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-história-A conquista da América Espalhola-03-032021-

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1 
História 
A Conquista da América Espanhola 
Objetivo 
Compreender o processo de conquista e colonização da América pelos espanhóis, destacando as formas de 
dominação dos nativos, o impacto da colonização para as civilizações americanas, o interesse dos espanhóis 
no território e os mecanismos usados para administrar a colônia. 
 
Se liga 
Para essa matéria é importante que você saiba o conteúdo de Formação dos Estados Modernos e de 
Expansão Marítima. 
 
Curiosidade 
Os europeus trouxeram para a América muitas doenças que, até então, os nativos jamais haviam entrado em 
contato, como a gripe, a varíola e a sífilis, que logo foram responsáveis pela morte de milhões de pessoas. 
Teoria 
 
O processo de expansão marítima e comercial de reinos como Espanha e Portugal, durante o século XV, 
resultou em profundas mudanças no mundo, dentre elas, a chegada dos europeus na América. Entre os 
séculos XV e XIX, os colonizadores europeus construíram um complexo sistema de ocupação, administração 
e exploração do chamado Novo Mundo, que ao longo desses anos dizimou povos nativos, escravizou 
africanos, exolorou riquezas e construiu identidades regionais que até então não existiam. 
 
A conquista da América Espanhola foi o processo de ocupação da América pelos espanhóis e consequente 
controle sobre as áreas até então ocupadas pelos povos nativos, entre os quais podemos destacar os 
pertencentes aos impérios Asteca e Inca. 
A primeira expedição de espanhóis à América chegou no dia 12 de outubro 1492, nas Ilhas Caraíbas (Antilhas) 
e foi liderada por Cristóvão Colombo. O famoso navegador genovês morreu em 1506, depois de fazer mais 
três viagens à América, no entanto, até o último momento, ele acreditou ter chegado às Índias. O erro seria 
corrigido alguns anos depois, pelo também navegador e cartógrafo Américo Vespúcio, que constatou que o 
território se tratava de um novo continente. Por isso, Américo Vespúcio foi homenageado após sua morte, em 
1512, e o território foi batizado com o seu nome. Por muito tempo, no entanto, a América continuaria a ser 
chamada também de Índias Ocidentais. 
 
 
 
 
 
 
2 
História 
Inicialmente os aventureiros espanhóis não encontraram muitas riquezas que 
pudessem satisfazer as práticas mercantilistas que vigoravam nos Estados europeus. 
No entanto, o próprio Colombo já havia no final do século XV se empenhado na captura 
e escravidão de alguns nativos na América Central. Desta forma, outros exploradores 
também seguiram esse caminho e passaram a buscar no território riquezas e formas 
de explorar a população autóctone. 
Tendo em vista que os espanhóis contavam apenas com um limitado número de 
soldados em um território gigantesco, que os povos americanos resistiram à presença estrangeira e que o 
novo continente também era biologicamente hostil aos europeus, toda essa aventura não foi algo simples. 
Logo, para consolidar a ocupação e enfrentar a resistência dos povos nativos – que eram a imensa maioria – 
os espanhóis se aproveitaram de sua superioridade bélica, com a utilização de armas de fogo e cavalos. 
Neste cenário de dominação, a Coroa espanhola criou os chamados adelantados, que eram grandes 
extensões de terras entregues aos conquistadores, que tinham autonomia sobre a administração desses 
territórios. Assim, a violência foi uma marca desse processo de dominação, o que pode ser percebido através 
dos textos de Bartolomeu de Las Casas: 
 
“Seu lugar-tenente assassinou a muitos índios enforcando-os e queimando-os vivos. Lançando outros aos 
cães, cortando-lhes as mãos, a cabeça, a língua, estando eles em paz, isto somente para lhes incutir terror, 
a fim de que os servissem e lhes dessem ouro.” 
(LAS CASAS, Bartomlomé de. O paraíso destruído: A sangrenta história da conquista da 
América espanhola. Porto Alegre: L&PM, 2011, p. 72.) 
 
Também podemos destacar a questão do medo, uma vez que alguns povos da América pensavam que os 
espanhóis eram a encarnação de deuses. Os Astecas, por exemplo, acreditavam que os conquistadores 
liderados por Hernán Cortés eram mensageiros de Quetzacoatl. 
 
Imagem 1. 
 
 
 
 
 
