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Leishmaniose: doença causada por protozoário

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Acad. Pedro Paulo Brito 19.1 
 
BIOINTERAÇÃO II 
 
Leishmaniose 
Introdução 
• Grupo de doenças causadas pelo protozoário do gênero Leishmania, 
• As formas clínicas são agrupadas em 2 tipos 
▪ Leishmaniose tegumentar 
▪ Leishmaniose visceral 
• Atinge o nordeste brasileiro, com casos no litoral norte da bahia 
• A doença apresenta um período de latência de 15 dias à 3 meses 
• A doença afeta peles e mucoses 
O Vetor 
• Os insetos pertencem ao gênero 
Phlebotomus, lutzomya (mais comum no 
Brasil) 
• Transmitidos pela picada do flebotomíneo 
fêmea 
• É o famoso mosquito palha 
O agente 
• A Leishmania spp. hospeda diversos animais vertebrados mamíferos 
(silvestre e domésticos), como 
roedores e cães 
▪ O homem é um hospedeiro 
acidental 
• Dentre várias espécies causadoras da 
leishmaniose tegumentar, a mais 
comum no Brasil é a Leishmania 
braziliensis 
• A leishmaniose visceral é causada 
pela Leishmania infantum chagasi 
• Reprodução: divisão binária 
• É um protozoário polimórfico 
▪ Promastigota: alongada, com 
flagelo livre 
▪ Promastigota metacíclico: menos alongadas, com flagelos maiores 
▪ Amastigotas: forma intracelular, ovoide 
• A depender do processo de migração dos macrófagos infectados, o 
indivíduo pode desenvolver a tegumentar ou visceral 
 
 
 Acad. Pedro Paulo Brito 19.1 
 
BIOINTERAÇÃO II 
Ciclo de vida 
• É heteroxeno (1 mamífero hospedeiro e 1 inseto) 
1. Infecção do flebotomíneo fêmea pela ingestão de sangue 
contaminado do hospedeiro 
2. Diferenciam-se em promastigotas (alongados, com único flagelo) no 
inseto e se proliferam por divisão binária 
3. Com a nutrição do protozoário, este 
se diferencia de promastigota 
procíclico para metacíclico 
(aumento do flagelo, redução do 
corpo), e não se multiplica mais 
4. O promastigota metacíclico migra 
para o esôfago do inseto, 
dificultando a picada do inseto, que 
libera saliva com parasitos 
5. Promastigotas metacíclicos 
injetados no mamífero (resiste a 
lise do sistema complemento) 
6. Em uma interação macrófago-
neutrófilo infectado, as 
leishmanias hospedam os 
macrófagos 
7. Parasito se transforma em 
Amastigota (intracelular) 
8. Após várias replicações binárias, o 
macrófago é rompido e os 
amastigotas podem invadir órgãos pela via hematogênica ou outros 
macrófagos 
9. Nos mamíferos silvestres (reservatórios), existem macrófagos 
infectados na derme da pele 
10. Os amastigotas liberados de macrófagos são sugados pela picada e 
pela mudança de pH e temperatura, voltam para fase promastigota 
Formas Clínicas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Acad. Pedro Paulo Brito 19.1 
 
BIOINTERAÇÃO II 
Leishmaniose visceral 
• Doença crônica e sistêmica 
• Febre de longa duração, perda de peso, astenia, 
adinamia, hepatoesplenomegalia (estímulo 
inflamatório) e anemia 
Complicações 
• Otite média aguda, infecções do trato urinário e 
respiratório 
Leishmaniose Tegumentar 
• Pode se dividir em cutânea e mucocutânea 
• A forma cutânea apresenta lesões indolores, arredondadas, base 
eritematosa de fundo avermelhado e granuloso, bem delimitada 
▪ Não costuma levar indivíduo à óbito 
▪ Lesões únicas de difícil cicatrização 
▪ Causada pela própria reação do organismo (não transmite em 
contato com a pele) 
 
• A forma mucosa apresenta lesões destrutivas, em geral 
vias aéreas superiores, ulceradas, com perda de septo 
nasal 
▪ Problemas respiratórios principalmente em idosos 
e imunocomprometidos 
• cutânea disseminada 
▪ não há formação ulcerativa, mas sim nodular, 
geralmente em imunossuprimidos (resposta frágil) 
 
 
Complicações 
• Infecções secundárias das úlceras 
• Sialorreia 
• Perda de voz 
• Meningite (disseminação da infecção da úlcera) 
Diagnóstico 
 
 
 
 Acad. Pedro Paulo Brito 19.1 
 
BIOINTERAÇÃO II 
Laboratorial 
• Parasitológico: 
▪ pesquisa de amastigotas em esfregaço de lesão (tegumentar) 
▪ busca em material biológica na medula óssea, linfonodo ou baço 
(visceral) 
▪ Geralmente confirma diagnóstico pré-tratamento 
• Imunológico: 
▪ intradermorreação de Montenegro 
▪ sorologia por imunofluorescência: amostras reagentes (positivo) 
▪ Imunoenzimático (ELISA): não está disponível na rede pública, 
identifica o anticorpo 
• Molecular: PCR > DNA viral 
Diferencial 
• Leishmaniose cutânea: sífilis, hanseníase, tuberculose, piodermites, 
lúpus eritematoso, carcinoma basocelular 
• Leishmaniose mucosa: carcinoma epidermoide, basocelular, linfoma, 
hanseníase virchowiana, sífilis terciária 
• Leishmaniose visceral: enterobactérias de curso prolongado, 
esquistossomose, malária, doença de chagas aguda 
Tratamento 
• Droga antimonial pentavalente (contraindicado para gestantes e HIV+) 
• Anfotericina B (para gestantes) e isotionato de pentamidina são a 
segunda escolha (em caso de resposta insatisfatória) 
Referências: 
• Guia de vigilância em saúde 3ª ed 
• F.M.U. Parasitologia Contemporânea

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