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5 1° AF | Terapêutica I Maria Diva Costa Alves | @medivou Formas farmacêuticas e prescrição médica Prof.ª Mariana Santos | 19.02.2021 São formas físicas de apresentação de um medicamento e têm a finalidade de facilitar a administração de quantidades precisas do fármaco. Para ter um efeito farmacológico, deve: Penetrar no organismo (administração); Alcançar a corrente circulatória; Se distribuir no espaço extra vascular; Interagir com o receptor farmacológico; CONSISTÊNCIA Sólido Semissólido Líquido VIA DE ADMINISTRAÇÃO Oral Parenteral Tópica Uso oral sólido: são as mais usadas, mais baratas e de fácil conservação. “É diferente da via bucal”. O objetivo é atingir a corrente sanguínea e pra isso passará por várias etapas. Possui um desintegrante que o faz dissolver quando entra em contato com água, ou seja, só será absorvido no intestino se estiver totalmente solubilizado. - Bucal: tem efeito local, o princípio ativo precisa ser liberado na boca (listerine). Uso oral líquido Uso parenteral sólido: via subcutânea ou mucosa, liberação lenta e progressiva. Uso parenteral líquido: veículos aquosos ou oleosos (muscular), uso de urgência, não se pode usar outra via. É a única via que não passa pelo processo de absorção, é colocado direto na via sanguínea. A absorção é rápida! 6 1° AF | Terapêutica I Maria Diva Costa Alves | @medivou Pode ser: - Subcutânea: camada gordurosa da pele, evita que pegue vaso sanguíneo. - Intramuscular: mais comum, diretamente no músculo. - Intravenosa: na veia. - Intratecal: na medula raquidiana. - Intra-arterial: delicada, diretamente em ar- térias mais profundas. - Intradermal: superficial. Uso tópico na pele Terá efeito no local em que foi aplicado, tem que agir na epiderme, no máximo na derme. Uso tópico na mucosa VIAS DE ADMINISTRAÇÃO Os fármacos podem ser administrados por diversas vias, mas existem formulações para administrações por vias específicas. Fatores que orientam essa via: Características físico-químicas do fármaco Local de ação Tratamento de rotina ou emergência Exatidão da dose necessária Estado do paciente (características) PRESCRIÇÃO MÉDICA É fruto do atendimento médico, uma receita médica inclui a dieta e os medicamentos a serem administrados, especificando a via. Também deve servir como orientação ao paciente e deve ser feita por um profissional legalmente habilitado. Médicos, odontólogos, médicos veteriná- rios (e somente a estes profissionais, como disposto em lei); Conclusão dos procedimentos de um ato médico, que envolve consulta e diagnós- tico do paciente; O QUE TEM QUE TER? Cabeçalho Superinscrição Inscrição Adscrição Data e assinatura Dados do profissional que assina a solici- tação: nome, endereço da clínica ou hospital, registro profissional (CRM) e sua especialidade; Dados do paciente: o nome é obrigatório, mas o endereço e a idade podem ser necessários, depende do caso; Nome do medicamento e sua forma farmacêutica; Dose, quantidade e concentração reco- mendada do medicamento; Orientações do profissional para o paci- ente; Data, assinatura, nome completo e o nú- mero do CRM do profissional; “Às vezes possui o símbolo RX que significa „receba‟, que pode ser omitido por „uso interno‟ ou „uso externo‟, corresponde ao emprego dos medicamentos”. O QUE FAZER DURANTE A PRESCRIÇÃO? Definir o problema do paciente; Especificar o objetivo terapêutico; Fazer a prescrição de forma clara, legível e com indicações precisas; 7 1° AF | Terapêutica I Maria Diva Costa Alves | @medivou Verificar se o tratamento se adequa ao paciente: considerar eficácia, custo, segu- rança, conveniência e aplicabilidade; Fornecer instruções, informações e reco- mendações ao paciente: efeito do medi- camento, colaterais possíveis, instruções de uso e avisos; Monitorar o tratamento; QUAIS SÃO OS PRINCIPAIS ERROS? Letra ilegível sem a devida identificação do registro no CRM; Rasuras e ausência de data de validade; Prescrever medicamentos ou solicitar exa- mes sem avaliação direta do paciente (exame físico); Omissão da dose na prescrição e horário errado de administração; LISTA DE MEDICAMENTOS A1: substâncias entorpecentes. A2: substâncias entorpecentes. A3: substâncias psicotrópicas. B1: substâncias psicotrópicas; B2: subst. psicotrópicas anorexígenas. C1: subst. Sujeita a controle especial. C2: substâncias retinoicas. C3: substâncias imunossupressoras. C4: substâncias antirretrovirais. C5: substâncias anabolizantes. D1: subst. precursoras de entorpecentes e psicotrópicas. RECEITUÁRIO RECEITA BRANCA (SIMPLES) É o mais comum e utilizado para a maior parte dos medicamentos; Utilizada para a prescrição de medica- mentos paliativos e de tarja vermelha; Pode ser utilizada para prescrição de medicamentos de uso contínuo, mas estes devem ser limitados ao uso por 60 dias. (prazo agora ampliado em virtude da pandemia); Não ficam retidas na farmácia; 8 1° AF | Terapêutica I Maria Diva Costa Alves | @medivou RECEITA AMARELA (A) É um impresso, padronizado na cor amarela, utilizado para prescrição dos medicamentos das listas A1, A2 (entorpecentes) e A3 (psico- trópicos). Somente pode conter um produto farmacêutico. Validade após prescrição: 30 dias; Quantidade máxima: 30 dias de trata- mento; Limitado a 5 ampolas por medicamento injetável; RECEITA AZUL (B) É um impresso, padronizado na cor azul, utili- zado para a prescrição de medicamentos que contenham substâncias psicotrópicas (listas B1 e B2 e suas atualizações constantes na portaria 344/98). Validade após prescrição: 30 dias; Quantidade máxima: 60 dias de trata- mento; Limitado a 5 ampolas por medicamento injetável; RECEITA DE CONTROLE ESPECIAL Utilizada para prescrição de medicamentos tarja vermelha, com os dizeres “venda sob prescrição médica – só pode ser vendido com retenção de receita”, como substância sujeita a controle especial, retinoica de uso tópico, imunossupressoras e antirretrovirais, anabolizantes, antidepressivos, etc (lista C). Realizada em duas vias, 1° para retenção em farmácia e 2° para orientar o paci- ente; Pode conter no máximo 3 substâncias; RETINOIDES (LISTA C2) Validade de 30 dias, apenas na unidade federada que concedeu a numeração; 5 ampolas. Para as demais formas farmacêuti- cas, a quantidade necessária para o trata- mento é correspondente, no máximo, a 30 dias a partir de sua emissão. TALIDOMIDA (LISTA C3) Tratamento para 30 dias; validade de 15. ANTIRRETROVIRAIS (LISTA C4) Formulário próprio estabelecido pelo progra- ma de doenças sexualmente transmissíveis / AIDS / MS. “A prescrição de anabolizantes, de acordo com a lei 9.965, de 27 de abril de 2000, deve conter o código de classificação internacional e o CPF do médico emissor”. 9 1° AF | Terapêutica I Maria Diva Costa Alves | @medivou “Lembrando que a responsabilidade do médico não se encerra com o simples registro: ele deve esclarecer o paciente e perguntar se o mesmo entendeu o recomendado – e só então entregar a receita”.