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TRIBUTÁRIO – OAB 
· Tributo:
Conceito: Art. 3 CTN. 
Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada.
a) Prestação pecuniária Moeda 
Todo tributo será pago em pecúnia: Em dinheiro, em moeda. Via de regra. 
Poderá ser pago também através de dação em pagamento de bem imóvel (entrega o bem imóvel) exceção. 
Não se trata de escolha/ faculdade do contribuinte. A dação em pagamento (156, XI, CTN) não é opção do contribuinte, só poderá realizar dessa forma, se houver lei específica do ente competente autorizando essa forma de pagamento. 
Será possível realizar o pagamento de um crédito tributário com bens móveis? Não! Dação em pagamento de bem móvel é fraude ao sistema licitatório e, portanto, não é permitido. 
b) que não constitua sanção de ato ilícito
Nenhum poderá ser exigido como forma de penalizar o contribuinte. Lembrar do exemplo do carro mais poluente que não poderá pagar IPVA mais caro por isso.
Nenhum tributo poderá ser criado como forma de penalizar o contribuinte (pena).
Também não poderá exigir tributo de atividade ilícita. Ex do vendedor de LSD. Contudo, os frutos oriundos da atividade ilícita poderão ser tributados, ou seja, o dinheiro que é recebido pelo vendedor de droga poderá ser tributado! CUIDADO! (Art. 118, CTN). 
Não importará de onde o contribuinte aufere a renda! O valor total arrecadado será tributado.
c) Instituída em lei 
Não existe tributo sem lei anterior que o defina. A atividade da adm. Pública estará vinculada a lei, não existe convencia ou oportunidade. Somente os exatos termos da norma poderão reger o tributo. 
d) Vinculada a Adm. Pública. 
Quantas espécies de tributos temos em nosso ordenamento? 5 espécies tributárias. 
Tributo Gênero imposto 
			 Taxa
			 Contribuição de melhoria
			 Contribuição especial 
			 Contribuição/ empréstimo compulsória
· Competência 
E quem poderá criar essas espécies tributárias? 
CF não cria tributo! A CF outorga poder para os entes estatais criarem tributos. 
União, DF, Estados e Municípios poderão criar os tributos. 
O DF cumula além dos impostos estaduais, por não ser divido em municípios, acumula os impostos municipais
	
	União (novo imposto)
	DF
	Estados
	Municípios
	Impostos
	Art. 153: Impostação, exportação, Renda, produto industrializado, operação financeira, propriedade rural ...
Art. 154 CF: Residual e extraordinário (guerra)
	Art. 155 CF: IPVA, ICMS, e ITCD. 
146 CF: ISS, IPTU E ITBI
	Art. 155 CF: IPVA, ICMS e ITCD.
	Art. 156, CF: ISS, IPTU e ITBI
	Taxa
	Comum
Art. 145, II e III
	Comum
	Comum
	Comum
	Contribuições de melhoria
	Comum
Art. 145, II e III
	Comum
	Comum
	Comum
	Contribuições especial
	Art. 149, CF. 
Seguridade social, sobre categoria profissional e interesse domínio econômico
E At. 149, §1º
	Art. 149, §1º
Previdenciária de servidor (comum)
	Art. 149, §1º
Previdenciária de servidor (comum)
149, A. Iluminação pública
	Art. 149, §1º
Previdenciária de servidor (comum)
Art. 149, A – iluminação pública
	Contribuição Compulsória 
	148, CF 
	
	
	
Qual desses 4 entes poderão criar um novo tipo de imposto, diversos do que estão na Constituição? O novo tipo de imposto só poderá ser feito pela União (imposto residual).
Qual desses 4 entes poderá criar uma nova fonte de custeio para a seguridade social? Art. 195, §4º CF: Competência da União. 
Características da competência tributária: 
a) Indelegável: Art. 7º CTN
Não pode ser delegada. A União não pode delegar o ato de criação, o ato de majoração de tributo para outro ente. 
Nenhum ente poderá delegar a outro ente a competência legislativa de criação ou majoração de tributo. 
A competência legislativa é indelegável, porém, a capacidade ativa tributária poderá ser delegada para outra pessoa jurídica de direito público e poderá ser revogada a qualquer tempo! CUIDADO!
