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ARTIGO - HIDRATAÇÃO CORPORAL

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Universidade Vale do Paraíba 
Faculdade de Engenharia Arquitetura e Urbanismo 
Engenharia Química 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Determinação in vivo da eficácia de hidratantes na hidratação da pele 
por espectroscopia Raman confocal 
 
 
 
 
 
Chileine Migotti 
Daniele Matsuo 
 
Orientador interno: Profª: Ana Maria Barbosa 
 
 
 
 
São José dos Campos 
Novembro/2016 
 
 
RESUMO 
Para comprovação da eficácia de formulações hidratantes são necessários análises criteriosas, 
a partir de métodos adequados. Neste estudo buscamos avaliar in vivo a eficácia de formulações 
hidratantes contendo diferentes componentes ativos, antes e após a aplicação de 4 produtos 
hidratantes, utilizando a técnica espectroscopia Raman confocal. Foram utilizados neste estudo 
6 voluntárias jovens com tipo de pele Fototipo II (20 e 30 anos de idade) e um sistema confocal 
para examinar a região de alta frequência (HF) e baixa frequência (NMF). Os espectros Raman 
foram obtidos antes da utilização dos produtos (T0) e após 7 e 30 dias (T7, T30, 
respectivamente). Utilizou-se a região de alta frequência (2.500-4.000 cm-1) para quantificar o 
conteúdo hídrico para cada tempo de aplicação do produto. Os resultados foram obtidos 
utilizando o software skintools versão 2.0. Os resultados deste estudo indicaram claramente que 
nem todos os produtos hidratantes com a promessa de hidratação da pele, fornecem hidratação 
da maneira esperada. Os efeitos desses produtos hidratantes variaram com o tempo de aplicação 
de cada produto. 
Palavras chaves: Hidratação, Cosmecêutico, Espectroscopia Raman Confocal. 
ABSTRACT 
The verification of effectiveness of moisturizing formulations should be careful and analyzed 
with appropriate methods. In this study, we evaluated in vivo the efficacy of moisturizing 
formulations containing different active components, before and after the application of 4 
moisturizing products, using the confocal Raman spectroscopy technique. Six young volunteers 
with skin of Phototype II (20 and 30 years old) and a confocal system to examine the high 
frequency (HF) and low frequency (NMF) region were used in this study. Raman spectra were 
obtained before use of the products (T0) and after 7 and 30 days (T7 and T30, respectively). 
The high frequency region (2,500-4,000 cm-1) was used to quantify the water content for each 
application time of the product. Results were obtained using skintools software version 2.0. The 
results of this study clearly indicated that not all moisturizing products with the promise of skin 
hydration provide hydration as expected. The effects of these moisturizing products varied with 
the application time of each product. 
 
 
3 
 
1. INTRODUÇÃO 
 A necessidade das pessoas em se aproximarem ao máximo possível do padrão de beleza 
e da jovialidade tem levado ao crescimento da indústria de cosméticos e cosmecêuticos. A 
Indústria Brasileira de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos apresentou um crescimento 
médio deflacionado composto próximo a 10% nos últimos 19 anos, tendo passado de um 
faturamento "Ex-Factory", líquido de imposto sobre vendas, de R$ 4,9 bilhões em 1996 para 
R$ 43,2 bilhões em 2014. [1] 
A busca de novas matérias-primas para o desenvolvimento de formulações cosméticas 
está cada vez mais compatível e adequada aos diferentes tipos de pele. O avanço e a perspectiva 
de novos ativos com finalidades dermocosméticas, têm sido um desafio constante por parte dos 
farmacêuticos, químicos, dermatologistas e pela indústria de cosméticos. 
A pele é considerada o maior órgão do corpo humano, constituindo 16% do peso 
corporal e possui como principal função isolar as estruturas internas do ambiente externo. 
Possui também outras funções como: controle da temperatura, sensorial, estética, absorção da 
radiação ultravioleta (UV), síntese da vitamina D, absorção e eliminação de substâncias 
químicas. [2] 
A pele possui uma barreira que evita a perda de fluidos e eletrólitos para o ambiente. 
Esta barreira de proteção ao longo do tempo pode ser comprometida, através de fatores 
exógenos, somados a fatores intrínsecos. O comprometimento da função de barreira córnea 
eleva a perda de água através da pele – Transepidermal water loss (TWEL), consequentemente 
causando um ressecamento, o que pode causar um distúrbio de pele conhecido como dermatite 
atópica, eczema e xerose. [3,4] 
Por muitos anos, foi aconselhado aplicar hidratantes para manter a pele hidratada, mas 
agora a eficácia destes hidratantes está em questão e as dúvidas se estes produtos hidratantes 
são realmente benéficos ou prejudiciais para o processo de hidratação natural da pele estão 
sendo estudadas. 
A pele normal possui glândulas sebáceas produtoras de sebo que naturalmente 
lubrificam a pele, agindo como emolientes mantendo a pele adequadamente hidratada, 
impedindo assim a perda de água excessiva. 
O fator de hidratação natural (NMF- Natural Moisturizing Factor) do estrato córneo 
forma um complexo de ingredientes que têm natureza higroscópica como aminoácidos livres, 
ureia e lipídios, que são responsáveis por manter a pele úmida e maleável, atraindo e mantendo 
a água. [5, 6] 
 
4 
 
A pele seca é relacionada principalmente à perda de água do estrato córneo, que pode 
variar com os níveis de umidade ambiental. Esta condição da pele, ocorre devido aos danos na 
barreira da pele, causados principalmente, por desnaturação da proteína queratina, NMF, 
interrompendo a produção das bicamadas lipídicas. 
 Esta degradação estrutural da pele expõe as células aos fatores externos que contribuem 
para o aumento dos níveis de perda de água trans-epidérmica (TWL) que causam 
consequentemente a desidratação da pele. [5-7] 
Os hidratantes evitam esta perda de água principalmente por mecanismo de oclusão, 
com substâncias que são capazes de reter a umidade e manter as funções de sebo endógenas, 
Gammal et al. desenvolveu um modelo para avaliar a eficácia de hidratantes e eles relataram 
que estes hidratantes são eficazes para as síndromes de pele seca como a xerose. [8] 
Porém, certos estudos relataram, que o uso regular a longo prazo dos produtos 
hidratantes interfere com a organização funcional do estrato córneo, com a síntese de lipídios 
endógenos afetando assim o processo de hidratação natural da pele e ao longo do tempo 
tornando a pele menos capaz de “cuidar de si mesmo”. [7] 
Na maioria dos casos, estes agentes hidratantes externos oferecem alívio temporário e 
como estes hidratantes são de uso tópico, eles simplesmente complementam a umidade em vez 
de facilitar o processo de hidratação natural corrigindo as condições anormais da pele. Contudo, 
estes hidratantes externos podem acabar sendo prejudiciais para o processo de hidratação 
natural. 
Existem alguns estudos realizados quem demonstram o efeito de produtos hidratantes 
sobre a função de barreira da pele. Berardesca et al. testaram o efeito de hidratantes alcalinos 
fracos sobre a função barreira da pele, aplicado durante 4 semanas e encontrou um prejuízo 
significativo na função barreira da pele. [7] 
O trabalho realizado por Buraczewska et al. demonstra claramente os efeitos do uso a 
longo prazo de hidratantes sobre a função de barreira da pele e relataram que estes efeitos são 
atribuídos principalmente pela composição dos produtos hidratante. [9] 
Loden conduziu um estudo para avaliar o efeito dos produtos hidratantes na função de 
barreira da pele e constatou que certos tipos de emulsionantes utilizados nestas hidratantes 
afetam a função de barreira da pele. [10] 
 Um estudo realizado na Universidade de Copenhagen confirmou que a função barreira 
da pele é prejudicada pelo uso de hidratantes. Neste estudo, a TEWL foi significativamente 
maior no grupo tratado com hidratante do que no braço de controle, sugerindo que o tratamento 
 
