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Transferência na Psicanálise

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2
FACULDADE PRINCESA DO OESTE
CURSO DE BACHARELADO EM PSICOLOGIA 
DISCIPLINA TEÓRIAS E TÉCNICAS PSICOTERÁPICAS II: PSICANÁLISE
DISCENTE LUMA DA SILVA MELO
 ENSAIO ACADÊMICO: Transferência na Psicanálise
CRATEÚS-CE
2020
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO----------------------------------------------------3
2 DESENVOLVIMENTO------------------------------------------4
2.1 TRANSFERÊNCIA
3 CONCLUSÃO-------------------------------------------------------7
4 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS -------------------------8
1	INTRODUÇÃO
Este ensaio visa esclarecer um aspecto central da psicanálise, a transferência. O foco aqui é explicar esse fenômeno. Como a transferência é de considerável importância para o sucesso de uma terapia psicanalítica, também é mostrado como o terapeuta deve lidar com a transferência e como ele pode usá-la de maneira mais eficaz para o benefício da cura. Finalmente, o tópico abordado é resumido. Antes que a transmissão e seus efeitos sobre a terapia possam ser discutidos em detalhes, é necessário primeiro fazer algumas declarações básicas sobre a abordagem do terapeuta. No entanto, isso não pretende, de maneira alguma, ser um “Guia para a Psicanálise” abrangente. Em vez disso, pretende-se uma breve visão geral da maneira como o terapeuta lida com a experiência do paciente e o conflito decorrente da doença. Somente então é possível apreender a importância para o sucesso da terapia psicanalítica.
Existem vários fatores que dificultam o caminho para o sucesso da terapia psicanalítica. As primeiras a serem mencionadas aqui são as disposições hereditárias, ou seja, as condições hereditárias do paciente, que o terapeuta deve aceitar como tal e pode limitar o tratamento (DUNKER, 2014). Além disso, as experiências de infância existentes no paciente, que desempenham um papel significativo na psicanálise, complicam o tratamento, pois estão no passado e não podem ser revertidas pelo terapeuta, possivelmente influenciado por várias influências, seja por exemplo, sua situação financeira infeliz, um casamento insatisfatório, conflitos na família ou até exigências sociais desconfortáveis.
Não faz parte do trabalho da psicanálise influenciar o paciente na tomada de decisões sérias que ele deve tomar em sua vida. Em vez disso, exige do paciente que ele tome todas as decisões importantes, como o término de um relacionamento, casamento ou escolha de carreira, após o término da terapia, de modo que a influência direta do terapeuta não seja o fator decisivo para uma pessoa. A terapia também tenderá a ser mal sucedida se o terapeuta tentar adivinhar, interpretar e comunicar o inconsciente do paciente (FREUD, 1926). Dessa maneira, o inconsciente não se torna consciente, as novas informações são captadas e armazenadas apenas ao lado do inconsciente sem substituí-las. O caminho terapêutico deve levar à experiência, a razão o que levou ao deslocamento para o inconsciente. Se essa repressão puder ser removida, o paciente poderá ver seu inconsciente e, assim, transformá-lo em consciente. Para poder remover essa repressão, ela deve ser localizada primeiro, após a qual é possível superar a resistência que essa repressão causa. 
Essa abordagem é um dos princípios básicos da terapia psicanalítica. Ao localizar a repressão, interpretar e resolver as resistências e tornar visível o reprimido, o inconsciente pode ser transformado em consciente (MEZAN, 1985). O sucesso que essa abordagem realmente tem no tratamento de doenças como histeria e ansiedade e neuroses obsessivo-compulsivas é a prova dessas afirmações.
2	DESENVOLVIMENTO
2.1 	A TRANSFERÊNCIA
Outro fato da psicanálise é a chamada transferência. Este termo descreve a relação especial em que o paciente vê o terapeuta. Se a terapia durar um certo tempo, muitas vezes acontece que o paciente se comporta de maneira especial em relação ao terapeuta. Isso também é digno de nota, porque é realmente a intenção do terapeuta racionalizar o relacionamento entre o paciente e o paciente torná-lo claro (FERENCZI, 2011). No entanto, o relacionamento por parte do paciente geralmente se desenvolve de uma maneira muito complexa e inesperada.
Essa mudança no relacionamento se manifesta no fato de o paciente desenvolver um interesse marcante no terapeuta. Embora o paciente deva se interessar principalmente por sua recuperação de acordo com seu papel, parece que a pessoa do terapeuta é mais interessante e o distrai de estar doente. Isso pode ser expresso pelo fato de o paciente tentar se mostrar do seu melhor lado, ou seja, é extremamente educado e agradecido, ou também mostra traços positivos que o terapeuta não esperaria. Obviamente, essa mudança é muito agradável para o terapeuta e, em certas circunstâncias, sua opinião sobre o paciente pode até mudar em uma direção positiva (PONTES et al., 2010). Mas esse relacionamento alterado também tem um efeito positivo no progresso da terapia. O paciente demonstra uma compreensão notável quando se trata de entender dicas, encontra tarefas que lhe são dadas no contexto da terapia com motivação pronunciada e não há escassez de lembranças e idéias. Ao mesmo tempo, uma melhora na patologia, no seu comportamento, pensamentos, ideias e jeitos também, algo que pode ser percebida por pessoas de fora. 
