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Junção neuromuscular: correlação clínica Por que pediram uma tomografia de mediastino? Para avaliar o timo O caminho da motricidade voluntária nasce no trato corticoespinhal (vai do córtex, área motora primária, giro pré-central), vai até a medula e faz sinapse com o neurônio motor inferior que está no corno anterior da medula. Vai emergir da medula através da raiz anterior ventral ou motora e transitar através de um nervo periférico até chegar no órgão efetor no movimento que é o músculo. Entre o neurônio motor inferior e o musculo encontramos a junção neuromuscular É importante saber esse percurso, pois quando o paciente tem uma história de fraqueza, ele pode ter uma alteração do córtex até o músculo. O neurotransmissor utilizado na atividade motora entre o neurônio e o músculo é a acetilcolina. Os receptores são do tipo nicotínico (para os musculo estriado esquelético). A ligação do neurotransmissor com receptor promove o influxo de cálcio e início da contração Correlação clínica: miastenia gravis Doença de natureza auto-imune Incidência maior em mulheres na faixa etária de 20-30 anos Prevalência estimada de 1 em 10.000 Linfócitos T provenientes do timo são os principais mediadores da resposta imune Até 10% dos pacientes desenvolvem outras patologias auto-imunes (hipotireoidismo, tireoidite de Hashimoto, artrite reumatóide, LES, dentre outras). Presença de anticorpos contra o AchR nicotínico em 80% dos casos Alguns pacientes apresentam anticorpos contra o MuSK (receptor tirosina-quinase músculo específico) Bloqueio variável da transmissão neuromuscular Caracterizada por fraqueza flutuante e fadiga fácil dos músculos estriados esqueléticos Classificação: ocular (ptose, paresia do olhar), generalizada (pega o corpo todo), bulbar (pega mais a musculatura de deglutição, fonação), neonatal, congênita, induzida por drogas A forma mais comum é generalizada Início geralmente insidioso (geralmente restrito à musculatura extraocular) Evolução lenta e progressiva Os sintomas costumam oscilar durante o dia e piorar após exercício (esforço) Melhora dos sintomas com o repouso Os músculos oculares são afetados inicialmente em 40% dos pacientes e com o tempo em 85% “Teste da bolsa de gelo” – o paciente tem ptose, está com o olho caído. Coloca uma bolsa de gelo sobre o olho do paciente e após 3 a 5 minutos retiro a bolsa e observo uma melhora discreta da ptose. Não é um teste com sensibilidade e especificidade alta, mas dá para ser feito na clínica ou hospital rapidamente Quando você coloca gelo, você diminui o fluxo sanguíneo e diminui a chegada de anticorpo. Tem que deixar um tempo para renovação de receptor. Isso ajuda a melhorar levemente Na prática você tem que medir, costuma ter uma melhora de 2mm. Manifestações clínicas: ▪ Paresia ocular e ptose assimétrica ▪ Diplopia ▪ Disfagia ▪ Dificuldade na mastigação ▪ Voz anasalada – eleva pouco o palato e não consegue fechar a nasofaringe. A voz sai pelo nariz ▪ Regurgitação nasal com risco de broncoaspiração ▪ Fácies miastênica ▪ Insuficiência respiratório aguda – quando evolui de forma grave ▪ Fraqueza generalizada ▪ Movimentos pupilares e reflexos tendinosos profundos são preservados Em geral, a timectomia está recomendada em pacientes < 60 anos e MG generalizada Cirurgia induz a remissão em até 60% dos pacientes com MG 10 a 15% dos pacientes apresentam timoma associado Todos os pacientes com timoma, independente da idade, devem ser submetidos à timectomia
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