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Bioquimica da saliva

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UNIVERSIDADE DE BELA 
 
BIOQUÍMICA DA SALIVA
Luanda/2020
UNIVERSIDADE DE BELA
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS HUMANAS
CURSO DE MEDICINA DENTÁRIA
BIOQUÍMICA DA SALIVA
Grupo nº 01
Sala: 02
Turma: B
Turno: Manhã
Disciplina: Bioquímica 
Docente
_____________________
UNIVERSIDADE DE BELA
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS HUMANAS
CURSO DE MEDICINA DENTÁRIA
BIOQUÍMICA DA SALIVA
· LISTA DE INTEGRANTES 
	Nº MATRÍCULA 
	NOME 
	31418
	Albertina Vieira Venâncio 
	35054
	Asnara Bundo Van-Duném 
LISTA DE ABREVIAÇÕES
· pH - Potencial Hidrogeniônico
· DNA - Ácido Desoxirribonucleico
· RNA ou ARN - ácido ribonucleico
· IgA - Imunoglobulina a secretora 
· EP-GP - Extra Parotid Glicoproteins
· PRPs - Proline-Rich Proteins (Proteínas Ricas em Prolina )
ÍNDICE 
INTRODUÇÃO	- 1 -
PROBLEMATIZAÇÃO	- 1 -
HIPÓTESES	- 1 -
OBJECTIVOS	- 2 -
GERAL:	- 2 -
ESPECÍFICOS:	- 2 -
TIPO DE PESQUISA	- 3 -
METODOLOGIA DE ESTUDO	- 3 -
MODO DE INVESTIGAÇÃO	- 3 -
CONCEITO E DEFINIÇÕES	- 3 -
CAP. I- BIOQUÍMICA DA SALIVA	- 4 -
1.1.	COMPOSIÇÃO SALIVAR CONFORME O FLUXO	- 4 -
1.2.	COMPOSIÇÃO DA SALIVA	- 5 -
1.2.1.	COMPONENTES INORGÂNICOS	- 5 -
1.2.2.	COMPONENTES ORGÂNICOS	- 6 -
1.3.	FUNÇÕES E PROPRIEDADES DA SALIVA.	- 6 -
1.3.1.	PRINCIPAIS FUNÇÕES DA SALIVA	- 7 -
1.4.	PROTEÍNAS ANTIMICROBIANAS	- 9 -
1.5.	COMPOSIÇÃO BIOQUÍMICA DA SALIVA	- 9 -
1.5.1.	COMPOSIÇÃO INORGÂNICA	- 9 -
1.5.2.	COMPOSIÇÃO ORGÂNICA	- 9 -
1.6.	SALIVA NATURAL VS SALIVA ARTIFICIAL	- 10 -
CONCLUSÃO	- 11 -
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICA	- 12 -
ANEXOS	- 13 -
APÊNDICE	- 14 -
EPIGRAFE
A medicina é o remédio para todas as dores humanas, apenas o amor é um mal que não tem cura.
Propércio
RESUMO
A saliva é um dos mais complexos, versáteis e importantes fluidos do corpo, que supre um largo espectro de necessidades fisiológicas. Suas propriedades são essenciais para a proteção da cavidade bucal, do epitélio gastrointestinal e do orofaringe. Além de umedecer os tecidos moles e duros da cavidade bucal, tem função de destaque no controle da quantidade de água do organismo. Quando o corpo está com falta de água, a boca fica seca, manifestando a sede.
A saliva desempenha diversas funções e em condições ideais de saúde o ser humano produz de 1 a 2 litros de saliva por dia. A saliva diminui a acidez bucal, prevenindo a cárie. Muitos grupos sociais primitivos e indígenas, por não terem hábitos perniciosos, como o fumo, consumo excessivos de álcool e açúcar têm uma saliva de melhor qualidade e menor acidez, por isso menos cáries e problemas gastrointestinais.
