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Direito Tributário - Aula 11

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Matéria: Direito Tributário 
Professor: Cadu Carrilho 
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Entramos hoje em um assunto bastante recorrente nas provas de concurso, 
sempre tem questão sobre esse tema. É importante conhecermos quais os tipos 
de suspensão, extinção e exclusão do crédito tributário e entender bem os 
conceitos e individualidades de cada um deles. Assunto bem interessante e com 
muita informação, então, muita atenção. 
Sumário 
1 – Suspensão da Exigibilidade do Crédito Tributário ..................................... 3 
1.1 - Moratória ................................................................................................ 4 
1.2 - Parcelamento ......................................................................................... 9 
1.3 – As Reclamações e os Recursos Administrativos ................................... 10 
1.4 – Concessão de Medida Liminar em Mandado de Segurança ................... 11 
1.5 – A Concessão de Medida Liminar ou Tutela Antecipada, em Outras Espécies 
de Ação Judicial ............................................................................................ 12 
1.6 – Depósito do Montante Integral ............................................................ 12 
2 – Extinção do Crédito Tributário ................................................................ 13 
2.1 – Pagamento .......................................................................................... 14 
2.2 – Compensação ....................................................................................... 23 
2.3 – Transação ............................................................................................ 25 
2.4 – Remissão ............................................................................................. 26 
2.5 – Decadência .......................................................................................... 27 
2.6 – Prescrição ............................................................................................ 30 
2.7 – Conversão de Depósito em Renda ........................................................ 32 
2.8 – Pagamento Antecipado e a Homologação do Lançamento .................... 32 
2.9 – Decisão Administrativa Irreformável ................................................... 32 
2.10 – Decisão Judicial Passada em Julgado ................................................. 33 
2.11 – Dação em Pagamento em Bens Imóveis ............................................ 33 
3 – Exclusão do Crédito Tributário ................................................................ 33 
3.1 – Isenção ................................................................................................ 34 
3.2 – Anistia ................................................................................................. 37 
4 – Questões Comentadas ............................................................................ 40 
5 – Lista de Exercícios .................................................................................. 76 
6 – Gabarito .................................................................................................. 94 
Aula – Suspensão, Extinção e Exclusão do Crédito Tributário 
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Conforme estudamos na aula anterior, o lançamento constitui o crédito 
tributário, tornando líquida, certa e exigível a obrigação já existente. No caso 
de ausência de pagamento voluntário do sujeito passivo, o atributo da 
exigibilidade permite que a Fazenda Pública promova os atos executivos 
necessários para o recebimento dos valores devidos. 
No entanto, em certas hipóteses previstas no CTN, a Administração é 
impedida de realizar as providências para exigir o crédito lançado. São situações 
em que a exigibilidade ficará suspensa, previstas no art. 151: 
Art. 151. Suspendem a exigibilidade do crédito tributário: 
I - moratória; 
II - o depósito do seu montante integral; 
III - as reclamações e os recursos, nos termos das leis reguladoras do 
processo tributário administrativo; 
IV - a concessão de medida liminar em mandado de segurança. 
V – a concessão de medida liminar ou de tutela antecipada, em outras 
espécies de ação judicial; 
VI – o parcelamento. 
 
 
Suspendem
a exigibilidade do
crédito tributário
A moratória
O parcelamento
As reclamações e os recursos, nos termos 
das leis reguladoras do processo tributário 
administrativo
A concessão de medida liminar em mandado
de segurança
A concessão de medida liminar ou de tutela
antecipada, em outras espécies de ação 
judicial
Depósito do montante integral
1 – Suspensão da Exigibilidade do Crédito Tributário 
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Trata-se de um rol exaustivo, tendo em vista o disposto no art. 141: 
Art. 141. O crédito tributário regularmente constituído somente se modifica 
ou extingue, ou tem sua exigibilidade suspensa ou excluída, nos casos 
previstos nesta Lei, fora dos quais não podem ser dispensadas, sob pena 
de responsabilidade funcional na forma da lei, a sua efetivação ou as 
respectivas garantias. 
 
Relembrando o que foi visto na aula sobre legislação tributária, a 
taxatividade da lista do art. 151 é reforçada pelo art. 111, I, do CTN, o qual 
impõe a interpretação literal da legislação que disponha sobre suspensão do 
crédito tributário. 
ATENÇÃO: Conforme o parágrafo único do art. 151, a suspensão da 
exigibilidade do crédito tributário NÃO dispensa o cumprimento das 
obrigações assessórias dependentes da obrigação principal cujo crédito seja 
suspenso. 
Art. 151 - Parágrafo único. O disposto neste artigo não dispensa o 
cumprimento das obrigações assessórios dependentes da obrigação 
principal cujo crédito seja suspenso, ou dela conseqüentes. 
 
Agora vamos ensinar um MACETE para as questões que apenas cobram 
seu conhecimento sobre os 6 tipos de suspensão da exigibilidade do crédito 
tributário: 
PARC MO DE RE LA, significando respectivamente: 
parcelamento; moratória, depósito do montante integral; reclamações e 
recursos do processo tributário; liminar em mandado de segurança e liminar ou 
de tutela antecipada, nas demais ações judiciais. 
 
 
 Veremos aqui várias regras acerca dessa modalidade de suspensão do 
crédito tributário, mas não desanime, pois é a única das causas suspensivas que 
o CTN regulou de modo exaustivo (arts. 152 a 155 do CTN). A moratória trata-
se da dilação do prazo para pagamento do crédito tributário. Em regra, deve 
ser concedida por meio de lei da esfera de governo que possui a competência 
para a instituição do tributo a que estiver relacionada. 
No entanto, o art. 152 do CTN permite a moratóriaheterônoma, ou 
seja, que a União conceda moratória em relação a tributos de 
competência dos Estados, DF e Municípios, se, simultaneamente, 
conceder a mesma moratória em relação 
1.1 - Moratória 
 
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(i) aos tributos de competência federal; 
(ii) e às obrigações de direito privado. 
A moratória somente pode ser concedida em caráter geral ou individual, 
conforme esquema abaixo. A moratória em caráter geral é concedida pela 
pessoa jurídica de direito público competente para instituir o tributo. 
Exemplo: Município que cria o IPTU concede moratória para pagamento 
do IPTU em função de alguma calamidade que tenha atingido a cidade. 
Há caso da moratória em caráter geral concedida pela União, em 
relação aso tributos dos Estados, do DF e dos Municípios, quando forem 
concedidas também para tributos federais e quanto às obrigações de direito 
privado, é a moratória heterônoma citada acima. 
 
A moratória de caráter individual é concedida por meio de lei que 
autorize nas condições gerais, mas que sejam concedidas por despacho da 
autoridade administrativa. A fruição depende do preenchimento de requisitos 
relacionados a características pessoais do contribuinte, reconhecidos por 
despacho da autoridade administrativa. 
Art. 152. A moratória somente pode ser concedida: 
I - em caráter geral: 
a) pela pessoa jurídica de direito público competente para instituir o tributo 
a que se refira; 
b) pela União, quanto a tributos de competência dos Estados, do Distrito 
Federal ou dos Municípios, quando simultaneamente concedida quanto aos 
tributos de competência federal e às obrigações de direito privado; 
II - em caráter individual, por despacho da autoridade administrativa, 
desde que autorizada por lei nas condições do inciso anterior. 
 
A moratória concedida em caráter individual não gera direito adquirido 
à pessoa que receber esse benefício. Pode, inclusive, ser concedida e depois 
revogada de ofício quando for apurado que na verdade o beneficiado não se 
enquadrava na situação ou deixar de estar nas condições de manter-se com o 
benefício. Pode ser revogada também se não cumpriu os requisitos para a 
concessão do favor legal. 
Essa revogação da moratória faz com que o crédito, antes suspenso, seja 
cobrado junto com juros de mora. Acrescentando-se ainda a penalidade cabível 
se constatado dolo ou simulação. Ou, se não tiver dolo ou simulação, não tem 
penalidade, apenas a revogação e a cobrança do tributo mais juros. 
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Art. 155. A concessão da moratória em caráter individual não gera direito 
adquirido e será revogado de ofício, sempre que se apure que o beneficiado 
não satisfazia ou deixou de satisfazer as condições ou não cumprira ou 
deixou de cumprir os requisitos para a concessão do favor, cobrando-se o 
crédito acrescido de juros de mora: 
I - com imposição da penalidade cabível, nos casos de dolo ou simulação 
do beneficiado, ou de terceiro em benefício daquele; 
II - sem imposição de penalidade, nos demais casos. 
 
