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Dermatopatia veterinária

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DERMATOLOGIA VETERINÁRIA 
PELE 
→ Maior órgão do corpo 
→ Barreira fisiológica entre o animal e o 
ambiente 
→ Varia quantitativamente e qualitativamente 
entre as diferentes espécies 
→ 30 a 75% dos atendimentos de clínica 
→ pH da pele de carnívoros varia de 5,5 a 7,5 
→ Dividida em 3 grandes camadas: epiderme, 
derme e hipoderme 
PRINCIPAIS FUNÇÕES DA PELE 
→ Proteção 
→ Produção de estruturas queratinizadas 
→ Flexibilidade 
→ Termorregulação 
→ Reservatório 
→ Imunorregulação 
→ Secreção 
→ Percepção 
→ Produção de vitamina D 
ANATOMIA DA PELE 
Epiderme 
→ Camada maus externa da pele. Formada por 
85% de queratinócitos, 5% melanócitos, 3% a 
8% células de langherhans e 2% células de 
merkel 
→ Fina nos cães e gatos, 0,1 a 0,5mm – patas e 
plano nasal de até 1.5mm 
→ Cinco camadas principais: estrato basal, 
estrato espinhoso, estrato granuloso, estrato 
lucido e estrato córneo. 
✓ Estrato basal: camada mais interna, 
início da produção de queratina 
✓ Estrato córneo: camada mais externa 
-> células anucleadas diferenciadas 
envolvidas por uma matriz lipídica, 
constituída por ceramidas, colesterol 
e ácidos graxos 
Derme 
Constitui 80% da massa total da pele: colágeno e 
elastina, proteoglicanos e ácido hialurônico 
conferindo a pele elasticidade e resistência à tração. 
Tecido conjuntivo, fibroblastos, melanócitos, vasos 
sanguíneos linfáticos e terminações nervosas. 
Folículos pilosos, glândulas sebáceas e sudoríparas 
desenvolvem-se na epiderme e migram para a derme. 
Hipoderme 
Tecido adiposo 
BARREIRA 
A pele apresenta uma fraca permeabilidade à água 
Queratina, matriz lipídica do estrato córneo e das 
secreções das glândulas sebáceas 
Contribuindo assim para uma baixa perda de água 
trans epidérmica 
 
FASES DO CRESCIMENTO DE PELOS 
→ Anágese: fase de crescimento do pelo 
→ Catagénese: fase intermediária, onde o 
crescimento do pelo cessa 
→ Telogenese: fase de repouso, a partir daí há 
queda do pelo 
 
Examinando a pele dos cães e gatos 
Anamnese: tutores chegam ansiosos, saber conduzir! 
→ Qual a queixa principal? 
→ Qual o tempo de evolução? 
→ Quando foi o início do quadro? Crônico? 
Agudo? 
→ Quais tratamentos já foram efetuados? Qual o 
resultado? 
→ Qual a procedência do paciente? 
Contactantes como estão? 
→ Periodicidade das lesões 
→ Ambiente 
→ Alimentação 
→ Presença de ectoparasitas 
→ Uso de ectoparasitas no animal, contactantes 
e ambiente 
→ Tutor tem lesões? 
Prurido 
→ Sinal clínico mais importante 
→ Questionar intensidade: qual a nota para o 
prurido? 
→ Como o animal se coça? 
→ Manifestações de prurido: auto traumatismo 
com os membros, roçar focinho, paredes ou 
fômites, lambedura de patas, mordiscar 
Classificação das lesões 
Mácula 
→ Área circunscrita, plana e não palpável de cor 
distinta de até 1cm de diâmetro 
 
 
 
 
Mancha 
→ Maculas maiores que 1cm 
 
Pápula 
→ Lesão sólida circunscrita, elevada, superficial 
de até 1cm de diâmetro. Ex: picada de inseto, 
foliculite, etc. 
 
 
 
 
 
Placa 
→ Lesão sólida superficial, plana, circunscrita e 
elevada, com mais de 1cm de diâmetro. 
Pápula que aumentou em suas dimensões 
 
Nódulo 
→ Lesão palpável, sólida arredondada ou elíptica 
com profundidade e espessura. 
 
