Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Prática Jurídica Civil e Empresarial Responsável pelo Conteúdo: Prof.ª Me. Christiane Cavalcante Marcellos Revisão Textual: Prof.ª Dra. Selma Aparecida Cesarin Petição Inicial no Processo de Conhecimento Petição Inicial no Processo de Conhecimento • Interpretação de Casos Concretos visando à adequada solução jurídica, com elaboração de Peças Processuais. OBJETIVO DE APRENDIZADO • Introdução à Petição Inicial; • Petição Inicial no Procedimento Comum; • Petição Inicial nos Procedimentos Especiais. UNIDADE Petição Inicial no Processo de Conhecimento Introdução à Petição Inicial O que você acha de já começar a peticionar? Figura 1 – Elaboração de uma Petição Inicial Fonte: Getty Images Nesta Unidade, você irá aprender a redigir as principais petições iniciais exigidas em provas, bem como na sua futura rotina profissional. Iremos analisar a Petição Inicial no Procedimento Comum e no Procedimento Especial. No Procedimento Comum, teremos uma Ação de Indenização, já no Procedimento Especial teremos: Ação de Consignação em Pagamento, Ação de Reintegração de Posse, Ação de Usucapião, Ação de Divórcio, Ação Renovatória (Locação) e Ação Monitória. Mais uma vez, peço especial atenção no que se refere ao Direito Material e Proces- sual, pois não posso entrar na TEORIA novamente, apenas destacar pontos principais para a elaboração da Peça. Para melhor compreensão, É MUITO IMPORTANTE que você revise a Matéria e estude Língua Portuguesa. Boa Notícia! Se a Peça estudada já foi objeto da segunda fase da OAB, tenho uma ótima notícia para você: o enunciado e o gabarito comentado, na íntegra, incluindo o link de acesso, estão presentes nesta Unidade. Sim, vai exigir um tempo maior de você, pois deixou essa Unidade mais longa, mas não se preocupe: o importante é você aprender. Reitero todas as instruções dadas na Unidade anterior, em especial sobre a estrutura da Petição Inicial, aliás, o Artigo 319 do CPC jamais poderá ser esquecido. 8 9 Reitero, por fim, que a ideia continua a mesma: NÃO trazer uma peça pronta. Entenda que não quero engessar você. Vamos lá! Foco e dedicação! Petição Inicial no Procedimento Comum Primeiramente, é importante lembrar da estrutura de organização do atual Código de Processo Civil, que se divide em PARTE GERAL e PARTE ESPECIAL. É na Parte Especial que se encontra o Processo de Conhecimento: Procedimento Comum (Art. 318 e seguintes) e os Procedimentos Especiais (Art. 539 e seguintes). Ensina Theodoro Junior (2020, p. 430) que: Procedimento Comum é o que se aplica às causas para as quais não seja previsto algum Procedimento Especial. Apenas ele é regulado de maneira completa e exaustiva pelo Código. Os especiais são abordados pelo legisla- dor, no próprio Código ou em normas apartadas, apenas naqueles pontos em que se afasta do Procedimento Comum, de sorte que este se aplica subsidiariamente a todos os ritos, inclusive os do processo de execução. Procedimento Comum – Cpc Art. 318. Aplica-se a todas as causas o Procedimento Comum, salvo disposição em contrário deste Código ou de lei. Parágrafo único. O Procedimento Comum aplica-se subsidiariamente aos demais procedimentos especiais e ao processo de execução. Importante! Toda a explicação da Unidade anterior refere-se ao Procedimento Comum. Para não ser repetitiva, peço, por favor, que releia a Unidade. Ação de Indenização A Ação de Indenização é um exemplo clássico de aplicação do Procedimento Comum. Quando se fala em indenização, temos de lembrar de um dos temas mais interessan- tes do Direito Civil, que é a Responsabilidade Civil. Para tanto, recomendo a leitura da: • Parte Geral do Código Civil: Arts. 186 a 188 (regra geral da responsabilidade civil extracontratual ou aquiliana e algumas excludentes; 9 UNIDADE Petição Inicial no Processo de Conhecimento • Parte especial: Art. 389 (regra básica da responsabilidade contratual) e dois Capí- tulos Específicos – “Da obrigação de indenizar” (Arts. 927 a 943) e “Da indeniza- ção” (Arts. 944 a 954). O termo responsabilidade civil expressa obrigação imposta a uma pessoa no sentido de reparar eventuais danos causados a outra em razão de atos ilícitos que tenha praticado (fato próprio), ou por atos praticados por pessoas ou coisas que estejam legalmente sob sua responsabilidade (Art. 932, CC). Com efeito, ao agente do ato ilícito é imposta a obrigação de indenizar a vítima, ressarcindo todos os prejuízos por ela experimentados. As perdas e danos abrangem não só o dano emergente como também o lucro cessante, isto é, tudo o que a vítima efetivamente perdeu mais tudo o que ela deixou razoavelmente de ganhar (ARAÚJO JUNIOR, 2020, p. 278). Quando do caso concreto, importante analisar, inicialmente, se a responsabilidade é contratual ou extracontratual, bem como se estão presentes os pressupostos da res- ponsabilidade civil (ação ou omissão, culpa lato sensu, nexo de causalidade e dano), lembrando-se de que a responsabilidade objetiva prescinde de culpa, enquanto na res- ponsabilidade subjetiva a culpa deve ser provada. No caso de homicídio, segundo o Art. 947 do CC: Art. 947. A indenização consiste, sem excluir outras reparações: I – no pagamento das despesas com o tratamento da vítima, seu funeral e o luto da família; II – na prestação de alimentos às pessoas a quem o morto os devia, levando-se em conta a duração provável da vida da vítima. Em se tratando de lesão ou ofensa à saúde, “O ofensor indenizará o ofendido das despesas do tratamento e dos lucros cessantes até ao fim da convalescença, além de algum outro prejuízo que o ofendido prove haver sofrido” (Art. 949). Se a lesão resultar em incapacidade laborativa, total ou parcial, “A indenização, além das despesas do tratamento e lucros cessantes até ao fim da convalescença, incluirá pen- são correspondente à importância do trabalho para que se inabilitou, ou da depreciação que ele sofreu” (Art. 950). Importante destacar, ainda, o Código de Defesa do Consumidor, que trata da respon- sabilidade pelo fato do produto e do serviço (Art. 12) e da responsabilidade por vício do produto e do serviço (Art. 18). Sobre o nome da ação, nos Procedimentos Especiais, a própria Lei nomeia (Ação Monitória e Ação de Consignação em Pagamento, por exemplo). O problema está no Procedimento Comum, que a Lei é omissa. São as chamadas Ações Inominadas. Barroso e Lettiere (2019, p. 109) criticam os advogados que “criam nomes para as ações” e, como exemplo, citam a “Ação de Indenização por Danos Morais, Cumulada com Ação de Indenização por Danos Materiais de Lucros Cessantes, Dano Estético e Pensão Vitalícia”. 10 11 Para os autores, é importante constar no preâmbulo que se trata de ação de conhe- cimento, pelo Procedimento Comum. Sendo assim, sugerem “AÇÃO DE CONHECI- MENTO PELO PROCEDIMENTO COMUM”. Já Chacon (2021, p. 12), quando explica os requisitos da Petição Inicial, claramente nomeia a ação como “Ação de Indenização”. Bem, não é possível bater o martelo. Só posso dizer que na Prática Forense e até mesmo em provas, temos visto as ações pelo Procedimento Comum sendo realmente nominadas. Vamos à Prova da OAB! No Exame de Ordem Unificado 2010/3, a peça pedida na Prova de Civil foi “Ação de Indenização” (nota-se que no gabarito consta o nome da Ação). A seguir, o enunciado e o gabarito comentado. Prova Oab – Ação de Indenização (Prova Prático-Profissional, Direito e Processo Civil, Exame de Ordem Unificado 2010/3) Enunciado Manuel foi casado com Maria pelo regime da comunhão universal de bens por 50 (cinquenta) anos. Acabaram construindo um patrimônio comum de R$ 2.400.000 (dois milhões e quatrocentos mil reais). Da relação conjugal nasceram três filhos (José, Joaquim e Julieta) que, ao atingirem a maioridade civil, passaram a trabalhar com os pais na rede de padarias da família. Ocorre que Manuel faleceu, e foi necessária a abertura do processo de inventário-partilha para que os bens deixados pelo de cujus fosseminventariados e partilhados entre seus sucessores. José, Joaquim e Julieta, filhos maiores, capazes e solteiros do casal, objetivando resguardar o futuro da família e a velhice de sua mãe, procuraram o Dr. João, advogado conhecido e amigo de muitos anos de seu falecido pai, para receberem orientações acerca da sucessão e ajuizar o inventário. Contudo, o Dr. João sabia de um segredo e, em respeito à amizade que existia entre ele e Manuel, nunca o havia revelado para que a família se mantivesse unida e admirando o de cujus por ter sempre a ela dedicado sua vida. O segredo era que Manuel possuía um filho (Pedro) fora do casamento. Ele havia acabado de com- pletar 13 (treze) anos e morava com a mãe. Manuel não o havia registrado, apesar de reconhecer a paternidade da criança para a mãe de Pedro e várias outras pessoas. Havia provas em documentos particulares, em pronunciamentos nas festas de ani- versário de Pedro, além do fato de contribuir para o seu sustento, apesar de omitir a sua existência para a sua família legítima. José, Joaquim e Julieta disseram ao Dr. João que, para que sua mãe tivesse uma velhice