3 
História 
Enfim, a vitória espanhola também pode ser explicada pela questão biológica e pelas alianças militares. 
Assim, a disseminação de doenças que não existiam na América, provocando epidemias fatais aos nativos e 
a aliança com povos dominados pelo Império Asteca e Inca, estimulando as desavenças que já existiam entre 
os nativos foram importantes fatores que auxiliaram na vitória e na dominação. 
Neste ponto, vale destacar que, apesar de estudarmos principalmente os povos astecas e incas, é importante 
lembrarmos que nesse período os diversos nativos do continente jamais formaram uma unidade cultural, 
línguística, étnica ou religiosa. Havia portanto um mosaico étnico na América, com civilizações se 
organizando em diversas formas, como: os grandes impérios, com alto desenvolvimento tecnológico, vida 
urbana, comércio com outros povos e administração complexa; pequenas sociedades sedentárias, que viviam 
de subsistência, caça e pequenos comércios, mas sem muito desenvolvimento urbano ou tecnológico; grupos 
nômades, que dependiam principalmente da caça e da coleta e preferiam vagar do que se estabelecer em 
único território e diversos outros exemplos de sociedades que aqui existiram. 
No caso do território que viríamos conhecer como o Brasil, destacaram-se em 1500 quatro principais grupos 
linguísticos: os arauaque, os tupi-guaranis, os jês e os caraíbas. Esses grupos que aqui viviam, dependiam 
sobretudo da caça, da coleta, da pequena agricultura de subsistência e de pequenos comércios, sem 
formarem, portanto, complexas civilizações urbanas. Essa realidade, entretanto, foi diferente da que podemos 
observar em regiões como a Cordilheira dos Andes e a Mesoamérica. 
 
O Império Asteca e a conquista de Hernán Cortez 
Na região que conhecemos hoje como Mesoamérica, sobretudo na extensão do atual território do México, 
destacou-se entre os séculos XIV e XV o grande Império Asteca. Essa civilização se formou ao longo desses 
anos através da união de diversas cidades-estados que passaram a formar o império, com capital definida na 
cidade de Tenochtitlán. 
A grande capital do império demonstrava toda a grandeza dessa civilização e chegou a surpreender os 
espanhóis quando chegaram no século XVI. A notável arquitetura dos grandes templos religiosos, a complexa 
configuração urbana e a construção de uma rede de diques e canais demonstravam toda a grandeza 
tecnológica do império. Além disso, os astecas também se destacaram nas ciências, com importantes 
estudos sobre medicina, matemática e astronomia, construindo, inclusive, surpreendentes calendários. 
 
Apesar da vida urbana no meio dos grandes templos, do expansionismo e da força do comércio dessa 
civilização, os astecas se dedicaram muito à agricultura, que era uma das principais atividades econômicas 
desse período. Como formavam uma sociedade de base hidráulica, dependiam muito dos rios da região para 
irrigar suas plantações, onde cultivavam feijões, pimentões e, principalmente, milho. Logo, graças a esse 
sistema de irrigação que os astecas desenvolveram complexas redes de canais e aquedutos e um sistema 
de coleta de lixo que era voltado para a produção de adubo para os campos. 
Nos aspectos religiosos, os astecas apresentavam uma cosmovisão politeísta, que entendia a origem do 
mundo, da vida e do tempo sempre relacionados às ações de deuses. Assim, dentre as principais entidades 
astecas, destacavam-se Tlaloc, Huitzilopochtli, Tezcatlipoca e o já mencionado Quetzalcoatl, que teria 
oferecido o próprio coração em um ato de autossacrifício. 
 
 
 
 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Tlaloc
https://pt.wikipedia.org/wiki/Huitzilopochtli
https://pt.wikipedia.org/wiki/Tezcatlipoca
 
 
 
4 
História 
Eram esses deuses, portanto, quem atuavam na vida cotidiana e erapara eles que os astecas construíam 
seus templos e o complexo calendário de rituais, que envolviam cerimônias, sacrifícios e profecias. A prática 
do sacrifício era algo aparentemente comum neste povo, no entanto, ainda hoje não se sabe quais eram os 
limites desses rituais e quais as principais camadas sociais que participavam dessas cerimônias. O que 
sabemos é que ao sacrificarem pessoas nos templos, os astecas acreditavam que conseguiriam agradar aos 
deuses e alcançar alguns benefícios, como a proteção contra terremotos, colheitas melhores, chuvas e até 
manter o sol brilhando. 
A forte devoção dos astecas afetava também a própria política, que se organizava de maneira teocrática, com 
um imperador que era considerado um representante de Tezcatlipoca. Assim, os imperadores possuíam não 
só as funções administrativas e militares, como também religiosas e, por isso, junto aos outros membros da 
elite asteca, como militares e sacerdotes, possuía alguns luxos e privilégios. Um deles era a própria cobrança 
de tributos, principalmente sobre os servos que viviam nos campos. 
Sendo assim, as famílias camponesas, que compunham a base dessa sociedade, apesar de viverem em terras 
comunais, deveriam destinar parte da produção agrícola ao imperador e à elite asteca, como forma de 
pagamento de tributos. Nas terras conquistadas, homens de outros grupos étnicos também deveriam pagar 
impostos, que iam desde os produtos agrícolas até riquezas pessoais e entrega de membros da comunidade 
para os sacfifícios. Enfim, aqueles que não pagassem os tributos, que ficassem endividados ou que 
cometessem algum crime ainda poderiam ser escravizados. 
 