Recentemente foi comprovado, através de pesquisas, que quando ratos tinham as glândulas salivares extraídas, adoeciam mais de infecções e intoxicações, o que justifica plenamente o hábito de "lamber as feridas" mantido pela maioria dos animais. A saliva é renovada na cavidade bucal aproximadamente 2 vezes por minuto pelas glândulas salivares. Todas as glândulas salivares maiores e menores contribuem para a composição da saliva. Essa composição varia de acordo com a taxa de secreção, que é baixa durante o sono e alta (± 5 ml por minuto) quando em estimulação. A secreção é controlada pelo centro salivar no cérebro, e o fluxo é gerado pelo paladar (gustação). A função mastigatória é controlada por meio de receptores no periodonto e nos músculos da mastigação.
ABRAST
Saliva is one of the most complex, versatile and important fluids in the body, which supplies a wide spectrum of physiological needs. Its properties are essential for the protection of the oral cavity, gastrointestinal epithelium and oropharynx. In addition to moistening the soft and hard tissues of the oral cavity, it plays an important role in controlling the amount of water in the body. When the body is lacking in water, the mouth becomes dry, showing thirst.
Saliva performs several functions and in ideal health conditions the human being produces 1 to 2 liters of saliva per day. Saliva decreases oral acidity, preventing cavities. Many primitive and indigenous social groups, for not having harmful habits, such as smoking, excessive consumption of alcohol and sugar, have better quality saliva and less acidity, therefore less cavities and gastrointestinal problems. It has recently been proven, through research, that when rats had their salivary glands extracted, they became more ill from infections and intoxications, which fully justifies the habit of "licking wounds" maintained by most animals. Saliva is renewed in the oral cavity approximately 2 times per minute by the salivary glands.
All major and minor salivary glands contribute to the composition of saliva. This composition varies according to the secretion rate, which is low during sleep and high (± 5 ml per minute) when stimulating. Secretion is controlled by the salivary center in the brain, and the flow is generated by taste (taste). Masticatory function is controlled by receptors in the periodontium and in the muscles of mastication.
INTRODUÇÃO
A saliva é um fluido aquoso, transparente, que é secretado pelas glândulas salivares directamente na cavidade bucal sendo constituída principalmente de enzimas, minerais e aminoácidos. Suas propriedades são essenciais para a protecção da cavidade bucal. É o líquido que humedece a cavidade bucal, sendo segregada por todas as glândulas salivares da mucosa bucal, especialmente por três pares de glândulas maiores que são as parótidas, submandibulares e sublinguais
Sendo assim o presente trabalho tende a clareamos um pouco mais sobre o pertinente tema que é bioquímica da saliva, deste modo levantamos a seguinte pergunta de partida: 
PROBLEMATIZAÇÃO 
· Qual é a principal função da Saliva e a sua composição?
HIPÓTESES
H1: as principais funções da saliva são:
1. Humidade em alta 
2. Hora da faxina 
3. Tudo junto e misturado 
4. O início da digestão 
5. Protecção relativa 
6. Reforço da base 
H2: A saliva é composta por, minerais, electrólitos, tampões, enzimas, himunoglobulinas, mucinas e outros.
OBJECTIVOS
GERAL:
Conhecer as principais funções da bioquímica da saliva.
ESPECÍFICOS: 
Compreender a característica e composição da saliva.
Estudar as características da bioquímica da saliva. 
TIPO DE PESQUISA 
METODOLOGIA DE ESTUDO 
O trabalho em causa teve como metodologia de estudo, pesquisas quantitativa e qualitativa. 
MODO DE INVESTIGAÇÃO 
O presente trabalho teve como modo de investigação, as consultas bibliográficas de diversos autores e obras literárias.
CONCEITO E DEFINIÇÕES 
A saliva é um fluido biológico, cuja composição é complexa, com capacidade de desempenhar inúmeras e importantes funções para a saúde bucal e sistémica (RUDNEY, 1995; HUMPHREY; WILLIAMSON, 2001;
LAWERENCE, 2002; PUY, 2006). Além das suas funções fisiológicas, a saliva tem se mostrado um fluido passível de mensuração, possibilitando o diagnóstico de doenças, assim como a extracção de DNA e RNA, de proteínas, a realização de testes de drogas e a verificação de vários parâmetros do estresse oxidativo (LAWERENCE, 2002; LAMSTER; AHLO, 2007 LIMA et al., 2010; YOSHIZAWA et al., 2013).