5 
 
em longo prazo com hidratantes aumenta a sua susceptibilidade a estesprodutos. No entanto, 
não é completamente claro se o processo de hidratação natural é diminuído por causa do uso 
regular dos hidratantes ou pelo fato dos ingredientes contidos nestes produtos simplesmente 
danificam as células, causando irritação. [7] 
 Além disso, existem alguns estudos que relatam uma forte susceptibilidade da pele a 
determinadas substâncias irritantes na utilização destes produtos hidratantes. [11] O Trabalho 
realizado pelo Jemec et al. indica que a capacitância inerente do hidratante é uma fonte de 
resultados falsos positivos de hidratação da pele. [12] O excesso de hidratação é fornecido com 
vários problemas como o entupimento dos poros da pele. 
Ao longo das últimas três décadas, a função de barreira do estrato córneo e a hidratação 
têm sido amplamente avaliadas por meio da TEWL e métodos elétricos como capacitância e 
condutância. Entretanto estes métodos não fornecem informações da composição molecular da 
pele, nem de sua estrutura, o que impede uma real análise dos efeitos de um cosmecêutico. [7] 
 A espectroscopia Raman Confocal, tem sido um método de grande interesse na pesquisa 
científica e hoje é rotineiramente utilizada em estudos de pele in vivo, superando as 
desvantagens de outras técnicas. Este método possui a vantagem de fornecer informações 
detalhadas sobre a composição molecular e estrutural da pele, além de ser possível calcular o 
perfil de concentração de água e a concentração dos constituintes do NMF. [9] 
 
1.1. Historiologia da pele 
 Para entender a ação dos hidratantes é necessário estudar a estrutura, a fisiologia da 
pele e local de ação destes produtos. Um produto cosmético deve ter alta eficácia e baixa 
toxicidade sistêmica, permanecendo na pele e não alcançando a corrente sanguínea. A interação 
entre os componentes das formulações hidratantes deve ser muito bem analisada para obter uma 
formulação eficaz. [11] 
A pele humana pode ser dividida em três principais camadas, Epiderme, Derme e 
Hipoderme, como apresentado na Figura 1. As duas camadas consideradas mais importantes é 
a Epiderme e Derme. A Epiderme é a camada mais externa, composta por epitélio estratificado 
e dividida em várias subcamadas: Camada córnea, granulosa, espinhosa e basal. A Derme situa-
se logo abaixo, constituída de tecido fibroelástico e outras estruturas como nervos, vasos 
sanguíneos, vasos linfáticos, músculos e glândulas. A hipoderme é a camada mais inferior e 
contem grande quantidade de gordura. [13] 
 
 
6 
 
Figura 1: Figura ilustrativa das camadas da pele 
 
Fonte: Maira [2]. 
1.1.1. Epiderme 
 A Epiderme é a camada mais externa da pele com espessura variável entre 1,3mm 
(palmas) até 0,56 mm (face). É composta por um tecido epitelial, sem rede vascular e sua 
principal função é agir como barreira de proteção contra o ambiente externo, por exemplo, 
penetração de agentes químicos (drogas e tóxicos), entrada de microrganismo e proteção contra 
a radiação ultravioleta e perda excessiva de água. Essa barreira possui quatro camadas que 
possuem funções e composições químicas diferentes: Camada basal, camada espinhosa, 
camada granulosa e camada córnea (Figura 2). [12] 
Figura 2: Camadas da Epiderme. 
 
Fonte: Ribeiro [2]. 
 
7 
 
 Na camada mais interna, os queratinócitos se multiplicam e parte se desprende da 
camada basal, migrando para superfície. Durante essa migração, a célula perde água, achatando-
se gradativamente, além de sintetizar novas proteínas e lipídeos, que integrarão o estrato córneo. 
A partir da camada basal as células levam aproximadamente 30 dias ou mais para atingir o 
estrato córneo, acumulando em cada camada que passa uma quantidade crescente de queratina. 
Nesse estágio de diferenciação final as células são denominadas corneócitos. [3, 11, 14] 
No estrato espinhoso as células queratinócitas já enceraram a sua multiplicação celular 
e começam a acumular uma quantidade e proteínas específicas que fazem parte do processo 
final de diferenciação. Os pequenos filamentos de queratina atravessam o citoplasma das 
células unindo-as as suas vizinhas. Os poros existentes entre as células espinhosas permitem a 
passagem de nutrientes e conferem a esta camada um aspecto esponjoso. [3,11] 
O estrato granuloso contém células poligonais com núcleo central, cujo o citoplasma 
está repleto de grânulos de queratina. Após a maturação celular, há perda do núcleo e 
achatamento dos queratinócitos, formando-se placas de queratina. Nesta camada, realiza-se 
também a síntese das proteínas responsáveis pela estruturação do estrato córneo: a profilagrina, 
posteriormente convertida a filagrina no estrato córneo. [12] 
O estrato Lúcido é a camada intermediária entre o estrato córneo e o estrato granuloso, 
presente apenas em regiões de pele mais espessa, como por exemplo, a sola dos pés. Origina-
se pela fricção e exerce função de proteção mecânica. [3] 
O estrato córneo é a camada mais superficial da epiderme, é formado por uma estrutura 
heterogênea de células achatadas, anucleadas e queratinizadas, envoltas de uma matriz lipídica. 
Essas células resultam do produto final da diferenciação celular são denominadas corneócitos. 
A camada córnea funciona como uma barreira contra a desidratação, invasão de 
microrganismos e agressões do meio ambiente e seu maior constituinte é a queratina (α e β-
queratina). [15] 
Além da queratina que preenche os corneócitos e dos lipídeos que os cercam 
encontramos também, entre a composição bioquímica desta camada, as moléculas de 
aminoácidos, que formarão o NMF. A estrutura do estrato córneo com seus respectivos 
componentes, são apresentados na Figura 3. 
 
 
 
 
 
8 
 
Figura 3: Estrutura do estrato córneo e seus componentes. 
 
Fonte: Junqueira [13] 
 O NMF é fundamental no controle de hidratação da pele em razão da sua capacidade de 
atração e retenção de água, ou seja, pela higroscopicidade. Essas substâncias previnem a 
evaporação hídrica por meio da ligação molecular com a água. Dentre os aminoácidos que 
constituem o NMF encontram-se o ácido urôcanico, lactato, uréia, serina, glicina, arginina, 
ornitina, citrulina, alanina, histidina, fenilalanina (Figura 4). [16] 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 
 
Figura 4: Estruturas moleculares dos principais constituintes da pele. 
 
 
Fonte: Maira [2]. 
 O estrato córneo é uma barreira de proteção da pele, constituindo notável importância 
para a manutenção da hidratação cutânea. Os corneócitos retêm água tanto da derme quanto do 
ambiente, visando conservar o estado saudável e a maciez da pele. [17] 
1.1.2 Derme 
 A derme é um tecido conjuntivo constituído por proteínas como o colágeno, elastina e 
reticulina, é composta também pelos chamados anexos cutâneos (folículos pilossebáceos, 
glândulas sudoríparas e sebáceas), terminações nervosas, vasos sanguíneos e linfáticos que lhe 
conferem uma superfície irregular. [18] 
 Esta camada é dividida em duas regiões conhecidas como, derme papilar e derme 
reticular. A derme papilar é a porção mais fina composta por fibras elásticas e a derme reticular, 
 
