverá responsabilidade tributária.
*ATENÇÃO! Nestes casos dos incisos acima, não haverá a aplicação da exceção, ou seja, respondem pelos débitos, porque há indícios de fraude.
*Lembrar que o agente do falido é o mesmo que o LARANJA.
RESUMINDO: 
Em caso de fusão, transformação ou incorporação de uma empresa com a outra quem deverá pagar os débitos é a empresa que se originou da junção das duas, mesmo que não tenha praticado o fato gerador. Ex: Sadia + Perdigão = Brasil Foods. 
Em caso de venda do fundo de comercio/estabelecimento comercial, se a compradora continuar explorando o mesmo ramo, será responsável tributário. Se não continuar no mesmo ramo, não gera responsabilidade.
Responsabilidade tributária integral: Se parar com a atividade/exploração do comércio. 
Responsabilidade tributária subsidiaria: Se o alienante prosseguir na exploração ou iniciar dentro de 6 meses outra atividade comercial. Não aplica responsabilidade tributaria se a empresa estiver em processo de falência ou recuperação judicial, exceto se o adquirente for sócio da empresa falida, parente em linha reta ou colateral até 4º grau ou for identificado como agente (laranja) do falido.
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
24/03/2020
Responsabilidade tributária de terceiros
*Fundamento legal da aula: art. 134 e 135 
-Responsabilidade de terceiros: Responsabilidade para atos da vida civil, pessoas que são definidas em lei como responsáveis por alguns atos da vida civil, como por exemplo: tutores, curadores, pais, sindico de massa falida, administradores e tabeliões... Essas pessoas já possuem um encargo legal pela vida civil para se responsabilizar por atos ou bens de algumas pessoas.
Art. 134. Nos casos de impossibilidade de exigência do cumprimento da obrigação principal pelo contribuinte, respondem solidariamente(SUBSIDIARIAMENTE) com este nos atos em que intervierem ou pelas omissões de que forem responsáveis: (incisos I ao VII)
-Modalidade do art. 134 Características: 
1- No caso de impossibilidade de exigência do cumprimento da obrigação principal pelo contribuinte: aparente benefício de ordem: Primeiro o contribuinte, depois o responsável. Embora o texto legal trate como responsabilidade solidária, na verdade, por haver benefício de ordem, é verdadeira responsabilidade subsidiária. Isto significa que deve esgotar-se os bens do contribuinte, para depois chegar ao patrimônio do responsável tributário. 
2- Nos atos em que intervierem, ou pelas omissões de que forem responsáveis: Existe um dever legal em outro âmbito (civil) das pessoas elencadas: 
I- os pais, pelos tributos devidos por seus filhos menores; II- os tutores e curadores, pelos tributos devidos por seus tutelados ou curatelados; III- os administradores de bens de terceiros, pelos tributos devidos por estes; IV- o inventariante, pelos tributos devidos pelo espólio; V- o síndico e o comissário, pelos tributos devidos pela massa falida ou pelo concordatário; VI- os tabeliães, escrivães e demais serventuários de ofício, pelos tributos devidos sobre os atos praticados por eles, ou perante eles, em razão do seu ofício;  VII- os sócios, no caso de liquidação de sociedade de pessoas. 
ATENÇÃO! Respondem estes terceiros apenas quanto aos tributos e penalidades de caráter moratório. (art. 134, parágrafo único CTN). 
*Resumindo: No caso de impossibilidade de exigência do cumprimento da obrigação pelo contribuinte (ex: quando ele for menor de idade, entre 16 e 18 anos), respondem solidariamente SUBSIDIARIAMENTE (benefício de ordem) com este nos atos em que intervierem ou pelas omissões de que forem responsáveis. Se houver penalidade, quem estará primeiro no pólo passivo para responder de forma subsidiaria é o responsável tributário, mas apenas em caráter moratório (atraso, juros de mora).
-------------------------------------
- Modalidade do art. 135: características: 
1- Respondem, pessoalmente: Ou seja, pressupõe a exclusão do contribuinte, ao que o responsável será o devedor principal dos tributos. Quer dizer que respondem com seus bens. Permite que o fisco cobre a pessoa física por um ato irregular praticado pela PJ. *É um forma de desconsideração da PJ por força de lei.