Toda essa situação criou ao redor do Império Asteca uma forte rivalidade com outros 
povos mesoamericanos, que não concordavam com a dominação. Desta forma, com a 
chegada dos espanhóis, sobretudo de Hernán Cortez, em 1519, muitos desses grupos 
passaram a se aliar aos europeus como forma de lutar contra o domínio asteca. 
Na época, o império era então liderado por Montezuma II, que era famoso por suas 
conquistas e pela expansão do território, entretanto, o reinado de Montezuma não durou 
tanto tempo, pois o conflito contra os espanhóis o destronou ainda em 1520, após ser assassinado. Contudo, 
é importante destacar que antes desses conflitos explodirem, a chegada dos espanhóis havia sido amistosa, 
com Cortez sendo recebido por embaixadores astecas e até mesmo presenteado com ouro, o que 
naturalmente aguçou a cobiça espanhola. 
Segundo alguns autores, Montezuma teria recebido Cortez em 1519 acreditando que o mesmo fosse o deus 
Quetzalcoatl. Por conta disso, Cortez foi inicialmente tratado com muita diplomacia e logo conseguiu 
conquistar o imperador, a ponto de roubar suas riquezas e de tornar o mesmo um prisioneiro em seu próprio 
palácio. 
A essa altura, o contato dos milhares de nativos com os poucos espanhóis já havia sido o bastante para 
disseminar doenças como a varíola entre os astecas, assim como já havia possibilitado a realização de alguns 
acordos militares com grupos rivais. Desta forma, quando os astecas finalmente iniciaram uma tentativa de 
resistência contra os europeus, Cortes conseguiu liderar um exército de 500 espanhóis e mais ou menos 25 
mil nativos inimigos dos astecas contra o grande império. 
Assim, com o apoio militar, as doenças e o uso de armas de fogo contra lanças e flechas, os europeus 
facilmente derrotaram as principais tropas astecas e sitiaram a capital Tenochtitlán, derrubando a resistência 
em 1521 e iniciando um longo processo de colonização. Os astecas, por sua vez, foram derrotados, 
cristianizados e viram seus antigos templos e artefatos religiosos serem destuídos para darem origem à 
Igrejas e peças católicas. 
 
 
 
 
 
5 
História 
O Império Inca e a conquista de Francisco Pizarro 
No caso dos Andes, a região já era historicamente ocupada por povos como os Huari, no Vale do Mantaro 
(Peru), os Tiahuanaco do Lago Titicaca (fronteira entre Peru e Bolívia) e os Chimu, do vale do Moche (Peru). 
Assim, foi através de um processo de unificação de antigos reinos da região, que foram dominados 
principalmente por membros da etnia quíchua, que deu origem, por volta do século XII, ao grande Império 
Inca. 
Os Incas, ao longo dos séculos XIII, XIV e XV, expandiram-se e passaram a ocupar uma grande região dos 
Andes, formando complexas cidades conectadas por estradas, dentre elas a célebre Machu Pichu e a própria 
capital do império, a cidade de Cuzco. Era na capital, portanto, que se localizava o grande imperador, 
conhecido como o Sapa Inca. Este, por sua vez, exercia importante função militar nessa civilização 
expansionista, era o principal legislador e era uma fundamental figura religiosa, pois era considerado um deus 
na terra, o “filho do sol”. 
 
Assim, foram nessas cidades que a sociedade Inca se desenvolveu de forma bastante complexa, com 
sistemas de comunicação, avançados mecanismos de irrigação e plantio nos chamados “terraços 
cultiváveis”, projetos arquitetônicos complexos, como os que podem ser observados nos templos e até um 
expressivo artesanato. Essa sociedade também era extremamente hierarquizada e de difícil mobilidade 
social, tendo o Inca no topo, como o detentor de terras e chefe de Estado. Abaixo do imperador se 
encontravam as demais lideranças político-administrativas e a própria família real, que possuía privilégios e 
terras. 
Abaixo, na base da sociedade, havia os trabalhadores urbanos comuns, que viviam principalmente do 
comércio e, enfim, os camponeses, fundamentais para a movimentação econômica e subsistência dessa 
civilização. No campo, os trabalhadores rurais eram divididos em diversas comunidades de camponeses 
denominados de ayllus. Nos ayllus, as famílias que ali viviam, em diferentes regiões, eram chefiadas por um 
Curaca, que era o responsável pela organização do trabalho e pela distribuição das terras em cada ayllu. 
Vale destacar que os agricultores incas ainda estavam submetidos a um sistema compulsório de trabalho 
conhecido como mita. Assim, através desse sistema, os camponeses escolhidos pelos curacas deveriam 
obrigatoriamente trabalhar para o Estado durante um período do ano em obras públicas. Essas obras 
poderiam ser em irrigações ou na criação de “terraços” cultiváveis nas montanhas. Vale destacar que também 
havia a presença de escravizados nessa sociedade, que eram normalmente inimigos de guerra que haviam 
sido derrotados. 
 
Apesar do auge dessa civilização se encontrar no século XV, o início do processo de decadência também 
pode ser percebido nesse período, antes mesmo da chegada dos espanhóis. Isso ocorreu, pois, em 1525, o 
imperador Huayna Cápac morreu e deixou no império uma crise sucessória, pois seus dois filhos com 
mulheres diferentes, Huascar e Atahualpa passaram a disputar o poder. 
Enquanto essa Guerra Civil se iniciava, trazendo conflitos sangrentos entre os incas, uma nova surpresa surgiu 
no horizonte. Em 1526, exploradores espanhóis liderados por Francisco Pizarro encontraram o rico Império 
Inca imerso em uma disputa. A chegada de Pizarro serviu como um fator fundamental para ampliar ainda 
mais a decadência dessa civilização no meio da guerra, pois os colonizadores espanhóis espalharam entre 
os nativos doenças até então desconhecidas pelos mesmos, como a varíola. 
 
