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Resumo - Tecnologia

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1. Comprimidos (generalidades, vantagens e desvantagens)
Os comprimidos são formas farmacêuticas sólidas que possuem formato bastante variável,
obtidas através de um equipamento específico de compressão de um ou mais fármacos e
seus adjuvantes adequados, essa compressão pode ser compactação direta, via seca ou
úmida. Os adjuvantes são os ingredientes "inertes" dos comprimidos, pois não possuem
atividade terapêutica, exercendo influência marcante sobre a estabilidade e a
biodisponibilidade. A utilização dos adjuvantes vai de acordo com as características do
fármaco e da forma que se deseja obter, podem ser acrescentados como adjuvantes na
formulação, os diluentes, desagregantes, lubrificante e aglutinantes.
Tem seu uso indicado para ação local ou sistêmica e tem à administração por via oral,
alguns podem ser deglutidos inteiros, mastigados, dissolvidos ou dispersos em água antes
de serem administrados. Para o uso de ação local, podem ser formulados para a entrega
local de fármacos na boca ou no trato gastrintestinal e para uso sistêmico, o fármaco se
dissolve nos fluidos da boca, do estômago e do intestino e, sequentemente é absorvido
para a circulação sistêmica, atingindo o seu local de ação.
De acordo com suas propriedades, os comprimidos podem ser classificados pelo padrão de
liberação do fármaco, sendo classificado como, os de liberação imediata, prolongada,
retardada ou modificada. Os comprimidos de liberação imediata, tem a finalidade de liberar
o fármaco rapidamente após a administração ou dissolvê-lo em líquido antes da ingestão.
Dentre os comprimidos de liberação imediata estão incluídos os comprimidos
desintegrantes, mastigáveis, efervescentes, sublinguais, bucais e vaginais. Os comprimidos
sublinguais são colocados somente embaixo da língua para se dissolver com auxílio da
saliva e absorvidos na própria boca. É utilizado no caso de fármacos que quando entram
em contato com o líquido ácido do estômago são destruídos e perdem imediatamente sua
ação terapêutica e também para aqueles que são pouco absorvidos pelo intestino. Os
comprimidos efervescentes são aqueles preparados com uma ou mais substâncias
químicas associadas a alguns sais que liberam gases quando em contato com a água. E os
mastigáveis são preparados para terem a sua desintegração facilitada pela mastigação e
depois são engolidos, para serem dissolvidos e absorvidos.
Os comprimidos de liberação prolongada, retardada ou modificada devem ser deglutidos
intactos. Na liberação prolongada o fármaco é liberado de forma lenta, aumentando o
período de tempo para a absorção de fármaco após uma administração e os liberação
retardada ou modificada, o fármaco é liberado algum tempo após a administração. Como
exemplo de comprimidos de liberação retardada ou modificada tem-se as drágeas e os
liberação prolongada, os comprimidos gastrorresistentes, que são revestidos por um
produto que garante sua passagem íntegra pelo estômago e chegando perfeito ao intestino
onde irá se dissolver e iniciar sua ação.
Os comprimidos apresentam inúmeras vantagens, como boa estabilidade físico-química e
microbiológica da forma farmacêutica, se comparados a outras formas, apresenta
simplicidade e economia na preparação, pois podem ser produzidos em massa de forma
barata, com procedimentos de produção bons e um alto controle de qualidade, possibilita
também a dosagem precisa do fármaco, boa e segura via de administração, boa aparência
e fácil identificação através das suas cores selecionadas, através da adição de corantes na
formulação.
A principal desvantagem dos comprimidos como forma farmacêutica é a baixa
biodisponibilidade de fármacos, devido a propriedades desfavoráveis destes, como baixa
solubilidade, propriedades ruins de absorção, instabilidade e possibilidade de inativação do
medicamento pelo suco digestivo, incerteza da quantidade absorvida e possibilidade de
ação irritante sobre a mucosa. Possui desvantagem no fato de não possibilitarem a
personalização das doses de acordo com as necessidades de cada paciente, existência de
incidência de rachaduras e maior dificuldade em mascarar sabores e odores desagradáveis
ao olfato e ao paladar humano, podendo ser solucionado com o uso de flavorizantes.