 
 
 
 
Pústula 
→ Elevação circunscrita contendo fluido 
purulento 
 
Petéquias 
→ Área de deposito de sangue ou seus 
pigmentos com até 1cm 
 
Descamação/seborreia 
→ Perda de células da epiderme que podem ser 
secas ou oleosas 
 
Equimose 
→ Área de deposito de sangue ou seus 
pigmentos com mais de 1cm 
Colaretes epidérmicos 
→ Área circular de descamação 
 
Comedo ou comedão 
→ Oclusão do folículo piloso 
 
Liquenificação 
→ Área difusa de espessamento da pele 
 
Hiperpigmentação 
→ Escurecimento da pele 
 
Alopecia 
→ Ausência de pelos. Pode ser simétrica, 
assimétrica, localizada e generalizada 
 
Principais exames complementares 
→ Raspado de pele 
→ Citologias 
→ Tricogramas 
→ Culturas e antibiogramas 
→ Biópsia 
_________________________________________________________ 
DEMODICOSE 
→ Ácaro Demodex cans; D. gatoi 
→ Caráter hereditário => se desenvolve por 
imunossupressão mediada por célula 
→ Pode ser localizada ou generalizada 
→ Juvenil ou adulta 
→ Demodex é parte da microbiota natural, 
habita folículos pilosos e glândulas sebáceas 
de cães saudáveis 
→ É uma das dermatopatias mais comuns 
→ O aumento da população de ácaros 
caracteriza a doença 
→ É uma das principais causas de foliculite em 
cães 
→ Ácaro pequeno: 0,2mm de comprimento, 
corpo afilado e alongado 
→ Ciclo de vida no hospedeiro: ovo, larva, ninfa 
e adulto (20 a 35 dias) 
→ Transmissão: mãe => neonato lactante, no 
momento do parto e durante os primeiros 2 a 
3 dias de cuidados entre fêmea e filhote 
→ Primeiramente na face dos filhotes => folículo 
piloso em 16h 
→ Transmissão horizontal rara 
→ Não é zoonose 
DESENVOLVIMENTO DA DEMODICOSE 
→ Disfunção imunológica hereditária 
→ Redução na funcionalidade das células de 
defesa: linfócitos T específicos contra o 
demodex 
→ Proliferação anormal exagerada => doença 
clínica 
→ Doença sistêmica primária! Atenção em cães 
adultos com demodicose 
PATOGENIA 
→ Origem multifatorial 
→ Fatores imunológicos 
→ Genéticos 
→ Parasitológicos 
→ Ambientais 
→ Bacterianos 
→ Individuais 
→ Doença recorrente causando 
imunossupressão: DM, alergopatias, 
hipotireoidismo, HAC, neoplasia 
→ Fármacos imunossupressores 
Demodicose localizada 
→ Cães 
→ Alta incidência em filhotes de 3 a 6 meses 
→ Muitas vezes autolimitante 
→ 1 a 5 áreas desiguais de alopecia 
→ Eritema, hiperpigmentação variável, 
escamação localizada 
→ Locais mais comuns: face, porém acomete 
outros lugares também 
→ NÃO PRURIGINOSA 
→ Atenção quando houver infecções bacterianas 
secundárias 
 
 
 
Pododemodicose 
→ Muitas vezes sem lesões generalizadas 
→ Crônico, resistente ao tratamento 
→ Prurido ou não interdigital, dor, eritema, 
alopecia, hiperpigmentação, liquenificação, 
escamação, edemaciação, crostas, pústulas, 
bolhas e tratos drenantes 
 
Demodicose generalizada 
→ Cinco ou mais lesões focais, ou duas ou mais 
regiões corpóreas acometidas 
→ Início juvenil: cães entre 3 a 18 meses de 
idade 
→ Início adulto: cães com mais de 18 meses de 
idade, alta incidência em cães de meia idade e 
idosos imunossuprimidos por doença 
adjacente 
→ Demodicose generalizada: dermatite crônica 
com liquenificação, descamação, formação de 
crostas, hiperpigmentação, piodermite severa, 
alopecia em grandes áreas do corpo 
→ Cães idosos: fatores de imunossupressão 
aumentam a suscetibilidade a demodicose 
 