Art. 135. São pessoalmente responsáveis pelos créditos correspondentes a obrigações tributárias resultantes de atos praticados com excesso de poderes ou infração de lei, contrato social ou estatutos: (incisos I à III)
2- A responsabilidade resulta de atos praticados com excesso de poderes ou infração da lei, contrato social ou estatutos: aqui é necessária a conduta irregular do agente (responsável tributário). 
3- As pessoas a serem responsabilizadas são: 
I - as pessoas referidas no artigo anterior (134); II - os mandatários, prepostos e empregados; III - os diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado (pq estes tem poder de decisão, só quem tem poder pode cometer excessos). 
Ex de infração à lei: a dissolução irregular de sociedade, nos termos da Súmula 435 do STJ: “Presume-se dissolvida irregularmente a empresa que deixar de funcionar no seu domicílio fiscal, sem comunicação aos órgãos competentes, legitimando o redirecionamento da execução fiscal para o sócio-gerente ≠ sócio majoritário (pois o sócio gerente e majoritário nem sempre são a mesma pessoa, mas pode ser)”. 
Súmula 435 - Presume-se dissolvida irregularmente a empresa que deixar de funcionar no seu domicílio fiscal, sem comunicação aos órgãos competentes, legitimando o redirecionamento da execução fiscal para o sócio-gerente.
ATENÇÃO! Não é qualquer sócio que responderá, mas sim o que tiver poderes de administrador, no momento em que se descobriu a dissolução irregular, não importando se ocupava ou não essa condição quando da ocorrência dos fatos geradores ou do vencimento dos tributos. (REsp 1.520-257-SP. Rel. Min. Og. Fernandes, julgado em 16/06/2015, DJe 23/6/2015 (Informativo 564). 
*Mas o mero inadimplemento da dívida pela sociedade não é motivo para redirecionar a execução fiscal e responsabilizar o sócio-gerente, conforme dispõe a súmula 430 do STJ. Isto se dá ao princípio da limitação/separação patrimonial entre pessoa física e jurídica.
*O simples inadimplemento da empresa, não legitima automaticamente a cobrança do sócio gerente, vai acionar o patrimônio da empresa. Só vai ocorrer a “situação especial” de cobrar a pessoa do sócio gerente se houver excesso de poder ou infração a lei (conduta irregular, dissolução irregular).
Súmula 430 STJ:O inadimplemento da obrigação tributária pela sociedade não gera, por si só, a responsabilidade solidária do sócio-gerente.
E como saber, na prática, que a empresa dissolveu-se de forma irregular?Como comprovar nos autos?
 Geralmente é certificado pelo oficial de justiça ou fiscal de tributos que possa atestar ‘in loco’ que a empresa não atua mais no endereço. 
Responsabilidade tributária do sócio administrador X possuem a mesma natureza e procedimento em se tratando de demanda judicial? 
Não. A desconsideração da personalidade jurídica é realizada por meio da instauração de procedimento próprio: o incidente de desconsideração da personalidade jurídica, previsto no art. 133 do CPC/2015. Já a responsabilidade tributária do sócio-gerente é aplicada nos próprios autos da execução fiscal, com o pedido à luz do art. 135 do CTN, mas seguindo o seguinte procedimento: a Fazenda Pública aponta que houve dissolução irregular; pede o redirecionamento na pessoa do sócio-gerente; o juiz ordena a citação do sócio-gerente para contraditório. 
Resumo:
Art. 135 CTN: terceiros em relação a pessoa jurídica (mandatários, prepostos, empregados, diretores, gerentes), pois também estão no pólo passivo como devedores e respondem basicamente com o seu patrimônio quando a PJ. age de com excesso de poderes ou de forma ilegal ao contrato social ou estatutos. Forma de desconsideração da pessoa jurídica direta, por força de lei, sem precisar de incidentes.
