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O ESTUDO DO ROMANCE
Antonio Candido
Yves Stalloni
Bakhtin
Fiorin
Affonso Romano de Sant’Anna
Massud Moisés
Pluralidade e 
simultaneidade 
dramática
Número ilimitado 
de personagens
Liberdade de 
tempo e espaço
Diálogo, narração, 
descrição (presentes e, 
às vezes, mesclados com 
diálogo interior)
Dissertação (pode 
estar presente)
http://gartic.uol.com.br/Saleiro/desenho-jogo/1253487760
Em sentido dicionarizado, 
romance significa “história 
fingida em prosa, em que 
o autor busca excitar o 
interesse pela pintura das 
paixões, dos costumes, ou 
pela singularidade das 
aventuras”.
“Obra de imaginação 
em prosa, bastante 
longa, que apresenta e 
faz viver num certo 
meio personagens 
dadas como reais e faz-
nos conhecer sua 
psicologia, seu destino, 
suas aventuras”.
Ou,
“Narrativa ou história em 
prosa, mais longa e mais 
complexa que o conto e a 
novela. Episódio, fato de 
caráter fantasioso, exagerado. 
Aventura amorosa”.
Massud Moisés explica que:
“a palavra romance deve ter-se 
originado do provençal romans, que 
deriva da forma latina romanicus; 
ou teria vindo de romanice, que 
entrava em composição de romanice
loqui (falar românico, latin estropiado 
no contato com os povos conquistados 
por Roma) em oposição a latine loqui
(falar latino, a língua empregada na 
região do Lácio e arredores)
O falar romance passou a designar, no 
curso da Idade Média, as Línguas dos 
povos sob domínio romano, em lenta, 
mas inexorável autonomização.
Com o tempo a expressão passou a 
indicar a linguagem do povo em 
contraste com a dos eruditos.
Mais adiante passou a rotular as 
composições literárias de cunho 
popular, folclórico: de caráter 
imaginativo e fantasista, nomeava 
narrativas em prosa ou verso.
Romance de cavalaria – séculos medievais;
Poemas narrativos em torno das proezas 
dos cavaleiros andantes, ou de temas 
amorosos, épicos, moralistas, satíricos, 
etc... séc. XII....
Romance em verso – Espanha
recebiam a designação de “romance”, 
durante a Idade Média, composições curtas, 
de metros populares (redondilha maior e 
menor), em linguagem fluente.
No séc. XVII passou a circular com 
a designação moderna – idioma 
vernáculo, histórias de imaginação 
e fantasia e o sentido atual.
Em sentido pejorativo, corresponde 
a descrição exagerada, fantasista e 
assinala a relação amorosa 
Em inglês – novel
Em Francês – roman
Em Espanhol – novela, romance
Em Italiano – romanzo
Em Alemão - roman
No séc. XVIII, com o Romantismo, 
revolução cultural;
Forma burguesa: o romance.
Uma literatura feita pelo, para e com o 
povo.
Prosa descritiva e narrativa ocupando 
o espaço da poesia épica.
Com o objetivo de constituir-se no 
espelho de um povo, a imagem fiel de 
uma sociedade.
O romance tornou-se o porta-voz 
das ambições da burguesia em 
ascensão: ambições, desejos, 
veleidades.
Ópio sedativo ou fuga da mesmice 
cotidiana. 
“Entretenimento, passatempo duma classe 
que inventou o lema de que tempo é 
dinheiro, o romance traduz o bem-estar e o 
conforto financeiro de pessoas que 
remuneram o trabalho do escritor no 
pressuposto de que a sua função consiste 
em deleitá-las...oferecendo-lhes a própria 
existência artificial e vazia, como 
espetáculo, mas sem que a reconheçam 
como sua , pois, a reconhecê-la, era sinal 
de haverem superado os limites da classe”. 
(MOISES, 1997,p.159)
O ROMANCE ROMANTICO
ESTRUTURAVA-SE em duas camadas:
1 – imagem otimista, cor-de-rosa, 
encontro de duas personagens para 
realizar desígnio mas segundo os 
preceitos em voga, o casamento.
2 – entranhava-se uma crítica ao 
sistema, sutil e implícita, involuntária, 
declarada e violenta em alguns casos.
O Romantismo conferiu ao romance: 
estrutura, função e sentido dentro da 
sociedade moderna.
O romance moderno tem como 
objetivo apresentar uma visão global 
do mundo, recriar a realidade.
Encerra uma visão microscópica da 
realidade, com amplitude e 
profundidade.
Ação – pluralidade dramática. Série 
de dramas, conflitos ou células 
dramáticas.
É possível, um romance com 2 
células dramáticas.
É impossível uma novela com 2 
núcleos.
ESPAÇO: pluralidade geográfica / 
liberdade integral.
Muito amplo – risco de ficar no 
anedótico e fugir do drama e perder 
a concentração.
Muito reduzido – monótono e frio.
Tempo histórico: nove horas do 
dia...era hora do almoço..
Tempo psicológico: As 
andorinhas vinham em sentido 
contrário. Nós é que éramos os 
mesmos, ali ficamos, somando 
as nossas ilusões.
