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Resumo de Direito Tributário para 1a fase da OAB

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DireitoTributário
TRIBUTO
É toda prestação pecuniária compulsória, paga em moeda ou cujo valor nela possa se exprimir -> via de regra, pagamento em dinheiro, sendo possível a dação em pagamento de bem imóvel (é necessário lei específica do ente competente autorizando, não é opção do contribuinte); NÃO pode ser pago por prestação de serviço in natura. 
Que não constitua sanção de ato ilícito -> tributo NÃO tem forma de punir, não tem forma de pena (ex não pode cobrar tributo a mais de empresa que emite mais poluentes). Tributo NÃO incide sobre atividade ilícita (ex não incide ICMS na venda de drogas). No entanto, os frutos decorrentes da atividade ilícita poderão ser tributados (princípio da pecúnia non olet) (ex pode cobrar IR da renda obtida com a venda da droga; ex pode cobrar IR do vendedor de jogo de bicho)
Uma vez previsto em lei.
ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS:
STF adotou a teoria quinaria: temos 5 espécies tributárias (U/E/DF/M): imposto, taxa, contribuição de melhoria, contribuição especial, empréstimo compulsório 
- Competência para criação de novo tipo de imposto (imposto residual): SOMENTE UNIÃO por meio de LEI COMPLEMENTAR
- Competência para criação de nova fonte de custeio para seguridade social (por exemplo uma nova CPMF) (contribuição social residual): SOMENTE UNIÃO por meio de LEI COMPLEMENTAR
- A CF não cria tributos, ela outorga poderes para que os entes venham a instituir seus próprios tributos. A competência tributária é INDELEGÁVEL, nenhum ente pode delegar para outro a competência que a CF lhe deu (Estado não pode delegar para outro a competência que a CF lhe deu, ex Estado não pode abrir mão do IPVA). A competência para criar/majorar/reduzir/extinguir tributos é INDELEGAVEL. 
- A capacidade ativa tributária PODE SER DELEGADA de um ente para outro (delegar as funções administrativas de arrecadação/fiscalização/execução das normas)! Pode ser delegada para PJ de direito público: até mesmo uma autarquia pode ter a capacidade ativa tributária
LIMITAÇÕES AO PODER DE TRIBUTAR
Ferramentas constitucionais que irão impedir a cobrança arbitrária e desregrada de tributo pelo ente competente. PRINCÍPIOS E IMUNIDADES.
1) Princípio da legalidade (forma): 
Os entes apenas poderão criar/majorar/reduzir/extinguir tributos por meio de lei. Em regra, lei ordinária. SÓ PODEM SER CRIADOS/MAJORADOS/REDUZIDOS/EXTINTOS POR LEI COMPLEMENTAR: Contribuição de Seguridade Social Residual, Empréstimos compulsórios, IGF, Imposto residual. Medida provisória não poderá atuar em matéria reservada a lei complementar! CEGI não pode ser criado por medida provisória! MP pode criar/majorar tributos desde que possa ser criado por lei ordinária
EXCEÇÕES: 
- Poder Executivo pode, por portaria, resolução, decreto ALTERAR (aumentar, reduzir, zerar) as alíquotas do II, IE, IOF, IPI (tributos regulatórios de mercado – são tributos extrafiscais).
- Alteração de prazo de pagamento NÃO precisa de lei, também pode ser por simples decreto/portaria. (pode ser feito pelo Executivo)
2) Princípio da anterioridade (prazo): 
-> Anterioridade do exercício - todo tributo criado/majorado somente poderá ser exigido no 1º dia do ano posterior daquele que a lei foi publicada
-> Anterioridade nonagesimal: além de respeitar o próximo exercício, todo tributo criado/majorado somente poderá ser exigido 90 dias após a publicação da norma
EXCEÇÕES:
- Podem ser cobrados IMEDIATAMENTE (poderão, mesmo que criados/majorados serem exigidos da publicação): II, IE, IOF, Empréstimo Compulsório Guerra, Empréstimo Compulsório calamidade pública, IExtraordinárioGuerra (tributos urgentes/extrafiscais regulatórios de mercados)
- ALTERAÇÃO DE PRAZO DE PAGAMENTO TEM EFEITO IMEDIATO! Mesmo que antecipando
3) Princípio do não confisco: 
Tributo não poderá ser utilizado como forma de confisco; estende-se às multas tributárias (a multa tributária não pode ultrapassar o valor do tributo). O fisco não poderá interditar estabelecimento empresarial, nem apreender mercadoria como forma de coação de pagamento de tributo.
