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APG 26 - Intestino Delgado, Pâncreas, Fígado e Vesícula Biliar

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 @jumorbeck 
 
Intestino Delgado 
↠ O intestino delgado é composto por três partes: 
duodeno, jejuno e íleo (SEELY, 10ª ed.). 
 
↠ O intestino delgado inteiro possui cerca de 6 m de 
comprimento (variando de 4,6 a 9 m) (SEELY, 10ª ed.). 
↠ O duodeno possui cerca de 25 cm de comprimento 
(duodeno refere-se a doze, sugerindo que ele possui 12 
polegadas de comprimento) (SEELY, 10ª ed.). 
↠ O jejuno, que compõe dois quintos do comprimento 
total do intestino delgado, possui cerca de 2,5 m de 
comprimento (SEELY, 10ª ed.). 
↠ O íleo, que corresponde a três quintos do 
comprimento do intestino delgado, possui cerca de 3,5 m 
de comprimento (SEELY, 10ª ed.). 
↠ As duas principais glândulas acessórias, o fígado e o 
pâncreas, estão associadas ao duodeno (SEELY, 10ª ed.). 
↠ A maior parte da digestão e absorção de nutrientes 
ocorre em um tubo longo chamado intestino delgado. Por 
causa disto, sua estrutura é especialmente adaptada a 
estas funções (TORTORA, 14ª ed.). 
↠ O intestino delgado é o local onde ocorre grande parte 
da digestão. A cada dia, cerca de 9 L de água entram no 
sistema digestório. Isso inclui a água que é ingerida e as 
secreções fluidas produzidas pelas glândulas ao longo do 
trato digestório. Grande parte da água (8 a 8,5 L) move-
se por osmose, junto com os solutos absorvidos, para 
fora do intestino delgado. Uma pequena quantidade (0,5 a 
1 L) chega ao cólon (SEELY, 10ª ed.). 
↠ O seu comprimento isoladamente já fornece uma 
grande área de superfície para a digestão e a absorção, 
e a área é aumentada ainda por pregas circulares, 
vilosidades e microvilosidades (TORTORA, 14ª ed.). 
↠ O intestino delgado começa no músculo esfíncter do 
piloro do estômago, serpenteia a parte central e inferior 
da cavidade abdominal e, por fim, se abre no intestino 
grosso (TORTORA, 14ª ed.). 
ANATOMIA E HISTOLOGIA DO INTESTINO DELGADO 
DUODENO 
↠ O duodeno forma um ângulo de quase 180 graus 
conforme se curva no interior da cavidade abdominal, e a 
cabeça do pâncreas repousa sobre esse arco (SEELY, 10ª 
ed.). 
↠ O duodeno começa com uma pequena parte superior 
que deixa o piloro e termina em uma curvatura 
acentuada, onde se junta ao jejuno. No duodeno, cerca 
de dois terços abaixo da parte descendente, são 
encontradas duas pequenas aberturas: a papila duodenal 
maior e a papila duodenal menor. Ductos provenientes do 
fígado e/ou do pâncreas abrem-se nessas papilas (SEELY, 
10ª ed.). 
 
↠ A superfície do duodeno possui diversas modificações 
que aumentam a sua área em cerca de 600 vezes para 
permitir que a digestão e a absorção dos alimentos sejam 
mais eficientes (SEELY, 10ª ed.). 
↠ A mucosa e a submucosa formam uma série de 
pregas chamadas pregas circulares, que se apresentam 
perpendiculares ao eixo longitudinal do trato digestório 
(SEELY, 10ª ed.). 
Quando observado a olho nu, o revestimento do intestino delgado 
apresenta uma série de pregas permanentes, plicae circularis, em 
forma semilunar, circular ou espiral, que consistem em dobras da 
mucosa e da submucosa. .Essas pregas são mais desenvolvidas no 
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 @jumorbeck 
 
jejuno e, embora sejam frequentemente observadas no duodeno e 
no íleo, não são características desses órgãos (JUNQUEIRA, 13ª ed.). 
 
↠ Estreitas projeções da mucosa, com formato 
semelhante a dedos, formam as vilosidades, que possuem 
0,5 a 1,5 mm de comprimento. Cada vilosidade é revestida 
por epitélio simples colunar e contém uma rede de 
capilares sanguíneos e um capilar linfático chamado lácteo 
(SEELY, 10ª ed.). 
 
↠ Grande parte das células que revestem a superfície 
das vilosidades possui numerosas extensões citoplasma 
ticas (cerca de 1 m de comprimento) chamadas 
microvilosidades, que aumentam ainda mais a área de 
superfície. As microvilosidades combinadas sobre toda a 
superfície epitelial formam a borda em escova. Essas 
diversas modificações aumentam a área do intestino 
delgado, aumentando muito a absorção (SEELY, 10ª ed.). 
 
 
↠ A mucosa do duodeno é um epitélio colunar simples 
com quatros principais tipos celulares: (SEELY, 10ª ed.). 
1- células absortivas: que são células com 
microvilosidades que produzem enzimas e 
absorvem o alimento digerido (SEELY, 10ª ed.). 
Também conhecidas como enterócitos, essas 
células contêm muitas mitocôndrias porque a 
absorção dos nutrientes digeridos é um 
processo que exige grande quantidade de 
energia. Eles também contêm um retículo 
endoplasmático abundante que transforma as 
moléculas de lipídio recém-absorvidas em 
complexos lipídico-proteicos chamados 
quilomicrons. Depois de produzidos, os 
quilomicrons entram nos capilares linfáticos 
(“lácteos”), a forma que a gordura absorvida 
entra na circulação. (MARIEB, 7ª ed.). 
Células absortivas são células colunares altas, cada uma com um núcleo 
oval em sua porção basal. No ápice de cada célula, a membrana 
plasmática se projeta para o lúmen (microvilosidade), criando a borda 
em escova (JUNQUEIRA, 13ª ed.). 
2- células caliciformes: que produzem o muco 
protetor (SEELY, 10ª ed.). 
Células caliciformes estão distribuídas entre as células absortivas. Elas 
são menos abundantes no duodeno e aumentam em número em 
direção ao íleo. Essas células produzem glicoproteínas ácidas do tipo 
mucina que são hidratadas e formam ligações cruzadas entre si para 
originar o muco, cuja função principal é proteger e lubrificar o 
revestimento do intestino (JUNQUEIRA, 13ª ed.). 
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 @jumorbeck 
 
