Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Maria Cecília Moscardini CMMG – 2º período Genética Diagnóstico e triagem pré-natais Aula 14 Objetivos »Informar riscos de defeitos congênitos e doenças genéticas »Reduzir a ansiedade, principalmente em grupos de alto risco. »Planejar tratamentos, cuidados pós- natais »Preparo psicológico da família. »Triagem → desconhece risco aumentado, oferecido para todas as grávidas »Diagnóstico → fetos com alto risco de condição genética, mais definitivo possível, sim/não Métodos de diagnóstico →Testes invasivos • Amniocentese • Amostragem de Vilosidade Coriônica (CVS) • Cordocentese • Diagnóstico Pré-Implantação →Testes não invasivos • Ultrassonografia • Teste pré-natal não invasivo (NIPT) Testes invasivos Amniocentese »Introduzir agulha saco amniótico e extrair líquido amniótico (em torno de 20mL) »O líquido amniótico contém células de origem fetal que podem ser cultivadas para testes diagnósticos »Normalmente entre a 16-20 semana de gestação »Risco de 1:300 a 1:500 em indução de aborto »Complicações raras: perda de líquido amniótico, infecção e lesão no feto pela agulha »Além da análise dos cromossomos e do genoma fetal, a concentração de alfafetoproteína (AFP) pode ser testada no líquido amniótico para detectar defeitos do tubo neural (DTNs) »A AFP é uma glicoproteína fetal produzida principalmente no fígado, secretada na circulação fetal e excretada através dos rins no líquido amniótico Genética Maria Cecília Moscardini CMMG – 2º período »Espinha bífida aberta e fetos com anencefalia podem ser identificados Amostragem de Vilosidades Coriônicas (CVS) »Biópsia do tecido das vilosidades do córion por via transcervival ou transabdominal »Entre a 10 e 13 semana de gestação »Vantagem: resultados disponíveis em uma fase mais inicial da gestação »AFP não pode ser testada nesse estágio, mas pode ser dosada no soro materno. »Risco de 1:300 a 1:500 em indução de aborto Cordocentese »Entre 18 e 36 semanas »Coleta do sangue fetal a partir do cordão umbilical »O risco de perda fetal associada ao procedimento: 1 a 2 % »Varredura ultrassonográfica do abdome materno »Aspira-se de 2 a 5 ml de sangue fetal Diagnóstico pré-implantação (PGD) »Durante a fertilização in vitro (FIV) »Selecionar embriões livres de uma condição genética específica. »Casais com risco significativo de uma doença genética ou aneuploidia »Biópsia de blastômero único -Única célula removida do embrião em 3 dias após a FIV »Biópsia de blastocisto -Cinco células retiradas do trofoderma (não da massa celular interna) Maria Cecília Moscardini CMMG – 2º período -Óvulo fertilizado é cultivado por 5 a 6 dias Testes não invasivos Ultrassonografia »Avaliação da idade fetal, gestações múltiplas e viabilidade fetal »Quando malformação é detectada ou suspeita, um estudo de ultrassom detalhado assim como o ecocardiograma fetal pode ser indicado. »Várias anomalias fetais detectáveis por ultrassom estão associadas a aneuploidia. »Determinação do sexo pode ser um importante prelúdio ou adjunto diagnóstico de algumas doenças recessivas ligadas ao X (hemofilia). Teste pré-natal não invasivo (NIPT) » NIPT à Non-Invasive Prenatal Testing »Utilizado para triagem e não para diagnóstico »A partir da 9 semana de gestação. »Trissomia do 21, trissomia do 18, trissomia do 13, aneuploidias sexuais, triploidia, microdeleção 22q11.2 (Síndrome de Di George) e sexagem fetal (opcional). »Há também a opção do teste “AMPLIADO”: aneuploidias dos cromossomos 13, 18, 21, X e Y + teste de 5 microdeleções: 22q11.2 (síndrome de DiGeorge), 1p36 (síndrome da Deleção 1p36), 15q-mat (síndrome de Angelman), 5p- (síndrome de Cri-du-chat) e 15q-pat (síndrome de Prader-Willi). »No sangue materno, haverá o DNA fetal (livre de células) e o DNA materno. O sangue materno é coletado e é processado, separando o plasma (DNA fetal + DNA materno) e as células brancas (somente o DNA materno). Essas duas partes são avaliadas Maria Cecília Moscardini CMMG – 2º período