10 
 
um tecido denso de colágeno e fibras elásticas. As fibras de colágeno se encontram em menor 
quantidade formando uma rede emaranhada, conferindo rigidez a derme e em menor quantidade 
encontram-se as fibras de elastina, com mais flexibilidade que no colágeno, são responsáveis 
pelas propriedades retráteis da pele. 
1.1.2. Hipoderme 
 A hipoderme é constituída de um tecido conectivo gorduroso, denominado tecido 
adiposo, ricamente servido por nervos e vasos sanguíneos. O tecido adiposo está envolvido na 
regularização de temperatura e termoisolamento, provisão de energia, proteção, funcionando 
também como um papel nutricional. [3] 
1.2.Hidratação da pele 
 Nos últimos anos a determinação da hidratação cutânea tem sido encontrada como 
parâmetro de grande interesse, uma vez que o conteúdo hídrico do estrato córneo forneceinformações das propriedades físicas da pele, bem como da sua função de barreira. [17] 
 A hidratação é influenciada por diversos fatores, como pela porcentagem de água que 
atinge o estrato córneo a partir da derme, pela porcentagem de água que evapora e pela 
capacidade de retenção hídrica do estrato córneo. [19] 
 Qualquer alteração nas propriedades de barreira da pele causa distúrbio na capacidade 
de retenção de água no estrato córneo, levando ao aparecimento de fissuras, descamação e 
fragilidade da pele até mesmo em condições de umidade temperatura. [20, 21] 
A capacidade de fixação de água pelo estrato córneo é um parâmetro muito importante 
e que também regula a hidratação cutânea. Os corneócitos são muito ricos em queratina, que 
por sua vez está unido a outras substâncias, principalmente ao NMF, que permite assim a 
fixação de água nos corneócitos. O NMF evita a evaporação hídrica por meio da ligação 
molecular com a água. [18, 22] 
1.3.Desidratação da pele 
 A pele desidratada apresenta características como descamação, prurido, opacificação, 
vermelhidão, rachaduras e repuxamento. A xerose cutânea (Figura 5) refere-se a estes sintomas 
de secura e pode ser causada por diversos fatores, exógenos e endógenos, como: deficiências 
de lipídeos na barreira cutânea, deficiência em fatores hidratantes naturais (NMF), deficiência 
na própria rede de hidratação da pele, fatores ambientais, como umidade e temperatura baixas 
e por fatores comportamentais por meio da exposição a produtos químicos, como tensoativos, 
ácidos e bases, entre outros. [18, 11] 
 
11 
 
 
Figura 5: Xerose cutânea 
 
Fonte: Eucerin- Medical Skin Science That Shows [24 ]. 
 
 A queratinização transforma as células das camadas profundas da epiderme em células 
da camada córnea, ricas em queratina. Essas queratinas possuem características de 
impermeabilidade a água, evitando a desidratação das células. Quando o processo de 
queratinização é prejudicado, pode haver um desequilíbrio entre a evaporação e reposição de 
água pelas camadas inferiores, consequentemente contribuindo para a desidratação da pele. [18, 
23] 
 As células da camada córnea se ligam entre si através dos lipídeos epidérmicos (Figura 
6). Estes lipídios são essenciais para a saúde da pele, pois criam uma barreira protetora e fixam 
a umidade. [23] Quando ocorre a deficiência destes lipídeos a pele pode se tornar seca, áspera 
e esticada. A epiderme é coberta por uma emulsão de água e lipídios (gorduras) conhecida como 
camada hidrolipídica. Esta camada é mantida pelas secreções das glândulas sebáceas e 
sudoríparas, onde ajuda a manter a pele flexível agindo como uma barreira contra bactérias e 
fungos. A parte líquida desta camada é conhecida como o manto ácido protetor e contém: Ácido 
láctico e vários aminoácidos de suor, Ácidos gordurosos livres de sebo, Aminoácidos, ácido 
pirrolidin-carboxílico e o NMF, que são principalmente produtos secundários do processo de 
queratinização. 
 
 
 
 
http://www.tudoclaro.com/tudo-o-que-voce-queria-saber-sobre-a-pele-ressecada/
 
12 
 
Figura 6: No interior da camada córnea, as células estão ligadas pelos lipídios, que são essenciais para 
manter a saúde da pele 
 
 
Fonte: Eucerin- Medical Skin Science That Shows [24 ]. 
O manto ácido protetor ajuda a manter a pele saudável, pois seu pH ligeiramente ácido 
(Figura 7), entre 5.4 e 5.9, tornam o ambiente ideal para: que os microorganismos vivos com 
afinidade com a pele (conhecidos como flora cutânea) e microorganismos nocivos, sejam 
destruídos, para que ocorra a formação dos lipídeos epidérmicos e para que o estrato córneo 
seja capaz de reparar a si mesmo quando danificado. [24] 
Figura 7: O manto protetor da pele é levemente ácido. 
 
Fonte: Eucerin- Medical Skin Science That Shows [24 ]. 
 
 O pH pode ser prejudicado através de produtos cosméticos alcalinos, que sobrecarregam 
a capacidade de neutralização natural da pele, causando danos na sua estrutura e prejudicando 
http://www.tudoclaro.com/tudo-o-que-voce-queria-saber-sobre-a-pele-ressecada/
http://www.tudoclaro.com/tudo-o-que-voce-queria-saber-sobre-a-pele-ressecada/
 
13 
 
a barreira protetora. Certos medicamentos (por exemplo, quimioterapia, diuréticos e 
antibióticos) e procedimentos médicos (por exemplo, radioterapia e diálise) também podem 
afetar a defesa natural da pele, alterando o pH e prejudicando também a função de barreira de 
proteção da pele. [24] 
 A pele também pode se tornar mais desidratada a partir de seu envelhecimento cutâneo, 
onde é mais profunda a partir dos cinquentas anos devido à genética, redução quantitativa das 
proteínas responsáveis pela manutenção da hidratação e morte celular. Esse envelhecimento 
cutâneo prejudica a função barreira da pele, tornando-a cada vez mais enfraquecida, 
contribuindo para perda de hidratação aumenta. Ou seja, o envelhecimento traz danos ao manto 
hidrolipídico, que, por sua vez perde gradativamente a sua função protetora. [24] 
 Para manter as funções da pele discutidas anteriormente, a hidratação cutânea se torna 
indispensável, visto que a pele desidratada causa danos a integridade da barreira hidrolipídica, 
responsável pela homeostase cutânea. [25] 
1.4. Produtos hidratantes 
O uso de produtos hidratantes, é ainda a primeira escolha para o tratamento de xerose 
cutânea. O objetivo principal destes produtos é aliviar a desidratação da pele através de 
formulações eficientes. 
1.4.1. Emolientes 
 Os emolientes são substâncias líquidas que amaciam e suavizam a pele. Estas 
substâncias emolientes estão presentes naturalmente no estrato córneo, como cerâmidas, ácidos 
graxos livres e colesterol. São compostos pelos óleos e lipídeos e possuem como objetivo: 
Auxiliar na impermeabilização da barreira hidrolipídica, resultando em maior quantidade de 
água retida no estrado córneo, melhorar a espalhabilidade do produto e o sensorial cutâneo. [26] 
 Os óleos vegetais vêm sendo constantemente empregados em formulações hidratantes 
em virtude de em sua composição conter ácidos graxos semelhantes aos encontrados na 
epiderme. [27] 
1.4.2. Extrato vegetal 
 O uso de produtos cosméticos utilizando a química das plantas tem sido utilizado para 
produção de óleos emolientes, xampus, cremes e medicamentos. Os benefícios de matérias 
primas provenientes de extratos vegetais, vem sendo cada vez mais estudados e as novas 
descobertas podem aumentar os benefícios de cada óleo, já que cada extrato vegetal pode conter 
centenas de componentes e substâncias orgânicas com finalidades diferentes [24]. 
 
14 
 
 Matérias primas de extrato vegetal são destinados ao tratamento de pele pois podem 
hidratar, suavizar e reestruturar a mesma. [24] 
1.5. Mecanismos de hidratação 
 Os hidratantes são classificados de acordo com o seu mecanismo de ação de seus 
componentes. Eles podem ser classificados como: Hidratação ativa, oclusivos e umectantes. 
[28,29] 
1.5.1. Hidratação Ativa 
 A hidratação ativa, tem a capacidade hidroscópica por meio da reposição de ingredientes 
intracelulares como o constituinte do NMF. Tais componentes são frequentemente prescritos 
para tratamento de xerose, por serem semelhantes estruturalmente as substâncias naturais do 
estrato córneo, resultado em maior compatibilidade com as células epiteliais. [18] 
 
