Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
A difilobotríase é uma doença causada pelo cestódio Diphyllobothrium, conhecida como a doença da “tênia do peixe”, uma das maiores que parasita o homem (atinge cerca de 10 metros de comprimento no intestino delgado). Difilobotríase Epidemiologia A difilobotriose é uma doença com ampla distribuição geográfica, sendo registrada na América do Norte, Europa, Ásia. Cerca de cinco milhões de casos na Europa e quatro milhões na Ásia. É registrada em menor número em países da América do Sul como Argentina, Peru, Chile e Brasil. Mudança de hábitos alimentares; A migração humana; Melhorias nos sistemas de transporte; Crescimento do mercado internacional de alimentos. E essa ampla distribuição geográfica é devido a vários fatores como: No Brasil Os primeiros casos de notificação da doença no Brasil ocorreram em 2004, nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Bahia e Porto Alegre. Surto de difilobotríase: Em São Paulo entre 2004 e 2005 houve um surto de difilobotriose, foram notificados 55 casos. A investigação epidemiológica, laboratorial e sanitária realizada pelo Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE) concluiu que todos os pacientes diagnosticados com difilobotriose ingeriram salmão importado contaminado, consumido em pratos como “sushi” e “sashimi“. De 2006 a 2008 foram identificados mais 13 casos da doença, de pessoas que já consumiam salmão cru e que não tinham feito o tratamento na época do surto. Transmissão É transmitida ao homem através da ingestão de peixes crus, mal cozidos ou defumados por processos caseiros, em temperatura inadequada que não mata a larva do peixe contaminado. Hospedeiros Hospedeiro definitivo: Hospedeiro intermediário: Homem, o cão, o gato doméstico, o leopardo, a raposa prateada, o urso, o veado, as aves e outros animais. O ciclo do D. latum envolve dois hospedeiros intermediários. O primeiro é um pequeno crustáceo do plâncton, conhecido como copépode e o segundo é uma espécie de peixe da água doce ou de algum peixe que migra da água salgada à água doce para se reproduzir. Difilobotríase Morfologia Ovo cilíndrico, casca lisa de espessura mediana e cor castanho amarelada. Em uma das extremidades observa-se um opérculo e a outra um tubérculo. O parasito alcança até 15 metros. São compostos por três regiões: escólex, pescoço e proglotes. O escólex é pequeno, com 2 sulcos bilateralmente para fixação do verme no tubo digestivo. O corpo contém anéis. As proglotes grávidas constituem 4/5 do seu estróbilo. Tanto os anéis grávidos como os ovos podem ser encontrados nas fezes humanas. Ovo: Adulto: Ciclo biológico O ciclo biológico desses parasitas envolve três hospedeiros, sendo dois intermediários e um definitivo. Grande número de ovos são eliminados nas fezes do hospedeiro definitivo, que ao atingirem o meio aquático liberam um embrião móvel, o coracídio, que se desenvolve em procercóide após ser ingerido por crustáceos copépodas. O procercóide é liberado quando esses crustáceos são ingeridos principalmente por salmonídeos, o procercóide incista-se como plerocercóide nos tecidos deste novo hospedeiro intermediário e permanece assim até que estes peixes sejam ingeridos crus ou mal cozidos pelos hospedeiros definitivos desta parasitose. Quando os hospedeiros definitivos ingerem carne de peixe contendo as larvas plerocercóides, estas se fixam à mucosa do íleo onde irão dar continuidade ao ciclo desenvolvendo-se. Diagnóstico O diagnóstico da difilobotríase pode ser clínico, pela avaliação dos sintomas do paciente, e laboratorial. O diagnóstico laboratorial baseia-se no exame parasitológico de fezes pelo Método de Sedimentação, para a pesquisa de ovos. A detecção de ovos nas fezes do hospedeiro ocorre 5 a 6 semanas após a ingestão do peixe parasitado. Difilobotríase Sintomas A maioria das infecções por Diphyllobothrium são assintomáticas. Mas quando não o são, os sintomas que caracterizam esta infecção incluem: flatulência, distensão abdominal, anorexia, dor epigástrica, náuseas, vômitos e diarréia. Em infecções maciças pode ocorrer obstrução intestinal e, a migração de segmentos do parasito, pode causar colecistite ou colangite, apesar de menos comuns. Nas formas prolongadas pode ocorrer anemia megaloblástica por carência de vitamina B12 (a parasitose interfere na absorção intestinal dessa vitamina). Tratamento Para tratar a difilobotríase utiliza-se o praziquantel, na dose de 10mg/kg de peso corpóreo, em dose única, via oral. Há também alternativas de medicamentos para essa doença; porém quaisquer delas devem ser prescritas e acompanhadas pelo médico. O índice de cura parasitológica consequente ao tratamento é alto. Nos casos que apresentam anemia há a necessidade da administração de vitamina B12, além de doses suplementares do complexo vitamínico B e ácido fólico, para restabelecer a normalidade sanguínea e prevenir neuropatias. Profilaxia A profilaxia é função da Vigilância Epidemiológica, através de inquéritos e monitoramento epidemiológicos, para que se possam ter dados confiáveis sobre a distribuição geográfica da difilobotríase, detectar casos precocemente e seus fatores causais para que medidas preventivas sejam tomadas, interrompendo a cadeia de transmissão. Algumas das medidas preventivas são: A necessidade de cozinhar bem a carne de peixe e evitar os pratos onde ela é utilizada sem cocção; Estações de tratamento de esgotos eficientes para interromper o ciclo quando os ovos são descarregados na água no caso dos seres humanos como hospedeiros definitivos; Os comerciantes devem garantir os preparos corretos, como inspeção do pescado, rotulagem das embalagens e a certeza de que estão adquirindo o produto de locais que possuem Boas Práticas de Fabricação; Também é importante desenvolver programas de educação sanitária, como campanhas educativas para que o consumidor, ao ingerir peixe cru, esteja ciente dos riscos de contrair difilobotriose e como evitá-la. Priscila - Nutri/UFES
Compartilhar