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FATORES DE FORMAÇÃO DA IMAGEM RADIOGRÁFICA (Radiologia 1)

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1 Brenda Araújo (@brendaraujo____) – Odontologia, UFPE Radiologia 1 
 
Fatores de Formação da Imagem Radiográfica 
IMAGENS RADIOGRÁFICAS 
⇾ São representações 2D de estruturas 3D 
⇾ Sempre ocorre sobreposição de estruturas 
⇾ Há uma série de fatores que influenciam na 
formação dessa imagem 
⇾ Deve ter o máximo de qualidade possível e 
fornecer uma grande quantidade de informações 
 
A qualidade de imagem descreve o 
julgamento subjetivo do clínico sobre toda a 
aparência da radiografia. É uma combinação das 
seguintes características: densidade, contraste, 
nitidez, ampliação e distorção. 
CARACTERÍSTICAS DA IMAGEM 
⇾ Densidade: grau de escurecimento da imagem. 
No geral, o que se busca é uma densidade média. 
 
⇾ Contraste: diferença de densidade entre as 
estruturas radiografadas (diferença entre o 
branco e o preto). Normalmente, o que se deseja 
é o contraste médio. 
Uma imagem de baixo contraste 
apresenta muitos tons de cinza (escala longa). A 
imagem de alto contraste, por sua vez, apresenta 
menos tons de cinza (escala curta). 
 
 
 
⇾ Nitidez: capacidade de definir pontos contíguos 
na imagem. É recomendado que se tenha o 
máximo de nitidez possível. 
 
⇾ Ampliação: aumento uniforme da estrutura 
projetada. É recomendado que se tenha o 
mínimo de ampliação possível, apresentando um 
tamanho mais próximo da estrutura real. 
A técnica periapical do paralelismo – 
preferível, pois os feixes de radiação incidem 
paralelamente ao objeto e ao filme – fornece 
menores chances de ampliação. 
 
⇾ Distorção: alteração não uniforme das 
dimensões da estrutura projetada. Alongamento, 
que é o aumento do longo eixo vertical (figura 1), 
e encurtamento, diminuição do longo eixo vertical 
(figura 2), são exemplos de distorções. 
 
Assim, uma radiografia de qualidade deve 
apresentar: 
∙ Densidade e contraste médios 
∙ Máxima nitidez 
∙ Ampliação e distorção mínimas 
∙ Enquadramento correto da região 
 
FATORES 
 
FATORES ENERGÉTICOS 
Relacionam-se à fonte produtora de raios-
X. São eles: 
 
2 Brenda Araújo (@brendaraujo____) – Odontologia, UFPE Radiologia 1 
⇾ Quilovoltagem (kV) → é dada pelo 
transformador de alta tensão, que também é 
responsável pela diferença de potencial – nuvem 
de elétrons que saem do cátodo em direção ao 
ânodo para a formação dos raios-X – e determina 
a qualidade de radiação (energia do feixe). 
Quanto maior a diferença de potencial, a 
quilovoltagem, maior a energia cinética – 
aceleração – dos elétrons que vão em direção ao 
ânodo, menor o comprimento de onda e maior a 
capacidade de penetração da radiação X no 
objeto. 
 
Quando a kV é alto, a radiação passa pelo 
objeto com mais facilidade e faz com que o 
receptor de imagem tenha uma maior 
sensibilidade, obtendo mais tonalidades de cinza 
e menos contraste. 
Quanto menor a kV, menor a energia 
cinética dos elétrons, maior o comprimento de 
onda e menor o poder de penetração dos raios-X. 
Nesses casos, há uma menor sensibilidade, 
fornecendo uma imagem com alto contraste 
(poucos tons de cinza). 
Assim, a quilovoltagem influencia, 
principalmente, no contraste da imagem: ↑ a kVp, 
↓ o contraste. 
 
⇾ Miliamperagem (mA) → determina a 
quantidade de radiação produzida, pois é 
responsável pelo aquecimento do filamento e 
pela formação da nuvem de elétrons no cátodo. 
Quanto maior a mA, maior a nuvem de elétrons, 
maior a quantidade de radiação produzida e 
maior a exposição do paciente e do receptor de 
imagem. 
 
Desse modo, a miliamperagem influencia 
diretamente a densidade da imagem: ↑ a mA, ↑ a 
densidade. 
 
⇾ Tempo de exposição (s) → determina o tempo 
de produção de radiação X. Quanto maior o 
tempo de produção e emissão, maior a 
quantidade de radiação e maior a exposição do 
paciente e do receptor de imagem. 
 
Assim, o tempo de exposição influencia 
diretamente a densidade da imagem: ↑ o tempo, 
↑ a densidade. 
 
