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cap 8

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Capítulo
8 A estrutura das palavras
 126 capítulo 8
Vasques, edgar. O gênio gabiru. Porto alegre: L&PM, 1998. p. 8.
Rango Edgar Vasques
ed
g
a
r 
Va
sq
u
es
1. As palavras e sua estrutura
Introdução
Objetivos
O que você deverá saber ao final deste estudo.
1. Como se estruturam as palavras.
•	O	que	são	morfemas.
•	O	que	são	afixos.
•	 Como	os	elementos	mórficos	determinam	o	sentido	das	palavras.
Leia atentamente a tira abaixo para responder às questões 1 a 3.
Rango: um olhar 
crítico para 
os miseráveis 
brasileiros
Personagem de his-
tória em quadrinhos 
criada na década de 
1970, Rango vive em 
um lixão, na companhia 
de seu filho e de um 
cachorro. Com essa per-
sonagem, Edgar Vas-
ques fazia, na década 
de 1970, a denúncia da 
condição miserável em 
que viviam muitos bra-
sileiros. A temática de 
suas tiras, infelizmente, 
continua atual.
1. O sentido da tira é construído pela oposição de dois termos. 
Quais são eles? Explique o sentido de cada um.
2. O que está sendo criticado pela tira?
3. A crítica é construída pela mudança do significado de uma pa-
lavra obtida por uma pequena alteração de sua forma. Como 
essa alteração modifica o sentido dessa palavra?
Cite alguns exemplos de palavras que tiveram seu sentido original 
modificado pelo mesmo processo.
Na tira do Rango, o efeito de sentido é obtido por meio de um jogo 
de palavras.
Esse jogo consiste no acréscimo de um elemento capaz de modificar o 
sentido do termo original. 
Para nós, falantes, as palavras são unidades linguísticas muito impor-
tantes, pois traduzem as significações básicas a partir das quais construímos 
o sentido dos textos.
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 a estrutura das palavras 127 
Embora vejamos a palavra como um todo, é possível reconhecer as unidades 
menores que entram na sua formação. Por isso, no caso da tira, atribuímos 
mudança de sentido à palavra quando se acrescenta ao adjetivo humana um 
elemento que o modifica (des-).
Neste capítulo, vamos conhecer melhor como o sentido das palavras pode 
ser modificado pela alteração de sua estrutura interna.
No caso do exemplo, o prefixo des- atribui um sentido de negação ou falta 
ao radical.
Os elementos mórficos
Os falantes de qualquer língua conhecem e usam um número enorme de 
palavras, ao longo de sua vida. Essas palavras constituem o léxico de cada 
falante, ou seja, o repertório total de palavras que ele conhece.
Algumas palavras fazem parte do léxico de todos os falantes, como pai, 
mãe, água, dia, medo, etc. Outras, no entanto, fazem parte do repertório de 
algumas pessoas apenas, pois se referem a objetos ou a conceitos que não 
estão presentes na vida de todos. Alguns exemplos: pipeta, sintagma, episte-
mologia, deflação, etc.
As palavras podem ser, na maioria das vezes, divididas em elementos me-
nores, dotados de significação.
Esses elementos são chamados de morfemas.
Palavra é uma unidade linguística de som e significado que entra na composição 
dos enunciados da língua.
Tome nota
Analise os exemplos deste conjunto.
pedra, pedrinha, pedregulho, pedreiro, pedregoso
nado, nadamos, nadam, nadei, nadaram, nadaria, nadasse, nadar
O primeiro aspecto estrutural que chama a nossa atenção, nas palavras 
acima, é o fato de apresentarem algumas partes idênticas, portadoras de um 
significado básico: pedr- e nad-. Essas partes que se repetem são os morfemas 
que recebem o nome de radicais.
pedr- é um radical de origem grega que significa “rochedo, rocha”;
nad- é um radical de origem latina que está associado à ideia de “flutuar, 
ser levado pela água”.
Agora observe os exemplos do próximo conjunto de palavras.
descontrolar, desobrigar, desrespeitar, desfazer, desmentir
recentemente, calmamente, furiosamente, lentamente, rapidamente
unidade linguística de 
som e significado
Palavra
Morfemas são unidades mínimas de significação.
Tome nota
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 128 capítulo 8
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Os morfemas des- e -mente foram acrescentados ao radical de diferentes 
palavras, modificando o sentido básico desse radical. Esses morfemas recebem 
o nome de afixos.
Afixos são os morfemas que, somados aos radicais, formam novas palavras. 