Neste contexto de guerra os espanhóis se aproximaram das tropas de Huascar, apoiando-o como novo 
imperador e ainda realizaram alianças com outros grupos nativos rivais dos incas. Foi assim que, em 1532, 
 
 
 
6 
História 
os homens de Pizarro capturaram Atahualpa, após o mesmo ter negado sua conversão ao cristianismo e sua 
submissão a Carlos I da Espanha. Nesse mesmo contexto os soldados incas de Atuhalpa ainda prenderam 
Huascar, mantendo assim os dois possíveis líderes prisioneiros no meio de uma guerra e de uma invasão 
espanhola. 
Os dois prisioneiros, no entanto, nãotardaram a morrer, pois ainda com poderes, mesmo estando preso, 
Atuhalpa mandou que Huascar fosse executado. Após esse evento, Pizarro decidiu punir o antigo imperador, 
setenciando-o a morte e colocando em seu lugar, como novo chefe de Estado inca, seu outro irmão, Túpac 
Hualpa. 
A indicação de Hualpa por Pizarro demonstra, portanto, o grande enfraquecimento do riquíssimo Império Inca 
no século XVI, assim como o início de um domínio político espanhol na região, que passou a decidir quem 
seriam os novos líderes nativos. Desta forma, os espanhóis massacraram as populações com a transmissão 
de doenças e com a violência, exploraram os povos através de trabalhos compulsórios como a mita e a 
encomienda, destruíram as culturas locais com a imposição de práticas europeias e do cristianismo e, 
naturalmente, aprofundaram toda a crise dessa sociedade, causando ainda mais fome e miséria. 
Os incas, por sua vez, ainda tentaram resistir de diversas formas aos ataques e à exploração espanhola, mas 
não tiveram sucesso. A última das grandes revoltas incas foi liderada pelo último imperador, Túpac Amaru, 
em 1572, mas, como visto, não alcançou a vitória definitiva e possibilitou, enfim, a consolidação do domínio 
espanhol sobre o império. 
 
A administração espanhola na América colonial 
À medida que se ampliou a dominação espanhola sobre a América, surgiu a 
necessidade de montar um aparelho administrativo que se associasse aos 
interesses mercantilistas da Espanha, especialmente após a descoberta de 
grandes quantidades de ouro na área do Império Asteca, e de prata, na área do 
Império Inca. Desta forma, a principal instituição responsável pela 
administração colonial era o chamado Conselho Real e Supremo das Índias, que 
atuava direto da metrópole, auxiliando o rei. 
Já na América, o território foi dividido em vice-reinos e capitanias gerais, que 
eram chefiados respectivamente por Vice-Reis e capitães-gerais nomeados pelo 
Conselho das Índias. Assim, os vice-reinos eram as importantes regiões de 
exploração de riquezas e de comércio, que, por isso, tornavam-se fundamentais para o projeto de exploração 
colonial e eram chefiadas por um Vice-Rei, que era um espanhol subordinado diretamente ao rei. Visto isso, 
ao longo dos séculos existiram 4 vice-reinos, que foram: Nova Espanha (México), Nova Granada (Colômbia e 
Quador), Peru (Bolívia e Peru) e Rio da Prata (Paraguai, Uruguai e Argentina). 
 
Nos vice-reinos foi possível observar também o desenvolvimento de instituições administrativas locais, que 
regulavam a convivência dos colonos e dos nativos. Desta forma, as cidades mais importantes dos vice-reinos 
contavam com câmaras municipais, que também eram chamadas de cabildos e que foram controladas 
majoritariamente pela elite criolla, que apesar desse poder local, não tinha direito de controlar as grandes 
instituições ou participar das maiores decisões políticas. 
 
 
 
 
 
 
7 
História 
As capitanias gerais, por outro lado, não possuíam uma importância econômica tão grande, mas eram regiões 
de importância militar para a dominação do território, combate à pirataria e, consequentemente, para a 
garantia de um deslocamento seguro das riquezas para a Espanha. Desta forma, Cuba, Guatemala, Venezuela 
e Chile foram importantes capitanias-gerais durante a colonização. 
Ainda destacando a administração colonial, em uma esfera menor, a Coroa espanhola criou, em 1503, a 
chamada Casa de Contratação, que controlava e monopolizava o comércio espanhol e arrecadava os 
impostos. Tendo em vista que a pirataria era algo muito comum na época e que o contrabando de metais 
preciosos ocorria até mesmo entre os colonos e nativos, a Coroa instalou também um regime de exclusivo 
colonial metropolitano e de Porto Único. 
 
