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UNIVERSIDADE DO OESTE DE SANTA CATARINA – UNOESC CAMPUS XANXERÊ CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA DANIELLE CRISTINA GIUNTA; JHENIFER ANDRIN; LAÍS BARBOSA; RAFAELA BARCAROL. ANESTESIA EM RÉPTEIS E PEIXES: REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Xanxerê 2021 DANIELLE CRISTINA GIUNTA JHENIFER ANDRIN LAÍS BARBOSA RAFAELA BARCAROL ANESTESIA EM RÉPTEIS E PEIXES: REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Trabalho da disciplina de Anestesiologia apresentado ao Curso de Medicina Veterinária, da Área de Ciências Agrárias, da Universidade do Oeste de Santa Catarina como requisito para a obtenção de nota. Orientador: Prof. Fellipe Dorneles Xanxerê 2021 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO 5 2. PISCICULTURA 7 3. RÉPTEIS 12 3.1. ORDEM CROCODYLIA (jacarés e crocodilos) 13 3.2 ORDEM SQUAMATA (Serpentes, lagartos e anfisbenas) 15 3.3 ORDEM TESTUDINES (Tigre d’água, Cágado, Jabuti e Tartarugas marinhas) 17 REFERÊNCIAS 21 RESUMO A escolha de um protocolo anestésico é baseado no estado físico e temperamento do paciente, tipo de procedimento, expectativa de dor perioperatória, entre outros. A anestesia geral é caracterizada pelo relaxamento muscular, inconsciência, amnésia e analgesia. Os anestésicos são importantes tanto para os répteis quanto para os peixes, pois são capazes de reduzir o estresse e a mortalidade no manejo. Este trabalho tem como objetivo apresentar os protocolos anestésicos mais utilizados para as espécies citadas acima de acordo com a literatura. Os fármacos utilizados para analgesia na piscicultura são o carprofeno, morfina, butorfanol, flunixino meglumina e buprenorfina, sendo aplicados em uma única injeção no pré ou pós operatório, além de serem utilizados no tratamento de feridas. Os anestésicos injetáveis, por exemplo, mais utilizados em cobras e lagartos são o cloridrato de etorfina, pentobarbital sódico, tiopental sódico, methohexital, nicotina, iodeto de decametônio, cloreto de tubocurarina, cloridrato de procaína e alfaxalona/alfadolona. Palavras-chave: Piscicultura; Répteis; Anestesia; Sedação; Analgesia. 1. INTRODUÇÃO Com o aquecimento do mercado pet no mundo inteiro, cresceu de forma significativa o número de “pets não convencionais” nas famílias, além de cães e gatos, os animais silvestres/selvagens estão ganhando espaço, sejam eles mamíferos, aves, répteis e peixes. Desta forma, a procura por serviços veterinários para estes animais está cada vez mais comum em clínicas e hospitais, pois a saúde e bem-estar deles é uma preocupação de seus tutores, já que não é comum encontrar profissionais especializados no atendimento destes animais em todas as regiões do país (Ribeiro, 2017; Werther, 2008). A piscicultura é a ciência que estuda e desenvolve técnicas de cultivo e reprodução de peixes, atualmente os peixes estão presentes em várias áreas importantes, seja na pesca e aquicultura ou como animais de companhia e em aquários públicos. Porém, mesmo estando em ascensão, os estudos sobre bem-estar animal neste grupo ainda é muito reduzido (Galhardo, 2006; Braithwaite & Huntingford, 2004). Os répteis são animais vertebrados pertencentes à classe Reptilia, as três ordens mais comuns são Squamata, representada por lagartos e serpentes, Testudinata, representada por jabuti e Crocodilia, representada por crocodilianos. Os répteis apresentam características anatomofisiológicas muito diferentes das aves e dos mamíferos, porém, a capacidade nociceptiva, principalmente em relação à dor, é muito semelhante com os mamíferos (Garcia, 2017; Werther, 2008). Nestes animais, há uma grande dificuldade de avaliar a dor, já que a mudança de comportamento não seja um parâmetro válido, pois são animais altamente resistentes e as mudanças são extremamente sutis. Uma das diferenças em relação aos mamíferos, é que eles são animais pecilotérmicos, ou seja, seu metabolismo, sua atividade corporal, o desenvolvimento de doenças e a cura/cicatrização dependem da temperatura ambiente (Garcia, 2017; Werther, 2008). A Associação Internacional para o Estudo da Dor (International Association for the Study of Pain – IASP) tem como conceito de que a dor é “uma experiência sensorial e emocional desagradável associada a lesões teciduais reais ou potenciais” e que a falta de habilidade de um indivíduo em se comunicar verbalmente não anula a possibilidade do mesmo estar sentindo dor e precisando de um tratamento