SINAIS CLÍNICOS E LESÕES 
Prurido (se houver infecção secundária concomitante 
senão não há!) 
→ Alopecia 
→ Eritema variável 
→ Escamação 
→ Pápulas 
→ Prurido 
→ Liquenificação 
→ Hiperpigmentação 
→ Pústulas 
→ Erosões 
→ Crostas 
→ Úlceras secundárias a piodermite superficial 
ou profunda 
→ Pode haver linfadenopatia periférica 
 
 
 
 
 
DIAGNÓSTICO 
→ Observação do ácaro no raspado de pele 
profundo: pressionar a pele e raspar até se 
obter um pequeno sangramento 
→ Técnica da fita adesiva 
→ Histopatológico: sharpei 
→ Histórico da doença na família 
→ Raspar de 3 a 5 lugares diferentes 
→ Identificar na anamnese causas 
predisponentes: estresse, desnutrição, 
traumatismos, ansiedade de separação, estro, 
parto, lactação, parasitismo... 
→ Cães adultos/idosos com demodicose: 
investigar doenças bases imunossupressoras, 
uso de corticoides, fármacos antineoplásicos 
DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS 
→ Piodermite bacteriana superficial ou profunda 
→ Dermatofitose 
→ Dermatites alérgicas 
→ Doenças endócrinas 
→ Dermatopatias autoimunes 
TRATAMENTO 
→ Descontinuar uso de corticoides se houver 
→ Castração 
→ Tratar doenças imunossupressoras→ Tratar piodermites secundárias por 3 a 4 
semanas no mínimo 
→ Cultura e antibiograma 
→ Cefalexina 22mg/kg, BID (10 a 30mg/kg) 
→ Shampoos a base de clorexidina 2 a 4% / 
peroxido de benzoila 1 a 3% 
→ Longo prazo 
→ Semanas a meses 
→ Continuar o tratamento por pelo menos 30 
dias após o EPP negativo 
→ No mínimo 3 raspados negativos para 
confirmação de cura 
Ivermectina 
0,2 a 0,6mg/kg, VO, SID 
Iniciar: 0,1mg/kg e aumentar 0,1 por dia até a dose 
desejada 
4 a 6 meses de tratamento 
Evitar em cães menores de 6 semanas 
Efeitos adversos: letargia, midríase, ataxia 
NÃO UTILIZAR IVERMECTINA EM; collie, pastor de 
shetlanda, sheepdog, australian sheepdog, border 
collie. Nem nos mestiços 
Toxicidade neurológica! Barreira hematoencefálica 
Ataxia, tremores, midríase, êmese, depressão, 
convulsão, coma e morte 
Optar por outras terapias como moxidectina, sarolaner 
Moxidectina: 0,5mg/kg VO, cada 72h. 2 a 5 meses de 
duração média 
Doramectina: 0,2 a 0,6mg/kg, SC. Contraindicado em 
cães sensíveis a ivermectina 
Saronlaner: 2mg/kg mensal, VO 
Fluralaner: dose única: diminuição de cerca de 99,8% 
dos ácaros em torno de 28 duas e 100% após 56 e 86 
dias de tratamento 
 
SARNA SARCÓPTICA/ESCABIOSE 
→ Dermatopatia parasitária 
→ Zoonose 
→ Transmissão horizontal. Altamente contagiosa 
→ As lesões de pele surgem secundarias ao auto 
traumatismo pelo prurido (coceira) 
→ Não sazonal 
→ Raro em felinos 
→ Dermatose papulo-crostosa 
→ Ácaro suscetível a altas temperaturas 
→ Condições favoráveis: até 21 dias no ambiente 
→ Altamente contagioso: contato direto com o 
animal infectado, fômites, materiais de 
higienização 
→ Isolamento dos animais infectados 
→ Cuidados de proteção (luvas, roupas 
descartáveis...) ao realizar o tratamento 
→ O ambiente contaminado por ácaros deve ser 
higienizado e tratado com um produto 
acaricida 
→ Todos os animais co-habitantes devem ser 
tratados simultaneamente 
ETIOLOGIA 
Sarcoptes scabiei var. canis 
Ciclo 12 a 21 dias 
Causam tuneis no extrato córneo 
SINAIS CLINICOS E LESÕES 
→ Locais mais acometidos: margens dos 
pavilhões auriculares, cotovelos, parte ventral 
do abdômen 
→ Prurido moderado a intenso 
→ Erupções papulares/eritema 
→ Crostas amareladas 
→ Alopecia irregular disseminada 
→ Dermatite papulocrostosa generalizada 
→ Hiperpigmentação 
→ Liquenificação 
→ Linfoadenopatia periférica 
DIAGNÓSTICO 
→ Histórico: início rápido e intendo de prurido 
irresponsivo a corticoide 
→ Questionar contactantes e lesões no tutor e 
familiares 
→ Reflexo otopodal positivo em 75 a 90% dos 
casos 
→ Exame parasitológico de pele, diagnóstico 
definitivo: ácaros do raspado de pele. 
RASPADO NEGATIVO NÃO EXCLUI 
DIAGNÓSTICO => difícil de encontrar 
DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS 
→ Dermatite alérgica a picada de ectoparasitas 
→ Dermatites alérgicas 
→ Dermatites por malassezia 
→ Piodermite 
 