Assim, todas as riquezas encontradas na colônia, sobretudo o ouro e a prata, pertenceriam à metrópole e 
deveriam deixar a América apenas pelos portos permitidos, como o de Vera Cruz (México), Porto Belo 
(Panamá) e o de Cartagenas das índias (Colômbia). Saindo desses portos, os produtos deveriam ir direto para 
a Espanha, desembarcando exclusivamente no porto de Sevilha e, posteriormente no de Cádis. 
É importante destacar também que, além do comércio e da exploração de riquezas como o ouro e a prata, 
que contemplavam os interesses mercantilistas da nobreza e da burguesia espanhola, havia ainda um 
importante fator que impulsionou a colonização espanhola: a religião. Em um contexto de expansão das 
religiões protestantes, a Igreja Católica percebeu na colonização uma forma de expandir sua fé para além dos 
territórios europeus, alcançando, assim, os povos indígenas. Desta forma, a catequização dos nativo-
americanos foi parte fundamental do processo de colonização e até mesmo de imposição dos valores 
europeus aos povos da América. 
 
Logo, foi através da converção e do próprio sincretismo que muitos nativos e seus descendentes conseguiram 
sobreviver às violências físicas e culturais desse processo ao longo dos séculos. 
 
Imagem 2. 
 
 
 
8 
História 
Com a consolidação da colonização, a América Espanhola foi marcada por uma 
sociedade estratificada, onde a elite de nascimento detinha privilégios. A 
sociedade era dividida nos seguintes grupos: 
• Chapetones: os homens brancos, nascidos na Espanha e que vivendo na 
colônia representavam os interesses metropolitanos, ocupando altos cargos 
administrativos, judiciais, militares e no comércio externo. 
• Criollos: elite econômica colonial, descendentes de espanhóis, nascidos na 
América, que eram grandes proprietários rurais. 
• Mestiços: homens livres, trabalhadores geralmente superexplorados. 
• Indígenas: grande maioria da população, foram submetidos ao trabalho forçado através da mita ou da 
encomienda. 
• Escravos africanos: foram utilizados sobretudo no Caribe (Antilhas) e trabalhavam principalmente na 
agricultura. 
 
Na América Espanhola, apesar da escravidão africana ter sido amplamente usada em 
colônias da América Central, sobretudo nas Antilhas, foi a mão de obra indígena, no 
entanto, a mais utilizada. Os nativos eram sentenciados ao trabalho compulsório, 
principalmente nas minas de prata no Sul da colônia, onde eram explorados em 
trabalhos em condições extremamente precárias e, em troca, recebiam salários 
irrisórios e, muitas vezes, só a catequização. 
Apesar do processo de conquista ter dizimado muitas populações nativas, a 
exploração através dessas formas de trabalho também foi responsável pela morte 
de milhares de pessoas. Assim, essa exploração dos nativos se deu principalmente através de duas formas 
de trabalho: 
• Mita: instituição de origem inca, utilizada por essa civilização, portanto, antes da chegada dos europeus. 
Essa forma de trabalho foi adotada principalmente na região Sul da colônia e consistia na exploração 
das comunidades dominadas utilizando uma parte de seus homens no trabalho nas minas. Os homens 
eram sorteados, em geral trabalhavam quatro meses, recebendo um pagamento irrisório. Cumprido o 
prazo, deveriam retornar à comunidade, que por sua vez deveria enviar um novo grupo de homens. Apesar 
de sua origem Inca, os espanhóis também se apropriaram da mita para impor um ritmo de trabalho 
compulsório aos nativos americanos. 
• Encomienda: sistema criado pelos espanhóis, consistia na exploração de um grupo ou comunidade de 
indígenas por um colono espanhol conhecido como encomendero. Em troca, o colono deveria pagar um 
tributo à metrópole e promover a cristianização dos indígenas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 
História 
Exercícios de fixação 
 
1. Ao chegarem na América, os espanhóis se depararam com uma gigantesca população que já habitava 
o continente há milênios. Apesar da pluralidade cultural, quais foram os dois grandes impérios 
americanos derrotados pelos espanhóis no século XVI? 
 
 
2. Uma questão que sempre inquietou os historiadores foi como algumas centenasde espanhóis 
puderam derrotar em pouco tempo grandes impérios da América. Tendo em vista seus estudos quais 
motivos podemos citar como fundamentais para a vitória dos espanhóis contra os impérios da 
América? 
 
 
3. Ao chegarem na América, Portugueses e Espanhóis se depararam com algumas possibilidades que 
logo despertaram o interesse nas novas terras. Visto isso, cite ao menos dois interesses dos espanhóis 
na colonização da América: 
 
 
4. A divisão social da América Colonial demonstrava uma rígida hierarquia que impactava inclusive nas 
tomadas de decisões políticas. Neste período, destacaram-se os chapetones e criollos, que tinham 
como características: 
 
 
5. Das opções a seguir, qual delas podemos citar como formas de trabalho utilizadas durante a 
colonização espanhola na América: 
a) mita e encomienda 
b) cabildos e ayullus 
c) encomienda e cabildos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 
História 
Exercícios de vestibulares 
 
 
1. (FUVEST) Uma observação comparada dos regimes de trabalho adotados nas Américas de colonização 
ibérica permite afirmar corretamente que, entre os séculos XVI e XVIII: 
a) a servidão foi dominante em todo o mundo português, enquanto, no espanhol, a mão de obra 
principal foi assalariada. 
b) a liberdade foi conseguida plenamente pelas populações indígenas da América espanhola e da 
América portuguesa, enquanto a dos escravos africanos jamais o foi. 
c) a escravidão de origem africana, embora presente em várias regiões da América espanhola, esteve 
mais generalizada na América portuguesa. 
d) não houve escravidão africana nos territórios espanhóis, pois estes dispunham de farta oferta de 
mão de obra indígena. 
e) o Brasil forneceu escravos africanos aos territórios espanhóis, que, em contrapartida, traficavam 
escravos indígenas para o Brasil. 
 