2. Compressão por via seca (Produção de comprimidos por compactação direta)
O uso da compactação por via seca, visa minimizar o número de operações envolvidas
desde a mistura dos materiais até antes da compressão, consequentemente, reduzindo o
tempo de produção. A compactação por via seca possui duas etapas, sendo elas a mistura
do pó e compressão, para obtenção do comprimido. Como no processo não há o
envolvimento de calor ou água, é possível o aprimoramento da estabilidade do material,
porém é preciso ter ensaios de qualidade antes do início do processamento. O método
baseia-se na utilização de adjuvantes que permitem uma compressão direta de uma
simples mistura de pós, eliminando a etapa de granulação. Além disso, a etapa de secagem
é eliminada do processo e não requer equipamentos específicos.
Para a obtenção do comprimido, ocorre a compressão do pó, isto é, a redução do volume
em uma matriz pela ação de dois punções, o inferior e o superior, pelos quais a força de
compressão é aplicada. Nas etapas iniciais do processo ocorrerá a tamização e pesagem
dos excipientes e fármacos, seguida da mistura e homogeneização adequada dos pós, para
garantir uma uniformidade na sua distribuição, evitando problemas de variação de teor dos
comprimidos. Para que se consiga fazer a compressão é necessária a presença de
adjuvantes, podendo ser adicionado parte do lubrificante, em forma de pó para facilitar o
escoamento, sendo que o peso dos comprimidos é determinado pelo volume de granulado
que fica dentro da matriz. Esses adjuvantes, têm a finalidade de diluir o produto, aglutinar as
suas partículas, facilitar a desagregação do comprimido, evitar as aderências do pó às
punções e matriz, facilitar o escoamento do distribuidor. O produto, anteriormente
preparado, é submetido à uma pressão, exercida entre duas punções no interior da matriz.
A punção superior desce e entra na matriz e o pó sofre compressão até que um comprimido
seja formado, em seguida, o comprimido é removido da mesa da matriz por um dispositivo
empurrador.
Devido ao modo de compactação por via seca, a dissolução do fármaco é mais rápida em
decorrência da rápida desintegração do comprimido em partículas primárias de fármaco.
Para que o fármaco possua uma boa escoabilidade e qualidade, quando tratado na matriz
da máquina de compressão, deve ser levado em consideração algumas características,
quando é trabalhado com fármaco relativamente solúveis, eles podem ser processados
como partículas grandes para garantir boa escoabilidade e que o fármaco potente esteja
presente em pequenas quantidades em cada comprimido produzido. Para isso, eles podem
ser misturados com partículas de adjuvante, na qual, as propriedades de fluxo e
compactabilidade da formulação são controladas principalmente pelos adjuvantes.
Em decorrência do uso de partículas grandes de pó para se obter uma escoabilidade e
densidade bruta aceitáveis, é possível que a mistura de alta homogeneidade seja
dificultada, pois tem a presença de espaços entre as partículas tornando mais difícil a
homogeneidade e tornando o pó suscetível à segregação. Além de que, em situações que
somente o fármaco for utilizado na mistura, ele deve apresentar uma alta compactabilidade.
O processo de produção de comprimidos por via seca é utilizado como alternativa à
granulação por via úmida para fármacos que possam sofrer hidrólise ou que sejam
termolábeis e que não possam ser submetidos a temperaturas elevadas de secagem.
3. Compressão por via úmida
Para a produção de comprimidos através da via úmida, deve realizar a pesagem dos
constituintes da formulação e sua pulverização para se obter uma granulometria e
distribuição uniforme do tamanho das partículas, seguindo da mistura o maishomogênea
possível, para evitar problemas de variação de teor dos comprimidos. Logo depois, realiza a
adição do agente agregante, que é um líquido de granulação, podendo ser a água, o etanol
e o isopropanol, utilizado como um solvente contendo um aglutinante dissolvido (agente
ligante), que é usado para garantir a adesão das partículas.
Com o aglutinante devidamente preparado, procede-se à uma umectação dos pós ou
tamização, que é feita com o equipamento em movimento, espalhando de maneira uniforme
a solução de umectante sobre os pós. O ponto ideal é a formação de uma pasta umectada,
que faz as partículas com estruturas diferentes se unam.
A granulação da massa é feita em seguida, fazendo-se esta passar por um tamis, em um
granulador oscilante (placa com orifícios de tamanho variáveis), obtendo-se segmentos
molhados da massa e tamanho diferentes que se mantenham na sua forma e não se unam.