A súmula 435 do STJ dispõe sobre a conduta irregular, ou seja, quando ocorre a dissolução da empresa de forma irregular, sem dar baixa nos determinados órgãos competentes (receita federal, receita estadual). Nesse caso, os órgãos competentes presumem que a empresa deixou de funcionar no seu domicílio fiscal e então há o redirecionamento da execução fiscal para o sócio-gerente (quem tem poderes de decidir).
Ainda, na súmula 430 do STJ, em caso de inadimplemento da sociedade (ex: não pagar tributo), não gera, por si só, responsabilidade solidaria do sócio-gerente.
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
31/03/2020
Responsabilidade Por Infrações:
→Infração: É a conduta que vai gerar dano ao erário ou uma espécie de descumprimento de obrigações. Ex: Descumprimento de obrigação acessória, que se transforma em sanção. *Se a pessoa jurídica comete infração, um terceiro responderá. 
A responsabilidade pode ser:
1- Responsabilidade objetiva: É a regra geral, disciplinada no art. 136 do CTN. Se não falar nada sempre partirá do pressuposto que será objetiva, ocorreu a conduta, haverá penalidade. Não analisa intenção.
Ex: o simples inadimplemento do tributo, ou o descumprimento de obrigação acessória não podem pressupor que o agente desejava sonegar.  
Art. 136. Salvo disposição de lei em contrário, a responsabilidade por infrações da legislação tributária independe da intenção do agente ou do responsável e da efetividade, natureza e extensão dos efeitos do ato.
2- Responsabilidade subjetiva (pessoal) do agente: É a disciplinada pelo art. 137 do CTN – pressupõe dolo, intenção do agente. São condutas mais graves.
→Responsabilidade pessoal, de acordo com o art. 137 CTN: 
Art. 137. A responsabilidade é pessoal ao agente:
I - quanto às infrações conceituadas por lei como crimes ou contravenções, salvo quando praticadas no exercício regular de administração, mandato, função, cargo ou emprego, ou no cumprimento de ordem expressa emitida por quem de direito;
II- quanto às infrações em cuja definição o dolo específico do agente seja elementar;
III- quanto às infrações que decorram direta e exclusivamente de dolo específico:
a) das pessoas referidas no artigo 134, contra aquelas por quem respondem;
b) dos mandatários, prepostos ou empregados, contra seus mandantes, preponentes ou empregadores;
c) dos diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado, contra estas.
→ATENÇÃO! Os crimes e contravenções mencionados no inciso I não são somente aqueles previstos na esfera tributária, mas também o de ordem penal, como a falsidade ideológica do art. 299 do CP, ou nos casos de inclusão de interpostas pessoas (“laranjas”).
Art. 138. A responsabilidade é excluída pela denúncia espontânea da infração, acompanhada, se for o caso, do pagamento do tributo devido e dos juros de mora, ou do depósito da importância arbitrada pela autoridade administrativa, quando o montante do tributo dependa de apuração.
→ATENÇÃO! Segundo o art. 138 do CTN a responsabilidade é excluída pela denúncia espontânea da infração, com o pagamento integral dos tributos devidos e dos juros de mora. Mas esta denúncia tem de ser antes de qualquer procedimento administrativo ou medida de fiscalização. *A denúncia espontânea é quando o sujeito se auto denuncia ao fisco.
→STJ: “tanto a multa punitiva quanto a multa moratória são afastadas na denúncia espontânea”. 
Mas não se aplica:
a)Quando a parte parcela o débito tributário;
b)Às infrações formais pelo descumprimento de obrigações acessórias (pode excluir a multa pela infração, mas aplica os juros de mora)
Súmula 360 STJ: “o benefício da denúncia espontânea não se aplica aos tributos sujeitos a lançamentos por homologação regularmente declarados, mas pagos a destempo (em outra oportunidade). 
*Um exemplo de tributo lançado por homologação é o imposto de renda, pois o contribuinte declara, calcula e recolhe o valor do tributo, depois vai passar pela receita que vai conferir, ou seja, verificar se pagou certo, a mais ou a menos e homologar.
* A súmula se aplica ao exemplo acima, nos casos em que por ventura o contribuinte declara, calcula, emite a guia mas não paga, ou seja não recolhe naquele momento.
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
 02/04/2020

Outros materiais