Buscar

Piscicultura-final

Prévia do material em texto

1.DOENÇA DE PEIXE POR BACTERIA
Na aquicultura, a ocorrência de bacterioses tem estrita relação com situações estressantes, às quais os peixes estão sujeitos constantemente pela elevada densidade populacional nos viveiros, grande quantidade de matéria orgânica, condições inadequadas de manejo e de qualidade da água. No entanto a grande parte desses agentes bacterianos é secundária e faz parte da microbiota da água ou do peixe, manifestando-se em ocasiões nas quais os hospedeiros encontram-se com seu sistema imunológico comprometido.Em que as enfermidades, dependendo da etiologia, constituem uma ameaça ao bom desempenho zootécnico das criações e muitas vezes à saúde humana. Dentre os agentes bacterianos amplamente distribuídos no ecossistema aquático, destacam-se as famílias Aeromonadaceae e Enterobactereaceae. Os peixes são importantes veículos de infecções humanas causadas por essas bactérias(SILVA.2010) 
2- Bactéria Aeromonas hydrophila
Entre os agentes que causam doenças nos peixes, se destaca a bactéria Aeromonas hydrophila, que é comum em ambientes aquáticos e frequentemente causa enfermidades como septicemia hemorrágica em peixes de água doce.(EMBRAPA,2013). Estas bactérias são importantes agentes de gastroenterites transmitidas aos seres humanos pelo contato e consumo de carne e água contaminadas.(ABDULLAH,2003). As aeromonas são um dos principais agentes com potencial patogênico e têm sido responsáveis por perdas econômicas consideráveis na aquicultura. Os peixes são importantes veículos de infecções humanas causadas por aeromonas, principalmente quando são consumidos crus ou após tratamento térmico brando. Além disso, essas bactérias podem sobreviver, multiplicar e produzir fatores de virulência até em pescados estocados a baixas temperaturas (RODRIGUES & RIBEIRO, 2004; DASKALOV, 2006). As espécies de Aeromonas secretam muitas proteinas extracelulares, incluindo amilase,quitinase,elastase,aerolisina,nuclease,gelatinase,lecitinase,lipase e protease.Esta proteina são conhecidas como fatores de virulencia que causam doença em peixes e humanos(NAM;JOH,2007).
2.2-Caracterização do gênero Aeromonas
O gênero Aeromonas inclui bastonetes Gram-negativos, medindo 0,3-1,0 µm de diâmetro x 1,5-3,5 µm de comprimento, sua ocorrência é isolada, em pares ou em pequenas cadeias 
Figura 1. Fotomicrografia eletrônica de bactéria do gênero Aeromonas.
2.3-Aeromonas spp. móveis em peixes
No meio aquático, a alteração de parâmetros, além dos limites aceitáveis, pode predispor os peixes a enfermidades, quer sejam de origem natural ou antrópica. Esses parâmetros são: altas temperaturas e densidades de estocagem, mudanças bruscas de temperatura, traumatismos decorrentes de manejo, transferência de peixes, baixos níveis de oxigênio dissolvido, condições nutricionais deficientes e infecções por fungos ou parasitas (MORAES & MARTINS, 2004; PILARSKI & SAKABE, 2009). Esses fatores levam ao desequilíbrio e expõem a ictiofauna à ação de patógenos. Doenças causadas por aeromonas podem atingir qualquer espécie de peixe, pois é um agente tipicamente oportunista. Seu hábitat natural é o material em decomposição na água e no fundo dos viveiros. Além disso, pode estar presente na microbiota intestinal de peixes sãos (DUGENCI & CANDAN., 2003; POND et al., 2006). 
2.4-Perfil de resistência aos antimicrobianos
De acordo com a Tabela 2, de um modo geral, os isolados de Aeromonas sp., oriundos das pisciculturas avaliadas, apresentaram elevados percentuais de resistência aos 12 antimicrobianos testados. Além disso, também mostraram percentuais de resistência intermediária bastante expressivos.
FONTE: SILVA,2012
É importante relatar que a resistência à ampicilina é esperada na grande maioria das espécies de aeromonas, sendo esse antimicrobiano utilizado como seletivo nos meios de cultura. A resistência de aeromonas aos β- lactâmicos (penicilinas e muitas cefalosporinas) é explicada, visto que são produtoras naturais de β- lactamase ou induzem a atividade dessa enzima (JACOBS & CHENIA, 2007). 
