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MORFOLOGIA BACTERIANA A Morfologia Bacteriana abarca diferentes formas e arranjos, tanto no aspecto macroscópico quanto no microscópico. Forma macroscópica: É possível observar a olho nu a morfologia da colônia, e não da bactéria em si. A velocidade de duplicação (tempo de geração) das bactérias é em média de 15 a 20 minutos (mas há algumas mais rápidas que realizam isso em até 7 minutos). Características específicas do tipo de organismo podem ser identificadas ao observar a sua colônia (ex.: tamanho, coloração, relevo, etc). O meio de cultura (diferencial) possibilita o crescimento de diferentes tipos de bactérias em cores distintas. Forma microscópica – Formas básicas: · Esférica (cocos): Grupo homogêneo em relação ao tamanho, sendo células menores (0,8 a 1,0 micrômetros) · Cilíndrica (bacilos): Forma de bastão, podendo ser longos ou delgados, pequenos ou grossos, com a extremidade reta ou arredondada. · Espiraladas · Espirilos: possuem corpo rígido e se movem às custas de flagelos externos · Espiroquetas: são flexíveis e bem finas. Locomovem-se provavelmente às custas de contrações do citoplasma Forma microscópica – Formas de transição: · Cocobacilos: bacilos muito curtos, parecendo cocos · Vibriões: espirilos muito curtos, assumindo formas de vírgula Arranjos: Os arranjos podem funcionar como critério para nomear as bactérias · Diplococos: aparecem aos pares · Estreptococos: forma uma cadeia (a bactéria vai se dividindo e não se separa) · Tétrade: 4 células · Sarcina: 8 células, como em um cubo · Estafilococos: arranjos irregulares, formando uma massa como um cacho de uva. · Diplobacilos: aos pares · Estreptobacilos: em forma de cadeia ESTRUTURAS DA CÉLULA BACTERIANA A célula bacteriana não possui compartimentalização (seu núcleo não está envolvido por membrana, estando agrupado em um local denominado zona nucleoide) e nem organelas membranosas. Há ribossomos (vistos como grânulos na MO). As bactérias possuem membrana plasmática e por vezes parede celular (a qual faz com que a bactéria possua uma forma definida e rígida). As seguintes estruturas estão sempre presentes na bactéria: 1. Nucleoide Zona em que fica compactado o material genético, estando associado a proteínas (as quais não são histonas, não confundir!). O DNA não é delimitado por membrana. Normalmente o DNA bacteriano é circular e único, sendo formado por uma fita dupla hélice superenovelada com 1mm de comprimento. 2. Membrana plasmática: Possui função de transporte e permeabilidade seletiva, assim como nos eucariotos. Além disso, nos procariontes, o processo de geração de energia ocorre na membrana plasmática, onde estão localizadas as enzimas para realização dos processos de produção energética. É formada por uma bicamada lipídica com proteínas transmembrana e poros. Os fosfolipídeos das membranas são formados por cabeças hidrofílicas com caudas hidrofóbicas. As funções da membrana são: · Transporte de solutos · Produção de energia · Biossíntese de macromeléculas: lipídios de membrana, peptidoglicanos, polissacarídeos extracelulares (em algumas) e duplicação de DNA. 3. Ribossomos Os ribossomos procariotos são diferentes dos eucariotos. Eles possuem tamanho diferente e as unidades de segmentação também são diferentes. A importância desta diferença é que alguns antibióticos inibem a síntese proteica apenas das bactérias, e não do hospedeiro, por possuírem afinidade com os ribossomos das células bacterianas, e não com os do ser humano. Os ribossomos bacterianos possuem uma subunidade 50s e uma 30s, sendo que cada antibiótico pode se ligar a uma ou a outra. Por atingirem o funcionamento das bactérias inespecificamente, estes antibióticos acabam atingindo as bactérias da flora também. 4. Citoplasma É formado por água, macronutrientes, compostos de baixo peso molecular e íons, sendo o sítio em que ocorrem as reações químicas Estruturas que nem sempre estão presentes em bactérias: 1. Parede celular: A maioria das bactérias possui, mas algumas não a apresentam. Suas funções são: · Manutenção da forma celular · Suportar a elevada pressão osmótica – proporciona proteção contra lise osmótica · Auxiliar na divisão celular A divisão em Gram positivas e Gram negativas ocorre devido a diferenças presentes na parede celular. Gram é uma coloração diferencial, que apresenta resultados diferentes dependendo dos componentes presentes na parede celular da bactéria. A coloração de Gram é feita a partir de 2 corantes: o cristal violeta (que é adicionado primeiramente) e o iodo (que é acrescentado em seguida). Juntos, estes dois corantes se ligam e formam um complexo: o complexo