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Apg 22 1. Compreender a fisiologia e histologia do estomago 2. Entender o funcionamento do fígado 3. Entender a fisiologia da vesicula biliar › digestão enzimática dos alimentos (continuação da digestão de carboidratos iniciado na boca, adição de um fluido ácido (HCL) › digestão parcial de proteínas e triglicerídeos e produção de fator intrínseco e hormônios › reservatório e mistura do bolo alimentar anatomia Localização: parte superior do abdômen anteriormente ao pâncreas, vasos esplênicos e rim esquerdo e posterior à parede abdominal anterior e lobo inferior esquerdo do fígado. Dividido em: 1. Cárdia: Região de transição entre o esôfago e estômago e que circunda o óstio cardíaco. O óstio cárdico é a abertura do esôfago no estômago. 2. Fundo gástrico: Tem formato de cúpula, se localizando acima e a esquerda do óstio cárdico, estando em contato com o pilar esquerdo do diafragma; a incisura cardíaca está situada entre o esôfago e o fundo gástrico; 3. Corpo gástrico: Parte maior do estômago, se estendendo do fundo até a incisura angular; 4. Antro pilórico: Uma linha desenhada da incisura angular até a parte final da curvatura maior, marca o início do antro e delimita o final do fundo. O antro se estende desta linha até o sulco intermédio, onde o estômago se estreita para se tornar o canal pilórico. 5. Parte pilórica: A região afunilada de saída do estômago, sendo o óstio pilórico sua região esfincteriana distal que controla a liberação do quimo para o duodeno; **Além disso, apresenta 2 curvaturas (maior e menor). E seu interior é coberto por mucosa contínua que protege contra os ácidos secretados pelas glândulas gástricas. Quando contraída a mucosa gástrica forma as pregas gástricas. Cada região anatômica apresenta glândulas especializadas diferentes: 1. Cardia: glândulas são formadas por células produtoras de muco, endócrinas e indiferenciadas; 2. Fundo e Corpo: as glândulas fúndicas (ou gástricas), compostas por: - Células parietais ou oxínticas (que produzem ácido clorídrico e fator intrínseco); - Principais ou zimogênicas (produzem pepsinogênio, renina e lipase gástrica); - Enteroendócrinas (células D, enterocromafins, enterocromafins-like) - Mucosas do colo - Células tronco 3. Antro: glândulas pilóricas contêm principalmente células endócrinas (células G, D e enterocromafins). Histologia Mucosa: composta por epitélio, lâmina própria e a muscular da mucosa. É formada por camada simples de epitélio colunar formando depressões (glândulas gástricas), especializado na secreção de muco que, juntamente com o bicarbonato, participa da proteção contra ácido, pepsina e patógenos. Seu citoplasma apical é repleto de vesículas de glicoproteínas, o que o torna palidamente corado com HE. O núcleo é oval e basal. ** Muscular da mucosa: comprime as glândulas do estômago, auxiliando na liberação da secreção. secreção. A camada muscular promove a agitação necessária para a mistura do alimento com as secreções da mucosa gástrica. A subcamada circular espessa-se no esfíncter pilórico, que impede a passagem do alimento até que ele seja convertido em quimo e força este para o intestino delgado. **O estômago é delimitado pela serosa, exceto em uma pequena região na parte posterior, próxima à cárdia, onde há adventícia. Submucosa: constituída, em grande parte, por tecido conjuntivo frouxo com fibrilas de colágeno e elastina. Os troncos nervosos, os vasos sanguíneos e os vasos linfáticos de maior calibre, da parede intestinal, estão na submucosa, juntamente com um dos plexos do sistema nervoso entérico (SNE), o plexo submucoso (plexo de Meissner). Camada Muscular: consiste em duas camadas substanciais de células musculares lisas: camada circular interna e camada longitudinal externa. Entre as camadas circular e longitudinal do músculo está o plexo mioentérico (plexo de Auerbach). As contrações da camada muscular externa misturam e fazem circular o conteúdo do lúmen, além de impulsioná-lo ao longo do trato GI. Camada Serosa: é formada por epitélio pavimentoso simples/mesotélio. É rica em vasos sanguíneos e linfáticos, além de tecido adiposo. Na cavidade abdominal, a serosa que reveste os órgãos é denominada peritônio visceral e está em continuidade com o mesentério (membrana fina que é revestida por mesotélio dos dois lados), que sustenta os intestinos, e com o peritônio parietal, membrana serosa que reveste que reveste a parede da cavidade abdominal. **O istmo tem o interior recoberto com células mucosas superficiais e poucas células parietais. As células mucosas do colo estão localizadas no estreito colo da glândula. **As células parietais ou oxínticas, que secretam HCl e o fator intrínseco (envolvido na absorção da vitamina B12), e as células principais ou pépticas, que secretam pepsinogênio, estão localizadas na profundidade da glândula. **Glândulas fúndicas (ou gástricas) contêm também células semelhantes a células enterocromafins TIPOS DE CÉLULAS: Células-tronco: Proliferam originando as demais células. São situadas principalmente na parte superior da glândula. São pequenas, colunares, com núcleo ovoide, basal e com nucléolo proeminente; Células mucosas do colo: São menores do que as células mucosas superficiais. O núcleo é basal, esférico geralmente, comprimido pelas vesículas de secreção. O muco produzido é solúvel e mistura-se ao quimo, diminuindo sua viscosidade e diminuindo o atrito quando este se move ao longo do trato digestivo; Células oxínticas (parietais): São grandes e piramidais, com núcleo esférico. O citoplasma é eosinófilo por conta do transporte de íons para a produção de ácido clorídrico. As células oxínticas sintetizam o fator intrínseco. Esse fator liga-se à vitamina B12 (cobalamina), e o complexo é absorvido no íleo. **Essa vitamina age como coenzima na replicação celular e na hematopoese, e sua deficiência resulta em anemia perniciosa. Como o fígado armazena grande quantidade de cobalamina, a deficiência dessa vitamina demora vários meses para aparecer após a parada de produção do fator intrínseco. Células zimogênicas (ou principais): Possuem uma forma colunar, com citoplasma basófilo. Produzem pepsinogênio, que, no pH ácido da luz do estômago, é ativada em pepsina, a qual fragmenta as proteínas; também produz lipase gástrica e renina. Células enteroendócrinas: São pequenas em forma de garrafa. O núcleo é central. Sintetizam histamina, que estimula a produção de ácido clorídrico; somatostatina, que inibe a secreção de outros hormônios, inclusive a gastrina e a secreção de ácido clorídrico; peptídeo intestinal vasoativo (VIP), que aumenta a motilidade intestinal e estimula a eliminação de água e íons pelo trato gastrointestinal; colecistoquinina, que estimula a liberação de hormônio pancreático e a contração da vesícula biliar; secretina, que estimula a secreção de fluído rico em bicarbonato pelo pâncreas; gastrina, aumenta a secreção de HCl, motilidade gástrica (principalmente contração da região pilórica e relaxamento do esfíncter pilórico, regulando oesvaziamento gástrico) e a proliferação das células regeneradoras do corpo do estômago. Fisiologia 3 funções motoras: ›Armazenamento de alimento ›Mistura e propulsão ›Esvaziamento ›Proteção 1. A função de armazenamento do estomago ›Quando o alimento entra no estomago, formam-se círculos concêntricos de alimento na porção oral (corpo) do estomago. › O estomago distende sua parece mediante o reflexo vagovagal/relaxamento receptivo- estômago → tronco encefálico → estomago, reduzindo o tônus da parede muscular do corpo e mantendo a pressão normal. 2. Mistura e propulsão do alimento no estomago › Digestão química: Realizada por secreções de enzimas. Digestão parcial de proteínas (pepsina) e triglicerídeos (lipases gástricase linguais). › Digestão mecânica Enquanto o alimento estiver no estomago, ondas constritivas periféricas fracas – ONDAS DE MISTURA – começam na parte inicial e medial em direção a parte final do estomago. Essas ondas são desencadeadas pelo ritmo elétrico básico da parede (ondas elétricas lentas que ocorrem espontaneamente na parede gástrica). À medida que as ondas de mistura vão descendo, vão ganhando intensidade e algumas ficam super intensas gerando o POTENCIAL DE AÇÃO PERISTÁLTICA, formando ANÉIS CONSTRITIVOS que irão forçar a comida continuar descendo em direção ao piloro. Cada vez que uma onda peristáltica percorre do antro para o piloro, comprime o conteúdo alimentar fazendo uma pequena parte passar para o duodeno e outra parte é lançado de volta na direção do corpo do estomago, se misturando novamente. Entra em ação a ejeção retrógrada, denominada “retropulsão”. As ondas peristálticas, além de causarem a mistura no estômago, também promovem a ação de bombeamento, denominada “bomba pilórica”. 