Quando acrescentados antes do radical são chamados de prefixos e, adicionados 
após o radical, de sufixos.
Tome nota
O prefixo des- atribui ao radical um sentido de negação ou falta. O sufixo 
mente forma advérbios e acrescenta ao radical a ideia do modo como uma 
determinada ação ocorre.
Existem também palavras constituídas de um único morfema. Alguns 
exemplos são: feliz, mar, que, sempre, papel.
Os morfemas são classificados em lexicais e gramaticais.
Os morfemas lexicais fazem referência a seres ou conceitos da realidade objetiva 
ou subjetiva (paulo, dia, ar), ou seja, possuem referentes extralinguísticos.
Os morfemas gramaticais têm uma significação interna ao sistema linguístico, 
porque atuam para estabelecer relações entre palavras ou para marcar categorias 
como gênero, número, modo, pessoa, etc.
Tome nota
Os diferentes tipos de morfema
Observe a separação dos elementos constitutivos da palavra felizes.
Esses elementos têm características diferentes. O radical feliz é considerado 
uma forma livre, pois também pode ocorrer isoladamente, sem os demais 
morfemas. Este radical serve de base para a formação de várias outras palavras 
da língua, como felic + -i- + -dade, felic + -itar, feliz + -mente. 
Os outros elementos mórficos (a vogal de ligação -e- e o morfema de plural 
-s) são formas presas, porque nunca ocorrem isoladamente. Como sempre 
desempenham a mesma função morfológica, aparecem na constituição de 
várias outras palavras do português: audaz + -e- + -s, capaz + -e- + -s. 
Elementos mórficos formadores 
das palavras
Quando várias palavras são formadas a partir de um mesmo radical, elas 
são chamadas de cognatas. É o que ocorre no caso dos exemplos abaixo.
casa, caseiro, casario, casal, casada
estudar, estudante, estúdio, estudioso
Entre os morfemas que formam as palavras, cumprem função diferente as 
desinências, as vogais temáticas, os afixos e as vogais e consoantes de ligação. 
A seguir conheceremos melhor cada um desses morfemas.
Morfema
gramaticallexical
radical afixo
prefixo sufixo
Radical
(morfema lexical)
Vogal de ligação
Morfema de plural
(morfema gramatical)
feliz -e- -s
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Explicar aos alunos que as vogais de li-
gação não são morfemas. São elementos 
fonológicos que simplificam a estrutura 
silábica após o acréscimo de morfemas, 
evitando a formação de hiatos e encon-
tros consonantais.
 a estrutura das palavras 129 
iNtrODUÇãO aOs estUDOs gramaticais
Desinências
Algumas palavras da língua assumem uma forma diferente para indicar 
uma variação de gênero (masculino e feminino), número (singular e plural), 
modo, tempo e pessoa. Os elementos mórficos responsáveis pela marcação 
dessas variações são as desinências.
O estudo das desinências faz parte da chamada morfologia flexional.
As desinências são os morfemas que indicam as flexões das palavras variáveis.
Tome nota
A vogal temática é um morfema vocálico que se acrescenta a determinados 
radicais antes das desinências. O conjunto formado por radical + vogal temática 
recebe o nome de tema. Os temas podem ser nominais e verbais.
Tome nota
As flexões podem ser de gênero e de número nos nomes (substantivos, ad-
jetivos e pronomes), indicadas pelas desinências nominais, e de modo-tempo 
e número-pessoa nos verbos, indicadas pelas desinências verbais. 
Desinências nominais: menina, meninas, cansada, cansadas, esta, estas.
Desinências verbais: namorar, namoramos, namorávamos, namorassem, 
namoraríamos.Vogal temática
Podemos observar, em nomes e verbos do português, a ocorrência de de-
terminadas vogais que criam “famílias” de temas. São as vogais temáticas.
Não apresentam vogal temática as palavras que têm a última sílaba tônica, 
como sofá, café, cipó, amor, papel, feliz.
Vogais temáticas nominais
Somadas aos radicais nominais (paroxítonos ou proparoxítonos), as vogais 
átonas finais (-a, -o e -e) atuam como vogais temáticas nominais e formam as 
classes de palavras de tema em -a (artist-a), -o (caval-o) e -e (inteligent-e).
As vogais temáticas nominais não indicam o gênero gramatical, porque 
podem ocorrer tanto em palavras de gênero masculino como de feminino: o 
artista, o poema, a virago, a corte.