1.5.2. Oclusivos 
 O mecanismo de oclusão é alcançado por meio do uso de substâncias oleosas, que 
produzem uma fina camada de óleo sobre a pele, o que enriquece a ação do manto hidrolipídico 
e retarda a evaporação da água. Estas substâncias emolientes produzem mais efeito quando 
aplicadas sobre a pele após o banho, tendo em vista que prendem a água no estrato córneo. São 
exemplo destas substancias: a Lanolina, o Miristato de isopropila e o óleo mineral. [24,28] 
1.5.3. Umectantes 
 Os umectantes possuem a capacidade de atrair a água, seja pela atração de água 
proveniente da derme,“mecanismo de dentro para fora”, seja pela atração de água do meio 
ambiente (quando a umidade atmosférica estiver maior que 80%) “mecanismo de fora para 
dentro”. [28, 17] 
 Podemos citar como substancias umectantes: o Sorbitol Glicerol, propilenoglicol, 
glicosaminoglicano, elastina e colágeno. Porém o uso destes é debatido, pois em ambientes 
externos, tais componentes podem absorver a água da pele, aumentando o ressecamento desta. 
Porém seu uso é mais indicado em ambientes úmidos. [24] 
1.6.Avaliação da hidratação cutânea 
Através da hidratação cutânea é possível medir o conteúdo hídrico do estrato córneo. 
Técnicas utilizando métodos ópticos e biofísicos não invasivos são os mais desejados pois 
 
15 
 
causam desconforto mínimo para os voluntários. Algumas das técnicas que se destacam são as 
análises pela capacitância, perda de Água Transepidermica - TWL ou TEWL e espectroscopia 
Raman Confocal. 
1.6.1. Determinação da Hidratação Cutânea pela Capacitância 
 A capacitância é definida como uma grandeza elétrica. Esta técnica é determinada, 
através da quantidade de energia elétrica acumulada e pela quantidade de energia que atravessa 
a pele em uma determinada frequência. [30] 
Um dos aparelhos utilizados para a realização dessas analise é a sonda Corneometer, 
como apresentado na Figura 8, onde a medida de hidratação é baseada no efeito capacitivo. 
Quando seco o estrato córneo é um meio dielétrico e suas propriedades se alteram com a 
mudança no conteúdo de umidade. A sonda é constituída por duas tiras metálicas banhadas a 
ouro estando uma ao lado da outra e separadas da pele por uma lamina de vidro. Em uma das 
tiras é acumulada uma quantidade de elétrons que nada mais é que excesso de carga negativa 
enquanto na outra acumula carga positiva, assim a alternância de atração entre as duas tiras 
desenvolve um campo elétrico. O resultado é reproduzido no monitor e a medida leva apenas 
um segundo. [30,31] 
 
Figura 8: Equipamento para medir a Capacitância elétrica da Pele Corneometer. 
 
Fonte: Vania [30]. 
 
A princípio a medida é baseada na diferença entre a constante dielétrica da água e a de 
outras substâncias. O capacitor formado entre a base da sonda e a pele apresenta alterações no 
valor da capacitância conforme o conteúdo de água na pele. Umas das vantagens desse 
equipamento é que não há influência de substâncias químicas ou de sais de produtos aplicados 
 
16 
 
sobre a pele como ocorre na medida da impedância. A Figura 9, mostra a aplicação do 
equipamento corneometer sobre a pele. 
 
Figura 9: Aplicação utilizando o aparelho Corneometer sobre a pele do ante-braço 
 
Fonte: Vania [30]. 
 
1.6.2. Determinação da Hidratação Cutânea pela Perda de Água Transepidérmica - 
TWL ou TEWL 
Através de equipamentos é possível verificar a perda de água que nosso corpo sofre 
através da camada da epiderme para atmosfera, e essas medições são ótimas formas para a 
identificação de danos causados tanto por condições patológicas como por certos produtos 
químicos. 
Através das medidas de TEWL é possível avaliar a função de barreira da pele. Em 
condições normais essa perda é de 3-6 g/hora/m2, porém essas taxas podem ser comprometidas, 
devido a lesões, infecções e/ou danos graves, resultando em uma perda excessiva de perda de 
água. [32] 
 Vários equipamentos foram desenvolvidos para a realização dessas medias, no ano de 
1995 Barel e Clarys, estudaram dois equipamentos Evaporimeter® e Tewamater®, baseado no 
método de evaporação de câmara aberta, porém esses métodos possuem algumas limitações 
para a realização de medidas. O vapometer é um método de análise realizado em câmara 
fechada onde não há interferência do ar ambiente. [30] 
 
 
 
 
17 
 
1.6.2.1 Evaporimeter® 
Esse aparelho é formado de uma sonda de medição móvel conectada a uma unidade 
processadora de sinal, apresenta uma câmara cilíndrica de medição aberta em ambas as 
extremidades, incorporada com um par de sensores na determinação da humidade relativa e 
temperatura em dois pontos distintos acima da superfície da pele. [33,34,35] 
1.6.2.2. Tewamater® 
O Tewamater (Figura 10) segue o mesmo princípio de medição por gradiente de 
evaporação. O aparelho é formado por uma sonda de medição móvel que está ligada a um 
processador também móvel, podendo ser ligada a um computador para a gestão de dados. Este 
aparelho apresenta uma câmera de medição cilíndrica aberta e ligada a sonda com dois sensores 
posicionados em dois pontos diferentes da superfície cutânea, utilizando uma pinça que fornece 
suporte para sonda numa posição fixa no momento da medição. [33,34,35] 
 
Figura 10: Tewameter TM300 
 
Fonte: Enviroderm [57]. 
 
1.6.2.3 Vapometer®. 
O Vapometer (Figura 11) é um sistema pequeno, no qual mede a taxa de evaporação de 
água e o seu resultado é exibido em g/m2 h, sendo um aparelho portátil e operado por bateria 
oferece grande liberdade de movimentação. 
O equipamento consiste de uma câmera fechada que possui um diâmetro de 11 
milímetros e não a interferência por correntes de ar ambiente, no seu núcleo a um sensor de 
humidade, uma sonda é aplicada sobre a pele para coletar a quantidade de vapor de água perdido 
 
18 
 
pela superfície da pele, essa humidade relativa é obtida por um sensor eletrônico. Esse método 
porem não permite a realização de várias medidas, pois quando o ar dentro da câmara fica 
saturado a evaporação cutânea é encerrada. [30] 
 
Figura 11: Aparelho de medição Vapometer 
 
Fonte: Flowscience [58]. 
1.6.3. Determinação da hidratação Cutânea por Espectroscopia Raman Confocal 
Vários artigos científicos têm destacado a eficiência da espectroscopia vibracional 
Raman como uma ferramenta importante para medir, analisar e coletar dados importantes da 
pele. Através dessa técnica é possível detectar em tempo real, sem nenhuma degradação da 
amostra e com alto poder de resolução as alterações bioquímicas presentes na pele humana 
como composição química e/ou molecular de centenas de microns abaixo da superfície da pele 
humana. Tem sido utilizada também em diversas pesquisas sobre o tecido cutâneo, 
principalmente in vivo. [36,37,38,39,40,41] 
Além da utilização dessa técnica na obtenção de dados sobre o tecido cutâneo, ela tem 
sido utilizada na área da saúde, auxiliando no diagnóstico de doenças e também na eficiência 
de permeação de cosméticos, medicamentos e vitaminas. [36,42] 
O efeito Raman foi descoberto experimentalmente por Chandrasekhara Venkata Raman 
(1928), onde ele utilizou uma lâmpada de mercúrio para iluminação e um espectrófago para 
análise dos experimentos com meios sólidos, líquidos e gasosos. Em meados de 1940 os 
químicos já usavam a espectroscopia para a obtenção de informações relativas à simetria 
molecular e às ligações químicas. Mas foi em 1960 após o aparecimento do laser que associado 
a essa técnica é que se deu início a caracterização, identificação e analise de materiais. Porém 
em estudos biológicos só foi iniciado após a adoção de novas técnicas de laser com radiação 
 