 
2. (Enem) Devem ser bons serviçais e habilidosos, pois noto que repetem logo o que a gente diz e creio 
que depressa se fariam cristãos; me pareceu que não tinham nenhuma religião. Eu, comprazendo a 
Nosso Senhor, levarei daqui, por ocasião de minha partida, seis deles para Vossas Majestades, para 
que aprendam a falar. 
(COLOMBO, C. Diários da descoberta da América: as quatro viagens e o testamento. Porto Alegre: L&PM, 1984.) 
O documento destaca um aspecto cultural relevante em torno da conquista da América, que se 
encontra expresso em: 
a) Deslumbramento do homem branco diante do comportamento exótico das tribos autóctones. 
b) Violência militarizada do europeu diante da necessidade de imposição de regras aos ameríndios. 
c) Cruzada civilizacional frente à tarefa de educar os povos nativos pelos parâmetros ocidentais. 
d) Comportamento caridoso dos governos europeus diante da receptividade das comunidades 
indígenas. 
e) Compromisso dos agentes religiosos diante da necessidade de respeitar a diversidade social dos 
índios. 
 
 
3. (Enem) O encontro entre o Velho e o Novo Mundo, que a descoberta de Colombo tornou possível, é de 
um tipo muito particular: é uma guerra — ou a Conquista —, como se dizia então. E um mistério continua: 
o resultado do combate. Por que a vitória fulgurante, se os habitantes da América eram tão superiores 
em número aos adversários e lutaram no próprio solo? Se nos limitarmos à conquista do México — a 
mais espetacular, já que a civilização mexicana é a mais brilhante do mundo pré colombiano — como 
explicar que Cortez, liderando centenas de homens, tenha conseguido tomar o reino de Montezuma, 
que dispunha de centenas de milhares de guerreiros? 
(TODOROV. T. A conquista da América. São Paulo: Martins Fontes. 1991 (adaptado).) 
 
 
 
11 
História 
No contexto da conquista, conforme análise apresentada no texto, uma estratégia para superar as 
disparidades levantadas foi: 
a) implantar as missões cristãs entre as comunidades submetidas. 
b) utilizar a superioridade física dos mercenários africanos. 
c) explorar as rivalidades existentes entre os povos nativos. 
d) introduzir vetores para a disseminação de doenças epidêmicas. 
e) comprar terras para o enfraquecimento das teocracias autóctones. 
 
 
 
4. (Enem) Mas uma coisa ouso afirmar, porque há muitos testemunhos, e é que vi nesta terra de Veragua 
[Panamá] maiores indícios de ouro nos dois primeiros dias do que na Hispaniola em quatro anos, e que 
as terras da região não podem ser mais bonitas nem mais bem lavradas. Ali, se quiserem podem 
mandar extrair à vontade. 
(Carta de Colombo aos reis da Espanha, julho de 1503. Apud AMADO, J.; 
FIGUEIREDO, L. C. Colombo e a América: quinhentos anos depois. São Paulo: Atual, 1991 (adaptado).) 
O documento permite identificar um interesse econômico espanhol na colonização da América a partir 
do século XV. A implicação desse interesse na ocupação do espaço americano está indicada na: 
a) expulsão dos indígenas para fortalecer o clero católico. 
b) promoção das guerras justas para conquistar o território. 
c) imposição da catequese para explorar o trabalho africano. 
d) opção pela policultura para garantir o povoamento ibérico. 
e) fundação de cidades para controlar a circulação de riquezas. 
 
 
5. (Enem) O canto triste dos conquistados: 
os últimos dias de Tenochtitlán 
Nos caminhos jazem dardos quebrados: 
os cabelos estão espalhados. 
Destelhadas estão as casas, 
Vermelhas estão as águas, os rios, como se alguém as tivesse tingido, 
Nos escudos esteve nosso resguardo, 
mas os escudos não detêm a desolação... 
(PINSKY, J. et al. História da América através de textosSão Paulo: Contexto, 2007 (fragmento).) 
O texto é um registro asteca, cujo sentido está relacionado ao(à): 
a) tragédia causada pela destruição da cultura desse povo. 
b) tentativa frustrada de resistência a um poder considerado superior. 
c) extermínio das populações indígenas pelo Exército espanhol. 
d) dissolução da memória sobre os feitos de seus antepassados. 
e) profetização das conseqüências da colonização da América. 
 