A quantidade total de radiação produzida 
é expressa como produto da corrente do tubo 
(mA) e o tempo de operação do aparelho (s). 
Miliamperagem (mA, valor fixo) vs. Tempo de 
Exposição (mAs, varia de acordo com a região 
anatômica, o tamanho do paciente, o tipo de 
radiografia) 
⇾ Distância foco-objeto-receptor → está 
relacionada com a intensidade do feixe de 
radiação: Lei do Inverso do Quadrado (a 
intensidade do feixe diminui de acordo com o 
inverso do quadrado da distância da fonte de 
raios-X ao objeto/receptor). 
 
 
3 Brenda Araújo (@brendaraujo____) – Odontologia, UFPE Radiologia 1 
 
Na técnica da bissetriz: maior a 
proximidade da fonte de radiação, maior a 
intensidade do feixe e maior a exposição. Na 
técnica do paralelismo temos: uma menor 
proximidade da fonte de radiação, há uma menor 
intensidade do feixe e menor a exposição. 
 
Na primeira e segunda imagem, tem-se 
uma radiografia com a técnica do paralelismo e 
uma pela técnica da bissetriz, respectivamente, 
ambas com o mesmo tempo de exposição. 
Observa-se que a técnica do paralelismo fornece 
uma imagem mais clara por ter uma menor 
proximidade, menor intensidade do feixe e menor 
exposição do objeto/receptor à radiação, sendo, 
então, necessário aumentar o tempo de 
exposição. 
 
FATOR OBJETO 
Relaciona-se à composição das estruturas 
radiografadas. Leva-se em consideração: 
⇾ Número atômico → quantidade de prótons no 
núcleo de um átomo. Quanto maior o número 
atômico, maior a atenuação dos raios-X e menor 
a sensibilização do receptor. 
 
De acordo com o nº atômico dos 
elementos preponderantes nos tecidos, haverá 
maior ou menor absorção dos raios-X. Tecidos 
duros têm uma maior atenuação dos raios-X por 
terem grande quantidade de cálcio. 
 
⇾ Densidade física → reflete o grau de 
compactação das moléculas e é calculada pela 
seguinte fórmula: d+m/v. Quanto maior a 
densidade física, maior a atenuação dos raios-X e 
menor a densidade radiográfica (mais 
radiopaco). 
O seio maxilar é um exemplo de estrutura 
com um grande volume, mas com uma pequena 
densidade – preenchido por ar. 
⇾ Espessura → quantidade de material que a 
radiação tem que atravessar. Quanto maior a 
espessura, maior a absorção dos raios-X e menor 
a densidade radiográfica (mais radiopaco). 
 
As figuras abaixo demonstram a espessura 
do esmalte dentário. Na região oclusal do dente, 
há uma espessura grande de esmalte (possui alto 
número atômico), fazendo com que haja muita 
sobreposição dele nessa região – dificulta a 
identificação de cáries. 
 
FATOR RECEPTOR 
Divide-se em dois tipos: fator filme 
radiográfico e fator receptor digital. 
- FILME RADIOGRÁFICO 
∙ Características do filme 
⇾ Granulação e Camadas de Emulsão → 
tamanho e quantidade dos cristais halogenados 
de prata que influenciam a sensibilidade e nitidez. 
Quanto maior os cristais e o número de camadas 
de emulsão, maior a sensibilidade do filme. Todos 
 
4 Brenda Araújo (@brendaraujo____) – Odontologia, UFPE Radiologia 1 
os filmes intrabucais possuem dupla emulsão – 
frente e verso. 
Obs.: na década de 90, tinha-se cristais de 
tecnologias granulares que tinham uma menor 
sensibilidade, mas forneciam imagens aceitáveis. 
Por volta de 1994, foi lançado um filme com 
tecnologia tabular que aumentou a superfície 
ativa, fornecendo o dobro de sensibilidade (E). 
Nos anos 2000, foram criados os filmes de 
sensibilidade E/F que se comportam de maneiras 
distintas conforme o tipo de processamento.∙ Espessura da base 
⇾ Armazenamento → influencia na deterioração 
do filme. Deve-se manter o filme longe de calor, 
umidade, agentes químicos e raios-X. Esses fatores 
podem influenciar na sensibilização dos cristais de 
prata e diminuir a validade dos filmes 
radiográficos. 
⇾ Processamento → leva em consideração o 
ambiente em que se realiza o processamento 
(escuro, com temperaturas ideais e luz de 
segurança) e as soluções preparadoras 
(temperatura, concentração, saturação, 
agitação). 
∙ Método ideal: temperatura-tempo → estabelece 
o tempo de ação baseado na temperatura de 
soluções em níveis ideais de concentração. Tais 
informações são fornecidas pelos fabricantes. 
 
- RECEPTOR DIGITAL 
⇾ Resolução espacial → capacidade do receptor 
em reproduzir detalhes. Quanto maior a 
quantidade de pixels, menor o tamanho deles e 
maior a resolução espacial da imagem (nitidez, 
detalhes). 
 