Salientado que se a massa estiver muito úmida pode ocorrer a formação de um corpo que
não é susceptível á produzir granulados.
Os grãos produzidos são levados para a secagem na estufa, para que o solvente seja
evaporado até uma faixa de concentração aceitável (umidade residual de 2 ou 3%). Na
secagem, o tempo e a temperatura utilizados irão variar de acordo com a constituição do
produto. A formação de grânulos depende da formação de ligações entre as partículas de
pó, de modo que essas ligações devem ser fortes o suficiente para prevenir a quebra do
grânulo em pó nas operações seguintes. Para se ter grãos de tamanho uniforme do
granulado seco deve-se realizar a calibração de tamanho, para que o peso dos
comprimidos não sofra variações.
O produto, anteriormente preparado, é encaminhado ao compressor, sendo adicionado
antes sobre ele o lubrificante para obter uma melhor mobilidade na máquina, sendo que a
quantidade adicionada deve ser adequada para que o adjuvante não modifique as
características do material. Em seguida, o material é submetido à uma pressão, exercida
entre duas punções no interior da matriz. A punção superior desce e entra na matriz e o pó
sofre compressão até que um comprimido seja formado, em seguida, o comprimido é
removido da mesa da matriz por um dispositivo empurrador, passando depois por etapas
seguintes até o seu condicionamento.
4. Características dos pós
Os pós resultam da mistura homogênea de um ou mais fármacos, com adição ou não de
adjuvantes pulverizados, podendo ter uma administração direta de uso interno ou externo
ou utilizado para a obtenção de outras formas farmacêuticas, já que geralmente, é
necessário reduzir o fármaco em pó antes de submetê-lo às diferentes operações
farmacêuticas. Os pós podem ser divididos em simples, quando a presença de uma única
droga e compostos quando tem a mistura de dois ou mais pós simples.
As preparações sólidas são quimicamente mais estáveis que as líquidas, que mantidas em
um ambientes fechado vão conservar sua forma original e somente mediante a uma força
compressional eles vão se desfazer da sua forma. As partículas dos pós são mantidas
próximas uma das outras por forças intermoleculares, em decorrência disso, são mais
fáceis de serem dispensadas em altas doses, facilitando a administração.
A etapa de pulverização de pós (diminuição das partículas) não diminui a atividade dos
fármacos e sim aumenta a área de superfície de contato, criando condições favoráveis para
que tenha efeito farmacológico mais rápido e regular. Entretanto, os pós apresentam uma
maior facilidade de alteração físico-químicas, podendo ocorrer oxidações, hidrólises,
racemização, decomposição pela ação da luz, etc.
Algumas características em relação aos pós permitem a produção eficiente de um
comprimido e que pode influenciar na sua performance final, como exemplo, temos a
morfologia, tamanho das partículas, ângulo de repouso, densidade aparente, pureza,
solubilidade, estabilidade e compatibilidade com outros componentes da formulação.
Na formação do pó, ocorre o processo de cristalização e dependendo da reação química
que originou esse sólido e a maneira que a reação se processou (temperatura, velocidade
reação e de sedimentação/precipitação, pH, estado de agitação das moléculas e do próprio
sistema) pode resultar em formas cristalinas ou amorfas com estrutura mais ordenada das
moléculas ou desordenada por conter moléculas do solvente de onde esse material se
formou. As substâncias cristalinas são aquelas em que as moléculas são dispostas
seguindo uma ordem específica, que se repete ao longo de toda partícula e o estado amorfo
é quando a substância no estado sólido não apresenta um padrão no arranjo das partículas.
Quando as condições de cristalização são alteradas de alguma forma, é possível que as
moléculas passem a formar cristais com um padrão de arranjo diferente do obtido sob
condições originais do processo, esse fenômeno é chamado de polimorfismo (formas
estáveis e metaestáveis), podendo implicar em alterações significativas na propriedade do
sólido. O polimorfismo é um fenômeno que pode ser observado em mais da metade das
substâncias ativas e pode ser um problema, principalmente se uma forma se transforma em
outra com propriedades físicas diferentes durante a produção do fármaco.