3. Esvaziamento do estomago › É promovido por intensas contrações peristálticas no antro (bomba pilórica) › Sua redução se deve a graus variados de resistência à passagem do quimo pelo piloro. › O volume de alimentos maior promove maior esvaziamento gástrico. › O esvaziamento vai ocorrer, pois, a dilatação da parede do estomago desencadeia reflexos mioentéricos locais que acentuam bastante a atividade da bomba pilórica (bombeamento) e ao mesmo tempo inibem o piloro. 4. Regulção Do estomago – elemento saia do estomago, tem função mais excitatória. Fatores: Dilatação da parede, Reflexo mioentéricos locais, Aumento da peristalse e inibição do piloro, Hormônio gastrina – ela é liberada na região do antro, ele é liberado através do estimulo da dilatação da parede (quando o alimento chega) e quando a proteína é digerida, liberando o HCl. Do duodeno – função inibitória, pois só consegue digerir uma parte do alimento que chega. Fatores: Volume excessivo do quimo no duodeno e de muito ácido. Reflexos inibem o esvaziamento (diminui peristalse e aumenta contração do esfíncter) - Vias do reflexo inibitório: Sistema nervoso entérico Nervos extrínsecos Nervo vago. - Feedback hormonal: Gordura no intestino delgado Colecistocinina (CCK)/secretina/GIP Bloqueia o aumento da motilidade gástrica pela gastrina 5. Proteção › Destruir bactérias e patógenos. › É a maior glândula do corpo, desempenha inúmeras funções metabólicas e excretoras e de armazenamento › Localização: está situado inferior ao diafragma na parte superior direita da cavidade abdominal. Está quase inteiramente dentro da caixa torácica (proteção). Tem formado de cunha. Hipocôndrio direito e epigástrico. › Está dividido anatomicamente em 4 lóbulos: lobo hepático direito e esquerdo, lobo quadrado e lobo caudado **São divididos pelo ligamento falciforme (anterior) e fissura do ligamento redondo (posteroinferior) › Organizado em hexágonos, que são linhas dehepatócitos (celulas funcionais do figado) que formam os lóbulos hepaticos › Em cada um desses hexágonos apresenta na extremidade ramos da tríade portal: Ramo da Veia Porta, Ramo da artéria hepática e ducto biliar › Essa tríade porta drena por meio dos sinusoides hepáticos que conflui para as veias centrais - veias hepáticas – VCI **SINUSOIDES HEPATICOS: apresentam fenestrações que permitem a passagem moléculas grandes como a albumina. Abaixo dos sinusoides estão localizados o Espaço Disse, no qual contém as células estreladas que armazenam retinoides, colágenos e fatores de crescimento Funcoes 1. Metabolização Metabolismo de Carboidratos: armazena glicogênio e faz gliconeogênese pela conversão de substratos em glicose Tamponamento de glicose: remove o excesso de glicose do sangue e a devolve quando necessário Metabolismo de Proteínas: faz a desaminação de aminoácidos, formando ureia. Forma proteínas plasmáticas e de transporte (lipoproteínas), sintetiza todos os aminoácidos não essenciais e contribui para a produção de proteínas da coagulação **Vitamina K: necessária para o fígado na síntese de protrombina e outros fatores de coagulação Metabolismo de Lipídeos: Os ácidos graxos podem ser clivados para a produção de energia e corpos cetonicos – glicose para o metabolismo é limitada – cetose Ácidos graxos e seus produtos metabólicos – usados para a síntese de colesterol lecitina, lipoproteínas, e outros lipídeos complexos sintetiza a maioria das lipoproteínas necessárias para o corpo, bem como grandes quantidades de colesterol e de fosfolipídios. (50% do colesterol sintetizado pelo fígado são convertidos em ácidos biliares, os quais desempenham papéis importantes na digestão e na absorção dos lipídeos) Lipoproteínas: são utilizadas no transporte de vários lipídeos para outras partes do corpo 1. QUILOMICRON – fabricada no trato digestório (pós digestão dos lipídeos) . (Vai para o Fígado) 2. VLDL – recebe mais apoproteinas e colesterol (vai para os tecidos do corpo trocando lipídeos com as células alvo, e volta para o fígado podendo receber mais colesterol e apoproteinas. 