 
 
 
TRATAMENTO 
→ Tratar simultaneamente cães e gatos 
(selamectina) no ambiente 
→ Ivermectina: 0,2 a 0,4mg/kg VO, cada 7 dias, 3 
ou 4 aplicações no total ou SC, cada 14 dias, 2 
ou 3 aplicações. CUIDADO COM RAÇAS 
SENSIVEIS! Iniciar na menor dose 
→ Selamectina: 6 a 12mg/kg, spot on, cada 30 
dias, 2 ou 3 aplicações. Seguro nas sensíveis a 
ivermectina e mestiços 
→ Doramectina: 0,2mg/kg SC ou IM 
→ Tratar piodermites secundárias: 
antibioticoterapia => cefalexina 22mg/kg, 
BID, 3 a 4 semanas 
→ Shampoos de clorexidine 
→ Limpeza geral do ambiente com parasiticidas 
a base de permetrina 
→ Resolução do caso em 3 a 4 semanas 
 
 
SARNA NOTOÉDRICA/ESCABIOSE FELINA 
→ Altamente contagiosa => transmissão 
horizontal 
→ Acomete ninhadas inteiras e gatos adultos 
→ Também infecta: cães, raposas, coelhos e 
humanos 
→ Ácaro Notoedres cati 
→ Ciclo biológico: 17 a 21 dias, semelhante ao 
Sarcoptes 
SINAIS CLÍNICOS E LESÕES 
→ Prurido intenso 
→ Pavilhão auricular, cabeça e pescoço 
→ Progressão: abdômen, flanco, base da cauda, 
parte interna das coxas (lambedura) 
→ Erupções papulares eritematosas face medial 
do pavilhão auricular, cabeça = pescoço 
→ Crostas em grande quantidade, alopecia, 
liquenificação 
→ Piodermite secundária a auto traumatismo 
→ Linfoadenopatia periférica 
DIAGNÓSTICO 
→ Histórico 
→ Lesões compatíveis 
→ Definitivo: identificação do Notoedres cati no 
raspado cutâneo 
→ Normalmente há grande quantidade de 
ácaros no raspado. Contactantes sem prurido 
não exclui a possibilidade de infestação 
→ Melhores áreas para raspado: orelhas e face 
 
TRATAMENTO 
→ Selamectina: 6 a 12mg/kg, spot on, cada 30 
dias 
→ Ivermectina: 0,3mg/kg, VO, cada 14 dias, 3 
aplicações totais 
→ Tratar infecções secundárias 
→ Tratar concomitantemente animais em 
contato (portadores assintomáticos) 
DERMATITES POR MALASSEZIA 
→ Infecção fúngica superficial 
→ Malassezia pachydermatis => parte normal da 
microflora 
→ É SECUNDÁRIA a outras dermatopatias 
→ Locais mais acometidos: face, pele perioral, 
espaços interdigitais, axilas, virilhas, região 
inguinal, sobras e períneo 
SINAIS CLÍNICOS E LESÕES 
→ Prurido intenso 
→ Eritema 
→ Escoriações 
→ Placas seborreicas 
→ Liquenificação 
→ Maceração 
→ Odor pútrido 
→ Intertrigo 
→ Pode ser seca e escamosa ou úmida e oleosa 
DIAGNÓSTICO 
→ Diagnóstico clínico associado a citologias 
(swab direto em lâmina) 
→ Identificar doenças primárias de base 
TRATAMENTO 
→ Terapia sistêmica com antifúngico: somente 
não utilizar se houver contraindicações. Ex: 
hepatopatia 
→ Intraconazol: 5mg/kg/SID/21-28 dias ou 
5mg/kg 2x por semana/3 semanas 
→ Acompanhamento de enzimas hepáticas 
quinzenalmente 
→ Menor risco de hepatotoxicidade quando 
comparado ao cetoconazol 
→ Administrar com alimento 
→ Tratamento tópico: 
o Terapia adjuvante a terapia oral ou 
em infecções localizadas. Ex: 
pododermatites associadas a 
malassezia 
o Shampoos a base de: miconazol, 
cetoconazol, clorexidina 
o Spray: miconazol, clotrimazol ou 
cetoconazol: lesões pontuais 
o Controle da causa base é 
fundamental < frustrante 
 