tranquila e ficasse certa do amor, respeito e admiração que sentiam por ela e seu falecido pai, bem como da enorme união entre os seus filhos, optavam por renunciar à parte que cabia a cada um na herança, em favor de sua mãe. Assim, a mãe continuaria com todas as padarias, já que somente as receberiam e partilhariam entre eles após o falecimento dela. O Dr. João, considerando que to- das as partes envolvidas na sucessão de Manuel eram maiores e capazes, ajuizou um procedimento sucessório adotando o rito do Arrolamento Sumário e elaborou 11 UNIDADE Petição Inicial no Processo de Conhecimento termos de renúncia “em favor do monte” de José, Joaquim e Julieta, que foram reco- nhecidos como válidos judicialmente. Questionado pelos três sobre o porquê de não constar no documento, expressamente, que as partes deles estavam sendo doadas para a sua mãe, foi esclarecido que não havia necessidade, já que, como os seus avós não eram mais vivos, Maria acabaria por receber, além de sua meação, as cotas dos renunciantes, na qualidade de herdeira, diante da ordem de vocação hereditá- ria da sucessão legítima prevista no Artigo 1.829 do Código Civil, além de evitar o pagamento do imposto de doação, que incidiria no caso de renúncia translativa. Tal orientação foi dada acreditando que a mãe de Pedro manteria em segredo a pater- nidade de seu filho, o que não ocorreu. Em virtude disso, Pedro acabou por receber toda a herança avaliada no montante de R$ 1.200.000,00 (um milhão e duzentos mil reais), ficando Maria apenas com a sua meação de igual valor. José, Joaquim e Julieta nada receberam, o que os abalou profundamente no âmbito emocional. Considerando todos os fatos narrados acima, a ocorrência de danos sofridos por José, Joaquim e Julieta em decorrência de orientação equivocada de seu então advogado (Dr. João) e o reconhecimento judicial dos direitos de Pedro no procedimento suces- sório de Manuel, você, na condição de novo advogado contratado pelos filhos legíti- mos de Manuel para serem ressarcidos por todos os danos sofridos, elabore a peça adequada para pleitear os direitos deles. Disponível em: https://bit.ly/3E5c5fK Gabarito Comentado A peça cabível será uma Petição Inicial direcionada para o Juízo Cível. Trata-se de uma ação indenizatória proposta por José, Joaquim e Julieta em face do Dr. João, com base na responsabilidade civil dos profissionais liberais, pleiteando danos materiais (cota- -parte de cada um na herança de seu pai) e danos morais (decorrentes da dor, do so- frimento, da angústia e da humilhação causadas pela orientação e atuação falhas do Dr. João, ao efetuar uma renúncia abdicativa, e não translativa, mesmo sabendo da existência de um outro herdeiro (Pedro – filho havido fora do casamento). Fundamento da Responsabilidade Civil Subjetiva Responsabilidade civil subjetiva do advogado: Artigo 32 da Lei 8.906/94 (Estatuto da Advocacia) c/c 927, caput, do CC. Argumentos a Serem Abordados para Confirmar a Atuação Falha do Advogado 1) São duas as espécies de renúncia, quais sejam: a renúncia abdicativa e a renún- cia translativa. A renúncia abdicativa é aquela em que o renunciante não indica uma pessoa cer- ta para receber a herança, havendo, portanto, uma renúncia “em favor do monte”, sendo as cotas partes dos renunciantes recebidas pelos demais herdeiros da mesma classe e, em caso de inexistência de outros herdeiros da mesma classe, devolver-se-á aos da subsequente (Artigos 1804, parágrafo único, c/c 1810, ambos do CC). Esta foi a renúncia materializada pelo Dr. João no caso acima. Já a renúncia translativa é uma renúncia “em favor de uma pessoa determinada”, independentemente da ordem de vocação hereditária. Trata-se de ato complexo e que corresponde a uma aceitação tácita da herança (Artigo 1805, 2ª parte, do CC) seguida de uma doação (Artigo 538, do CC) para a pessoa determinada, já que o herdeiro não poderia doar algo que não recebeu para alguém. 12 13 2) O Dr. João não procedeu de forma correta, pois efetuou, ao elaborar um termo de renúncia em favor do monte, uma renúncia abdicativa (em favor do monte) ao invés de uma renúncia translativa (aceitação tácita seguida de doação para Maria), já que até conseguiu evitar a configuração do imposto de doação, mas acabou prejudican- do os filhos renunciantes de Manuel, pois, não havendo mais qualquer distinção entre os filhos havidos no casamento e os filhos havidos fora do casamento, Pedro poderá se habilitar no procedimento sucessório de seu pai, acabando por receber toda a herança de seu pai, ante a renúncia abdicativa de seus irmãos, que são irrevo- gáveis (Artigo 1812 do CC), não havendo falar em transferência para as classes sub- sequentes diante da existência de filho não renunciante (Artigo 1810 do CC), ficando Maria apenas com a sua meação diante do regime da comunhão universal de bens. 3) Danos Morais e Materiais Oriundos do Mesmo Fato: Falha na Prestação do Serviço do Advogado: Danos materiais no valor de R$ 300.000,00 que cada um deixou de receber da herança de seu pai, pois havendo 4 filhos e a herança sendo avaliada em R$ 1.200.000,00, cada um faria jus a R$ 300.000,00; danos morais cau- sados pela dor, sofrimento, angústia e humilhação decorrentes da atuação falha do advogado, que ampliou a perda pelo ente querido com uma desestruturação fami- liar e possibilidade de perda de toda a herança e não efetivação da doação para a sua mãe em virtude da falha do advogado Dr. João. Pedidos a Serem Formulados (282 do CPC) 1) Citação do réu; 2) Condenação no pagamento de danos materiais no valor de R$ 300.000,00 (tre- zentos mil reais), para cada autor, pois havendo 4 filhos e a herança sendo avaliada em R$ 1.200.000,00, cada um faria jus a R$ 300.000,00, e danos materiais a serem arbitrados pelo Juiz para cada autor; 3) Protesto genérico de provas; 4) Valor da causa; 5) Condenação de honorários sucumbenciais; 6) Indicação da inserção de data e assinatura. (...) Igualmente seria possível compor uma ação indenizatória, por meio da qual o exa- minando demonstrasse que o advogado deixou de ser proficiente no cumprimento do mandato que lhe foi outorgado, devendo ser responsabilizado pelo insucesso da orientação profissional. Nesse caso, usou-se como base no critério de correção a demonstração da falta de cuidado do Dr. João que importou na perda da chance de José, Joaquim e Julieta obterem tutela jurisdicional que os satisfizesse na medida de seus objetivos, o que era juridicamente possível. A pontuação foi conferida de acordo com a coerência e fundamentação apresenta- das pelos examinandos que identificaram a responsabilidade contratual dos pro- fissionais liberais, correlacionando-a a dispositivos que tratassem de atos ilícitos e obrigação de indenizar. Disponível em: https://bit.ly/3BY2PI9 Observação A prova foi aplicada antes da vigência do novo CPC. Sendo assim:Art. 282, atual Art. 319.3 13 UNIDADE Petição Inicial no Processo de Conhecimento Petição Inicial nos Procedimentos Especiais Os Procedimentos Especiais estão no Código de Processo Civil, bem como em Leis Esparsas (Lei 9.099/95 – Juizados Especiais; Lei 8.245/91 – Lei do Inquilinato, por exemplo). Assim, além dos requisitos do Arts. 319 e 320 do CPC, cada ação possui suas peculiaridades. Os procedimentos especiais podem ser de jurisdição contenciosa (Ação de Consigna- ção em Pagamento, Ações Possessórias e Ação Monitória, por exemplo) ou de jurisdição voluntária (divórcio e separação consensuais, por exemplo). Como ensina Tartuce (2020, p. 25), “Não sendo o caso de adoção de procedimento específico, a ação tramitará pelo Procedimento Comum.” Como visto, quando da elaboração da peça processual, sempre que se tratar de pro- cedimentos especiais, a nomenclatura (nome da Ação) deve seguir a Lei (Ação Monitória, por exemplo). Foram selecionadas as ações mais pedidas nas provas. São elas: Ação de Consignação em Pagamento, Ação de Reintegração de Posse, Ação de Usucapião, Ação de Divórcio Consensual, Ação Renovatória (locação) e Ação Monitória. Reitero que a Petição Inicial nas ações de Procedimentos Especiais segue os requisi- tos do Artigo 319, mais aqueles específicos de cada Ação, como estudaremos a partir de agora. Foco sempre! Ação de Consignação em Pagamento Segundo Barroso e Lettiere (2019, p. 227), a Ação de Consignação em Pagamento “é direito do devedor de se livrar de dívida existente, através de depósito em juízo, desde que por motivo justo que enseje o cabimento”. A Consignação em Pagamento está disciplinada pelo Código Civil (Arts. 334 a 345 do CC), que disciplina os fatos que autorizam a consignação, bem como pelo Código de Processo Civil (Arts. 539 a 549 do CPC), que disciplina o modo como ocorre ação. A Ação de Consignação em Pagamento é cabível nas hipóteses previstas no Artigo 335 do Código Civil, sendo: I – se o credor não puder, ou, sem justa causa, recusar receber o paga- mento, ou dar quitação na devida forma; II – se o credor não for, nem mandar receber a coisa no lugar, tempo e condição devidos; III – se o credor for incapaz de receber, for desconhecido, declarado au- sente, ou residir em lugar incerto ou de acesso perigoso ou difícil; IV – se ocorrer dúvida sobre quem deva legitimamente receber o objeto do pagamento; V – se pender litígio sobre o objeto do pagamento. 