apropriado para aliviá-la. A Sociedade Americana de Dor (American Pain Society – APS) introduziu, em 1996, o conceito da dor como o quinto sinal vital (Leite, 2021; Garcia, 2017). O conceito de bem-estar animal é muito antigo, o mesmo foi definido por Donald Broom, em 1986, como “o estado de um indivíduo em relação às suas tentativas de se adaptar ao ambiente em que vive”, ele é baseado em princípios norteadores, que são conhecidos como as cinco liberdades. Uma das cinco liberdades previstas pelo bem-estar animal é que o animal esteja livre de dor e doença, portanto, é preciso garantir aos animais um conforto independente da espécie (Leite, 2021; Fischer, 2016). Desta forma, precisamos buscar conhecimento teórico em relação a todas as espécies possíveis, para que possamos oferecer um tratamento e alívio de enfermidades da melhor maneira possível, sendo assim, o objetivo deste trabalho é ampliar nosso conhecimento para garantir o bem-estar de nossos futuros pacientes. 2. PEIXES A fisiologia sensorial dos peixes consiste na resposta aos sinais químicos, hidrodinâmicos, acústicos, térmicos , estímulos elétricos e mecânicos, mudanças físicas no fluxo de calor ou toque são reconhecidas pelos receptores da pele. Os peixes apresentam respostas reflexas à dor, porém, sinais diante estímulos crônicos podem não ser tão óbvios como em mamíferos. Contudo, um tópico muito debatido na piscicultura é a capacidade dos peixes de sentirem dor, porém mesmo com essa dúvida a maioria dos profissionais preferem administrar analgésicos (WEST; HEARD; CAULKETT, 2007, p. 159-197). Os fármacos utilizados para analgesia são o carprofeno, morfina, butorfanol, flunixino meglumina e buprenorfina, sendo aplicados em uma única injeção no pré ou pós operatório, além de serem utilizados no tratamento de feridas. Não existem muitos estudos que indiquem a dosagem correta que deve ser utilizada e nem um medicamento que tenha o uso aprovado em peixes, portanto não devem ser usados em animais que vão para o consumo humano (CUBA; SILVA; CARTÃO-DIAS, 2014, p. 1952-1980). A ação dos agentes anestésicos utilizados em peixes dependem de vários fatores, como a temperatura da água, pH, compostos nitrogenados (amônia, nitrito e nitrato), concentração do anestésico, produto utilizado e exposição a ele. Todos esses pontos vão definir a resposta do paciente, se será eficiente ou não (CUBA; SILVA; CARTÃO-DIAS, 2014, p. 1952-1980). Os níveis de anestesia em peixes podem ser divididos em 4 estágios, sendo eles: estágio 1, dividido em plano 1 onde é descrito como sedação, e o animal tem reação a estímulos e apresenta movimentação reduzida, o outro é o plano 2 que também é considerado uma sedação porém o paciente tem a sua reação a estímulos externos reduzida e sua taxa de ventilação ligeiramente diminuída. O estágio 2 também se subdivide em dois planos, o plano 1 é descrito como uma anestesia leve onde o animal tem a perda parcial de equilíbrio e faz movimentos de giro para tentar se endireitar, o plano 2 deste estágio consiste em uma anestesia profunda que promove a perda total do equilíbrio e a redução marcante da ventilação. O estágio 3 é o de anestesia cirúrgica que promove a incapacidade do animal de responder a qualquer estímulo externo e sua taxa de ventilação se torna baixa, e por fim o estágio 4 que é descrito como colapso medular, ocorre o cessamento da ventilação, parada cardíaca e morte (CUBA; SILVA; CARTÃO-DIAS, 2014, p. 1952-1980). A anestesia inalatória atinge a corrente sanguínea através das brânquias (órgão respiratório) e pele, passando rapidamente para o sistema nervoso central. Apóso procedimento os metabólitos são excretados principalmente pelas guelras e por alguns órgão respiratórios acessórios, uma parte da eliminação também vai ocorrer pelos rins e pele (WEST; HEARD; CAULKETT, 2007, p. 159-197). O anestésico ideal não deve apresentar toxicidade aos peixes, deixar pouco resíduo, não causar problemas para os mamíferos, permitir uma boa duração de exposição, produzir anestesia em 3 minutos (ou menos) e recuperação em menos que 5 minutos, além de ter um custo acessível (VIDAL, Luiz Vítor Oliveira et al, 2008). Como exemplo de anestésicos para diluição em água temos a tricaína metano sulfato sendo ela derivada da benzocaína adicionada de um radical sulfato, é um produto altamente solúvel porém deixa a solução ácida, portanto a água em que o peixe será anestesiado deve ser tamponada para evitar estresse fisiológico, pode-se utilizar