A moratória em caráter geral, ao ser estabelecida em lei, a fruição por 
parte do contribuinte, em regra, ocorre de forma automática. Como a lei não 
exige o cumprimento de requisitos individuais, não há necessidade de alguma 
comprovação junto à autoridade fiscal. 
O parágrafo único do art. 155 estabelece: 
• No caso da revogação da moratória em caráter individual por motivo 
de dolo ou simulação, o tempo decorrido entre a concessão da 
moratória e sua revogação não se computa para efeito da prescrição 
do direito à cobrança do crédito; 
• No caso de revogação da moratória em caráter individual por outros 
motivos, a revogação só pode ocorrer antes de prescrito o referido 
direito. 
Art. 155 - Parágrafo único. No caso do inciso I deste artigo, o tempo 
decorrido entre a concessão da moratória e sua revogação não se computa 
para efeito da prescrição do direito à cobrança do crédito; no caso do inciso 
II deste artigo, a revogação só pode ocorrer antes de prescrito o referido 
direito. 
 
 
 
 
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O parágrafo único do art. 152 estabelece a possibilidade de a moratória 
abranger toda a base territorial do ente tributante ou apenas uma parte: 
Art. 152 - Parágrafo único. A lei concessiva de moratória pode 
circunscrever expressamente a sua aplicabilidade à determinada região do 
território da pessoa jurídica de direito público que a expedir, ou a 
determinada classe ou categoria de sujeitos passivos. 
 
O art. 153, o CTN estabelece os requisitos mínimos que devem constar da 
lei que conceder a moratória em caráter geral ou autorizar sua concessão em 
caráter individual. 
Art. 153. A lei que conceda moratória em caráter geral ou autorize sua 
concessão em caráter individual especificará, sem prejuízo de outros 
requisitos: 
I - o prazo de duração do favor; 
II - as condições da concessão do favor em caráter individual; 
III - sendo caso: 
a) os tributos a que se aplica; 
Caráter Geral
* Concedida em função das 
caracerísiticas objetivas do 
evento relacionado à 
tributação. Protege a 
generalidade de sujeitos 
passivos.
*Ao ser estabelecida em lei, a 
fruição por parte do 
contribuinte, em regra, ocorre 
de forma automática. Como a 
lei não exige o cumprimento 
de requisitos individuais, não 
há necessidade de alguma 
comprovação junto à 
autoridade fiscal.
*Gera direito adquirido
Caráter Individual
*Concedida com base em características 
subjetivas do contribuinte.
* A fruição depende do preenchimento de 
requisitos relacionados a características 
pessoais do contribuinte, reconhecidos por 
despacho da autoridade administrativa.
* NÃO gera direito adquirido (art. 155) e 
será revogada de ofício, sempre que se 
apure que o beneficiado não satisfazia ou 
deixou de satisfazer as condições ou não 
cumprira ou deixou de cumprir os requisitos 
para a concessão do favor, cobrando-se o 
crédito acrescido de juros de mora:
I - com imposição da penalidade cabível, 
nos casos de dolo ou simulação do 
beneficiado, ou de terceiro em benefício 
daquele;
II - sem imposição de penalidade, nos 
demais casos.
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b) o númerode prestações e seus vencimentos, dentro do prazo a que se 
refere o inciso I, podendo atribuir a fixação de uns e de outros à autoridade 
administrativa, para cada caso de concessão em caráter individual; 
c) as garantias que devem ser fornecidas pelo beneficiado no caso de 
concessão em caráter individual. 
 
 
 
Conforme disposto no art. 154, CTN, salvo disposição de lei em contrário, 
a moratória somente abrange os créditos definitivamente constituídos à 
data da lei ou do despacho que a conceder, ou cujo lançamento já tenha 
sido iniciado àquela data por ato regularmente notificado ao sujeito passivo. 
Art. 154. Salvo disposição de lei em contrário, a moratória somente 
abrange os créditos definitivamente constituídos à data da lei ou do 
despacho que a conceder, ou cujo lançamento já tenha sido iniciado àquela 
data por ato regularmente notificado ao sujeito passivo. 
 
Já o parágrafo único do mesmo artigo prevê a seguinte regra: a moratória 
não aproveita aos casos de dolo, fraude ou simulação do sujeito passivo ou 
do terceiro em benefício daquele. 
Art. 154 - Parágrafo único. A moratória não aproveita aos casos de dolo, 
fraude ou simulação do sujeito passivo ou do terceiro em benefício 
daquele. 
Lei de concessão da moratória -
requisitos mínimos:
Prazo de 
duração do
favor
Condições de 
concessão do favor 
em caráter 
individual
Sendo o caso:
*Tributos a que se 
aplica
*Número de 
prestações e seus 
vencimentos, podendo 
atribuir a fixação de uns 
e de outros à autoridade 
administrativa (quando 
de caráter individual)
*Garantias que devem 
ser fornecidas pelo 
beneficiado (quando de 
caráter individual)
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Parcelamento é forma de suspensão do crédito tributário, bastante usual, 
pois muitos entes utilizam-se desse mecanismo para aumentar arrecadação. 
Trata-se de uma forma de política fiscal prevista no art. 155-A do CTN, por 
intermédio da qual o Estado estimula que os contribuintes inadimplentes 
regularizem seus débitos. 
O parcelamento deve ser concedido por meio de lei específica. Em regra, 
não exclui a incidência de juros e multa, porém a lei do parcelamento pode 
prever de maneira diferente, o que, em geral, acontece, pois se o objetivo do 
parcelamento é incentivar o pagamento de débitos em atraso ou débitos em 
dia, mas de altos valores, o ente geralmente coloca incentivo para que esse 
parcelamento tenha adesão e esse incentivo é a diminuição ou até mesmo a 
retirada de juros ou multas. 
Pode-se aplicar ao parcelamento, subsidiariamente, as regras do CTN 
sobre moratória. 
Art. 155-A. O parcelamento será concedido na forma e condição 
estabelecidas em lei específica. 
§ 1o Salvo disposição de lei em contrário, o parcelamento do crédito 
tributário não exclui a incidência de juros e multas. 
§ 2o Aplicam-se, subsidiariamente, ao parcelamento as disposições desta 
Lei, relativas à moratória. 
 
 
 
 
Parcelamento: principais aspectos
Será concedido na 
forma e condição
estabelecidas em lei
específica
Salvo disposição de lei 
em contrário, o 
parcelamento NÃO
EXCLUI a incidência de 
juros e multas.
Segue, 
subsidiariamente, os 
princípios e regras 
relativos à moratória
1.2 - Parcelamento 
 
Atenção à pegadinha! As bancas vão tentar confundi-lo afirmando que a 
moratória segue subsidiariamente as disposições legais sobre o 
parcelamento, mas é o contrário! Recorde esse macete: “Quem tem moral” 
nessa história é a moratória, ela que “é seguida” pelo parcelamento. 
 
 
 
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Tem que ter lei também para parcelamento para devedor que esteja em 
recuperação judicial, já que o sujeito está em crise, pode ser feita uma lei 
específica concedendo parcelamento aso devedores em recuperação, para 
propiciar a superação da crise por meio desse benefício. 
Nos casos de recuperação judicial, o parcelamento dos créditos 
tributários terá condições estabelecidas por lei específica (§ 3º do art. 155-A). 
Caso não exista tal lei, prevê o § 4º do art. 155-A que será aplicada a lei geral 
de parcelamento do ente da Federação relacionado, NÃO podendo, nesse caso, 
o prazo de parcelamento ser inferior ao concedido pela lei federal 
específica. 
§ 3o Lei específica disporá sobre as condições de parcelamento dos 
créditos tributários do devedor em recuperação judicial. 
§ 4o A inexistência da lei específica a que se refere o § 3o deste artigo 
importa na aplicação das leis gerais de parcelamento do ente da Federação 
ao devedor em recuperação judicial, não podendo, neste caso, ser o prazo 
de parcelamento inferior ao concedido pela lei federal específica. 
 