14 15 Sobre os requisitos da Petição Inicial, além dos requisitos do Art. 319, o autor reque- rerá, conforme Art. 542: I – o depósito da quantia ou da coisa devida, a ser efetivado no prazo de 5 (cinco) dias contados do deferimento, ressalvada a hipótese do Art. 539, § 3º; II – a citação do réu para levantar o depósito ou oferecer contestação. Cuidado, o depósito previsto no Inciso I é obrigatório, sob pena de extinção do pro- cesso sem resolução do mérito (Art. 541). Outra coisa: nessa ação, tem de fazer pedido de citação para levantar o depósito ou oferecer contestação (Inc. I do Art. 542). Importante salientar que, se ocorrer dúvida sobre quem deva legitimamente receber o pagamento, o autor requererá o depósito e a citação dos possíveis titulares do crédito para provarem o seu direito (Art. 547). Em se tratando de prestações sucessivas, “Consignada uma delas, pode o devedor continuar a depositar, no mesmo processo e sem mais formalidades, as que se forem vencendo, desde que o faça em até 5 (cinco) dias contados da data do respectivo venci- mento” (Art. 541). Se a obrigação for em dinheiro, nem precisa de Processo Judicial. O CPC permite que o depósito seja feito em Estabelecimento Bancário (§ 1º do Art. 539). Se ocorrer a recusa, “manifestada por escrito ao estabelecimento bancário, poderá ser proposta, dentro de 1 (um) mês, a ação de consignação, instruindo-se a inicial com a prova do depósito e da recusa” (§ 3º do Art. 539). Se a Ação não for proposta no prazo referido, “ficará sem efeito o depósito, podendo levantá-lo o depositante” (§4º do Art. 539). Atenção ao Quadro a seguir, que certamente irá ajudar na elaboração da peça. Quadro 1 – Petição Inicial: ação de consignação em pagamento Cabimento Art. 335 do CC. Foro competente Foro de eleição, se houver. Não havendo, o foro competente é aquele do lugar do pagamento (Art. 540 do CC). Legitimidade ativa Do devedor Fundamento legal Código Civil: Arts. 334 a 345.Código de Processo Civil: Art. 539 a 549. Procedimento Procedimento Especial: Arts. 539 a 549 do CPC. Petição Inicial (requisitos) Art. 319, Art. 320. Art. 541, Art. 542 e Art. 543. 15 UNIDADE Petição Inicial no Processo de Conhecimento Valor da causa “Na ação de consignação em pagamento, o valor da causa de- pende do objeto do pagamento (Art. 292, II, CPC). Tratando-se de consignação de um bem certo, o valor da causa será o valor do bem, v. g., consignando-se uma máquina que vale R$ 10.000,00 (dez mil reais), o valor da causa será R$ 10.000,00 (dez mil reais). Tratando-se de um valor único, por exemplo, uma dívida de R$ 2.000,00 (dois mil reais), o valor da causa será R$ 2.000,00 (dois mil reais). Tratando-se de consignação de dívida que vence em parcelas, o valor da causa será o valor das parcelas vencidas e vin- cendas até o limite de uma anuidade (Art. 292, §§ 1º e 2º, CPC)” (ARAÚJO JÚNIOR, 2020, p. 120). A Ação de Consignação em Pagamento foi pedida na segunda fase do XXX Exame de Ordem Unificado, aplicado em 01/12/2019. A seguir, o enunciado e o gabarito comentado, na íntegra. Tenho certeza que você fará uma excelente Petição Inicial. Exame OAB – Ação de Consignação em Pagamento (XXX Exame de Ordem Unificado – Prova Prático-Profissional – Aplicada em 01/12/2019) Enunciado “Priscila comprou um carro de Wagner por R$ 28.000,00 (vinte e oito mil reais). Para tanto Priscila pagou um sinal no valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais), tendo sido o restante dividido em nove parcelas sucessivas de R$ 2.000,00 (dois mil reais), a cada 30 dias. As parcelas foram pagas regularmente até a sétima, quando Priscila, por ter sido dispensada de seu emprego, não conseguiu arcar com o valor das duas prestações restantes. Priscila entrou em contato com Wagner, diretamente, explicando a situação e infor- mando que iria tentar conseguir o valor restante para quitar o débito, tendo Wagner mencionado que a mesma não se preocupasse e que aguardaria o pagamento das parcelas, até o vencimento da última. Tal instrução foi transmitida pelo vendedor à compradora por mensagem de texto. Apesar disso, cinco dias antes do vencimento da nona parcela, quando Priscila con- seguiu um empréstimo com um amigo para quitar as parcelas, ela não conseguiu encontrar Wagner nos endereços onde comumente dava-se a quitação das presta- ções, a residência ou o local de trabalho de Wagner, ambos na cidade de São Paulo. Priscila soube, no mesmo dia em que não encontrou Wagner, que estava impossibi- litada de trabalhar em uma sociedade empresária, pois o credor incluíra seu nome no Serviço de Proteção ao Crédito (SPC), em virtude da ausência de pagamento das últimas parcelas. Esperando ver-se livre da restrição, quitando seu débito, Priscila efetuou o depósito de R$ 4.000,00 (quatro mil reais) no dia do vencimento da última parcela, em uma agência bancária de estabelecimento oficial na cidade de São Paulo. Cientificado do depósito, Wagner, no quinto dia após a ciência, recusou-o, imotivadamente, me- diante carta endereçada ao estabelecimento bancário. 16 17 Como advogado(a) de Priscila, redija a medida processual mais adequada para que a compradora obtenha a quitação do seu débito e tenha, de imediato, retirado seu nome do cadastro do SPC. (Valor: 5,00) Observação A peça deve abranger todos os fundamentos de Direito que possam ser utilizados para dar respaldo à pretensão. A simples menção ou transcrição do dispositivo legal não confere pontuação.” Gabarito Comentado “Priscila deverá ajuizar uma ação de consignaçãoem pagamento, conforme o Art. 539 e seguintes do CPC. A Petição Inicial deverá obedecer aos requisitos gerais do Art. 319 do CPC, sendo di- rigida a uma das Varas Cíveis da Comarca de São Paulo, de acordo com o Art. 540 do CPC, indicando, no polo ativo, Priscila, e, no polo passivo, Wagner, com a qualificação completa de ambas as partes. Deve ser arguida a tempestividade da presente ação, proposta dentro do prazo de um mês da recusa de recebimento do valor depositado, conforme Art. 539, § 3º, do CPC. O examinando deve mencionar que a inviabilidade do pagamento das duas parcelas decorreu da impossibilidade de localização do réu, no mesmo modus operandi que foi utilizado para a realização de todos os pagamentos desde o início. Em seguida, deve o examinando ressaltar o prazo de favor obtido por Prisicila, que efe- tuou o pagamento integral das parcelas remanescentes na data acordada com Wagner. Deve o examinando informar que a autora realizou o depósito bancário, em instituição oficial, tendo o réu além de recusado o pagamento, inserido o nome da autora nos cadastros restritivos de crédito, o que a impossibilitou de conseguir um novo emprego. Deve ser requerida a antecipação dos efeitos da tutela para exclusão do nome de Priscila dos cadastros restritivos de crédito, eis que o valor do débito já se encontra depositado, bem como a negativação está impedindo que Priscila consiga um novo emprego, estando presentes o fumus boni iuris e o periculum in mora. Nos pedidos, deverá o examinando requerer a citação do réu para levantar o depósi- to ou contestar, conforme Art. 542, Inciso II, do CPC, e a confirmação da quitação do débito, uma vez que o valor já se encontra depositado, com a consequente extinção da obrigação e a confirmação da tutela antecipada. Deve ser mencionada a juntada dos seguintes documentos: contrato de compra e venda, documento do veículo, comprovante do depósito e manifestação por escrito da recusa de recebimento do valor depositado assinada por Wagner. O valor da causa será de R$ 4.000,00, considerando que faltam duas prestações de R$ 2.000,00 cada. Por fim, o fechamento, com a indicação de local, data, assinatura e inscrição OAB.” Disponível em: https://bit.ly/3E5J43q 17 UNIDADE Petição Inicial no Processo de Conhecimento Ação de Reintegração de Posse A Ação de Reintegração de Posse constitui meio de defesa da posse em caso de esbulho (privação da posse), ou seja, se o possuidor foi retirado da posse de forma violenta, clan- destina ou precária, para reaver o bem, terá de propor Ação de Reintegração de Posse. Figura 2 – Reintegração de Posse Fonte: Getty Images Ações Possessórias – Não Confunda! “A reintegração de posse visa a recuperar a posse perdida, em caso de esbulho, ou seja, quando, por meio do esbulho, o possuidor perdeu sua posse na totalidade. A manutenção de posse se destina a proteger o possuidor dos atos de turbação. Os atos de turbação atrapalham o exercício da posse, todavia não retiram o possuidor de sua posse. Já o interdito proibitório possui caráter preventivo, por meio dele se evita atentado à sua posse. Nesse diapasão, o juiz deferirá ordem judicial proibitória, na qual haverá a comi- nação de pena pecuniária para hipótese de violação” (BARROSO; LETTIERE, 2019, p. 236). O Pedido Possessório é caracterizado pela fungibilidade, conforme Art. 554 do CPC: “A propositura de uma ação possessória em vez de outra não obstará a que o juiz co- nheça do pedido e outorgue a proteção legal correspondente àquela cujos pressupostos estejam provados”. O Pedido de Reintegração de Posse pode ser cumulado com o Pedido de Condena- ção em Perdas e Danos e Indenização dos Frutos. Além de imposição de medida neces- sária e adequada para evitar nova turbação ou esbulho e cumprir-se a tutela provisória ou final (Art. 555, CPC). Cabe ao autor provar a sua posse, o esbulho praticado pelo réu e a perda da posse (Art. 561). Deferido ou não, o Mandado Liminar de Reintegração, o autor promoverá, nos 5 (cinco) dias subsequentes, a citação do réu para, querendo, contestar a Ação no prazo de 15 (quinze) dias (Art. 564). 