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variação linguistica 2020

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Universidade Estácio de Sá 
 
Curso de Letras-Libras 
Disciplina: Linguística Aplicada ao Ensino de Língua Portuguesa 
Professor – Tutor: João Mendes Filho 
Título da Atividade: A Abordagem do Fenômeno da variação linguística nos livros 
didáticos de língua portuguesa 
Aluna: Aline V. Teodoro Barreiros 
Data: 10/11/2020 
 
I – Objetivo: 
 
A pesquisa visa investigar como a variação linguística é discutida nos livros didáticos de 
língua Portuguesa do Ensino Fundamental. 
O que representará uma oportunidade prática de aplicação de alguns conceitos estudados 
ao longo da disciplina de Linguística aplicada ao ensino de língua portuguesa ao auxiliar 
no desenvolvimento de uma capacidade analítica e reflexiva das particularidades 
existentes entre diferentes livros didáticos de língua Portuguesa. 
 
 
 
II – Habilidades e Competências 
 
A abordagem tradicional sempre privilegiou o ensino da gramática normativa. O que 
consagrou a norma padrão, como única variedade correta, e todas as demais são sujeitas 
ao repudio social. O que só contribuiu para que se espalhasse o preconceito linguístico 
entre o nosso povo. Nos dias atuais, temos de reconhecer que o fenômeno da variação 
linguística é uma realidade social e que sua negativa só pode gerar um grave 
preconceito linguístico. Principalmente por que essa diversidade de forma de falares 
está refletida diretamente nos alunos dentro das salas de aula. Para uma pratica de 
ensino eficaz desses mesmos alunos, se faz necessário um conteúdo adequado, além de 
recursos artísticos e textuais, sobre esta variação linguística nos livros didáticos. Por 
isso tal assunto tem se tornado uma preocupação cada vez maior na elaboração de livros 
didáticos. 
A ideia principal deste estudo é apresentar de que forma os conceitos sobre a variação 
linguística aparece nos livros didáticos. Bem como se esses livros trazem conteúdo 
relevante para serem abordados durante as aulas com nosso corpo discente. Pois 
entende-se que livro didático é uma ferramenta muito utilizada por professores nas salas 
de aulas de todo país. Dessa forma que se entende a profunda necessidade de se discutir 
o tratamento dado por ele no que tange o estudo da variação linguística e, 
consequentemente, ao combate do preconceito linguístico. 
 