3- células granulares, ou células de Paneth: que 
auxiliam na proteção do epitélio intestinal contra 
as bactérias (SEELY, 10ª ed.). 
Células de Paneth, localizadas na porção basal das criptas intestinais, 
são células exócrinas com grandes grânulos de secreção eosinofílicos 
em seu citoplasma apical. Esses grânulos contêm lisozima e defensina, 
enzimas que podem permeabilizar e digerir a parede de bactérias. Em 
virtude de sua atividade antibacteriana, a lisozima também exerce 
controle sobre a microbiota intestinal (JUNQUEIRA, 13ª ed.). 
4- células endócrinas: que produzem os hormônios 
reguladores. 
↠ As células epiteliais são produzidas no interior de 
invaginações tubulares da mucosa, chamadas glândulas 
intestinais, ou criptas de Lieberkühn, na base das 
vilosidades (SEELY, 10ª ed.). 
Células epiteliais não diferenciadas revestem as glândulas intestinais e 
renovam o epitélio mucoso dividindo-se e movendo-se 
permanentemente sobre as vilosidades. Elas estão entre as células que 
se dividem mais rapidamente no corpo, renovando completamente o 
epitélio interno do intestino delgado a cada 3 -6 dias. Essa substituição 
rápida é necessária porque cada célula epitelial não consegue suportar 
por muito tempo os efeitos destrutivos das enzimas digestórias na luz 
do intestino (MARIEB, 7ª ed.). 
↠ As células absortivas e caliciformes migram das 
glândulas intestinais até a superfície das vilosidades e 
eventualmente se desprendem dessas extremidades 
(SEELY, 10ª ed.). 
↠ As células endócrinas e granulares permanecem na 
base das glândulas (SEELY, 10ª ed.). 
↠ A lâmina própria do intestino delgado é composta por 
tecido conjuntivo frouxo com vasos sanguíneos e 
linfáticos, fibras nervosas e fibras musculares lisas 
(JUNQUEIRA, 13ª ed.). 
↠ A muscular da mucosa não apresenta qualquer 
peculiaridade nesse órgão (JUNQUEIRA, 13ª ed.). 
↠ A submucosa do duodeno contém glândulas mucosas 
tubulares alveolares chamadas glândulas duodenais, ou 
glândulas de Brunner, que se abrem na base das glândulas 
intestinais (SEELY, 10ª ed.). Essas glândulas secretam um 
muco alcalino rico em bicarbonato que ajuda a neutralizar 
a acidez do quimo do estômago e contribui para a camada 
protetora de muco na superfície interna do intestino 
delgado (MARIEB, 7ª ed.). 
O intestino delgado contém muitas áreas de tecido linfático. O tecido 
linfático associado a mucosa (MALT) é encontrado na camada mucosa 
de todo o intestino e os nódulos linfáticosagregados (placas de Peyer) 
estão situados na submucosa do íleo (MARIEB, 7ª ed.). 
Cada placa consiste em 10 a 200 nódulos e é visível a olho nu como 
uma área oval no lado antimesentérico do intestino. Em vez de células 
absortivas, seu epitélio de revestimento consiste em células M 
(JUNQIEORA, 13ª ed.). 
 
 
 