bicarbonato de sódio para esse fim. A tricaína é absorvida pelo epitélio branquial, biotransformada pelos rins e fígado e por fim eliminada também pelo epitélio branquial, é um medicamento de difícil obtenção e alto custo (CUBA; SILVA; CARTÃO-DIAS, 2014, p. 1952-1980). Outro anestésico utilizado por imersão é a benzocaína, sendo ela insolúvel em água, portanto pode ser diluída em etanol, metanol ou acetona e em seguida estocada para utilizações futuras. Um de seus benefícios é a sua utilidade em espécies que apresentam pouca tolerância à tricaína, como por exemplo o robalo-riscado (Morone saxatilis), outro ponto positivo deste medicamento é a baixa toxicidade para humanos e a facilidade com que pode ser removido da água utilizando filtragem com carvão ativado. Também não afeta o crescimento dos peixes e nem sua capacidade reprodutiva, porém o que preocupa é sua solubilidade em gordura, o que pode causar um retorno mais demorado em peixes mais velhos e fêmeas em gestação (CUBA; SILVA; CARTÃO-DIAS, 2014, p. 1952-1980). O eugenol é um anestésico muito difundido na piscicultura pois se trata de um produto natural que também pode ser diluído na água, ele é o principal componente do óleo de cravo e de vários outros óleos essenciais que apresentam poucos riscos ao ambiente e aos animais. Esse anestésico é totalmente insolúvel em água, portanto deve ser diluído em etanol para que possa ser utilizado tanto em espécies marinhas quanto em peixes de água doce. O eugenol apresenta uma indução mais rápida e mais tranquila, e uma anestesia mais consistente quando comparado a outros anestésicos de imersão, porém a utilização elevada desse composto pode causar uma rápida parada respiratória, por isso também é possível aplicar seu uso para eutanásias em peixes que necessitam deste procedimento. Existem outros anestésicos que podem ser utilizados por diluição na água como por exemplo o halotano, isoflurano e dióxido de carbono, porém a falta de pesquisas e a dificuldade de manter uma concentração anestésica segura em meio aquoso faz com que eles sejam poucos utilizados (CUBA; SILVA; CARTÃO-DIAS, 2014, p. 1952-1980). Como anestésicos injetáveis temos o cloridrato de cetamina sendo aplicado de forma intramuscular, é útil para contenção, mas seu uso isolado pode resultar em anestesia incompleta. Quando associada com agonistas alfa-2 adrenérgicos a cetamina pode causar leve bradicardia e depressão respiratória aparente, porém essa combinação reduz a dose total de cetamina o que consequentemente diminui os espasmos musculares, importante ressaltar que a utilização de agonistas alfa-2 adrenérgicos unicamente não é recomendado (CUBA; SILVA; CARTÃO-DIAS, 2014, p. 1952-1980). Quando se trata do fármaco propofol o uso acaba sendo dificultado pela forma de administração, pois a veia utilizada é a caudal ventral e somente quando o tamanho do peixe possibilita a localização, porém pode ser realizada a aspersão direta nas brânquias, apresentando uma rápida indução, porém causa uma depressão respiratória significativa. A lidocaína pode ser aplicada como anestésico de imersão, mas apresenta melhor eficiência se utilizada para anestesias locais, porém deve-se tomar cuidado com superdosagem em peixes pequenos (CUBA; SILVA; CARTÃO-DIAS, 2014, p. 1952-1980). Um fármaco que apresenta muitas vantagens é a alfaxalona/alfadolona, pois estimula o coração proporcionando batimentos cardíacos regulares e fortes, além de ter propriedades vasodilatadoras que atuam nas brânquias promovendo uma adequada oxigenação sanguínea, pode ser utilizado por via intramuscular, intravenosa e intracelomática. A utilização de anestésicos orais é bem limitada pois existem as dificuldades da dosagem precisa e a incerteza na taxa e grau de absorção, sendo eles o metomidato, diazepam e tiletamina -zolazepam (CUBA; SILVA; CARTÃO-DIAS, 2014, p. 1952-1980). Antes de se iniciar a sedação em peixes alguns procedimentos devem ser realizados, sendo eles, o registro dos parâmetros comportamentais (movimentação opercular e das nadadeiras, movimentos e tônus da mandíbula) a fim de compará-los com os detectados durante a anestesia. Não é incomum que peixes regurgitem alimentos, porém como sua respiração (na maioria das espécies) se dá através das brânquias não ocorre a preocupação com pneumonia por broncoaspiração, porém essa matéria orgânica regurgitada pode obstruir os arcos branquiais e as brânquias, causando também alteração na qualidade da água. Jejum de 12 a 24 h deve