cristal violeta-iodo. Este complexo não consegue sair de dentro da bactéria, ficando aprisionado em seu interior. Adiciona-se em seguida álcool, realizando uma lavagem. Com a adição do álcool, algumas bactérias perdem o corante, enquanto outras o mantém. Para melhor visualização, adiciona-se a safralina (corante vermelho utilizado para corar as bactérias que perderam o corante e ficaram incolores com a adição do álcool). A bactéria gram positiva é a que fica corada em roxo e a gram negativa é a que fica corada em vermelho. Parede celular de bactéria Gram positiva: Possui várias camadas de peptidioglicanos (de modo que estes formam cerca de 90% da parede). Os peptideoglicanos são compostos exclusivos de bactérias, e são alvo da ação de antibióticos (ex.: penicilina atua inibindo a sua síntese). Os peptideoglicanos são formados por sequências de NAM (ácido N-acetilmurâmico) e NAG (N-acetilglicosamina). Cada camada da parede celular é formada por uma alternância de NAM e NAG. Cada cadeia (camada)se liga à outra por um tetrapeptídeo. As bactérias Gram positivas possuem ácido teicoico (polissacarídeo ácido com resíduo de glicerol fosfato ou ribitol fosfato). Estão relacionados com a adesão da bactéria a superfícies. Parede celular de bactéria Gram negativa: Ao contrário das bactérias Gram positivas, as Gram negativas possuem poucos peptideoglicanos (poucas camadas – cerca de 10% da parede). A sua parede celular é formada por uma membrana externa (a qual por vezes é responsável por levar a uma menor pearmibilidade da bactéria Gram negativa) e por um espaço periplasmático: · Espaço periplasmático: se localiza entre a membrana externa e membrana citoplasmática. Possui enzimas e atividade metabólica importante · Membrana externa: é marcada por lipopolissacarídeos (LPS – os quais funcionam como uma endotoxina ao serem liberados no organismo) e proteínas como porinas e lipoproteínas. Isso faz com que alguns antibióticos não a ultrapassem. A diferenciação da coloração Gram ocorre devido a uma desestruturação da membrana externa da parede celular da bactéria Gram negativa, fazendo com que ela se desintegre e assim o corante violeta saia, ficando incolor. O álcool não é capaz de desestruturar a membrana da Gram positiva, mantendo o complexo cristal violeta-iodo em seu interior · Os LPS são endotoxinas (toxinas que são parte integrante das bactérias Gram negativas e que só são liberadas após a lise celular). São formados por uma parte lipídica (tóxica) e uma parte formada por açúcar. A parte lipídica está ancorada na membrana (na bicamada lipídica) e a parte de açúcar se projeta para o meio externo. As manifestações dos efeitos tóxicos das bactérias ocorrem com a morte celular, quando a bactéria é lisada (e com isso as endotoxinas são liberadas). Por isso, ao se utilizar alguns antibióticos que rompem a bactéria, causa-se a ativação de macrófagos, levando a ativação do sistema complemento, leucocitose, liberação de citocinas, podendo levar a trombocitopenia, coagulação intravascular disseminada, febre, diminuição da circulação periférica, choque e morte. · Todo antibiótico para Gram negativa possui esse efeito em menor ou pior grau. Normalmente, estes efeitos indesejados são contornáveis e desaparecem após um período de tempo · As bactérias Gram negativas são pouco sensíveis à penicilina e às sulfonamidas 2. Fímbrias e Pili: · Fímbrias: São estruturas numerosas emais curtas do que os flagelos. Possuem função de adesão, podendo ser utilizadas para aderir a bactéria a receptores da célula hospedeira, por exemplo. Estão presentes apenas nas bactérias Gram negativas. · Pili: Realiza transferência de material genético (nas bactérias, o material genético pode ser transferido por transformação, transdução e conjugação, sendo este último o meio no qual o pili é utilizado). É uma estrutura maior do que as fímbrias, mas está presente em menor número (podendo ser único ou em poucas unidades). Conecta uma bactéria a outra, funcionando como um tubo para transportar o DNA. Estão normalmente presentes nas Gram negativas. 