 
 
 
DERMATOFITOSE 
→ Infecção dos tecidos ceratinizados causada 
por dermatófitos 
→ Cães e gatos: Microsporum canis, 
Microsporum gypseum e Tricophyton 
mentagrophytes 
→ Zoonose 
MICROSPORUM GYPSEUM 
→ Geofílico – vive no solo e nos restos de 
materiais ceratinosos 
→ Isolado em animais que vivem em ambiente 
externo 
→ Não é adaptado para viver em animais, 
causando inflamação maior em áreas de 
contato com o solo como patas e focinho 
MICROSPORUM CANIS 
→ Zoofílico – representa a maioria dos casos em 
cães e 98% dos casos em gatos 
→ Isolamento indica necessidade de tratamento 
 
SINAIS CLÍNICOS – DERMATOFITOSE CANINA 
→ Prurido variável, em geral pouco 
→ Alopecia 
→ Descamação 
→ Lesões circunscritas, focais ou multifocais 
→ Epilação fácil, pelos quebradiços, descamação, 
pústulas, exsudação, crostas e 
hiperpigmentação 
→ LESÃO CLASSICA: área circular e descamação 
em cicatriz central 
→ Animais jovens imunossuprimidos: lesões 
mais extensas com maior tempo de cura 
→ Quérion: lesão nodular, arredondada, 
alopécica eritematosa, bem circunscrita e 
protuberante. Resulta da ruptura folicular, 
forunculose piogranulomatosa associada a 
infecção por dermatófito, exsudativa e 
crostosa. Face e membros M. gypseum. 
 
 
DERMATOFITOSE FELINA 
→ DOENÇA CUTÂNEA INFECCIOSA MAIS 
COMUM 
→ Qualquer idade – jovens, idosos, FIV, gatos de 
pelos longos maior predisposição 
→ Crostas, descamação, perda de pelo 
(apresentação mais comum) 
→ Pode haver alopecia simétrica 
→ Pseudomicetoma: dermatite granulomatosa 
em fatos por M.canis, PERSA, dermatite 
nodular ulcerativa, normalmente estes gatos 
apresentam dermatofitose generalizada, 
fungo é sequestrado na derme e não se 
prolifera 
 
 
DIAGNÓSTICO 
→ Sempre realizar cultura fúngica 
→ Diagnósticos diferenciais: demodicose,piodermite, pênfigo, linfoma epidermotrópico 
→ Lâmpada de wood => triagem => 50% dos 
pelos contaminados não brilham a luz de 
wood 
Exame microscópico direto dos pelos: esporos 
ectótricos 
Cultura fúngica: diag definitivo!! Identificação da 
espécie 
TRATAMENTO 
→ GATOS: sempre utilizar tratamento sistêmico 
→ CÃES: tratamento tópico com pomadas 
somente em casos de lesões localizadas 
→ Tosar animais: diminui liberação de esporos e 
pelos contaminados no ambiente 
→ Shampoo de miconazol 
→ Itraconazol 10mg/kg/SID, 15 dias seguido de 
culturas. Tratar até se obter cultura negativa 
→ Ambiente: aspirar superfícies, desinfecção 
com água sanitária 1:10 
 
 
 