ser realizado para evitar problemas e os parâmetros de pH e densidade da água devem ser controlados durante todo o procedimento, se a cirurgia for realizada fora de um aquário ou recipiente deve-se tomar cuidado com o ressecamento da pele, olhos e nadadeiras (CUBA; SILVA; CARTÃO-DIAS, 2014, p. 1952-1980). Como a fase inicial da indução causa excitação/hiperatividade o aquário utilizado deve conter uma tampa para evitar possíveis ferimentos, além de ser utilizada a água do próprio local de onde veio o animal ou com as mesmas características físico-químicas. Em casos que o animal não pode ser transferido do local onde vive, por exemplo peixes de grande porte, deve-se aplicar uma solução concentrada de propofol de forma tópica nas brânquias ou reduzir o volume do tanque para administrar o anestésico de imersão, sempre levando em consideração o custo-benefício e os animais que convivem juntamente com o paciente que passará pelo procedimento (CUBA; SILVA; CARTÃO-DIAS, 2014, p. 1952-1980). Nos procedimentos de longa duração é utilizado o sistema de recirculação anestésica, onde o peixe é posicionado em uma espuma com corte em formato de “V”, que está localizada acima do aquário contendo o anestésico. Uma bomba submersa com regulagem de fluxo é posicionada em seu interior, contendo uma mangueira, que levará a solução anestésica diretamente para a parte interna da boca do animal, passando pelas brânquias, mantendo uma anestesia estável. A água do recipiente pode ser oxigenada utilizando uma pedra porosa. Outra forma de manter um peixe anestesiado fora da água (usando anestesia injetável) é reutilizando um frasco de soro com equipo, o enchendo de água do aquário ou lago em que animal estava, conectando uma extremidade do equipo no soro e outra no interior da boca do animal, é possível mantê-lo umedecido e oxigenado abrindo a válvula do equipo de tempos em tempos para que a água passe pelas brânquias. Porém mesmo utilizando anestésico intramuscular ou intravenoso o sistema de recirculação pode ser utilizado (não adicionando anestésico na água) (CUBA; SILVA; CARTÃO-DIAS, 2014, p. 1952-1980). Figura 1: Equipo na boca do peixe. Fonte: CUBA; SILVA; CARTÃO-DIAS (2014). Os momentos em que a sedação pode ser útil são para transportes de longa distância (para diminuir a eliminação de excretas), para retirar ectoparasitos, para suprir os níveis de cortisol circulantes em situações de estresse quando há aglomeração no transporte e consequentemente baixa taxa de oxigênio, nesse último caso se utiliza o eugenol. A combinação para uma boa sedação consiste em resfriamentomoderado da água e doses reduzidas de anestésico de imersão (CUBA; SILVA; CARTÃO-DIAS, 2014, p. 1952-1980). Para a realização da indução primeiramente o peixe deve ser colocado em um recipiente de plástico com cantos arredondados e não tóxico, deve ser utilizada a própria água em que o peixe já estava localizado e é imprescindível o uso de uma tampa. A indução deve ser realizada de forma relativamente rápida para reduzir o estresse e evitar a fase de excitação, portanto deve-se utilizar doses mais altas para a espécie e reduzi-las na manutenção. Caso o paciente pare de respirar deve ser realizada a lavagem das guelras pela cavidade oral, utilizando água livre de anestésico (com as mesmas características físico químicas do local em que o peixe vive) com o auxílio de uma seringa ou bomba de sucção nasal pediátrica, sempre tomando cuidado com a pressão utilizada. Se o peixe movimentar as brânquias e os opérculos com certa frequência, pode ser feita a monitoração visual. O tempo de indução por via intramuscular é mais longo que o de imersão, sendo que o último ocorre entre 5 e 10 minutos (CUBA; SILVA; CARTÃO-DIAS, 2014, p. 1952-1980). Quando o procedimento cirúrgico é concluído, o peixe deve ser colocado em um recipiente com água sem anestésico e bem aerada. O animal deve ser posicionado com a boca virada para a direção do fluxo da água, também deve-se diminuir a luz para evitar estresse. Em casos de utilização de sistemas de recirculação, a água livre de anestésico deve passar pelas brânquias até o retorno dos movimentos respiratórios (CUBA; SILVA; CARTÃO-DIAS, 2014, p. 1952-1980). O peixe não deve ser tão manipulado no momento do retorno, pois isso pode causar uma recuperação mais estressante, portanto ele deve ser liberado antes de retornar totalmente o equilíbrio. A movimentação, respiração e equilíbrio devem ser monitorados, sendo que o paciente deve apresentar aumento do ritmo respiratório, retorno do movimento das nadadeiras e do tônus muscular (volta a nadar), apresenta cada vez menos ataxia até a total recuperação do equilíbrio (CUBA; SILVA; CARTÃO-DIAS, 2014, p. 1952-1980). Caso o peixe não apresente respiração espontânea é necessária a movimentação manual para frente, mantendo a boca do animal aberta para que a água passe pelas brânquias. A maioria dos peixes se recupera em 5 min, se passar de 10 min é um indicativo de que foi utilizada uma dose excessiva de anestésico, ou se trata de um animal clinicamente comprometido (CUBA; SILVA; CARTÃO-DIAS, 2014, p. 1952-1980). 