No entanto, essa influência positiva que a mudança na relação entre paciente e terapeuta exerce sobre a terapia não dura para sempre. Depois de um tempo, a concentração e o interesse do paciente parecem diminuir significativamente. Também é típico dessa situação que o paciente tenha pouca ideia do que a terapia poderia trazer. Agora, qual é o motivo dessa rápida mudança no relacionamento entre o terapeuta e o paciente?
Por um longo tempo, a psicanálise considerou esse fenômeno um distúrbio acidental da terapia e não considerou que esse evento pudesse ser causado apenas pela terapia. No entanto, como esse desenvolvimento ocorreu com frequência evidente e nas mais variadas constelações de terapeuta e paciente, não poderia mais ser avaliado como ocorrendo acidentalmente. Antes, era preciso reconhecer que essa mudança notável no relacionamento está enraizada na natureza da doença e equivale essencialmente à transferência de sentimentos do paciente para a pessoa do terapeuta (FREUD, 1915).
A psicanálise chama esse fenômeno que acabou de descrever a transferência. Essa escolha de palavras tem como objetivo indicar que os sentimentos trazidos ao psicanalista não surgem durante a terapia, mas já estavam presentes na vida emocional do paciente. Não é do interesse da terapia que tais sentimentos se desenvolvam, nem as condições gerais em que a terapia ocorre incentivam o desenvolvimento de tais sentimentos.) Conclui-se disso que a personalidade do terapeuta é apenas de importância subordinada para o desenvolvimento dos sentimentos descritos. Pelo contrário, o terapeuta involuntariamente, dado pela estrutura da terapia e por estar em algum processo de adoecimento, se oferece como objeto desses sentimentos, uma vez que também fazem parte da preocupação com a qual o paciente entra em terapia.
Esses sentimentos podem assumir uma variedade de formas. Mesmo se você se limitar a considerar constelações nas quais o paciente é mulher e o terapeuta é homem, a transmissão pode assumir várias formas. Uma manifestação óbvia é certamente o desejo do paciente de encontrar um amante no terapeuta. Além disso, o desejo de um paciente de experimentar o amor paternal também pode ser transferido para o terapeuta (GARCIA-ROZA, 1986). Mas, independentemente da forma em que a transmissão é apresentada, ela está sempre enraizada na natureza da doença. No entanto, a transmissão não se limita a situações de terapia nas quais apenas uma paciente e um terapeuta participam. Mesmo que os dois participantes sejam homens, uma transferência pode ser notada. Também pode ser visto aqui que o paciente ganha maior interesse na pessoa do terapeuta e tende a superestimar suas propriedades. 
Como já explicado, a transferência e a forma dela já estão enraizadas na natureza da doença e começam a influenciara relação entre terapeuta e paciente no início da terapia (FRANCO, 2000). Desde que reforce positivamente o trabalho do terapeuta, ele não é perceptível e não requer análises adicionais. No entanto, como explicado acima, foi demonstrado que, mais cedo ou mais tarde, cria uma resistência no paciente que dificulta trabalhos futuros. Essa resistência pode se manifestar na forma em que o paciente não parece mais ser capaz de pensar em nada ou que parece estar se dedicando à terapia com pouco interesse. Existem duas condições para essa alteração. Supondo que a transferência assume a forma de um desejo por um relacionamento amoroso ou um desejo sexual, que tem a pessoa do terapeuta como um objeto. À medida que a terapia progride, esse desejo, essa tendência, pode se tornar cada vez mais pronunciado até que seja claramente perceptível para o paciente e evoque uma relutância interior em relação a si mesmo. O paciente percebeu a transmissão e se recusa a permitir. Isso cria uma resistência que dificulta a terapia adicional. Outra condição para uma mudança nos sentimentos do paciente é quando a transmissão é hostil ou negativa. Os sentimentos negativos estão presentes desde o início da terapia, mas só vêm à tona depois dos positivos. Como os sentimentos negativos, como os positivos, embora com um sinal diferente, representam um vínculo de sentimento,
Para captar completamente o benefício que a transmissão pode oferecer para a terapia, não se deve esquecer que a doença não é de natureza estática. Não é algo que já foi concluído, mas está em constante evolução durante a terapia. O trabalho do terapeuta é influenciar esse desenvolvimento, no sentido do paciente. Se o paciente foi integrado com sucesso à terapia, esse desenvolvimento está concentrado no terapeuta ou no relacionamento com ele. A partir daí, o terapeuta não se vê mais confrontado com as memórias do paciente, mas com uma neurose recém-criada e modificada que substitui a original (FERRAZ, 2005). A vantagem dessa neurose recém-criada é que o terapeuta os observa desde o início e se vê como objeto delas. A neurose ainda estará presente, mas se afastará de seus objetos originais, e agora é direcionada à transmissão. Quando o terapeuta trabalha com o paciente nessa nova neurose artificial, ele também lida com os sintomas com os quais o paciente chegou à terapia no início. A transferência permite ao terapeuta reproduzir a neurose e vê-la emergir de uma certa maneira. Desta vez, porém, ele está no centro da neurose reproduzida e pode influenciar o desenvolvimento disso. Como a “nova” neurose é uma reprodução da doença original, o terapeuta pode tratar a neurose original tratando-a de forma análoga.