Capacidade ativa tributária: É a competência de administrar: fiscalizar, executar leis e arrecadar. 
b) Irrenunciável: Não posso renunciar. Não posso abrir mão dela.
c) Imprescritível: Ela não prescreve. Não é porque até hoje eu não a fiz que eu não poderei mais fazer.
d) Facultativa: Crio se quiser! 
· Limitações ao poder de tributar: 
Importantes ferramentas de proteção ao contribuinte de uma cobrança arbitrária.
Servem para limitar a cobrança do ente. 
Essas limitações são divididas entre princípios e imunidades (Art. 150 e 152 CF)
a) Princípio da legalidade. (Art. 150, I, CF e 97 CTN)
É o princípio que vai dar forma a possibilidade de o tributo será criado, que o ente poderá exigir o tributo de vocês. 
Regra geral: Os entes competentes irão criar/ majorar/ reduzir/ extinguir tributos geralmente por meio de lei. Ou seja, a forma que os entes poderão se utilizar para criar ... será por meio de lei. 
Essa lei será, via de regra, por lei ordinária (poder legislativo)
Exceções: Existem quatro tributos que só poderão ser criados, majorados, reduzidos ou extinguidos mediante lei complementar.
Serão eles: GESI: IGF (Imposto sobre Grandes fortunas, art. 153, VII, CF), Empréstimo compulsório (148 CF), contribuições residuais (Não foram criadas) bem como impostos residuais (195, §4 e 154, I, ambos da CF). 
Mitigações ao princípio da legalidade: 
Entes competentes para majorar, criar, reduzir ou extinguir irão precisar da lei (p. legislativo) seja por lei ordinário (regra) ou lei complementar (exceção).
E o poder executivo? Nem sempre vou precisar do poder legislativo. Poderei utilizar o poder executivo, por vezes. 
E quando é que ele poderá atuar? 
1ª) Art. 153, §1º, CF: Poderá o poder executivo mediante decreto, mediante portaria, alterar alíquotas do imposto de importação, de exportação, IOF e IPI
Alterar significa fazer qualquer coisa (majorar, criar, reduzir ou extinguir). 
Não é qualquer poder executivo é o vinculado. Nesse caso será o poder executivo da União. 
Poderá ocorrer isso nesses tributos porque são considerados como tributos extrafiscais, servem para regular o mercado por isso, poderá o poder executivo federal alterar as alíquotas. 
Ex: Governo quer aquecer o mercado, zera o IPI das linhas brancas (geladeira, maq. De lavar, etc)
2º) Art. 62, §2º, CF: Poderá o poder executivo mediante medida provisória criar ou majorar tributo desde que o poder executivo atenda a dois requisitos: tributo a ser criado seja/ deva por lei ordinária bem como se a mp seja convertida em lei no mesmo exercício de sua edição. Esses requisitos são cumulativos. 
Medida provisória pode criar tributo, não só imposto. 
Medida provisória não pode atuar na criação de tributo que envolve Lei complementar!
3º) Art. 97 CTN e súmula 160 STJ: Poderá o poder executivo, mediante decreto, portaria atualizar base de cálculo de qualquer tributo desde que a atualização seja conforme os indexadores inflacionários. Porque se for acima dos indexadores será majoração e se for majoração deverá ser por meio de lei. 
4º) STF: Poderá o poder executivo, mediante decreto, portaria alterar prazo de pagamento, porque se acordo com STF a alteração de prazo não está inserida no rol art. 97 do CTN. 
b) Princípio da Isonomia (Art. 150, II, CF)
 Os entes competentes jamais poderão criar tributos de forma desigual. 
 Nesse princípio se busca a igualdade, não ocorrer favorecimento a nenhum ente. Ou seja, os entes competentes, quando em exercício da comp. Tributário, não poderão tratar os contribuintes iguais de forma desigual.
É proibido aos entes tratar os contribuintes de forma desigual também em razão de cargo/ salário/ ou provento. 
Pode ser concedido o benefício da isenção de ICMS para os oficiais de justiça considerando que eles são servidores públicos e precisam dos seus carros para exercer o trabalho? Não! Não pode.