Os polimorfos na forma estáveis é tem uma menor solubilidade e biodisponibilidade, com
ponto de fusão levemente mais alto que a forma metaestável, porque na forma estável há
ordenamento das partículas muito maior, por isso é mais difícil desordenar as moléculas
para a passagem do estado sólido para o líquido, sendo necessária um pouco mais de
energia para fundi-las e a forma metaestáveis tem uma velocidade de dissolução e
absorção maior, portanto possui maior biodisponibilidade que os polimorfos estáveis da
mesma substância, porque a forma com que as moléculas se agregam no espaço entre
umas e outras é mais frouxa, se rompendo com mais facilidade frente ao suco entérico ou
gástrico e liberando o fármaco mais rapidamente.
Como vimos os polimorfos têm velocidades diferentes de dissolução, absorção e
consequentemente biodisponibilidade, sendo necessário conhecê-los, tendo em vista a
biodisponibilidade do fármaco que será administrado. Tais aspectos são importantes para a
formulação de um genérico, pois pode influenciar positiva ou negativamente. Para evitar
possíveis problemas, a forma mais estável termodinamicamente do fármaco é preferida,
onde “estável” significa que não haverá transformação da forma do cristal em intervalos
aceitáveis de temperatura e umidade durante o processamento e armazenamento.
A mistura entre os sólidos em pó nunca formará uma mistura homogênea, pois no estado
sólido não há uma interação tão efetiva entre as moléculas distintos e existem espaços
vazios entre as partículas, ocasionando massas variáveis para um determinado volume,
variando em relação ao grau de compressão. O formato e tamanho da partícula de pó tem
uma grande influência no grau de solubilidade do comprimido, afetando as propriedades do
fármaco e adjuvantes, então quanto mais finas as partículas forem, menor será o
empacotamento, menor será o espaço entre elas e, portanto, aumentando a possibilidade
da condição de homogeneidade a ser alcançada.
A condição de solubilidade varia muito em relação ao grau de solvatação de uma molécula.
Durante o processo de cristalização de substâncias, moléculas de solvente fiquem retidas
no retículo cristalino, se a água está sendo usada como solvente temos um hidrato que é
menos solúvel que as formas anidras (sem água e mais solúveis), porém se solventes
diferentes da água estiverem presentes no retículo cristalino da partícula, o material é
chamado de solvato. Quando se compara um hidrato com a forma anidra do mesmo
fármaco, há diferenças na solubilidade e a velocidade de dissolução, e consequentemente,
há variação na biodisponibilidade também.
A compatibilidade do sólido com outros componentes da formulação geralmente também
influencia na estabilidade química do fármaco.A degradação de um fármaco pode ser
causada por reação com outro fármaco ou com um excipiente presente na formulação.
O ângulo de repouso é a medida do fluxo de pó, corresponde quando o ângulo de
inclinação de uma partícula é suficiente para superar as forças de atrito e começar a
deslizar pelas laterais do cone formado. É um dos aspectos das forças de atrito interno ou
do nível de coesividade das partículas. Através do ângulo de repouso é possível prever a
capacidade de escoamento e coesão da partícula de um certo produto e entender de que
forma o tamanho das partículas pode influenciar no seu escoamento durante o processo de
compactação de um comprimido, que pode garantir uma alimentação uniforme dos
dispositivos de alimentação dos equipamentos de máquinas de compressão ou
encapsulação, possibilitando um empacotamento uniforme das partículas e uniformidade da
massa dos comprimidos, reprodutibilidade do enchimento dos moldes de comprimidos e dos
dispositivos de dosagem nas máquinas, para melhorar a uniformidade de massa e obter
comprimidos com propriedades mais consistentes, diminuir a possibilidade de conter ar
retido nos pós que promova o aparecimento de laminação nos comprimidos e diminuir o
excesso de partículas finas no pó, o que pode elevar o atrito entre as partículas e paredes,
causando problemas de lubrificação e aumentando os riscos de contaminação pela poeira
durante o deslocamento do pó.
A densidade aparente é a relação entre a massa e o volume aparente ocupado pelas
partículas do pó com o volume de ar entre elas. É influenciado pela forma e tamanho das
partículas constituintes do pó e pode afetar diretamente os parâmetros de processamento,
como o design do compactador e a magnitude dos movimentos de prensa necessários para
compactar e densificar o pó solto. Na maioria das operações de compactação, as matrizes
são preenchidas por medida de volume e as prensas operam em uma posição fixa ou em
uma pressão fixa. Se a prensa opera em uma posição fixa, a pressão pode ser mantida em
um nível constante apenas se a densidade aparente do pó não mudar. Se a prensa opera a
uma pressão fixa, a consistência da densidade é necessária para garantir compactos de
altura igual.