 
ESPOROTRICOSE 
→ Sporothrix schenckii 
→ Fungo saprófito, solo enriquecido com 
matéria orgânica, vegetal em decomposição, 
distribuição mundial, principalmente em 
regiões de clima tropical e temperado 
→ Infecção ocorre por inoculação direta no 
tecido (ferimentos, arranhaduras, espinhos) 
→ Zoonose 
→ Raro em cães 
→ Doença cutânea, linfática ou disseminada 
→ Forma disseminada extremamente rara em 
cães, em gatos há evidências de infecções em 
outros órgãos => normalmente 
diagnosticado somente com necropsia 
SINAIS CLÍNICOS 
→ Múltiplos nódulos subcutâneos ou dérmicos 
firmes na cabeça ou tronco 
→ Podem ulcerar, drenar exsudato purulento 
formando crostas 
→ Forma cutaneolinfática: nódulos nas partes 
distais dos membros com ascensão proximal 
da infecção através dos vasos linfáticos e pelo 
subsequente desenvolvimento de nódulos 
secundários, fistulas e linfadenopatia regional 
→ Felinos: 
o Abscessos, celulite ou fistulas em 
lesões perfurantes que lembrar 
ferimentos por brigas que não 
respondem a antibióticos 
o Lesões cutâneas na cabeça 
especialmente nariz e na face, base da 
cauda e parte distal dos membros 
o DIAGNISTICO DIFERENCIAL PARA 
LESÃO TIPO “NARIZ DE PALHAÇO” 
em felinos: esporotricose, 
criptococose, neoplasia, micoses 
profundas 
o Nódulos subcutâneos que ulceram, 
exsudativos, crostosos, podendo 
haver necrose e exposição muscular 
ou óssea 
 
 
DIAGNÓSTICO 
→ Citologia do exsudato: em gatos pode revelar 
S. schenckii, cães raramente aparece na 
citologia 
→ Biópsia: histologia mostra inflamação 
piogranulomatosa difusa e nodular 
→ Cultura: enviar amostra de exsudato da lesão. 
Cães: enviar amostra de tecido também 
TRATAMENTO 
→ Itraconazol 5 a 10mg/kg/SID, por até 30 dias 
após a cura total de todas as lesões 
→ Administrar com alimento, controle de 
enzimas hepáticas! 
→ Iodeto de potássio solução oral: 40mg/kg/BID 
ou SID, com alimento 
→ ATENÇÃO: maiores efeitos adversos 
PIODERMITES 
→ Piodermite é o nome para qualquer infecção 
piogênica da pele: mais utilizado para 
infecções bacterianas cutâneas 
→ Muito comuns na rotina clínica 
→ Tratamento pode ser frustrante 
→ Piodermite primária: decorrente de lesão 
transitória, não recorrente. Não há recidivas 
→ Piodermite secundária: muito mais comum 
que a primária. Associado a doença base 
persistente ou recorrente, que compromete a 
resistência cutânea a infecção 
→ Responde de forma temporária a terapia caso 
não seja tratada a causa base ocorrendo 
recidivas 
→ Principal microrganismo: Staphylococcus 
intermedius 
PIODERMITE SUPERFICIAL 
→ Dermatite úmida aguda e dermatite das 
dobras cutâneas 
→ Nestas piodermites superficiais a colonização 
bacteriana é exclusiva da superfície da 
epiderme, sem invasão da camada córnea ou 
dos folículos pilosos 
PIODERMITES SUPERFICIAIS – DERMATITE 
UMIDA AGÚDA 
→ Resultante do autotraumatismo da pele 
decorrente de afecção dolorosa ou 
pruriginosa primária levando a piodermite 
superficial focal 
→ Sinais clínicos: lesão alopécica única, 
circunscrita, eritematosa, espessada e erosiva, 
exsudato na superfície, pelagem emaranhada 
no local. Início agudo => horas após o 
autotraumatismo como mastigação e 
lambedura do local. Dolorida 
→ Diagnóstico: essencialmente clínico: histórico 
de auto traumatismo da pele, início aguda da 
sintomatologia, rápido desenvolvimento das 
lesões, aparência típica da lesão 
→ Dermatofitose pode ter aparência parecida: 
ficar atento as diferenças clínicas entre as 
lesões 
 