3. LDL (baixa densidade) – tem muito mais colesterol que triglicerídeos. Ele pode voltar pro fígado (pode voltar para o fígado ou continuar circulando em outros tecidos) 4. HDL (alta densidade) – menos triglicerideos. Ele consegue voltar pro fígado e doar colesterol e lipídeos para ele. Movimento reverso. 2. Destoxificação É altamente ativo na remoção de partículas do sangue porta, como um pequeno número de bactérias colônias que podem atravessar a parede intestinal em circunstâncias normais e escapar dos linfonodos, mas que seriam potencialmente prejudiciais se tivessem acesso ao restante da circulação Feito por células especializadas relacionadas com os macrófagos sanguíneos/células de Keffer. Trata-se de fagócitos altamente efetivos, que tem uma localização estratégica para serem expostos a ̀ maior parte do fluxo sanguíneo que se origina do intestino. Também destoxifica toxina e fármacos 3. Armazenamento Faz o armazenamento de vitaminas e de ferro › A vesícula é um saco que repousa em uma depressão na face visceral do lobo direito do fígado. › Possui a função de armazenas e concentrar a bile produzida pelo fígado. › O máximo que a vesícula consegue armazenar de bile é de 30 a 60 ml. O que é a bile? A bile contém ácidos biliares (65%), colesterol (4%), fosfolipídios (20%), bilirrubina e pigmentos biliares (0,3%) e é responsável pela formação de micelas, devido a característica anfipática dos ácidos biliares conjugados e não conjugados, além de auxiliar na absorção das vitaminas lipossolúveis. Ela é uma secreção produzida pelo fígado e armazenada na vesícula biliar. › Ácidos biliares: Emulsificam os lipídios e formam micelas. No pH quase neutro do intestino os ácidos biliares são conjugados com glicina e taurina, que são sais biliares, se transformando em sais secundários. **Emulsificar significa diminuir a tensão superficial das partículas permitindo que a agitação no trato intestinal as quebre em partículas menores. › Colesterol: Precursor dos ácidos biliares, ou seja, depois de ser metabolizado no fígado se converte em ácido cólico e ácido quenodesoxicólico, que são sais primários. ›Bilirrubina e pigmentos biliares: Formados a partir da degradação de hemácias envelhecidas no baço. Circulação entero-hepática: Circulação dos ácidos biliares, bilirrubina, drogas ou outras substâncias a partir do fígado para a bile, seguido da entrada no intestino delgado, a absorção pelo enterócito (No intestino delgado formam vilosidades e microvilosidades aumentando a área absortiva) e transporte de volta para o fígado. Entre as refeições a bile é desviada do fígado para a vesícula onde ela é concentrada, ou seja, onde são extraídoságua, sódio, cloreto e bicarbonato. O estímulo para essa liberação é a chamada colecistocinina ou colecistoquinina (CCK), um hormônio gastro-intestinal que estimula a contração da vesícula biliar. Já após 30 minutos depois da refeição há a contração da vesícula biliar e relaxamento do esfíncter de Oddi, o que vai fazer a bile ir para o duodeno. É a secretina, via corrente sanguínea que estimula a secreção da bile dos ductos hepáticos para a vesícula biliar **Cálculos biliares: A inflamação do epitélio da vesícula biliar, muitas vezes em consequência de infecção crônica de baixo grau, pode também alterar as características absortivas da mucosa da vesícula biliar, às vezes, permitindo a absorção excessiva de água e de sais biliares, mas não de colesterol na vesícula biliar, e, como consequência, a concentração de colesterol aumenta. O colesterol passa a precipitar primeiro, formando pequenos cristais na superfície da mucosa inflamada que, então, crescem para formar os grandes cálculos biliares. Referências: JUNQUEIRA, L. C.; CARNEIRO, J.; ABRAHAMSOHN, P. Histologia básica: texto e atlas. 13. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017. Moore, Keith L.; DALLEY, Arthur F.. Anatomia orientada para a clínica. 6 ed. Rio De Janeiro: Editora Guanabara Koogan S.A., 2011. BARRET, Kim. E. Fisiologia gastrintestinal. HALL, John E. GUYTON & Hall Tratado de Fisiologia Médica. 12. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011 – 07 ex. MARIEB, Elaine N.; HOEHN, Katja. Anatomia e Fisiologia, 3ª edição. Porto Alegre. Editora ArtMed, 2009.
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