 
Regularmente instaurado o contencioso administrativo, a exigibilidade 
do crédito tributário estará suspensa. Fique atento, pois a suspensão do crédito 
NÃO acontece em relação à instauração de litígio judicial. Nesse caso, 
apenas em determinadas situações poderá ocorrer a suspensão do crédito 
tributário, cujas hipóteses veremos a seguir. 
 
 
Sobre recursos administrativos, é importante que você conheça o 
entendimento jurisprudencial. Os tribunais superiores estabelecem que não se 
pode fazer exigência de depósito ou arrolamento em dinheiro ou bens antes de 
interpor recurso administrativo. Se a lei do ente disser que será necessário fazer 
depósito para protocolar recurso administrativo, deverá ser considerada 
inconstitucional. 
Suspensão da 
exigibilidade do 
crédito tributário
Instauração do 
contensioso 
administrativo
Instauração do 
contensioso judicial
1.3 – As Reclamações e os Recursos Administrativos 
 
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Súmula Vinculante STF nº 21: É inconstitucional a exigência de depósito 
ou arrolamento prévios de dinheiro ou bens para admissibilidade de 
recurso administrativo. 
Súmula STJ nº 373: É ilegítima a exigência de depósito prévio para 
admissibilidade de recurso administrativo. 
 
Para quem não é familiarizado com o termo, “contencioso” significa algo 
que está sendo contestado. Logo, quando o sujeito não concorda com algo, ele 
contesta essa coisa, estabelecendo assim um contencioso. Se o contencioso 
ocorrer na esfera administrativa, isto é, o sujeito for até uma agência da fazenda 
e efetuar sua reclamação, este será um contencioso administrativo. Caso ele 
venha a reclamar no judiciário, este será um contencioso judicial. O contencioso 
administrativo em forma de recursos ou reclamações administrativas 
suspendem a exigibilidade do crédito tributário. 
 
 
O mandando de segurança é a ação judicial que visa à defesa de direito 
líquido e certo lesionado ou ameaçadopor autoridade pública ou pessoa 
investida de atribuições do Poder Público. Se houver relevância jurídica e perigo 
na demora da sentença, o juiz pode conceder a liminar para suspender os 
efeitos do ato coator até que se julgue o mérito da ação. Dessa forma, o juiz 
poderá impedir que o crédito tributário seja exigido coercitivamente por 
meio da suspensão de sua exigibilidade. 
No entanto, ATENÇÃO à seguinte jurisprudência do STJ: “A suspensão da 
exigibilidade do crédito tributário na via judicial impede o Fisco de praticar 
qualquer ato contra o contribuinte visando à cobrança de seu crédito, tais como 
inscrição em dívida, execução e penhora, mas não impossibilita a Fazenda 
de proceder à regular constituição do crédito tributário para prevenir a 
decadência do direito de lançar.” (EREsp 572.603/2005) 
Em outras palavras, perceba que o juiz NÃO pode impedir a autoridade 
fiscal de promover o lançamento tributário, pois assim poderia acarretar 
prejuízo ao Fisco pela perda do prazo para constituição do crédito tributário até 
o julgamento definitivo da ação (veremos a decadência mais à frente). 
De modo semelhante à Súmula Vinculante STF nº 21 (sobre recursos 
administrativos), também há uma Súmula tratando dos recursos judiciais. O 
STF se posicionou pela inconstitucionalidade do depósito prévio como requisito 
de admissibilidade de ação judicial na qual se pretenda discutir o crédito. 
1.4 – Concessão de Medida Liminar em Mandado de Segurança 
 
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Súmula Vinculante STF nº 28: É inconstitucional a exigência de depósito 
prévio como requisito de admissibilidade de ação judicial na qual se 
pretenda discutir a exigibilidade de crédito tributário. 
 
 
Nos casos em que a questão tributária exige dilação probatória não cabe 
mandado de segurança. Nessas situações em que o contribuinte ingressa com 
processo de conhecimento de procedimento comum, também é cabível a 
concessão de medida liminar para suspender a exigibilidade do crédito 
tributário. 
Outra possibilidade é a concessão de tutela antecipada pelo magistrado, 
que também tem o efeito de adiantar a prestação jurisdicional requerida pelo 
autor. Não se preocupe com os detalhes que diferenciam os dois institutos – 
liminar e tutela antecipada – pois não se trata de assunto atinente à nossa 
matéria. 
Para a prova de Direito Tributário você precisa saber que essas medidas 
preventivas e assecuratórias iniciais como medida liminar e tutela antecipada 
quando pedidas pelo autor e deferidas pelo juiz em qualquer tipo de ação judicial 
que verse sobre o tributo questionado, ocasiona a suspensão da exigibilidade 
do crédito tributário. 
 
 
Conforme alertamos, a simples instauração do processo judicial não tem o 
poder de determinar, por si só, a suspensão do crédito tributário discutido. No 
entanto, um mecanismo à disposição do contribuinte para obter essa suspensão 
é o depósito integral e em dinheiro do valor do crédito. 
ATENÇÃO: A integralidade do depósito refere-se ao montante exigido 
pelo Fisco (incluindo juros e multas) e não àquele considerado correto pelo 
contribuinte. Conforme a jurisprudência do STJ, o depósito é um direito 
subjetivo do sujeito passivo e, portanto, independe de autorização do 
juiz. 
 
Fique atento também ao conteúdo da Súmula 112 do STJ: “O depósito 
somente suspende a exigibilidade do crédito tributário se for integral e em 
dinheiro”. Conforme esse tribunal, o seguro garantia judicial, assim como a 
fiança bancária, não se equiparam ao depósito integral em dinheiro. 
1.5 – A Concessão de Medida Liminar ou Tutela Antecipada, 
em Outras Espécies de Ação Judicial 
 
1.6 – Depósito do Montante Integral 
 
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 Em relação ao tema, importante também conhecer o entendimento 
firmado pelo STJ de que a realização do depósito formaliza o crédito 
tributário e torna dispensável o lançamento pelo Fisco, não havendo risco 
de o Fisco decair de seu direito de lançar. (REsp nº 767.328). 
 
➢ Para melhor fixar, segue o quadro resumo sobre suspensão do crédito 
tributário: 
SUSPENSÃO 
Via Administrativa 
Instauração de 
reclamações e recursos 
 
Via Judicial 
 
Mandado de Segurança, 
Liminar ou Antecipação 
de tutela 
A simples instauração de 
contencioso não 
suspende. 
Juiz não pode impedir o 
lançamento do crédito 
 
Garantia do Sujeito 
Passivo 
Depósito Integral do 
valor exigido pelo fisco 
 
Não depende de 
autorização judicial 
 
 
 
Assim como a lei prevê a situação que faz surgir a obrigação e o crédito 
tributário, encontraremos na lei as hipóteses em que esse crédito será extinto 
e será dado um fim à relação jurídica tributária surgida. 
 O CTN elenca um rol com 11 incisos prevendo as situações que dão fim 
ao crédito tributário. A maior parte da doutrina considera esse rol exaustivo. 
Extingue o crédito tributário o pagamento, a compensação, a transação, a 
remissão, a prescrição, a decadência, a conversão do depósito em renda, o 
pagamento antecipado e a homologação do lançamento, a consignação em 
pagamento, a decisão administrativa irreformável, a decisão judicial passada 
em julgado e a dação em pagamento em bens imóveis. 
Art. 156. Extinguem o crédito tributário: 
I - o pagamento; 
II - a compensação; 
III - a transação; 
IV - remissão; 
V - a prescrição e a decadência; 
2 – Extinção do Crédito Tributário 
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VI - a conversão de depósito em renda; 
VII - o pagamento antecipado e a homologação do lançamento nos termos 
do disposto no artigo 150 e seus §§ 1º e 4º; 
VIII - a consignação em pagamento, nos termos do disposto no § 2º do 
artigo 164; 
IX - a decisão administrativa irreformável, assim entendida a definitiva na 
órbita administrativa, que não mais possa ser objeto de ação anulatória; 
X - a decisão judicial passada em julgado. 
XI – a dação em pagamento em bens imóveis, na forma e condições 
estabelecidas em lei. 
Parágrafo único. A lei disporá quanto aos efeitos da extinção total ou 
parcial do crédito sobre a ulterior verificação da irregularidade da sua 
constituição, observado o disposto nos artigos 144 e 149. 
 