5. Excipientes desintegrantes
Os mecanismo mais utilizado no processo de desagregação são a turgescência das
partículas, que acontece mediante a ruptura dos comprimidos durante a sorção de água,
essa características podem ser presentes em outros desintegrantes não turgescentes, a
reação exotérmica de molhamento, que acontece quando é usado agente que facilitam a
penetração de água para dentro dos poros do comprimido, a repulsão das partículas e
recuperação da deformação das partículas em contato com a água.
No principal mecanismo de desagregação (turgescência das partículas), o desintegrante
mais usado é o amido de milho, no qual, as partículas turgescem quando em contato com a
água e isso vai consequentemente perturbar o comprimido, resultando na rápida e
efetivamente quebrar o comprimido.
6. Fluxo dos pós
No processo de obtenção de um comprimido, a flexibilidade de um pó é uma propriedade de
importância fundamental. Um pó com bom fluxo, ajuda na alimentação uniforme dos
dispositivos de alimentação dos equipamentos de máquinas de compressão ou
encapsulação, possibilitando um empacotamento uniforme das partículas garantindo a
uniformidade da massa e a produção de comprimidos com propriedades físico-químicas de
qualidade.
Como um pó com fluxo irregular pode resultar de um excesso de partículas fina, o que
aumenta o atrito entre as partículas, punção e paredes, causando problemas de lubrificação
e aumentando os riscos de contaminação pela poeira durante a transferência do pó, a boa
flexibilidade vai depender das propriedades das partículas. É levado em consideração, a
ocorrência de adesão, entre superfícies semelhantes e coesão, entre superfícies diferentes,
das moléculas das partículas, que caracteriza na hora do processo as forças de arrasto ou
de atrito que atuam dentro do leito de pó, impedindo o fluxo.
Através do ângulo de repouso é possível prever a capacidade de escoamento e coesão da
partícula de um certo produto e entender de que forma o tamanho das partículas pode
influenciar no seu escoamento durante o processo de compactação de um comprimido.
Para melhorar a flexibilidade de um pó, a utilização de partículas dentro do tamanho
estritamente necessário é importante, pois as partículas de tamanhos grosseiros
normalmente são menos coesivas do que partículas finas, o aumento da proporção de
partículas mais grosseiras pode ser obtido através da granulação. O formato das partículas
deve ser levado em consideração, já que as partículas esféricas têm propriedades de fluxo
melhores do que as partículas irregulares e também a textura superficial das partículas, já
que as partículas com superfícies muito ásperas terão uma maior coesividade e tendência
ao congestionamento que partículas de superfície lisa.
Outra forma de melhorar a flexibilidade de um pó através da redução da coesão e da
adesão, é possível a utilização de ativadores de fluxo (deslizantes), como o estearato de
magnésio e derivados da sílica, que promovem a diminuição da adesão do material às
matrizes e punções e melhora do escoamento de pós e granulados.
7. Ângulo de repouso para pós
O ângulo de repouso é a medida do fluxo de pó, corresponde quando o ângulo de
inclinação de uma partícula é suficiente para superar as forças de atrito e começar a
deslizar pelas laterais do cone formado. É um dos aspectos das forças de atrito interno ou
do nível de coesividade das partículas. Quando um pó não é coesivo, seu ângulo de
repouso é menor, entretanto, caso um pó seja coesivo, seu ângulo de repouso será maior e
o montículo formado pode apresentar mais do que um ângulo, ou seja, com adição de mais
pó, pode ocorrer um deslizamento e fazer com que o ar seja retido entre as partículas,
aumentando parcialmente o fluido do leito e sua mobilidade. Portanto, na prática é
considerado com boas propriedades de escoamento um pó com um ângulo de repouso
inferior ou igual a 30°, já que ângulos de repouso superiores a 40° sugerem difícil fluxo dos
pós ou granulados.