↠ As camadas musculares são bem desenvolvidas nos 
intestinos, compostas de uma túnica circular interna e 
outra túnica longitudinal externa (JUNQUEIRA,13ª ed.). 
JEJUNO E ÍLEO 
↠ O jejuno e o íleo são similares ao duodeno em 
estrutura. Entretanto, a partir do duodeno em direção ao 
íleo, existe uma diminuição gradual no diâmetro do 
intestino delgado, na espessura da parede intestinal, na 
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quantidade de pregas circulares e na quantidade de 
vilosidades (SEELY, 10ª ed.). 
↠ O duodeno e o jejuno são os principais locais de 
absorção de nutrientes, embora alguma absorção ocorra 
no íleo (SEELY, 10ª ed.). 
↠ Os nódulos linfáticos chamados de placas de Peyer são 
muito numerosos na mucosa e na submucosa do íleo. As 
placas de Peyer e outros tecidos associados à mucosa no 
trato digestório iniciam a resposta imune contra 
microrganismos que entram na mucosa a partir dos 
alimentos ingeridos (SEELY, 10ª ed.). 
Células M (microfold) são células epiteliais especializadas que recobrem 
folículos linfoides das placas de Peyer, localizadas no íleo. Essas células 
são caracterizadas por numerosas invaginações basais que contêm 
muitos linfócitos e células apresentadoras de antígenos, como os 
macrófagos. Células M podem captar antígenos por endocitose e 
transportá-los para os macrófagos e células linfoides subjacentes, as 
quais migram então para outros compartimentos do sistema linfoide 
(nódulos), onde respostas imunológicas contra esses antígenos são 
iniciadas (JUNQUEIRA, 13ª ed.). 
Células M representam, portanto, um elo importante na defesa 
imunológica intestinal. A lâmina basal sob as células M é descontínua, 
facilitando o trânsito de células entre o tecido conjuntivo e as células 
M (JUNQUEIRA, 13ª ed.). 
↠ O local onde o íleo se une ao intestino grosso é 
chamado de junção ileocecal. Ela possui um anel de 
músculo liso, o esfíncter ileocecal, e uma válvula ileocecal 
de direção única, que permitem que o conteúdo intestinal 
se mova do íleo para o intestino grosso, mas não na 
direção oposta (SEELY, 10ª ed.). 
FUNÇÃO MOTORA 
↠ A mistura e a propulsão do quimo são as principais 
funções mecânicas do intestino delgado. Essas funções 
são realizadas com a ajuda de contrações segmentares 
e peristálticas realizadas pelo músculo liso da parede do 
intestino delgado e propagadas por curtas distâncias 
(SEELY, 10ª ed.). 
↠ As contrações segmentares misturam os conteúdos 
intestinais, e as contrações peristálticas propelem-nos ao 
longo do trato digestório. Frequentemente, as contrações 
peristálticas intestinais são continuações das contrações 
peristálticas que iniciam no estômago (SEELY, 10ª ed.). 
↠ As contrações deslocam-se em uma taxa de 
aproximadamente 1 cm/min. Os movimentos são um 
pouco mais rápidos no terminal proximal do intestino 
delgado e um pouco mais lentos no terminal distal. Em 
geral, são necessárias 3 a 5 horas para o quimo mover-
se da região pilórica até a junção ileocecal (SEELY, 10ª ed.). 
↠ Estímulos locais químicos e mecânicos são 
especialmente importantes na regulação da motilidade no 
intestino delgado. A contração do músculo liso aumenta 
em resposta à distensão da parede intestinal. Soluções 
hipertônicas ou hipotônicas, soluções com baixo pH, e 
certos produtos da digestão, como aminoácidos e 
peptídeos, também estimulam as contrações do intestino 
delgado (SEELY, 10ª ed.). 
A estimulação pelas fibras nervosas parassimpáticas também pode 
aumentar a motilidade intestinal, mas as influências parassimpáticas no 
intestino não são tão importantes como as que atuam no estômago 
(SEELY, 10ª ed.). 
CONTRAÇÕES DE MISTURA (CONTRAÇÕES DE 
SEGMENTAÇÃO) 
↠ Quando a porção do intestino delgado é distendida 
pelo quimo, o estiramento da parede intestinal provoca 
contrações concêntricas localizadas, espaçadas ao longo 
do intestino e com duração de fração de minuto 
(GUYTON, 13ª ed.). 
↠ As contrações causam “segmentação” do intestino 
delgado. Isto é, elas dividem o intestino em segmentos, o 
que lhe dá aparência de um grupo de salsichas (GUYTON, 
13ª ed.). 
↠ Quando uma série de contrações de segmentação se 
relaxa, outra se inicia, mas as contrações ocorrem em 
outros pontos entre os anteriores contraídos. Assim, as 
contrações de segmentação “dividem” o quimo duas a 
três vezes por minuto, promovendo por esse meio a 
mistura do alimento com as secreções do intestino 
delgado (GUYTON, 13ª ed.). 
 
 
 