 
 
12 
História 
6. (Enem) Embora a compra de cargos e títulos fosse bem difundida na América, muitos nobres, aí 
moradores, receberam títulos da monarquia devido a suas qualidades e serviços. Desde o século XVI, 
os títulos de marquês e conde (títulos de Castela) eram concedidos, sobretudo, aos vice-reis e capitães-
gerais nascidos na Espanha. Com menor incidência, esta mercê régia também podia ser remuneração 
de serviços militares, de feitos na conquista, colonização e fundação de cidades. 
(RAMINELLI, R. Nobreza e riqueza no Antigo Regime ibérico setecentista. 
Revista de História, n. 169, jul.-dez. 2013.) 
Segundo o texto, as concessões da Coroa espanhola visavam o fortalecimento do seu poder na 
América ao: 
a) restringir os privilégios dos comerciantes. 
b) reestruturar a organização das tropas. 
c) reconhecer os opositores do regime. 
d) facilitar a atuação dos magistrados. 
e) fortalecer a lealdade dos súditos. 
 
 
7. (Enem) Na América espanhola colonial, a primeira prioridade dos invasores foi extrair riquezas dos 
conquistados. Essa extração foi realizada mediante a apreensão direta de excedentes previamente 
acumulados de metais ou pedras preciosas. Isso tomou a forma de saques e pilhagens, uma maneira 
oficialmente aceita de pagar soldados ou expedicionários voluntários. 
(MACLEOD, Murdo J. Aspectos da economia interna da América espanhola colonial. 
In: BETHELL, Leslie. História da América. São Paulo: Edusp; Brasília: Funag, 1999, v. II, p. 219–220.) 
Tendo em vista as características citadas, conclui-se que a América espanhola colonial começou como 
uma sociedade: 
a) escolhida para representar o espírito da modernidade europeia na América. 
b) engajada no comércio do qual provinham especiarias para serem distribuídas na Europa. 
c) centrada na extração e beneficiamento mineral de recursos como ouro, prata e pedras preciosas, 
ali encontrados. 
d) fundada na lógica da conquista, ao sefazer uso da violência contra a população indígena para a 
apropriação de riquezas. 
e) voltada para o cultivo da cana-de-açúcar, produto bastante valorizado, tal como se verificou nas 
colônias portuguesas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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História 
 
8. (Enem) O Império Inca, que corresponde principalmente aos territórios da Bolívia e do Peru, chegou a 
englobar enorme contingente populacional. Cuzco, a cidade sagrada, era o centro administrativo, com 
uma sociedade fortemente estratificada e composta por imperadores, nobres, sacerdotes, funcionários 
do governo, artesãos, camponeses, escravos e soldados. A religião contava com vários deuses, e a 
base da economia era a agricultura, principalmente o cultivo da batata e do milho. 
A principal característica da sociedade inca era a: 
a) ditadura teocrática, que igualava a todos. 
b) existência da igualdade social e da coletivização da terra. 
c) estrutura social desigual compensada pela coletivização de todos os bens. 
d) existência de mobilidade social, o que levou à composição da elite pelo mérito. 
e) impossibilidade de se mudar de extrato social e a existência de uma aristocracia hereditária. 
 
 
9. (Enem) Os pesquisadores que trabalham com sociedades indígenas centram sua atenção em 
documentos do tipo jurídico-administrativo (visitas, testamentos, processos) ou em relações e 
informes e têm deixado em segundo plano as crônicas. Quando as utilizam, dão maior importância 
àquelas que foram escritas primeiro e que têm caráter menos teórico e intelectualizado, por acharem 
que estas podem oferecer informações menos deformadas. Contrariamos esse posicionamento, pois 
as crônicas são importantes fontes etnográficas, independentemente de serem contemporâneas ao 
momento da conquista ou de terem sido redigidas em período posterior. O fato de seus autores serem 
verdadeiros humanistas ou pouco letrados não desvaloriza o conteúdo dessas crônicas. 
(PORTUGAL, A. R. O ayllu andino nas crônicas quinhentistas: um polígrafo na literatura 
 brasileira do século XIX (1885-1897). São Paulo: Cultura Acadêmica, 2009.) 
As fontes valorizadas no texto são relevantes para a reconstrução da história das sociedades pré-
colombianas porque: 
a) sintetizam os ensinamentos da catequese. 
b) enfatizam os esforços de colonização. 
c) tipificam os sítios arqueológicos. 
d) relativizam os registros oficiais. 
e) substituem as narrativas orais. 
 
 
10. (UNESP) Os deuses disseram entre si depois de criar o homem: 
“O que os homens comerão, oh deuses? Vamos já todos buscar o alimento.” 
Enquanto isso, as formigas vermelhas estavam colhendo e carregando os grãos de milho que traziam 
de dentro do Tonacatepetl (Montanha do Sustento). O deus Quetzalcoatl encontrou as formigas e lhes 
disse: 
“Digam-me, onde vocês colheram os grãos de milho?”. 
Muitas vezes lhes perguntou, mas as formigas não quiseram responder. Algum tempo depois, as 
formigas disseram a Quetzalcoatl: 
“Lá.” 
 