3. RÉPTEIS A anestesia em répteis é intensamente desafiadora por apresentar uma extensa variedade de espécies. Em segunda instância não há muita pesquisa voltada para protocolos anestésicos nessa espécie, como a eficácia, manutenção de analgésicos, efeitos adversos e ainda a diferença entre cada espécie. Portanto, a anestesia é essencial para que o clínico consiga realizar exames físicos, colheita de amostras e realização de procedimentos (SLADKY, 2012). Os répteis são animais ectotérmicos, popularmente conhecidos como “sangue frio”, ou seja, a temperatura do corpo irá variar conforme o clima do ambiente. As reações enzimáticas são termo dependentes, de forma que influencia diretamente na anestesia, tanto na distribuição, no metabolismo e na excreção de fármacos (SLADKY, 2012). Os répteis possuem habilidade de permanecer um tempo prolongado em apnéia sem apresentar alterações, utilizando a respiração anaeróbica. Além disso, eles não apresentam a separação de órgãos torácicos e abdominais, ou seja, não possuem o diafragma, dessa forma os músculos estriados possuem grande participação na respiração. Quando esses animais estiverem em planos anestésicos profundos pode ocorrer a paralisação desses músculos causando uma parada respiratória (BENNETT, 1991). Portanto, é fundamental monitorar a frequência respiratória e mantê-la acima de 3 mpm. (MUIR et al., 2001; SEDGWICK, 2001). Para iniciar a MPA em répteis SEDGWICK (2001) recomenda a utilização de fármacos agonistas α2 , benzodiazepínicos ou anticolinérgicos. A anestesia inalatória é bastante utilizada e eficaz permitindo ajustar a profundidade anestésica, controlar permanente a ventilação e assegurar uma recuperação mais rápida, sendo o isoflurano o agente de melhor escolha para répteis, fornecido por tubo orotraqueal ou máscara. Como anestésico geral o fármaco mais utilizado é o propofol, o qual apresenta menor tempo de indução e recuperação, ou seja, de rápida ação e depuração. Por ser um medicamento com emulsão fluida de óleo em água e pronta para o uso, facilita na indução e manutenção da anestesia. A metabolização ocorre no fígado e a excreção via renal. (SCHUMACHER, 1996). 3.1. ORDEM CROCODYLIA (jacarés e crocodilos) A monitoração em crocodilianos se dá através do uso de estetoscópio,oxímetro de pulso (porém não calcula com precisão a saturação de oxigênios em répteis), transdutor de fluxo sanguíneo Doppler, eletrocardiografia (ECG) e ultrassom ou gasometria. A profundidade anestésica nesses animais é avaliada utilizando o reflexo de retirada do membro, frequências cardíacas, respostas e reflexos de mordida e córnea (WEST; HEARD; CAULKETT, 2007, p. 223-233). Informações sobre utilização de analgésicos ainda nesses animais ainda é limitada, porém alguns autores indicam opióides como a morfina e meperidina, e meloxicam. No caso de anestésicos locais a indicação é para procedimentos cirúrgicos menores (reparo de lacerações da pele ou remoção de abscesso), tendo como opções de uso a lidocaína e a mepivacaína (WEST; HEARD; CAULKETT, 2007, p. 223-233). Dentre os relaxantes musculares que podem ser utilizados temos o trietiodeto de galamina, sendo ele um neuromuscular de ação curta que produz paralisia muscular flácida, portanto, o animal está totalmente consciente e ciente da estimulação auditiva, visual e tátil, podendo resultar em taquicardia e taquipnéia. É importante a diminuição de todos os estímulos externos, cobrindo os olhos e mantendo o máximo de silêncio possível. A excreção desse fármaco é renal e o animal se recupera dentro de 12 a 24 horas, sendo importante que ele esteja longe da água para permitir que se recupere totalmente e evite acidentes. Outro relaxante muscular é o cloreto de succinilcolina que é utilizado sozinho ou em combinação com outros fármacos, quando associado com diazepam causa uma imobilização