O ambiente aquícola é importante meio para a seleção de espécies bacterianas resistentes a vários antimicrobianos, em virtude da utilização de tais substâncias no tratamento e profilaxia de doenças bacterianas dos peixes, muitas vezes de forma indiscriminada (SAPKOTA et al., 2008). De acordo com HATHA et al. (2005), a pressão seletiva pode influenciar a resistência antimicrobiana. Entretanto, neste estudo, em nenhuma das propriedades havia sido utilizado algum tipo de antimicrobiano.O sucesso econômico da piscicultura depende de boa manutenção da qualidade da água. No entanto, em muitas situações, os estabelecimentos não têm dado a devida atenção a esse importante recurso natural, o que vem gerando diversos problemas, notadamente ambientais e até mesmo de saúde pública. 
3.Bactéria Flavobacterium
O agente etiológico da columnariose é a bacteria Flavobacterium Columnare, descrita pela primeira vez por Davis (1923), como Bacillus columnaris. Ordal & Rucker (1944) identificaram o agente da columnariose como pertencente ao gênero Chondrococcus, espécies columnaris.Clinicamente os peixes acometidos pela doença apresentam lesões limitadas á região da cabeça, dorso, brânquia, que podem ser rodeadas por zona avermelhada, e que nas brânquias chegam á necrose do tecido, causando a morte rápida do peixe.Os peixes mantidos em aguas lenticas demontram ser mais suscetíveis a columnariose, quando comparados a peixes mantidos em aguas lóticas, sugerindo que a aguas paradas favorecem a fixação de Flavobacterium columnare á superficie corporal dos peixes.A bacteria Flavobacterium columnare é considerada oportunista, e compõe parte da microbiota normal da agua, pele e brânquias dos peixes.Bullock(1968) surgeriu que o papel da Flavobacterium columnare era de invasor secundario. Ele observou a evolução da columnariose em trutas-arco-íris(Oncorhynchus mykiss) e percebeu diferentes estágio de necrose das nadadeiras, deduzindo que o envolvimento da bacteria ocorreu após uma lesão resultante da presença de outras doença, balanço nutricional, traumatismos ou outros fatores predisponentes.Dentre todas essas condições estressante aso peixes, a que merece maior destaque é a temperatura, pelo fato da Flavobacterium columnare aocorre sob uma ampla extensão de temperatura(Aranishi, 2000)
3.1- CARACTERISTICAS DA BACTERIA FLAVOBACTERIUM COLUMNARE
A bacteria é um bacilo gram negativo moderadamente longo, com lados paralelos suavemente irregulares e circulares ou suavemente afilados.(PILARSKI,2002).Fenotipicamente essa bactéria é caracterizada como um bastonete longo, Gram negativo, móvel, forma colônias filamentosas de coloração amarelada (produz um pigmento denominado flexirubina) e não cresce em meios de cultura convencionais. A sintomatologia clinica da doença é caracterizada pela erosão da pele e nadadeiras. Com a evolução do quadro (24-48 horas após) ocorre o acometimento de tecidos adjacentes, causando necrose muscular e destruição total das nadadeiras (Decostere, et al, 1999).A eletroforese 2D é o método mais utilizado para determinação do perfil protéico de células bacterianas e produtos extracelulares de patógenos clássicos com Escherichia coli (Han e Lee, 2006). Essa técnica tem sido usada em analises imunoproteômicas para caracterização antigênica de Flavobacterium psychrophilum (Crump et al., 2001;) e identificação de potenciais antígenos vacinais para S. iniae (Shin et al., 2007) e F. psychrophilum (Sudheesh et al., 2007), patógenos importantes para a tilapicultura e salmonicultura mundial, respectivamente.(FIGUEREDO,)
Entre os principais entraves sanitários enfrentados no cultivo é determinado pela infecção da bactéria Flavobacterium columnare, especialmente na fase de treinamento alimentar. A utilização de alimentos funcionais, como os imunoestimulantes, pode conferir maior aporte imunológico aos peixes cultivados e consequente melhoria na resistência frente às infecções bacterianas(PILARSKI,2013).No entanto o Flavobacterium columnare é um importantepatógeno que acomete a maioria das espécies de peixe de água doce. Essa bactéria ocasiona surtos que cursam com altos índices de mortalidade em pisciculturas em todo o mundo. O uso de vacinas tem se destacado como uma potencial alternativa para a prevenção e controle dessa doença. Devido à facilidade de administração; baixo custo e estresse mínimo dos peixes; as vacinas orais são a alternativa mais promissora para imunização de peixes. Micropartículas de alginato incorporadas com antígenos vacinais é um dos veículos orais promissores para a imunização de peixes(LEAL,2009).