Não, não, minha memória não é 
boa....
Personagens: pessoas que vivem 
dramas e situações, à imagem e 
semelhança do ser humano, 
representações, ilusões, sugestões, 
ficções, máscaras: do latin 
persona=máscara.
Animais (fábulas e apólogos), 
lugares, 
Tipologia das personagens
1 – no desenrolar da narrativa: 
protagonistas, antagonistas.
2 – quanto à sua universalidade: 
planas e redondas.
3 – quanto a simbologia: tipos, 
caricaturais, caracteres, símbolos.
Linguagem
trama
composição
planos narrativos – linear ou 
progressivo, vertical ou analítico, 
monofônico, polifônico
ponto de vista
cosmovisão
Conforme Yves Stalloni o Romance 
pode ser reconhecido por CINCO 
PONTOS PRECISOS:
1 - UMA ESCRITA EM PROSA.
Essa prosa pode ser de natureza 
poética, na literatura moderna que 
aboliu parcialmente a distinção 
entre prosa e poesia.
2 – O LUGAR DA FICÇÃO.
História fingida. Obra da 
imaginação
Inúmeros romances misturam 
fatos autênticos, jornalísticos, 
históricos na elaboração da trama. 
Inúmeros romancistas misturam o 
real e o fictício – romance 
histórico.
 romance 
histórico.
3 – ILUSÃO DA REALIDADE
Desde o século XVIII, o romance 
deseja reproduzir o mundo real e 
acontecimentos plausíveis. 
Para os anglo-saxões o romance nasce 
com Robinson Crusoé (1714) – O 
náufrago de Daniel Defoe, ficção 
caracterizada por uma vontade de 
“realismo” e modelo da novel.
realismo
4 – A INTRODUÇÃO DE 
PERSONAGENS
Em maior número do que no 
conto, têm papel essencial na 
organização das histórias. 
Concentra sobre si o interesse 
romanesco.
Realismo – 1880 / romance psicológico
5 – A DESCRIÇÃO
A exposição do meio em que vive e evolui a 
personagem, sugerindo indícios de 
representação desse meio com o concurso das 
técnicas da descrição.
Muitos críticos consideram a descrição como um 
lugar secundário, porém ela impôs-se 
progressivamente como um meio para 
autenticar a narrativa (efeito real) e para 
embelezar (utilização expressiva dos elementos 
exteriores).
Para os modernos a descrição tem missão 
mimética na arte. Não descrever por descrever, 
mas para completar e determinar o mundo.
PARA MARTHE ROBERT,
“nada impede que o romance utilize 
para seus fins próprios a descrição, a 
narração, o drama, o ensaio, o 
comentário, monologo, o discurso; 
nem tampouco de ser a seu bom 
grado, de maneira intercalada ou 
simultânea, fábula, história, apólogo, 
idílio, crônica, conto, epopéia”.
PARA MARTHE ROBERT:
“O romance moderno, apesar das origens 
nobres que lhe reconhece o historiador, 
origens que às vezes reclamam o próprio 
romance, é, na verdade, um recém-
chegado ao mundo das letras, um plebeu 
que deu certo e que, em meio aos gêneros 
secularmente estabelecidos e pouco a 
pouco por ele suplantados, aparece um 
pouco como novo-rico ou mesmo um 
aventureiro.
Passando do gênero menor e 
criticado a uma forma dotada de 
poderes provavelmente sem 
precedentes, ele é agora, 
praticamente o único a reinar na 
vida literária.
Com essa liberdade de conquistador 
cuja única lei é a expressão indefinida, 
o romance, que aboliu de uma vez por 
todas as antigas castas literárias – a 
dos gêneros clássicos -, apropria-se de 
todas formas de expressão, explora 
em seu próprio proveito todos os 
procedimentos, sem sequer precisar 
justificar o emprego que deles faz”.
O ROMANCE HERÓICO
Epopéia em prosa – sucesso no 
século XVII. Conta, em diversos 
volumes, num estilo elevado,a 
história romanesca de 
personagens de ilustre destino.
O ROMANCE CÔMICO
Narrativa divertida baseada numa 
mistura de realismo e de burlesco, 
de romanesco e de paródia.
O ROMANCE 
PICARESCO
Originou-se na Espanha, com 
Lazarillo de Tormes (1554), que 
põe em cena um pícaro, homem 
jovem, pobre e ardiloso, que se 
lança em aventuras repletas de 
sobressaltos.
O ROMANCE POR 
CARTAS
Parcialmente ou 
inteiramente fictícias, 
são utilizadas como 
veículo de narração.
O ROMANCE DE FORMAÇÃO
(ou de educação)
Narrativa da aprendizagem, sec. 
XIX, propõe a transformação de si 
mesmo.
O ROMANCE HISTÓRICO
Fatos históricos são a base da 
narrativa, fazendo reviver figuras 
históricas em seu cotidiano e 
segundo seu comportamento do 
passado.
O ROMANCE 
AUTOBIOGRÁFICO
Ao contrário da autobiografia, o 
romance autobiográfico não 
confunde autor e personagem. O 
narrador busca em sua própria 
vida os elementos que vão 
alimentar seu relato.