19 
 
monocromática, espectrógrafos com boa dispersão e de detectores, os quais possibilitam uma 
alta sensibilidade. [36,42] 
 Essa técnica utiliza uma fonte de laser, que ao incidir sobre a pele, é espalhada, gerando 
luz de mesma energia ou energia diferente do incidente. O primeiro espalhamento é 
denominado de elástico, entretanto o mais importante é o efeito inelástico também conhecido 
como efeito Raman, onde possibilita obter informações importantes da composição química da 
pele tais como lipídios, proteínas, e os níveis de hidratação. [43] 
Autores ressaltam que através dessa técnica é possível analisar e monitorar a quantidade 
de um ingrediente ativo de vitaminas, drogas, óleos e hidratantes que são absorvidas pelo corpo 
humano através da pele, determinando sua eficácia e segurança. [44] 
Algumas técnicas invasivas, tais como a remoção da fita(onde as camadas de células 
no estrato córneo são removidas) e a biopsia nos fornecem informações fundamentais sobre a 
pele e os efeitos de produtos para a pele, [45,46] mas esses métodos invasivos podem causar 
alterações na composição molecular do tecido. Para superar estas falhas, técnicas ópticas como 
a espectroscopia Raman têm sido utilizadas para analisar os efeitos de produtos utilizados para 
aumentar a hidratação na pele. [47,48] 
A espectroscopia Raman confocal, tem mostrado ser uma grande ferramenta para 
realização de testes e estudos com a pele. Além de ser uma técnica não invasiva de análise em 
tempo real, é capaz de medir o conteúdo de água no estrato córneo, analisar a eficácia de 
produtos cosméticos e também contribui para o diagnóstico precoce de doenças como câncer 
de pele. [49]. A Figura 12, mostra o sistema de espectroscopia Raman confocal, instalado no 
laboratório da Universidade do Vale do Paraiba. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
20 
 
Figura 12: Sistema de espectroscopia Raman confocal, instalado no Laboratório Espectroscopia 
Raman Confocal - Universidade do Vale do Paraíba 
 
FONTE: Michely [51] 
1.6.4. Tipos de Espalhamento 
 Quando partículas de luz (fótons) se chocam contra moléculas ocorre um fenômeno que 
é chamado de espalhamento, que nada mais é que a mudança na direção da luz incidente. Ao 
absolver energia uma molécula é capaz de alterar seu estado, passando do estado fundamental 
para um nível energético mais elevado e pode retornar para o seu estado fundamental ao dissipar 
essa energia. A energia necessária para que ocorra a excitação da molécula depende das massas 
dos átomos, do tipo de ligação química e da estrutura molecular. Esse espalhamento pode 
acontecer de duas maneiras, como apresentado na Figura 13. [50] 
Se a molécula se comportar como uma esfera rígida durante o choque, fazendo com que 
não ocorra troca de energia, o fóton espalhado conservará quase toda a energia inicial não 
alterando o estado fundamental da molécula, esse tipo de espalhamento recebe o nome de 
“espalhamento elástico ou espalhamento Rayleigh”. [50] 
Quando a molécula não se comporta como uma esfera rígida, à troca de energia, fazendo 
com que ocorra a excitação das moléculas, ocasionando uma transição para níveis vibracionais 
mais altos, esse espalhamento recebe o nome de “espalhamento inelástico ou espalhamento 
Raman”. [51] 
Quando o espalhamento Raman resultar em um fóton de menor energia, sendo que parte 
dessa energia foi utilizada para movimentar a molécula. O fóton incidente encontra a molécula 
em um estado vibracional fundamental e o fóton espalhado a deixa em um estado vibracional 
excitado, a diferença de energia entre o fóton incidente e o espalhado corresponde à energia 
 
21 
 
necessária para excitar a molécula a esse nível vibracional, portanto a região onde ocorre esse 
tipo de espalhamento de luz recebe o nome de Stokes. [50] 
Devido à distribuição de Boltzman, existe um número finito de moléculas que, nas 
condições ambientes, já estão em um estado vibracional excitado, neste caso o fóton espalhado 
apresenta maior energia que o fóton incidente e quando a molécula retorna ao estado 
fundamental, um fóton com maior energia do que o fóton incidente é criado, na espectroscopia 
Raman esse espectro encontra-se na região anti-Stokes. [50] 
 
Figura 13: Representação dos espalhamentos Rayleigh e Raman (Stokes e Anti- Stokes) 
 
Fonte: Dalva. [50] 
 
O Objetivo desse trabalho, foi medir a hidratação cutânea através da técnica de 
Espectroscopia Raman Confocal, sendo capaz de coletar informações das vibrações das 
ligações químicas dos diversos grupos moleculares, o espectro Raman é como uma “impressão 
digital” da molécula fornecendo informações bioquímicas especifica não encontrada em outras 
técnicas.[52,53] 
. 
2. METODOLOGIA 
 Este trabalho foi desenvolvido no laboratório de espectroscopia vibracional biomédica 
da universidade do vale do Paraíba, seguindo as diretrizes e normas para a pesquisa envolvendo 
seres humanos, conforme a resolução 196/969 do conselho Nacional de saúde. O estudo foi 
aprovado no comitê de ética em pesquisa (CEP) do instituto de pesquisa e desenvolvimento da 
univap, sob o protocolo número H48 / CEP / 2008. Todos os voluntários assinaram um termo 
de consentimento antes do início do estudo e receberam informações sobre os procedimentos 
do estudo. 
2.1. Seleção de voluntários 
 O estudo envolveu 6 voluntárias saudáveis do sexo feminino com idades entre 19 a 37 
anos, com pele fototipo I e II, classificadas de acordo com a cor da pele e reação a exposição 
ao sol, como mostrado da tabela 1. Os seguintes critérios de exclusão foram utilizados para o 
 
22 
 
estudo: mulheres com fototipo III, IV, V e VI, onde a melanina presente nestes tipos de pele 
causa interferência nos modos espectrais Raman, jovens não saudáveis, presença de doença de 
pele, irritação ou sensibilidade estética para produtos com ingredientes ativos, uso de creme 
hidratante nas últimas 48 horas que precederam a análise e presença ou histórico de doenças 
dermatológicas. 
 
Tabela 1: Classificação dos fototipos de pele 
Tipo de pele Descrição dos tipos de pele a exposição do sol 
I 
II 
III 
IV 
V 
VI 
Sempre queima, nunca bronzeia 
Sempre queima, bronzeia muito pouco 
Queima moderadamente, bronzeia moderadamente 
Queima pouco, sempre bronzeia 
Queima raramente, sempre bronzeia 
Nunca queima 
Retirado de “T.B. Fitzpatrick. The validity and practicality of sun-reactive skin types i though vi, 
archives of dermatology, 124 (1988) 869-871. 
 
2.2.Metodologia experimental in vivo 
Como mencionado a espectroscopia Raman confocal, foi utilizada para avaliar as 
possíveis alterações bioquímicas dos componentes da pele do antebraço das voluntárias, 
utilizando hidratantes comerciais ao longo do estudo. O tempo total de estudo foi de 30 dias e 
realizado utilizando quatro produtos hidratantes comerciais 1-4 (composição de produtos 
apresentados na tabela 2). Cada produto foi utilizado por seis voluntárias (n=6 por produto). 
A medição inicial (T0) foi feita na ausência de produto e os voluntários foram instruídos 
a aplicar o produto durante 30 dias consecutivos, duas vezes ao dia (manha e noite) na região 
do antebraço. Neste período de 30 dias, foram realizadas medições nos intervalos de tempo, 
7(T7) e 30 (T30) dias. 
 
 
 
 
 
 
 
23 
 
 
Tabela 2: Composição dos produtos Hidratantes. 
Produtos Ativos 
Produto 1 
Canola oil, butyrospermum parkii butter, cetearyl alcohol, 
caprylic/capric triglyceride, steareth-21, cetyl palmitate, ricinus 
communis seed oil, irvingia gabonensis kernel butter, isohexadecane, 
helianthus annus seed extract, tocopheryl acetate, caprylic/capric 
triglyceride, glycerol. 
Produto 2 
Petrolatum, dimethicone, distearyldimonium chloride, colloidal 
oatmeal,cetyl alcohol, tocopheryl acetate, glycerol 
Produto 3 
Dicaprylyl ether, passiflora edulis seed oil, cyclopentasiloxane, 
caprylic/capric triglyceride, cetyl lactate, sorbitol, glycerol. 
Produto 4 
Liquid paraffin, butyrospermum parkii butter, dimethicone, 
dimethiconol, isohexadecane, niacinamide, caprylic/capric triglyceride, 
brassica campestris oleifera oil, rapeseed oil, propylene glycol, glycerol. 
 