A desinência nominal indicadora de gênero feminino (-a) é acrescentada 
aos temas nominais constituídos de radical + vogal temática -o: o menino 
(radical: menin-; vogal temática: -o) ➝ a menina (radical: menin-; desinência 
nominal de gênero feminino: -a).
Vogais temáticas verbais
Somadas aos radicais verbais, as vogais -a, -e, -i atuam como vogais temá-
ticas verbais e definem as conjugações. Observe.
Primeira 
conjugação
Segunda 
conjugação
Terceira 
conjugação
Vogal 
Temática 
 -a
am-a-r
am-a-va
am-a-rão
am-á-ssemos
Vogal 
Temática 
-e
com-e-r
com-e-rá
com-e-ssem
com-ê-ramos
Vogal 
Temática 
-i
fug-i-r
fug-i-rmos
fug-i-rem
fug-i-remos
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 130 capítulo 8
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Afixos
Os afixos, como vimos, são morfemas que atuam na formação de novas 
palavras. Seu estudo faz parte da chamada morfologia derivacional. Conhe-
ceremos agora os prefixos e os sufixos.
Prefixos
Os prefixos são afixos que se acrescentam antes do radical, modificando 
seu sentido básico. Veja.
impaciência, descompensar, contradizer, expor, opor, semicírculo
Sufixos
Os sufixos são afixos que se acrescentam depois do radical, modificando 
o seu sentido básico ou a classe gramatical a que pertence originalmente 
o radical.
WaLker, Mort. recruta Zero. O estado de s. Paulo, são Paulo, 14 jun. 1999.
RecRuta ZeRo Mort Walker
O humor da tira gira em torno dos contextos em que é utilizada a palavra 
papelada, na qual o sufixo -ada indica grande quantidade. Uma coisa é tra-
balhar com uma grande quantidade de papel no escritório, outra coisa é lidar 
com a papelada em um caminhão de lixo...
Mudança do sentido básico: papel, papelada; folha, folhagem; pedra, pedraria; 
rocha, rochedo; laranja, laranjal; ferro, ferrugem.
Mudança de classe gramatical: lembrar (verbo), lembrança (substantivo); trair 
(verbo), traição (substantivo); úmido (adjetivo), umidade (substantivo); livre (adje-
tivo), livremente (advérbio).
Tome nota
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Vogal e consoante de ligação
Em alguns casos, a ligação entre radicais e sufixos é feita por meio de 
elementos mórficos que não têm significação gramatical própria, cumprindo 
apenas a função de vincular duas partes constitutivas de uma mesma palavra. 
São as vogais e as consoantes de ligação.
Vogais de ligação
Observe o exemplo barbaridade, formado a partir da palavra bárbaro: a vogal 
de ligação, -i-, que ocorre entre o radical e o sufixo -dade, simplifica a sequência 
silábica na ligação do radical e do sufixo, pela criação da sílaba -ri, o que elimina 
o encontro consonantal -rd. Outros exemplos: gasômetro; auriverde.
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ativiDaDes
Consoantes de ligação 
Costumam ocorrer entre um radical oxítono terminado em vogal e um su-
fixo iniciado por vogal. A inserção de consoantes de ligação evita a formação 
de hiatos. Observe:
• café, cafeteira; tricô, tricotar (consoante de ligação: -t);
• chá, chaleira (consoante de ligação: -l);
• cajá, cajazeira (consoante de ligação: -z).
Leia o trecho do jornalista Augusto Nunes para responder às 
questões de 1 a 3.
no Brasil, o que é histórico costuma desmanchar-se nas 
chamas da indiferença, do desamor ao passado, do menos-
prezo pelo antigo. O casarão de Ouro Preto consumido pelo 
fogo deveria ficar como está: os destroços ergueram um mo-
numento à nação dos desmemoriados. num país velhaco, o 
velho e a velharia vivem a curtíssima distância: retoque-se a 
última vogal e se acrescente um trio de letras. Vale para gente, 
prédios, cidades.
nunes, augusto. uma nação de desmemoriados. 
Jornal do Brasil, rio de Janeiro, 20 abr. 2003. 
(fragmento).
1. Considerando o que você aprendeu sobre as palavras cognatas, iden-
tifique, no texto, uma passagem em que o autor faz uso de termos 
formados a partir de um mesmo radical.
2. Identifique o radical a partir do qual foram formadas as palavras 
cognatas e diga qual é o sentido de cada uma das palavras resultantes 
desse processo.