Nem todo romance narrado em 
primeira pessoa é autobiográfico.
ROMANCE BIOGRÁFICO
Originou-se nas biografias antigas, 
autobiografias e confissões do 
período inicial do cristianismo –
Santo Agostinho.
Nunca existiu em forma pura 
(biográfico / autobiográfico)
O NOUVEAU ROMAN
Trata-se tanto de uma escola 
(chamada de escola “do olhar”) 
quanto de um modelo narrativo que 
nasceu por volta do final dos anos 
1950. 
Ruptura com o realismo e o 
humanismo literários, faz da narrativa 
uma pesquisa, e da escrita “uma 
aventura”.
ROMANCE PSICOLÓGICO - ROMANCE INTIMISTA
ROMANCE REGIONALISTA (CONTOS)
Bakhtin afirma que podemos classificar o 
romance em:
ROMANCE DE VIAGENS – tem como 
característica uma concepção 
puramente espacial e estática da 
diversidade do mundo. O mundo é uma 
contiguidade espacial de diferenças e 
contrastes; já a vida é uma alternância de 
diferentes situações contrastantes: 
sucesso-insucesso; felicidade-infelicidade, 
vitórias-derrotas, etc.
ROMANCE DE PROVAÇÃO
É constituído por uma série de 
provações das personagens centrais, 
de provações de sua fidelidade, de 
bravura, de coragem, de virtude, de 
nobreza, de santidade, entre outras.
Todas as qualidades da personagem 
são dadas no início da narrativa e ao 
longo do romance apenas são 
verificadas (Bakhtin,2003, p. 207)
Enredo de forma biográfica: nascimento, 
infância, anos de aprendizagem, 
casamento, construção do destino, trabalho 
e afazeres, morte.
A imagem da trajetória vital da personagem 
no romance autobiográfico: modifica-se, 
constrói-se, forma-se a vida da 
personagem, do seu destino, mas a 
personagem continua inalterada. A atenção 
se concentra nos afazeres, façanhas, 
méritos, criações, destino, da felicidade...
Pode-se agrupar a variedade dos 
romances em:
- O contexto da intriga: romance 
pastoral, regionalista, exótico;
- A ação: de aventuras, policial, de 
espionagem;
- A técnica narrativa:
autobiográfico, epistolar, de 
primeira pessoa.
Tipos de romances:
linear, progressivo, vertical, analítico, 
psicológico, introspectivo, de costumes, 
de ação, de personagem, de drama, de 
espaço, de formação, de época, de 
evolução, de chave, de sociedade, de 
terror, de tempo cronológico, de tempo 
psicológico, histórico, picaresco, 
policial, romântico, realista, moderno, 
contemporâneo......
Para Bakhtin(1988) “o romance 
é um gênero particular que teve origem na 
sátira menipeia (Sátira menipeia é um gênero 
cômico sério da antiguidade Clássica, um 
estilo literário satírico ao modelo das sátiras de 
Menipo de Gadara, filósofo grego que viveu de 
349-250 a.C.) e que de certa forma vive ao 
longo de toda a história de nossa 
civilização”
“Fenômeno pluriestilístico, plurilíngue e 
plurivocal”.
Para bakhtin (1988) “todas as 
palavras e formas que povoam a 
linguagem são vozes sociais e 
históricas, que lhe dão determinadas 
significações concretas e que se 
originam no romance em um sistema 
estilístico harmonioso, expressando a 
posição sócioideológica do autor no 
seio dos diferentes discursos da sua 
época”.
Bakhtin afirma que todo romance 
é “um sistema dialógico de 
imagens das linguagens, de 
estilos, de concepções concretas e 
inseparáveis da língua. A língua do 
romance não só representa, mas 
ela própria é objeto de 
representação. A palavra 
romanesca é sempre autocrítica”.
José Luiz Fiorin (2001) explica 
que “a especificidade do 
romance reside exatamente no 
fato de que ele representa um 
espaço discursivo, ou seja, 
subconjuntos de formações 
discursivas”.
Como exemplo espaço discursivo :
- discurso burguês x discursos 
antiburgueses;
- discurso anarquista X discurso do 
proletariado organizado;
- discurso religioso;
discurso político;
- discurso do opressor x discurso do 
excluído;
- discurso do cânone;
- discurso histórico;
...
Fiorin explica que os “discursos 
que se opõem e se delimitam no 
espaço criado pelo romance 
podem ser veiculados por 
diferentes personagens;
- pela mesma personagem, que, 
ao longo do romance, representa 
dois ou mais discursos distintos;
- pelo narrador;
- pelas personagens”.
O romance “revela sua época, ao 
representar um dos espaços 
discursivos de uma formação 
social. Esses espaços são muitos:
- o das relações raciais;
- o do papel da mulher;
- o das diferenças sexuais;
- o das relações entre classes;
- o do significado da vida;
...”.
O Gênero romanesco transita pelos 
diferentes campos:
- o religiosos;
- o político;
- o filosófico;
- o científico;
...

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