A saliva é um fluido biológico produzido no interior das glândulas salivares. Em razão de sua complexa composição, é capaz de desempenhar funções imprescindíveis à manutenção da saúde, como por exemplo: a lubrificação dos tecidos duros e moles da cavidade bucal, a acção antimicrobiana, a manutenção da integridade da mucosa, a limpeza, a remineralização dental, a digestão, a fonação, dentre outras (RUDNEY, 1995; HUMPHREY; WILLIAMSON, 2001; LAWERENCE, 2002; PUY, 2006). 
Em sua composição, têm-se a presença de minerais, electrólitos, tampões, enzimas, imunoglobulinas, mucinas e outros componentes. Quando secretada na cavidade bucal, é denominada saliva total, pois há a junção das secreções de todas as glândulas salivares com células epiteliais descamadas, microrganismos, neutrófilos, proteínas, fluido crevicular gengival, restos alimentares, secreção das vias aéreas superiores e células sanguíneas (RUDNEY, 1995; CARPENTER, 2013; YOSHIZAWA et al.,2013).
CAP. I- BIOQUÍMICA DA SALIVA1.1. COMPOSIÇÃO SALIVAR CONFORME O FLUXO
As glândulas salivares produzem e secretam diferentes conteúdos. As secreções podem ser serosas, mucosas ou mistas. A glândula parótida produz uma secreção serosa, rica em íons e enzimas. 
As glândulas menores produzem uma saliva do tipo mucosa, que contém mucinas (glicoproteínas) e apresenta pouca ou nenhuma atividade enzimática. E, por fim, as glândulas sublinguais e submandibulares secretam um conteúdo misto, contendo saliva dos tipos serosa e mucosa (HUMPRHEY; WILLIAMSON, 2001). 
Em condições normais, ou seja, quando não há a presença de estímulo gustativo ou mecânico, o percentual de contribuição das glândulas se distribui da seguinte forma: as parótidas são responsáveis por aproximadamente 20% da saliva presente na cavidade bucal, a submandibular, responsável por 65 a 70%, as sublinguais, 7 a 8% e as glândulas salivares menores, por 10%. (HUMPRHEY; WILLIAMSON, 2001; ALMEIDA et al., 2008). 
Quando são utilizados estímulos gustativos, como ácidos ou gomas de mascar, há um aumento no fluxo salivar. Nessa condição, a saliva passa a ser chamada de estimulada, pois a composição do fluido na cavidade bucal é modificada, de modo que a maior produção passa a ser das glândulas parótidas, que se tornam responsáveis por 60% da saliva presente na cavidade oral (HUMPRHEY; WILLIAMSON, 2001; CARPENTER, 2013). 
Diversos factores são capazes de alterar o fluxo salivar. Tais alterações podem variar de indivíduo para indivíduo, e também no mesmo indivíduo em diferentes circunstâncias. A hidratação do corpo, o uso de tabaco, a postura corporal, o uso de medicamentos, a estimulação da saliva, algumas enfermidades, dentre outros factores, são capazes de gerar alterações na produção de saliva. (ALMEIDA et al., 2008). O estímulo da saliva gera um aumento no fluxo salivar e alterações na sua composição (DAWES, 1967; DAWES, 1974; POLLAND; HIGGINS; ORCHARDSON, 2003).
As proteínas presentes na saliva são afetadas pelo aumento do fluxo salivar (DAWES, 1969; DAWES, 1974). Componentes como os íons sódio, cálcio, magnésio, cloro, bicarbonato, fosfato inorgânico, a força iônica e até o pH, dentre outros, podem sofrer alterações em razão do aumento do fluxo salivar (DAWES, 1974; POLLAND; HIGGINS; ORCHARDSON, 2003). Tanto nas glândulas parótidas quanto nas submandibulares, há um aumento nos eletrólitos e no pH, de acordo com o aumento do fluxo salivar (DAWES; KUBIENIEC, 2004). A composição da saliva oriunda da glândula submandibular é fortemente dependente da taxa do fluxo salivar (DAWES, 1974).