 Antes de iniciar as medições espectroscópicas da pele, os voluntários utilizaram água 
para lavar a área a ser medida e esperou-se cerca de 30 minutos em um ambiente climatizado a 
23 ± 1 °C e umidade relativa de 40-50%. As análises foram realizadas no antebraço direito e 
esquerdo, cada um contendo um determinado produto. As análises Raman foram medidas na 
vertical a partir da superfície da pele até 50um de profundidade. Os dados Raman foram 
tomados em dois pontos diferentes, P1 e P2, separados por uma distancia horizontal de 30 um. 
Cada medida foi dividida em duas regiões espectrais, classificadas como alta (HF) e baixafrequência (NMF). 
2.3.Medidas Raman 
 As análises não invasivas foram realizadas por espectroscopia Raman Confocal 
utilizando um sistema de diagnóstico Rivers (modelo 3510). Este sistema possuí dois lasers de 
excitação de 785 nm e 671 nm de comprimentos de onda com energias de 23 mw e 25 mw, 
respectivamente. A fonte de luz é emitida por estes lasers e focada diretamente na amostra por 
uma objetiva de microscópio. O sinal Raman é retroespalhado e reorientado para o 
espectrômetro onde é disperso em um detector CCD (dispositivo acoplado) que produzira o 
espectro. 
 
24 
 
A resolução espectral do sistema é de 4 cm-1. Um vídeo imagem (software da câmara 
uEye) foi utilizado para localizar a posição precisa do ponto laser na pele da voluntária a ser 
estudada. A aquisição espectral foi realizada utilizando software RiverIcon. 
2.4. Tamplate Raman Confocal 
 Para a região de baixa frequência (400-1800 cm-1, λ =785 nm) os dados foram obtidos 
a uma profundidade de 0-50 µm, com intervalo de passo de 2 µm, tempo de exposição de 10 
segundos com uma medida e uma acumulação para cada profundidade. 
Para a região de alta frequência (2500-4000 671 nm cm-1, λ =) os dados foram obtidos 
em profundidades de 0-50 µm, com tempo de exposição de 2 segundos, com uma medida e 
duas acumulações para cada profundidade. 
O estudo foi conduzido até 50 µm de profundidade, embora a espessura do estrato 
córneo pode variar em até 20 µm de profundidade na região do antebraço. A determinação da 
espessura do estrato córneo foi definida através do perfil de conteúdo de água, no ponto de 
intersecção entre duas linhas do estrato córneo e epiderme, como apresentado na Figura 14 a 
seguir [54, 55, 56]. 
Figura 14: Determinação da espessura do estrato córneo a partir do conteúdo de água.
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45
20
30
40
50
60
70
80
 
 
Epiderme
Á
g
u
a
 (
m
a
s
s
a
-%
)
Profundidade(m)
A intersecção entre as linhas retas
dá uma estimativa da espessura do 
estrato córneo
Estrato córneo
 
2.5. Processamento de dados 
2.5.1. Cálculo do conteúdo de água e NMF. 
A concentração dos componentes do estrato córneo em diferentes profundidades foi 
calculada semiquantativamente em relação à concentração de queratina da pele usando o 
 
25 
 
software skintools. Este método é utilizado principalmente para estimar, exibir e exportar os 
perfis de concentração de água. Este método foi também descrito por Caspers et al (2001) [38] 
O conteúdo de hidratação de água na pele em função da profundidade foi determinado 
utilizando a razão entre a área integrada dos picos de queratina (entre 2910 e 2960 cm-1) e picos 
da molécula de água (entre 3350 e 3550 cm-1) resultantes das vibrações de alongamento entre 
CH3 e de estiramento OH. A Integral foi realizada assumindo uma linha de base linear entre 
2600 e 3800 cm-1. O conteúdo de água (% em massa) é expresso em gramas de água por 100g 
de tecido e pele foi calculada a partir razão entre proteína- banda da água. [38] 
𝐶𝑜𝑛𝑡𝑒ú𝑑𝑜 𝑑𝑒 á𝑔𝑢𝑎 = 100. 
𝑤
𝑝
𝑤
𝑝 + 𝑅
 
Onde W e P são as intensidades de picos integrados de água e queratina, respectivamente, e o 
símbolo R, representa uma constante empírica. 
 Para região do espectro Raman, conhecida como região de baixa frequência, foi 
realizado o cálculo do NMF. Esta região compreende os aminoácidos, tais como PCA (ácido 
pirrolidona carboxílico, ácido urocânico) e AUC (lactato, ureia, serina, glicina, arginina, 
citrulina, ornitina, alanina, histidina, fenilalanina). PCA e AUC são considerados os principais 
componentes do NMF. Por isso foram escolhidos para análise de NMF da pele. A determinação 
semi- quantitativa da concentração molecular de cada um dos aminoácidos para diferentes 
profundidades foi realizada utilizando o ajuste de mínimos quadrados dos espectros e 
comparada com os espectros puros de cada constituinte 
 
2.5.2. Determinação da eficácia dos produtos hidratantes 
 Este trabalho envolveu 6 voluntárias, onde foram realizadas 2 medidas em cada ponto, 
resultando em um total de12 perfis de conteúdo de HF e 12 perfis de conteúdo de NMF. Com 
base na determinação da espessura do estrato córneo, como já discutido anteriormente, 
calculou-se as áreas sob a curva (ASC) para determinação do conteúdo de HF e NMF. 
 A partir destas 12 ASC que indicam o conteúdo de HF e NMF, calculou-se a média 
junto com seu erro padrão. As médias das ASC, com o seu respectivo erro padrão, foram 
plotadas para cada produto em cada tempo de análise (T0, T7, T30) visando avaliar a eficácia 
dos produtos hidratantes na pele. 
 
26 
 
 Para comparar a variação do conteúdo de HF e NMF após a aplicação dos produtos 
hidratantes, o conteúdo de HF e NMF em cada tempo de análise T0, T7, T30 foram divididos 
pelos respectivos valores de T0. 
 
3.0. RESULTADOS E DISCUSSÕES 
3.1.1. Dados brutos 
 A Figura 15 representa os picos de queratina e água na região de alta frequência, onde 
o perfil de conteúdo de água foi calculado usando a equação. [38] discutida na metodologia. 
A Figura 16 representa o espectro dos 4 produtos hidratantes puros. 
 
Figura 15: Espectro indicando os picos de água e de queratina. 
3800 3600 3400 3200 3000 2800 2600
0.00
0.02
0.04 48 m
34 m
26 m
22 m
18 m
10 m
In
te
n
s
id
a
d
e
 (
a
. 
u
.)
Número de onda (cm
-1
)
0 m
K
E
R
A
T
IN
A
ÁGUA
 
 
 
 
 
 
 
 
27 
 
Figura 16: Espectro Raman confocal dos produtos hidratantes puros. 
1800 1600 1400 1200 1000 800 600 400
Produto 4
Produto 3
Produto 2
In
te
n
s
id
a
d
e
 (
a
. 
u
.)
Número de onda (cm
-1
)
Produto 1
 
3.1.2. Perfis de concentração de água 
 Os perfis de concentração de água a partir destes 12 espectros para cada tempo de 
análise e produto, foram coletados através da profundidade da pele. Os resultados mostrados na 
Figura 17 representam os perfis de concentração de água obtidos antes e depois da aplicação de 
todos os quatro produtos hidratante. Os perfis de concentração de água obtidos antes da 
aplicação, foram indicados como T0, enquanto os perfis de concentração de água obtidos após 
a aplicação regular destes hidratantes em 7 dias e 30 dias foram indicados como T7 e T30, 
respectivamente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
28 
 