18 19 Quando for ordenada a justificação prévia, o prazo para contestar será contado da intimação da decisão que deferir ou não a medida liminar (parágrafo único do Art. 564). A seguir o Quadro para ajudar na elaboração da peça: Quadro 2 – Petição Inicial: ação de reintegração de posse Cabimento Esbulho, Art. 1210 do CC. Foro competente Bem imóvel: foro da situação do imóvel (§ 2º do Art. 47 do CPC)Bem móvel: foro do domicílio do réu (Art. 46 do CPC) Legitimidade ativa Do possuidor Fundamento legal Código Civil: Art. 1.210Código de Processo Civil: Arts. 554 a 568 Procedimento Procedimento Especial: Arts. 544 a 568 do CPC. Art. 558. Regem o procedimento de manutenção e de reintegra- ção de posse as normas da Seção II deste Capítulo quando a ação for proposta dentro de ano e dia da turbação ou do esbulho afir- mado na Petição Inicial. Parágrafo único. Passado o prazo referido no caput, será comum o procedimento, não perdendo, contudo, o caráter possessório. Valor da causa Art. 292, Inciso VI, do CPC. “O valor da causa em ação possessória é sempre estimativo, em razão da inexistência de critério legal a estabelecer valor deter- minado, e porque a posse compreende apenas um aspecto da propriedade. Decisão reformada, para prevalecer o valor atribu- ído pela autora na ação subjacente, revogada a liminar. Recurso provido ” (TJSP, A.I. n° 0212496-97.2011.8.26.0000, 18ª Câmara de Direito Privado, Des. Rel. JURANDIR DE SOUZA OLIVEIRA, Data do Julgamento: 01/02/2012). Processo Civil. Recurso Especial. Ação de Reintegração de Posse. Contrato de Comodato. Valor da Causa. 1. Por ausência de expressa disposição do CPC acerca da fixação do valor da causa nas ações possessórias, a jurisprudência desta Corte tem entendido que ele deve corresponder ao benefício pa- trimonial pretendido pelo autor; 2. Embora o contrato de comodato não tenha conteúdo econô- mico imediato, o benefício patrimonial pretendido na ação de reintegração consubstancia-se no valor do aluguel que a autora estaria deixando de receber enquanto o réu permanece na posse do bem; 3. É razoável a aplicação analógica do disposto no Art. 58, III, da Lei de Locações, para estabelecer o valor da causa na possessória que busca a posse por rompimento do contrato de comodato. 4. Recurso especial parcialmente provido; (STJ, REsp nº 1.230.839 - MG (2011/0006141-6), Relatora Ministra Nancy Andrighi, j. 19/03/2013). No XXVI Exame de Ordem Unificado, aplicado em 16/08/2016, na PROVA PRÁTI- CO-PROFISSIONAL, a Peça pedida foi Ação de Reintegração de Posse. A seguir, o enunciado e o gabarito comentado, reproduzidos na íntegra. 19 UNIDADE Petição Inicial no Processo de Conhecimento Já pode começar a fazer a peça. Sei que você irá acertar. Exame OAB – Ação de Reintegração de Posse (XXVI Exame De Ordem Unificado – Prova Prático-Profissional – Aplicada em 16/09/2018) Enunciado “Aline é proprietária de uma pequena casa situada na cidade de São Paulo, resi- dindo no imóvel há cerca de 5 anos, em terreno constituído pela acessão e por um pequeno pomar. Pouco antes de iniciar obras no imóvel, Aline precisou fazer uma viagem de emergência para o interior de Minas Gerais, a fim de auxiliar sua mãe que se encontrava gravemente doente, com previsão de retornar dois meses depois a São Paulo. Aline comentou a viagem com vários vizinhos, dentre os quais, João Paulo, Nice, Marcos e Alexandre, pedindo que “olhassem” o imóvel no período. Ao retornar da viagem, Aline encontrou o imóvel ocupado por João Paulo e Nice, que nele ingressaram para fixar moradia, acreditando que Aline não retornaria a São Paulo. No período, João Paulo e Nice danificaram o telhado da casa ao instalar uma antena “pirata” de televisão a cabo, o que, devido às fortes chuvas que caíram sobre a cidade, provocou graves infiltrações no imóvel, gerando um dano estimado em R$ 6.000,00 (seismil reais). Além disso, os ocupantes vêm colhendo e vendendo boa parte da produção de laranjas do pomar, causando um prejuízo estimado em R$ 19.000,00 (dezenove mil reais) até a data em que Aline, 15 dias após tomar ciência do ocorrido, procura você, como advogado. Na qualidade de advogado(a) de Aline, elabore a peça processual cabível voltada a per- mitir a retomada do imóvel e a composição dos danos sofridos no bem (Valor: 5,00). Obs.: a peça deve abranger todos os fundamentos de Direito que possam ser utiliza- dos para dar respaldo à pretensão. A simples menção ou transcrição do dispositivo legal não confere pontuação.” Gabarito Comentado “A peça processual cabível na espécie é uma Petição Inicial. Considerando que ocorreu esbulho possessório, na forma do Art. 1.210 do CC, deve ser proposta Ação de Reintegra- ção de Posse. Como o esbulho ocorreu há menos de ano e dia da propositura da demanda (Art. 558 do CPC), pois Aline tomou conhecimento do esbulho dentro deste prazo, deve ser requerida a adoção do procedimento previsto no Art. 560 e seguintes do CPC. A peça deve ser endereçada a um dos juízos cíveis da Comarca de São Paulo, conside- rando a competência absoluta do foro de situação do imóvel para a ação possessória imobiliária (Art. 47, § 2º, do CPC). No mérito, deve ser afirmada a existência de esbulho possessório, bem como a carac- terização da posse de João Paulo e Nice como posse de má-fé, nos termos do Art. 1.201 do CC, considerando sua clandestinidade. Também deve ser demonstrada a exten- são dos danos sofridos no imóvel. Deve ser formulado requerimento de concessão de liminar em ação possessória, na forma do Art. 562 do CPC, eis que preenchidos os requisitos do Art. 561 do CPC. Deve ser requerida, além da reintegração de posse, a condenação dos réus ao pagamen- to de indenização por perdas e danos e pelos frutos colhidos, na forma do Art. 1.216 e do 20 21 Art. 1.218, ambos do CC, considerando a caracterização da posse como posse de má-fé. Tal cumulação objetiva é possível com fulcro no Art. 555, caput, Incisos I e II, do CPC/15. Quanto às provas, deve ser requerida a produção de prova testemunhal, a fim de de- monstrar a clandestinidade da posse. Da mesma forma, deve ser requerida a produ- ção de prova pericial, para comprovação da ocorrência dos danos sofridos no imóvel, e em razão da coleta e alienação dos frutos naturais do imóvel. O valor da causa deve corresponder a R$ 25.000,00 (vinte e cinco mil reais), nos ter- mos do Art. 292, Inciso VI, do CPC. Por fim, o fechamento, com a indicação de local, data, assinatura e inscrição OAB” Disponível em: https://bit.ly/3hjkhPw Ação de Usucapião Usucapião é o modo originário de aquisição da propriedade, pela posse prolongada e qualificada pelos requisitos fixados em lei. Decorre “da somatória de dois elementos: a inércia do titular do domínio e o tempo de posse” (BARROSO; LETTIERE 2019, p. 243). Figura 3 – Julgamento Fonte: Getty Images Pelo atual CPC, a Ação de Usucapião, seja qual for a espécie, deixa de apresentar um Procedimento Especial, aplicando-se as regras do Procedimento Comum (Art. 319 do CPC). De qualquer forma, seguindo a doutrina, vamos analisar este Quadro com as demais ações de Procedimentos Especiais. Quadro 3 – O Código Civil trata das seguintes espécies Usucapião Extraordinária Art. 1.238. Aquele que, por quinze anos, sem interrupção, nem oposição, possuir como seu um imóvel, adquire-lhe a proprieda- de, independentemente de título e boa-fé; podendo requerer ao juiz que assim o declare por sentença, a qual servirá de título para o registro no Cartório de Registro de Imóveis. Parágrafo único. O prazo estabelecido neste Artigo reduzir-se-á a dez anos se o possuidor houver estabelecido no imóvel a sua moradia ha- bitual, ou nele realizado obras ou serviços de caráter produtivo. 