satisfatória em crocodilos americanos adultos. O diazepam quando administrado 20 minutos antes do cloreto de succinilcolina tem o benefício de reduzir o estresse e a dose dessa droga. Outro fármaco que pode ser administrado após o diazepam é o besilato de Atracúrio, que induz a perda do reflexo de endireitamento (WEST; HEARD; CAULKETT, 2007, p. 223-233). Dentre os opióides que são utilizados nos animais dessa ordem podemos citar o cloridrato de etorfina que tem o tempo de recuperação de 1 a 3 horas. Os anestésicos dissociativos que podem ser utilizados (dependendo da espécie) são a cetamina e a tiletamina/zolazepam. Um fármaco não indicado para uso nesses animais é o pentobarbital (barbitúrico) pois existem alternativas muito mais seguras. Quando se trata da classe dos alfa-2 agonistas adrenérgicos, as opções que podem ser utilizadas são a xilazina e medetomidina. Outros agentes injetáveis que podem ser usados são a tricaína metano sulfonato e o propofol, sendo o último um excelente agente de indução e também como infusão contínua. É importante lembrar que cada um dos fármacos citados foram utilizados em situações específicas, portanto é necessário avaliar o estado do paciente, o procedimento a ser realizado e principalmente se a espécie tem alguma restrição sobre o medicamento (WEST; HEARD; CAULKETT, 2007, p. 223-233). Quando utilizada a anestesia inalatória a intubação endotraqueal e a respiração assistida são recomendadas, porém é importante ressaltar a existência de espécies aquáticas, as quais conseguem manter longos períodos de apnéia, portantoo uso de anestésicos injetáveis é necessário para realizar a intubação. A necessidade de oxigênio desses animais quando comparada com mamíferos é muito menor, na ventilação de pressão positiva a taxa adequada é de 2 a 4 respirações por minuto. Para crocodilianos maiores que 5 kg é recomendado o sistema sem reinalação, com fluxo de 300 a 500 ml/kg por minuto. Já para animais maiores um sistema circular de 1 a 2 L/minuto para manutenção. O isoflurano fornece uma rápida indução, bom miorrelaxamento e recuperação rápida (10 à 60 minutos), já no caso do halotano o tempo de recuperação é mais prolongado, a utilização do sevoflurano em crocodilianos ainda não é bem elucidada (WEST; HEARD; CAULKETT, 2007, p. 223-233). Para formular um protocolo anestésico eficiente para os crocodilianos é importante considerar o objetivo da imobilização, a espécie, a condição médica, o invólucro, a temperatura e o comportamento (WEST; HEARD; CAULKETT, 2007, p. 223-233). 3.2 ORDEM SQUAMATA (Serpentes, lagartos e anfisbenas) A sedação e anestesia feita em animais dessa ordem tem o intuito de permitir cirurgias e outros procedimentos dolorosos e invasivos, facilitar o manuseio e melhorar a qualidade de procedimentos diagnósticos, assim minimizando o estresse e desconforto. Por conta das particularidades anatômicas desses animais a recuperação de uma anestesia inalatória pode ser mais lenta do que em mamíferos (WEST; HEARD; CAULKETT, 2007, p. 233-245). Os fatores que devem ser levados em consideração antes de realizar uma anestesia são: peso do animal, hidratação (em caso de anormalidade deve ser corrigida), realização de um exame físico, exames laboratoriais e de imagem também podem ajudar a evitar problemas futuros. A monitoração nesses animais é muito semelhante a dos mamíferos, a temperatura deve ser aferida com um termômetro cloacal, a frequência cardíaca pode ser monitorada utilizando eletrocardiograma ou Doppler (em cobras pode ser inspecionada visualmente), a frequência respiratória pode ser avaliada de forma visual ou por capnografia no caso de animais entubados (WEST; HEARD; CAULKETT, 2007, p. 233-245). Os sinais da profundidade da anestesia em répteis são bem consistentes. O relaxamento muscular em lagartos começa no meio do corpo e move-se para frente, depois para trás, fazendo com que a cauda seja a última parte a ser relaxada (WEST; HEARD; CAULKETT, 2007, p. 233-245). A temperatura corpórea tem grande importância em todos os procedimentos anestésicos, principalmente na determinação da dose, metabolização e distribuição do fármaco, além da recuperação da anestesia. A temperatura ideal para espécies tropicais está em torno de 26 a 28°C. Procedimentos rápidos e com ausência de estímulos dolorosos (pesagem, radiografia, entre outros), pode-se induzir o reflexo vago-vagal, que consiste em aplicar compressão constante sobre os dois olhos do lagarto, o que proporciona uma