A transmissão é, portanto, um elemento central da terapia. No entanto, ele não apenas dá ao terapeuta acesso à neurose, mas também pode atuar como um impulso para o paciente. Durante a terapia, o paciente está lutando contra a resistência que o terapeuta lhe mostrou. Para vencer essa luta e impedir que o material desenvolvido na terapia retorne ao inconsciente, o paciente precisa de um impulso forte (CAMPOS, 2008). Suas habilidades intelectuais são muito fracas para esta luta, o fator decisivo aqui é o relacionamento com o terapeuta. Como já mencionado, uma transferência positiva leva o paciente a apreciar muito o terapeuta, seguindo suas explicações e sendo extremamente concentrado no trabalho. É exatamente isso que é necessário para que a transmissão se torne um impulso efetivo para a luta do paciente. Somente quando ele respeita o terapeuta, o aprecia e o vê como uma autoridade, ele retoma os argumentos que lhe são apresentados e lida com eles. Por outro lado, se houver uma transmissão negativa, o paciente ou não ouvirá o terapeuta ou, mesmo que o faça, terá pouca fé no que disse e suspeitará disso.
Pacientes com neuroses narcísicas têm uma significativa falta de transferibilidade. O narcisismo não os torna hostis ao terapeuta, mas os tratam com indiferença. Eles simplesmente não estão interessados ​​em suas explicações e não estão dispostos a lidar com elas. Isso pode impedir que a doença se desenvolva novamente, não pode ser reproduzido e a resistência ao deslocamento não pode ser superada. 
3	CONCLUSÃO
A transmissão é um elemento importante da psicanálise. Permite ao terapeuta acessar a doença do paciente e é uma força motriz eficaz na luta contra a resistência. No entanto, uma transmissão positiva não leva automaticamente a uma terapia bem-sucedida. O trabalho do terapeuta é analisar a transmissão e usá-la em benefício do paciente. No entanto, também existem casos, como as neuroses narcísicas, em que não há transmissão e, consequentemente, não podem ser curadas dessa maneira. Deve-se mencionar sobre este trabalho que a apresentação segue principalmente as considerações fundamentais de Sigmund Freud. Revisões subsequentes ou aspectos relacionados, como contratransferência, não foram tratados neste trabalho. No entanto, este trabalho deve ter conseguido dar uma impressão geral da transferência como elemento da psicanálise.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CAMPOS, Érico. Limites da terapia pulsional na metapsicologia freudiana: o aquém e o além da representação do sofrimento psíquico. Anais do 3º Congresso Internacional de Psicopatologia Fundamental; e 9º Congresso Brasileiro de Psicopatologia Fundamental. Niterói, 2008.
DUNKER, C. I. L. Notas sobre a Primeira Tese em Psicanálise no Brasil “Da Psicoanalise” (1914) de Genserico Aragão. Analytica, 3(4),25-39, 2014.
FERRAZ, F.C. Das neuroses atuais à psicossomática. In: Psicossoma I – Psicanálise e Psicossomática. Ferraz F.C.; Volich, R.M (org). São Paulo: Casa do Psicólogo, 2005.
FERENCZI, S. A técnica psicanalítica. In: DUPONT, J. (Ed.). Obras completas de Sándor Ferenczi: psicanálise II. São Paulo: M. Fontes, p. 407-419, 2011.
FRANCO, Sérgio. A transferência na histeria: um estudo no “Caso Dora” de Freud. Pulsional Revista de Psicanálise, ano 13, n. 132, p. 23-33, 2000.
FREUD, S. Observações sobre o amor transferencial. Obras completas, ESB, v. XII. Imago: Rio de Janeiro. (Trabalho original publicado em 1915).
FREUD, S. Psicanálise. In S. Freud, Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud (J. Salomão, Trad., Vol.20, pp. 251-259). Rio de Janeiro, RJ: Imago. (Obra Original publicada em 1926).
GARCIA-ROZA, L. A. Acaso e repetição em psicanálise. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1986.
MEZAN, Renato. Freud o Pensador da Cultura. São Paulo: Editora Brasiliense, 1985.
PONTES, A. R. N.; TORRANO, L. M. A comunicação inconsciente interpsíquica (paciente/analista) segundo o modelo Bluetooth na psicanálise. Revista de Psicanálise da Sociedade de Psicanálise de Ribeirão Preto, Ribeirão Preto, v. 1 n. 1, p. 37-49, 2010.

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