Poderá ter redução de tributos quando há pessoas que se encontram em situação de desigualdade. 
c) Princípio da irretroatividade (Art. 150, III, A, CF)
A norma tributária não poderá retroagirpara albergar fatos pretéritos. Ou seja, a norma tributária não poderá retroagir via de regra, aplicarei a norma/ lei vigente quando da ocorrência do fato gerador.
Exceções: Casos em que a norma poderá retroagir. 
1º) Art. 106, I, CTN: Poderá retroagir lei que venha interpretar lei mais antiga. Ou seja, lei nova que vem para interpretar lei mais antiga. Desde que a interpretação não venha causar multa ao contribuinte. 
2º) Art. 106, II, CTN: Poderá retroagir lei nova mais benéfica no campo das infrações. Ou seja, lei nova que venha reduzir/ extinguir multa, desde que não exista trânsito em julgado soba multa. 
d) Princípio da anterioridade: Art. 150, III, B, C, CF. 
Todo tributo que seja criado/ majorado somente poderá ser exigido do contribuinte: No primeiro dia do ano seguinte daquele que a lei foi publicada. (Art. 150, III, B, CF) Também chamado de ‘Anterioridade do exercício”.
Anterioridade nomogismal: Além de aguardar a anterioridade do exercício, todo tributo criado ou majorado somente poderá ser exigido 90 dias após a sua publicação. Ou seja, além de aguardar o primeiro dia útil do ano seguinte também deverá aguardar 90 dias após a publicação. (Art. 150, III, C) 
Lembrar que a contagem dos noventa dias é contado da PUBLICAÇÃO. Porém, só poderá ser exigido após o 1º do ano seguinte daquele que a lei foi publicada. (EX: Publicado no dia 01/12/19, só poderá ser cobrada no dia 01/03/20!)
Ou seja, regra geral, para todo tributo criado ou majorado ele somente poderá ser cobrado/exigido: 1º dia do ano seguinte + 90 dias pós publicação. 
Exceção: Art. 150, §1º: Existem tributos que mesmo que criados ou majorados serão exigidos de imediato (a partir da publicação): Imposto de importação, de exportação, op. Financeira, empréstimo compulsório - guerra ou calamidade e o imposto extraordinário guerra. 
Existem os tributos que mesmo criado e majorados que só irão respeitar 90 dias, não precisam aguardar a virada do ano: IPI, Const. Seguridade social (PIS, COFINS, INSS, CSLL), Restabelecimento de CIDE, ICMS e Combustível. 
Existe por fim, aqueles que mesmo que criados e majorados só irão respeitar o próximo exercício (só espera a virada do ano): Imp. De renda, base de cálculo de IPTU e IPVA.
Alteração de prazo de pagamento não aguarda as anterioridades. Pode ser exigido de imediato. 
A redução e a extinção também poderão ser exigida de imediato. 
e) Princípio do não confisco (Art. 150, IV, CF): É vedado aos entes utilizar tributo com efeito de confisco. Não poderão os entes se utilizar do direito tributário com fins confiscatórios. Ou seja, nenhum ente poderá se utilizar do tributo com ideia de confisco (de impedir a propriedade). 
É estendido as multas tributárias essa mesma ideia do não confisco. 
f) Princípio da liberdade de Tráfego (150, V, CF): É vedado aos entes cobrar tributo que impeça o direito de ir e vir, seja de pessoas ou bens. Salvo a cobrança de pedágios. 
g) Princípio da uniformidade geográfica: Art. 151, I e II, CF): 
A união deve tratar todos os contribuintes que estejam estabelecidos nos respectivos territórios, municípios... de forma uniforme. Salvo, se for para concessão de desenvolvimento socioeconômico de uma região. 
Ex: Zona Franca de Manaus (Concessão de desenvolvimento socioeconômico).
h) Princípio vedação da isenção heterônoma: Art. 151, III, CF): A união não poderá conceder isenção de tributos que não são de sua competência.
- Imunidade tributária: Dispensa Constitucional ao poder de tributar. 