imobilização momentânea e facilmente reversível (tratado de animais selvagens capítulo 14). Mesmo que os répteis passem por longos períodos de apnéia sem sofrerem danos, é recomendado o uso de ventilação mecânica durante a anestesia profunda ou prolongada, com o intuito de prevenir a hipoxemia, e também garantir a entrega e remoção do anestésico inalatório. Uma ventilação de 50 a 75 ml/kg e uma frequência de 1 a 4 respirações por minuto é adequado para a maioria das espécies (WEST; HEARD; CAULKETT, 2007, p. 233-245). Dentre os anestésicos inalatórios usados nesses animais podemos citar o halotano, o qual resulta em sedação moderada a anestesia profunda. Em cobras esse fármaco diminui significativamente a taxa de respiração e volume corrente, levando a acidemia respiratória. O halotano ainda é usado para pesquisa fisiológica, porém clinicamente foi substituído por isoflurano e sevoflurano (WEST; HEARD; CAULKETT, 2007, p. 233-245). Figura 2: Indução de isoflurano com máscara em lagarto Fonte: WEST; HEARD; CAULKETT (2007). O óxido nitroso pode ser usado como um suplemento anestésico utilizado durante a indução com agentes inalatórios, o que resulta em um tempo de indução mais curto. Os anestésicos injetáveis utilizados em cobras e lagartos são: cloridrato de etorfina, pentobarbital sódico, tiopental sódico, methohexital, nicotina, iodeto de decametônio, cloreto de tubocurarina, cloridrato de procaína e alfaxalona/alfadolona, com exceção do último fármaco citado, o restante deve ser considerado obsoleto na prática clínica, sendo portanto o propofol o agente de escolha (WEST; HEARD; CAULKETT, 2007, p. 233-245). Outros fármacos anestésicos injetáveis utilizados na clínica de répteis são, o diazepam, cetamina, midazolam e meperidina (WEST; HEARD; CAULKETT, 2007, p. 159-197). 3.3 ORDEM TESTUDINES (Tigre d’água, Cágado, Jabuti e Tartarugas marinhas) Os quelônios apresentam uma anatomia e fisiologia únicas, o que faz com que a anestesia nesses animais seja um desafio, tanto na escolha das medicações quanto nas dosagens utilizadas. Os animais dessa ordem (com exceção das tartarugas marinhas) dependem da temperatura do ambiente para que suas funções corporais estejam adequadas, porém um animal doente não consegue regular com eficácia sua temperatura corporal. Isso interfere na resposta ao anestésico e no desempenho cardiopulmonar, tendo em conta que o ideal é que o paciente seja mantido dentro da faixa de temperatura ótima de cada espécie, sendo ela de 22 a 28°C (WEST; HEARD; CAULKETT, 2007, p. 259-269). Para formular um protocolo adequado para os quelônios é necessário um exame visual rigoroso, observando a condição corporal, hidratação, estado nutricional, presença de traumas e sinais clínicos de doença infecciosa, também dando uma atenção importante para doenças respiratórias. Para a estabilização do paciente antes da indução pode-se utilizar a fluidoterapia, além do tratamento de doenças subjacentes. Os exames hematológicos e bioquímicos também são importantes para uma avaliação mais aprofundada do paciente (WEST; HEARD; CAULKETT, 2007, p. 259-269). Quelônios raramente regurgitam, porém o jejum pré-anestésico é recomendado, pois alguns anestésicos estão associados a estase gastrointestinal temporária pronunciada. A via de administração mais efetiva nesses animais é a intravenosa, porém se o acesso não for possível, pode ser utilizada a via intramuscular. As vias oral e subcutânea não são confiáveis, pois resultam em processos prolongados de tempo de indução e recuperação. Esses animais apresentam o sistema porta renal, mas a farmacocinética dos medicamentos injetados em membros pélvicos não é afetada (WEST; HEARD; CAULKETT, 2007, p. 259-269). Na maioria dos quelônios, o butorfanol e a buprenorfina isoladamente têm o mínimo de efeitos sedativos, mesmo se usados em altas doses, o mesmo ocorre com o uso de benzodiazepínicos como midazolam e diazepam. Os benzodiazepínicos raramente são usados sozinhos e são mais comumente associados a fármacos dissociativos (cetamina) e opióides (butorfanol e buprenorfina) (WEST; HEARD; CAULKETT, 2007, p. 259-269). Os sinais de dor nos testudines consistem em inquietação, aumento da taxa respiratória, anorexia, letargia e posição corporal anormal. Para a analgesia podem ser utilizadas técnicas balanceadas, incluindo a administração de opióides, agentes anestésicos de ação prolongada (por exemplo bupivacaína). Em casos de dor crônica podem ser utilizados AINES como o carprofeno, cetoprofeno