3. Agora, forme outras palavras a partir do mesmo radical.
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Apesar da semelhança fonética, velhaco 
não é cognato de velho. O termo, se-
gundo o dicionário Houaiss, deriva do 
espanhol bellaco (homem de má vida). Em 
bom português, enganador, trapaceiro, 
desonesto.
 132 capítulo 8
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As questões 4 a 7 referem-se ao texto a seguir.
gente superfaturada
[...] O verbo “superfaturar” [...] anda tão 
valorizado nos últimos anos, tão exposto na 
cobertura de sucessivos escândalos, que vem 
tentando virar aquilo que não é: um sinônimo 
perfeito de “exagerar” ou “superestimar”. dificil-
mente atingirá seu objetivo, mesmo em sentido 
figurado. “faturar” é um verbo enraizado demais 
no campo da economia. 
apesar de tudo, ele faz o que pode. dia des-
ses, uma notícia de grande destaque na impren-
sa carioca informava que o governo anthony 
garotinho está sendo acusado de “superfaturar 
em 50%” o número de pessoas alfabetizadas no 
estado de 1999 a 2002. doeu. “superfaturar” 
significa “cobrar preço excessivamente alto” ou 
“expedir fatura de venda com preço acima do 
realmente cobrado”. É possível superfaturar 
gente, sim, mas só em regimes escravocratas.
4. O texto transcrito centra-se na discussão do uso do verbo superfaturar. 
Explique a formação dessa palavra.
Qual o sentido atribuído ao prefixo super?
5. Sérgio Rodrigues aponta, em seu texto, um uso equivocado desse 
verbo. Em que consiste esse equívoco, segundo o autor?
Explique por que tal uso é inadequado.
6. O que explicaria, do ponto de vista semântico, esse equívoco?
7. Explique por que Sérgio Rodrigues afirma que “superfaturar gente” 
só seria possível em regimes escravocratas.
rOdrigues, sérgio. Coluna Língua viva. 
Jornal do Brasil, rio de Janeiro, 
11 ago. 2002.
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Usos dos elementos mórficos
PratiqUe
Como vimos neste capítulo, os elementos mórficos desempenham um papel 
fundamental na constituição das palavras de nossa língua. Eles podem, também, 
ser explorados de modo criativo nos textos literários. Veja o exemplo a seguir.
Na poesia concretista, é possível encontrar vários exemplos de uso dos 
elementos mórficos como base para a criação literária. Sua tarefa será encon-
trar um poema em que isso ocorra. Depois de escolhido o texto, você deverá 
fazer uma análise semelhante à apresentada acima, para explicar de que modo 
o trabalho com a estrutura das palavras foi utilizado pelo poeta.
Sugerimos que você consulte livros de poesia dos principais autores 
concretistas brasileiros: Augusto de Campos, Haroldo de Campos e Décio 
Pignatari.
grüneWaLd, José Lino. Poema sem título.in: MeneZes, Philadelpho. 
Poesia concreta e visual. são Paulo: Ática, 1998. p. 68.
Analisando atentamente o texto, percebemos um interessante trabalho 
do poeta com a estrutura das palavras e sua relação com o sentido geral do 
poema. Esse trabalho consiste em acrescentar, ao radical forma, os prefixos 
re-, dis-, trans-, com- e in-.
Observe que as palavras formadas a partir desses prefixos foram dispostas, 
no poema, de modo a sugerir um movimento circular que possibilita sempre 
o retorno à palavra original.
Outro elemento importante na interpretação do poema e de sua cons-
trução é a posição central que a palavra transforma ocupa no poema. Em 
torno desse eixo parecem “girar“ todas as outras palavras. O efeito obtido é 
o de chamar a atenção para a transformação semântica que o acréscimo dos 
prefixos produz na palavra forma.
Embora se possa afirmar que a poesia tem uma liberdade maior para “brin-
car” com a estrutura das palavras, é comum que o falante utilize prefixos e sufixos 
para criar novos termos que são, muitas vezes, incorporados pela língua.
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O objetivo desta atividade é criar 
uma oportunidade para que os 
alunos realizem uma análise mor-
fológica e demonstrem ter com-
preendido como se combinam 
elementos mórficos na constituição 
de palavras da língua portuguesa. 
Dada a natureza dos capítulos de 
morfologia, achamos preferível 
propor atividades de análise de 
texto e não de produção, como 
fazemos em outros capítulos.
Existe, no Guia	 de	 recursos, a 
indicação de poemas e sites que 
poderão ajudá-lo a orientar os 
alunos na pesquisa.

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