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DERMATOLOGIA VETERINÁRIA PELE → Maior órgão do corpo → Barreira fisiológica entre o animal e o ambiente → Varia quantitativamente e qualitativamente entre as diferentes espécies → 30 a 75% dos atendimentos de clínica → pH da pele de carnívoros varia de 5,5 a 7,5 → Dividida em 3 grandes camadas: epiderme, derme e hipoderme PRINCIPAIS FUNÇÕES DA PELE → Proteção → Produção de estruturas queratinizadas → Flexibilidade → Termorregulação → Reservatório → Imunorregulação → Secreção → Percepção → Produção de vitamina D ANATOMIA DA PELE Epiderme → Camada maus externa da pele. Formada por 85% de queratinócitos, 5% melanócitos, 3% a 8% células de langherhans e 2% células de merkel → Fina nos cães e gatos, 0,1 a 0,5mm – patas e plano nasal de até 1.5mm → Cinco camadas principais: estrato basal, estrato espinhoso, estrato granuloso, estrato lucido e estrato córneo. ✓ Estrato basal: camada mais interna, início da produção de queratina ✓ Estrato córneo: camada mais externa -> células anucleadas diferenciadas envolvidas por uma matriz lipídica, constituída por ceramidas, colesterol e ácidos graxos Derme Constitui 80% da massa total da pele: colágeno e elastina, proteoglicanos e ácido hialurônico conferindo a pele elasticidade e resistência à tração. Tecido conjuntivo, fibroblastos, melanócitos, vasos sanguíneos linfáticos e terminações nervosas. Folículos pilosos, glândulas sebáceas e sudoríparas desenvolvem-se na epiderme e migram para a derme. Hipoderme Tecido adiposo BARREIRA A pele apresenta uma fraca permeabilidade à água Queratina, matriz lipídica do estrato córneo e das secreções das glândulas sebáceas Contribuindo assim para uma baixa perda de água trans epidérmica FASES DO CRESCIMENTO DE PELOS → Anágese: fase de crescimento do pelo → Catagénese: fase intermediária, onde o crescimento do pelo cessa → Telogenese: fase de repouso, a partir daí há queda do pelo Examinando a pele dos cães e gatos Anamnese: tutores chegam ansiosos, saber conduzir! → Qual a queixa principal? → Qual o tempo de evolução? → Quando foi o início do quadro? Crônico? Agudo? → Quais tratamentos já foram efetuados? Qual o resultado? → Qual a procedência do paciente? Contactantes como estão? → Periodicidade das lesões → Ambiente → Alimentação → Presença de ectoparasitas → Uso de ectoparasitas no animal, contactantes e ambiente → Tutor tem lesões? Prurido → Sinal clínico mais importante → Questionar intensidade: qual a nota para o prurido? → Como o animal se coça? → Manifestações de prurido: auto traumatismo com os membros, roçar focinho, paredes ou fômites, lambedura de patas, mordiscar Classificação das lesões Mácula → Área circunscrita, plana e não palpável de cor distinta de até 1cm de diâmetro Mancha → Maculas maiores que 1cm Pápula → Lesão sólida circunscrita, elevada, superficial de até 1cm de diâmetro. Ex: picada de inseto, foliculite, etc. Placa → Lesão sólida superficial, plana, circunscrita e elevada, com mais de 1cm de diâmetro. Pápula que aumentou em suas dimensões Nódulo → Lesão palpável, sólida arredondada ou elíptica com profundidade e espessura. Pústula → Elevação circunscrita contendo fluido purulento Petéquias → Área de deposito de sangue ou seus pigmentos com até 1cm Descamação/seborreia → Perda de células da epiderme que podem ser secas ou oleosas Equimose → Área de deposito de sangue ou seus pigmentos com mais de 1cm Colaretes epidérmicos → Área circular de descamação Comedo ou comedão → Oclusão do folículo piloso Liquenificação → Área difusa de espessamento da pele Hiperpigmentação → Escurecimento da pele Alopecia → Ausência de pelos. Pode ser simétrica, assimétrica, localizada e generalizada Principais exames complementares → Raspado