Quando ocorre um aumento súbito do fluxo salivar, as glândulas são capazes de responder prontamente a esse aumento, aumentando a liberação de alguns eletrólitos e proteínas (FROEHLICH; PANGBORN; WHITAKER, 1987). Com relação ao tempo de estímulo, as glândulas salivares podem manter uma secreção alta de proteínas por longos períodos de estimulação. Por isso, quando a saliva secretada pela parótida sofre um aumento no fluxo, devido a um estímulo, há uma alteração na sua composição, pois ocorre uma variação nas concentrações de cálcio e proteínas (DAWES, 1969; DAWES; KUBIENIEC, 2004). Porém, alguns componentes salivares quando estimulados por muito tempo variam individualmente, de um até quinze minutos, até que haja uma produção parecida com a saliva não estimulada (DAWES, 1967). 
Em razão das mencionadas alterações na composição da saliva decorrentes do estímulo, e a relação das alterações com a duração do estímulo, quando a saliva é coletada para ser utilizada em experimentos ou para fins diagnósticos, é necessário que se faça uma padronização do tempo de coleta, da taxa do fluxo e a duração da estimulação (DAWES, 1974).
1.2. COMPOSIÇÃO DA SALIVA 
Vários fatores afetam a composição da saliva. Como muitos desses fatores interagem, a composição da saliva apresenta uma variação muito grande. Uma conclusão importante é a que a amostra salivar deve ser rigorosamente padronizada para não invalidar o teste de atividade de cárie. O principal fator que afeta a composição salivar é o índice de fluxo salivar. À medida que o fluxo aumenta, as concentrações totais de proteína, sódio, cálcio, cloreto e bicarbonato aumentam em níveis variados, ao passo que as concentrações de fosfato e magnésio inorgânicos diminuem. A composição da saliva também depende da duração do estímulo. A saliva coletada durante os primeiros minutos possui uma composição diferente da coletada após 15 minutos de estímulo constante
1.2.1. COMPONENTES INORGÂNICOS 
· Íons de hidrogénio
A concentração de hidrogênio nos fluídos bucais pode ser considerada a “principal variável”, visto que ela influencia a maioria das reações químicas que ocorre na cavidade bucal, mais notadamente o equilíbrio entre os fosfatos de cálcio do tecido dentário duro. Normalmente é expressa em unidades de pH.
Os íons de hidrogênio nos fluidos bucais têm diversas fontes: são secretados através das glândulas na forma de ácidos inorgânicos e orgânicos, produzidos pela microbiota bucal ou adquiridos pela cavidade bucal, por exemplo, através de bebidas ácidas ou alimentos.
· Cálcio
Participa do equilíbrio entre os fosfatos de cálcio do tecido dentário duro e a saliva adjacente.
· Fosfato inorgânico
O conteúdo de fosfato inorgânico na saliva é um pré-requisito para a estabilidade do mineral do dente dentro do ambiente bucal, assim como o cálcio, possuindo várias funções biológicas, sendo que a mais relevante, do ponto de vista da cariologia, é sua participação na manutenção da estrutura do dente.
· Fluoreto
O fluoreto está presente na saliva em concentrações que dependem do fluoreto do ambiente, especialmente na água potável. Outras fontes também são importantes, como os dentifrícios e outros produtos utilizados na profilaxia da doença cárie.
1.2.2. COMPONENTES ORGÂNICOS
· Glicoproteínas
Quase todas as proteínas salivares são glicoproteínas, isto é, contêm quantidades variadas de carboidratos ligados ao seu núcleo protéico. Apresentam várias funções na qual se destacam: a capacidade de inibir a precipitação de sais de fosfato de cálcio e mediarem seletivamente à adesão bacteriana nas superfícies dos dentes.
· Amilase
É uma das enzimas salivares mais importantes, tendo como função biológica dividir o amido em maltose, maltriose e dextrinas. A amilase na saliva elimina da boca os fragmentos de alimentos contendo amido, mas durante esse processo são formados ácidos. Portanto, o amido pode, dessa forma, ter algum potencial cariogênico.
1.3. FUNÇÕES E PROPRIEDADES DA SALIVA.
A nossa boca faz parte do sistema digestório e é nela que começa a digestão, auxiliada pela saliva, um líquido produzido por três pares de glândulas salivares: as parótidas, as submandibulares e as sublinguais.