21 UNIDADE Petição Inicial no Processo de Conhecimento Usucapião Ordinária Art. 1.242. Adquire também a propriedade do imóvel aquele que, contínua e incontestadamente, com justo título e boa-fé, o pos- suir por dez anos. Parágrafo único. Será de cinco anos o prazo previsto neste Artigo se o imóvel houver sido adquirido, onerosamente, com base no re- gistro constante do respectivo cartório, cancelada posteriormen- te, desde que os possuidores nele tiverem estabelecido a sua mo- radia, ou realizado investimentos de interesse social e econômico. Usucapião Especial Urbana Art. 1.240. Aquele que possuir, como sua, área urbana de até du- zentos e cinquenta metros quadrados, por cinco anos ininterrup- tamente e sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural. § 1º Andrei título de domínio e a concessão de uso serão conferi- dos ao homem ou à mulher, ou a ambos, independentemente do estado civil. § 2º Andrei direito previsto no parágrafo antecedente não será reconhecido ao mesmo possuidor mais de uma vez. Usucapião Rural Art. 1.239. Aquele que, não sendo proprietário de imóvel rural ou urbano, possua como sua, por cinco anos ininterruptos, sem opo- sição, área de terra em zona rural não superior a cinquenta hec- tares, tornando-a produtiva por seu trabalho ou de sua família, tendo nela sua moradia, adquirir-lhe-á a propriedade. Usucapião Especial Familiar (também chamada de Usucapião Pró-moradia) Art. 1.240-A. Aquele que exercer, por 2 (dois) anos ininterrup- tamente e sem oposição, posse direta, com exclusividade, sobre imóvel urbano de até 250m² (duzentos e cinquenta metros qua- drados) cuja propriedade divida com ex-cônjuge ou ex-compa- nheiro que abandonou o lar, utilizando-o para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio integral, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural (Incluído pela Lei nº 12.424, de 2011). § 1º A dívida direito previsto no caput não será reconhecido ao mesmo possuidor mais de uma vez. Apesar de a Petição Inicial seguir o Procedimento Comum do Art. 319 do CPC, alguns pontos merecerem destaque, como a necessidade de Publicação de Editais (Art. 259), o pedido de citação dos confinantes, “exceto quando tiver por objeto unidade autônoma de prédio em condomínio, caso em que tal citação é dispensada” (§ 3º do Art. 246) e a pos- sibilidade do Pedido de Reconhecimento Extrajudicial de Usucapião (Art. 1.071). No Quadro a seguir, um resumo, sempre com a intenção de ajudar na elaboração da peça: Quadro 4 – Petição Inicial: ação de usucapião Cabimento Art. 1238 a Art. 1.244 do CC. Foro competente Bem imóvel: § 2º do Art. 47 do CPC (foro da situação do imóvel).Bem móvel: Art. 46 do CPC (domicílio do réu). Legitimidade ativa Em regra, o atual possuidor. Fundamento legal Código Civil: Art.1238 a 1244. 22 23 Procedimento Procedimento Comum, Arts. 319 e 320 do CPC. Petição Inicial (requisitos) CPC: Art. 319, Art. 320, Art. 256. Valor da causa Cuidado, tema controvertido. Valor da causa = valor do bem usu- capiendo (valor venal de referência) Art. 259, IV do CPC. No VIII Exame de ordem unificado, na PROVA PRÁTICO-PROFISSIONAL, aplicada em 21/10/2012, a peça pedida foi “Ação de Usucapião Especial Urbano”. A seguir, o enunciado e o gabarito comentado, na íntegra. Leia com atenção e já comece a elaborar a sua peça. Boa sorte! Exame OAB – Ação De Usucapião Especial Urbano (VIII Exame de Ordem Unificado – Prova Prático-Profissional – Aplicada em 21/10/2012) Enunciado “Norberto da Silva, pessoa desprovida de qualquer bem material, adquiriu de terceiro, há nove anos e meio, posse de terreno medindo 240m² em área urbana, onde cons- truiu moradia simples para sua família. O terreno está situado na Rua Cardoso Soares nº 42, no bairro de Lírios, na cidade de Condonópolis, no estado de Tocantins. São seus vizinhos do lado direito Carlos, do esquerdo Ezequiel e, dos fundos, Edgar. A posse é exercida ininterruptamente, de forma mansa e pacífica, sem qualquer oposição. No último ano o bairro passou por um aceleradoprocesso de valorização devido à cons- trução de suntuosos projetos imobiliários. Em razão disso, Norberto tem sido constante- mente sondado a se retirar do local, recebendo ofertas de valor insignificante, já que as construtoras alegam que o terreno sequer pertence a ele, pois está registrado em nome de Cândido Gonçalves. Norberto não tem qualquer interesse em aceitar tais ofertas; ao contrário, com setenta e dois anos de idade, viúvo e acostumado com a vida na localidade, demonstra desejo de lá permanecer com seus filhos. Por não ter qualquer documentação oficial que lhe resguarde o direito de propriedade do imóvel, Norberto procura um advogado a fim de que seja intentada medida judicial. Elabore a peça processual cabível in caso, indicando os seus requisitos e fundamentos nos termos da legislação vigente.” Gabarito Ocomentado “A medida judicial é AÇÃO DE USUCAPIÃO ESPECIAL URBANO, regido pela Lei n. 10.257/01 c/c Art. 1.240 do CC e Artigos 941 a 945 do CPC, pelo rito sumário (Art. 14 da Lei n. 10.257/01). O examinando deverá dirigir a Petição Inicial ao juízo cível competente para conhecer e julgar a medida, que é o da comarca de Condonópolis, à luz da competência territorial absoluta em razão do disposto no Art. 95 do CPC. No bojo da Petição Inicial deverá indicar corretamente os polos passivo (Cândido Gonçalves) e ativo (Norberto da Silva), qualificando as partes, e o nome correto da ação, observando 23 UNIDADE Petição Inicial no Processo de Conhecimento que o procedimento a ser adotado é o sumário (Art. 14 da Lei n. 10.257/01 c/c Art. 275, II, h, do CPC), e por isso deve indicar, desde logo, o rol de testemunhas. O endereço profissional para onde deverão ser encaminhadas as intimações também deve ser apresentado em atenção ao que dispõe o Art. 39, I, do CPC. Por se tratar o autor de pessoa idosa e desprovida de recursos materiais, deve ser apresentada fundamentação para a concessão da prioridade na tramitação do feito (Art. 71 da Lei n. 10.74/01 – Estatuto do Idoso – ou Art. 1.211-A do CPC) e que justifique a concessão dos benefícios da Justiça Gratuita (Lei n. 1.060/50), inclusive no âmbito do cartório do registro de imóveis (§ 2º do Art. 12 da Lei n. 10.257/01). Além da narrativa dos fatos com clareza, devem ser apresentados os fundamentos jurídi- cos compreendendo, em razão da natureza da causa, a exposição do exercício prolongado da posse, sem oposição, de maneira ininterrupta e para fins de moradia, além do aponte da inexistência de outro bem de propriedade do autor, bem como a demonstração de que o imóvel é inferior 250m² nos termos da planta do imóvel anexada (Art. 942 do CPC), tudo nos moldes do Art. 183 da CRFB/88 OU 1.240 e seguintes do CC ou 9º da Lei n. 10.257/01. No pedido, deverá ser requerida a concessão dos benefícios da gratuidade de justiça e da prioridade na tramitação; a citação do réu, dos confinantes pessoalmente (Súmula 391 do STF) e dos interessados, por edital; intimação das Fazendas Públicas (Art. 943 do CPC) e do Ministério Público (Art. 944 do CPC) e a produção de provas. Ao final, a procedência do pedido para declarar a propriedade do imóvel e a condenação em ho- norários e custas processuais. Por fim, deverá indicar o valor da causa e apontar o rol de testemunhas (Art. 14 da Lei n. 10.257/01 c/c Art. 276 do CPC)” Disponível em: https://bit.ly/3hjkhPw Observação A prova foi aplicada antes da vigência do novo CPC, sendo assim: • Art. 941 a 945 (Procedimento Especial para a Ação de Usucapião) – Sem corres- pondente no CPC atual, que segue o Procedimento Comum; • Art. 275 (Procedimento Sumário) – Sem correspondente no CPC atual, segue o Procedimento Comum; • Art. 39, I – atual Art. 106, I. Ação de Divórcio Como você já sabe, o divórcio põe fim ao casamento. 24 25 Figura 4 – Fim do casamento Fonte: Getty Images Após a alteração ocorrida no § 6º do Art. 226 da CF, a única exigência para o pedido de divórcio é estar casado, o que se prova pela certidão de casamento. Quadro 5 Redação anterior a EC 66/2010 § 6º. O casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio, após pré- via separação judicial por mais de um ano nos casos expressos em lei, ou comprovada separação de fato por mais de dois anos. Redação posterior a EC 66/2010 § 6º. O casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio (Redação dada Pela Emenda Constitucional nº 66, de 2010) . Segundo o Art. 1.581 do CC, “O divórcio pode ser concedido sem que haja prévia partilha de bens”. Temos o Divórcio Litigioso (Judicial) e o Divórcio Consensual (Judicial e Extrajudicial). Iremos tratar especificamente do Divórcio Consensual (Judicial). Além dos requisitos do Art. 319 e 320 do CPC, a Petição Inicial do Divórcio Consensual, segundo o Art. 731, deve indicar que as partes estão em comum acordo com relação: I – as disposições relativas à descrição e à partilha dos bens comuns; II – as disposições relativas à pensão alimentícia entre os cônjuges; III – o acordo relativo à guarda dos filhos incapazes e ao regime de visitas; e IV – o valor da contribuição para criar e educar os filhos. Uma excelente opção é o Divórcio Extrajudicial (Escritura Pública), que só é possível se houver consenso entre o casal, a inexistência de nascituro ou filhos incapazes (Art. 733). Após o Divórcio, não tem mais como restabelecer o casamento: só se casando novamente. 