de pele → Citologias → Tricogramas → Culturas e antibiogramas → Biópsia _________________________________________________________ DEMODICOSE → Ácaro Demodex cans; D. gatoi → Caráter hereditário => se desenvolve por imunossupressão mediada por célula → Pode ser localizada ou generalizada → Juvenil ou adulta → Demodex é parte da microbiota natural, habita folículos pilosos e glândulas sebáceas de cães saudáveis → É uma das dermatopatias mais comuns → O aumento da população de ácaros caracteriza a doença → É uma das principais causas de foliculite em cães → Ácaro pequeno: 0,2mm de comprimento, corpo afilado e alongado → Ciclo de vida no hospedeiro: ovo, larva, ninfa e adulto (20 a 35 dias) → Transmissão: mãe => neonato lactante, no momento do parto e durante os primeiros 2 a 3 dias de cuidados entre fêmea e filhote → Primeiramente na face dos filhotes => folículo piloso em 16h → Transmissão horizontal rara → Não é zoonose DESENVOLVIMENTO DA DEMODICOSE → Disfunção imunológica hereditária → Redução na funcionalidade das células de defesa: linfócitos T específicos contra o demodex → Proliferação anormal exagerada => doença clínica → Doença sistêmica primária! Atenção em cães adultos com demodicose PATOGENIA → Origem multifatorial → Fatores imunológicos → Genéticos → Parasitológicos → Ambientais → Bacterianos → Individuais → Doença recorrente causando imunossupressão: DM, alergopatias, hipotireoidismo, HAC, neoplasia → Fármacos imunossupressores Demodicose localizada → Cães → Alta incidência em filhotes de 3 a 6 meses → Muitas vezes autolimitante → 1 a 5 áreas desiguais de alopecia → Eritema, hiperpigmentação variável, escamação localizada → Locais mais comuns: face, porém acomete outros lugares também → NÃO PRURIGINOSA → Atenção quando houver infecções bacterianas secundárias Pododemodicose → Muitas vezes sem lesões generalizadas → Crônico, resistente ao tratamento → Prurido ou não interdigital, dor, eritema, alopecia, hiperpigmentação, liquenificação, escamação, edemaciação, crostas, pústulas, bolhas e tratos drenantes Demodicose generalizada → Cinco ou mais lesões focais, ou duas ou mais regiões corpóreas acometidas → Início juvenil: cães entre 3 a 18 meses de idade → Início adulto: cães com mais de 18 meses de idade, alta incidência em cães de meia idade e idosos imunossuprimidos por doença adjacente → Demodicose generalizada: dermatite crônica com liquenificação, descamação, formação de crostas, hiperpigmentação, piodermite severa, alopecia em grandes áreas do corpo → Cães idosos: fatores de imunossupressão aumentam a suscetibilidade a demodicose SINAIS CLÍNICOS E LESÕES Prurido (se houver infecção secundária concomitante senão não há!) → Alopecia → Eritema variável → Escamação → Pápulas → Prurido → Liquenificação → Hiperpigmentação → Pústulas → Erosões → Crostas → Úlceras secundárias a piodermite superficial ou profunda → Pode haver linfadenopatia periférica DIAGNÓSTICO → Observação do ácaro no raspado de pele profundo: pressionar a pele e raspar até se obter um pequeno sangramento → Técnica da fita adesiva → Histopatológico: sharpei → Histórico da doença na família → Raspar de 3 a 5 lugares diferentes → Identificar na anamnese causas predisponentes: estresse, desnutrição, traumatismos, ansiedade de separação, estro, parto, lactação, parasitismo... → Cães adultos/idosos com demodicose: investigar doenças bases imunossupressoras, uso de corticoides, fármacos antineoplásicos DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS → Piodermite bacteriana superficial ou profunda → Dermatofitose → Dermatites alérgicas → Doenças endócrinas → Dermatopatias autoimunes TRATAMENTO → Descontinuar uso de corticoides se houver → Castração → Tratar doenças imunossupressoras→ Tratar piodermites secundárias por 3 a 4 semanas no mínimo → Cultura e antibiograma → Cefalexina 22mg/kg, BID (10 a 30mg/kg) → Shampoos a base de clorexidina 2 a 4% / peroxido de benzoila 1 a 3% → Longo prazo → Semanas a meses → Continuar o tratamento por pelo menos 30 dias após o EPP negativo → No mínimo 3 raspados negativos para confirmação de cura Ivermectina 0,2 a 0,6mg/kg, VO, SID Iniciar: 0,1mg/kg e aumentar 0,1 por dia até a dose desejada 4 a 6 meses de tratamento Evitar em cães menores de 6 semanas Efeitos adversos: letargia, midríase, ataxia NÃO UTILIZAR IVERMECTINA EM; collie, pastor de shetlanda, sheepdog, australian sheepdog, border collie. Nem nos mestiços Toxicidade neurológica! Barreira hematoencefálica Ataxia, tremores, midríase, êmese, depressão, convulsão, coma e morte Optar por outras terapias como moxidectina, sarolaner Moxidectina: 0,5mg/kg VO, cada 72h. 2 a 5 meses de duração média Doramectina: 0,2 a 0,6mg/kg, SC. Contraindicado em cães sensíveis a ivermectina Saronlaner: 2mg/kg mensal, VO Fluralaner: dose única: diminuição de cerca de 99,8% dos ácaros em torno de 28 duas e 100% após 56 e 86 dias de tratamento SARNA SARCÓPTICA/ESCABIOSE → Dermatopatia parasitária → Zoonose → Transmissão horizontal. Altamente contagiosa → As lesões de pele surgem secundarias ao auto traumatismo pelo prurido (coceira) → Não sazonal → Raro em felinos → Dermatose papulo-crostosa → Ácaro suscetível a altas temperaturas → Condições favoráveis: até 21 dias no ambiente → Altamente contagioso: contato direto com o animal infectado, fômites, materiais de higienização → Isolamento dos animais infectados → Cuidados de proteção (luvas, roupas descartáveis...) ao realizar o tratamento → O ambiente contaminado por ácaros deve ser higienizado e tratado com um produto acaricida → Todos os animais co-habitantes devem ser tratados simultaneamente ETIOLOGIA Sarcoptes scabiei var. canis Ciclo 12 a 21 dias Causam tuneis no extrato córneo SINAIS CLINICOS E LESÕES → Locais mais acometidos: margens dos pavilhões auriculares, cotovelos, parte ventral do abdômen → Prurido moderado a intenso → Erupções papulares/eritema → Crostas amareladas → Alopecia irregular disseminada → Dermatite papulocrostosa generalizada → Hiperpigmentação → Liquenificação → Linfoadenopatia periférica DIAGNÓSTICO → Histórico: início rápido e intendo de prurido irresponsivo a corticoide → Questionar contactantes e lesões no tutor e familiares → Reflexo otopodal positivo em 75 a 90% dos casos → Exame parasitológico de pele, diagnóstico definitivo: ácaros do raspado de pele. RASPADO NEGATIVO NÃO EXCLUI DIAGNÓSTICO => difícil de encontrar DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS → Dermatite alérgica a picada de ectoparasitas → Dermatites alérgicas → Dermatites por malassezia → Piodermite TRATAMENTO → Tratar simultaneamente cães e gatos (selamectina) no ambiente → Ivermectina: 0,2 a 0,4mg/kg VO, cada 7 dias, 3 ou 4 aplicações no total ou SC, cada 14 dias, 2 ou 3 aplicações. CUIDADO COM RAÇAS SENSIVEIS! Iniciar na menor dose → Selamectina: 6 a 12mg/kg, spot on, cada 30 dias, 2 ou 3 aplicações. Seguro nas sensíveis a ivermectina e mestiços → Doramectina: 0,2mg/kg SC ou IM → Tratar piodermites secundárias: antibioticoterapia => cefalexina 22mg/kg, BID, 3 a 4 semanas → Shampoos de clorexidine → Limpeza geral do ambiente com parasiticidas a base de permetrina → Resolução do caso em 3 a 4 semanas SARNA NOTOÉDRICA/ESCABIOSE FELINA → Altamente contagiosa => transmissão horizontal → Acomete ninhadas inteiras e gatos adultos → Também infecta: cães, raposas, coelhos e humanos → Ácaro Notoedres cati → Ciclo biológico: 17 a 21 dias, semelhante ao Sarcoptes SINAIS CLÍNICOS E LESÕES → Prurido intenso → Pavilhão auricular, cabeça