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↠ A frequência máxima das contrações de segmentação 
no intestino delgado é determinada pela frequência das 
ondas elétricas lentas na parede intestinal, que é o ritmo 
elétrico básico. Como a frequência dessas ondas não 
ultrapassa 12 por minuto no duodeno e no jejuno proximal, 
a frequência máxima das contrações de segmentação 
nessas áreas é também de cerca de 12 por minuto; 
entretanto, essa frequência máxima ocorre apenas sob 
condições extremas de estimulação (GUYTON, 13ª ed.). 
↠ No íleo terminal, a frequência máxima normalmente é 
de 8 a 9 contrações por minuto (GUYTON, 13ª ed.). 
↠ As contrações de segmentação ficam extremamente 
fracas, quando a atividade excitatória do sistema nervoso 
entérico é bloqueada pelo fármaco atropina. Assim, muito 
embora sejam as ondas lentas, no próprio músculo liso, 
que causam as contrações de segmentação, essas 
contrações não são efetivas sem a excitação de fundo 
do plexo nervoso mioentérico (GUYTON, 13ª ed.). 
MOVIMENTOS PROPULSIVOS 
↠ O quimo é impulsionado pelo intestino delgado por 
ondas peristálticas. Elas ocorrem em qualquer parte do 
intestino delgado e movem-se na direção do ânus com 
velocidade de 0,5 a 2,0 cm/s, mais rápidas no intestino 
proximal e mais lentas no intestino terminal (GUYTON, 13ª 
ed.). 
↠ Normalmente, elas são muito fracas e cessam depois 
de percorrer em 3 a 5 centímetros. É muito raro que as 
ondas atinjam mais de 10 centímetros, de maneira que o 
movimento para adiante do quimo venha a ser muito 
lento. De fato, o movimento resultante, ao longo do 
intestino delgado, é de, em média, apenas 1 cm/min. Essa 
velocidade de deslocamento significa que são necessárias 
3 a 5 horas para a passagem do quimo do piloro até a 
válvula ileocecal (GUYTON, 13ª ed.). 
↠ A atividade peristáltica do intestino delgado é bastante 
intensa após refeição. Esse aumento da atividade deve-
se, em parte, à entrada do quimo no duodeno, causando 
distensão de sua parede. A atividade peristáltica também 
é aumentada pelo chamado reflexo gastroentérico, 
provocado pela distensão do estômago e conduzido, pelo 
plexo miontérico da parede do estômago, até o intestino 
delgado. (GUYTON, 13ª ed.). 
↠ Além dos sinais nervosos que podem afetar o 
peristaltismo do intestino delgado, diversos hormônios 
afetam o peristaltismo, incluindo a gastrina, a CCK, a 
insulina, a motilina e a serotonina, que intensificam a 
motilidade intestinal e que são secretados em diversas 
fases do processamento alimentar. Por outro lado, a 
secretina e o glucagon inibem a motilidade do intestino 
delgado (GUYTON, 13ª ed.). 
↠ A resistência ao esvaziamento pela válvula ileocecal 
prolonga a permanência do quimo no íleo e, assim, facilita 
a absorção. Normalmente, apenas 1.500 a 2.000 mililitros 
de quimo se esvaziam no ceco por dia. (GUYTON, 13ª ed.). 
SECREÇÃO DO INTESTINO DELGADO 
↠ A mucosa do intestino delgado produz secreções que 
contêm principalmente muco, eletrólitos e água. As 
secreções intestinais lubrificam e protegem a parede 
intestinal contra o quimo ácido e contra a ação das 
enzimas digestivas (SEELY, 10ª ed.). 
↠ A mucosa intestinal produza maioria das secreções 
que entram no intestino delgado, mas secreções 
provenientes do fígado e do pâncreas também entram 
no intestino delgado e exercem funções essenciais na 
digestão (SEELY, 10ª ed.). 
↠ O pâncreas secreta a maioria das enzimas digestivas 
que entram no intestino delgado. A mucosa intestinal 
também produz enzimas, mas elas permanecem 
associadas à superfície epitelial intestinal (SEELY, 10ª ed.). 
↠ As glândulas duodenais, as glândulas intestinais e as 
células caliciformes secretam grande quantidade de muco. 
Esse muco protege a parede do intestino dos efeitos 
irritativos do quimo ácido e das enzimas digestivas 
pancreáticas que entram no duodeno (SEELY, 10ª ed.). 
↠ A mucosa intestinal libera secretina e colecistocinina, 
que estimulam as secreções pancreáticas e hepáticas 
(SEELY, 10ª ed.). 
↠ O nervo vago, a secretina e a irritação química ou tátil 
da mucosa duodenal estimulam a secreção das glândulas 
duodenais (SEELY, 10ª ed.). 
↠ As enzimas da mucosa intestinal estão ligadas à 
membrana das células absortivas das microvilosidades 
(SEELY, 10ª ed.). 
↠ Essas enzimas são: (GUYTON, 13ª ed.). 
➢ diversas peptidases para a hidrólise de pequenos 
peptídeos a aminoácidos; 
➢ quatro enzimas - sucrase, maltase, isomaltase e 
lactase - para hidrólise de dissacarídeos a 
monossacarídeos; 
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➢ pequenas quantidades de lipase intestinal para 
clivagem das gorduras neutras em glicerol e 
ácidos graxos 
↠ Embora essas enzimas não sejam secretadas no 
interior do intestino, elas influenciam o processo digestório 
de maneira muito significativa, e a grande área de 
superfície do epitélio intestinal deixa essas enzimas em 
contato com o conteúdo intestinal. Pequenas moléculas, 
que são produtos da digestão, são absorvidas através das 
microvilosidades e entram no sistema linfático ou 
circulatório (SEELY, 10ª ed.). 
Diarreia Causada por Secreção Excessiva de Água e Eletrólitos em 
Resposta à Irritação. 
Sempre que um segmento do intestino grosso fica intensamente 
irritado, como ocorre na presença de infecção bacteriana na enterite, 
a mucosa secreta quantidade de água e eletrólitos além do muco 
alcalino e viscoso normal. Esta secreção age diluindo os fatores 
irritantes, provocando o movimento rápido das fezes na direção do 
ânus. O resultado é a diarreia, com perda de grande quantidade de 
água e eletrólitos. Contudo, a diarreia também elimina os fatores 
irritativos, promovendo a recuperação mais rápida da doença 
(GUYTON, 13ª ed.). 
Pâncreas 
ANATOMIA E HISTOLOGIA 
↠ O pâncreas é um órgão complexo composto por 
tecidos endócrino e exócrino que realiza diversas funções. 
O pâncreas é composto por uma cabeça, localizada na 
curvatura do duodeno, um corpo e uma cauda, que se 
estende até o baço (SEELY, 10ª ed.). 
↠ A parte endócrina do pâncreas consiste em ilhotas 
pancreáticas, ou ilhotas de Langerhans. As células das 
ilhotas produzem insulina e glucagon, que são muito 
importantes no controle dos níveis sanguíneos de 
nutrientes, como glicose e aminoácidos, e somatostatina, 
que regula a secreção de insulina e glucagon (SEELY, 10ª 
ed.). 
↠ A parte exócrina do pâncreas é composta por 
glândulas acinares complexas. Os ácinos produzem as 
enzimas digestivas. Grupos de ácinos formam lóbulos que 
são separados por septos estreitos (SEELY, 10ª ed.). 
↠ Os lóbulos são conectados por pequenos ductos 
intercalares em ductos intralobulares, que deixam os 
lóbulos e se juntam aos ductos interlobulares entre os 
lóbulos. Os ductos interlobulares unem-se no ducto 
pancreático, que se une ao ducto biliar comum na ampola 
hepatopancreática, ou ampola de Vater (SEELY, 10ª ed.). 
↠ A ampola hepatopancreática abre-se no duodeno na 
papila duodenal maior. Um esfincter de músculo liso, o 
esfíncter hepatopancreático, ou esfincter de Oddi, regula 
a abertura da ampola (SEELY, 10ª ed.). 
↠ Na maioria das pessoas, um ducto pancreático 
acessório abre-se na papila duodenal menor. Os ductos 
são revestidos por epitélio cuboidal simples, e as células 
epiteliais dos ácinos possuem o formato de pirâmide. Um 
esfincter de músculo liso circula o ducto pancreático 
quando ele entra na ampola hepatopancreática (SEELY, 
10ª ed.). 
 