 
O que extingue o crédito tributário (art. 156, CTN) 
Pagamento Prescrição e Decadência Decisão administrativa 
irreformável 
Compensação Conversão de depósito em 
renda 
Decisão judicial passada 
em julgado 
Transação Pagamento antecipado e a 
Homologação do pagamento 
Dação em pagamento de 
bens imóveis, na forma e 
condições da lei 
Remissão Consignação em pagamento 
 
Vamos abordar um a um para melhor explicar: 
 
 
O pagamento é a forma maisnormal e conhecida de extinção de obrigação 
e asism também é para o crédito tributário. Há, aqui no CTN, uma série de 
regras específicas sobre o pagamento no tocante ao crédito tributário, alguns 
até em desuso, mas como está na lei merecem nossa devida atenção. 
O pagamento pode ser feito em dinheiro, ou conforme o termo legal, em 
moeda e pode ser feito também em cheque ou vale postal. Além disso, o 
pagamento é efetudado em estampilha, ou por meio de papel selado ou ainda 
processo mecênico, quando houver previsão de lei nesse sentido. 
 
2.1 – Pagamento 
 
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Art. 162. O pagamento é efetuado: 
I - em moeda corrente, cheque ou vale postal; 
II - nos casos previstos em lei, em estampilha, em papel selado, ou por 
processo mecânico. 
 
 
 
No caso de pagamento em cheque, a extinção do crédito só ocorrerá 
com a respectiva compensação bancária. O vale postal, assim como o 
cheque, é uma espécie de ordem de pagamento. Já a estampilha, o papel 
selado e processos mecânicos são, na verdade, meios de prova de 
pagamento. Apenas saiba que são mencionados pelo CTN, sem maiores 
preocupações. 
Vejamos, agora, outros aspectos importantes: 
Segundo o artigo 157 do CTN, a imposição de penalidade não ilide o 
pagamento integral do crédito tributário, infelizmente, o termo utilizado pelo 
legislador foi esse mesmo “ilide”, que significa rebate, refuta, porém o que o 
legislador quis dizer foi “elide” que quer dizer elimina, suprime, o que faz bem 
mais sentido no contexto do artigo. Ou seja, se o sujeito passivo recebe uma 
multa a ser cobrada sobre o valor do tributo, deverá pagar os dois, tanto a multa 
como o tributo. 
 Art. 157. A imposição de penalidade não ilide o pagamento integral do 
crédito tributário. 
 
Quando um crédito tributário for decomposto em várias partes ou 
prestação, o pagamento parcial, ou seja, de uma parte não configura presunção 
de pagamento de todo crédito. Exemplo: IPVA pode ser pago em parcelas, se 
o contribuinte pagar a última não quer dizer que tenha pago as anteriores. 
Se o pagamento for total não há presunção de que outros créditos 
referentes ao mesmo tributo ou a outros tributos estejam também quitados. 
 
Meios de pagamento
(art. 162, CTN)
- Moeda Corrente
- Cheque
- Vale postal
Nos casos previstos em lei:
- Estampilha
- Papel selado
- Por processos mecânicos
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Exemplo: IPTU de um ano pago não quer dizer que o do ano anterior está 
pago também. 
Art. 158. O pagamento de um crédito não importa em presunção de 
pagamento: 
I - quando parcial, das prestações em que se decomponha; 
II - quando total, de outros créditos referentes ao mesmo ou a outros 
tributos. 
 
Existe um artigo que foi escrito com base na realidade da época de edição 
do CTN, estabelecendo que o local de pagamento será o da repartição 
competente do domicílio do sujeito passivo, ainda assim essa regra só vale 
quando a lei do tributo não dispuser sobre o assunto. Hoje em dia os tributos 
são recolhidos em rede bancária. 
Art. 159. Quando a legislação tributária não dispuser a respeito, o 
pagamento é efetuado na repartição competente do domicílio do sujeito 
passivo. 
 
Em relação ao prazo de pagamento temos a situação em que a legislação 
de cada ente e de cada tributo definirá o tempo do pagamento, caso essa 
legislação seja omissa nesse aspecto, o CTN nos ensina que o vencimento do 
crédito ocorre trinta dias após a notificação ao sujeito passivo. A legislação pode 
conceder desconto para pagamento antecipado. 
Art. 160. Quando a legislação tributária não fixar o tempo do pagamento, 
o vencimento do crédito ocorre trinta dias depois da data em que se 
considera o sujeito passivo notificado do lançamento. 
Parágrafo único. A legislação tributária pode conceder desconto pela 
antecipação do pagamento, nas condições que estabeleça. 
 
Se o crédito não for pago no vencimento estipulado, será acrescido de juros 
de mora, além de poder ser aplicada penalidade e as garantias previstas na lei 
para o crédito tributário. Sendo omissa a lei quanto ao valor desses juros de 
mora, determina o CTN que será de 1% ao mÊs. 
Art. 161. O crédito não integralmente pago no vencimento é acrescido de 
juros de mora, seja qual for o motivo determinante da falta, sem prejuízo 
da imposição das penalidades cabíveis e da aplicação de quaisquer 
medidas de garantia previstas nesta Lei ou em lei tributária. 
§ 1º Se a lei não dispuser de modo diverso, os juros de mora são calculados 
à taxa de um por cento ao mês. 
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§ 2º O disposto neste artigo não se aplica na pendência de consulta 
formulada pelo devedor dentro do prazo legal para pagamento do crédito. 
 
 
 
Ao tratar de pagamento, o CTN estabelece determinadas regras para os 
casos em que o mesmo sujeito passivo tenha, simultaneamente, dois ou mais 
débitos vencidos com a mesma pessoa jurídica de direito público, 
relativos ao mesmo ou a diferentes tributos ou provenientes de penalidade 
pecuniária ou juros de mora. 
Nessas situações, a autoridade administrativa competente para receber o 
pagamento determinará a respectiva imputação, de acordo com a ordem 
estabelecida no art. 163. 
Art. 163. Existindo simultaneamente dois ou mais débitos vencidos do 
mesmo sujeito passivo para com a mesma pessoa jurídica de direito 
público, relativos ao mesmo ou a diferentes tributos ou provenientes de 
penalidade pecuniária ou juros de mora, a autoridade administrativa 
competente para receber o pagamento determinará a respectiva 
Pagamento do 
Crédito 
Tributário
(aspectos 
importantes)
Onde? Quando a legislação tributária não dispuser a respeito, 
será realizado na repartição competente do domicílio do 
sujeito passivo (art. 159)
Quando? Se a legislação não fixar o tempo do pagamento, o 
vencimento ocorre 30 dias depois da data em que se considera 
o sujeito passivo notificado do lançamento (art. 160)
A imposição de penalidade NÃO ilide o pagamento integral 
do crédito tributário (art. 157)
O pagamento de um
crédito não importa em 
presunção de pagamento:
(art. 158)
I - quando parcial, das 
prestações em que se 
decomponha
II - quando total, de 
outros créditos referentes 
ao mesmo ou a aoutros 
tributos
O crédito não integralmente pago no vencimento é 
acrescido de juros de mora, sem prejuízo da imposição
das penalidades cabíveis e da aplicação de quaisquer 
medidas de garantia previstas em lei (art. 161)Na omissão da lei, 
juros de 1% ao mês 
A legislação tributária 
pode conceder desconto 
pela antecipação do 
pagamento, nas 
condições que 
estabeleça.O disposto neste artigo não se aplica na pendência de 
consulta formulada pelo devedor dentro do prazo 
legal para pagamento do crédito. 
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imputação, obedecidas as seguintes regras, na ordem em que 
enumeradas: 
I - em primeiro lugar, aos débitos por obrigação própria, e em segundo 
lugar aos decorrentes de responsabilidade tributária; 
II - primeiramente, às contribuições de melhoria, depois às taxas e por fim 
aos impostos; 
III - na ordem crescente dos prazos de prescrição; 
IV - na ordem decrescente dos montantes. 
 