e pescoço → Progressão: abdômen, flanco, base da cauda, parte interna das coxas (lambedura) → Erupções papulares eritematosas face medial do pavilhão auricular, cabeça = pescoço → Crostas em grande quantidade, alopecia, liquenificação → Piodermite secundária a auto traumatismo → Linfoadenopatia periférica DIAGNÓSTICO → Histórico → Lesões compatíveis → Definitivo: identificação do Notoedres cati no raspado cutâneo → Normalmente há grande quantidade de ácaros no raspado. Contactantes sem prurido não exclui a possibilidade de infestação → Melhores áreas para raspado: orelhas e face TRATAMENTO → Selamectina: 6 a 12mg/kg, spot on, cada 30 dias → Ivermectina: 0,3mg/kg, VO, cada 14 dias, 3 aplicações totais → Tratar infecções secundárias → Tratar concomitantemente animais em contato (portadores assintomáticos) DERMATITES POR MALASSEZIA → Infecção fúngica superficial → Malassezia pachydermatis => parte normal da microflora → É SECUNDÁRIA a outras dermatopatias → Locais mais acometidos: face, pele perioral, espaços interdigitais, axilas, virilhas, região inguinal, sobras e períneo SINAIS CLÍNICOS E LESÕES → Prurido intenso → Eritema → Escoriações → Placas seborreicas → Liquenificação → Maceração → Odor pútrido → Intertrigo → Pode ser seca e escamosa ou úmida e oleosa DIAGNÓSTICO → Diagnóstico clínico associado a citologias (swab direto em lâmina) → Identificar doenças primárias de base TRATAMENTO → Terapia sistêmica com antifúngico: somente não utilizar se houver contraindicações. Ex: hepatopatia → Intraconazol: 5mg/kg/SID/21-28 dias ou 5mg/kg 2x por semana/3 semanas → Acompanhamento de enzimas hepáticas quinzenalmente → Menor risco de hepatotoxicidade quando comparado ao cetoconazol → Administrar com alimento → Tratamento tópico: o Terapia adjuvante a terapia oral ou em infecções localizadas. Ex: pododermatites associadas a malassezia o Shampoos a base de: miconazol, cetoconazol, clorexidina o Spray: miconazol, clotrimazol ou cetoconazol: lesões pontuais o Controle da causa base é fundamental < frustrante DERMATOFITOSE → Infecção dos tecidos ceratinizados causada por dermatófitos → Cães e gatos: Microsporum canis, Microsporum gypseum e Tricophyton mentagrophytes → Zoonose MICROSPORUM GYPSEUM → Geofílico – vive no solo e nos restos de materiais ceratinosos → Isolado em animais que vivem em ambiente externo → Não é adaptado para viver em animais, causando inflamação maior em áreas de contato com o solo como patas e focinho MICROSPORUM CANIS → Zoofílico – representa a maioria dos casos em cães e 98% dos casos em gatos → Isolamento indica necessidade de tratamento SINAIS CLÍNICOS – DERMATOFITOSE CANINA → Prurido variável, em geral pouco → Alopecia → Descamação → Lesões circunscritas, focais ou multifocais → Epilação fácil, pelos quebradiços, descamação, pústulas, exsudação, crostas e hiperpigmentação → LESÃO CLASSICA: área circular e descamação em cicatriz central → Animais jovens imunossuprimidos: lesões mais extensas com maior tempo de cura → Quérion: lesão nodular, arredondada, alopécica eritematosa, bem circunscrita e protuberante. Resulta da ruptura folicular, forunculose piogranulomatosa associada a infecção por dermatófito, exsudativa e crostosa. Face e membros M. gypseum. DERMATOFITOSE FELINA → DOENÇA CUTÂNEA INFECCIOSA MAIS COMUM → Qualquer idade – jovens, idosos, FIV, gatos de pelos longos maior predisposição → Crostas, descamação, perda de pelo (apresentação mais comum) → Pode haver alopecia simétrica → Pseudomicetoma: dermatite granulomatosa em fatos por M.canis, PERSA, dermatite nodular ulcerativa, normalmente estes gatos apresentam dermatofitose generalizada, fungo é sequestrado na derme e não se prolifera DIAGNÓSTICO → Sempre realizar cultura fúngica → Diagnósticos diferenciais: demodicose,piodermite, pênfigo, linfoma epidermotrópico → Lâmpada de wood => triagem => 50% dos pelos contaminados não brilham a luz de wood Exame microscópico direto dos pelos: esporos ectótricos Cultura fúngica: diag definitivo!! Identificação da espécie TRATAMENTO → GATOS: sempre utilizar tratamento sistêmico → CÃES: tratamento tópico com pomadas somente em casos de lesões localizadas → Tosar animais: diminui liberação de esporos e pelos contaminados no ambiente → Shampoo de miconazol → Itraconazol 10mg/kg/SID, 15 dias seguido de culturas. Tratar até se obter cultura negativa → Ambiente: aspirar superfícies, desinfecção com água sanitária 1:10 ESPOROTRICOSE → Sporothrix schenckii → Fungo saprófito, solo enriquecido com matéria orgânica, vegetal em decomposição, distribuição mundial, principalmente em regiões de clima tropical e temperado → Infecção ocorre por inoculação direta no tecido (ferimentos, arranhaduras, espinhos) → Zoonose → Raro em cães → Doença cutânea, linfática ou disseminada → Forma disseminada extremamente rara em cães, em gatos há evidências de infecções em outros órgãos => normalmente diagnosticado somente com necropsia SINAIS CLÍNICOS → Múltiplos nódulos subcutâneos ou dérmicos firmes na cabeça ou tronco → Podem ulcerar, drenar exsudato purulento formando crostas → Forma cutaneolinfática: nódulos nas partes distais dos membros com ascensão proximal da infecção através dos vasos linfáticos e pelo subsequente desenvolvimento de nódulos secundários, fistulas e linfadenopatia regional → Felinos: o Abscessos, celulite ou fistulas em lesões perfurantes que lembrar ferimentos por brigas que não respondem a antibióticos o Lesões cutâneas na cabeça especialmente nariz e na face, base da cauda e parte distal dos membros o DIAGNISTICO DIFERENCIAL PARA LESÃO TIPO “NARIZ DE PALHAÇO” em felinos: esporotricose, criptococose, neoplasia, micoses profundas o Nódulos subcutâneos que ulceram, exsudativos, crostosos, podendo haver necrose e exposição muscular ou óssea DIAGNÓSTICO → Citologia do exsudato: em gatos pode revelar S. schenckii, cães raramente aparece na citologia → Biópsia: histologia mostra inflamação piogranulomatosa difusa e nodular → Cultura: enviar amostra de exsudato da lesão. Cães: enviar amostra de tecido também TRATAMENTO → Itraconazol 5 a 10mg/kg/SID, por até 30 dias após a cura total de todas as lesões → Administrar com alimento, controle de enzimas hepáticas! → Iodeto de potássio solução oral: 40mg/kg/BID ou SID, com alimento → ATENÇÃO: maiores efeitos adversos PIODERMITES → Piodermite é o nome para qualquer infecção piogênica da pele: mais utilizado para infecções bacterianas cutâneas → Muito comuns na rotina clínica → Tratamento pode ser frustrante → Piodermite primária: decorrente de lesão transitória, não recorrente. Não há recidivas → Piodermite secundária: muito mais comum que a primária. Associado a doença base persistente ou recorrente, que compromete a resistência cutânea a infecção → Responde de forma temporária a terapia caso não seja tratada a causa base ocorrendo recidivas → Principal microrganismo: Staphylococcus intermedius PIODERMITE SUPERFICIAL → Dermatite úmida aguda e dermatite das dobras cutâneas → Nestas piodermites superficiais a colonização bacteriana é exclusiva da superfície da epiderme, sem invasão da camada córnea ou dos folículos pilosos PIODERMITES SUPERFICIAIS – DERMATITE UMIDA AGÚDA → Resultante do autotraumatismo da pele decorrente de afecção dolorosa ou pruriginosa primária levando a piodermite superficial focal → Sinais clínicos: lesão alopécica única, circunscrita, eritematosa, espessada e erosiva, exsudato na superfície, pelagem emaranhada no local. Início agudo => horas após o