SECREÇÕES PANCREÁTICAS 
↠ As secreções exócrinas do pâncreas, chamadas de 
suco pancreático, possuem um componente aquoso e 
um componente enzimático (SEELY, 10ª ed.). 
↠ O suco pancreático é liberado no intestino delgado 
pelos ductos pancreáticos, onde ele atua na digestão 
(SEELY, 10ª ed.). 
↠ O componente aquoso é produzido principalmente 
pelas células epiteliais colunares que revestem os 
pequenos ductos do pâncreas. Ele contém Na+ e K+ na 
mesma concentração encontrada no líquido extracelular 
(SEELY, 10ª ed.). 
↠ Íons bicarbonato HCO3- são a principal parte do 
componente aquoso, e eles neutralizam o quimo ácido 
proveniente do estômago que entra no intestino delgado. 
A elevação do pH causada pelas secreções pancreáticas 
no duodeno interrompe a digestão pela pepsina mas 
fornece o ambiente adequado para a função das enzimas 
pancreáticas. Os íons bicarbonato são ativamente 
secretados pelo epitélio ductal, e a água segue 
passivamente a fim de deixar o suco pancreático isotônico 
(SEELY, 10ª ed.). 
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A produção HCO3- no pâncreas é similar à produção de H+ na 
glândula gástrica.. Ambos os processos requerem a enzima anidrase 
carbônica e a troca de HCO3- e Cl-, mas os produtos finais são 
diferentes. Uma solução alcalina é produzida no pâncreas, enquanto 
uma solução ácida é produzida no estômago (SEELY, 10ª ed.). 
ENZIMAS DO SUCO PANCREÁTICO 
↠ As células acinares do pâncreas produzem um suco 
pancreático rico em enzimas. As enzimas são importantes 
na digestão das principais classes de alimentos. Sem as 
enzimas produzidas pelo pâncreas, lipídeos, proteínas e 
carboidratos não podem ser adequadamente digeridos 
(SEELY, 10ª ed.). 
↠ As enzimas proteolíticas, que digerem proteínas, são 
secretadas em formas inativas, enquanto muitas outras 
enzimas são secretadas na forma ativa. As principais 
enzimas proteolíticas são a tripsina, a quimiotripsina e a 
carboxipeptidase. Elas são secretadas nas suas formas 
inativas como tripsinogênio, quimiotripsinogênio e 
procarboxipeptidase e são ativadas pela remoção de 
certos peptídeos das proteínas precursoras. Se elas 
fossem produzidas na sua forma ativa, digeririam os 
tecidos que as produzem (SEELY, 10ª ed.). 
↠ O suco pancreático também contém amilase 
pancreática, que continua a digestão de polissacarídeos 
iniciada na cavidade oral. Além disso, o suco pancreático 
contém uma enzima digestora de lipídeos chamada lipase 
pancreática, que quebra os lipídeos em monoglicerídeos 
e ácidos graxos livres (SEELY, 10ª ed.). 
↠ Também estão presentes no suco pancreático as 
enzimas que degradam DNA e RNA em seus 
componentes nucleotídeos, as desoxirribonucleases e as 
ribonucleases, respectivamente (SEELY, 10ª ed.). 
 
A pancreatite é uma inflamação do pâncreas que envolve a liberação 
de enzimas pancreáticas no próprio pâncreas, o que resulta na 
digestão do próprio tecido pancreático. A pancreatite pode resultar do 
alcoolismo, do uso de certos fármacos, do bloqueio do ducto 
pancreático, da fibrose cística, de infecção viral ou do câncer 
pancreático. Os sintomas variam de uma dor abdominal leve ao choque 
sistêmico e coma (SEELY, 10ª ed.). 
REGULAÇÃO DA SECREÇÃO PANCREÁTICA 
↠ Tanto mecanismos neurais quanto hormonais 
controlam as secreções exócrinas do pâncreas. 
 
O quimo ácido no duodeno 
estimula a liberação de secretina.
A secretina estimula a liberação de 
uma solução rica em íons 
bicarbonato.
Os íons bicarbonatos elevam o pH 
do qumo do duodeno, de forma 
que o duodeno não seja danificado.
Em adição as enzimas pancreáticas 
e de borda em escova não 
funcionam em pH baixo.
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↠ A colecistocinina estimulaa liberação de bile da 
vesícula biliar e a secreção de suco pancreático rico em 
enzimas. O principal estímulo para a liberação de 
colecistocinina é a presença de ácidos graxos e outros 
lipídeos no duodeno (SEELY, 10ª ed.). 
↠ A estimulação parassimpática via nervo vago (X) 
também estimula a secreção de suco pancreático rico 
em enzimas pancreáticas, e os impulsos simpáticos 
inibem a sua secreção. O efeito da estimulação vagal 
sobre o suco pancreático é maior durante as fases 
cefálica e gástrica da secreção gástrica (SEELY, 10ª ed.). 
 
Fígado 
ANATOMIA DO FÍGADO 
↠ O fígado é o maior órgão interno do corpo, pesando 
cerca de 1,36 kg. Ele está localizado no quadrante superior 
direito do abdome, abaixo da superfície inferior do 
diafragma (SEELY, 10ª ed.). 
 
↠ O fígado é composto por dois lobos principais, o lobo 
direito e o lobo esquerdo, que são separados por um 
septo de tecido conectivo, o ligamento falciforme (SEELY, 
10ª ed.). 
 
↠ Dois lobos menores, o lobo caudado e o lobo 
quadrado, podem ser vistos a partir de uma vista inferior, 
junto com a porta. A porta é a superfície inferior do 
fígado, por onde vários vasos, ductos e nervos entram e 
saem do fígado. A veia portal hepática, a artéria hepática 
e um pequeno plexo nervoso hepático entram no fígado 
pela porta (SEELY, 10ª ed.). 
 
↠ Os vasos linfáticos e os dois ductos hepáticos, um de 
cada lobo – esquerdo e direito -, deixam o fígado pela 
porta. Os ductos hepáticos transportam a bile para fora 
do fígado. Os ductos hepáticos direito e esquerdo unem-
se para formar um ducto hepático comum (SEELY, 10ª 
ed.). 
 