III – Mediação - ETAPAS 
 
Datadas de 1957, as primeiras reflexões de um linguista brasileiro sobre o ensino da 
língua estão contidas num ensaio de Joaquim Mattoso Câmara Jr. cujo título é todo um 
programa "Erros de Escolares como Sintomas de Tendências do Português no Rio de 
Janeiro". Nele se afirmava, com toda a clareza possível, que muitos erros encontrados 
pelos professores de ensino fundamental e médio na fala e na escrita de seus alunos, nada 
mais eram do que inovações pelas quais estava passando a língua portuguesa falada na 
época; o texto de Mattoso Câmara sugeria também que era equivocado tomá-los como 
sintoma de outra coisa - por exemplo de alguma incapacidade fundamental dos próprios 
alunos - e recomendava que, ao lidar com suas classes de crianças e adolescentes, nossos 
mestres do ensino fundamental e médio tomassem a situação linguística então vigente no 
Brasil como pano de fundo do ensino de língua materna. No contexto dos anos 1950, a 
mensagem de Mattoso Câmara era altamente inovadora. Ela se baseava nos pressupostos 
de uma ciência recém introduzida no Brasil - a Linguística - e interpretava de maneira 
totalmente nova uma situação pedagógica que se tornava cada vez mais frequente por 
causa da chamada "democratização do ensino", que ia promovendo o ingresso maciço de 
crianças e adolescentes das classes populares numa escola até então fortemente elitizada. 
Os dois processos aqui aludidos - a presença cada vez mais numerosa de alunos 
provenientes da classe popular no ensino fundamental e médio e a difusão nesse mesmo 
ensino de ideias originadas na linguística - continuam até nossos dias. Nas próximas 
páginas, falaremos do segundo, tentando explicar como a ciência linguística se mostrou 
relevante para o ensino de língua materna. Nos cerca de cinquenta anos que nos separam 
do texto de Mattoso Câmara, a Linguística brasileira foi uma disciplina extremamente 
dinâmica: 
1) criou na sociedade brasileira uma nova figura de pesquisador profissional da linguagem 
- o linguista - que acabou por assumir parte das tarefas antes confiadas às figuras 
tradicionais do gramático e do filólogo; 
 2) cultivou o debate entre várias orientações teóricas, o que levou a multiplicar as 
maneiras de pensar a língua e seu estudo; isso repercutiu no estudo da língua portuguesa 
estimulando pesquisas que, tomadas em seu conjunto, criaram para essa língua um 
programa de investigação sem precedentes em todos os tempos; 
3) serviu de suporte para a assimilação de uma série de teorias sobre fenômenos em que 
a língua se envolve: a cognição, a capacidade humana de agir e interagir, todo tipo de 
ação pedagógica (IIARI 2005). 
No início dos anos 1960, como vimos, a Linguística começou a ser ensinada como 
disciplina obrigatória nos cursos de Letras, e por esse caminho começaram a difundir-se 
no país alguns pontos de vista inteiramente novos sobre língua e linguagem. Pelas 
circunstâncias históricas daquele momento, o Brasil conheceu a assim chamada 
Linguística estrutural, que destacava como principal tarefa, no estudo de qualquer língua, 
a depreensão de sua estrutura, a partir do comportamento linguístico observado. Para um 
estruturalista, a língua não se confunde com as frases que as pessoas usam, nem com o 
comportamento verbal que observamos no dia-a-dia; é, ao contrário, uma abstração, um 
conhecimento socializado que todos os falantes de uma comunidade compartilham, uma 
espécie de código que os habilita a se comunicarem entre si. Há uma estrutura linguística 
a revelar sempre que as pessoas se comunicam através da linguagem, e isso vale para as 
grandes línguas de cultura e para as línguas politicamente menos importantes (por 
exemplo as que são faladas nas sociedades primitivas), para os comportamentos 
linguísticos que seguem o padrão culto e para aqueles que a sociedade discrimina como 
incultos ou vulgares. Aplicadas à situação brasileira, essas ideias levaram, antes de mais 
nada, a perceber que, no espaço comum do que reconhecemos como "o português 
brasileiro", convivem várias "línguas" no sentido estrutural do termo. Até então, os 
estudiosos faziam a respeito da língua uma imagem de grande uniformidade; mas de 
repente, percebeu-se que essa suposta uniformidade era o efeito de uma decisão nada 
óbvia e no fundo preconceituosa: a de considerar como objeto de estudo apenas a língua-
padrão* (e eventualmente os textos antigos, historicamente importantes, que constituíram 
sempre a preocupação dos filólogos). O português-brasileiro não inclui apenas a língua 
trabalhada esteticamente pelos grandes escritores, ou a expressão altamente formal dos 
documentos oficiais; abrange também variedades regionais como o "dialeto"* caipira, os 
falares do tapiocano e do guasca ou as gírias dos malandros cariocas e dos seringueiros 
da Amazônia; inclui ainda diferentes variedades correspondentes à estratificação sócio 
econômica da população brasileira. Para um estruturalista, nenhuma dessas variedades é 
intrinsecamente errada, pois falar em "erro" é tão estranho numa ciência que descreve o 