4.Bacteria Lactococcus garvieae
Recentemente foi descrita pela primeira vez a ocorrência de casos de infecção pela bactéria Lactococcus garvieae em pintado no Brasil. Esse patógeno é considerado emergente para a aquicultura mundial e ocasiona severos prejuízos para diferentes cadeias produtivas todos os anos.(PAIVA.,2012). Existem atualmente cinco espécies descritas do gênero Lactococcus: Lactococcus lactis, Lactococcus garvieae, Lactococcus piscium, Lactococcus plantarum,e Lactococcus raffinolactis. São cocos ácido-laticos gram-positivos, agrupados aos pares e/ou em cadeias pequenas, imóveis, não produzem esporos, catalase-negativa, α-hemolíticos. Tanto L. piscium como L. garvieae são patógenos emergentes de peixes e causam lacotococose nas aquiculturas marinha e de água doce, havendo casos relatados em truta arco-íris, tilápia, bagre e camarão gigante de água doce (CHEN et al., 2001; PU et al., 2002; VENDRELL et al., 2006). Causam perdas econômicas importantes, principalmente quando a temperatura da água aumenta durante os meses de verão. Normalmente, causam septicemia hemorrágica e hiperaguda, que pode evoluir dependendo das condições ambientais as quais os peixes estão submetidos (VENDRELL et al., 2006). Os peixes acometidos de lactococose apresentam letargia, anorexia, escurecimento da pele, e natação próxima à superfície da água (AVCI et al., 2010).(SEBASTIÃO,2013)
A injeção intraperitoneal de bacterina+adjuvante mostrou-se eficaz contra Lactococcus garvieae em pintado, 30 dias após vacinação(CAVALCANTE,2012).Considerado um patógeno zoonótico emergente, o Lactococcus garvieae é responsável por mastites de ruminantes e septicemia em peixes. Peixes infectados que não desenvolvem a doença podem contribuir com a disseminação(HIRAKAWA,2011).
5.Bactéria micobacteriose
A micobacteriose é uma doença que pode afetar várias espécies de peixes, incluindo-se as espécies utilizadas em criações comerciais. É uma doença crônica, granulomatosa, denominada tuberculose ou, simplesmente, micobacteriose de peixes. Nos últimos anos, é crescente o interesse pela piscicultura em razão da sensível redução nos estoques pesqueiros. As micobactérias pertencem à família Mycobacteriaceae e caracterizam-se como bacilos delgados, retos ou ligeiramente curvos, aeróbios, de crescimento lento, imóveis e não esporulados. Nos peixes, as infecções micobacterianas são chamadas de tuberculose ou micobacteriose de peixes, independentemente da espécie envolvida. Apesar do reconhecimento da tuberculose como causa de enfermidades e mortalidade em peixes, existiam dúvidas quanto a sua patogênese, principalmente em relação à participação de células gigantes, presentes em lesões tuberculosas de animais superiores.(ISHIKAWA,2001).