A saliva tem como função lubrificar e diluir o alimento (facilitando a mastigação, a gustação e a deglutição), além de proteger contra bactérias e umedecer a boca. A saliva é composta por ar (por isso o aspecto espumoso), água (99,5%), ptialina, nitrogênio, enxofre, potássio, sódio, cloro, cálcio, magnésio, ácido úrico e ácido cítrico. Possui também proteínas enzimáticas, estruturais e imunológicas.
A saliva humana contém uma substância chamada de imunoglobulina secretória A (IgA), que tem a função de proteger o organismo contra vírus que invadem o trato respiratório e digestivo. A saliva também possui um efeito microbiano, que controla o crescimento de bactérias, por isso, quando não há saliva, há maiores chances de aparecerem cáries dentárias. Alterações na quantidade de saliva também podem causar halitose.
Uma das enzimas presentes em nossa saliva é a amilase salivar, também conhecida como ptialina, que inicia a digestão do amido e do glicogênio, quebrando-os em maltose. A ptialina age no pH neutro da boca, mas é inibida ao chegar no estômago, por causa da acidez do suco gástrico.
Uma pessoa adulta produz cerca de 1 a 2 litros de saliva por dia e ao ingerir algum alimento, a quantidade de saliva secretada aumenta. Ficamos com “água na boca” porque o nosso sistema nervoso estimula a produção desaliva pelas glândulas salivares quando sentimos o cheiro ou o sabor de algum alimento.
A xerostomia é uma alteração na quantidade de saliva na boca. Pode ser causada pela ingestão de alguns medicamentos, idade avançada (com o envelhecimento, as glândulas salivares vão se atrofiando), câncer na região da cabeça e pescoço, diabetes, entre outros. Com baixa quantidade de saliva, os riscos de se ter doenças periodontais, saburra na língua e mau hálito são maiores. Isso também impede a mastigação adequada dos alimentos, fazendo com que a pessoa mude a consistência dos alimentos que ingere, podendo causar problemas digestivos.  
1.3.1. PRINCIPAIS FUNÇÕES DA SALIVA 
A saliva é produzida nas glândulas salivares. A maior delas é a parótida, que fica perto da orelha e da garganta. Outras duas grandes glândulas se localizam debaixo da língua e da mandíbula. Confira abaixo seis trabalhos importantes do fluido:
1. Umidade em alta
Sua principal missão é manter toda a cavidade bucal lubrificada. E quem garante sua textura viscosa é a mucina. É esse ingrediente que faz a saliva grudar em dentes, língua, gengiva…
2. Hora da faxina
A gosma que brota das glândulas remove o excesso de bactérias e outros micro-organismos, o que evita a formação de cáries. Essa limpeza natural, porém, não substitui a escovação e o fio dental.
3. Tudo junto e misturado
Até durante as refeições a saliva é importante: enquanto os dentes trituram a comida em pedaços cada vez menores, ela ajuda a criar um bolo pastoso. Isso facilita a deglutição — aí, o alimento escorrega mais fácil por garganta e esôfago.
4. O início da digestão
O fluido salivar não funciona só como um cimento que une pedaços de macarrão, salada e bife. A ptialina, enzima presente em sua fórmula, já começa a digerir o amido (carboidrato que compõe a batata, o arroz e o trigo) na boca.
5. Proteção relativa
A imunoglobina, anticorpo que marca presença na saliva, ataca bactérias e vírus nocivos. Contudo, alguns agentes causadores de doenças, transmitidos por beijos ou espirros, conseguem driblar as defesas. É o caso dos vírus da gripe, do herpes e do sarampo.
6. Reforço da base
A baba ainda possui uma boa quantidade de cálcio, que serve de matéria-prima para os dentes. O mineral impede que essas estruturas se tornem porosas e frágeis — cenário perfeito para a adesão das bactérias por trás das cáries.
Excesso de saliva pode ser sinal de:
· Fome
· Ânsia de vômito
· Consumo de chicletes
· Nascimento dos primeiros dentes em bebês
· Ingestão de alimentos picantes ou ácidos
Falta de saliva pode ser sinal de:
· Sede e desidratação
· Alimentação salgada demais
· Estresse, medo ou ansiedade
· Apneia do sono
· Remédios psiquiátricos
· Quimioterapia contra o câncer
· Tabagismo
· Envelhecimento
Checkup pela saliva
Os cientistas vêm trabalhando em exames que detectam doenças por meio desse fluido. O método é mais acessível do que colher amostras de sangue ou realizar biópsias. Isso já é realidade, por exemplo, para um teste que acusa a presença de HIV no organismo.