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 @jumorbeck 
 
↠ O ducto cístico da vesícula biliar une-se ao ducto 
hepático comum para formar o ducto biliar comum, que 
se une ao ducto pancreático na ampola hepatopancreá 
tica, um alargamento onde os ductos hepático e 
pancreático se unem. A ampola hepatopancreática abre-
se no duodeno na papila duodenal maior. Um esfincter de 
músculo liso circula o ducto biliar comum onde ele entra 
na ampola hepatopancreática (SEELY, 10ª ed.). 
A vesícula biliar tem o formato de um pequeno saco localizado na 
superfície inferior do fígado que estoca a bile. A bile pode fluir da 
vesícula biliar pelo ducto cístico ate o ducto biliar, ou pode fluir pelo 
ducto cístico de volta à vesícula biliar (SEELY, 10ª ed.). 
 
HISTOLOGIA DO FÍGADO 
↠ Uma cápsula de tecido conectivo e o peritônio visceral 
cobrem o fígado, exceto na área nua, uma pequena área 
na superfície diafragmática que não possui o peritônio 
visceral e é envolvida pelo ligamento coronário.. Na porta, 
a cápsula de tecido conectivo envia uma rede ramificada 
de septos (paredes) em direção à parte central do fígado 
para dar suporte. Vasos, nervos e ductos seguem os 
ramos de tecido conectivo que adentram o fígado 
(SEELY, 10ª ed.). 
 
↠ Os septos de tecido conectivo dividem o fígado em 
lóbulos de formato hexagonal com uma tríade portal em 
cada ângulo. As tríades são assim nomeadas pois três 
vasos - a veia portal hepática, a artéria hepática e o ducto 
hepático – estão localizados em cada tríade (SEELY, 10ª 
ed.). 
↠ Os nervos hepáticos e os vasos linfáticos, muitas vezes 
muito pequenos para serem visualizados por microscopia 
óptica, também estão localizados nessas áreas (SEELY, 10ª 
ed.). 
↠ A veia central está no centro de cada lóbulo. As veias 
centrais dos lóbulos unem-se para formar as veias 
hepáticas, que deixam o fígado em suas superfícies 
posterior e inferior e liberam seu conteúdo na veia cava 
inferior (SEELY, 10ª ed.). 
↠ Placas de hepatócitos irradiam a partir da veia central 
de cada lóbulo como os raios de uma roda. As placas de 
hepatócitos são compostas pelos hepatócitos, as células 
funcionais do fígado (SEELY, 10ª ed.). 
↠ Os espaços entre as placas de hepatócitos são canais 
sanguíneos chamados sinusoides hepáticos. Os sinusoides 
são revestidos por um endotélio escamoso fino e 
irregular que é composto por duas populações celulares: 
(SEELY, 10ª ed.). 
➢ células endoteliais esparsas e extremamente 
finas; 
➢ células fagocíticas hepáticas, as células de 
Kupffer. 
 
↠ O canalículo biliar (pequeno canal) encontra-se entre 
as células de cada cordão hepático (SEELY, 10ª ed.). 
↠ Os hepatócitos possuem seis funções principais: 
(SEELY, 10ª ed.). 
➢ Produção de bile; 
➢ Estoque; 
➢ Interconversão de nutrientes; 
➢ Detoxificação; 
➢ Fagocitose; 
➢ Síntese de componentes do sangue. 
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 @jumorbeck 
 
↠ Os hepatócitos possuem um grande número de 
organelas diferentes que os habilitam a desempenhar 
muitas funções: (MARIEB, 7ª ed.). 
➢ O RE rugoso abundante produz proteínas do 
sangue. 
➢ O RE liso bem desenvolvido ajuda a produzir sais 
biliares e eliminar substâncias tóxicas 
transportadas pelo sangue. 
➢ Os peroxissomos abundantes eliminam outras 
substâncias (incluindo o álcool) 
➢ O grande aparelho de Golgi embala os produtos 
secretórios abundantes do RE. 
➢ Grandes quantidades de mitocôndrias fornecem 
energia para todos esses processos. 
➢ Os vários glicossomos armazenam carboidratos, 
refletindo o papel dos hepatócitos na regulação 
do açúcar sanguíneo. 
↠ O sangue desoxigenado e rico em nutrientes vindo 
das vísceras entra nos sinusoides hepáticos a partir de 
ramos da veia portal hepática e mistura-se com o sangue 
oxigenado e pobre em nutrientes das artérias hepáticas 
(SEELY, 10ª ed.). 
↠ Do sangue, os hepatócitos absorvem o oxigênio e os 
nutrientes, que são estocados, detoxificados e utilizados 
para fornecer energia ou utilizados para sintetizar novas 
moléculas. As moléculas produzidas ou modificadas pelos 
hepatócitos são liberadas nos sinusoides hepáticos ou nos 
canalículos biliares (SEELY, 10ª ed.). 
↠ O sangue misturado nos sinusoides hepáticos flui para 
a veia central, onde deixa o lóbulo e então sai do fígado 
pelas veias hepáticas. A bile, que é produzida pelos 
hepatócitos e consiste principalmente em subprodutos 
metabólicos, flui pelo canalículo biliar em direção à tríade 
hepática e deixa o fígado pelos ductos hepáticos. 
Consequentemente, o sangue flui a partir da tríade em 
direção ao centro de cada lóbulo, enquanto a bile flui do 
centro do lóbulo em direção à tríade (SEELY, 10ª ed.). 
FUNÇÕES DO FÍGADO 
↠ O fígado realiza importantes funções digestórias e 
excretoras, estoca e processa nutrientes, detoxifica 
compostos químicos danosos e sintetiza novas moléculas 
(SEELY, 10ª ed.). 
PRODUÇÃO DE BILE 
↠ O fígado produz e secreta cerca de 600 a 1.000 mL 
de bile a cada dia. A bile não contém enzimas digestivas, 
mas ela exerce papel na digestão pois neutraliza e dilui o 
ácido estomacal e emulsifica os lipídeos (SEELY, 10ª ed.). 
↠ A bile ajuda a neutralizar o quimo ácido e eleva o pH 
a um nível que as enzimas pancreáticas possam funcionar. 
Os sais biliares emulsificam os lipídeos. A bile também 
contém produtos da excreção, como os pigmentos 
biliares; um dos pigmentos biliares é a bilirrubina, que 
resulta da quebra da hemoglobina (SEELY, 10ª ed.). 
↠ A bile também contém colesterol, lipídeos, hormônios 
lipossolúveis e lecitina (SEELY, 10ª ed.). 
↠ Estímulos neurais e hormonais regulam a secreção e 
a liberação da bile. A secreção da bile pelo fígado é 
aumentada pela estimulação parassimpática via nervo 
vago. A secretina, que é liberada pelo duodeno, também 
estimula a secreção biliar, principalmente por aumentar a 
quantidade de água e íon bicarbonato na bile (SEELY, 10ª 
ed.). 
↠ A colecistocinina estimula as contrações da vesícula 
biliar a fim de liberar a bile para dentro do duodeno 
(SEELY, 10ª ed.). 
↠ Os sais biliares também aumentam a secreção de bile 
por meio de um sistema de retroalimentação positiva. 
Mais de 90% dos sais biliares são reabsorvidos no íleo e 
transportados no sangue pela circulação portal hepática. 
Quando retornam ao fígado, os sais biliares estimulam 
uma secreção adicional de bile e são, mais umavez, 
secretados na bile. Esse processo de reciclagem reduz a 
perda de sais biliares nas fezes. A secreção biliar para o 
interior do duodeno continua até que o duodeno esvazie 
(SEELY, 10ª ed.). 
ESTOQUE 
↠ Os hepatócitos podem remover açúcar do sangue e 
estocá-lo na forma de glicogênio. Eles também podem 
estocar lipídeos, vitaminas, cobre e ferro. Essa função de 
estoque ocorre geralmente por um curto período, e a 
quantidade de material estocado nos hepatócitos -
portanto, o seu tamanho -varia durante o dia (SEELY, 10ª 
ed.). 
INTERCONVERSÃO DE NUTRIENTES 
↠ A interconversão de nutrientes é outra importante 
função do fígado. Os nutrientes ingeridos nem sempre 
estão na proporção necessária aos tecidos. Nesse caso, 
o fígado pode converter alguns nutrientes em outros 
(SEELY, 10ª ed.). 
11 
 