As micobacterioses afetam várias espécies de peixes, tanto comerciais como ornamentais. É uma enfermidade sistêmica com formação de granulomas, conhecida como micobacteriose de peixes. O desenvolvimento da aquicultura tem aumentado o número de casos com essa enfermidade que muitas vezes é de difícil diagnóstico. Neste trabalho apresentamos dois casos de micobacterioses em Paralichthys orbignyanus e Elacatinus figaro provenientes do Laboratório de Piscicultura Estuarina e Marinha da Universidade Federal do Rio Grande (FURG). As micobactérias de peixes possuem menos ácidos graxos que as de mamíferos, por isso foi utilizado o protocolo de coloração de Fite-Faraco, uma vez que o protocolo de coloração clássico de Ziehl Neelsen pode resultar em falsos negativos. Para determinar o tipo de micobactéria foi utilizada a imuno-histoquímica com a qual se pode diagnosticar a presença de Mycobacterium marinum. A enfermidade pode ser transmitida para o homem e com esse trabalho ressalta-se a necessidade de fazer o diagnóstico correto e implantar medidas de proteção para as pessoas que estão em contato com os peixes infectados.(ROMANO,2012)
Referência Bibliografica
EMBRAPA,2013-http://www.cpaa.embrapa.br/piscicultura/alternativa-para-tratamento-de-doencas-de-peixe-e-tema-de-palestra-na-embrapa
ABDULLAH,2003-ABDULLAH,A.I.; HART, C.A.; WINSTANLEY, C. Molecular characterization and distribution of virulence associated genes amongst Aeromonas isolates from 
NAM;JOH,2007-NAM, I.Y.; JOH, K. Rapid detection of virulence of Aeromonas isolated from a trout by hexaplex-PCR. Journal of Microbiology, v.45, n.4, p.297-304, 2007Libya. Journal of Applied Microbiology, v.95, p.1001-1007, 2003.
-RODRIGUES, D. P.; RIBEIRO, R. V.; Aeromonas. In: VIEIRA, R. H. F. Microbiologia , higiene e qualidade do pescado- teoria e prática. São Paulo: Varela, 2004, 380 p. $
MORAES & MARTINS, 2004; PILARSKI & SAKABE, 2009-MORAES, F. R.; MARTINS, M. L. Condições predisponentes e principais enfermidades de teleostéos em piscicultura intensiva. In: POSSEBON, et al. Tópicos especiais em piscicultura de água doce tropical intensiva. São Paulo: TecArt, 2004. 533p. DUGENCI & CANDAN., 2003; POND et al., 2006-DUGENCI, S. K.; CANDAN, A. Isolation of Aeromonas sp. strains from the intestinal flora of Atlantic Salmon (Salmo salar L. 1758) turk. Journal Veterinária Animal Science. v.27, p. 1071-1075. 2003. 
SILVA,2010-http://www.fcav.unesp.br/download/pgtrabs/mvp/d/3564.pdf ou-Silva, Rejeana Márcia Lima S586b Bactérias do gênero Aeromonas e indicadores de qualidade da água em pisciculturas da Região da Baixada Ocidental Maranhense / Rejeana Márcia Lima Silva. – – Jaboticabal, 2010 xvi, 75 f. il. ; 28 cm 
Decostere, A. et al. Characterization of the adhesion of Flavobacterium columnare to gill tissue. J. Fish Dis., 22, 466-474, 1999.
FIGUEREDO-http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1516-35982008001300002&script=sci_arttext
Han, M., Lee, S. Y. The Escherichia coli Proteome: Past, Present, and Future Prospects. Microbiol. Mol. Biol. Rev., 70, 362–439, 2006. 
(PILARSKI,2013)http://www.bv.fapesp.br/pt/pesquisa/?sort=-data_inicio&q=%22Flavobacterium%22&selected_facets=-tipo%3A%22Auxilio+Reuniao%22&selected_facets=cidade_exact:Jaboticabal
LEAL,2009-http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra=167053
PAIVA,2012-http://www.bv.fapesp.br/pt/pesquisa/?sort=-data_inicio&q=%22Lactococcus%22
SEBASTIÃO,2013-http://www.prevet.com.br/wp-content/uploads/2013/08/Lactococcus-sp-signed.pdf
CAVALCANTE,2012-http://www.pesca.sp.gov.br/11recip2013/resumos/11a_ReCIP_R66_209-211.pdf
Hirakawa,2011- http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0066-782X2011001400016&script=sci_arttext
ISHIKAWA,2001- ftp://ftp.sp.gov.br/ftppesca/27%5B2%5D-art_13.pdf
ROMANO,2012- http://www.pvb.com.br/?link=verart&tipo=ID&campo1=889
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MATO GROSSO DO SUL 
UNIDADE UNIVERSITÁRIA DE AQUIDAUANA
 CURSO DE ZOOTECNIA
Piscicultura
Acadêmicos:Hadassa Antunes;
Sergio Junior;
Thiara Tezolin;
Wanderley;
Jodineison Amaral.
Aquidauana
Novembro de 2013

Continue navegando