25 UNIDADE Petição Inicial no Processo de Conhecimento Quadro 6 – Petição Inicial: ação de divórcio consensual Cabimento Ambos estarem de acordo em relação a todas as cláusulas. Foro competente Art. 53. É competente o foro: I – para a ação de divórcio, separação, anulação de casamento e reconhecimento ou dissolução de união estável: a) de domicílio do guardião de filho incapaz; b) do último domicílio do casal, caso não haja filho incapaz; c) de domicílio do réu, se nenhuma das partes residir no antigo domicílio do casal; d) de domicílio da vítima de violência doméstica e familiar, nos ter- mos da Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006 (Lei Maria da Penha). Legitimidade ativa Casal (Divórcio Consensual). Fundamento legal § 6º do Art. 226 da CF. Lei 5.515/77, Art. 40, § 2º. Art. 731 ao Art. 733, ambos do CPC. Art. 1571 do CC. Procedimento Arts. 319, Art. 320, Art. 731, todos do CPC. Petição Inicial (requisitos) CPC: Art. 319, Art. 320, Art. 731. Valor da causa Com partilha de bens: a somatória dos valores dos referidos bens (Art. 292). Não havendo bens, aplica-se Art. 291 do CPC. Após incessantes buscas, tive a triste constatação: desde a unificação, não caiu a peça de Ação de Divórcio na Segunda Fase da Prova da OAB. Por outro lado, não faltaram questões sobre o tema na Prova Objetiva e nas questões da Segunda Fase. Selecionei duas, especialmente para você. Saiba Mais (FGV – 2018 – OAB – Exame de Ordem Unificado – XXV – Primeira Fase) “Aline e Alfredo, casados há 20 anos pelo regime da comunhão parcial de bens, possuem um filho maior de idade e plenamente capaz. Não obstante, Aline encontra-se grávida do segundo filho do casal, estando no sexto mês de gestação. Ocorre que, por divergên- cias pessoais, o casal decide se divorciar e se dirige a um escritório de advocacia, onde demonstram consenso quanto à partilha de bens comuns e ao pagamento de pensão alimentícia, inexistindo quaisquer outras questões de cunho pessoal ou patrimonial. Assinale a opção que apresenta a orientação jurídica correta a ser prestada ao casal: A) Inexistindo conflito de interesses quanto à partilha de bens comuns, Aline e Alfredo poderão ingressar com o pedido de divórcio pela via extrajudicial, desde que estejam devidamente assistidos por advogado ou defensor público. 26 27 B) Aline e Alfredo deverão ingressar com ação judicial de divórcio, uma vez que a exis- tência de nascituro impede a realização de divórcio consensual pela via extrajudicial, ou seja, por escritura pública. C) O divórcio consensual de Aline e Alfredo somente poderá ser homologado após a partilha de bens docasal. D)A partilha deverá ser feita mediante ação judicial, embora o divórcio possa ser reali- zado extrajudicialmente.” CORRETA: “B” (VI Exame de Ordem Unificado – Direito Civil – Prova Prático-Profissional) “Paulo, maior e capaz, e Eliane, maior e capaz, casaram-se pelo regime da comunhão parcial de bens no ano de 2004. Nessa ocasião, Paulo já havia herdado, em virtude do falecimento de seus pais, um lote de ações na Bolsa de Valores, cujo montante atualiza- do corresponde a R$ 50.000,00, sendo certo que Eliane, à época, não possuía bens em seu patrimônio. No ano de 2005, nasceu João, filho do casal. Em 2006, Paulo vendeu as ações que havia recebido e, com o produto da venda, comprou um auto- móvel de igual valor. Em 2007, Paulo foi contemplado com um prêmio de loteria no valor atualizado de R$ 100.000,00, que se mantém depositado em conta bancária. Agora, no ano de 2012, o casal, pretendendo se divorciar mediante a lavratura de escritura pública, decide consultar um advogado. Na condição de advogado(a) consultado(a) por Paulo e Eliane, responda aos itens a seguir, empregando os argumentos jurídicos apropriados e a fundamentação legal pertinente ao caso. a) Pode o casal divorciar-se por meio de lavratura de escritura pública? (Valor: 0,6) b) A respeito da partilha de bens em caso de divórcio do casal, qual(is) bem(ns) deve(m) integrar o patrimônio de Eliane e qual(is) bem(ns) deve(m) integrar o patrimônio de Paulo? (Valor: 0,65)” Gabarito Comentado “a) Não, de acordo com o Artigo 1124-A, CPC. Isso porque os cônjuges possuem um filho menor de idade, o que consiste em empecilho legal à utilização da via extraju- dicial para a decretação do divórcio. b) Caberá a Eliane perceber metade do prêmio de loteria a título de meação, na for- ma do Artigo 1660, Inciso II, do CC/02. Paulo terá direito ao automóvel, por ter sido adquirido com o produto da herança (Art. 1659, Inciso I, CC/02), e também a metade do prêmio de loteria (Artigo 1660, II, CC /02)”. Disponível em: https://bit.ly/3z0fVD0 Ação Renovatória (Locação) O Contrato de Locação Empresarial (Locação Não Residencial) tem proteção garan- tida pela Lei 8.245/91 (Lei do Inquilinato). A finalidade da Ação Renovatória é assegurar a continuidade da locação e a proteção ao Ponto Empresarial. 27 UNIDADE Petição Inicial no Processo de Conhecimento Sabemos que não é fácil adquirir uma boa clientela, por isso, o ponto é valorizado pelo Legislador, que permite, preenchidos os requisitos legais, a renovação do Contrato de Locação independente da vontade do locador. A Ação Renovatória, que independe da vontade do locador, segundo o § 5º do Art. 51 da Lei 8.245/91, deve ser proposta até seis meses antes da finalização do Contrato (“Do direito a renovação decai aquele que não propuser a ação no interregno de um ano, no máximo, até seis meses, no mínimo, anteriores à data da finalização do prazo do contrato em vigor.”) Segundo o Art. 51, o locatário terá direito à renovação do Contrato, por igual prazo, desde que, cumulativamente: I – o contrato a renovar tenha sido celebrado por escrito e com prazo determinado; II – o prazo mínimo do contrato a renovar ou a soma dos prazos ininter- ruptos dos contratos escritos seja de cinco anos; III – o locatário esteja explorando seu comércio, no mesmo ramo, pelo prazo mínimo e ininterrupto de três anos. Além do Artigo 319 e 320 do CPC, o Artigo 71 da Lei 8.245/91 apresenta outros requisitos que devem ser observados na Petição Inicial, sendo: I – prova do preenchimento dos requisitos dos Incisos I, II e III do Art. 51; II – prova do exato cumprimento do contrato em curso; III – prova da quitação dos impostos e taxas que incidiram sobre o imóvel e cujo pagamento lhe incumbia; IV – indicação clara e precisa das condições oferecidas para a renovação da locação; V – indicação do fiador quando houver no contrato a renovar e, quando não for o mesmo, com indicação do nome ou denominação completa, nú- mero de sua inscrição no Ministério da Fazenda, endereço e, tratando-se de pessoa natural, a nacionalidade, o estado civil, a profissão e o número da carteira de identidade, comprovando, desde logo, mesmo que não haja alteração do fiador, a atual idoneidade financeira; VI – prova de que o fiador do contrato ou o que o substituir na renovação aceita os encargos da fiança, autorizado por seu cônjuge, se casado for; VII – prova, quando for o caso, de ser cessionário ou sucessor, em virtude de título oponível ao proprietário. A seguir, um resumo para facilitar a elaboração da Petição Inicial. Quadro 7 – Petição Inicial: ação renovatória Cabimento Art. 51 da 8.245/91. Foro competente Art. 58, Inciso II, da Lei nº 8.245/91 “II - é competente para conhecer e julgar tais ações o foro do lugar da situação do imóvel, salvo se outro houver sido eleito no contrato”; 28 29 Legitimidade ativa • Locatário; • Pelos “cessionários ou sucessores da locação; no caso de sublo- cação total do imóvel, o direito a renovação somente poderá ser exercido pelo sublocatário” (§ 1º do Art. 51). Fundamento legal Art. 71 a 75 da Lei nº 8.245/91. Procedimento Art. 318 e seguintes do CPC.Art. 58 da Lei 8.245/91. Petição Inicial (requisitos) Art. 319 e Art. 320 do CPC. Art. 71 da Lei 8.245/91. Valor da causa Art. 58, III, da Lei nº 8.245/91 “III – o valor da causa corresponderá a doze meses de aluguel, ou, na hipótese do Inciso II do Art. 47, a três salários vigentes por oca- sião do ajuizamento;” No XX Exame de Ordem Unificado, PROVA PRÁTICO-PROFISSIONAL – Aplicada em 18/09/2016, Direito Empresarial, a Peça pedida foi uma “Ação Renovatória”. Recomendo que leia com atenção total. Em seguida, pode começar a peça. Fique tranquilo(a). Você tem total capacidade para fazer essa prova. Exame OAB – Ação Renovatória De Locação Não Residencial (XX Exame de Ordem Unificado – Prova Prático-Profissional – Aplicada em 18/09/2016) Enunciado “Distribuidora de Medicamentos Mundo Novo Ltda. foi dissolvida em razão do fale- cimento do sócio Pedro Gomes, ocorrido em 2013, com fundamento no Art. 1.035 do Código Civil. A sociedade foi constituída, em 1997, para atuar na comercialização de medicamentos e sempre atuou nesta atividade. Para manter a clientela do estabelecimento, mesmo após a dissolução da sociedade, Iguatemi, única sócia de Pedro Gomes, requereu seu registro como empresária indi- vidual, e, com o deferimento, prosseguiu, agora em nome próprio, a empresa antes exercida pela sociedade. O estabelecimento onde foi instalada a sociedade está situado na cidade de Chapa- dão do Sul, Estado de Mato Grosso do Sul. O imóvel é alugado desde a constituição da sociedade, sendo locadora a Imobiliária Três Lagoas Ltda. A vigência inicial do contrato foi de 3 (três) anos, tendo sido celebrados contratos posteriores por igual prazo, sucessiva e ininterruptamente. Durante a vigência