comportamento linguístico como o seria para um meteorologista condenar a chuva ou 
elogiar as frentes frias. Do ponto de vista da ciência da linguagem, nenhuma das 
variedades do português do Brasil é menos nobre ou menos digna de estudo do que 
qualquer outra. Por isso, contrariando as preocupações normativistas que predominavam 
na época, a Linguística estrutural afirmou com veemência que a grande tarefa a ser 
cumprida pela próxima geração seria a de descrever as regularidades observadas nas 
diferentes variedades de português existentes no país,não a de apontar algumas 
variedades como "corretas" em detrimento de outras que seriam "erradas" (NETO, 2004) 
Os professores de línguas precisam, entre outras cousas, produzir o seu ensino e buscar 
explicar porque procedem das maneiras como o fazem. Para dar conta desse duplo 
desafio, o movimento comunicativo tem sugerido alçarmos a posição mais alta o nível de 
abstração das crenças e pressupostos guias. Isso equivale a elevar a abstração do nível do 
método (materialidade de ensino, fórmula estável de ação pedagógica) para abordagem 
(conjunto de conceitos nucleados sobre aspectos cruciais do aprender e ensinar uma nova 
língua). Note-se que o alçamento dessa abstração se dá para um patamar ainda mais acima 
de metodologia tomada como conjunto de ideias que justificam o ensinar de uma certa 
maneira, isto é, um método. A abordagem é mais ampla e abstrata do que a metodologia 
por se endereçar não só ao método mas às outras três dimensões de materialidade do 
ensino, a saber, a do planejamento após a determinação dos objetivos, a dos materiais 
(que se escolhem ou se produzem) e a do controle do processo mediante avaliações. A 
abordagem de ensinar é o resultado da plasmagem de um conjunto de concepções, sejam 
elas crenças implícitas ou pressupostos revelados à guisa de hipóteses em alguma 
configuração específica que a história de vida de cada professor se incumbe de gerar num 
campo de ideias onde forças outras atuam buscando se impor: ideias de ensinar de outros 
professores e agentes escolares que têm poder nos contextos onde estiverem, as ideias de 
autores de materiais adotados e de formuladores de exames ou outros tipos de 
instrumentos de avaliação introduzidos no processo. Incide ainda como força concorrente 
à da abordagem do professor a concepção de aprender (ALMEIDA, 1993). 
Atualmente no Brasil, ao abrirmos qualquer livro ou diretriz curricular, 
com propostas ou sugestões sobre ensino de língua materna, observamos um 
discurso de oposição a uma prática pedagógica tradicional caracterizada pela 
“persistência de uma prática pedagógica que, em muitos aspectos, ainda mantém a 
perspectiva reducionista do estudo da palavra e da frase descontextualizadas”, conforme 
destaca Antunes (2003:19). Esse discurso ainda deixa claro que “o grande equívoco em 
torno do ensino da língua tem sido o de acreditar que, ensinando análise sintática, 
ensinando nomenclatura gramatical, conseguimos deixar os alunos suficientemente 
competentes para ler e escrever textos, conforme as diversificadas situações sociais” 
(Antunes 2003). 
Para não perder a inspiração literária exemplificamos o equívoco em torno do ensino de 
gramática, referido por Antunes (2003), com outro escrito de Clarice Lispector (2004). 
Na crônica Máquina escrevendo, a autora relembra a época em que ministrava aulas 
particulares da disciplina Língua Portuguesa. Afirma que “quanto a português, era com o 
maior tédio que eu dava as regras de gramática. 
Depois, felizmente, vim a esquecê-las. É preciso antes saber, depois esquecer. Só então 
se começa a respirar livremente” (Lispector 2004:158). Apresentada tal citação, além de 
lamentáveis diagnósticos sobre o ensino gramatical, relatados em pesquisas acadêmicas, 
como o apresentado por Neves (1999) e por Silva (2006), restando alguns 
questionamentos, como: para que ou por que insistimos em ensinar o conteúdo gramatical 
em nossas escolas? Uma resposta a tal questionamento é que os saberes docentes, 
informados pela prática do ensino tradicional, continuam orientando de forma 
significativa o trabalho do professor de língua materna. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Referências Bibliográficas 
ALMEIDA FILHO, J. C. P. Specifying the Notional-Functional Component for English 
in a Brazüian First-year University Course. 1977. Dissertação (Mestrado) - Universidade 
de Manchester, Inglaterra. Dimensões Comunicativas no Ensino de Língua. Campinas, 
1993. 
ANTUNES, Irandé. 2003. Aulas de português: encontro & interação. São Paulo: 
Parábola. 
IIari, R. LINGÜÍSTICA E ENSINO DA LÍNGUA PORTUGUESA COMO LÍNGUA 
MATERNA, UNICAMP -SP. 2005 
LISPECTOR, Clarice. 2004. Aprendendo a viver. Rio de Janeiro: Rocco. 
NEVES, Maria Helena de M.1999. Gramática na escola. São Paulo: Contexto. 
SILVA, Wagner R. 2006a. A constituição de um gênero textual escolar no exercício 
de escrita coletiva. Revista de documentação de estudos em linguística teórica e 
aplicada. São Paulo: Editora PUCSP/EDUC, v. 24, n. 1, pp. 73-103.

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