1.4. PROTEÍNAS ANTIMICROBIANAS
Pertencem a esse grupo:
· Imunoglobulinas:
· Iga secretora, igg e igm.
· Proteínas não pertencentes às imunoglobulinas:
· Lisozima: função antimicrobiana;
· lactoferrina: função bacteriostática e bactericida;
· Sistema peroxidase: atividade antimicrobiana e proteção da mucosa bucal contra os efeitos do peróxido de hidrogênio;
· Aglutininas: aglutinam bactérias em grandes agregados que são eliminados com mais facilidade através da saliva e pela deglutição.
Além dos componentes orgânicos citados acima, lipídios e carboidratos também são encontrados na saliva, por secreção das glândulas salivares ou adquiridos através da dieta.
1.5. COMPOSIÇÃO BIOQUÍMICA DA SALIVA 
A saliva é composta por dois tipos de secreções: a serosa e a mucosa. O fluido seroso é produzido principalmente pela glândula parótida e é rico em proteínas. Por outro lado, a secreção mucosa provém essencialmente das glândulas submandibular e sublingual, sendo composta por água, glico-conjugados e mucinas. 
A secreção mucosa da saliva é a principal responsável pela lubrificação e prevenção da desidratação epitelial. Como já referido anteriormente, o fluido salivar é composto por cerca de 99% de água, contendo eletrólitos e proteínas nela diluídas. 
1.5.1. COMPOSIÇÃO INORGÂNICA 
Na composição química da saliva natural podemos encontrar substâncias inorgânicas tais como: Ca+2, Mg+2, Na+ , K+ , H + , Cl- , HCO3 - , H3PO4 - , HPO4 - e F- . Globalmente estes iões contribuem para a manutenção do equilíbrio osmótico, capacidade de tampão e de remineralização. 
1.5.2. COMPOSIÇÃO ORGÂNICA 
Proteínas salivares A saliva contém uma ampla variedade de proteínas, que participam nas suas diferentes funções, principalmente na protecção dos tecidos orais. 
Como tal, temos presentes na saliva natural os seguintes grupos proteicos: as mucinas, que se encontram em maior quantidade (5- 20%); as imunoglobulinas, constituindo cerca de 5-15% da defesa contra corpos estranhos; as glicoproteínas ricas em prolina (PRPs), produzidas na parótida e cuja percentagem varia de 1- 15%; as cistatinas, formando 10% do conteúdo proteico; as histatinas, que correspondem a cerca de 5%; as EP-GP (Extra Parotid Glicoproteins), aglutininas e lactoferrinas com percentagens entre 1-2% e finalmente as lactoperoxidases, catelicidinas e defensinas presentes em menores quantidades (1%).
1.6. SALIVA NATURAL VS SALIVA ARTIFICIAL 
Conforme referido anteriormente, a saliva apresenta diversas funções na cavidade oral, sendo as principais a limpeza física de detritos, digestão do bolo alimentar, lubrificação, manutenção da integridade da mucosa, neutralização dos ácidos, remineralização dos dentes, modulação da adesão dos microrganismos aos dentes e outras superfícies e acção antimicrobiana. 
O tratamento da xerostomia é difícil e geralmente não é satisfatório. Visto que a saliva natural é uma mistura complexa que contém uma variabilidade de funções, torna-se muito difícil recriá-la através de meios artificiais. Segundo Diaz-Arnold et al, uma saliva artificial ideal deve apresentar longa durabilidade, capacidade de proporcionar lubrificação suficiente para manter os tecidos orais húmidos e protegidos da agressão químico-mecânica, assim como impedir a colonização de bactérias cariogénicas. 
Até à data, ainda não se conseguiu criar nenhum tipo de saliva artificial que reúna todas estas características ideias. Contudo, estudos científicos continuam a ser feitos, com vista a encontrar soluções para o desenvolvimento de salivas artificiais cada vez mais eficazes e com características mais próximas da saliva natural. Preetha A. et al concluíram num estudo realizado com as salivas artificiais Xialine e Saliveze, que a tensão superficial mínima exercida pela saliva artificial (cerca de 5mN) é maior que a exercida pela saliva natural. 