4) Princípio da vedação da isenção heterônoma:
 A União não poderá isentar tributos que não são de sua competência. Tratado internacional ratificado pelo Presidente da república poderá isentar tributos estaduais/municipais
IMUNIDADES: 
Regras constitucionais que irão dispensar pessoas, objetos, circunstâncias/casos determinados no dever de pagar tributo
 Imunidade genérica: dispensa só de imposto! Em casos genéricos 
· Não poderá ser exigido imposto sobre patrimônio, renda e/ou serviços do templo – condição: reverter o patrimônio/renda/serviço ao cumprimento de sua finalidade essencial. Pode cobrar taxa do templo. Se o templo LOCA um patrimônio de outrem, não se estende a imunidade, devendo ser cobrado o imposto. Se o tempo LOCA a outrem um patrimônio seu, pode se estender a imunidade, desde que a renda seja revertida em favor de cumprimento de sua finalidade essencial.
· Partidos políticos e suas fundações, sindicato dos trabalhadores, entidade de educação sem fins lucrativos e entidade de assistência social sem fins lucrativos -> não pagam imposto desde que cumpridas as condições: reverter patrimônio/renda/serviço em favor de sua finalidade essencial + cumprir os requisitos em lei
		OBS: entidade de assistência social sem fins lucrativos também não pagará contribuição de seguridade social!
· Imunidades objetivas (objetos): não irão pagar impostos livros, jornais, revistas, periódicos, papeis destinados as suas impressões (transmissão de pensamento/informação) -> revista com finalidade de venda publicitária (avon/natura) NÃO tem imunidade. O carro da editora paga IPVA, prédio do jornal paga IPTU! Somente tem imunidade o papel destinado à impressão de livros/jornais que tenham imunidade. Livros digitais e seus suportes têm imunidade. Álbum de figurinha tem imunidade. Lista telefônica tem imunidade.
OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA
-> obrigação principal: obrigação de pagar (tributo/multa)
-> obrigação acessória: fazer/não fazer (ex emitir nota fiscal, fazer um balanço contábil)
AS OBRIGAÇÕES SÃO INDEPENDENTES! O acessório não segue o principal! Você pode estar imune/isento de um tributo e, mesmo assim, ter que emitir nota fiscal.
O descumprimento de uma obrigação acessória faz nascer uma obrigação principal (multa).
O Poder Executivo também pode criar uma obrigação acessória, por meio de resolução/portaria/decreto
SUJEITO ATIVO DA RELAÇÃO TRIBUTÁRIA: ente competente
SUJEITO PASSIVO DA RELAÇÃO TRIBUTÁRIA: contribuinte (aquele que tem relação direta com o fato gerador) OU responsável (terceiro que a lei expressamente vincula ao fato gerador). Contrato particular NÃO altera o sujeito passivo, o contrato particular não é oponível perante o fisco.
- Todas as pessoas que tenham interesse comum sobre a situação serão SOLIDARIAMENTE obrigadas (pode ser exigido integralmente de quaisquer um dos obrigados). A solidariedade não comporta benefício de ordem. Efeitos da solidariedade: o pagamento feito por qualquer um aproveita-se aos demais. Se houver isenção ou remissão individual, somente o isento/remido estará dispensado, mantendo-se os demais solidariamente obrigados pelo saldo devedor (diminui a quota-parte do que foi dispensado – não é por percentual). 
- Domicílio tributário do sujeito passivo: local que ele escolher. Quando não é informado pelo sujeito passivo, se PF é no lugar que mora (se não tem moradia, no lugar de seu trabalho) e se PJ no lugar da sua sede ou no lugar em que ocorreram os fatos geradores. Se é andarilho, é no lugar onde ocorreram os fatos. OBS: a Fazenda PODE NEGAR o local escolhido pelo sujeito passivo quando dificulte ou impeça a fiscalização ou arrecadação
SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO: 
Modalidades que irão impedir que o crédito tributário venha a ser exigido do sujeito passivo. MO R DE LIM PAR
Moratória
dilação (aumento) de prazo para aquele que deve tributo; depende de lei específica; durante o prazo dilatado o crédito não pode ser exigido; só aumenta o prazo de pagamento!
Recurso administrativo 
o contribuinte recebe o lançamentoe entra com recurso administrativo, não pode ser cobrado enquanto isso. Obs: nenhum valor pode ser cobrado do contribuinte como forma de admitir recurso administrativo!!! 
Depósito 
apenas o depósito integral e em dinheiro suspende a exigibilidade. Obs: nenhum valor a título de depósito pode ser exigido do contribuinte como forma de admitir ação anulatória
LIMinar 
PARcelamento 
salvo disposição em lei em contrário, o parcelamento não exclui juros e multa. A lei poderá trazer de forma expressa redução parcial ou total de juros e multa quando da concessão do parcelamento – se a lei nada dispor, não exclui!!!!!
Os entes NÃO podem criar outras formas de suspensão da exigibilidade do crédito tributário, apenas as regras dispostas no CTN são válidas – o rol é taxativo.
Remissão x Anistia
Remissão é forma de EXTINÇÃO, forma de perdão de tributo/multa JÁ LANÇADA
Anistia é forma de EXCLUSÃO, forma de perdão de multa NÃO LANÇADA

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