A resolução espacial é dada em pares de 
linha/mm. 
 
⇾ Resolução de contraste → capacidade de exibir 
sutis diferenças de densidade na imagem (vários 
tons de cinza entre o branco e o preto). Quanto 
maior a resolução de contraste, maior a 
representação das densidades. 
Obs.: atualmente, existem sistemas que fornecem 
mais de 65.000 tons. 
 
⇾ Sensibilidade → quantidade de raios-X 
necessária para formar a imagem. Os filmes D, E e 
E/F possuem menor sensibilidade do que os 
receptores semi-diretos (placas de fósforo) e estes 
possuem menor sensibilidade do que os 
receptores diretos (sensores). 
⇾ Processamento digital → refere-se ao manuseio 
do receptor e escaneamento das placas de 
fósforo. Além disso, pode-se aprimorar a imagem 
radiográfica por meio da utilização de 
ferramentas de manipulação. 
 
 
Obs.: o único caso em que não se pode melhorar 
a qualidade de uma imagem obtida por 
processamento digital é quando ela é mais densa. 
 
5 Brenda Araújo (@brendaraujo____) – Odontologia, UFPE Radiologia 1 
FATOR GEOMÉTRICO 
Refere-se à forma com que o feixe de raios-
X, o objeto e o receptor de imagem se relacionam 
no espaço. Leva em consideração: 
⇾ Tamanho da área focal → influencia na nitidez 
da imagem radiográfica. Quanto menor a área 
focal, menor a penumbra e maior a nitidez. 
 
 
Não é possível alterar esse fator, visando 
evitar a diminuição do tempo de vida útil do 
aparelho. Desse modo, os aparelhos são 
fabricados com uma inclinação do ânodo em 
cerca de 20° na área focal em relação ao feixe de 
elétrons. Com isso, há uma redução de cerca de 
1/3 da área focal efetiva, ou seja, a área focal real 
se mantém, mas o feixe é reduzido em cerca de 
1/3. Essa inclinação é denominada Efeito Benson 
ou Princípio do Foco Linear. 
 
⇾ Distância foco – objeto/receptor → influencia na 
divergência do feixe de raios-X. Quanto maior a 
distância, menor a divergência do feixe e 
penumbra, menor a ampliação e maior a nitidez. 
 
 
⇾ Distância objeto – receptor → influencia na 
ampliação da imagem radiográfica. Quanto 
menor a distância, menor a ampliação e maior a 
nitidez. 
 
⇾ Posição foco – objeto – receptor → influencia na 
distorção da imagem. Idealmente, o feixe central 
de raios-X deve incidir perpendicularmente ao 
longo eixo do dente e do filme (técnica periapical 
do paralelismo). 
 
Em algumas situações, não é possível 
utilizar a técnica do paralelismo. Nesses casos, 
utiliza-se a técnica periapical da bissetriz, que diz 
que o feixe central de raios-X deve incidir 
perpendicularmente à bissetriz do ângulo 
formado pelo longo eixe do dente e do filme. 
 
 
6 Brenda Araújo (@brendaraujo____) – Odontologia, UFPE Radiologia 1 
Se for feita uma angulação inadequada, 
abaixo do recomendado, obtém-se uma imagem 
alongada. 
 
Se for feita uma angulação inadequada, 
acima do recomendado, obtém-se uma imagem 
encurtada. 
 
⇾ Movimentação → muito comum e acontece 
frequentemente com crianças. Na aquisição de 
uma imagem radiográfica, todos os elementos 
devem se manter estacionários (paciente, 
cabeçote). Quanto maior a movimentação, 
menor a nitidez e maior a distorção. 
 
FATOR DE VELAMENTO OU VÉU/FOG 
É o aumento da densidade do receptor de 
imagem por outras fontes de energia – radiação 
secundária, exposição acidental à luz, luz de 
segurança inadequada, super revelação – que 
não são do feixe de raios-X primário. Quanto maior 
a densidade, menor o contraste. 
Para minimizar os efeitos da radiação 
secundária, utiliza-se filtro de alumínio (aparelho), 
diafragma (aparelho), colimador (aparelho) e 
lâmina de chumbo (filme). 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
A obtenção de uma radiografia 
tecnicamente perfeita é possível quando o 
profissional considera todos os fatores envolvidos 
na formação da imagem. Assim, as radiografias 
devem apresentar o máximo de nitidez, mínimo 
de distorção e densidade e contraste adequados, 
características necessárias para interpretação 
radiográfica. 
REFERÊNCIAS 
WHAITES, E. Princípios de Radiologia 
Odontológica. Artmed Editora, 2003. 
WHITE, S; PHAROAH, M. J. Radiología oral. Elsevier 
España, 2001. 
FREITAS, A. Radiologia odontológica. 1988.

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