→ Tratamento: tratar causa primária 
o Tricotomia e limpeza da região com 
clorexidine => pode haver 
necessidade de anestesia ou sedação 
do paciente 
o Secar a lesão e utilizar como 
tratamento tópico: spray de 
rifamicina, pomada a base de 
nistatina e neomicina (PANALOG) 
o Sistêmico: prednisolona 
0,5mg/kg/SID ou BID 5 a 7 dias 
o Dexametasona 0,05mg/kg. Não 
exceder 1mg/cão, IM, dose única. Dia 
seguinte iniciar pred. Rápido efeito 
anti-inflamatório e antipruriginoso 
o Antibioticoterapia sistêmica: utilizar 
quando houver suspeitas de foliculite 
ou forunculoses profundas 
PIODERMITE SUPERFICIAL: PIODERMITE DA 
DOBRA CUTÂNEA – INTERTRIGO 
→ Dobras cutâneas profundas, atrito contra si 
mesma, irritação e maceração que leva a 
piodermite superficial. As dobras viram um 
ambiente quente, escuro e úmido, pouca 
circulação de ar, retendo secreções e 
ceratinócitos que favorecem a inflamação e 
crescimento exagerado de bactérias ou 
leveduras: S. intermedius, Malassezia 
pachydermatis 
→ Sinais clínicos: inflamação e exsudação 
discreta, identificado pelo afastamento da 
dobra cutânea, lesão fétida. Em geral: o animal 
esfrega, lambe ou morde excessivamente essa 
área, podendo haver alopecia e eritema ao 
redor da dermatite 
→ Diagnóstico: inspeção cuidadosa da dobra 
cutânea e constatação da inflamação, 
secreção e odor fétido 
o Citologia direta: imprint ou swab em 
lâmina => ajuda a identificar e 
quantificar melhor microrganismos 
oportunistas, auxiliando na escolha 
do principio ativo no tratamento 
tópico, reduzindo recidivas 
 
→ Tratamento: limpeza, desinfecção e secagem. 
o Shampoo peroxido de benzoila 
o Secar manualmente 
o Adstringente tópico: neomicina em 
pó (manipulas ou anaseptil), pomada 
neomicina (panalog) 
→ Prevenção: recidivante =>manter limpeza 
com clorexidina, 1 a 2x por semana pomada 
IMPETIGO 
→ Piodermite superficial, onde a bactéria 
consegue penetrar na camada córnea com 
formação de pústulas subcomeadas. 
Estafilococos coagulase – positivos S. 
intermedius 
→ Cães jovens antes da puberdade 
→ Nutrição deficiente, ambiente sujo e infecção 
por ectoparasitas ou endoparasitas 
CINOMOSE 
SINAIS CLÍNICOS 
→ Pústulas na região inguinal e no abdômen 
ventral 
→ Quando se rompem, crostas amarelas e 
amarronzada 
→ Eritema discreto e em geral não há prurido 
→ Pode ser achado acidental no exame clínico 
do filhote 
 
DIAGNÓSTICO 
→ Cães jovens, antes da puberdade, mediante a 
constatação de pústulas não foliculares em 
região inguinal e abdômen ventral, discreto 
eritema e ausência de prurido 
→ EPP: investigar ectoparasitas: Demodex, 
Sarcoptes scabiei 
→ Cultura bacteriana: raramente necessária, S. 
intermedius 
→ Investigar parasitas intestinais, alimentação, 
controle de pulgas 
TRATAMENTO 
→ Controle dos fatores predisponentes, 
melhorar condição nutricional, tratar endo e 
ectoparasitas 
→ Tratamento tópico: geralmente é suficiente 
para o caso => banhos com shampoo de 
benzoila ou clorexidine 2x por semana por 2 a 
3 semanas 
FOLICULITE SUPERFICIAL 
→ Piodermite superficial: bactéria invade a 
abertura do folículo piloso causando 
inflamação 
→ Secundária muito mais comum associada a 
doença primaria recidivante ou persistente, 
que modifica a resistência da pele à infecção. 
Até que se identifique a causa primaria a 
infecção responde apenas de forma 
temporária à terapia havendo recidiva 
SINAIS CLÍNICOS 
→ Pápulas e pústulas ao redor do folículo piloso 
(hastes de pelo projetam-se no centro da 
pústula) base da pústula é prequentemente 
eritematosa, e o paciente apresenta prurido 
→ Pode haver crostas e colaretes epidérmicos. 
Quandoa pele do tronco está acometida, a 
pelagem frequentemente assume uma 
aparência de pelos roídos por traças, alopecia 
acompanhada de lesões 
DIAGNÓSTICO 
→ Pápulas a pústulas ao redor dos folículos 
pilosos. Na região inguinal no abdômen 
ventral e nas axilas, base da pústula 
eritematosa e o paciente apresenta prurido. 
→ Exame citológico: a amostra de uma pústula 
intacta revele neutrófilos e cocos 
→ Raspado de pele 
→ Cultura bacteriana e atb: casos de foliculite 
recidivante que não respondem a terapia 
empírica, permite avaliar resistência 
bacteriana 
→ Cultura de fungos: enviar caso não haja 
resposta a terapia. Muitos casos a foliculite 
causada por dermatófito pode ser 
clinicamente indistinguível de foliculite 
bacteriana 
TRATAMENTO 
→ Tratamento da causa primaria 
→ Banhos com shampoo de benzoila e 
clorexidine, 3 semanas 
→ ATB: tabela, mínimo 21 dias consecutivos e 
por pelo menos 7 dias após a cura 
 