do último contrato, que expirou em setembro de 2015, a sociedade limitada foi dissolvida. Diante da con- tinuidade da empresa posterior à dissolução da sociedade limitada, por Iguatemi, como empresária individual, esta procurou o locador e lhe apresentou proposta de novo aluguel, que foi rejeitada sem justificativa plausível. Em abril de 2014, temendo o prejuízo ao estabelecimento empresarial já consoli- dado, a perda considerável de clientela e os efeitos nefastos da transferência para 29 UNIDADE Petição Inicial no Processo de Conhecimento outra localidade, Iguatemi procurou sua advogada para que esta propusesse a me- dida judicial que assegurasse sua permanência no imóvel, informando que o valor atual do aluguel mensal é de R$ 17.000,00 (dezessete mil reais) e que contratou seguro de fiança locatícia. Considerando que na Comarca de Chapadão do Sul/MS existem apenas duas varas (1ª e 2ª), competindo ao Juiz da 1ª Vara o julgamento de ações cíveis, elabore a peça adequada (Valor: 5,00). Obs.: o examinando deve fundamentar suas respostas. A mera citação do dispositivo legal não confere pontuação”.Gabarito Comentado “A questão tem relação com o contrato de locação empresarial (locação não residen- cial) e a ação apropriada para assegurar a continuidade da locação e a proteção ao ponto empresarial, isto é, a permanência pelo empresário no local onde exerce sua empresa e que é referencial para sua clientela. Com base nos dados descritos no enunciado verifica-se que a peça adequada para assegurar a permanência de Iguatemi no imóvel é a AÇÃO RENOVATÓRIA [de locação não residencial], com fundamento no Art. 51, caput, e § 3º e no Art. 71, ambos da Lei nº 8.245/91. A Petição Inicial da ação renovatória deve ser instruída com os documentos arrola- dos no Art. 71 da Lei nº 8.245/91, no que couber, em conformidade com as informa- ções do enunciado. A Petição Inicial deve ser endereçada ao juízo da 1ª Vara da Comarca de Chapadão do Sul/MS, com fundamento no Art. 58, Inciso II, da Lei nº 8.245/91 (“é competente para conhecer e julgar tais ações o foro do lugar da situação do imóvel”). O examinando deverá qualificar as partes: a autora Iguatemi, empresária individual (que não é não EIRELI nem pessoa jurídica de direito privado) e a ré Imobiliária Três Lagoas Ltda. Deverá ser explicitado que a autora não é a locatária originária, mas tem legitimida- de ativa ad causam, pois é sub-rogatária do direito à renovação porque permaneceu exercendo o mesmo ramo de atividade após a dissolução da sociedade empresária, com fundamento no Art. 51, § 3º, da Lei nº 8.245/91. Nos fundamentos jurídicos do pedido o examinando deve demonstrar que a auto- ra cumpre todos os requisitos do Art. 51, Caput, da Lei nº 8.245/91, com expressa menção a esse dispositivo legal, (citando-os de per si e relacionando-os aos dados contidos no enunciado). Ademais, deve ser ressaltado que a ação foi proposta dentro do prazo previsto no Art. 51, § 5º, da Lei nº 8.245/91 (no interregno de um ano a seis meses anteriores à data da finalização do prazo do contrato em vigor). Com base no Art. 71, Incisos IV e V, da Lei nº 8.245/91, na petição da ação renovatória o autor deverá prestar informações complementares referentes a: a) apresentação da proposta das condições oferecidas para a renovação da locação, de “forma clara e precisa”. O examinando deverá cumprir este requisito na elabo- ração da peça, apresentando uma proposta de sua autoria, considerando o valor atual do aluguel como patamar mínimo OU informar que a proposta está anexada à inicial. 30 31 b) indicação do fiador em conformidade com a informação do enunciado (a au- tora contratou seguro de fiança locatícia), portanto deverá ser apresentado o nome empresarial da seguradora, CNPJ e endereço. Nos pedidos deve ser requerida (i) a procedência do pedido para declarar o direito da autora à renovação compulsória do contrato de locação pelo prazo de 5 anos nas condições por ela propostas. O examinando não deverá pedir a prorrogação do contrato pela soma dos pra- zos dos contratos anteriores, ainda que não tenha havido interrupção entre eles. A orientação na jurisprudência é a de que a renovação do contrato de locação não residencial não excederá a 5 anos, mesmo que a soma dos contratos anteriores seja superior a esse tempo, seja na vigência do Decreto nº 24.150/1934 (STF, Súmula nº 178: “Não excederá de cinco anos a renovação judicial de contrato de locação fun- dada no Dec. 24.150, de 20.04.1934”; STJ, RESP 7653 e RESP 11640) seja na vigência da Lei nº 8.245/91 (RESP 1323410/MG; RESP AR 4.220/MG; REsp. 693.729/MG; REsp. 267.129/RJ; REsp. 170.589/SP; REsp. 202.180/RJ; REsp. 195.971/MG). Ademais, o examinando deve requerer (ii) a citação do réu (locador) e (iii) sua conde- nação ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios. Das provas: A Petição Inicial deverá ser instruída com as provas exigidas no Art. 71, Incisos I, II, III e VI, da Lei nº 8.245/91). A simples transcrição do Art. 71 e seus Incisos não pontua. Portanto, o examinando deverá fazer referência expressa que instrui a inicial (ou que se encontram anexados) com os seguintes documentos: a) contratos de locação firmados pela sociedade Distribuidora de Medicamentos Mun- do Novo Ltda., para fins de cumprimento do Art. 51, Incisos I e II, da Lei nº 8.245/91; b) prova(s) de que Iguatemi, como sub-rogatária do direito à renovação, deu con- tinuidade ao mesmo ramo de negócio da sociedade empresária (distribuição de medicamentos) perfazendo, sem interrupção, o prazo mínimo de três anos (Art. 51, Inciso III, da Lei nº 8.245/91); c) documentos que atestem o cumprimento do contrato em vigor; d) comprovante (s) de quitação dos impostos e taxas sobre o imóvel e cujo paga- mento incumbia a locatária; e) apresentação de apólice de Seguro Fiança Locatícia contratada com a seguradora e que o valor total da apólice abrange todos os custos da locação até seu encerra- mento (a apólice substitui prova de anuência do fiador com os encargos da fiança de que trata o Art. 71, Inciso VI, da Lei nº 8.245/91). O valor da causa deve ser mencionado expressamente e corresponde a 12 meses do alu- guel vigente por ocasião do ajuizamento da ação (Artigo 58, Inciso III, da Lei nº 8.245/91): R$ 17.000,00 x 12 = R$ 204.000,00. No fechamento da peça o examinando deverá proceder conforme o item 3.5.8 do Edital, abstendo-se de inserir dado ou informação não contidos no enunciado: Local ... ou Município (Chapadão do Sul/MS), Data..., Advogado... e OAB...” Disponível em: https://bit.ly/3z1rTMP 31 UNIDADE Petição Inicial no Processo de Conhecimento Ação Monitória Sobre a ação monitoria, ensinam Barroso e Lettiere (2019, p. 252): É por meio do procedimento monitório que o credor – que não possui título executivo, apenas prova escrita – provocará a formação do título e, assim, procederá à execução forçada de sentença. Um exemplo seria a Ação Monitória baseada em cheque prescrito há mais de dois anos sem demonstrar origem da dívida. (Súmula 299 do STJ) Pode ser objeto da Ação Monitória, segundo o Art. 700 do CPC, I – o pagamento de quantia em dinheiro; II – a entrega de coisa fungível ou infungível ou de bem móvel ou imóvel; III – o adimplemento de obrigação de fazer ou de não fazer. Figura 5 – Cheque Fonte: Getty Images Em relação à Petição Inicial, além dos requisitos do Art. 319, a Inicial deve conter requisitos específicos, contidos no § 2º do Art. 700 do CPC, são eles: a importância de- vida, instruindo-a com memória de cálculo, o valor atual da coisa reclamada, o conteúdo patrimonial em discussão ou o proveito econômico perseguido. Súmulas do STJ Súmula 247: Contrato de Abertura de Crédito – Ação Monitória. O contrato de abertura de crédito em contracorrente, acompanhado do demonstrativo de débito, constitui documento hábil para o ajuizamento da Ação Monitória. Súmula nº 299: Ação Monitória Fundada em Cheque Prescrito. É admissível a Ação Monitória fundada em cheque prescrito. 32 33 Segue um resumo sobre a Ação Monitória: Quadro 8 – Petição Inicial: ação monitória Cabimento Art. 700 do CPC. Foro competente Art. 46 do CPC (domicílio do réu). Fundamento legal Código Civil: Arts. 389 a 420 (inadimplemento das obrigações).Código de Processo Civil: 700 a 702 do CPC. Procedimento Procedimento Especial: Arts. 700 a 702 do CPC. Petição Inicial (requisitos) Art. 319, Art. 320 do CPC. Art. 700 do CPC. Valor da causa Art. 700, § 3º, CPC. • Valor total da dívida cobrada; • O conteúdo patrimonial em discussão ou o proveito econômico perseguido. No XXI Exame de Ordem Unificado, PROVA PRÁTICO-PROFISSIONAL, Direito Empresarial, aplicada em 22/01/2017 foi pedida uma Ação Monitória. Caso bem interessante, sendo reproduzido, na íntegra, enunciado e gabarito comentado. Vamos fazer a Peça? Prova OAB – Ação Monitória (XXI Exame de Ordem Unificado – Prova Prático-Profissional – Aplicada em 22/01/2017) Enunciado “Em 31/10/2012, quarta-feira, Peçanha, domiciliado e residente na Rua X, casa Y, nº 1, na cidade de São Lourenço/MG, adquiriu eletrodomésticos no valor de R$ 100.000,00(cem mil reais), do Lojão Chalé Ltda., EPP, tendo sido emitida, na mesma data, uma nota promissória em caráter pro solvendo no valor de R$ 100.000,00 (cem mil reais), com vencimento para o dia 25/01/2013, sexta-feira, dia útil no lugar do pagamento. Em 05/01/2017, quinta-feira, o Sr. Fabriciano Murta, administrador e representante legal da credora, procura você munido de toda a documentação pertinente ao negó- cio jurídico mencionado. A cliente pretende a cobrança judicial do valor atualizado e com consectários legais de R$ 280.000,00 (duzentos e oitenta mil reais) por não ter sido adimplida a obrigação no vencimento pelo devedor e restadas infrutíferas as tentativas de cobrança amigável. Elabore a peça adequada, eficaz e pertinente para a defesa do interesse da cliente e considere que a Comarca de São Lourenço/MG tem duas varas com competência concorrente para julgamento de matérias cíveis. (Valor: 5,00) Obs.: a peça deve abranger todos os fundamentos de Direito que possam ser utiliza- dos para dar respaldo à pretensão. A simples menção ou transcrição do dispositivo legal não confere pontuação.” 