e meloxicam (WEST; HEARD; CAULKETT, 2007, p. 259-269). Em pacientes com sinais de dor e desconforto devem receber medicamentos analgésicos antes da anestesia (butorfanol ou buprenorfina) (tratado de animais selvagens capítulo 16). Os anestésicos injetáveis usados em quelônios são: cetamina, tiletamina/zolazepam ambos usados em imobilização e indução, medetomidina (sedação eficaz para procedimentos curtos) e propofol (indução e manutenção da anestesia). A anestesia local não é comumente utilizada em testudines, porém segueas mesmas indicações que em animais domésticos (WEST; HEARD; CAULKETT, 2007, p. 259-269). Quando se trata de anestésicos inalatórios são utilizados o sevoflurano e isoflurano isoladamente para induzir ou manter uma anestesia. O tempo de recuperação quando se utiliza isoflurano é curto e possui efeitos depressores cardiopulmonares mínimos, o sevoflurano causa bom relaxamento muscular e recuperação curta (WEST; HEARD; CAULKETT, 2007, p. 259-269). A maioria dos quelônios (exceto animais gravemente debilitados) vão precisar de administração de sedativos (midazolam e butorfanol) para facilitar o manuseio e realizar o acesso venoso. Se a indução for feita com agentes inalatórios possivelmente será mais prolongada, especialmente em quelônios aquáticos, sendo que esses animais possuem a capacidade de realizar apnéia prolongada. Após a indução o animal deve ser intubado para facilitar o controle das vias aéreas, um tubo endotraqueal com cuff pode ser usado, porém deve-se tomar cuidado para não inflar demais o manguito e causar dano a mucosa traqueal (WEST; HEARD; CAULKETT, 2007, p. 259-269). As técnicas de indução dependem da espécie do paciente, do procedimento a ser realizado e também do estado de saúde do animal. É feita a recomendação do uso de um agente anestésico sedativo inicial antes da indução, o que traz como vantagem a diminuição da utilização de agentes indutores que seriam necessários para diminuir a probabilidade de luta e apnéia. A quantidade de anestésicos utilizados na indução vai depender da MPA, grau de sedação, tempo de indução e condição clínica do paciente (CUBA; SILVA; CARTÃO-DIAS, 2014, p. 256-295). Nos animais dessa ordem os planos anestésicos são avaliados quando a presença ou ausência de reflexos de endireitamento, palpebral, cloacal e retração da calda. Em plano cirúrgico os reflexos de endireitamento e palpebral estão ausentes, já quando à ausência do reflexo corneal indica um plano profundo de anestesia (WEST; HEARD; CAULKETT, 2007, p. 259-269). Na monitoração desses animais o uso de Doppler é útil para a averiguação da frequência cardíaca e ritmo. A eletrocardiografia visa detectar alterações como a taquicardia, bradicardia e arritmias, porém não avalia o desempenho do coração, já a medição de pressão arterial é impraticável na maioria dos quelônios, devido ao acesso limitado em uma artéria periférica. Para obter o acesso à veia femoral ou carótida é necessário a realização de um corte (sendo a carótida mais acessível) (WEST; HEARD; CAULKETT, 2007, p. 259-269). Em plano cirúrgico os testudines vão apresentar depressão respiratória, principalmente quando colocados em decúbito dorsal. Na maioria dos quelônios a taxa de IPPV está entre 4 a 8 respirações por minuto. O uso de oxímetro de pulso também se torna limitado, sendo mais útil para para detectar a dessaturação de oxigênio arterial (WEST; HEARD; CAULKETT, 2007, p. 259-269). O retorno desses animais deve ocorrer dentro da faixa de temperatura e umidade ideal para cada espécie, a frequência cardíaca e respiratória devem ser monitoradas no momento da recuperação. Caso seja necessário, é possível fornecer oxigênio administrado via máscara facial em uma taxa de fluxo de 2 a 5 L/min. O paciente deve ser extubado quando apresentar reflexos faríngeos e estiver respirando espontaneamente. Importante identificar se o animal apresenta sinais de dor no pós-operatório deve-se fornecer uma analgesia adicional (WEST; HEARD; CAULKETT, 2007, p. 259-269). REFERÊNCIAS MUIR III, W. W.; HUBBELL, J. A. E.; SKARDA, R. T.; BEDNARSKI, R. M. Procedimentos anestésicos em animais de estimação exóticos. In.: ______ Manual de anestesia veterinária. São Paulo: Artmed, 2001. p. 297-323. SEDGWICK, C. J. Anestesia para mamíferos exóticos de pequeno a médio porte, pássaro e répteis. In.: PADDLEFORD, R. R. Manual de anestesia de pequenos animais. São Paulo: Roca, 2001. p. 365-407. 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