 
PIODERMITE PROFUNDA / FOLICULITE 
PROFUNDA / FORUNCULOSE 
→ Infecção cutânea bacteriana que se estende 
além da epiderme, à derme e ocasionalmente 
aos tecidos subcutâneos 
→ Inicia como foliculite superficial, estendendo-
se mais profundamente no folículo piloso 
causando foliculite profunda 
→ Etiologia: S. intermedius 
→ Frequente a invasão secundária de outras 
bactérias aeróbicas como pseudomonas spp, 
Proteus spp e E.coli 
→ Bactérias anaeróbicas: bacterioides spp, 
peptostreptococcus spp, fusobacterium spp, 
parphyromonas spp e clostridium spp 
→ Raramente é uma doença primária 
SINAIS CLÍNICOS 
→ Pápulas e pústulas maiores e nodulares, 
exsudação e formação de crostas, úlceras e 
fistulas, bolhas hemorrágicas 
→ Regiões mais acometidas: axilar, inguinal, 
abdômen ventral, áreas de contato e 
submetidas a pressão, podendo se generalizar 
para todo o corpo do paciente 
→ São doloridas e pruriginosas 
→ Linfadenopatia periférica, anorexia, 
depressão, perda de peso, febre: indicação de 
sepse bacteremia 
 
DIAGNÓSTICO 
→ Histórico e exame físico 
→ Citologia de pele: neutrófilos, macrófagos, 
cocos, bastonetes, EPP, cultura bacteriana 
IMPORTANTE 
→ Cultura fúngica: em casos refratários é outra 
causa de piodermite profunda e furunculose 
considerar diagnósticos diferenciais para: 
esporotricose, criptococose, Histoplasmose, 
aspergilose 
TRATAMENTO 
→ Escolher sempre com base em cultura e 
antibiograma. Lembrar que provavelmente 
nesses casos o tratamento empírico já foi 
realizado 
→ Tratamento tópico: tricotomia da área 
afetada ou tosa de todo o corpo (pelos 
longos) 
→ Banhos com clorexidine ou peróxido de 
benzoila 4 a 8 semanas 
→ Antibióticos sistêmicos: escolha com base 
cultura e antibiograma por 6 a 8 semanas 
consecutivas, casos graves pode ser até mais 
longo, manter medicação por pelo menos 2 
semanas após a remissão completa das lesões 
PIODERMITES PROFUNDAS E SUPERFICIAIS 
RECIDIVANTES 
→ Definição: piodermite que responde ao 
tratamento com antibiótico, mas recidiva 
frequentemente 
→ Possíveis causas: tratamento inadequado => 
duração inadequada ou escolha errada de 
antibiótico. Ex: períodos de 10 a 14 dias de 
antibiótico => melhora das lesões clínicas, 
porém não propriamente cura completa da 
infecção 
→ Glicocorticoides por longos períodos 
→ Doença primaria não tratada: dermatite a 
picada de pulga, dermatite atópica, 
hipersensibilidade alimentar, demodex, 
escabiose, doenças endócrinas 
→ Pulsoterapia antibiótica: uso continuo em 
dose subnormal => 500mg a cada 8h até cura 
clinica da piodermite, reduzir gradativamente 
a dose ao longo de várias semanas até obter 
500mg BID e por fim 250 a 500 a cada 24/48h, 
em caso de recidiva repetir cultura 
antibiograma

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