A imputação do pagamento deve seguir a ordem da lei. Primeiramente 
devem ser pagos os débitos de obrigações próprias em que o sujeito passivo é 
contribuinte e depois paga-se os créditos em que o sujeito seja responsável. 
Não sendo suficiente para resolver a situação com base na primeira 
análise, tem-se a segunda, em que devem ser pagas as contribuições de 
melhoira, depois as taxas e só depois os impostos. 
Se persistir a controversa, em relação a diversos tributos com prazos de 
prescrição diferentes, devem ser pagos primeiramente os de menor prazo de 
prescrição, ou seja, os que estão prestes a prescrever, por óbvio, devem ser 
pagos antes do que ainda vão prescrever mais para frente. 
Por fim, devem ser pagos primeiramente os de maior valor. 
 
 
 
 
1º - Débitos por obrigação própria
2º - Débitos por responsabilidade tributária
1º - Contribuições de Melhoria
2º - Taxas
3º - Impostos
Ordem crescente dos prazos de prescrição
Ordem decrescente dos montantes
IMPUTAÇÃO DE PAGAMENTO 
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Entenda que há uma hierarquia entre os critérios de imputação de 
pagamento definidos pelo CTN. Depois de verificados quais débitos são devidos 
por responsabilidade tributária ou obrigação própria é que será feita a ordenação 
conforme se trate de contribuição de melhoria, taxas e impostos. 
Exemplo: Fulaninho possui quatro débitos vencidos com o Estado do Rio de 
Janeiro, um relativo a ICMS por responsabilidade tributária no valor de R$ 1 mil, 
outro de ICMS por obrigação própria no valor de R$ 2 mil, outro relativo a taxa 
por serviço público a ele prestado no valor de R$ 500 e o último no valor de R$ 
1,5 mil relativo a contribuição de melhoria. Como será feita a imputação de 
pagamento? 
Passo 1: separar os débitos de responsabilidade daqueles por obrigação própria. 
Todos os débitos por obrigação própria serão pagos antes daqueles por 
responsabilidade. 
Débitos por obrigação própria: ICMS R$ 2 mil, taxa R$ 500 e contribuição de 
melhoria R$ 1,5 mil. 
Débitos por responsabilidade: ICMS R$ 1 mil. 
Passo 2: ordenar os débitos relativos a obrigação própria de acordo com o tipo 
de tributo (contribuição de melhoria → taxa → imposto): contribuição de 
melhoria R$ 1,5 mil → taxa R$ 500 → ICMS R$ 2 mil 
Conclusão: A ordem de pagamento será contribuição de melhoria R$ 1,5 mil → 
taxa R$ 500 → ICMS R$ 2 mil → ICMS por responsabilidade no valor de R$ 1 
mil 
 
É muito importante decorar a ordem de imputação de pagamento 
estabelecida pelo CTN. Mas a decoreba será facilitada se você buscar o sentido 
da regra. Veja, por exemplo, que ao estabelecer a ordem ‘contribuição de 
melhoria → taxa → imposto’, o CTN levou em conta o grau de 
contraprestação do tributo. Quanto mais contraprestacional o tributo, mais 
a ausência de seus valores será sentida pelo Poder Público. Já ao estabelecer 
como terceiro critério a ordem crescente dos prazos de prescrição, isto é, cobrar 
primeiro aqueles créditos mais próximos de prescreverem, busca evitar a perda 
do direito de cobrança sobre eles. 
 
O art. 164 traz as hipóteses em que a importância do crédito tributário 
pode ser consignada judicialmente pelo sujeito passivo, extinguindo o 
crédito. A ação de consignação em pagamento é utilizada quando o sujeito 
passivo esteja impedido, por fato imputável ao credor, de exercer o seu direito 
de pagar e obter a quitação do tributo. Vejamos: 
 
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Art. 164. A importância de crédito tributário pode ser consignada 
judicialmente pelo sujeito passivo, nos casos: 
I - de recusa de recebimento, ou subordinação deste ao pagamento de 
outro tributo ou de penalidade, ou ao cumprimento de obrigação acessória; 
II - de subordinação do recebimento ao cumprimento de exigências 
administrativas sem fundamento legal; 
III - de exigência, por mais de uma pessoa jurídica de direito público, de 
tributo idêntico sobre um mesmo fato gerador. 
164 § 1º A consignação só pode versar sobre o crédito que o consignante 
se propõe pagar. 
164 § 2º Julgada procedente a consignação, o pagamento se reputa 
efetuado e a importância consignada é convertida em renda; julgada 
improcedente a consignação no todo ou em parte, cobra-se o crédito 
acrescido de juros de mora, sem prejuízo das penalidades cabíveis. 
 
Casos que ensejam a consignação em pagamento judicial são aqueles em 
que há recusa de recebimento ou subordinação do pagamento de outro tributo 
ou ainda ao cumprimento de obrigação acessória. A consignação pode ser feita 
também quando houver subordinação de recebimento do pagamento ao 
cumprimento de exigência administrativa sem fundamento legal e quando 
houver exigência de tributo idêntico sobre um mesmo fato gerador por mais de 
uma pessoa jurídica de direito público tributante. 
 
 
Já o art. 165 trata das hipóteses em que sujeito passivo tem direito à 
restituição total ou parcial do tributo (o que seu edital chamou de 
repetição do indébito), seja qual for a modalidade de seu pagamento, 
independentemente de prévio protesto. 
 
Consignação em pagamento
Recusa de 
recebimento ou 
subordinação deste ao 
pagamento de outro 
tributo ou penalidade ou 
ao cumprimento de 
obrigação acessória
Subordinação do 
recebimento ao 
cumprimento de 
exigências 
administrativas sem 
fundamento legal
Exigência, por mais de 
uma pessoa jurídica
de direito público, de 
tributo idêntico sobre 
um mesmo fato 
gerador.
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Art. 165. O sujeito passivo tem direito, independentemente de prévio 
protesto, à restituição total ou parcial do tributo, seja qual for a modalidade 
do seupagamento, ressalvado o disposto no § 4º do artigo 162, nos 
seguintes casos: 
I - cobrança ou pagamento espontâneo de tributo indevido ou maior que o 
devido em face da legislação tributária aplicável, ou da natureza ou 
circunstâncias materiais do fato gerador efetivamente ocorrido; 
II - erro na edificação do sujeito passivo, na determinação da alíquota 
aplicável, no cálculo do montante do débito ou na elaboração ou 
conferência de qualquer documento relativo ao pagamento; 
III - reforma, anulação, revogação ou rescisão de decisão condenatória. 
 
A repetição do indébito que consiste na devolução ao sujeito passivo do 
valor pago, será feita quando o pagamento espontâneo de tributo tenha sido 
maior do que o devido ou quando houver erro na identificação dos elementos 
de cobrança como sujeito passivo, alíquota, base de cálculo, ou será devolvido 
o tributo pago quando houver reforma, anulação, revogação ou rescisão de 
decisão condenatória, ou seja, teve decisão que condenou ao pagamento do 
tributo, esse tributo é pago e depois essa decisão cai por terra. 
 
 
De acordo com o art. 167, a restituição total ou parcial do tributo dá lugar 
à restituição, na mesma proporção, dos juros de mora e das penalidades 
pecuniárias, salvo os referentes a infrações de caráter formal não prejudicadas 
pela causa da restituição. Já, no parágrafo único do referido artigo, determina 
o CTN que, a partir do trânsito em julgado da decisão definitiva que 
determinar a restituição, serão devidos juros NÃO capitalizáveis. 
 