autotraumatismo como mastigação e lambedura do local. Dolorida → Diagnóstico: essencialmente clínico: histórico de auto traumatismo da pele, início aguda da sintomatologia, rápido desenvolvimento das lesões, aparência típica da lesão → Dermatofitose pode ter aparência parecida: ficar atento as diferenças clínicas entre as lesões → Tratamento: tratar causa primária o Tricotomia e limpeza da região com clorexidine => pode haver necessidade de anestesia ou sedação do paciente o Secar a lesão e utilizar como tratamento tópico: spray de rifamicina, pomada a base de nistatina e neomicina (PANALOG) o Sistêmico: prednisolona 0,5mg/kg/SID ou BID 5 a 7 dias o Dexametasona 0,05mg/kg. Não exceder 1mg/cão, IM, dose única. Dia seguinte iniciar pred. Rápido efeito anti-inflamatório e antipruriginoso o Antibioticoterapia sistêmica: utilizar quando houver suspeitas de foliculite ou forunculoses profundas PIODERMITE SUPERFICIAL: PIODERMITE DA DOBRA CUTÂNEA – INTERTRIGO → Dobras cutâneas profundas, atrito contra si mesma, irritação e maceração que leva a piodermite superficial. As dobras viram um ambiente quente, escuro e úmido, pouca circulação de ar, retendo secreções e ceratinócitos que favorecem a inflamação e crescimento exagerado de bactérias ou leveduras: S. intermedius, Malassezia pachydermatis → Sinais clínicos: inflamação e exsudação discreta, identificado pelo afastamento da dobra cutânea, lesão fétida. Em geral: o animal esfrega, lambe ou morde excessivamente essa área, podendo haver alopecia e eritema ao redor da dermatite → Diagnóstico: inspeção cuidadosa da dobra cutânea e constatação da inflamação, secreção e odor fétido o Citologia direta: imprint ou swab em lâmina => ajuda a identificar e quantificar melhor microrganismos oportunistas, auxiliando na escolha do principio ativo no tratamento tópico, reduzindo recidivas → Tratamento: limpeza, desinfecção e secagem. o Shampoo peroxido de benzoila o Secar manualmente o Adstringente tópico: neomicina em pó (manipulas ou anaseptil), pomada neomicina (panalog) → Prevenção: recidivante =>manter limpeza com clorexidina, 1 a 2x por semana pomada IMPETIGO → Piodermite superficial, onde a bactéria consegue penetrar na camada córnea com formação de pústulas subcomeadas. Estafilococos coagulase – positivos S. intermedius → Cães jovens antes da puberdade → Nutrição deficiente, ambiente sujo e infecção por ectoparasitas ou endoparasitas CINOMOSE SINAIS CLÍNICOS → Pústulas na região inguinal e no abdômen ventral → Quando se rompem, crostas amarelas e amarronzada → Eritema discreto e em geral não há prurido → Pode ser achado acidental no exame clínico do filhote DIAGNÓSTICO → Cães jovens, antes da puberdade, mediante a constatação de pústulas não foliculares em região inguinal e abdômen ventral, discreto eritema e ausência de prurido → EPP: investigar ectoparasitas: Demodex, Sarcoptes scabiei → Cultura bacteriana: raramente necessária, S. intermedius → Investigar parasitas intestinais, alimentação, controle de pulgas TRATAMENTO → Controle dos fatores predisponentes, melhorar condição nutricional, tratar endo e ectoparasitas → Tratamento tópico: geralmente é suficiente para o caso => banhos com shampoo de benzoila ou clorexidine 2x por semana por 2 a 3 semanas FOLICULITE SUPERFICIAL → Piodermite superficial: bactéria invade a abertura do folículo piloso causando inflamação → Secundária muito mais comum associada a doença primaria recidivante ou persistente, que modifica a resistência da pele à infecção. Até que se identifique a causa primaria a infecção responde apenas de forma temporária à terapia havendo recidiva SINAIS CLÍNICOS → Pápulas e pústulas ao redor do folículo piloso (hastes de pelo projetam-se no centro da pústula) base da pústula