É quando a Constituição Federal irá impossibilitar o ente competente de exigir tributos. São as famosas regras de não incidência tributária: 
As imunidades são divididas em suas espécies: Imunidades específicas e imunidades: 
a) Específicas: São especificas para um caso concreto/ certo. Dizem respeito a qualquer espécie tributária e estão espalhadas por toda a CF.
Ex: Art. 195, §7º, CF. 
b) Genéricas: Estão no art. 150, VI, CF. Poderão ser apenas de impostos. 
1ª) Art. 150, VI, A: Imunidade genérica recíproca: Os entes (união, DF, E e M) não poderão cobrar entre si impostos sobre seus patrimônios, rendas e serviços. Ex: Não pode cobrar IPTU de um imóvel do Estado. 
Art. 150, §2º e §3º: Imunidade recíproca é estendida para autarquias (INSS) e Fundações públicas. Também não irão pagar impostos (patrimônio, renda e serviço) desde que cumpram com os requisitos necessário: Ser mantido ou instruído pelo poder público, não entrar na concorrência privada e não cobrar taxa ou tarifa pelo serviço publico prestado. 
Também é estendida para empresas públicas e sociedades de economia mista? A CF é omissa quanto a isso, porém, o STF tem estendido à algumas empresas publicas e de economia mista. Ex: STF já estendeu aos correios, a INFRAERO e Casa da moeda. Desde que prestem serviço público, que seja em caráter de monopólio e não visem lucro. 
2º) Art. 150, VI, B, CF: Imunidade dos templos de qualquer culto (imunidades religiosas): Imunidade que visa tutelar a imunidade religiosa. (Estado laico). 
Todo patrimônio, renda ou serviço que estejam em nome do templo (que prestigiem um Deus) não serão cobrados impostos desde que esse patrimônio, renda ou serviço seja revertido a finalidade essencial do templo (Levar a palavra de Deus). 
Carro que está no nome do padre paga IPVA? Paga! Não tá no nome da igreja e sim do particular. 
3º Art. 150, VI, C, CF: Imunidade genérica subjetiva: É vedado aos entes instituir impostos (n é taxa, n é contribuição) sob o patrimônio, renda ou serviços de partido politico e suas fundações, sindicato dos trabalhadores, entidade de assistência social sem fins lucrativos e entidade de educação sem fim lucrativo. Para isso precisam cumprir dois requisitos: Cumprir com os requisitos do art. 14 do CTN e cumulativamente reverter patrimônio, renda ou serviços ao cumprimento da finalidade essencial dele. 
Art. 14 CTN: Não distribuir renda, não enviar direito para o exterior e cumprir com as obrigações acessórias; 
OBS: Sindicato patronal tem imunidade? NÃO!
Entidades do Sistema S não pagaram impostos e terão imunidade no que tange as contribuições de seguridade social (195, §7º). (Entidades de assistência social e não aos colaboradores). 
Se locar imóvel para terceiro? terá imunidade se o valor locatício tiver como finalidade cumprir com a finalidade essencial. – Súmula Vinculante 52 STF. 
4º) Art. 150, VI, D: Imunidade objetiva. Não poderá ser exigido impostos sobre livros, jornais, revistas, periódicos e papéis destinados a impressão desde que eles transmitam pensamento/ ideia formalmente orientada, independente do conteúdo. Desde que, não tenham caráter publicitário. 
Essa imunidade não diz respeito a renda, patrimônio de quem produz esses materiais (livros, revistas e etc). Essa imunidade quer tutelar a liberdade de informação!
Papel destinado a impressão de revistas como avon e jequiti tem imunidade? Não! Porque são destinados a venda e lucro, são revistas que não tem imunidade. 
Papel fotográfico destinado a impressão de objetos imunes, imune será! S 657 STF
Ebooks, livros eletrônicos e seus e readers também possuem imunidade. 
5º) Art. 150, VI, E, CF: Não poderá ser exigido impostos sobre CDS ou DVDS produzidos por artistas ou intérpretes brasileiros. Salvo, a etapa de replicação. 
A replicação NÃO terá imunidade (Pegar o cd pronto e reproduzi-los em 100 mil copias por exemplo).
Só dispensa a obrigação de pagar! As obrigações acessórias serão obrigatórias, exemplo: Tirar nota, fazer livros fiscais.

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