Restituição
do tributo 
nos casos de 
(...)
cobrança ou pagamento espontâneo de tributo 
indevido ou maior que o devido em face da 
legislação tributária aplicável, ou da natureza ou 
circunstâncias materiais do fato gerador efetivamente 
ocorrido;
erro na identificação do sujeito passivo, na 
determinação da alíquota aplicável, no cálculo
do montante do débito ou na elaboração ou 
conferência de qualquer documento relativo ao 
pagamento
reforma, anulação, revogação ou rescisão de 
decisão condenatória
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Art. 167. A restituição total ou parcial do tributo dá lugar à restituição, na 
mesma proporção, dos juros de mora e das penalidades pecuniárias, salvo 
as referentes a infrações de caráter formal não prejudicadas pela causa da 
restituição. 
 Parágrafo único. A restituição vence juros não capitalizáveis, a partir do 
trânsito em julgado da decisão definitiva que a determinar. 
 
Atenção! De acordo com o art. 166, a restituição de tributos que 
comportem, por sua natureza, transferência do respectivo encargo financeiro 
(os chamados tributos indiretos, como o ICMS) somente será feita a quem 
prove haver assumido o referido encargo, ou, no caso de tê-lo 
transferido a terceiro, estar por este expressamente autorizado a 
recebê-la. 
Art. 166. A restituição de tributos que comportem, por sua natureza, 
transferência do respectivo encargo financeiro somente será feita a quem 
prove haver assumido o referido encargo, ou, no caso de tê-lo transferido 
a terceiro, estar por este expressamente autorizado a recebê-la. 
 
Acerca de restituição de tributos, é importante que você conheça a Súmula 
STF nº 546: “Cabe a restituição do tributo pago indevidamente, quando 
reconhecido por decisão, que o contribuinte de jure não recuperou do 
contribuinte de facto o quantum respectivo”. Em linguajar mais acessível, 
significa que, não havendo repercussão do tributo, o contribuinte de direito (de 
jure) é também contribuinte de fato, não ocorrendo, portanto, enriquecimento 
sem causa. 
 
Nos termos do art. 168, o contribuinte tem o prazo de 5 anos para 
pleitear a restituição, contados da data da extinção do crédito tributário 
(pagamento indevido) ou da data em que se tornar definitiva a decisão 
administrativa ou passar em julgado a decisão judicial que tenha reformado, 
anulado, revogado ou rescindido a decisão condenatória. Mas, CUIDADO: essa 
regra é válida para as ações ajuizadas a partir de 09 de junho de 2005, quando 
a LC nº 118 conferiu novo entendimento ao art. 168, I, do CTN. Até então, como 
a redação legal fala em 5 anos contados da data da extinção do crédito 
tributário, entendia-se que no caso dos tributos sujeitos a homologação, sem 
que esta tenha sido realizada expressamente pela Administração, o prazo de 5 
anos apenas seria computado após os 5 anos contados do fato gerador em que 
se considerava ter ocorrido homologação tácita. Ou seja, até 09 de junho de 
2005, o contribuinte tinha dez anos para solicitar a restituição de tributo sujeito 
a lançamento por homologação indevidamente pago. 
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Art. 168. O direito de pleitear a restituição extingue-se com o decurso do 
prazo de 5 (cinco) anos, contados: 
I - nas hipótese dos incisos I e II do artigo 165, da data da extinção do 
crédito tributário; (Vide art 3 da LCp nº 118, de 2005) 
II - na hipótese do inciso III do artigo 165, da data em que se tornar 
definitiva a decisão administrativa ou passar em julgado a decisão judicial 
que tenha reformado, anulado, revogado ou rescindido a decisão 
condenatória. 
 
De acordo com o art. 169, caso a restituição pleiteada pelo contribuinte 
seja negada pela Administração, o sujeito passivo dispõe de 2 anos para ajuizar 
ação anulatória da decisão administrativa que denegá-la. Nos termos do 
parágrafo único desse artigo, o prazo de prescrição desta ação é 
interrompido pelo início da ação judicial, recomeçando seu curso PELA 
METADE a partir da data da intimação validamente feita ao representante 
judicial da Fazenda Pública interessada. 
Art. 169. Prescreve em dois anos a ação anulatória da decisão 
administrativa que denegar a restituição. 
 Parágrafo único. O prazo de prescrição é interrompido pelo início da ação 
judicial, recomeçando o seu curso, por metade, a partir da data da 
intimação validamente feita ao representante judicial da Fazenda Pública 
interessada. 
 
 
A segunda forma de extinção do crédito tributário é a compensação. Só 
pode acontecer a compensação se houver lei dispondo sobre o tema. Cabendo 
a análise da autoridade administrativa autorizar a compensação em cada caso. 
A compensação é feita quando determinado sujeito passivo possui um crédito 
tributário em aberto, mas também possui contra aquele ente um valor a 
receber, sendo esse valor um crédito líquido, certo, vencido ou vincendo. 
Podendo ser, inclusive, de restituição. Se o crédito a que tem direito o sujeito 
passivo não for ainda vencido, caberá a compensação sobre o montante trazido 
a valor presente, sendo que não pode ter redução de juro maior do que 1% ao 
mês. 
 
Art. 170. A lei pode, nas condições e sob as garantias que estipular, ou 
cuja estipulação em cada caso atribuir à autoridade administrativa, 
autorizar a compensação de créditos tributários com créditos líquidos e 
certos, vencidos ou vincendos, do sujeito passivo contra a Fazenda pública. 
2.2 – Compensação 
 
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Parágrafo único. Sendo vincendo o crédito do sujeito passivo, a lei 
determinará, para os efeitos deste artigo, a apuração do seu montante, 
não podendo, porém, cominar redução maior que a correspondente ao juro 
de 1% (um por cento) ao mês pelo tempo a decorrer entre a data da 
compensação e a do vencimento. 
 
Esquematizamos para vocês os pontos mais cobrados nas provas: 
 
 
 
 Fique atento, pois a possibilidade de compensação com créditos 
vincendos (que ainda irão vencer) é uma particularidade do Direito Tributário - 
no Direito Privado, regulado pelo Código Civil, não há tal possibilidade. Além 
disso, a lei autorizativa da compensação poderá prever um desconto pelo 
“pagamento” antecipado do crédito em favor do contribuinte. No entanto, esse 
desconto deverá respeitar o limite máximo estabelecido pelo CTN de 1% ao 
mês. 
 CTN veda a compensação de tributo que ainda esteja sendo discutido em 
via judicial antes do trânsito em julgado da decisão que der fim a lide. 
COMPENSAÇÃO
Modalidade de extinção do crédito tributário por meio do 
confronto entre débitos e créditos de um sujeito passivo 
com a Fazenda Pública competente
Deve haver lei autorizativa da compensação
Créditos do sujeito 
passivo contra a 
Fazenda Pública 
devem ser
certos
(quanto à existência)
líquidos
(quanto ao valor)
Vencidos ou 
vincendos
Se vincendo, 
desconto 
máximo de 
1% ao mês
Vedada compensação com crédito tributário
objeto de contestação judicial pelo sujeito passivo
antes do trânsito em julgado
Mandando de segurança pode declarar direito à 
compensação tributária
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Art. 170-A. É vedada a compensação mediante o aproveitamento de 
tributo, objeto de contestação judicial pelo sujeito passivo, antes do 
trânsito em julgado da respectiva decisão judicial. 
 
 
 
 
 A extinção do crédito tributário por meio da transação ocorre quando há 
um acordo entre as partes que farão concessões reciprocamente, de modo que 
será findado o litígio estabelecido e as obrigações serão cumpridas. Só pode ser 
feita se houver lei específica autorizando a transação. No Direito Tributário só 
há transação terminativa, ou seja, que dá fim ao litígio, seja judicial ou 
administrativo. 
Art. 171. A lei pode facultar, nas condições que estabeleça, aos sujeitos 
ativo e passivo da obrigação tributária celebrar transação que, mediante 
concessões mútuas, importe em determinação de litígio e conseqüente 
extinção de crédito tributário. 
Parágrafo único. A lei indicará a autoridade competente para autorizar a 
transação em cada caso. 
 