Figura 17: Perfis de concentração de água da pele antes (T0) e depois de 7 dias (T7) e 30 dias 
(T30) da aplicação dos produtos. 
0 5 10 15 20 25
20
30
40
50
60
70
80
0 5 10 15 20 25
20
30
40
50
60
70
80
0 5 10 15 20 25
20
30
40
50
60
70
80
0 5 10 15 20 25
20
30
40
50
60
70
80
0 5 10 15 20 25
20
30
40
50
60
70
80
0 5 10 15 20 25
20
30
40
50
60
70
80
0 5 10 15 20 25
20
30
40
50
60
70
80
0 5 10 15 20 25
20
30
40
50
60
70
80
0 5 10 15 20 25
20
30
40
50
60
70
80
0 5 10 15 20 25
20
30
40
50
60
70
80
0 5 10 15 20 25
20
30
40
50
60
70
80
0 5 10 15 20 25
20
30
40
50
60
70
80
Produto 1 - T0 Produto 1 - T7 Produto 1 - T30
Produto 2 - T0 Produto 2 - T7 Produto 2 - T30
Produto 3 - T0
C
o
n
te
u
d
o
 d
e
 a
g
u
a
 (
m
a
s
s
a
-%
)
Produto 3 - T7 Produto 3 - T30
Produto 4 - T0 Produto 4 - T7
Profundidade (m)
Produto 4 - T30
 O teor de água coletado através da superfície da pele é representado graficamente 
através de um perfil de conteúdo de água, como representado na Figura 4. O ponto de 
intersecção entre as duas linhas da região do estrado córneo e epiderme, dá uma boa estimativa 
da espessura do estrato córneo [36, 37, 38]. Esta espessura foi utilizada para calcular a área sob 
a curva (ASC) dos perfis de conteúdo de água, para assim estimar o conteúdo de água no estrato 
córneo. 
3.1.3. Perfis NMF 
Semelhante ao conteúdo de água, o conteúdo dos perfis de NMF destes 12 espectros 
para cada tempo de análise e produto, foram coletados através da profundidade da pele. Os 
resultados são apresentados na Figura 18 e representam os perfis de NMF obtidos antes edepois 
da aplicação de todos os quatro produtos hidratantes. De forma semelhante aos perfis de 
conteúdo de água, os perfis de NMF obtidos antes da aplicação do hidratante foram indicados 
como T0 e os perfis de NMF obtidos após a aplicação regular destes hidratantes, conforme o 
 
29 
 
protocolo em 7 dias e 30 dias, foram indicados como T7 e T30, respectivamente. A espessura 
do estrato córneo obtido a partir dos perfis de conteúdo de água foi utilizada para calcular a 
ASC dos perfis de NMF, a fim de estimar o teor de NMF no estrato córneo. 
Figura 18: Perfis de NMF da pele antes (T0) e depois de 7 dias (T7) e 30 dias (T30) da aplicação dos 
produtos. 
0 5 10 15 20 25
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
0 5 10 15 20 25
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
0 5 10 15 20 25
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
0 5 10 15 20 25
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
0 5 10 15 20 25
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
0 5 10 15 20 25
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
0 5 10 15 20 25
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
0 5 10 15 20 25
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
0 5 10 15 20 25
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
0 5 10 15 20 25
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
0 5 10 15 20 25
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
0 5 10 15 20 25
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
Produto 1 - T0 Produto 1 - T7 Produto 1 - T30 
Produto 2 - T0 
N
M
F
 (
a
. 
u
.) Produto 2 - T7 Produto 2 - T30 
Produto 3 - T0 Produto 3 - T7 Produto 3 - T30 
Produto 4 - T0 Produto 4 - T7 
Profundidade (m)
Produto 4 - T30 
 
3.1.4. ASCs do conteúdo de água e perfis NMF 
 Após a determinação da espessura do estrato córneo as AUCs dos perfis de água e 
NMF foram calculados. Estas AUC representam a concentração de água e concentração de 
NMF no estrato córneo. A partir destes AUC de todos os voluntários em cada intervalo de 
tempo, a AUC média, juntamente com o seu desvio padrão para o conteúdo de água e NMF 
foram calculados e apresentados na Tabela 3 e Figura 19. 
 
 
 
 
 
 
30 
 
Tabela 3: Resultados das médias das áreas sob a curva juntamente com seu erro padrão de teor de 
água e NMF. 
CONTEÚDO HÍDRICO 
Tempo 
(dias) 
Produto 1 Produto 2 Produto 3 Produto 4 
0 801±35 853±42 843±52 835±67 
7 885±50 814±48 817±29 821±37 
30 875±60 885±35 832±46 807±23 
 
NMF 
Tempo 
(dias) 
Produto 1 Produto 2 Produto 3 Produto 4 
0 19.6±1.8 17.5±2.5 18.8±2.9 15.5±1.6 
7 17.4±1.8 15.2±1.8 16.1±2.6 14.7±1.2 
30 18.2±1.5 16.9±2.1 15.7±2.4 14.0±0.7 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
31 
 
Figura 19: Variação das áreas sob a curva de A) conteúdo de água e B) conteúdo de NMF, em 
T0, T7 e T30 dias da aplicação dos hidratantes. 
0 7 30
400
600
800
1000
M
é
d
ia
 d
a
 á
re
a
 s
o
b
 a
 c
u
rv
a
 (
u
.a
)
Dias
 HFProduto 1
A
0 7 30
400
600
800
1000
M
é
d
ia
 d
a
 á
re
a
 s
o
b
 a
 c
u
rv
a
 (
u
.a
)
Dias
 HFProduto 2
0 7 30
400
600
800
1000
Dias
 HFProduto 3
0 7 30
400
600
800
1000
Dias
 HFProduto 4
 
 
32 
 
0 7 30
10
15
20
25
M
é
d
ia
 d
a
 á
re
a
 s
o
b
 a
 c
u
rv
a
 (
u
.a
)
Dias
 NMFProduto 1
B
0 7 30
10
15
20
25
M
é
d
ia
 d
a
 á
re
a
 s
o
b
 a
 c
u
rv
a
 (
u
.a
)
Dias
 NMFProduto 2
0 7 30
10
15
20
25
Dias
 NMFProduto 3
0 7 30
10
15
20
25
Dias
 NMFProduto 4
 
 As médias das ASC nos diferentes intervalos de tempo de análise (T0, T7 e T30) 
foram comparados para avaliar a eficácia destes produtos hidratante na hidratação da pele. A 
Figura 6A, representa as médias das ASC dos perfis de conteúdo de água e a Figura 6B, 
representa as médias das ASC dos perfis de NMF. A partir desses resultados foi possível 
observar que o produto 1 mostrou um aumento no conteúdo de água do estrato córneo, tanto T7 
quantoT30, quando comparado a T0. O Conteúdo de água no estrato córneo utilizando o 
produto 2 mostrou uma diminuição no conteúdo de água para T7, porém um maior conteúdo de 
água em T30, quando comparado ao T0. Já os produtos 3 e 4 mostraram um padrão semelhante 
ao diminuir o teor de água, tanto de T7 e T30 em relação ao T0. O aumento máximo em 
percentagem no conteúdo de água do estrato córneo foi atingido por um produto hidratante, que 
se verificou ser em 10,48 % de T7. Todos os produtos obtiveram diminuição do conteúdo de 
NMF no estrato córneo de T7 e T30 quando comparados com os respectivos valores de T0. 
3.1.5. Comparação do teor de água e perfis NMF 
 Para estudar o efeito e eficácia de hidratantes na pele, os resultados do conteúdo de 
água e NMF antes e após a aplicação de hidratantes foram comparados. Para comparar esses 
resultados e para descobrir a relação entre o conteúdo de água e NMF em T0, T7 e T30 as 
medidas foram divididas pelos respectivos valores de T0. A relação das medições T0 / T0 será 
 
33 
 
1 e serve como uma referência para comparar os valores de T7 / T0 e T30 / T0. Os resultados 
destas comparações são apresentados na Figura 20. 
Figura 20: Comparação do conteúdo de água e NMF antes (T0) e após, 7 (T7) e 30 (T30) 
dias da aplicação dos produtos hidratantes. 
0 7 30
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
1,2
D
iv
id
id
o
 p
o
r 
T
0
Produto 1
D
iv
id
id
o
 p
o
r 
T
0
Dias
 HF
 NMF
0 7 30
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
1,2
Produto 2
Dias
 HF
 NMF
0 7 30
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
1,2
1,4
Produto 3
Dias
 HF
 NMF
0 7 30
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
1,2
Produto 4
Dias
 HF
 NMF
 