3. Flagelos: Se as bactérias apresentam flagelos, são bactérias móveis. Devido a isso, estas bactérias formam colônias não tão bem definidas quanto as formadas pelas não móveis. A locomoção é realizada por meio de movimento rotatório. Os flagelos são formados por proteínas chamadas de flagelinas, as quais formam longos filamentos que partem do corpo da bactéria e se estendem externamente ao meio. São classificados em: · Monotríquio: flagelo único · Anfitríquio: nas duas extremidades · Peritríquio: ao redor de toda célula · Lofotríquio: tufos (vários saindo em apenas uma extremidade) 4. Endosporos: São esporos formados no interior das bactérias para conferir-lhe resistência. Atuam como estrutura de sobrevivência em condições ambientais desfavoráveis. São as estruturas vivas mais resistentes conhecidas. São produzidas no interior das bactérias, sendo células altamente diferenciadas e que possuem pouca quantidade de água. São uma forma de sobrevivência, e não uma forma de reprodução. · Ex.: Bactérias sem endósporos podem possuir menores taxas de sobrevivência a altas temperaturas do que bactérias com endósporos. · São estruturas de importância para a indústria alimentícia (ex.: se a bactéria sobrevive a altas temperaturas, é mais difícil de eliminá-la antes da alimentação, e, se ela liberar exotoxinas, isto pode ser algo prejudicial para a saúde humana). · Processo de esporulação: a bactéria passa da forma vegetativa para a forma com esporos. Ocorre quando as condições estão desfavoráveis. · Processo de germinação: o esporo maduro se torna uma célula vegetativa quando as condições estão favoráveis. · São resistentes ao calor, desidratação, valores extremos de pH, radiação (principais gêneros: Bacillus e Clostridium) · A presença de esporos funciona como um fator de virulência da bactéria. 5. Plasmídeo: Porção de DNA acessório que pode ser transmitido de uma bactéria para outra. Carregam genes específicos. 6. Grânulos de reserva/Inclusão: Consistem em grânulos de substâncias armazenadas, sendo estas principalmente reservas energéticas. Exemplos: grânulos de glicogênio, amido, lipídeos, polifosfato, óxido de ferro (magnetossomos). 7. Glicocálice: É um revestimento feito de açúcares (polissacarídeos) que envolve a parede celular. Pode ser classificado em: · Cápsula: quando o glicocálice está bem organizado e firmemente aderido à parede celular. Normalmente, segue a forma da bactéria. É um fator de virulência, pois pode impedir a fagocitose. · Camada viscosa: está pouco organizado e fracamente aderido à parede celular. Pode ser utilizado na indústria alimentícia como espessante (goma xantana). · Pode auxiliar na adesão (ex.: placa bacteriana da cárie) e também funcionar como reserva energética (usa o açúcar em seu metabolismo). MORFOLOGIA BACTERIANA A Morfologia Bacteriana a barca diferentes formas e arranjos , tanto no aspecto macroscópico quanto no microscópico . Forma macroscópica : É possível observar a olho nu a morfologia da colônia , e não da bactéria em si. A velocidade de duplicação ( tempo de geração ) das bactérias é em média de 15 a 20 minutos ( mas há algumas mais rápidas que realizam isso em até 7 minutos ). Características específicas do tipo de organismo podem ser identificadas ao observar a sua colônia (ex.: tamanho, coloração, relevo , etc ). O meio de cultura (diferencial) possibilita o crescimento de dife rentes tipos de bactérias em cores distintas. Forma microscópica – Formas básicas: · Esférica (cocos ) : Grupo homogêneo em relação ao tamanho, sendo células menores (0,8 a 1,0 micrômetros) · Cilíndrica (bacilos): Forma de bastão, podendo ser longos ou delgado s, pequenos ou grossos, com a extremidade reta ou arredondada. · Espiraladas o Espirilos : possuem corpo rígido e se movem às custas de flagelos externos o Espiroquetas : são flexíveis e bem finas. Locomovem - se provavelmente às custas de contrações do citoplasma Forma microscópica – Formas de transição : · Cocobacilos : bacilos muito curtos, parecendo cocos MORFOLOGIA BACTERIANA A Morfologia Bacteriana abarca diferentes formas e arranjos, tanto no aspecto macroscópico quanto no microscópico. Forma macroscópica: É possível observar a olho nu a morfologia da colônia, e não da bactéria em si. A velocidade de duplicação (tempo de geração) das bactérias é em média de 15 a 20 minutos (mas há algumas mais rápidas que realizam isso em até 7 minutos). Características específicas do tipo de organismo podem ser identificadas ao observar a sua colônia (ex.: tamanho, coloração, relevo, etc). O meio de cultura (diferencial) possibilita o crescimento de diferentes tipos de bactérias em cores distintas. Forma microscópica – Formas básicas: Esférica (cocos): Grupo homogêneo em relação ao tamanho, sendo células menores (0,8 a 1,0 micrômetros) Cilíndrica (bacilos): Forma de bastão, podendo ser longos ou delgados, pequenos ou grossos, com a extremidade reta ou arredondada. Espiraladas o Espirilos: possuem corpo rígido e se movem às custas de flagelos externos o Espiroquetas: são flexíveis e bem finas. Locomovem-se provavelmente às custas de contrações do citoplasma Forma microscópica – Formas de transição: Cocobacilos: bacilos muito curtos, parecendo cocos
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