é prequentemente eritematosa, e o paciente apresenta prurido → Pode haver crostas e colaretes epidérmicos. Quandoa pele do tronco está acometida, a pelagem frequentemente assume uma aparência de pelos roídos por traças, alopecia acompanhada de lesões DIAGNÓSTICO → Pápulas a pústulas ao redor dos folículos pilosos. Na região inguinal no abdômen ventral e nas axilas, base da pústula eritematosa e o paciente apresenta prurido. → Exame citológico: a amostra de uma pústula intacta revele neutrófilos e cocos → Raspado de pele → Cultura bacteriana e atb: casos de foliculite recidivante que não respondem a terapia empírica, permite avaliar resistência bacteriana → Cultura de fungos: enviar caso não haja resposta a terapia. Muitos casos a foliculite causada por dermatófito pode ser clinicamente indistinguível de foliculite bacteriana TRATAMENTO → Tratamento da causa primaria → Banhos com shampoo de benzoila e clorexidine, 3 semanas → ATB: tabela, mínimo 21 dias consecutivos e por pelo menos 7 dias após a cura PIODERMITE PROFUNDA / FOLICULITE PROFUNDA / FORUNCULOSE → Infecção cutânea bacteriana que se estende além da epiderme, à derme e ocasionalmente aos tecidos subcutâneos → Inicia como foliculite superficial, estendendo- se mais profundamente no folículo piloso causando foliculite profunda → Etiologia: S. intermedius → Frequente a invasão secundária de outras bactérias aeróbicas como pseudomonas spp, Proteus spp e E.coli → Bactérias anaeróbicas: bacterioides spp, peptostreptococcus spp, fusobacterium spp, parphyromonas spp e clostridium spp → Raramente é uma doença primária SINAIS CLÍNICOS → Pápulas e pústulas maiores e nodulares, exsudação e formação de crostas, úlceras e fistulas, bolhas hemorrágicas → Regiões mais acometidas: axilar, inguinal, abdômen ventral, áreas de contato e submetidas a pressão, podendo se generalizar para todo o corpo do paciente → São doloridas e pruriginosas → Linfadenopatia periférica, anorexia, depressão, perda de peso, febre: indicação de sepse bacteremia DIAGNÓSTICO → Histórico e exame físico → Citologia de pele: neutrófilos, macrófagos, cocos, bastonetes, EPP, cultura bacteriana IMPORTANTE → Cultura fúngica: em casos refratários é outra causa de piodermite profunda e furunculose considerar diagnósticos diferenciais para: esporotricose, criptococose, Histoplasmose, aspergilose TRATAMENTO → Escolher sempre com base em cultura e antibiograma. Lembrar que provavelmente nesses casos o tratamento empírico já foi realizado → Tratamento tópico: tricotomia da área afetada ou tosa de todo o corpo (pelos longos) → Banhos com clorexidine ou peróxido de benzoila 4 a 8 semanas → Antibióticos sistêmicos: escolha com base cultura e antibiograma por 6 a 8 semanas consecutivas, casos graves pode ser até mais longo, manter medicação por pelo menos 2 semanas após a remissão completa das lesões PIODERMITES PROFUNDAS E SUPERFICIAIS RECIDIVANTES → Definição: piodermite que responde ao tratamento com antibiótico, mas recidiva frequentemente → Possíveis causas: tratamento inadequado => duração inadequada ou escolha errada de antibiótico. Ex: períodos de 10 a 14 dias de antibiótico => melhora das lesões clínicas, porém não propriamente cura completa da infecção → Glicocorticoides por longos períodos → Doença primaria não tratada: dermatite a picada de pulga, dermatite atópica, hipersensibilidade alimentar, demodex, escabiose, doenças endócrinas → Pulsoterapia antibiótica: uso continuo em dose subnormal => 500mg a cada 8h até cura clinica da piodermite, reduzir gradativamente a dose ao longo de várias semanas até obter 500mg BID e por fim 250 a 500 a cada 24/48h, em caso de recidiva repetir cultura antibiograma
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