 A partir dos gráficos apresentados na Figura XXI, pode-se observar uma tendência 
oposta, quando o produto 1 foi aplicado de T0 para T7 e T7 para T30, onde incialmente de T0 
a T7, o conteúdo de água foi aumentando, porem o conteúdo de NMF dimínuido. De T7 a T30 
o conteúdo de água foi diminuído, mas o NMF aumentado. 
 As variações no conteúdo de água e NMF no estrato córneo, mostraram uma relação 
linear após a aplicação do produto 2. O conteúdo de água e NMF foram diminuídos a partir de 
T0 para T7, mas depois de T7, ambos os conteúdos foram aumentados até T30. 
 Após a aplicação do produto 3, de T0 para T7 houve diminuição de ambos os 
conteúdos, HF e NMF, porém de T7 para T30 houve aumento do conteúdo de HF e diminuição 
do conteúdo de NMF. Já o conteúdo de água e NMF, após a aplicação do produto 4 houve uma 
diminuição linear, tanto de T0 para T7, quanto de T0 para T30, quando comparados ao T0. 
 Os resultados obtidos a partir deste estudo indicam claramente que nem todos os 
produtos comerciais testados hidratam a pele na mesma medida. Na verdade, alguns desses 
 
34 
 
produtos (produtos 3 e 4) desidrataram a pele após a sua aplicação. Esta descoberta pode 
contribuir e fortalecer os estudos que relatam o efeito adverso da aplicação de produtos 
hidratantes na função de barreira da pele, contribuindo para o aumento da TEWL. 
 Os resultados do produto 2 indicam que para haver uma maior hidratação da pele, este 
produto precisa ser aplicado regularmente e em um maior período de tempo, uma vez que o 
produto hidratou a pele somente após 30 dias de aplicação. Assim, a duração da aplicação 
desses hidratantes tem um papel importante a desempenhar na sua atividade. Os resultados do 
produto 1 indicam que alguns produtos hidratantes fazem hidratar a pele, como seria de esperar, 
aumentando o conteúdo de água nos 7 dias e 30 dias após a sua aplicação, quando comparado 
a T0. 
 Com respeito ao conteúdo de NMF no estrato córneo, os resultados indicaram que todos 
estes produtos testados reduziram o conteúdo NMF após a sua aplicação, tanto de T7 qaunto de 
T30 em relação ao T0, o que demostra claramente que os produtos hidratantes intervêm nos 
processos de hidratação natural da pele e afetam adversamente estes processos. 
Estes resultados apoiam os vários relatos de que o uso regular em longo prazo dos 
produtos hidratantes pode interferir na organização funcional do estrato córneo ou na síntese de 
lipídios, afetando assim o processo de hidratação natural da pele e levando a uma redução da 
sua capacidade inata de hidratar através dos vários componentes de NMFno estrato córneo. 
 Todos estes produtos hidratantes testados contêm diversas categorias de ingredientes 
ativos responsáveis pela sua propriedade hidratante com diferentes mecanismos de ação. Com 
base no seu mecanismo de ação, estes agentes ativos são classificados como oclusivos, 
emolientes e umectantes. A capacidade de hidratação dos produtos finais é um efeito combinado 
de todas estas diversas categorias de ingredientes ativos. Mesmo embora os produtos 
contenham estas várias classes de agentes ativos, cada ativo é diferente do outro no que diz 
respeito à taxa, a duração e a extensão da sua atividade. Por exemplo, a taxa de formação de 
película e a estabilidade da película formada pode diferir de uma oclusiva para o outro. Assim, 
cuidados adequados devem ser tomados ao selecionar os ativos na formulação. 
 Uma vez que estas formulações contenham várias classes de ativos, é necessário em 
combinar estes ativos com mecanismos variados de ação, a fim de evitar quaisquer efeitos 
adversos que podem interferir com a eficácia do produto final. Além dos agentes ativos, estes 
produtos contêm vários tipos de excipientes, tais como veículos, emulsionantes, solubilizantes, 
agentes de aumento de viscosidade, corantes, agentes aromatizantes, conservantes, que 
apresentam um grande potencial para interagir não só com os ingredientes ativos da formulação, 
 
35 
 
mas também com os componentes da pele e essas interações podem muitas vezes conduzir a 
atividade alterada do produto final. 
 Portanto, a seleção e a combinação dos vários princípios ativos e excipientes, 
juntamente com o tipo de formulação destes produtos são as razões prováveis para as diferenças 
na sua atividade. Além disso, o produto 1 contém vários ativos hidratantes de origem vegetal, 
como óleo de Canola, Butyrospermum manteiga parkii, óleo de semente de mamona, Irvingia 
manteiga kernel e Helianthus extrato de semente de annus, enquanto os outros produtos 
(produtos 2, 3 e 4) não contém estes muitos ativos hidratantes de origem vegetal. Esta pode ser 
uma das possíveis razões para a atividade melhorada do produto 1 em relação a outros produtos 
de hidratação da pele. 
4.0. CONCLUSÃO 
Com base nos resultados obtidos as seguintes conclusões podem ser feitas: 
 Os resultados de água e conteúdo de NMF da pele obtidos após a aplicação do produto 
1, sugerem que determinados produtos hidratantes fazem hidratar a pele após a sua 
aplicação. 
 A comparação dos resultados no conteúdo de água e NMF da pele após a aplicação dos 
produtos hidratantes comerciais testados, indicam que eles não hidratam a pele no 
mesmo nível. As variações dos resultados no conteúdo de água e NMF da pele após a 
sua aplicação confirmam esta observação. 
 Certos produtos hidratantes podem mesmo desidratar a pele, como mostrado pelos 
resultados de água e o conteúdo NMF obtidos após a aplicação de produtos hidratante 
3 e 4. 
 Com referência aos resultados obtidos, podem existir uma incompatibilidade entre o 
experimental e o resultado esperado na aplicação destes produtos hidratantes. 
 A incompatibilidade é atribuída principalmente aos vários aspectos de formulação, 
como o tipo ou natureza da formulação, preparação técnica utilizada e a inclusão de 
diferentes ativos e excipientes hidratante na formulação. 
 Essa incompatibilidade pode ser resolvida ou minimizada através da incorporação dos 
princípios ativos que podem produzir hidratante de efeito sinérgico e também através 
da inclusão de excipientes que são inertes e compatível com ambos os agentes ativos e 
componentes hidratante da pele. 
 O presente trabalho de pesquisa reconfirma a aplicação da espectroscopia Raman 
confocal aos vários estudos in vivo envolvendo a pele humana 
 
36 
 
5.0.REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS 
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http://www.flowscience.com.br/delfin_instrumentos_compactos.html
 
41 
 
 
ANEXO I 
DECLARAÇÃO DO ORIENTADOR 
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA QUÍMICA 
ANO 2016 
 
 
Declaro que aprovo este relatório técnico e concordo com a sua submissão para o coordenador 
de curso e apresentação aos avaliadores. O texto foi revisado por mim e esta seguindo as normas 
para a elaboração do relatório técnico. 
 
TÍTULO DO TRABALHO: Determinação in vivo da eficácia de hidratantes na hidratação da 
pele por espectroscopia Raman confocal 
 
ALUNOS: Chileine Migotti / Daniele Coelho Matsuo 
 
ORIENTADORA: Ana Maria Barbosa 
 
 
 
 
SÃO JOSÉ DOS CAMPOS, 11 DE Novembro DE 2016 
 
______________________________ 
Assinatura do Orientador Interno 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
42 
 
 
ANEXO II 
Etiqueta do CD 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
43 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
44 
 
 
Anexo III 
ENTREGA DO TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO 
 
CURSO DE GRADUAÇÃO EM: ENGENHARIA QUÍMICA 
 
ANO 2016 
 
Declaramos que as correções solicitadas pelos AVALIADORES foram executadas. 
 
TÍTULO DO TRABALHO: Determinaçãoin vivo da eficácia de hidratantes na hidratação da 
pele por espectroscopia Raman confocal 
 
ALUNOS: Chileine Migotti / Daniele Coelho Matsuo 
 
ORIENTADORA: Ana Maria Barbosa 
 
 
 
 
SÃO JOSÉ DOS CAMPOS, 11 DE Novembro DE 2016 
 
______________________________ 
Assinatura do Aluno 2 
 
 
 
 
 
De acordo: 
 
______________________________ 
Assinatura do orientador interno 
 
 
 
 
______________________________ 
Assinatura do Aluno 1

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