A transação é um acordo por meio do qual cada lado – Fazenda Pública e 
sujeito passivo – cede um pouquinho, faz concessões, para pôr fim ao litígio. 
Jurisprudência STJ sobre compensação: 
 
 Nº 212: “A compensação de créditos tributários NÃO pode ser 
deferida em ação cautelar ou por medida liminar cautelar ou 
antecipatória”. 
 Nº 213: “O mandado de segurança constitui ação adequada 
para a declaração do direito à compensação tributária”. 
 Nº 460: “É incabível o mandado de segurança para convalidar 
a compensação tributária realizada pelo contribuinte”. 
 Perceba que apenas existe a possibilidade de declaração do 
direito à compensação tributária por meio de mandado de segurança 
(Súmula nº 213). Contudo, mandado de segurança é incabível o 
cálculo dos direitos creditórios do sujeito passivo contra a Fazenda, 
pois demanda diligências não cabíveis neste tipo de ação. 
 
2.3 – Transação 
 
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No entanto, em função da indisponibilidade do interesse público e da 
vinculação da atividade tributária, somente por meio de lei a autoridade 
pública pode realizar a transação. 
Atenção! Ao contrário do que ocorre no direito civil, no direito tributário, 
não existe transação preventiva, mas apenas terminativa de litígio. 
 
 
 
 
 
 
 Remissão é causa de extinção do crédito, pois dá ao sujeito passivo a 
dispensa da dívida, é o perdão da dívida em relação ao tributo. Como o ente 
estará abrindo mão de um recurso, só pode ser concedida por meio de lei 
específica. A autoridade administrativa, quando autorizada pela lei, poderá 
conceder remissão total ou parcial do crédito tributário. 
O CTN prevê os casos em que a remissão poderá ser concedida. O fisco, 
para conceder remissão, deve atentar para a situação econômica do sujeito 
passivo, atentar também para o erro ou ignorância desculpáveis do sujeito 
passivo em relação a matéria de fato e faz também a remissão em caso de 
baixíssimos valores de tributos. Deve ser levado em consideração a equidade e 
em relação ao caso e as peculiaridades da região. 
Art. 172. A lei pode autorizar a autoridade administrativa a conceder, por 
despacho fundamentado, remissão total ou parcial do crédito tributário, 
atendendo: 
I - à situação econômica do sujeito passivo; 
II - ao erro ou ignorância excusáveis do sujeito passivo, quanto a matéria 
de fato; 
III - à diminuta importância do crédito tributário; 
IV - a considerações de eqüidade, em relação com as características 
pessoais ou materiais do caso; 
TRANSAÇÃO
Modalidade de extinção do crédito tributário por meio 
de um acordo para concessões recíprocas que põe 
fim ao litígio entre Fazenda Pública e sujeito passivo.
Deve haver lei autorizativa da transação
Em matéria tributária só há transação terminativa -
pressupõe a existência de um litígio,
administrativo ou judicial
2.4 – Remissão 
 
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V - a condições peculiares a determinada região do território da entidade 
tributante. 
Parágrafo único. O despacho referido neste artigo não gera direito 
adquirido, aplicando-se, quando cabível, o disposto no artigo 155. 
 
 
 
 
A Fazenda Pública deve respeitar um prazo para constituição do crédito 
tributário por meio do lançamento. A perda deste prazo implica na perda do 
direito de crédito ou decadência. Vejamos as 4 regras sobre o termo inicial 
da contagem do prazo decadencial (art. 173). 
Podemos afirmar que o prazo decadencial que o fisco tem para efetuar o 
lançamento do tributo é de 5 anos. A contagem inicial desse prazo vai variar. 
REMISSÃO
O que é: Perdão de dívida tributária cujos fatos geradores játenham se aperfeiçoado no momento de vigência da lei 
concessiva. 
O que NÃO é: 
* Dispensa de pagamento de tributos sobre fatos geradores 
futuros (isenção)
* Perdão de multa relativa a infração tributária (anistia)
Deve ser concedida por lei específica (que trate 
exclusivamente de remissão, ainda que de vários tributos, ou 
que trate exclusivamente de determinado tributo, ainda que de 
vários aspectos a ele relativos)
Despacho da autoridade administrativa que a conceder não
gera direito adquirido.
A lei pode autorizar 
remissão total ou
parcial do crédito 
tributário atendendo 
(...)
à situação econômica do sujeito 
passivo
ao erro ou ignorância
excusáveis do sujeito passivo, 
quanto a matéria de fato
à diminuta importância do 
crédito tributário
considerações de equidade, em 
relação com as características
pessoais ou materiais do caso
condições peculiares a 
determinada região do território da 
entidade tributante
2.5 – Decadência 
 
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A regra geral (art. 173, I), portanto, determina que o prazo decadencial 
de 5 anos seja contado a partir do primeiro dia do exercício seguinte àquele 
em que o lançamento poderia ter sido efetuado. Ou seja, se o fato gerador de 
um determinado tributo acontece em 5 de agosto de 2014, o lançamento já 
pode ser feito a partir deste dia. Contudo, o prazo decadencial só começará a 
ser contado a partir de 1º de janeiro de 2015. Assim, o lançamento poderá 
ocorrer até 31 de dezembro de 2019. Preste atenção, pois isso costuma causar 
grande confusão entre os concurseiros! 
Art. 173. O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário 
extingue-se após 5 (cinco) anos, contados: 
I - do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento 
poderia ter sido efetuado; 
 
Vamos entender a análise da decadência em relação às modalidades de 
lançamento. Tributos lançados de ofício ou por declaração tem como contagem 
inicial do prazo decadencial o primeiro dia do exercício seguinte ao que poderia 
ter sido efetuado. 
Existe a peculiaridade no que tange ao tributo sujeito a lançamento por 
homologação. De acordo com o art. 150, § 4º do CTN, o prazo decadencial 
relativo aos tributos sujeitos a lançamento por homologação inicia-se na data 
do fato gerador. Lembremos que, nesses casos, o sujeito passivo deve efetuar 
o recolhimento antecipado do crédito tributário, a ser homologado pela 
Autoridade Fiscal, o que de certa forma faz presumir que a Fazenda tome 
conhecimento do fato gerador precocemente. Essa presunção explicaria o prazo 
menor para a realização do lançamento antes que ocorra a decadência. Essa 
presunção deixa de existir se o sujeito passivo não realiza qualquer 
recolhimento antecipado. Por essa razão, se não há pagamento prévio do crédito 
tributário a regra para contagem do prazo decadencial é aquela geral – 5 anos 
a partir do exercício seguinte ao da ocorrência do fato gerador. Esse prazo 
também será aplicado para os tributos lançados por homologação, ainda que 
haja pagamento prévio, se ficar demonstrado que o sujeito passivo agiu 
dolosamente – mantendo uma contabilidade paralela, por exemplo. 
Resumindo: 
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 Outro caso especial previsto pelo CTN para contagem do prazo 
decadencial é aquele em que decisão definitiva na esfera administrativa ou 
judicial reconhece a nulidade de lançamento anterior por vício formal. A Fazenda 
disporá de um novo prazo decadencial de 5 anos para realização de outro 
lançamento contados da data em que a decisão anulatória se tornar definitiva. 
Atenção! Essa regra não vale para vício material, como erro relacionado à 
existência da dívida ou à sujeição do devedor. É assim, foi feito um lançamento, 
houve impugnação desse lançamento, um belo dia a decisão sobre essa 
impugnação sai e diz que o lançamento deve ser anulado por vício formal, nesse 
dia começa a contagem de 5 anos para que seja feito um novo lançamento, sob 
pena de extinção do crédito tributário por decadência. 
Art. 173. O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário 
extingue-se após 5 (cinco) anos, contados: 
II - da data em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado, por 
vício formal, o lançamento anteriormente efetuado. 
 
Por fim, no parágrafo único do art. 173, o CTN estabelece uma situação na 
qual a contagem do prazo decadencial para o lançamento será antecipada. Isso 
ocorrerá quando o sujeito passivo for notificado de qualquer medida 
preparatória indispensável ao lançamento, como o termo de início de 
fiscalização, por exemplo. Nesse caso, os cinco anos serão contados dessa 
notificação, que é considerada o início da constituição do crédito tributário. 
Parágrafo único. O direito a que se refere este artigo extingue-se 
definitivamente com o decurso do prazo nele previsto, contado da data em 
que tenha sido iniciada a constituição do crédito tributário pela notificação, 
ao sujeito passivo, de qualquer medida preparatória indispensável ao 
lançamento. 
 