33 UNIDADE Petição Inicial no Processo de Conhecimento Gabarito Comentado “O(A) examinando(a) deverá demonstrar conhecimento da disciplina relativa às no- tas promissórias, especialmente o conhecimento do prazo prescricional trienal para a ação de execução e sua necessária e umbilical relação com o cabimento da Ação Monitória, caso esse prazo tenha expirado. Dentre as ações cabíveis para a cobrança judicial da nota promissória (cambial ou executiva, monitória e ordinária), aquela que se revela a mais adequada, eficaz e pertinente para a defesa dos interesses da credora é a Ação Monitória, com base nas informações contidas no enunciado, considerando-se que houve a prescrição da pre- tensão à execução da nota promissória, a partir da análise das datas de vencimento e da consulta feita ao advogado. De acordo com o Art. 77 do Decreto nº 57.663/66 (Lei Uniforme de Genebra – LUG), aplicam-se à nota promissória as disposições relativas à prescrição da letra de câm- bio. Por sua vez, o Art. 70 do mesmo diploma estatui o prazo de 3 (três) anos para a propositura da ação por falta de pagamento em face do aceitante, contados do vencimento da cártula. A nota promissória não tem aceitante e sim subscritor, por- tanto, é necessário o fundamento no Art. 78 da LUG, que equipara o subscritor da nota promissória ao aceitante. Pelas datas citadas no enunciado (25/01/2013 e 05/01/2017), verifica-se o decurso de mais de 3 anos entre a data do vencimento e a data da solicitação de cobrança judicial. Assim sendo, é patente a ocorrência da prescrição da pretensão à execução da nota promissória. O examinando deverá reconhecer a prescrição e relacionar tal fato ao cabimento da Ação Monitória. Com base nessas considerações, a peça a ser elaborada pelo(a) examinando(a) é uma Ação Monitória, com fundamento no Art. 700, Inciso I, do CPC/15, tendo em vista que o título (prova escrita) perdeu sua eficácia executiva e a credora pretende pagamento de quantia em dinheiro. Por esta razão, é indispensável que o exami- nando mencione em sua resposta o Inciso I do Art. 700 do CPC/15, pois deverá pre- cisar que o autor pretende o pagamento de quantia em dinheiro e não a entrega de coisa ou de bem, ou ainda o cumprimento de obrigação de fazer ou de não fazer. O Juízo competente será a 1ª OU a 2ª Vara Cível da Comarca de São Lourenço/MG, lu- gar do pagamento e domicílio do subscritor da nota promissória (Art. 53, Inciso III, alí- nea d, do CPC/15). A vara onde tramitará a ação não estará determinada no momento da elaboração da petição. Assim, não cabe sua indicação prévia na Petição Inicial. O(A) examinando(a) deve demonstrar a tempestividade no ajuizamento da ação, com base no Art. 206, § 5º, Inciso I, do Código Civil (prazo quinquenal) OU na Súmu- la 504 do STJ (“O prazo para ajuizamento de Ação Monitória em face do emitente de nota promissória sem força executiva é quinquenal, a contar do dia seguinte ao vencimento do título”, STJ, Segunda Seção, julgada em 11/12/2013, DJe 10/02/2014). Considerando-se que o vencimento ocorreu em 25/01/2013, não decorreram ainda 5 (cinco) anos, portanto há tempestividade para a propositura da Ação Monitória. Na Petição Inicial da Ação Monitória, o autor deve explicitar o conteúdo patrimonial em discussão, de modo que devem constar no texto da resposta na parte referente aos fundamentos jurídicos: a) a origem do crédito: aquisição de eletrodomésticos pelo devedor, ora réu; b) o crédito está representado em nota promissória emitida pelo réu; 34 35 c) não houve novação na emissão da nota promissória em relação ao crédito por ter sido emitida em caráter pro solvendo; d) do dia seguinte ao do vencimento da nota promissória até a data da propositura da ação, decorreram mais de 3 (três) anos, verificando-se a prescrição da pretensão à execução, nos termos do Art. 77 c/c os Artigos 70 e 78, todos do Decreto nº 57.663/66; e) com a perda da eficácia executiva do título ainda é cabível a cobrança por via de Ação Monitória, nos termos do Art. 700, Inciso I, do CPC/15. A razão jurídica para o cabimento da Ação Monitória está, necessariamente, relacio- nada à prescrição em 3 anos da pretensão à execução da nota promissória. Por esta razão, a pontuação do item “e” da Fundamentação Jurídica depende que o exami- nando reconheça a prescrição em 3 anos em sua resposta, e, dessa forma, atinja o conteúdo mínimo avaliado. Nos pedidos, o(a) examinando(a) deve requerer: a) a expedição de mandado de citação (admite-se a citação por qualquer dos meios permitidos para o Procedimento Comum, Art. 700, § 7º, CPC/15) E de pagamento con- tra o réu, a ser cumprido no prazo de 15 dias, nos termos do Art. 701, caput, do CPC/15; b) o pagamento de honorários advocatícios de 5% (cinco por cento) do valor de R$ 280.000,00 (duzentos e oitenta mil reais), correspondentes ao valor da causa, OU o pagamento de honorários advocatícios no valor de R$ 14.000,00 (catorze mil reais), correspondente a 5% do valor da causa (o simples pedido de honorários não pontua); c) a condenação do réu ao pagamento de custas processuais em caso de descumpri- mento do mandado monitório, em conformidade com o Art. 701, § 1º, do CPC/15 (o simples pedido de condenação em custas não pontua); d) a procedência do pedido para decretar a constituição, de pleno direito, de título executivo judicial, independentemente de qualquer formalidade, se não realizado o pagamento E não apresentados embargos pelo réu (Art. 701, § 2º, do CPC/15); e) em obediência ao Art. 318, parágrafo único c/c o Art. 319, Inciso VII, ambos do CPC/15, a indicação de ter interesse (ou não) pela realização de audiência de conci- liação ou de mediação. Das provas: a petição deverá estar necessariamente instruída com a prova escrita sem eficácia de título executivo (nota promissória), nos termos do Art. 700, caput, do CPC/15. Portanto, o examinando deverá fazer referência expressa a ela, bem como à memória de cálculo que serviu de base para apuração da importância devida (Art. 700, § 2º, Inciso I, do CPC/15). Valor da causa: Nos termos do Art. 700, § 3º, do CPC/15, o(a) examinando(a) deverá fa- zer menção expressa ao valor da causa de R$ 280.000,00 (duzentos e oitenta mil reais), que corresponde à importância devida prevista no Art. 700, § 2º, Inciso I, do CPC/15. Fechamento da peça: o(a) examinando(a) deverá proceder conforme o item 3.5.9 do Edital (Local ... ou Município (São Lourenço/MG), Data..., Advogado(a)... e OAB...), abstendo-se de inserir dado ou informação não contidos no enunciado (ex: dia, mês e ano definidos) para não identificar sua peça. Cabe lembrar que, em hipótese alguma, a peça deve ser datada, pois não há este comando no enunciado da questão”. Disponível em: https://bit.ly/2X9QCkN 35 UNIDADE Petição Inicial no Processo de Conhecimento Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nestaUnidade: Livros Manual de prática forense civil CHACON, L. F. R. Manual de prática forense civil. 7. ed. São Paulo: Saraiva, 2020 Ler capítulo V – Resolução de Exames da OAB (peças e questões), p. 95 e ss. (e-book) Vídeos Saber Direito – Teoria e prática das Ações Possessórias – Aula 2 https://youtu.be/nQBe04DeXKU Prova Final: Usucapião https://youtu.be/a_hKhqOCT6Y Leitura Exame de Ordem da OAB https://bit.ly/3laZhvA 36 37 Referências ARAÚJO JÚNIOR, G. C. Prática no Processo Civil. 24. ed. São Paulo: Atlas, 2020. (e-book) BARROSO, D.; LETTIERE, J. F. Prática no Processo Civil. 9. ed. São Paulo: Saraiva, 2019. (e-book) THEODORO JÚNIOR, H. Código de Processo Civil Anotado. 23. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2020. (e-book) ARAUJO JÚNIOR, G. C. Prática de Contestação no Processo Civil: contestação, reconvenção, exceções, impugnações. 6. ed. rev. atual. ampl. São Paulo: Atlas, 2020. (e-book) CHACON, L. F. R. Manual de Prática Forense Civil. 7. ed. São Paulo: Saraiva, 2020. (e-book) TARTUCE, F. D. L. Manual de Prática Civil. 16. ed. rev. atual. São Paulo: Método, 2021. (e-book) 37
Compartilhar