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DEFINIÇÃO: A conformação normal do pulmão é o parênquima pulmonar, recoberto por uma pleura visceral e em seguida pleura parietal. Entre essas pleuras existe um espaço virtual. Esse espaço é preenchido por uma quantidade mínima de fluido pleural que é responsável por fazer com que as pleuras deslizem uma sobre a outra. Esse espaço virtual não é visto em exame de tomografia computadorizada e nem em radiografia de tórax. Quando há a entrada de uma quantidade de ar no espaço virtual entre as pleuras, fazendo com que esse se torne espaço real, temos um pneumotórax. Na maioria das vezes, ele se apresenta de forma unilateral, raramente acometendo ambos os pulmões. CLASSIFICAÇÃO: a. Pneumotórax espontâneo: não deriva de uma causa externa, sem doença pulmonar subjacente na maioria dos casos; b. Pneumotórax iatrogênico: ligado a procedimentos médicos e que na maioria das vezes é causado acidentalmente em passagens de drenos e cateteres, toracocentese, biopsia pulmonar e ventilação mecânica (7%); c. Pneumotórax traumático: associados a traumas penetrantes ou não penetrantes com uma contusão. PNEUMOTÓRAX ESPONTÂNEO: pode ser: a. Primário: sem doença pulmonar subjacente. - Maioria dos pacientes são: Homens; < 40 anos; Magros; História Familiar; Longilíneos (Síndrome de Marfan). - Etiologia: a maioria dos pacientes tem sacos aéreos entre suas pleuras, que são chamados de bolhas ou blebs. Quando há a ruptura dessas bolhas, acontece o pneumotórax espontâneo primário. Fatores que favorecem o rompimento de blebs: tabagismo, oscilação pressórica, modificações na árvore brônquica. - Evolução: raramente evoluem com pneumotórax hipertensivo. b. Secundário: com doença pulmonar subjacente. As doenças mais comuns são: Patologias pulmonares ou mediastinais; Infecções; Obstrução brônquica; Anormalidades na membrana pleural. - Evolução: tendem a evoluir com pneumotórax hipertensivo. Paciente com doença adjacente (silicose) apresentando pneumotórax secundário, evidenciado por espaço pleural aumentado em pulmão direito. c. Especiais: são as causas mais comuns: Fibrose cística; Pós-tuberculose; Pneumocistose; Catamenial (quando se encontra foco de endometriose uterina em pleura pulmonar, que causa inflamação e consequentemente um pneumotórax, pode estar envolvida com o ciclo menstrual em até 48 horas após o sangramento e ser recorrente entre os ciclos). DIAGNÓSTICO CLÍNICO: é dependente do volume do pneumotórax, do débito da fístula, rapidez de instalação. SINAIS E SINTOMAS: a. Dor torácica súbita; b. Dispneia; c. Cianose; d. Febre; e. Murmúrio vesicular, frênico toracavocal e ressonância, diminuídos ou abolidos; f. Percussão hiperdinâmica; g. Palpação em alguns casos evidencia Enfisema Subcutâneo. (Pulmão direito colapsado, com redução de tramas vasculares aparentes). (Pulmão direito colapsado, com ausência visual de tramas vasculares e desvio de mediastino). (Pulmão direito com presença de pneumotórax por rompimento de Blebs, que altera o espaço virtual e espaço real). (Paciente com DPOC, com presença de cavidades com presença de ar, enfisemas que quando rompidos, causam pneumotórax). *OBS.: fazer sempre o pedido de radiografia com radiografia ao inspirar e radiografia ao expirar, o pneumotórax tende a ficar mais evidente em imagens de expiração do que em imagens de inspiração. DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS: a. Pleurite; b. Enfisema; c. Embolia Pulmonar; d. Infarto do Miorcárdio; e. Neurite Instercostal. SINAIS DE ESTABILIDADE: - TAMANHO DO PNEUMOTÓRAX, em relação a distância dele a caixa torácica. < 3 cm = PNEUMOTÓRAX PEQUENO. > 3 cm = PNEUMOTÓRAX PEQUENO. TRATAMENTO CONSERVADOR: em pacientes que tiveram o primeiro episódio de pneumotórax e se apresentam estáveis, com sinal de extensão pequena. Nesse caso se aguarda 6 horas após esse tratamento, se houver redução, ausência ou equilíbrio do pneumotórax, o paciente recebe a alta hospitalar e no dia seguinte volta para fazer novas imagens. TRATAMENTO DE ASPIRAÇÃO POR CATETER: em pacientes que apresentam instabilidade, extensão significativa e recorrência. Fazer o tratamento com o cateter, 4 horas após fazer a imagem para avaliar a extensão, se houver melhora, fazer a retirada do dreno, caso evolua bem, fazer imagens novamente após 2 horas, se evoluir bem, dar alta ao paciente e em 24 horas repetir a imagem. TRATAMENTO DE DRENAGEM PLEURAL: TRATAMENTO COM PLEURODESE E VATS: procedimento cirúrgico vídeo assistido. PREVENÇÃO DE RECORRÊNCIAS: a. Cessar tabagismo; b. Evitar viagens aéreas (nas primeiras 2 semanas); c. Evitar Exercícios (nas primeiras duas semanas); d. Evitar Mergulho (SEMPRE).
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