 @jumorbeck 
 
↠ Os hepatócitos também transformam substâncias que 
não podem ser utilizadas por muitas das células em 
substâncias mais utilizáveis (SEELY, 10ª ed.). 
DETOXIFICAÇÃO 
↠ Muitas substâncias ingeridas são danosas às células do 
corpo. Além disso, o corpo em si produz diversos 
subprodutos do metabolismo que, se acumulados, são 
tóxicos (SEELY, 10ª ed.). 
↠ O fígado constitui a principal linha de defesa por alterar 
a estrutura de muitas dessas substâncias danosas e torná-
las menos tóxicas ou por tornar a eliminação dessas 
substâncias mais fácil (SEELY, 10ª ed.). 
FAGOCITOSE 
↠ As células fagocíticas hepáticas (células de Kupffer), 
que se encontram ao longo das paredes sinusoides do 
fígado, fagocitam hemácias e leucócitos velhos e em 
processo de morte, algumas bactérias e outros detritos 
que entram no fígado pela circulação (SEELY, 10ª ed.). 
SÍNTESE 
↠ O fígado pode produzir seus próprios novos 
componentes, incluindo proteínas do sangue como 
albumina, fibrinogênio, globulinas, heparina e fatores da 
coagulação, que são liberados na circulação (SEELY, 10ª 
ed.). 
Vesícula biliar 
↠ A vesícula biliar é uma estrutura com formato 
semelhante a um saco localizada na superfície inferior do 
fígado; ela possui aproximadamente 8 cm de 
comprimento e 4 cm de largura (SEELY, 10ª ed.). 
↠ Três túnicas formam a parede da vesícula biliar: 
(SEELY, 10ª ed.). 
➢ Uma mucosa interna que se dobra em rugas e 
permite que a vesícula biliar expanda; 
➢ Uma muscular, que é uma camada de músculo 
liso que permite que a vesícula biliar contraia; 
➢ Um revestimento externo de serosa. 
↠ O fígado secreta bile de maneira contínua, que flui para 
a vesícula biliar, onde 40 a 70 mL de bile podem ser 
estocados. Enquanto a bile está na vesícula biliar, água e 
eletrólitos podem ser absorvidos, e os sais e pigmentos 
biliares podem se tornar 5 a 10 vezes mais concentrados 
do que quando secretados pelo fígado (SEELY, 10ª ed.). 
↠ Imediatamente após uma refeição, a vesícula biliar 
contrai em resposta ao estímulo pela colecistocinina e, 
em menor grau, em resposta à estimulação vagal, 
despejando, assim, grandes quantidades de bile 
concentrada no intestino delgado (SEELY, 10ª ed.). 
↠ O colesterol, secretado pelo fígado, pode precipitar na 
vesícula biliar para formar os cálculos biliares. O colesterol 
não é solúvel em água e é normalmente mantido em 
solução com sais biliares (SEELY, 10ª ed.). 
Os cálculos biliares podem formar-se quando a bile contém colesterol 
em excesso devido a uma dieta rica em colesterol ou devido ao 
colesterol na vesícula biliar. Ocasionalmente, o cálculo biliar pode sair 
da vesícula biliar e entrar no ducto cístico, bloqueando a passagem de 
bile. Essa condição interfere na digestão normal e, muitas vezes, o 
cálculo biliar deve ser removido cirurgicamente. Se o cálculo biliar se 
mover suficientemente ao longo do ducto, ele pode também bloquear 
o ducto pancreático, resultando em pancreatite (SEELY, 10ª ed.). 
Biomoléculas e lipoproteínas plasmáticas 
↠ A maioria das moléculas orgânicas são relativamente 
grandes e têm características únicas que permitem que 
elas realizem funções complexas. Categorias importantes 
dos compostos orgânicos incluem carboidratos, lipídios, 
proteína, ácidos nucleicos e trifosfato de adenosina (ATP) 
(TORTORA, 14ª ed.). 
CARBOIDRATOS 
↠ Os carboidratos incluem os açúcares, o glicogênio, os 
amidos e a celulose. Embora eles sejam um grupo diverso 
e grande de compostos orgânicos e tenham muitas 
funções, representam apenas 2 a 3% da sua massa 
corporal total (TORTORA, 14ª ed.). 
↠ Nos seres humanos e em outros animais, os 
carboidratos atuam, principalmente, como fonte de 
energia química para a geração do ATP necessário para 
a realização de reações metabólicas. Apenas alguns 
carboidratos são utilizados para a formação de unidades 
estruturais. Um exemplo é a desoxirribose, um tipo de 
açúcar que é a unidade formadora do ácido 
desoxirribonucleico (DNA), a molécula que carrega a 
informação genética hereditária (TORTORA, 14ª ed.). 
↠ O carbono, o hidrogênio e o oxigênio são os 
elementos encontrados nos carboidratos (TORTORA, 14ª 
ed.). 
↠ Os três principais grupos de carboidratos, com base 
em seu tamanho, são os: (TORTORA, 14ª ed.). 
➢ Monossacarídios: 
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 @jumorbeck 
 