Este facto revela um carácter negativo das salivas artificiais, visto que, um valor baixo de tensão superficial mínima é requerido para assegurar a dispersão da película salivar pela mucosa oral e alcançar uma lubrificação apropriada a toda a mucosa oral. 
Outra grande desvantagem que praticamente todas as salivas artificiais apresentam é a sua curta duração de acção. 
A sua presença na cavidade oral é mantida por apenas poucas horas, o que exige aplicações frequentes para assegurar o efeito pretendido. Também o sabor e a capacidade de provocar náusea são desvantagens atribuídas a estes tipos de substitutos de saliva. No entanto, não foram registados quaisquer efeitos secundários que contra indicassem o seu uso frequente. Apenas se deve ter em atenção o facto de que a utilização de produtos com baixo pH e sem flúor poderem promover a desmineralização dentária. Finalmente, vários autores referem também nos seus estudos que uma das desvantagens das salivas artificiais é o seu custo elevado, não estando, portanto, acessíveis a todos os pacientes com xerostomia.
CONCLUSÃO
A saliva é um fluido biológico de elevada diversificação composicional, que desempenha um papelfundamental na homeostasia, função e protecção da cavidade oral. Como tal, alterações na quantidade e/ou qualidade salivar podem surtir efeitos devastadores na saúde oral de um indivíduo. 
Os diversos componentes salivares, contribuem de forma singular e muitas vezes sinergética para as variadas funções da saliva, que vão desde a lubrificação à defesa antimicrobiana. 
A hipossalivação é uma das maiores complicações da saúde oral. Consoante a severidade da hipossalivação diversas estratégias de reposição de fluxo salivar podem ser adoptadas. Neste sentido torna-se imperativo, em casos de maior severidade, a adopção de medidas paliativas, como é o caso da administração de substitutos de saliva. Os substitutos de saliva visam lubrificar, hidratar e proteger os tecidos orais, das agressões mecânicas e microbianas constantes. 
Como tal, componentes semelhantes aos presentes na saliva natural são introduzidos nas salivas artificiais com vista a conferir-lhes algumas propriedades próximas de uma saliva natural. Porém devido à complexidade da saliva natural, torna-se muito difícil a criação, através de técnicas artificias, de substitutos salivares. Embora ainda não tenha sido criada nenhuma saliva artificial ideal, esforços e progressos científicos continuam a ser feitos nesse sentido
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICA 
BIRKHED, D.; HEINTZE, U. Saliva secretion rate, buffer capacity, and pH. In: TENOVUO, J.O. Human Saliva: clinical, chemistry and microbiology. Flórida : CRC Press, 1989. p. 25-73. 
BRUNO, E. Propedêutica obstétrica básica: clínica, anamnese e exame físico. In: BENZEC RY, B.; OLIVEIRA, H. C.; LUMGRUBER, I. Tratado de Obtetrícia Febrasgo. Rio de Janeiro: Revinter, 2001. cap. 4, p.117-134.
BERNSTINE, R.L.; FRIEDMAN, M.H. Salivation in pregnant and nonpregnant women. Obstet. Gynecol., Philadelphia, v.10, n.2, p.184-189, Aug. 1957.
MORAES, Paula Louredo. "Saliva";  Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/biologia/saliva.htm. Acesso em 29 de dezembro de 2020.
HUMPHREY S, Williamson R. A review of saliva: Normal composition, flow, and function. J Prosthet Dent (2001); 85:162-9. 
ALMEIDA P, Grégio A, Machado M, Lima A, Azevedo L. Saliva Composition and Functions: A Comprehensive Review. The Journal of Contemporany Dental Practice, Vol 9, No.3, March 1, 2008.
ANEXOS
APÊNDICE
A saliva é um líquido incolor produzido pelas glândulas salivares e lançado no interior da cavidade bucal. Essas glândulas podem ser classificadas, de uma maneira geral, em dois grupos: as maiores, formadas pelas glândulas parótidas, submandibulares e sublinguais, e as menores, que são encontradas praticamente por toda a cavidade oral.
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