Através do ângulo de repouso é possível prever a capacidade de escoamento e coesão da
partícula de um certo produto e entender de que forma o tamanho das partículas pode
influenciar no seu escoamento durante o processo de compactação de um comprimido,
pode também garantir uma alimentação uniforme dos dispositivos de alimentação dos
equipamentos de máquinas de compressão ou encapsulação, possibilitando um
empacotamento uniforme das partículas e uniformidade da massa dos comprimidos,
reprodutibilidade do enchimento dos moldes e dos dispositivos de dosagem nas máquinas,
para melhorar a uniformidade de massa e obter comprimidos com propriedades mais
consistentes, diminuindo a possibilidade de conter ar retido nos pós que promova o
aparecimento de laminação nos comprimidos e excesso de partículas finas no pó, o que
pode elevar o atrito entre as partículas e paredes, causando problemas de lubrificação e
aumentando os riscos de contaminação pela poeira durante o deslocamento do pó.
8. Hidratos e solvatos
No processo de cristalização de substâncias, é possível que moléculas de solvente fiquem
retidas no retículo cristalino, associando-se com o sólido cristalino de diversas maneiras
podendo ligar-se à superfície ou à rede do sólido por meio de interações intermoleculares,
ele pode ser fisicamente aprisionado pelo cristal em crescimento ou pode ser absorvido por
regiões desordenadas do cristal. Sendo o solvente capaz de empacotar-se e cristalizar-se
juntamente com o princípio ativo como parte da estrutura cristalina, se solventes diferentes
da água estiverem presentes em um retículo cristalino, o material é constituído um solvato.
Se o solvente usado for água, o material será denominado um hidrato.
De forma geral, não é bom usar solvatospara fins farmacêuticos, dado que a presença de
vapores orgânicos pode ser vista como uma impureza desnecessária no produto, os
hidratos possuem uma melhor performance de dissolução que a forma anidra, mas deve ser
levado em questão a higroscopicidade da substância, na qual é a capacidade de uma
substância sorver moléculas de água do ambiente onde se encontra, e quando aumentada
pode reduzir a estabilidade do fármaco, especialmente se o mesmo é sujeito à hidrólise.
A forma anidra, que geralmente possuem maior solubilidade em água, do que o hidrato que
podem ter uma maior ou menor velocidade de dissolução. As formas anidras, podem se
transformar em hidratos em contato com água ou ar úmido, mudando as características de
biodisponibilidade.
9. Formas dos comprimidos: sais sódicos e potássicos
O fármaco na sua forma salina tem sua taxa e a extensão da absorção melhorados, devido
à dissolução mais rápida da forma farmacêutica no pH do intestino. Portanto, sais de ácidos
ou bases orgânicas possuem maior solubilidade em água do que suas correspondentes
formas livres e, por isso, são facilitadores de dissolução de fármacos de baixa solubilidade
aquosa.
A formação de sais sódicos e potássicos é um fator utilizado para aumentar a solubilidade
de um ácido fraco. O mesmo acontece com sais ácidos de bases fracas, mas também é
possível a formação de um sal pouco solúvel. No caso de fármacos de liberação prolongada
é utilizado sais pouco solúveis, pois retardam a absorção, já a forma salina pobremente
solúvel é mais usada para formas farmacêuticas de suspensão.
O fármaco sob a forma farmacêutica de sais sólidos ou potássicos são utilizados quando
apresentam mais solubilidade, estabilidade e baixa toxicidade do que os fármacos na sua
forma livre. Quando um comprimido tem na sua formulação um ácido fraco como princípio
ativo, a solubilidade no fluido gástrico com o pH entre 1-1,3 será relativamente baixa
estando na sua forma não ionizada, porém, será maior no pH maior do intestino. O produto
salino desse ácido fraco vai se dissolve mais rapidamente nos fluidos gástricos e intestinais
do que as bases livres, pois quando entrar em contato com o pH dos fluidos gástricos e
intestinais e na presença de ânions fortemente ácidos vai forma uma camada de difusão ao
redor de cada partícula do fármaco garantindo que o pH naquela camada seja menor do
que o pH em geral do meio, resultando em uma maior solubilidade do fármaco na camada
de difusão, aumentando a da taxa de dissolução melhorando a absorção do fármaco.