O tributo é 
lançado por 
homologação?
Houve 
má-fé do 
sujeito 
passivo?
Houve 
pagamento
antecipado do 
crédito tributário, 
ainda que em 
valor incorreto?
Prazo 
decadencial:
5 anos da 
ocorrência do 
fato gerador
Prazo decadencial: 
 
5 anos a partir do primeiro 
dia do exercício seguinte 
àquele em que o lançamento 
poderia ter sido efetuado 
 
NÃO 
NÃO SIM 
SIM SIM 
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Antes de prosseguirmos, gostaríamos de alertá-los a respeito de certa 
imprecisão de nosso Código Tributário. Ele estabelece que a decadência é uma 
das formas de extinção do crédito tributário. Mas se a decadência ocorre 
justamente pela perda do prazo para lançamento do tributo, perceba que o 
crédito tributário nem chega a ser constituído! Como pode, então, ser extinto? 
Assim, o CTN incorreu em uma imprecisão, afirmando que a decadência 
extingue o crédito tributário, sendo que ela própria impediu que ele 
nascesse. Caso a banca decida ir mais fundo na cobrança do assunto, sem 
limitar-se à literalidade da lei, você já estará preparado. ☺ 
 
 
A prescrição é a perda da ação para proteger um direito lesionado. Ao 
contrário da decadência, que representa a perda do próprio direito, na 
prescrição esse direito se mantém, porém sem a possibilidade de se acionar o 
Judiciário para exigi-lo. Em matéria tributária, significa a perda da possibilidade 
de exigir o crédito não espontaneamente pago pelo sujeito passivo. 
Prazo Decadencial: 
5 anos contados 
(...)
do primeiro dia do 
exercício seguinte
àquele em que o 
lançamento poderia 
ter sido efetuado
da datado
fato 
gerador
Para tributos lançados por 
homologação, em regra, salvo exceções
da data em que se tornar definitiva a decisão que
houver anulado, por vício formal, o lançamento 
anteriormente efetuado
da data em que tenha sido iniciada a constituição do 
crédito tributário pela notificação, ao sujeito passivo, 
de qualquer medida preparatória indispensável ao 
lançamento (ex: termo de início da fiscalização)
2.6 – Prescrição 
 
Tributos lançados de ofício ou 
por declaração 
Tributos lançados por 
homologação SE houve má-
fé do contribuinte 
Tributos lançados por 
homologação SE não houve 
qualquer pagamento prévio 
pelo contribuinte 
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De acordo com o art. 174 do CTN, a ação para cobrança do crédito 
tributário prescreve em CINCO ANOS, contados da data da sua 
constituição definitiva, isto é, da data da notificação regular do lançamento. 
O parágrafo único estabelece as situações nas quais o prazo para a prescrição 
se interrompe, isto é, desconsidera-se o período transcorrido e reinicia-
se a contagem do prazo por mais cinco anos. 
A contagem do prazo prescricional será interrompida pela citação pessoal 
feita ao devedor, pelo despacho do juiz que ordenar a citação em execução 
fiscal, pelo protesto judicial, por qualquer ato judicial que constitua em mora o 
devedor e por qualquer ato inequívoco ainda que extrajudicial, que importe em 
reconhecimento do débito pelo devedor. Repare que são posturas em que o ente 
cobrador está se manifestando e se movimentando para que a cobrança do 
crédito tributário continue acontecendo, o sujeito ativo cobrador não está inerte. 
Art. 174. A ação para a cobrança do crédito tributário prescreve em cinco 
anos, contados da data da sua constituição definitiva. 
Parágrafo único. A prescrição se interrompe: 
I – pelo despacho do juiz que ordenar a citação em execução fiscal; 
II - pelo protesto judicial; 
III - por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor; 
IV - por qualquer ato inequívoco ainda que extrajudicial, que importe em 
reconhecimento do débito pelo devedor. 
 
 
Decadência
do Crédito Tributário
*Perda do direito de crédito
*Antes do lançamento
Prescrição
do Crédito Tributário
* Perda da possibilidade de exigir
o crédito 
*Depois do lançamento
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Vimos que uma das possibilidades de suspensão da exigibilidade do crédito 
tributário é o depósito de seu montante integral pelo sujeito passivo. Ao final 
do litígio, sendo a Fazenda Pública vencedora, esse depósito será convertido em 
renda, isto é, seu valor será recebido pela Fazenda, extinguindo o crédito 
tributário. 
 
 
Sem grandes mistérios. Como vimos, há tributos sujeitos a lançamento por 
homologação, como é o caso do IR. Nesses casos, o contribuinte efetua o 
pagamento antecipado do crédito tributário, extinguindo a dívida, estando 
submetido a uma posterior homologação. Pagamento efetuado e devidamente 
homologado extingue definitivamente o crédito tributário, não obstante a 
interpretação do Artigo 3 da LC 118 em que, para efeito de restituição, 
considera-se extinto o crédito tributário no momento do pagamento antecipado. 
 
 
De acordo com o art. 156 do CTN, a decisão administrativa irreformável, 
assim entendida a definitiva na órbita administrativa, que não mais possa ser 
objeto de ação anulatória, extingue o crédito tributário. 
Interrupção da 
prescrição
Despacho do 
juiz que 
ordenar a 
citação em 
execução 
fiscal
Protesto 
judicial
Qualquer ato
judicial que 
constitua em
mora o
devedor
Qualquer ato 
inequívoco 
ainda que 
extrajudicial que 
importe em 
reconhecimento
do débito pelo 
devedor
Depósito do montante integral --> Suspende o crédito tributário
Conversão do depósito em renda --> Extingue o crédito tributário
2.7 – Conversão de Depósito em Renda 
2.8 – Pagamento Antecipado e a Homologação do Lançamento 
 
2.9 – Decisão Administrativa Irreformável 
 
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 A coisa julgada não pode ser prejudica sequer por lei, conforme o 
art. 5º, XXXVI da CF/88. Portanto, a decisão judicial da qual não mais caiba 
recurso tem o poder de extinguir o crédito tributário. 
 
 
 Atenção, o CTN admite a dação em pagamento somente de bens 
imóveis como modalidade de extinção do crédito tributário. Para tanto, 
necessita-se de lei ordinária autorizativa da esfera de governo relacionada, pela 
qual serão estabelecidos os requisitos para sua efetivação. 
 
 
 A exclusão do crédito tributário (art. 175, CTN), que se dá por meio 
da isenção e da anistia, significa um impedimento para constituição do 
crédito tributário. Ou seja, ainda que ocorrido o fato gerador, a Fazenda 
Pública não poderá efetuar o lançamento. 
Art. 175. Excluem o crédito tributário: 
I - a isenção; 
II - a anistia. 
 
 
 
Exclusão 
do crédito 
tributário
Impede 
lançamento
Não há 
crédito 
tributário
Anistia e
Isenção
Há 
obrigação 
tributária
2.10 – Decisão Judicial Passada em Julgado 
 
2.11 – Dação em Pagamento em Bens Imóveis 
 
3 – Exclusão do Crédito Tributário 
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Dessa forma, a principal diferença entre exclusão e extinção do crédito 
tributário está no fato de que a primeira ocorre antes da constituição do crédito 
e a segunda, posteriormente. 
 
 
Atenção! De acordo com o parágrafo único do art. 175 do CTN, a 
exclusão do crédito tributário NÃO dispensa o cumprimento das 
obrigações acessórias dependentes da obrigação principal cujo crédito seja 
excluído, ou dela consequente. 
Parágrafo único. A exclusão do crédito tributário não dispensa o 
cumprimento das obrigações acessórias dependentes da obrigação 
principal cujo crédito seja excluído, ou dela conseqüente. 
 
 
Trata-se de hipótese de exclusão do crédito tributário em que se dispensa 
o pagamento de tributos relativos a fatos geradores posteriores à sua 
vigência. Isenção é a dispensa por lei de pagamento de um tributo devido, ou 
seja, há o fato gerador que enseja a obrigação tributário, porém, há uma lei 
dizendo que aquela situação ou aquela pessoa não preicsará pagar o tribut pois 
está isenta. 
A lei que concede isenção, por vezes é

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