separadamente, entretanto no plasma não é possível diferenciar a DNA fetal do DNA materno, então ele é avaliado em conjunto. É avaliado regiões especificas do cromossomo, e posteriormente realizado o sequenciamento relacionado a esses cromossomos. Posteriormente, é “subtraído” a informação das células branca das informações obtidas no plasma, obtendo assim a informação do DNA fetal Triagens e estágios da gestação Triagem no primeiro trimestre »Ultrassom – translucência nucal (NT) »Entre a 11 e a 13 semana de gestação. →Analitos no soro materno: »Proteína A plasmática associada à gravidez (PAPP-A) -Está abaixo da faixa normal em todas as trissomias »Hormônio gonadotrofina coriônica humana (hCG) -Aumentada na trissomia do 21 -Diminuída em outras trissomias Triagem no segundo trimestre »Dosagem de analitos no sangue materno: ◦ hCG (aumentado na trissomia do 21 e diminuída nas outras) ◦AFP (diminuído em todas as trissomias) ◦Estriol não conjugado (diminuído em todas as trissomias) ◦Inibina A (aumentado na trissomia do 21 e não significativamente afetada nas outras) »Níveis desses analitos podem ser afetados por fatores como etnia, tabagismo, diabetes materno, FIV. Os laboratórios geralmente ajustam essas variações. Maria Cecília Moscardini CMMG – 2º período Estratégias de triagem integradas Citogenética no diagnóstico pré-natal »As indicações para o estudo do cariótipo no pré-natal são bem definidas, como: •Idade materna avançada •Alteração em exames séricos maternos •Alteração na ultrassonografia fetal •Presença de rearranjo cromossômico em um dos genitores •Gravidez prévia e/ou criança nascida com anomalia cromossômica »Amostras a serem consideradas: •Amostragem de vilosidades coriônicas •Liquido amniótico •Sangue fetal (Cordocentese) •Material de abortamento »A ferramenta escolhida pode ser FISH, cariótipo ou Microarranjo. O microarranjo está sendo considerado como melhor opção, pois nele é possível detectar variações no numero de cópias (exemplo: duplicação) Mosaicismo no diagnóstico pré-natal »Refere-se a presença de duas ou mais linhagens celulares em um indivíduo ou amostra de tecido. »Cautela na interpretação – devido a cultura de células realizadas »Contaminação com células maternas é uma possível explicação (mais frequente na coleta da vilosidade coriônica) »Mosaicismo verdadeiro – detectado em múltiplas colônias de várias culturas primárias diferentes Maria Cecília Moscardini CMMG – 2º período »Pseudo-mosaicismo – única cultura primária – difícil de ser interpretado »Restrito a uma única célula – não é levado em conta »Mosaicismo pode estar presente na placenta e ausente no feto (mosaicismo confinado a placenta) Mosaicismo confinado a placenta »Mosaicismo confinado a placenta (particularmente trissomia 7, 11, 14 ou 15) »Diploidia fetal pode ter surgido de resgate trissômico »Dissomia uniparental Aconselhamento genético »Histórico familiar acurado »Background étnico determinava necessidade de teste de portadores nos pais »Informar sobre o risco do feto ser afetado »A natureza e consequências prováveis do problema específico »Riscos e limitações dos procedimentos a serem realizados »A possível necessidade de repetir os procedimentos devido falhas »O tempo requerido para saber os resultados Interrupção da gravidez »No Brasil não é qualificado como crime quando ocorre naturalmente ou quando praticado por médico capacitado em três situações: (1) em caso de risco de vida para a mulher causado pela gravidez, (2) quando a gestação é resultante de um estupro (3) se o feto for anencefálico. »Na Islândia, a lei permite queo bebê seja abortado mesmo depois de 16 semanas de gestação, em casos de deformidade do feto, o que, segundo a compreensão da lei islandesa, inclui a síndrome de Down. »Na Dinamarca, o aborto vitima 98% dos bebês diagnosticados com síndrome de Down. No Reino Unido, a porcentagem Maria Cecília Moscardini CMMG – 2º período chega a 90%. Na França são 77% e nos Estados Unidos 67%.
Compartilhar