10. Biodisponibilidade e Bioequivalência
A Biodisponibilidade é definida como a velocidade e extensão da absorção do fármaco a
partir de uma determinada forma farmacêutica, tornando-se disponível na circulação
sistêmica, alcançando o local de ação. É uma propriedade obtida mediante a administração
do medicamento ao organismo, na qual, a forma farmacêutica utilizada pode influenciar. A
determinação pode ser feita através de dados plasmáticos e representada graficamente por
áreas sob a curva de concentração plasmática do fármaco em função do tempo. A
diferença da biodisponibilidade entre as formulações pode ter impactos clínicos, isto é,
através da biodisponibilidade de um fármaco específico administrado na forma de uma
solução, uma suspensão ou uma forma farmacêutica sólida, podemos identificar qual a
forma tem uma maior taxa e/ou extensão de absorção. Auxilia também, na determinação de
quais serão as dosagens necessárias para que o fármaco tenha efeito, também determina a
forma de consumo, aspectos de absorvência e meia-vida de cada fármaco. A
biodisponibilidade de um dado fármaco tende a diminuir na seguinte ordem de tipos de
formas farmacêuticas: soluções aquosas > suspensões aquosas > formas farmacêuticas
sólidas (isto é, cápsulas de gelatina ou comprimidos)
A bioequivalência é a evidência de equivalência farmacêutica entre produtos que podem ser
apresentados sob a mesma forma farmacêutica, contendo os mesmo princípios ativos na
mesma quantidade e que tenham comparável biodisponibilidade quando testados
cientificamente, porém pode haver diferenças quanto aos ingredientes inativos nas
diferentes formulações do fármaco. Então, a bioequivalência tem importância, quando
diferentes formulações são administradas na mesma dosagem e no mesmo paciente, vai
resultar em concentrações equivalentes do fármaco no plasma e nos tecidos, ou seja, vai
ter efeitos terapêuticos e adversos iguais. A falta de equivalência entre dos fármacos ao
decorrer do tratamento, quando tem a administração um substituto não equivalente a
pacientes que se encontram estabilizados com uma determinada formulação.
11. Medicamentos genéricos, medicamentos de referência e medicamentos similares
O medicamento de referência é um produto novo no mercado e que possui registro,
eficácia, segurança e qualidade comprovadas cientificamente junto ao órgão federal
competente, já o medicamento genérico é considerado aquele que contém o mesmo
princípio ativo, mesma dose e forma farmacêutica, via de administração e posologia que o
medicamento de referência, possuindo a intercambialidade com o de referência em relação
à eficácia e segurança. Os medicamentos genéricos, podem ser identificados pela tarja
amarela. Os medicamentos similares são aqueles com os mesmos princípios ativos,
concentração, forma farmacêutica, via de administração, posologia e indicação terapêutica
do medicamento de referência, porém a diferença está no tamanho e forma do produto,
prazo de validade, embalagem, rotulagem, excipientes e veículo, sendo obrigatório possuir
nome comercial ou marca, não possui a possibilidade de intercambialidade.
12. Dureza e friabilidade
A dureza está associada à resistência do comprimido ao esmagamento. Essa resistência
diz respeito ao grau de estabilidade física de formas sólidas obtidas por compressão e em
relação aos comprimidos que serão submetidos a processos de revestimento é de suma
importância. O comprimido deve ter uma dureza adequada para que este possa resistir a
fraturas durante os processos de revestimento, embalagem, transporte, armazenamento e
manipulação. Já a determinação da friabilidade corresponde à resistência do comprimido ao
desgaste, ao choque e ao atrito, aplicada apenas a comprimidos não revestidos e também
para verificar a resistência do comprimido às operações de transporte e armazenamento.
Para melhor a performance dessas variáveis no processo de compressão, é indispensável a
realização anteriormente de testes para a determinação da força mecânica da formulação,
através dos métodos de resistência ao atrito (testes de friabilidade), pois vai ajudar a saber
em quais condições os comprimidos estão sujeitos a estresses de colisões que pode
resultar na remoção de partículas ou aglomerados de partículas da superfície, e métodos de
resistência à fratura, que envolve a aplicação de uma força sobre o comprimido para
determinar da força necessária para fraturar ou quebrar-lo durante o processo. O objetivo
geral por trás destes métodos de resistência ao atrito é mimetizar as possíveis exposição do
material a situações que podem prejudicar a qualidade do processo de produção. Outras
formas de melhorar os resultados destas variáveis na produção de comprimidos, são o uso
de excipientes extras que serão responsáveis por melhorar as características físicas dos
comprimidos, como dureza e friabilidade e como também, a determinação da faixa
específica para granulometria pois o tamanho das partículas e a porosidade são fatores
determinantes para o resultado da compressão.

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