 
 
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História 
E apontaram o lugar. Quetzalcoatl se transformou em formiga negra e as acompanhou. Desse modo, 
Quetzalcoatl acompanhou as formigas vermelhas até o depósito, arranjou o milho e em seguida o levou 
a Tamoanchan (moradia dos deuses e onde o homem havia sido criado). Ali os deuses o mastigaram 
e o puseram na nossa boca para nos robustecer. 
(Apud Eduardo Natalino dos Santos. Cidades pré-hispânicas do México e da América Central, 2004.) 
O texto asteca: 
a) promove a divulgação das qualidades nutricionais do milho para o fortalecimento dos guerreiros 
mesoamericanos. 
b) oferece uma explicação mítica para a importância do milho na base da alimentação dos povos 
mesoamericanos. 
c) demonstra sustentação histórica e claro desenvolvimento de pensamento lógico e racional. 
d) procura justificar o fato de apenas os governantes dos povos mesoamericanos poderem exercer 
atividades agrícolas. 
e) revela a influência das fábulas europeias na construção do imaginário dos povos 
mesoamericanos. 
 
 
 
 
 
 
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História 
Gabaritos 
 
Exercícios de fixação 
 
1. Incas e Astecas. 
 
2. A disseminação involuntária de doenças como a varíola entre os nativos, o uso de armas de fogo pelos 
espanhóis, a mobilização de alianças militares com grupos rivais aos incas e astecas e as crises geradas 
pelas guerras, ocasionando fome e miséria. 
 
3. Expansão da fé cristã, exploração de riquezas, como ouro e prata, conquista de novas rotas comerciais 
e conquista de monopólios comerciais. 
 
4. Os chapetones eram os espanhóis que tinham importantes cargos políticos na América, se configurando 
como uma elite social responsável pela administração e tomadas de decisão. Os criollos eram filhos de 
espanhóis nascidos na América que chegaram a formar uma elite econômica, mas sem muitos poderes 
políticos e sem acesso a grandes cargos administrativos. 
 
5. A 
A mita e a encomienda foram formas de trabalho compulsórios usadas pelos espanhóis na América. 
 
 
Exercícios de vestibulares 
 
1. C 
A mão de obra africana escravizada foi usada nas colônias espanholas, mas acabou sendo mais restrita 
à região do Caribe, enquanto o resto da colônia usou majoritariamente a mão de obra indígena. Na 
América portuguesa, ao contrário, a escravidão africana foi amplamente usada. 
 
2. C 
A carta de Colombo revela que o mesmo acredita que não seria difícil converter os nativos em cristãos, 
demonstrando, portanto, interesse do colonizador em catequizar e difundir a fé católica, em uma missão 
cruzadística. 
 
3. C 
O Império Asteca tinha características expansionistas e submeteu diversos povos vizinhos ao seu 
controle e tributações, criando assim relações de rivalidades. Essa realidade foi explorada pelos 
espanhóis, que fizeram alianças militares com os grupos inimigos e utilizou o apoio militar desses nativos 
contra os próprios astecas. 
 
 
 
 
 
 
 
16 
História 
4. E 
A administração colonial pela Espanha teve como um dos seus focos uma complexa organização do 
território, delimitando vice-reinos, capitanias-gerais e construindo cidades que possibilitassem uma 
administração racional do território. As cidades podiam servir como importantes centros administrativos, 
pontos de comércio, portos e fortes no combate à pirataria. 
 
5. B 
Nos últimos versos do poema podemos perceber que o mesmo fala sobre a resistência dos nativos ao se 
referir aos escudos como arma de resguardo. O texto não foca na violência material e cultural, mas sim 
na violência física e vale destacar que os astecas não foram inicialmente exterminados, mas sim 
conquistados pelos espanhóis após a queda da capital. 
 
6. E 
Muitos espanhóis na América receberam títulos de nobreza dos monarcas como forma de manter a 
lealdade dos súditos no além-mar e os gratificar pelas conquistas realizadas em nome da Coroa. 
 
7. D 
O texto de apoio apresentado foca na questão da conquista da América pelos espanhóis através da 
violência, que foi fundamental para a exploração dos territórios antes ocupados pelos nativos, visando, 
portanto, saques, pilhagens e extração de metais preciosos. A letra C fala de um “beneficiamento mineral”, 
que é um processo que prepara os minerais extraídos para o uso na indústria, o que ainda não ocorria, 
além do mais, essa alternativa também não contempla a violência. 
 
8. E 
A civilização Inca que vivia nos Andes tinha como uma de suas principais características a cristalizada 
divisão social, que se mostrava extremamente difícil de permitir algum tipo de ascensão. O Imperador, 
conhecido como o Sapa Inca era visto como um deus e, abaixo dele, uma elite composta por sacerdotes 
e militares tinha seus cargos transmitidosde forma quase hereditária. 
 
9. D 
O uso de crônicas escritas durante a colonização como forma de compreender o passado podem auxiliar 
na relativização dos documentos oficiais, visto que esses podem não ser condizentes com as verdadeiras 
práticas do cotidiano e podem camuflar as ilegalidades. 
 
10. B 
O milho foi uma das principais formas de alimentação das civilizações mesoamericanas, sobretudo o 
astecas. Como essa sociedade era politeísta e extremamente religiosa, sua cosmovisão estava 
relacionada a atuação dos próprios deuses no cotidiano, inclusive fornecendo os alimentos.

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