➢ Dissacarídios; 
➢ Polissacarídios; 
LIPÍDIOS 
↠ Eles constituem cerca de 18 a 25% da massa corporal 
de adultos magros. Assim como os carboidratos, os lipídios 
contêm carbono, hidrogênio e oxigênio (TORTORA, 14ª 
ed.). 
↠ Como eles são hidrofóbicos, apenas os menores 
lipídios (alguns ácidos graxos) conseguem se dissolver no 
plasma sanguíneo aquoso. Para se tornarem mais solúveis 
no plasma sanguíneo, outras moléculas lipídicas se unem 
a proteínas hidrofílicas (TORTORA, 14ª ed.). 
↠ Os complexos lipídio-proteína resultantes são 
chamados lipoproteínas. As lipoproteínas são solúveis 
porque as proteínas se encontram voltadas para fora e 
os lipídios para o lado de dentro (TORTORA, 14ª ed.). 
↠ As várias famílias de lipídios incluem os ácidos graxos, 
os triglicerídios (gorduras e óleos), os fosfolipídios (lipídios 
que contêm fósforo), os esteroides (lipídios que contêm 
anéis de átomos de carbono), os eicosanoides (lipídios 
com 20 carbonos) e uma variedade de outras substâncias, 
incluindo as vitaminas solúveis em gordura (vitaminas A, 
D, E e K) e as lipoproteínas (TORTORA, 14ª ed.). 
PROTEÍNAS 
↠ As proteínas são moléculas grandes que contêm 
carbono, hidrogênio, oxigênio e nitrogênio. Algumas 
proteínas também contêm enxofre. O corpo de um 
adulto normal e magro tem 12 a 18% de proteínas. Com 
complexidade estrutural muito maior do que os 
carboidratos ou os lipídios, as proteínas desempenham 
muitos papéis no corpo e são amplamente responsáveis 
pela estrutura dos tecidos corporais (TORTORA, 14ª ed.). 
↠ As enzimas são proteínas que aceleram a maior parte 
das reações bioquímicas (TORTORA, 14ª ed.). 
↠ Outras proteínas agem como “motores” para a 
realização da contração muscular. Os anticorpos são 
proteínas que defendem o corpo contra microrganismos 
invasores. Alguns hormônios que regulam a homeostasia 
também são proteínas (TORTORA, 14ª ed.). 
↠Os monômeros das proteínas são os aminoácidos 
(TORTORA, 14ª ed.). 
 
 
ÁCIDOS NUCLEICOS 
↠ Os ácidos nucleicos, assim chamados porque foram 
descobertos primeiramente nos núcleos das células, são 
moléculas orgânicas enormes contendo carbono, 
hidrogênio, oxigênio, nitrogênio e fósforo. 
↠ Os ácidos nucleicos possuem duas variedades. A 
primeira, o ácido desoxirribonucleico (DNA), constitui o 
material genético hereditário dentro de cada célula 
humana. Nos seres humanos, cada gene é um segmento 
de uma molécula de DNA. Os nossos genes determinam 
os traços que herdamos e, por controlarem a síntese 
proteica, eles regulam a maior parte das atividades que 
ocorrem nas células do corpo durante as nossas vidas. 
↠ O ácido ribonucleico (RNA), o segundo tipo de ácido 
nucleico, carrega as instruções dos genes para guiar a 
síntese de proteínas a partir de aminoácidosnas células. 
↠ Um ácido nucleico é uma cadeia de monômeros 
repetidos chamados nucleotídios. Cada nucleotídio de 
DNA é composto por três partes: base nitrogenada, 
açúcar pentose e grupo fosfato. 
 
Referências 
GUYTON & HALL. Tratado de Fisiologia Médica, 13ª ed. 
Editora Elsevier Ltda., 2017 
MARIEB, E.; WILHELM, P.; MALLATT, J. Anatomia 
humana. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2014. 
SILVERTHORN, Dee U. Fisiologia Humana. Disponível em: 
Minha Biblioteca, (7th edição). Grupo A, 2017. 
REGAN, J.; RUSSO, A.; VVANPUTTE, C. Anatomia e 
Fisiologia de Seely, 10ª ed. Porto Alegre: AMGH, 2016. 
TORTORA. Princípios de Anatomia e Fisiologia. Disponível 
em: Minha Biblioteca, (14th edição). Grupo GEN, 2016.

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